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GUIA DE ESTUDOS
CDH (2017)
Práticas tradicionais que ferem
os direitos das crianças
4.1 Índia........................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 16
1 APRESENTAÇÂO DA EQUIPE
Olá, senhores delegados, meu nome é Isabela Rabelo, sou estudante do 3° período
de Relações Internacionais e este é meu segundo MINIONU, primeiro como diretora
assistente. No ano passado, fui voluntária e adorei a experiência. Espero auxiliá-los da
melhor forma possível para que possamos aproveitar ao máximo.
Meu nome é Julia Edmundo Moss, tenho 19 anos e curso o 3º período de Relações
Internacionais na PUC Minas. Esta será minha segunda participação no MINIONU, sendo a
primeira como voluntária no comitê CDH 2017 e, agora, como Diretora Assistente também
no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas 2017. Espero que essa experiência
seja válida e de grande importância para todos nós, assim como foi para mim no ano
1
E-mail: 18minionucdh2017@gmail.com
4
passado. Sinto-me extremamente grata por poder crescer dentro do evento e por ter a
oportunidade de simular. Fui feliz por estar numa equipe preparada e amiga, com delegados
engajados e competentes, enfrentando minha timidez e notando o quão determinados nós
jovens somos para lidar com as questões sociais, políticas e econômicas nos dias de hoje.
Que esse ano possamos ter mais um evento incrível, de muito aprendizado e amizades.
Olá, senhores delegados e senhoras delegadas. Meu nome é Polyana Freitas e vou
participar da 18ª edição do MINIONU como Diretora Assistente do comitê CDH 2017. Tenho
20 anos e estarei cursando o 4º período de Relações Internacionais durante esta edição do
projeto. Esta será minha segunda participação no MINIONU, sendo que a primeira ocorreu
ano passado, como voluntária da imprensa, e foi sensacional. Esse ano, decidi trabalhar na
parte de Relações Internacionais do projeto, para conhecer melhor regras e normas da
Organização das Nações Unidas, especialmente do Conselho de Direitos Humanos, além
de vivenciar esse debate maravilhoso. Espero que vocês possam sentir todo nosso amor e
esforço dedicado ao projeto. Sejam bem-vindos, senhores delegados, e até outubro!
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2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
2
Documento criado em 1948, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que estabelece os direitos
inalienáveis do indivíduo (ONU, 2017). Disponível para acesso em:
<http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf>
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com exceção dos Estados Unidos3. Neste documento, os Estados enfatizaram a importância
da cooperação internacional para que esses direitos fossem garantidos a elas. Dentre os
direitos fundamentais das crianças citados na resolução, podem ser citados o direito de
liberdade, proteção, de acesso à educação e saúde, entre outros (UNICEF, 2017). Com
esse interesse e disposição, e, principalmente através de tratados, os direitos humanos
passam a ser universalizados. Essa universalização interpreta os direitos inalienáveis como
normas atemporais e independentes de fatores culturais, religiosos e tradicionais
(FERREIRA, 2016).
No ano de 1993, em Viena, ocorreu a II Conferência de Direitos Humanos, que
consolidou o princípio da indivisibilidade dos direitos humanos, segundo o qual a violação de
um direito afeta o respeito por muitos outros, de modo que é insuficiente respeitar alguns
direitos e outros não. Dessa forma, direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais
foram considerados inter-relacionados e interdependentes. Foi elaborada, por fim, a
Declaração de Viena, que afirmava o universalismo dos direitos de cada pessoa e negava a
possibilidade do relativismo cultural ser institucionalizado4. Porém, a indivisibilidade se opõe
a muitas tradições existentes em diversas sociedades.
Muitas práticas ainda ferem os direitos básicos das crianças. Em muitos lugares, as
crianças possuem seus direitos restringidos por práticas que estão incorporadas em
determinadas culturas - que serão exploradas nos próximos tópicos. Apesar de afirmarem a
necessidade das nações em promover e proteger os direitos humanos de forma universal,
as características singulares de cada Estado não podem ser ignoradas (FERREIRA, 2016).
Para entender sobre a dualidade existente, é necessário entender o debate sobre o
universalismo -explicado anteriormente- e o relativismo cultural.
A noção de relativismo cultural postula que, para defender os direitos inalienáveis
dos homens, fatores como a cultura e outras particularidades devem ser considerados. Essa
concepção afirma que valores universais não devem ser impostos, pois as práticas de cada
sociedade são dadas em momentos históricos distintos, e dependem da cultura de cada
povo. Dessa forma, suas particularidades devem ser respeitadas e, portanto, os direitos dos
indivíduos estão sujeitos à variações. Em outras palavras, a proteção dos direitos está
submetida à soberania dos Estados. Cabe ao Estado e seus poderes decidirem quais
práticas serão ou não aceitas (MARTINS, 2011).
Com esse pensamento em mente, é possível afirmar que, para o relativismo, cada
sociedade possui uma visão particular dos direitos humanos, e estes estão diretamente
relacionados ao sistema político, cultural e social ao qual eles estão inseridos (FERREIRA,
3
Apesar de não ter assinado o documento final da Convenção sobre os Direitos da Criança, os
Estados Unidos se mostraram, posteriormente, interessados em sua assinatura e ratificação.
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2016). Dada a importância do debate acima para os países, este tema será debatido através
das práticas tradicionais que ferem os direitos das crianças. Para exemplificar, pode ser
citada a mutilação genital feminina – um dos temas abordados no comitê-, em países
declarados islâmicos, como a Etiópia e o Egito (ONU, 2016). Essa prática tão tradicional
para as culturas etíope e egípcia viola os direitos das crianças. Para os Estados citados,
essa e outras mais são apenas práticas tradicionais realizadas em contexto interno, e, para
eles, devem ser respeitadas.
As tradições e valores tradicionais de cada sociedade são construídos por processos
históricos não contestados. Ocasionalmente, esses valores e tradições levam à
marginalização de diversos grupos, como as crianças, e a sua consequente segregação, de
contextos que envolvem a área econômica, política, e social. Como exemplo, podem ser
citadas as crianças do sexo feminino que, em muitas sociedades, são proibidas de
frequentar escolas simplesmente por seu gênero (ONU, 2015).
Por um lado, é importante preservar as características e particularidades de cada
povo, contudo, não é correto, para muitos, permitir que os direitos inalienáveis das crianças
sejam feridos. Muitos Estados justificam essas violações dos direitos humanos a partir dos
valores e tradições que orientam sua população, a sociedade acaba internalizando esses
elementos. (PAULA, 2010). No entanto, isso se choca com os princípios de Direitos
Humanos que visa proteger o indivíduo de práticas que possam prejudicar, violentar ou
discriminar as crianças e qualquer outro grupo, independentemente de suas tradições,
cultura ou contexto religioso na qual sua sociedade está inserida. Muitos instrumentos, para
lidar com os direitos das crianças foram criados. Percebe-se então, a pressão feita por
Organizações Internacionais para que os países realizem os compromissos firmados nas
reuniões. Além disso, o Conselho de Direitos Humanos (CDH), através de uma Resolução
sobre os Direitos das Crianças do ano de 2008, demonstrou empenho para, de maneira
conjunta com os países, garantir direitos de meninas e meninos, bem como auxiliar os
Estados para que adotem melhores práticas de respeito e integração à elas. Além disso, o
CDH promove muitas discussões sobre crianças e formas de garantir sua dignidade
(UNHRC, 2017).
Sendo assim, quando os valores tradicionais entram em conflito e minam os direitos
das crianças, os Estados julgam necessário intervir de maneira positiva - incentivando o
respeito à dignidade humana, erradicando estereótipos, valores, tradições e também
práticas prejudiciais. (OHCHR, 2017) Segundo os próprios Estados, cabem a eles “[...]
garantir o direito de cada nação, de cada cultura, de cada tradição religiosa, à diferença,
sem, no entanto, perder o caráter de universalidade reclamado pelos direitos humanos.”
(ARAÚJO, 2011).
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Tradição pode ser definida como “via pela qual os fatos ou os dogmas são
transmitidos de geração em geração sem mais prova autêntica da sua veracidade que essa
transmissão” (DICIONÁRIO AURÉLIO DA LÍNGUA PORTUGUESA ONLINE, 2008 – 2017).
Sendo assim, práticas tradicionais são aquelas que perpetuam num determinado grupo
social ao serem passadas como conhecimento dos mais velhos aos mais novos. Dessa
forma, são criados os traços peculiares de cada povo, isto é, suas próprias crenças e
costumes.
Um exemplo de tradição é a mutilação genital feminina, que será um dos temas
debatidos neste comitê. Trata-se de uma prática milenar que consiste em cortar partes dos
pequenos e grandes lábios vaginais e partes do clitóris. O corte pode ser feito à navalha,
com o uso de facas e também cacos de vidro, e não é usada nenhuma anestesia. Cerca de
100 a 140 milhões de meninas e mulheres já foram submetidas a esse processo, e
aproximadamente três milhões ainda podem sofrê-lo todo ano (OMS, 2009).
Algumas crianças são vítimas de práticas culturais que ferem seus direitos
fundamentais. Em países como o Quênia, por exemplo, a existência de casos de crianças
que são violentadas sexualmente pelos pais ou parentes possui justificativas culturais.
Existem também países que não se posicionam contra a prática da mutilação genital
feminina, por estar estabelecida em uma determinada tradição. (OHCHR, 2017).
O Comitê de Direitos das Crianças (CRC) monitora a implementação da Convenção
Sobre os Direitos das Crianças, criada em 1989, que enfatiza os direitos das crianças à
integridade física e pessoal e destaca a obrigação dos Estados signatários de protegê-las de
"todas as formas de violência física ou mental", incluindo as formas de exploração sexual e
outras, rapto, conflito armado e tratamento ou punição desumana ou degradante. Também
obriga o Estado a adotar medidas preventivas e assegurar que todas as crianças vítimas de
violência recebam o apoio e a assistência que necessitam. (OHCHR, 2017).
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De acordo com dados da ONU, cerca de 67% das mulheres e 63% dos homens
habitantes de Estados em que a prática da circuncisão feminina é presente, se posicionam a
favor da erradicação desta prática (ONU, 2016). Ao mesmo tempo, existem mulheres que
acreditam que a prática é fundamental para que elas possam ser aceitas na comunidade na
qual estão inseridas (ONU, 2016).
O Conselho de Direitos Humanos da ONU também possui uma agenda para tratar da
questão da crianças, muitas reuniões no âmbito do Conselho já foram realizadas. Além
disso, ao fim de cada reunião, são feitos relatórios, contendo os tópicos discutidos e
propostas feitas pelos próprios Estados (OHCHR, 2017).
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ
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Resolução sobre a oficialização do Conselho de Direitos Humanos, no âmbito da Assembleia Geral
das Nações Unidas (AGNU) (UNHRC, 2017)
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4.1 Índia
De acordo com a ONU, a Índia ratificou a Convenção dos Direitos das Crianças
desde 1992. No entanto, muitas práticas tradicionais ainda ferem esses direitos. Um dos
problemas ainda recorrentes no país é o casamento infantil e forçado. Essa prática é
contrária aos princípios básicos dos direitos humanos (ONU, 2016). O Estado indiano, no
entanto, tenta, através de suas leis, acabar com o problema. As crianças, do sexo feminino,
principalmente, estão ganhando, ultimamente garantias constitucionais de igualdade e
dignidade (ONU, 2016)
4.2 Brasil
4.3 Egito
O Estado do Egito luta para combater práticas que podem ferir os direitos das
crianças, como a mutilação genital feminina. O novo código penal do país prevê punições
para autores de práticas que possam ferir a dignidade humana (HUMAN RIGHTS WATCH,
2016). De acordo com a UNICEF, o acesso à educação é igualitário, para pessoas do sexo
feminino e masculino. No que se refere ao casamento infantil, o país possui índices baixos
(UNICEF, 2017).
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As questões abaixo tem como intenção ajudar os delegados a reflexão sobre os direitos das
crianças em seu Estado designado, bem como contribuir para a preparação, a fim de
proporcionar, nos dias de simulação, debates coerentes e proveitosos.
REFERÊNCIAS
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<http://uniseb.com.br/presencial/revistacientifica/arquivos/revista3/2-
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2017.
FABRIS, Gustavo; BORBA, Rafaele; ZOPPI, Pedro. Revista Científica Eletrônica UniSEB:
Malala: Direito à vida, mínimo ético fundamental e as mulheres em países islâmicos.
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<http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/03/1599853-minha-dor-tambem-era-secreta-diz-
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HUMAN RIGHTS WATCH. Egypt: New Penalties for Female Genital Mutilation. [S.I]
Disponível em: <https://www.hrw.org/news/2016/09/09/egypt-new-penalties-female-genital-
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MARTINS, Urá Lobato. Direitos humanos: universalismo versus relativismo. Revista Jus
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[S.I]: 2017. Disponível em:
<http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/Pages/CurrentMembers.aspx>. Acesso em: 12
jan. 2017.
Algumas delegações são mais demandadas do que outras, ou seja, conforme já dito
anteriormente, estas delegações repercutem direta e indiretamente no conflito. Contudo,
cabe a ressalva de que todas as delegações foram escolhidas devido sua importância
dentro das discussões. A tabela de representação, no entanto, classifica as delegações que
serão mais demandadas a se pronunciarem, sendo 1 uma demanda média, 2 uma demanda
alta, e 3 uma demanda alta e constante.
Legenda
Representações medianamente
demandadas a tomar parte nas discussões.
Representações frequentemente
demandadas a tomar parte nas discussões.
República da Albânia
Reino da Bélgica
República do Botswana
República do Burundi
21
República da Croácia
República de Cuba
República do Equador
República de El Salvador
Geórgia
República do Gana
Hungria
República da Índia
República da Indonésia
22
República do Iraque
Japão
República do Quênia
República do Quirguiz
República da Letônia
Mongólia
República do Panamá
República do Paraguai
República Portuguesa
Esatdo do Catar
República da Coréia
República da Ruanda
23
República da Eslovênia
Confederação Suíça
República Togolesa
República Tunisina