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Guia de ESTUDOS
x sIGI
CSW (2023)
Violência Política De Gênero
1
Verónica Michelle Bachelet Jeria, ex-presidente da República do Chile, eleita duas vezes, de
2006-2010 e 2014-2018.
1
SUMÁRIO
2 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5
4 APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................... 9
6 PRINCIPAIS ATORES.............................................................................................20
6.1 BRASIL........................................................................................................... 20
6.2 IRÃ.................................................................................................................. 21
6.3 ALEMANHA.................................................................................................... 23
7 QUESTÕES RELEVANTES....................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................26
ANEXOS - TABELAS/MAPAS/FIGURAS................................................................. 30
TABELAS DE REPRESENTAÇÕES......................................................................... 31
2
Olá delegadas, delegades e delegados! Meu nome é Clara Rizzoli Brandão, tenho
16 anos e sou a Diretora Geral do comitê. O meu primeiro contato com a SiGI foi
através das simulações internas que aconteceram e na IX SiGI, em 2022, no qual
deleguei representando a República da Índia no AGNU (1988) - A Questão do Muro
de Berlim. Esse ano será a minha primeira vez como diretora, estou feliz e animada!
A pauta é importante para todos, pois somos 53,4% de mulheres votantes no Brasil,
logo temos que ter igualdade na representação parlamentar para nos dar voz, vez e
lugar. Precisamos diminuir a desigualdade de gênero na política e assim acabar com
a violência política de gênero.
A participação na SIGI traz à tona a vontade pelo saber e transforma o modo como
enxergamos as resoluções e problemas mundiais, além de nos manter cientes sobre
o funcionamento político e quais são nossos direitos e deveres que contrastam com
aqueles comumente estabelecidos. A retórica, o diálogo e a humanização são peças
fundamentais que marcam os integrantes do projeto e perduram nos mais diversos
aspectos de vivência. É claro o grande futuro e sucesso que possuem todos aqueles
que possuem um mínimo contato com o projeto. Desejo que os senhores aproveitem
o máximo possível da experiência e ajudem a colaborar para a disseminação do
projeto e seus benefícios. Bem vindos, boa sorte e muito obrigado por fazer o nosso
comitê acontecer!
de uma simulação presencial antes da quarentena começar, o que fez com que eu
me apaixonasse ainda mais com o projeto.
Meu primeiro contato com a SiGI foi dentro do IFES após participar de uma
simulação e ter gostado muito, logo comecei a participar frequentemente e decidi ao
lado dos atuais diretores da CSW submeter um comitê sobre a violência política de
gênero na X Sigi, vendo a necessidade de falar sobre esse tema após observar o
quanto poucas mulheres ocupam cargos políticos e também o desrespeito que
acontece com essas mulheres dentro dos ambientes políticos.
Estou muito animada e ansiosa para este comitê levando em conta o fato dele ser
um comitê inédito da X Sigi, sendo a primeira vez que este tema é proposto para
uma simulação e um dos únicos comitês relacionados à mulheres em mais de uma
década de Sigi.
5
2 INTRODUÇÃO
Salientamos que o Guia de Estudos do CSW (2023) tem como objetivo auxiliar os
delegados do referido comitê em suas respectivas preparações para atuar na
discussão sobre a então situação. Este guia, juntamente com todos os demais
materiais disponibilizados, foram elaborados pelos diretores assistentes e geral
responsáveis pelo comitê. É de suma importância informá-los desde já que a leitura
deste documento juntamente com vossos respectivos dossiês é uma ação que se
faz extremamente necessária para a ocorrência de uma simulação satisfatória. É por
meio destas seguintes páginas que os senhores serão esclarecidos sobre o tema,
entretanto, não se limitem apenas aos materiais disponibilizados pelo comitê.
Busquem referências e informações que serão úteis ao debate e ampliem a visão
sobre cada concordância e discordância individual que aparecerá ao longo da
jornada de estudos.
2
UNITED NATIONS. RESOLUTIONS AND DECISIONS OF THE ECONOMIC AND SOCIAL
COUNCIL. In: New York: United Nations, 1996, p. 118. Disponível em:
<https://undocs.org/en/E/1996/96>.
7
Unidas. Cinco membros eleitos a cada dois anos se reúnem anualmente antes das
sessões com o objetivo de planejar as reuniões de forma definitiva. A partir de 2007,
as reuniões passaram a contar com a participação de adolescentes de diversos
países, onde suas denúncias são escutadas de forma aberta e isonômica e a
representatividade se estende para os mais diversos campos sociais.
A CSW é composta por 45 membros rotativos que são eleitos pela ECOSOC e
possuem um período de permanência na comissão equivalente a 4 anos, tendo o
Brasil participado regularmente desde então. O órgão possui como secretariado a
ONU Mulheres, que reúne anualmente lideranças mundiais, ONGs, empresas e
ativistas para discutir pautas em relação à mulher, onde os resultados e
recomendações de cada sessão são encaminhados ao ECOSOC para
acompanhamento. As reuniões acontecem geralmente no mês de março em Nova
Iorque há mais de 60 anos, onde planos de trabalho planejados são seguidos para
a garantia de debate sobre temas como violência (2013), acesso à educação (2011)
e empoderamento econômico (2017). A Comissão sobre a Situação da Mulher é a
segunda maior reunião da ONU, estando atrás apenas da Assembléia Geral em
termos quantitativos e sediando sua 67ª edição em 2023.
A ONU Mulheres, secretariado responsável pela CSW, surgiu em 2010 durante uma
reforma de agendas internas da Organização das Nações Unidas. Com sua criação,
a UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e outros
órgãos deixam de existir e passam a ser englobados numa unidade, unificando e
impulsionando a luta pelos direitos femininos globais. Juntamente com a DAW
(Divisão para o Avanço das Mulheres), a INSTRAW (Instituto Internacional de
Pesquisas e Capacitação para o Progresso da Mulher) e a OSAGI (Escritório de
Assessoria Especial para Questões de Gênero e Promoção da Mulher), o Fundo de
Desenvolvimento serviu como núcleo institucional previamente existente que
garantiu uma maior estabilidade na criação da ONU Mulheres como porta-voz,
reverberando a atuação por maior igualdade.
3
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher. In: Beijing, Pequim:
[s.n.], 1995, p. 154. Disponível em:
<https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf> .
9
4 APRESENTAÇÃO DO TEMA
Durante quase toda a Idade Média a presença feminina era vista pela Igreja Católica
como uma coisa do mal. Ao longo do tempo as sociedades patriarcais não
favoreceram um lugar de direito para as mulheres; o corpo feminino era visto como
objeto. Na Grécia Antiga, segundo Santos5 (2018), para Aristóteles a mulher não era
considerada um cidadão, pois ele entendia que as mulheres não possuíam
competência para exercício da cidadania, porque não tinham maturidade intelectual
e conhecimentos.Por conseguinte Beauvoir6 (1976, vol. I, p.41), autora do livro “O
segundo sexo”, argumenta que “bem marca que Aristóteles assim como outros
filósofos e cientistas, tentou distinguir o papel dos sexos na reprodução através de
“opiniões desprovidas de qualquer fundamento científico, as quais refletem apenas
mitos sociais”.
Na Idade Média, as mulheres eram queimadas nas fogueiras pois, de acordo com
Brandão7 (2020), a Inquisição da Igreja Católica era extremamente severa com
qualquer mulher que não seguia os princípios por ela pregados como incontestáveis.
Dessa forma, Silvia Federici8 (2017), autora do livro “Calibã e a Bruxa: Mulheres,
4
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher. In: Beijing, Pequim:
[s.n.], 1995, p. 149. Disponível em:
<https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf>.
5
SANTOS, M. M.; OLIVEIRA, L. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites,
contradições e avanços. Revista Katálisys, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 11-9, jan./jun. 2010
6
BEAUVOIR, S. Le Deuxième Sexe. (2 vol.) Gallimard, Paris, 1976.
7
BRANDÃO, L. R. da S.. DESIGUALDADE DE GÊNERO NA REPRESENTAÇÃO
POLÍTICODEMOCRÁTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIA – ES. Dissertação
(Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local) - Escola Superior de Ciências da Santa
Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. Vitória, p. 115. 2020.
8
FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
10
Corpos e Acumulação Primitiva”, descreve que a caça às Bruxas foi uma das formas
de colocar a mulher em posição de desigualdade para manter o sistema patriarcal.
Após séculos de dominação, nos tempos contemporâneos, Araújo9 (2020), conclui
que em todo esse tempo de negação à cidadania e exposição às violências da
cultura patriarcal as mulheres foram privadas das esferas de poder.
Por muito tempo, às mulheres foi negada a condição de cidadã, uma vez
que tal prática infringiu e aflige diretamente o direito humano fundamental
das mulheres de exercerem o seu voto, ou mesmo, de serem votadas nos
processos eleitorais e, em razão disso, se dá a perpetuação da exclusão
destas nas esferas de poder. (PINTO, 2010)10
Os espaços de poder admitiram alguns avanços conquistados com muita luta, porém
ele ainda se mantém em desequilíbrio, como diz Santos e Oliveira (2010).
Quando se trata do voto feminino a América Latina foi uma das últimas a permitir o
voto feminino. Em Cuba o voto Somente foi efetivado na promulgação do decreto
nº13 de 02 de Janeiro de 1934, o sufrágio feminino no qual o presidente Mendieta
aprovou-o. Em 1960 foi criada a Federação das Mulheres Cubanas (FMC), presidida
por Vilma Espín.
13
HIRSCH, Lorena. Tereza de Benguela: a escrava que virou rainha e liderou um quilombo de
negros e índios. Disponível em:
<https://www.ufrb.edu.br/bibliotecacecult/noticias/220-tereza-de-benguela-a-escrava-que-virou-rainha-
e-liderou-um-quilombo-de-negros-e-indios>. Acesso em: 30 jul. 2023.]
12
Na Argentina, Evita Perón foi destaque na era do Peronismo. Ela era responsável
por dialogar com os sindicatos e também ajudava os mais necessitados, chegando a
formar a Fundação Eva Perón, que fez diversos projetos sociais. Além disso, propôs
a lei do sufrágio feminino que foi aprovada em 1947. Paralelamente, na Colômbia, o
sufrágio feminnio só foi permitido em 1886. Com base em dados de 2022, o
Congresso do país atingiu a porcentagem de 29,8% de mulheres no Parlamento e
Francia Marqués foi a primeira vice-presidente negra do país desde de agosto de
2022. Entretanto, o México foi um dos últimos países da América Latina a
permitirem o voto feminino, em 1955. Terra de Frida Kahlo, ícone feminista que foi
pioneira nas artes, o México atualmente tem somente 5% das mulheres nos cargos
de poder.
O século XX foi marcado por uma série de conflitos e revoluções que foram
responsáveis por alterar o rumo do desenvolvimento mundial. Na segunda metade
do século XIX, o capitalismo financeiro e o industrial estavam crescendo
aceleradamente e se mesclando, ocasionando em uma integração da economia
mundial. As nações que haviam iniciado sua industrialização — como os Estados
Unidos e a Inglaterra — se beneficiaram muito no período e passaram a se expandir
para, principalmente, territórios asiáticos e africanos, marcando o processo que ficou
conhecido como Neocolonialismo ou Imperialismo.
Com a necessidade do constante envio de tropas por parte dos países participantes
da guerra, cerca de 60 milhões de soldados homens lutaram na 1ª Guerra Mundial.
14
FERNANDES, Cláudio. Primeira Guerra Mundial: A Grande Guerra. [S.D]. Disponível em:
<https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-mundial.htm.> Acesso
em: 30 jul. 2023.
13
A perda desses homens, que até então eram a imensa maioria da força de trabalho,
resultou em uma urgência imediata da reposição desses cargos em indústrias
essenciais e em fábricas de armamento na Europa, e a solução encontrada foi
preencher essas vagas com a força de trabalho feminina.
15
Na leitura dos dossiês, é possível ver mais detalhadamente sobre as reivindicações e conquistas
das mulheres de cada país presentes no comitê.
14
trouxe importantes reformas políticas, sociais e econômicas para o país. Entre essas
mudanças, a concessão do sufrágio universal para as mulheres foi um marco
significativo na luta pela igualdade de gênero no Japão. Em 2016, Yuriko Koike
tornou-se a primeira mulher a ser eleita Governadora de Tóquio, uma das posições
políticas mais influentes do país.
Na República Popular da China, país que vem crescendo economicamente cada vez
mais, a Revolução Chinesa foi um marco não só pelas transformações políticas, mas
também pelas sociais. Desde a Revolução de 1949, as mulheres chinesas vêm
conquistando uma série de melhorias no que diz respeito aos direitos femininos na
China, passando a ter a educação, o trabalho e a participação política definidos
como direitos legalmente reconhecidos.
Em 1920, a Rússia se tornou um dos pioneiros em algo que muitos países ainda
falham: os direitos reprodutivos femininos, com o aborto sendo permitido em todas
as circunstâncias até a 12ª semana. Porém, em 2017, o presidente Vladimir Putin
despenalizou casos de violência contra a mulher em situações em que "não haja
danos à saúde" e que não se repitam em um intervalo de um ano. Tal lei representa
um atraso ainda presente no país no que tange às leis de direitos e proteções a
mulheres.
Na Ásia, o Japão foi inspirado pelo movimento sufragista nos EUA em 1924 e forma
a Liga pelo Sufrágio Feminino no Japão, pela Fusae Ichikawa. Após 22, em 1946, o
voto feminino foi permitido no Japão. Em 1986 a Lei da Oportunidade Igual de
Emprego entrou em vigor. Já na Índia, o voto só foi permitido em 1950.
Nos países Africanos as mulheres passaram a votar entre 1940 a 2010. Hoje, ainda
sofrem com casamentos forçados e poucas legislações, porém as mulheres estão à
frente quando se trata de participação política nos parlamentos, como Ruanda que
conta com 68% de mulheres e Moçambique com 40% de participação.
16
Malala Yousafzai, ativista paquistanesa pelo direito feminino nas mais diversas áreas
sociais e, principalmente, na questão educacional, uma vez salientou: ‘’Um livro,
uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo’’. Vítima de uma
tentativa de assassinato em 2012 por falar abertamente sobre o direito feminino em
seu país, Malala é um exemplo de como a busca pela educação é necessária e
como o saber abre as portas para a saída da caverna da medievalidade.
Assim como reiterado pelo artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
a educação é (ou deveria ser) um direito concedido a todos os seres humanos de
forma igualitária. Os 193 países-membros da ONU que são signatários seriam
responsáveis pelo cumprimento desta e das demais cláusulas, mas é de
conhecimento geral que o acesso pleno à educação não é uma realidade em grande
parte dos países do globo, principalmente naqueles que não possuem status de
‘’desenvolvido’’ pela geopolítica mundial.
16
UNESCO. Do acesso ao empoderamento: estratégia da UNESCO para a igualdade de gênero
na e por meio da educação para 2019-2025. [s.l.: s.n.], 2020. Disponível em:
<https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000372464>.
18
Quando nos referimos a adultos completos, dois terços dos 750 milhões de adultos
analfabetos são mulheres, uma proporção que permanece inalterada desde 1976,
quando foi disponibilizado pela primeira vez o total global de analfabetos. Refletindo
sobre as realidades plurais e sabendo das condições bélicas que nosso mundo
enfrenta, dados da UNESCO mostram que a probabilidade de meninas refugiadas
estarem na educação secundária é metade daquela de seus pares do sexo
masculino.
17
UNESCO Office in Brasilia . Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências,
tecnologia, engenharia e matemática (STEM). [s.l.: s.n.], 2018. Disponível em:
<https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000264691>.
19
que tiveram contato com uma certa educação graças ao nível social em que
estavam inseridas. Dessa forma, ainda muito limitadas pelo machismo estrutural,
reivindicavam direitos à uma educação mais ampla e mais acessível, direito ao voto,
ao trabalho em diferentes áreas e ao divórcio. Tendo sido a Nova Zelândia o primeiro
país democrático a reconhecer o direito ao sufrágio feminino, ainda hoje há um
déficit da presença feminina em áreas do conhecimento e em outros aspectos
sociais. Tal dificuldade se amplia quando nos referimos à regiões interioranas e
rurais, onde a logística da acessibilidade é endurecida. No Brasil, por exemplo,
dados do principal órgão de pesquisas e estatísticas populacionais (IBGE) mostram
que o número de analfabetismo na área rural supera fortemente o analfabetismo na
região urbana, onde os problemas sofrem acréscimos quando nos referimos a uma
população negra (Figura 3).
6 PRINCIPAIS ATORES
6.1 BRASIL
A luta política relativa aos direitos políticos femininos no Brasil tem seu nascimento
datado ao final do século XIX, período no qual a Lei Saraiva (1881) instituiu direito
ao voto às pessoas com título científico. A cirurgiã-dentista gaúcha Isabel de Mattos
Dilton, diante dessa lei, se registrou como eleitora, porém terminou por ter o
exercício do voto negado.
Já no começo do século XX, o Partido Republicano Feminino foi criado no país pela
professora Leolinda de Figueiredo com o objetivo de defender os interesses da
parcela feminina da sociedade. Em 1920, a Liga pela Emancipação Intelectual da
Mulher (LEIM) foi fundada, tendo seu nome modificado em 1922 para Federação
Brasileira pelo Progresso Feminino, liderada por um grande nome do feminismo no
Brasil: Bertha Lutz.
Em 1927, o Brasil deu um passo considerável na luta dos direitos femininos quando
o Rio Grande do Norte aprovou uma lei estadual que garantia o direito de voto às
mulheres, e a professora Celina Guimarães que morava no município de Mossoró foi
a primeira mulher na América Latina a se alistar para voto.
6.2 IRÃ
Durante o século 20, a descoberta de jazidas de petróleo fez com que Inglaterra e
EUA se envolvessem diretamente na disputa pelo poder no país. Em 1953, os dois
países apoiaram um golpe militar que depôs o primeiro-ministro Mohammad
22
Mossadeq e instaurou uma ditadura liderada pelo xá Reza Pahlevi, que seria
favorável aos interesses do ocidente
Entretanto, por mais que o Irã apresentasse uma série de melhorias em relação às
liberdades sociais, o governo ainda se caracterizava pela forte repressão contra
opositores políticos, controle da imprensa e perseguição contra ativistas políticos. A
insatisfação popular resultou na Revolução Islâmica, que era apoiada por
esquerdistas e liberais que clamavam pelo fim da interferência ocidental no país e
pela verdadeira democracia, respectivamente, e também por religiosos.
uma segregação por gênero nas escolas e muitas meninas foram impedidas de
estudar.
No dito comitê, o Irã se apresenta como membro observador devido a sua expulsão
da Comissão sobre a Situação da Mulher em dezembro de 2022, mas ainda assim
seu posicionamento é de extrema importância devido a onda de protestos feministas
que vêm se alastrando pelo país com reivindicações contrárias a violência diária que
as mulheres iranianas estão enfrentando.
6.3 ALEMANHA
Desde sua entrada na Organização das Nações Unidas (ONU) em 1973 — entrada
essa que foi postergada devido aos eventos da Primeira e Segunda Guerra Mundial
— a República da Alemanha vem se destacando entre as demais potências
mundiais devido ao seu compromisso com os direitos humanos e com a igualdade.
Com a reunificação alemã em 1990, a República Federal assumiu cada vez mais
responsabilidades, participando diversas vezes do Conselho de Segurança. Em
2021, a Alemanha foi o segundo maior contribuinte para toda a ONU, além de ser
para a ajuda humanitária o segundo maior doador bilateral.
Entretanto, ainda há espaço para melhora na nação europeia. Nos últimos anos, a
cota de mulheres no Parlamento Federal decaiu, estando por volta de 31,2%, mas
em contrapartida, em 2019, 53,7% de mulheres tinham maturidade escolar para a
universidade e 51,8% de mulheres estavam entre os calouros. Em 2020, a diferença
salarial entre homens e mulheres estava em 18%.
7 QUESTÕES RELEVANTES
● Maneiras para garantir leis que promovam igualdade efetivas nas plataformas
políticas;
● A acessibilidade no meio político: como derrubar barreiras na composição de
cenários representativos;
● Medidas para fazer com que debates e leis sobre igualdade de gênero
atinjam, de forma eficiente, unidades sociais dentro e fora do meio urbano;
● Caminhos para conscientizar politicamente mulheres em situações de
extrema dificuldade e pobreza;
● Meios para sanar a impunidade sofrida por mulheres negras, indígenas,
orientais, LGBTQIA+ e PCD's na política;
25
● Meios punitivos para lidar com a violência política de gênero e acabar com a
invisibilidade desse tipo de ação;
● A educação no contexto da inserção política;
● Caminhos para lidar com o bem-estar feminino respeitando os direitos
humanos relacionados à cultura de sociedade e crença;
● Regiões do globo que sofrem demasiadamente com o desrespeito político ao
público feminino e como desinflar tal situação;
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://brasil.un.org/pt-br/221958-comiss%C3%A3o-da-onu-sobre-estatuto-da-mulher
-se-re%C3%BAne-em-nova-iorque>. Acesso em: 21 jul. 2023.
CSW: Nações Unidas acolhem maior evento global de mulheres | ONU News.
Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2022/03/1782652>. Acesso em: 21 jul.
2023.
Como era a vida das mulheres no Irã antes da Revolução Islâmica. BBC News
Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63038853>.
Aceso em: 10 jul. 2023.
UOL. Irã é expulso de comissão sobre mulheres na ONU. [s.d]. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2022/12/14/ira-e-expulso-de-comiss
ao-sobre-mulheres-na-onu.amp.htm>. Acesso em: 10 jun. 2023.
al-e-violencia-domestica-permitida-como-sao-os-direitos-da-mulher-na-russia.html>
Acesso em: 30 jul. 2023.
ANEXOS - TABELAS/MAPAS/FIGURAS
FIGURA 1 FIGURA 2
FIGURA 3
31
TABELAS DE REPRESENTAÇÕES
Inglaterra (Observador)
República da Índia
República do Líbano
República de Cuba
República Argentina
República da Colômbia
Estado de Israel
Japão
Reino de Marrocos
33
República do Benim
Reino da Dinamarca
Federação Russa
Malala Yousafzai
Anielle Franco
Angela Davis
34
Djamila Ribeiro
Angela Merkel
Sonia guajajara
Beyoncé
Taylor Swift