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1, 2 e 3 de setembro 2023

Guia de ESTUDOS
x sIGI

CSW (2023)
Violência Política De Gênero

Clara Rizzoli Brandão


DIRETOR GERAL

Isabel Araujo Perim


DIRETOR ASSISTENTE

João Victor Alves


DIRETOR ASSISTENTE

Maria Eduarda Albino da Silva da Vitória


DIRETOR ASSISTENTE
“Quando uma mulher entra na política, muda a mulher.
Quando muitas mulheres entram na política, mudam a
política.”
(Michelle Bachelet1)

1
Verónica Michelle Bachelet Jeria, ex-presidente da República do Chile, eleita duas vezes, de
2006-2010 e 2014-2018.
1

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO MESA DIRETORA..................................................................... 2

2 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5

3 APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO........................................................... 6

3.1 O PLANO DE AÇÃO DE BEIJING.................................................................... 8

4 APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................... 9

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA MULHER E A VIOLÊNCIA


POLÍTICA DE GÊNERO......................................................................................... 9

4.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA..................................... 11

4.2.1 Os Direitos Políticos das Mulheres na América Latina........................... 11

4.2.2 Os Direitos Políticos das Mulheres nas Potências Mundiais..................12

4.2.3 O Direito Político das Mulheres no Oriente Médio, Ásia e África........... 15

4.3 EDUCAÇÃO E A ACESSIBILIDADE POLÍTICA............................................. 16

5 FIGURAS PÚBLICAS E OUTROS ÓRGÃOS........................................................ 20

6 PRINCIPAIS ATORES.............................................................................................20

6.1 BRASIL........................................................................................................... 20

6.2 IRÃ.................................................................................................................. 21

6.3 ALEMANHA.................................................................................................... 23

7 QUESTÕES RELEVANTES....................................................................................24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................26

ANEXOS - TABELAS/MAPAS/FIGURAS................................................................. 30

TABELAS DE REPRESENTAÇÕES......................................................................... 31
2

1 APRESENTAÇÃO MESA DIRETORA

Clara Rizzoli Brandão - Diretora Geral

Olá delegadas, delegades e delegados! Meu nome é Clara Rizzoli Brandão, tenho
16 anos e sou a Diretora Geral do comitê. O meu primeiro contato com a SiGI foi
através das simulações internas que aconteceram e na IX SiGI, em 2022, no qual
deleguei representando a República da Índia no AGNU (1988) - A Questão do Muro
de Berlim. Esse ano será a minha primeira vez como diretora, estou feliz e animada!

Atualmente, estou no 2º ano do Ensino Médio integrado ao Curso Técnico em Meio


Ambiente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo,
IFES, campus Vitória. Sempre possuí ligação com várias bandeiras, principalmente a
da mulher, então logo notei que as simulações são um espaço predominante do
público masculino e observei a falta de algumas pautas. Então, junto com os meus
colegas de mesa, surgiu a proposta de trazer a CSW com o tema da Violência
Política de Gênero.

A pauta é importante para todos, pois somos 53,4% de mulheres votantes no Brasil,
logo temos que ter igualdade na representação parlamentar para nos dar voz, vez e
lugar. Precisamos diminuir a desigualdade de gênero na política e assim acabar com
a violência política de gênero.

João Victor Alves de Oliveira - Diretor Assistente

Saudações diplomáticas, senhores delegados. Meu nome é João Victor Alves de


Oliveira, tenho 19 anos e estou atuando como diretor assistente no CSW: Violência
Política de Gênero na X SIGI. É a minha segunda vez atuando como diretor e
colaborando na organização de um comitê, tendo na IX SIGI integrado o órgão CDH
2022: Crise de Refugiados e a Guerra da Ucrânia. Além de tais atuações, já integrei
inúmeras simulações internas e externas e atingi meu ápice geopolítico
representando o Brasil em um comitê da UNICEF sobre Chernobyl na maior
simulação da América Latina: a 23ª MINIONU.
3

Atualmente estudo no Instituto Federal do Espírito Santo e curso o ensino médio


integrado ao curso técnico em eletrotécnica no campus Vitória. Anteriormente, no
IFES campus Guarapari, me preparei para participar da SIGIG (Simulação
geopolítica interna de Guarapari) no comitê OMS 2017: Crise na Saúde Feminina,
onde representei a Noruega. Os vestígios do conteúdo já estudado continuam se
fazendo presentes e despertam a vontade de seguir com algo relacionado ao meio
geopolítico. Ainda no ensino fundamental, em escola pública, participei de um
projeto interno comandado por professores de geografia onde cada aluno inserido
representaria um país, trazendo a cultura e diversos outros aspectos para perto da
comunidade acadêmica local.

A participação na SIGI traz à tona a vontade pelo saber e transforma o modo como
enxergamos as resoluções e problemas mundiais, além de nos manter cientes sobre
o funcionamento político e quais são nossos direitos e deveres que contrastam com
aqueles comumente estabelecidos. A retórica, o diálogo e a humanização são peças
fundamentais que marcam os integrantes do projeto e perduram nos mais diversos
aspectos de vivência. É claro o grande futuro e sucesso que possuem todos aqueles
que possuem um mínimo contato com o projeto. Desejo que os senhores aproveitem
o máximo possível da experiência e ajudem a colaborar para a disseminação do
projeto e seus benefícios. Bem vindos, boa sorte e muito obrigado por fazer o nosso
comitê acontecer!

Isabel Araujo Perim - Diretora Assistente

Olá, senhores delegados(as/es)! Me chamo Isabel Araujo Perim, sou estudante do


quarto ano de eletrotécnica no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, e
no comitê da Comissão sobre a Situação das Mulheres (2023) eu estarei realizando
o papel de Diretora Assistente.

Meu primeiro contato com um projeto de simulação geopolítica ocorreu em minha


antiga escola, no nono ano. Neste, representei a delegação da Alemanha no Acordo
de Paris e fui premiada como delegada destaque em meu comitê. Quando entrei no
IFES já tinha conhecimento da existência do projeto, e tive sorte de poder participar
4

de uma simulação presencial antes da quarentena começar, o que fez com que eu
me apaixonasse ainda mais com o projeto.

Com 2 anos de retorno presencial do projeto, tive a chance de ao longo do ano


realizar diversas simulações para as turmas do vespertino e, ao final do ano, tive a
honra de ser a diretora geral do Conselho de Direitos Humanos: Guerra da Ucrânia -
A Crise dos Refugiados e a Violação dos Direitos Humanos ao lado do presente
diretor João Victor Alves de Oliveira. Esse ano, participo uma última vez do projeto
antes de me formar, o que faz desse comitê, liderado pela magnífica Clara, ainda
mais especial para mim.

Me encontro animada e ansiosa para o nosso encontro nos dias 1, 2 e 3 de


setembro e espero que todos tenhamos uma excelente simulação!

Maria Eduarda Albino da Silva da Vitória - Diretora Assistente

Saudações diplomáticas, senhores delegados. No momento estou no segundo ano


do ensino médio no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, sou aluna do
curso de meio ambiente e serei diretora assistente esse ano!

Meu primeiro contato com a SiGI foi dentro do IFES após participar de uma
simulação e ter gostado muito, logo comecei a participar frequentemente e decidi ao
lado dos atuais diretores da CSW submeter um comitê sobre a violência política de
gênero na X Sigi, vendo a necessidade de falar sobre esse tema após observar o
quanto poucas mulheres ocupam cargos políticos e também o desrespeito que
acontece com essas mulheres dentro dos ambientes políticos.

Estou muito animada e ansiosa para este comitê levando em conta o fato dele ser
um comitê inédito da X Sigi, sendo a primeira vez que este tema é proposto para
uma simulação e um dos únicos comitês relacionados à mulheres em mais de uma
década de Sigi.
5

2 INTRODUÇÃO

Salientamos que o Guia de Estudos do CSW (2023) tem como objetivo auxiliar os
delegados do referido comitê em suas respectivas preparações para atuar na
discussão sobre a então situação. Este guia, juntamente com todos os demais
materiais disponibilizados, foram elaborados pelos diretores assistentes e geral
responsáveis pelo comitê. É de suma importância informá-los desde já que a leitura
deste documento juntamente com vossos respectivos dossiês é uma ação que se
faz extremamente necessária para a ocorrência de uma simulação satisfatória. É por
meio destas seguintes páginas que os senhores serão esclarecidos sobre o tema,
entretanto, não se limitem apenas aos materiais disponibilizados pelo comitê.
Busquem referências e informações que serão úteis ao debate e ampliem a visão
sobre cada concordância e discordância individual que aparecerá ao longo da
jornada de estudos.

O guia é composto inicialmente pela apresentação da mesa e se prolonga até a


apresentação do tema, apresentando também o órgão que está sendo simulado. A
Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW) terá sua origem e função
demonstradas e apresentaremos as particularidades envolvidas em relação a
mesma. Juntamente, se faz presente nesse documento o esclarecimento de termos
e participações excepcionais que terão como objetivo auxiliar na compreensão do
texto e das dissertações seguintes, além de, por si só, sanar dúvidas sobre o
linguajar e funcionamento do comitê.

Reforçamos que todas as informações contidas no guia são baseadas em fatos e


pesquisas reais de acordo com a data de ocorrência do comitê. Como data limitante
para uso de informações sendo 8 de março de 2023, todos os levantamentos
apresentados nos documentos disponibilizados possuem como fonte meios oficiais e
que comprovam os dados repassados. É essencial que os delegados também
utilizem de meios confiáveis para obter materiais referentes a acontecimentos, datas
e dados sobre as demais delegações. A veracidade deve ser um compromisso
constante.
6

Ademais, os seguintes tópicos de desenvolvimento abordarão todo o contexto


histórico da crise em questão, destacando fatos recorrentes do passado e do
presente que possuem total influência no debate. Os posicionamentos das principais
potências relacionadas ao tema em questão serão levantados e esclarecidos da
melhor forma possível para garantir a compreensão do que tal delegação possui
como princípios, o que irá defender e como será sua forma de atuação. É importante
que, por meio dos estudos, que os delegados garantam um entendimento
consistente sobre a questão da violência política de gênero, como isso afeta as
principais minorias e como isso está associado a certas mazelas sociais. A leitura do
guia de estudos promove o primeiro contato concreto com o comitê e a partir dele
esperamos que saibam como as diferentes culturas e políticas do globo, causadas
pelos diferentes contextos históricos, promovem o multilateralismo sobre o assunto.

3 APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO

A partir da necessidade de uma maior representatividade e atenção aos temas


relacionados à mulher, a CSW (Comissão sobre a Situação da Mulher) é fundada
em 1946 pela Organização das Nações Unidas a partir da ECOSOC (Conselho
Econômico e Social) a partir da resolução 1996/62. Dentre suas funções iniciais, era
papel da comissão preparar relatórios e recomendações sobre a situação da mulher
e suas necessidades no campo econômico e social, além de comunicar aos Órgãos
Centrais sobre situações de urgência. O Plano de Ação de Beijing também é uma
das prioridades da CSW, uma vez que busca garantir que seja implementado e
mantido o que foi definido na Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher e os
planos de ação para igualdade e desenvolvimento da paz ao redor do mundo.

Como principal órgão intergovernamental global dedicado exclusivamente à


promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, em 1996 a
ECOSOC amplia o mandato da CSW com a resolução 1996/6, garantindo à
instituição a capacidade de liderança e maior acompanhamento na análise de
progressos e incorporação da perspectiva de gênero nas atividades das Nações

2
UNITED NATIONS. RESOLUTIONS AND DECISIONS OF THE ECONOMIC AND SOCIAL
COUNCIL. In: New York: United Nations, 1996, p. 118. Disponível em:
<https://undocs.org/en/E/1996/96>.
7

Unidas. Cinco membros eleitos a cada dois anos se reúnem anualmente antes das
sessões com o objetivo de planejar as reuniões de forma definitiva. A partir de 2007,
as reuniões passaram a contar com a participação de adolescentes de diversos
países, onde suas denúncias são escutadas de forma aberta e isonômica e a
representatividade se estende para os mais diversos campos sociais.

A CSW é composta por 45 membros rotativos que são eleitos pela ECOSOC e
possuem um período de permanência na comissão equivalente a 4 anos, tendo o
Brasil participado regularmente desde então. O órgão possui como secretariado a
ONU Mulheres, que reúne anualmente lideranças mundiais, ONGs, empresas e
ativistas para discutir pautas em relação à mulher, onde os resultados e
recomendações de cada sessão são encaminhados ao ECOSOC para
acompanhamento. As reuniões acontecem geralmente no mês de março em Nova
Iorque há mais de 60 anos, onde planos de trabalho planejados são seguidos para
a garantia de debate sobre temas como violência (2013), acesso à educação (2011)
e empoderamento econômico (2017). A Comissão sobre a Situação da Mulher é a
segunda maior reunião da ONU, estando atrás apenas da Assembléia Geral em
termos quantitativos e sediando sua 67ª edição em 2023.

A ONU Mulheres, secretariado responsável pela CSW, surgiu em 2010 durante uma
reforma de agendas internas da Organização das Nações Unidas. Com sua criação,
a UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e outros
órgãos deixam de existir e passam a ser englobados numa unidade, unificando e
impulsionando a luta pelos direitos femininos globais. Juntamente com a DAW
(Divisão para o Avanço das Mulheres), a INSTRAW (Instituto Internacional de
Pesquisas e Capacitação para o Progresso da Mulher) e a OSAGI (Escritório de
Assessoria Especial para Questões de Gênero e Promoção da Mulher), o Fundo de
Desenvolvimento serviu como núcleo institucional previamente existente que
garantiu uma maior estabilidade na criação da ONU Mulheres como porta-voz,
reverberando a atuação por maior igualdade.

Tal secretariado possui como foco a liderança e participação política, governança e


normas globais; empoderamento econômico; prevenção e eliminação da violência
contra mulheres e meninas, paz e segurança e ação humanitária. Defendem a
8

permanência dos países membros em suas promessas sobre os direitos femininos


nas mais diversas conferências, como as de Viena, Cairo, Pequim e Durban.
Realizam esse feito a partir de parcerias com poderes legislativos, judiciários,
executivos, faculdades e empresas Assim onde ocorre as seções da CSW, sua sede
fica em Nova Iorque mas possui diversas unidades espalhadas pelo mundo.

3.1 O PLANO DE AÇÃO DE BEIJING

A Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, promulgada na IV Conferência


Mundial Sobre a Mulher (1995), apresenta um marco contemporâneo na busca por
igualdade legislativa de gênero e na eliminação da discriminação contra a mulher. O
documento em sua forma final apresenta 12 principais pautas que foram
determinadas como prioritárias para a tomada de decisões futuras. São elas:
Mulheres e pobreza; Educação e Capacitação de Mulheres; Mulheres e Saúde;
Violência contra as Mulheres; Mulheres e Conflitos Armados; Mulheres e Economia;
Mulheres no Poder e na liderança; Mecanismos institucionais para o Avanço das
Mulheres; Direitos Humanos das Mulheres; Mulheres e a mídia; Mulheres e Meio
Ambiente; Direitos das Meninas. Vale salientar que a resolução também reforçou
ideias já consolidadas anteriormente por outras reuniões, como pautas debatidas
pela CEDAW (Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação
contra as mulheres).
“A Plataforma de Ação reafirma o princípio fundamental, estabelecido
na Declaração e no Programa de Viena, aprovados pela Conferência
Mundial de Direitos Humanos, de que os direitos humanos das
mulheres e das meninas são uma parte inalienável, integral e
indivisível dos direitos humanos universais. Como programa de ação,
a Plataforma objetiva promover e proteger o gozo pleno de todos os
direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as mulheres,
ao longo de toda a vida.” 3

Ao aceitar os termos do documento, é papel dos Estados Soberanos cumprirem com


o acordado. A CSW busca, justamente, manter as propostas de resolução
efetivamente funcionando para o progresso social. A cada 5 anos que se sucedem a
partir da fatídica data em 1995, reuniões especiais são organizadas para relembrar e
discutir o andamento do contexto da mulher na sociedade mundial. Temos como

3
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher. In: Beijing, Pequim:
[s.n.], 1995, p. 154. Disponível em:
<https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf> .
9

ocorrido o Pequim+5, Pequim+10, Pequim+15 e o Pequim+20, sendo que a partir do


aniversário de 10 anos existem relatórios regionais da América Latina e Caribe sobre
a Plataforma de Ação de Pequim.
“A Plataforma de Ação de Pequim consagrou três inovações dotadas
de grande potencial transformador na luta pela promoção da situação
e dos direitos da mulher: o conceito de gênero, a noção de
empoderamento e o enfoque da transversalidade.”4

4 APRESENTAÇÃO DO TEMA

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA MULHER E A VIOLÊNCIA POLÍTICA


DE GÊNERO.

Durante quase toda a Idade Média a presença feminina era vista pela Igreja Católica
como uma coisa do mal. Ao longo do tempo as sociedades patriarcais não
favoreceram um lugar de direito para as mulheres; o corpo feminino era visto como
objeto. Na Grécia Antiga, segundo Santos5 (2018), para Aristóteles a mulher não era
considerada um cidadão, pois ele entendia que as mulheres não possuíam
competência para exercício da cidadania, porque não tinham maturidade intelectual
e conhecimentos.Por conseguinte Beauvoir6 (1976, vol. I, p.41), autora do livro “O
segundo sexo”, argumenta que “bem marca que Aristóteles assim como outros
filósofos e cientistas, tentou distinguir o papel dos sexos na reprodução através de
“opiniões desprovidas de qualquer fundamento científico, as quais refletem apenas
mitos sociais”.

Na Idade Média, as mulheres eram queimadas nas fogueiras pois, de acordo com
Brandão7 (2020), a Inquisição da Igreja Católica era extremamente severa com
qualquer mulher que não seguia os princípios por ela pregados como incontestáveis.
Dessa forma, Silvia Federici8 (2017), autora do livro “Calibã e a Bruxa: Mulheres,

4
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher. In: Beijing, Pequim:
[s.n.], 1995, p. 149. Disponível em:
<https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf>.
5
SANTOS, M. M.; OLIVEIRA, L. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites,
contradições e avanços. Revista Katálisys, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 11-9, jan./jun. 2010
6
BEAUVOIR, S. Le Deuxième Sexe. (2 vol.) Gallimard, Paris, 1976.
7
BRANDÃO, L. R. da S.. DESIGUALDADE DE GÊNERO NA REPRESENTAÇÃO
POLÍTICODEMOCRÁTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIA – ES. Dissertação
(Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local) - Escola Superior de Ciências da Santa
Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. Vitória, p. 115. 2020.
8
FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
10

Corpos e Acumulação Primitiva”, descreve que a caça às Bruxas foi uma das formas
de colocar a mulher em posição de desigualdade para manter o sistema patriarcal.
Após séculos de dominação, nos tempos contemporâneos, Araújo9 (2020), conclui
que em todo esse tempo de negação à cidadania e exposição às violências da
cultura patriarcal as mulheres foram privadas das esferas de poder.

Por muito tempo, às mulheres foi negada a condição de cidadã, uma vez
que tal prática infringiu e aflige diretamente o direito humano fundamental
das mulheres de exercerem o seu voto, ou mesmo, de serem votadas nos
processos eleitorais e, em razão disso, se dá a perpetuação da exclusão
destas nas esferas de poder. (PINTO, 2010)10

Os espaços de poder admitiram alguns avanços conquistados com muita luta, porém
ele ainda se mantém em desequilíbrio, como diz Santos e Oliveira (2010).

Entretanto, “Historicamente, ainda hoje, identifica-se uma maior apropriação


pelos homens do poder político, do poder de escolha e de decisão sobre
sua vida afetivo-sexual e da visibilidade social no exercício das atividades
profissionais” (SANTOS; OLIVEIRA, 2010, p. 12). 11

Logo, se entende como violência política de gênero contra as mulheres, segundo a


Lei 14.192 de 4 de agosto de 2021, Artº 3: “Considera-se violência política contra a
mulher toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou
restringir os direitos políticos da mulher” (BRASIL, 2021)12.

Conhecida como Violência Política de Gênero (VPG), ou Violência Política contra a


mulher, e o tipo de violência que é praticada contra a mulher enquanto eleita para
um cargo público (vereadora, prefeita, deputada senadora, presidente,

ARAÚJO, R. dos S. A. de C. A. VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO CONTRA A MULHER NO


BRASIL. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais) - Centro
Universitário de Brasília - UniCEUB, Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais -FAJS. Brasília, p. 31.
2020
10
PINTO, Céli. Feminismo, história e poder. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 18, nº 18, jun.
de 2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782010000200003> . Acesso em:
‘25 fev. 2023.
11
SANTOS, M. M.; OLIVEIRA, L. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites,
contradições e avanços. Revista Katálisys, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 11-9, jan./jun. 2010
12
BRASIL. Lei nº 14.192, de 4 de agosto de 2021. Lei Nº 14.192, de 4 de Agosto de 2021: Legislação
Informatizada - LEI Nº 14.192, DE 4 DE AGOSTO DE 2021 - Publicação Original. Brasília: Diário Oficial
da União, 5 ago. 2021.
11

primeira-ministra etc), quando candidata a estes cargos ou quando presente nestes


espaços públicos.

Se enquadra como VPG a prática de: a) Questionamentos sobre a aparência física,


b) Exclusão dos debates, c) Interrupção constante da fala sem justa razão, d)
Ameaças por palavras, gestos, ou outros meios que causem desconforto,
constrangimento, amedrontamento e ou coação; e) Difamação, f) Desvio de recursos
das campanhas femininas para as masculinas, g) Desqualificação com a crença de
que a mulher não possui competência, h) Violação à intimidade por meio de fotos,
e-mails ou dados pessoais, i) Perseguição política, j) Agressão verbal ou física e, k)
Assédio moral e ou sexual.

4.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA


4.2.1 Os Direitos Políticos das Mulheres na América Latina

Na América Latina, o pioneirismo do ocidente se encontra no Brasil Colonial após a


morte de Zumbi dos Palmares, com sua companheira e guerreira, Dandara dos
Palmares. Ela liderou o quilombo após o falecimento de Zumbi e libertou muitas
pessoas escravizadas. Na década de 1700, ainda no Brasil, Tereza de Benguela
também liderou um quilombo chamado Piolho ou Quariterê durante quase duas
décadas, após a morte de seu marido, José Piolho (HIRSCH, [S.D])13. Um século
mais tarde, a família real portuguesa chega ao Brasil e em 1817 Leopoldina, nascida
na Austrália, praticamente governou o país. No entanto, seu marido, Dom Pedro I,
não tinha responsabilidade com as suas demandas e foi ela que tomou a frente na
liderança do Brasil.

Quando se trata do voto feminino a América Latina foi uma das últimas a permitir o
voto feminino. Em Cuba o voto Somente foi efetivado na promulgação do decreto
nº13 de 02 de Janeiro de 1934, o sufrágio feminino no qual o presidente Mendieta
aprovou-o. Em 1960 foi criada a Federação das Mulheres Cubanas (FMC), presidida
por Vilma Espín.
13
HIRSCH, Lorena. Tereza de Benguela: a escrava que virou rainha e liderou um quilombo de
negros e índios. Disponível em:
<https://www.ufrb.edu.br/bibliotecacecult/noticias/220-tereza-de-benguela-a-escrava-que-virou-rainha-
e-liderou-um-quilombo-de-negros-e-indios>. Acesso em: 30 jul. 2023.]
12

Na Argentina, Evita Perón foi destaque na era do Peronismo. Ela era responsável
por dialogar com os sindicatos e também ajudava os mais necessitados, chegando a
formar a Fundação Eva Perón, que fez diversos projetos sociais. Além disso, propôs
a lei do sufrágio feminino que foi aprovada em 1947. Paralelamente, na Colômbia, o
sufrágio feminnio só foi permitido em 1886. Com base em dados de 2022, o
Congresso do país atingiu a porcentagem de 29,8% de mulheres no Parlamento e
Francia Marqués foi a primeira vice-presidente negra do país desde de agosto de
2022. Entretanto, o México foi um dos últimos países da América Latina a
permitirem o voto feminino, em 1955. Terra de Frida Kahlo, ícone feminista que foi
pioneira nas artes, o México atualmente tem somente 5% das mulheres nos cargos
de poder.

4.2.2 Os Direitos Políticos das Mulheres nas Potências Mundiais

O século XX foi marcado por uma série de conflitos e revoluções que foram
responsáveis por alterar o rumo do desenvolvimento mundial. Na segunda metade
do século XIX, o capitalismo financeiro e o industrial estavam crescendo
aceleradamente e se mesclando, ocasionando em uma integração da economia
mundial. As nações que haviam iniciado sua industrialização — como os Estados
Unidos e a Inglaterra — se beneficiaram muito no período e passaram a se expandir
para, principalmente, territórios asiáticos e africanos, marcando o processo que ficou
conhecido como Neocolonialismo ou Imperialismo.

Nesse cenário, a Alemanha buscava a unificação com a Prússia enquanto


enfrentava a França. Ambos lados terminaram formando suas respectivas alianças,
a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, e a tensão política na região acabou se
tornando um conflito armado em escala mundial que afetou os setores econômicos
de todos os países em torno do globo.14

Com a necessidade do constante envio de tropas por parte dos países participantes
da guerra, cerca de 60 milhões de soldados homens lutaram na 1ª Guerra Mundial.

14
FERNANDES, Cláudio. Primeira Guerra Mundial: A Grande Guerra. [S.D]. Disponível em:
<https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-mundial.htm.> Acesso
em: 30 jul. 2023.
13

A perda desses homens, que até então eram a imensa maioria da força de trabalho,
resultou em uma urgência imediata da reposição desses cargos em indústrias
essenciais e em fábricas de armamento na Europa, e a solução encontrada foi
preencher essas vagas com a força de trabalho feminina.

No Reino Unido, em 1918, as fábricas de munição quase alcançaram 1 milhão de


funcionárias mulheres, segundo o Museu Imperial da Guerra. No mesmo período,
nas fábricas de armamento francesas, a força de trabalho feminina era um quarto do
total do país. Nos Estados Unidos, mulheres de todas as classes sociais também
passaram a ser integradas no mercado de trabalho, e mulheres europeias e
americanas tiveram um papel fundamental no front da batalha como motoristas de
ambulâncias e caminhões de mantimentos, enfermeiras e mecânicas.
Com o fim da Primeira Guerra, ocorreu uma demissão em massa de mulheres para
que seus empregos voltassem aos homens e por toda Europa o incentivo dado era
que as mulheres retornassem ao papel exclusivo de trabalhadoras domésticas e
mães. Entretanto, o desempenho dessas mulheres em suas funções laborais
durante a Guerra ocasionou uma transformação no pensamento e a causa política
feminina ganhou força, reivindicando cada vez mais direitos.15

Em diversos países pela Europa as mulheres retornaram à luta iniciada no século


XIX no Reino Unido em busca do direito ao voto, coisa que, até então, na maior
parte dos países, só era acessível aos homens. Em 1918, Alemanha, Áustria e
Polônia aprovaram leis legalizando o voto feminino e o Reino Unido promulgou a
legislação que concedia o direito de participação em eleições parlamentares a
algumas mulheres. Contudo, apenas em 1928 todas as mulheres britânicas
conquistaram pleno sufrágio, com direitos iguais aos homens. Nos Estados Unidos,
após a promulgação de uma emenda à Constituição em 1920, as mulheres também
obtiveram o direito ao voto. Em contraste, a França demorou mais de 20 anos para
permitir o voto feminino, aprovando a lei somente em 1944.

Já na ásia, a Constituição japonesa de 1947, também conhecida como a


"Constituição pós-guerra do Japão", redigida após a Segunda Guerra Mundial,

15
Na leitura dos dossiês, é possível ver mais detalhadamente sobre as reivindicações e conquistas
das mulheres de cada país presentes no comitê.
14

trouxe importantes reformas políticas, sociais e econômicas para o país. Entre essas
mudanças, a concessão do sufrágio universal para as mulheres foi um marco
significativo na luta pela igualdade de gênero no Japão. Em 2016, Yuriko Koike
tornou-se a primeira mulher a ser eleita Governadora de Tóquio, uma das posições
políticas mais influentes do país.

Todavia, as mulheres ainda estão sub-representadas na política japonesa em


relação aos homens, especialmente em cargos de alto nível. Em 2003, o governo
anunciou que queria ver 30% de todos os cargos de gestão ocupados por mulheres
até o ano de 2020. Porém, estatísticas oficiais divulgadas em 2021 revelaram que
apenas 13,2% dos gerentes eram mulheres. Barreiras culturais, expectativas sociais
tradicionais e desigualdades de gênero ainda são desafios a serem enfrentados para
alcançar uma representação política

Na República Popular da China, país que vem crescendo economicamente cada vez
mais, a Revolução Chinesa foi um marco não só pelas transformações políticas, mas
também pelas sociais. Desde a Revolução de 1949, as mulheres chinesas vêm
conquistando uma série de melhorias no que diz respeito aos direitos femininos na
China, passando a ter a educação, o trabalho e a participação política definidos
como direitos legalmente reconhecidos.

Na época também ocorreram campanhas que estimulavam a inserção da mulher no


mercado de trabalho e a participação mais ativa na sociedade, banindo práticas até
então recorrentes como o casamento forçado e prometendo a garantia de
equiparação salarial. Recentemente, o presidente chinês Xi Jinping reafirmou o
compromisso com a igualdade de gênero e com a proteção dos direitos e interesses
das mulheres.

A Federação Russa é popularmente conhecida no mundo ocidental pela não


aderência a pautas como a LBGTQIA+ e por uma série de denúncias de violação a
direitos das mulheres. Entretanto, se observa que o país tem histórico que vai
contrário a unânime imagem construída, com diversas mulheres participando
ativamente em momentos decisivos da história da nação.
15

Um exemplo foram as manifestações organizadas no Dia Internacional da Mulher


em 1917, em plena Revolução Russa. Naquele 8 de março, mulheres saíram às
ruas da cidade de São Petersburgo reivindicando melhores condições de vida e a
saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. Esse evento é datado como um marco
do início da causa feminista no país.

Em 1920, a Rússia se tornou um dos pioneiros em algo que muitos países ainda
falham: os direitos reprodutivos femininos, com o aborto sendo permitido em todas
as circunstâncias até a 12ª semana. Porém, em 2017, o presidente Vladimir Putin
despenalizou casos de violência contra a mulher em situações em que "não haja
danos à saúde" e que não se repitam em um intervalo de um ano. Tal lei representa
um atraso ainda presente no país no que tange às leis de direitos e proteções a
mulheres.

4.2.3 O Direito Político das Mulheres no Oriente Médio, Ásia e África.

O Oriente Médio foi, definitivamente, um dos últimos lugares do mundo a permitirem


o voto. Ainda existem países que não permitem, como o Catar e a Arabia Saudita. O
Xá Reza Pahlevi, no Irã, permitiu o voto femeninio em 1963, na chamada
“Revolução Branca”. Seguidamente, o Afeganistão instaurou o voto feminino 1964,
além da ocupação de cargos públicos, porém com a chegada do Talibã os direitos
das mulheres foram reprimidos.

Na Ásia, o Japão foi inspirado pelo movimento sufragista nos EUA em 1924 e forma
a Liga pelo Sufrágio Feminino no Japão, pela Fusae Ichikawa. Após 22, em 1946, o
voto feminino foi permitido no Japão. Em 1986 a Lei da Oportunidade Igual de
Emprego entrou em vigor. Já na Índia, o voto só foi permitido em 1950.

Nos países Africanos as mulheres passaram a votar entre 1940 a 2010. Hoje, ainda
sofrem com casamentos forçados e poucas legislações, porém as mulheres estão à
frente quando se trata de participação política nos parlamentos, como Ruanda que
conta com 68% de mulheres e Moçambique com 40% de participação.
16

4.3 EDUCAÇÃO E A ACESSIBILIDADE POLÍTICA

Malala Yousafzai, ativista paquistanesa pelo direito feminino nas mais diversas áreas
sociais e, principalmente, na questão educacional, uma vez salientou: ‘’Um livro,
uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo’’. Vítima de uma
tentativa de assassinato em 2012 por falar abertamente sobre o direito feminino em
seu país, Malala é um exemplo de como a busca pela educação é necessária e
como o saber abre as portas para a saída da caverna da medievalidade.

Assim como reiterado pelo artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
a educação é (ou deveria ser) um direito concedido a todos os seres humanos de
forma igualitária. Os 193 países-membros da ONU que são signatários seriam
responsáveis pelo cumprimento desta e das demais cláusulas, mas é de
conhecimento geral que o acesso pleno à educação não é uma realidade em grande
parte dos países do globo, principalmente naqueles que não possuem status de
‘’desenvolvido’’ pela geopolítica mundial.

Do México ao Líbano, em um mundo utópico e justo, sabemos que todas as


mulheres deveriam ter seu ingresso ao mundo acadêmico de forma fácil e
compromissada, fato que não ocorre devido a fatores econômicos, religiosos e até
bélicos. A ausência do conhecimento básico impede o acesso aos cargos políticos,
causando uma invisibilização de todo um público feminíno que é obrigado a ser
representado por entidades que muitas vezes suprimem os direitos das mulheres de
forma proposital. Quando refletimos sobre os diferentes aspectos existentes em um
mesmo território podemos ainda considerar os diferentes meios para
representatividade política em meios rurais e interioranos, onde, muitas vezes, é
muito mais fácil o silenciamento desse tipo de temática, suprimindo mais uma vez a
voz da necessidade.
“É somente por meio da educação que as pessoas de todas as
idades podem adquirir os conhecimentos e habilidades para se
adaptarem às mudanças que estão impactando todas as nossas
sociedades, sejam elas demográficas, climáticas ou tecnológicas. A
educação de mulheres e meninas têm o poder de salvar vidas,
17

estimulando os efeitos multiplicadores que reduzem a pobreza, a


mortalidade materna e infantil e o casamento precoce.”16

Em 2022 completou-se 10 anos que a ONU instituiu o Dia Internacional da Menina,


visando tornar visível a pauta sobre as desigualdades de gênero no processo de
crescimento, oportunidades e afazeres ao redor do planeta. Dados da UNICEF
mostram que meninas de 5 a 14 anos passam 160 milhões de horas por dia a mais
em atividades domésticas não remuneradas em comparação a meninos na mesma
faixa etária, o que claramente compromete o contato com a educação e o processo
de socialização primária que é um conceito tão destacável nos estudos sociológicos.
No cenário mundial de reconhecimento tecnológico apenas 17 mulheres
receberam o Prêmio Nobel em física, química ou medicina desde Marie Curie,
em 1903, em comparação a 572 homens. Tal dado não é existente pela falta de
esforço feminino ou de conquistas das mulheres na área, visto que, por exemplo, a
responsável por mapear o genoma do vírus da COVID-19 ainda no período
pandêmico foi uma mulher e cientista brasileira, Jaqueline Goes de Jesus.

De acordo com pesquisas de 2018 da UNESCO, apenas 28% dos pesquisadores do


mundo são mulheres, dado preocupante que demonstra um déficit no avanço
sustentável e igualitário da nação humana e que ocorre por diversos contextos
sociais, expectativas e normas. Com base nisso, reforçamos mais uma vez a forma
como tal fato impede o acesso aos pilares iniciais do mundo político ao público
feminino mesmo em países que promovam constitucionalmente direitos de acesso
no campo estatal. Além disso, promove a falta de motivação, representatividade e
interesse pela luta a favor dos direitos básicos e isonômicos. Não receber conceitos
e noções sobre política e interações sociais interrompe uma série de avanços
possíveis nas mais diversas áreas humanas e tecnológicas que poderiam vir a brotar
de uma integração conjunta de conhecimentos. Para Lévy (2003), a inteligência
coletiva é aquela que se distribui entre todos os indivíduos, que não está restrita
para poucos privilegiados. O filósofo afirma que o saber está na humanidade e todos
os indivíduos podem oferecer conhecimento, não havendo ninguém que seja nulo
nesse contexto, ou seja, independente de gênero e demais diferenças.

16
UNESCO. Do acesso ao empoderamento: estratégia da UNESCO para a igualdade de gênero
na e por meio da educação para 2019-2025. [s.l.: s.n.], 2020. Disponível em:
<https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000372464>.
18

Quando nos referimos a adultos completos, dois terços dos 750 milhões de adultos
analfabetos são mulheres, uma proporção que permanece inalterada desde 1976,
quando foi disponibilizado pela primeira vez o total global de analfabetos. Refletindo
sobre as realidades plurais e sabendo das condições bélicas que nosso mundo
enfrenta, dados da UNESCO mostram que a probabilidade de meninas refugiadas
estarem na educação secundária é metade daquela de seus pares do sexo
masculino.

Sabendo da problemática existente, tanto a educação quanto a igualdade de


gênero são partes integrantes da Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, aprovada em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas. A CSW
anunciou no início de 2023 que sua 67º reunião conceberia o seguinte tema:
Inovação, mudança tecnológica e educação na era digital para alcançar a igualdade
de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas.

‘’Nas últimas décadas, ocorreu um avanço significativo quanto à participação das


meninas na educação. Desde o ano 2000, as tendências mostram um aumento
pequeno, mas consistente, nas taxas de matrícula de meninas e mulheres em todos
os níveis de ensino (Figura 1). Em todo o mundo, em 2014, a paridade de gênero foi
atingida na educação primária [...]. Um Avanço importante ocorreu na educação
superior, onde as matrículas de mulheres quase dobraram entre 2000 e 2014, com
as jovens mulheres constituindo a maioria dos estudantes de graduação e mestrado
em todo o mundo. No entanto, a porcentagem de mulheres que continuam no nível
de doutorado cai mais de 7%, quando comparada às matriculadas no
mestrado.Apesar das tendências mundiais positivas, existem disparidades
significativas entre regiões e países, assim como entre grupos específicos dentro de
um mesmo país (Figura 2).’’17

Ao longo da história, podemos encontrar por diversas vezes a influência da


educação na política. No Movimento Sufragista, entre o século XIX e XX, as
mulheres que estavam à frente do movimento eram moças de famílias burguesas

17
UNESCO Office in Brasilia . Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências,
tecnologia, engenharia e matemática (STEM). [s.l.: s.n.], 2018. Disponível em:
<https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000264691>.
19

que tiveram contato com uma certa educação graças ao nível social em que
estavam inseridas. Dessa forma, ainda muito limitadas pelo machismo estrutural,
reivindicavam direitos à uma educação mais ampla e mais acessível, direito ao voto,
ao trabalho em diferentes áreas e ao divórcio. Tendo sido a Nova Zelândia o primeiro
país democrático a reconhecer o direito ao sufrágio feminino, ainda hoje há um
déficit da presença feminina em áreas do conhecimento e em outros aspectos
sociais. Tal dificuldade se amplia quando nos referimos à regiões interioranas e
rurais, onde a logística da acessibilidade é endurecida. No Brasil, por exemplo,
dados do principal órgão de pesquisas e estatísticas populacionais (IBGE) mostram
que o número de analfabetismo na área rural supera fortemente o analfabetismo na
região urbana, onde os problemas sofrem acréscimos quando nos referimos a uma
população negra (Figura 3).

Quando saímos desse aspecto de um país ocidental, emergente e de grandeza


continental para a realidade geopolítica global, temos outros fatores relevantes.
Muitas unidades políticas diferentes povoam as diversas regiões do globo, onde
encontramos diversas teocracias e guerras que existem há anos. Em muitos desses
países, os direitos femininos e os métodos educacionais são baseados em livros
sagrados, o que traz uma completa e nova perspectiva sobre o tema uma vez que
exercem seus direitos de crença em determinado território. Guerras tornam instáveis
a realidade não só de mulheres mas de toda uma população. Conflitos como a
Guerra da Ucrânia deixam países pobres ainda mais pobres, como ocorre com o
Iêmen, na África, onde a população passa por um conflito bélico silencioso e o
aumento constante da fome. Sabemos que, ao mesmo tempo, países como a
Noruega apresentam ótimo índice de desenvolvimento e educação, o que reflete em
suas políticas públicas para a igualdade de gênero. Enquanto isso, países com
superpopulação passam por um momento em que há a maior demanda de
necessidades educacionais e políticas públicas básicas nos últimos séculos, o que
contrasta com a realidade de muitas outras nações. A resposta para a resolução do
problema educacional e político clama, definitivamente, por trabalho conjunto e
inteligência coletiva para a tomada de novas revoluções sociais a partir do respeito e
da promoção do conhecimento.
20

5 FIGURAS PÚBLICAS E OUTROS ÓRGÃOS

Viu-se a necessidade de chamar figuras públicas para debater o tema proposto,


trazendo ativistas, políticas e cantoras para trazer o conhecimento e que possam
ajudar a chegar a uma proposta de resolução através de suas falas e opiniões.
Foram chamadas as figuras públicas Malala Yousafzai, Anielle Franco, Angela
Davis, Angela Merkel, Beyoncé, Taylor Swift, Sônia Guajajara e Djamila Ribeiro.

É de extrema importância trazer organizações focadas nos direitos das mulheres


para a discussão do tema. Foram chamados os Órgãos All Out (LGBTQI+), Black
Lives Matter (BLM) e a Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do
Caribe.

6 PRINCIPAIS ATORES
6.1 BRASIL

A luta política relativa aos direitos políticos femininos no Brasil tem seu nascimento
datado ao final do século XIX, período no qual a Lei Saraiva (1881) instituiu direito
ao voto às pessoas com título científico. A cirurgiã-dentista gaúcha Isabel de Mattos
Dilton, diante dessa lei, se registrou como eleitora, porém terminou por ter o
exercício do voto negado.

Já no começo do século XX, o Partido Republicano Feminino foi criado no país pela
professora Leolinda de Figueiredo com o objetivo de defender os interesses da
parcela feminina da sociedade. Em 1920, a Liga pela Emancipação Intelectual da
Mulher (LEIM) foi fundada, tendo seu nome modificado em 1922 para Federação
Brasileira pelo Progresso Feminino, liderada por um grande nome do feminismo no
Brasil: Bertha Lutz.

Atuando ativamente desde sua constituição na conquista de maiores direitos para as


mulheres, a federação se preocupava com pautas como a inserção da mulher no
mercado de trabalho e o acesso indiscriminado à educação, além da conquista do
voto, chegando até a realizar um congresso a nível internacional no Rio de Janeiro
na defesa da participação feminina na tomada de decisão dos representantes.
21

Em 1927, o Brasil deu um passo considerável na luta dos direitos femininos quando
o Rio Grande do Norte aprovou uma lei estadual que garantia o direito de voto às
mulheres, e a professora Celina Guimarães que morava no município de Mossoró foi
a primeira mulher na América Latina a se alistar para voto.

No mesmo estado, Alzira Soriano foi candidata à prefeitura com o apoio do


governador vigente do estado, vencendo com 60% dos votos. Tendo esse ocorrido
como ponto de apoio, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino expandiu sua
luta e, finalmente, o voto feminino foi conquistado nacionalmente com a aprovação
do Código Eleitoral, em 1932 – menos de 100 anos atrás.

Dessa conquista para frente, diversas outras personagens feministas e instituição se


estabeleceram no país em uma luta por uma igualdade de gênero social e política e
atualmente, mesmo com tantas conquistas e leis extremamente essenciais
adquiridas no último século no país, como a Lei Maria da Penha e a Lei Carolina
Dieckmann, ainda há um longo caminho para se percorrer.

Em um documento de 2020 da ONU Mulheres, o Brasil se encontrou em nono lugar


entre onze países da América Latina no que diz respeito aos direitos políticos das
mulheres. Seu índice de Paridade Política (IPP) foi de 39.5, ficando acima apenas
do Chile e do Panamá. A título de comparação, o México – país que atingiu maior
pontuação entre os avaliados – teve o índice de 66.2.

Consequentemente, torna-se essencial a presença da delegação brasileira na


discussão como um país de ampla influência mundial e especialmente na América
Latina e com o caso ainda recente do assassinato da veradora feminista e ativista
Marielle Franco.

6.2 IRÃ

Durante o século 20, a descoberta de jazidas de petróleo fez com que Inglaterra e
EUA se envolvessem diretamente na disputa pelo poder no país. Em 1953, os dois
países apoiaram um golpe militar que depôs o primeiro-ministro Mohammad
22

Mossadeq e instaurou uma ditadura liderada pelo xá Reza Pahlevi, que seria
favorável aos interesses do ocidente

Desde a instalação da ditadura até os tempos atuais, muitas mudanças ocorreram


em relação aos direitos femininos no Irã. Durante a ditadura de Reza Pahlevi, as
mulheres foram proibidas de usar o véu, com a polícia removendo a força daquelas
que não cumprissem a regra. Porém, com a pressão estadunidense, o xá
implementou reformas que estabeleciam uma campanha de alfabetização e o
fortalecimento dos direitos das mulheres.

Em um processo que foi tardiamente chamado de Revolução Branca, essas


reformas ampliaram o direito ao voto às mulheres em 1963 e também lhes
concederam os mesmos direitos políticos que os homens já possuíam. A lei de
proteção à família também foi implementada no período e aumentou a idade mínima
para o casamento das meninas, passando de 13 para 18 anos.

Entretanto, por mais que o Irã apresentasse uma série de melhorias em relação às
liberdades sociais, o governo ainda se caracterizava pela forte repressão contra
opositores políticos, controle da imprensa e perseguição contra ativistas políticos. A
insatisfação popular resultou na Revolução Islâmica, que era apoiada por
esquerdistas e liberais que clamavam pelo fim da interferência ocidental no país e
pela verdadeira democracia, respectivamente, e também por religiosos.

Em reação aos protestos e a crescente onda conservadora que passava a se


manifestar cada vez mais na sociedade iraniana, o governo de xá Reza Pahlevi
desistiu de todo apoio antes dado às mulheres — algumas que até haviam
conquistado certo espaço na política — e todo progresso em relação a direitos
femininos foi desestabilizado.

Em 1979, com a derrubada do antigo poder e a entrada de aiatolá Ruhollah


Khomeini, um governo que mistura ideias democráticos e teocráticos foi instaurado e
ideais religiosos passaram a servir como regras no país, com as mulheres sendo
obrigadas a usar o véu islâmico, por exemplo. A retirada da autonomia feminina se
estendia em outros aspectos para além das vestimentas, pois com o tempo ocorreu
23

uma segregação por gênero nas escolas e muitas meninas foram impedidas de
estudar.

Recentemente, após anos de repressão e violência, uma onda de protestos se


intensificou no país após a morte de uma jovem curda iraniana de 22 anos, Mahsa
Amini, após ser presa por uso inadequado do véu islâmico. As autoridades do Irã
afirmaram que a menina teria morrido por problema de saúde próprio, porém é
acreditado pela população e pela família que sua causa da morte foi, na verdade, a
agressão a qual foi submetida.

No dito comitê, o Irã se apresenta como membro observador devido a sua expulsão
da Comissão sobre a Situação da Mulher em dezembro de 2022, mas ainda assim
seu posicionamento é de extrema importância devido a onda de protestos feministas
que vêm se alastrando pelo país com reivindicações contrárias a violência diária que
as mulheres iranianas estão enfrentando.

6.3 ALEMANHA

Desde sua entrada na Organização das Nações Unidas (ONU) em 1973 — entrada
essa que foi postergada devido aos eventos da Primeira e Segunda Guerra Mundial
— a República da Alemanha vem se destacando entre as demais potências
mundiais devido ao seu compromisso com os direitos humanos e com a igualdade.
Com a reunificação alemã em 1990, a República Federal assumiu cada vez mais
responsabilidades, participando diversas vezes do Conselho de Segurança. Em
2021, a Alemanha foi o segundo maior contribuinte para toda a ONU, além de ser
para a ajuda humanitária o segundo maior doador bilateral.

Esse compromisso com os direitos humanos fica nítido ao observar os relatórios


anuais da ONU Mulheres, em que o país fica a frente de muitos no que tange os
direitos femininos e a participação político-social das mulheres na sociedade. No ano
de 2015, a lei de participação equitativa de mulheres e homens em cargo de chefia
entrou em vigor nos setores públicos e privados. Cinco anos depois, em 2020, uma
cota foi estabelecida, determinando que 30% dos cargos administrativos das
empresas presentes na Bolsa de Valores deveriam ser ocupados por mulheres.
24

É possível apontar uma mulher como a responsável por anos de desenvolvimento


no país. De 2005 até 2021, Angela Merkel foi a chanceler da República da
Alemanha — cargo que equivale ao de primeira-ministra. Merkel foi a primeira
mulher a ser chefe de Estado e entre os títulos que já recebeu estão: “líder factual
da União Europeia”, “a mulher mais poderosa do mundo” e “líder do Mundo Livre”.

Entretanto, ainda há espaço para melhora na nação europeia. Nos últimos anos, a
cota de mulheres no Parlamento Federal decaiu, estando por volta de 31,2%, mas
em contrapartida, em 2019, 53,7% de mulheres tinham maturidade escolar para a
universidade e 51,8% de mulheres estavam entre os calouros. Em 2020, a diferença
salarial entre homens e mulheres estava em 18%.

No presente comitê, a presença da delegação da Alemanha se mostra


extremamente crucial devido a sua influência na União Europeia, além de seu papel
como exemplo global de direitos e igualdade da mulher na política.

7 QUESTÕES RELEVANTES

A partir da elaboração deste documento, foram elaboradas algumas questões que


auxiliam na total compreensão do tema e no direcionamento dos estudos dos
senhores delegados. É importante dar atenção aos tópicos aqui apresentados, pois
o debate da simulação e a agenda seguiram uma linha parecida a esta.

● Maneiras para garantir leis que promovam igualdade efetivas nas plataformas
políticas;
● A acessibilidade no meio político: como derrubar barreiras na composição de
cenários representativos;
● Medidas para fazer com que debates e leis sobre igualdade de gênero
atinjam, de forma eficiente, unidades sociais dentro e fora do meio urbano;
● Caminhos para conscientizar politicamente mulheres em situações de
extrema dificuldade e pobreza;
● Meios para sanar a impunidade sofrida por mulheres negras, indígenas,
orientais, LGBTQIA+ e PCD's na política;
25

● Meios punitivos para lidar com a violência política de gênero e acabar com a
invisibilidade desse tipo de ação;
● A educação no contexto da inserção política;
● Caminhos para lidar com o bem-estar feminino respeitando os direitos
humanos relacionados à cultura de sociedade e crença;
● Regiões do globo que sofrem demasiadamente com o desrespeito político ao
público feminino e como desinflar tal situação;
26

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<https://br.rbth.com/historia/86871-8-mulheres-sovieticas-pioneiras>. Acesso em: 30
jun. 2023.

BRANDÃO, L. R. da S.. DESIGUALDADE DE GÊNERO NA REPRESENTAÇÃO


POLÍTICA DEMOCRÁTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIA – ES.
Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local) - Escola
Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. Vitória,
p. 115. 2020.
30

ANEXOS - TABELAS/MAPAS/FIGURAS

FIGURA 1 FIGURA 2

FIGURA 3
31

TABELAS DE REPRESENTAÇÕES

Todos os países são de extrema importância para as discussões, no entanto, alguns


possuem maior ou menor relevância no que tange aos direitos políticos femininos.
Espera-se compromisso dos delegados com correspondente expectativa da tabela
abaixo.

República Federativa do Brasil

República Federal da Alemanha

República Popular da China

República Islâmica do Irã


(Observador)

Inglaterra (Observador)

República Francesa (observador)

República da Índia

Estados Unidos da América

República Islâmica do Paquistão


32

República Islâmica do Afeganistão

República do Líbano

República do Iraque (observador)

Estado do Catar (observador)

República de Cuba

República Argentina

República da Colômbia

Estados Unidos Mexicanos

Estado de Israel

Japão

Reino de Marrocos
33

República da África do Sul

República Federal da Nigéria

República do Benim

Reino da Dinamarca

Federação Russa

All Out (LGBTQI+)

Black Lives Matter (BLM)

Conferência Regional sobre a Mulher


da América Latina e do Caribe

Malala Yousafzai

Anielle Franco

Angela Davis
34

Djamila Ribeiro

Angela Merkel

Sonia guajajara

Beyoncé

Taylor Swift

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