Você está na página 1de 103

Os estudos sobre

infância e Relações
Internacionais no Brasil:
um levantamento acerca das
pesquisas na área

Julho de 2022
GeiRI Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Guerra, Maria Eduarda


Os estudos sobre infância e relações
internacionais no Brasil [livro eletrônico] : um
levantamento acerca das pesquisas na área / Maria
Eduarda Guerra ; organização Camilla Pereira, Bruna
Silva. -- 1. ed. -- São Paulo, SP : Ed. da Autora,
2022.
PDF

Bibliografia.
ISBN 978-65-00-48339-0

1. Infância - Aspecto social 2. Relações


internacionais I. Pereira, Camilla. II. Silva, Bruna.
III. Título.

22-117148 CDD-327
Índices para catálogo sistemático:

1. Relações internacionais 327

Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380


Ficha técnica

Grupo de estudos sobre infância em Relações In-


ternacionais (GeiRI)

Coordenação
Bruna Silva
Camilla Pereira

Coleta dos dados


Região Norte: Gabriel Arruda
Região Nordeste: Maria Eduarda Guerra
Região Centro Oeste: Bruna Silva
Região Sudeste: Heloíse Reis, Júlia Lira, Luara Dias
Região Sul: Francielle Pains

Construção dos gráficos


Gabriel Machado

Redação do texto
Camilla Pereira
Maria Eduarda Guerra

Revisão técnica
Bruna Silva
Gabriel Arruda
Júlia Lira

Edição de arte
Bruna Silva
Camilla Pereira

Capa
Clara Moreira

Autoras convidadas
Giovanna Paiva (GEDES)
Patrícia Nabuco Martuscelli (University of Sheffield)
6
SUMÁRIO
Apresentação

10 Introdução

15 Metodologia

20 O panorama das faculdades de


Relações Internacionais no Brasil

26 Os estudos sobre Infância em Re-


lações Internacionais no Brasil

4
Considerações finais
34
Outras reflexões 38
Apêndices 49
Anexos: dados dos trabalhos
encontrados nos repositórios digitais 56
Cadastro para o banco de
dados de trabalhos 99

5
Apresentação

6
Por Bruna Silva e Camilla Pereira1
Co-fundadoras do GeiRI Brasil

Nosso desejo de criar o GeiRI nasceu em fevereiro


de 2021. À época, nos sentíamo-nos “sozinhas” neste
tema, uma vez que éramos as únicas alunas do mes-
trado (e também do doutorado) do nosso programa de
pós-graduação que estudavam infância em Relações In-
ternacionais (RI). Assim, em meio a uma breve conver-
sa, fundamos o grupo e começamos a enviar e-mails
para todos os programas de graduação e pós-graduação
do Brasil que conseguimos. Optamos por extrapolar as
“fronteiras” de nossa universidade a fim de encontrar
outros interessados como nós e que, porventura, tam-
bém poderiam se sentir solitários ou ímpares nessa jor-
nada acadêmica.
A surpresa, portanto, foi bastante agradável. Co-
nhecemos uma série de pessoas – graduandos(as), pós-
-graduandos(as) e professores(as) – tão interessados
quanto nós neste tema. Começamos as reuniões virtuais
aos sábados à tarde e, apesar do horário ingrato, sempre

1 Bruna Silva é mestranda do Programa de Pós-graduação em Rela-


ções Internacionais da PUC-Rio e bacharel em Relações Internacio-
nais pela UFU. Pesquisa sobre infâncias e juventudes, participação
e inclusão de crianças e jovens, agência e segurança internacional.

Camilla Pereira é mestranda do Programa de Pós-graduação em Re-


lações Internacionais da PUC-Rio e bacharel em Relações Interna-
cionais pela mesma instituição e em Segurança Pública pela UFF.
Pesquisa sobre infância, crianças nascidas de estupro em contextos
de guerra, violência sexual em conflitos e segurança internacional.

7
contamos com a presença assídua dos membros. Dessa
forma, unimos indivíduos em diferentes estágios da tra-
jetória acadêmica, de diversos locais do país e com his-
tórias distintas para debatermos sobre um assunto ainda
tão pouco explorado no campo de Relações Internacio-
nais no Brasil.
A partir disso, ousamos ir mais longe. Tivemos a
ideia de escrever um relatório que materializasse nossas
dúvidas. Assim, reunimos alguns de nossos membros e
chegamos ao presente documento. O percurso foi repleto
de dificuldades – faculdades sem repositórios, trabalhos
restritos aos alunos das universidades, sites com alguns
problemas de pesquisa – porém, o comprometimento de
cada um dos envolvidos fez com que pudéssemos com-
pilar esses dados e refletir sobre o cenário nacional.
Por isso, agradecemos nominalmente a Franciel-
le Pains, Gabriel Arruda, Heloíse Reis, Júlia Lira, Luara
Dias e Maria Eduarda Guerra pela dedicação e excelência
na execução deste trabalho. Estendemos estes agrade-
cimentos a Giovanna Paiva e Patrícia Nabuco Martuscelli,
que aceitaram escrever as reflexões finais para este re-
latório, e a Jana Tabak pelo apoio ao grupo desde seu
início.
Esperamos que os dados aqui apresentados auxi-
liem na consolidação dos estudos sobre infância na área
de Relações Internacionais no Brasil e estimulem cada
vez mais estudantes e pesquisadores(as) a se debruça-
rem sobre esta temática. Desejamos a todos(as/es) uma
boa leitura!

8
Você conhece o ECA?
Avaliado como uma das leis mais evoluídas sobre a
proteção de crianças e adolescentes, o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) foi criado pela Lei
n° 8.069 de 13 de julho de 1990. Seu objetivo era
regulamentar o art. 227 da Constituição Federal de
1988, que garantiu às crianças e adolescentes proteção
especial contra negligência, maus-tratos, violência
e exploração. Com o processo de redemocratização
do Brasil, diversas organizações, movimentos sociais
e fundações empresariais se mobilizaram durante o
processo da Constituinte para garantir que os direitos
das crianças e dos adolescentes estivessem presentes
na Carta Magna. Assim, o ECA representa uma inovação
com relação aos documentos anteriores voltados para
crianças e adolescentes, por considerá-los sujeitos de
direitos que devem ser protegidos pela família e pelo
Estado, responsáveis por tomar decisões em favor de seu
maior interesse. Além de abolir o uso do termo “menor”,
o Estatuto também delineou a diferença etária entre
crianças (zero a 11 anos) e adolescentes (12 a 17 anos),
como disposto em seu art. 2º. Nesse sentido, o Estatuto
reconheceu às crianças e adolescentes como sujeitos de
direitos e cuidados especiais, cuja proteção por parte da
família, da sociedade e do Estado é prioritária, os quais
devem tomar decisões em favor de seu maior interesse e
garantindo sua voz. A criação do Estatuto coaduna com o
movimento internacional de proteção e reconhecimento
dos direitos de crianças e adolescentes, que teve início
no começo do século XX e cuja maior conquista foi a
criação da Convenção dos Direitos da Criança, em 1989.

9
1.
Introdução

10
Em seu livro, Alisson James (1992, p.1) afirmou
que o século XX ficou conhecido como “o século da crian-
ça”2. Neste período, foi criado o que chamamos de Re-
gime Internacional de Proteção dos Direitos da Crian-
ça. Composto por quatro documentos – a Declaração de
Genebra dos Direitos da Criança (1924)3, a Declaração
dos Direitos da Criança (1959)4, o Ano Internacional
da Criança (1979)5 e a Convenção sobre os Direitos da
Criança (1989)6 – este regime visava assegurar os direi-
tos das crianças e protegê-las de quaisquer violações. A
partir dele, portanto, uma série de discursos e imagens
acerca da figura deste grupo foram cristalizadas.
“Dependente”, “incivilizada”, “em desenvolvimen-
to”, “a espera do futuro” são apenas alguns dos termos
que, conscientemente ou não, cercam a construção so-
cial da criança nos espaços. As crianças, assim, são o
outro, o contraponto ao “nós” que é adulto, civilizado,
apto para o debate público e pertencente ao tempo pre-

2JAMES, Alisson. Introduction. In: JAMES, Alisson.; PROUT,


Alan (orgs.) Constructing and Reconstructing Chil-
dhood: Contemporary issues in the sociological stu-
dy of children. London: Falmer Press, 1992. p. 1-6.
3LIGA DAS NAÇÕES. Declaração de Genebra dos Direitos da
Criança, 1924. Disponível em: https://www.humanium.org/
en/geneva-declaration/. Último acesso em setembro de 2021.
4ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração dos Direi-
tos da Criança, 1959. Disponível em: http://www.direitoshu-
manos.usp.br/index.php/Crian%C3%A7a/declaracao-dos-di-
reitos-da-crianca.html. Último acesso em setembro de 2021.
5ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Ano Internacional
da Criança, 1979. Disponível em: https://www.refworld.org/
docid/3b00f1b462.html. Último acesso em setembro de 2021.
6ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos
da Criança, 1989. Disponível em: https://www.unric.org/html/portu-
guese/humanrights/Crianca.pdf. Último acesso em setembro de 2021.

11
sente. Neste sentido, cabe aos adultos o dever de guiar
a trajetória destes indivíduos, para que, no futuro, eles
sejam capazes ou estejam em plenas condições de inte-
grar o “nós” o qual já fazemos parte.
Os autores da sociologia da infância há muito se
debruçam sobre este debate e questionam esta ima-
gem acerca da criança, algo que é reforçado por esses
mesmos documentos que lhe garantem direitos. Parti-
cularmente, nas Relações Internacionais, esta área vem
crescendo, sobretudo com o final da Guerra Fria, quando
o campo sofreu uma abertura epistemológica, metodo-
lógica e ontológica, o que permitiu a inserção de novos
atores e perspectivas. Mesmo assim, as crianças ainda
permaneceram e permanecem “nas margens” da disci-
plina (WATSON, 2006)7, sendo pouco estudadas na aca-
demia e silenciadas na Política Internacional.
No Brasil, esse cenário não é diferente. A discipli-
na de Relações Internacionais, de modo geral, apesar
da qualidade acadêmica de seus pesquisadores, ainda
está se desenvolvendo, principalmente se comparada a
países do chamado Norte Global, como Estados Unidos e
Inglaterra. Dessa forma, é possível supor que um tema
tão incipiente quanto infância seja ainda mais escasso
dentro dos estudos nacionais dessa área das Ciências
Humanas e Sociais.
Com base nisso, surgiram os questionamentos que
levaram a elaboração deste relatório. Se nós, que esta-
7WATSON, Alison. Children and International Rela-
tions: a new site of knowledge? Review of Inter-
national Studies, v.32, n. 2, p 237 – 250, 2006.

12
mos construindo este trabalho, temos pesquisas na área
de infância, quantos outros como nós existem no país?
Quais são os temas que essas pessoas pesquisam? Quais
são os assuntos mais estudados de maneira geral? Há
alguma relação entre a região do país e a incidência de
um determinado tópico abordado? Essas são apenas al-
gumas das perguntas que esperamos responder aqui,
através de nossa análise dos dados coletados a partir
dos repositórios virtuais das universidades.
Por esta razão, o trabalho começa apresentando
a metodologia adotada e as implicações de nossas es-
colhas no processo de coleta de dados, de modo que o
leitor compreenda como tais informações foram compila-
das. A seguir, passamos para um panorama mais abran-
gente acerca dos programas de Relações Internacionais
no país. Nele, mostramos a quantidade de cursos na área
ofertados em cada uma das cinco regiões do Brasil – a
saber: Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sul e Sudeste – e
os números referentes às modalidades de graduação e
pós-graduação em cada uma delas e sua natureza (pú-
blica ou privada). Consideramos estas informações rele-
vantes pois situam o leitor acerca do campo de maneira
mais ampla.
A seção seguinte, e a mais importante, traz os dados
sobre os trabalhos sobre infância em Relações Interna-
cionais, também divididos pelas cinco regiões do país. As
pesquisas foram alocadas em cinco grandes categorias,
“Segurança Internacional”, “Direitos Humanos”, “Desen-
volvimento”, “Teoria das RI” e “Outros”. As quatro pri-

13
meiras, de modo mais abrangente, são temas bastan-
te pesquisados nas Relações Internacionais, e, por isso,
queríamos verificar se o mesmo convergia em relação
aos estudos sobre infância.
Toda essa análise, pautada em passado e presen-
te, será complementada por meio de uma reflexão so-
bre o futuro, realizada por duas pesquisadoras da área.
Giovanna Paiva e Patrícia Nabuco Martuscelli, de quem
falaremos com maiores detalhes na seção “Outras refle-
xões”, discutirão sobre os próximos passos da área de
Infância em Relações Internacionais após a publicação
deste trabalho e publicização destes dados.
Portanto, objetivamos, com esta pesquisa, siste-
matizar dados sobre a temática da infância dentro da
área de Relações Internacionais e contribuir para a ex-
pansão deste campo, suscitando cada vez mais interesse
dos estudantes e pesquisadores neste assunto.

Curiosidades CDC
A Convenção dos Direitos da Criança de 1989 (CDC)
é o documento adotado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) como o maior e principal instrumento
sobre os direitos da criança. Tido pela Organização
como o “tratado de direitos humanos mais aceito da
história”, foi ratificado por 196 países, sendo a Somália,
até agora, a fazê-lo. O Brasil foi um dos primeiros
Estados a adotar a Convenção, em 24 de setembro
de 1990. Apesar de ter sido um membro participativo
e ativo na construção da CDC, os Estados Unidos
foram o único Estado-membro que não a ratificaram.

14
2.
Metodologia

15
Para confeccionar este estudo, tivemos como prin-
cipal fonte de dados os repositórios digitais das univer-
sidades brasileiras que possuíam cursos de graduação
e/ou pós-graduação em Relações Internacionais. Neles,
estão contidos os trabalhos – trabalhos de conclusão de
curso (TCCs), dissertações e teses – de todos os seus
estudantes. Todavia, alguns acervos não são abertos ao
público geral, e algumas instituições não os possuem em
formato virtual.
Antes de mapearmos os trabalhos dentro da te-
mática da infância, fizemos, em primeira instância, um
levantamento de todas as universidades que possuíam
cursos de graduação e pós-graduação no Brasil, sem le-
var em conta a presença ou não de repositório virtual8.
Seguido desta investigação, contabilizamos o número de
faculdades públicas e privadas, a fim de fornecer um pa-
norama mais completo sobre o assunto. Ademais, verifi-
camos a quantidade de cursos de graduação e programas
de pós-graduação stricto sensu9, divisão que adotamos
para todas as nossas análises.
Optamos por isso porque, na maioria dos casos,
os TCCs não eram abertos ao grande público, o que não
nos permitiu um valor exato nesta categoria. O Gráfico
8 Para um detalhamento sobre as universidades, consultar o Apêndice 1.
9 De acordo com o Ministério da Educação (MEC), “as pós-gra-
duações stricto sensu compreendem programas de mestrado e
doutorado abertos a candidatos diplomados em cursos superio-
res de graduação e que atendam às exigências das instituições
de ensino e ao edital de seleção dos alunos (Art. 44, III, Lei nº
9.394/1996). Ao final do curso o aluno obterá diploma”. Para
mais informações, consultar: http://portal.mec.gov.br/compo-
nent/content/article?id=13072:qual-a-diferenca-entre-pos-gradu-
acao-lato-sensu-e-stricto-sensu. Último acesso em abril de 2022.

16
1 mostra o número de repositórios dos programas de
Relações Internacionais disponíveis divididos pelas cinco
regiões do Brasil. A localidade com maior quantidade é
a Sudeste, com 36 repositórios (46,8%), seguida do Sul
(17 ou 22,1%). Norte, Nordeste e Centro Oeste acumu-
lam, cada, oito repositórios (10,4%).

Gráfico 1 – Distribuição dos repositórios dos pro-


gramas de graduação e pós-graduação de Rela-
ções Internacionais por região do Brasil (números
absolutos e percentuais)

40

46,8%
36
Repositórios

20
22,1%
17

10,4% 10,4% 10,4%


8 8 8

Sudeste Sul Norte Nordeste Centro Oeste


Regiões

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Como forma de tentar nos aproximarmos do núme-


ro real de trabalhos de graduação dentro nesta área, en-
viamos e-mails e mensagens em grupos e redes sociais

17
das respectivas universidades, a fim de conseguirmos
título, resumo e ano da defesa das pesquisas. Apesar de
termos obtido algumas respostas, este valor ainda está
aquém da realidade. Por isso, ao final deste relatório,
disponibilizamos um link de um formulário para aqueles
cujos trabalhos não foram contabilizados aqui consigam
cadastrá-lo, para que possamos atualizar este documen-
to no futuro.
Dividimos os trabalhos em cinco grandes catego-
rias, que são: “Segurança Internacional”, “Direitos Hu-
manos”, “Desenvolvimento”, “Teoria das Relações In-
ternacionais” e “Outros”. Decidimos criar essa última
categoria a fim de juntarmos os trabalhos cujos temas
não se encaixavam nas demais, tendo em vista evitar
a criação de uma série de eixos que resultariam em um
baixo quantitativo de trabalhos.
Em termos geográficos, optamos a divisão pelas
cinco grandes regiões do país, a saber: Norte, Nordeste,
Centro Oeste, Sul e Sudeste. Essa escolha está em con-
sonância com a ideia de que os estados abarcados em
cada um desses recortes partilham de características co-
muns entre si10, e, portanto, este fato poderia ter algum
impacto em nossa análise.
Em conformidade com a regra de arredondamento
da ABNT 589111, os valores percentuais individuais apre-
10
Para mais informações, consultar: https://cnae.ibge.gov.
br/en/component/content/article/97-7a12/7a12-voce-sabia/
curiosidades/1627-regioes-brasileiras.html#:~:text=Regi%-
C3%B5es%20Brasileiras,foram%20classificados%20na%20
mesma%20regi%C3%A3o. Último acesso em abril de 2022.
11
Para mais informações, consultar: https://www.normas.com.br/

18
sentados nos gráficos foram arredondados para exibir
somente uma casa decimal. Essa escolha faz com que
alguns gráficos possam não totalizar 100,0% em suas
somas.

Outros documentos
A história sobre os direitos da criança e sua construção
legal não se iniciam e não se findam com a Convenção
dos Direitos da Criança de 1989. As Convenções de
Genebra de 1949 e seus Protocolos Adicionais de 1979 já
discutiam, mesmo que não de uma maneira específica,
a importância de garantir os direitos das crianças como
parte dos Direitos Humanos. Pós-1989, as discussões
na matéria trataram de reger sobre temáticas mais
complexas e específicas, aprovando três Protocolos
Facultativos: O Protocolo Facultativo sobre o envolvimento
de crianças em conflitos armados de 2000; o Protocolo
Facultativo sobre a venda de crianças, prostituição
infantil e pornografia infantil, de 2004; e o Protocolo
Facultativo sobre um Procedimento de Comunicações de
2014. Este último ressalta o caráter da sociedade civil de
enxergar as crianças não só como membros sujeitos de
direito da sociedade, mas sim, como membros ativos e
participativos, capazes de reclamar sobre seus próprios

visualizar/abnt-nbr-nm/5276/abnt-nbr5891-regras-de-arredonda-
mento-na-numeracao-decimal . Último acesso em abril de 2022.

19
3.
O panorama
das faculdades
de Relações
Internacionais
no Brasil

20
O primeiro departamento de Relações Internacio-
nais do mundo foi criado na London School of Economics
(LSE), em 1927, fruto de uma preocupação mundial com
o fenômeno da guerra, uma vez que a Primeira Guerra
Mundial havia terminado oito anos antes. No Brasil, foi a
Universidade de Brasília (UnB) a primeira a criar um cur-
so de Relações Internacionais, em 1974, e a inaugurar
seu programa de mestrado dez anos depois.
O segundo curso de graduação do país foi criado 21
anos depois, na Universidade Católica de Brasília (UCB),
e o Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Uni-
versidade do Rio de Janeiro (IRI/PUC-Rio) fundou seu
curso de mestrado em 1987 (VIGEVANI; THOMÁZ; LEI-
TE, 2014, p.5)12.
Em 1999, haviam 21 cursos de Relações Interna-
cionais no país, número que subiu para 97, dez anos
mais tarde, um crescimento de 361,9%. Em 2022, esse
aumento foi de 53,6%, uma vez que, atualmente, há
149 faculdades de Relações Internacionais distribuídas
entre as cinco localidades ou divisões do Brasil (Gráfico
2).
Dentre eles, destacamos a região Sudeste, que
compreende mais da metade dos cursos do país (99 ou
66,4%). Em seguida, temos a região Sul, com 19 fa-
culdades (12,8%). Nordeste, Centro Oeste e Norte pos-
suem valores muito parecidos, 13 (8,7%), 10 (6,7%) e
oito (5,4%), respectivamente.
12
VIGEVANI, Tullo; THOMÁZ, Laís; LEITE, Lucas. As Rela-
ções Internacionais no Brasil: notas sobre o início de sua ins-
titucionalização. Inter-Relações, v. 14, n. 40, 2014, p. 5 – 11.

21
Gráfico 2 – Distribuição das faculdades de Relações
Internacionais por região do Brasil – 2022 (núme-
ros absolutos e percentuais)

66,4%
100 99

75
Faculdades de RI

50

25 12,8%
19
8,7%
13 6,7%
10 5,4%
8

Sudeste Sul Nordeste Centro Oeste Norte


Regiões

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

No que diz respeito à natureza das faculdades, o


Gráfico 3 aponta que 114 delas são privadas e 35 públi-
cas. Destacamos o número elevado de universidades pri-
vadas na região Sudeste (84 ou 73,7% do total das fa-
culdades particulares), sucedida pelo Sul (12 ou 10,5%
do total). Entre as instituições públicas, os números são
muito próximos, à exceção do Sudeste, que possui 15
(42,8% do total das faculdades públicas). Norte e Centro
Oeste registram os menores valores, quatro (11,4% do
total) e três (8,6% do total), respectivamente.

22
Gráfico 3 – Distribuição das faculdades de Rela-
ções Internacionais públicas e privadas por região
do Brasil (números absolutos e percentuais)

100,0%

50,0%
75,0% 53,8%
4
63,2% 7
12 70,0%
7
84,8%
84

50,0%

50,0%
25,0% 46,2%
4
36,8% 6
7 30,0%
3
15,2%
15

0,0%

Sudeste Sul Nordeste Centro Oeste Norte

Privada Pública

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Ao todo, temos, no Brasil, 128 cursos de gradu-


ação e 30 programas de pós-graduação (Gráfico 4). É
importante ressaltarmos que contabilizamos algumas
universidades duas vezes, isto é, para a graduação e
a pós-graduação. Por esta razão, alguns valores podem
ser superiores aqueles apresentados no Gráfico 2.
Das 128 graduações, 95 delas encontram-se na
região Sudeste (74,2% do total), e 15 no Sul (11,7%).
Centro Oeste e Nordeste possuem 10 cursos cada (7,8%),
e o Norte, oito (6,3%). Em relação às pós-graduações, o
Sudeste também tem o maior número (15 ou 50,0% do

23
total). Sul, Centro Oeste e Nordeste possuem quantida-
des muito próximas (seis ou 20,0%, cinco ou 16,6% e
quatro ou 13,4%, respectivamente). A região Norte não
possui programas de pós-graduação em Relações Inter-
nacionais.

Gráfico 4 – Distribuição dos programas de gradu-


ação e pós graduação de Relações Internacionais
por região do Brasil (números absolutos e percen-
tuais)

100,0%

75,0%

66,7%
71,4% 71,4%
10
15 10
86,4%
95
100,0%
50,0%
8

25,0%

33,3%
28,6% 28,6%
5
6 4
13,6%
15
0,0%

Sudeste Sul Centro Oeste Nordeste Norte

Graduação Pós-graduação

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Este panorama teve como objetivo apresentar o


cenário nacional da área de Relações Internacionais.
Nele, percebemos que a região Sudeste concentrou os
maiores valores em todas as categorias analisadas, se-

24
guido do Sul. As regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste
alternaram com os menores quantitativos. Tais núme-
ros nos estimulam a questionar o fato de uma localiza-
ção que possui apenas quatro dos 26 estados brasileiros
(Sudeste) ter valores tão expressivos, enquanto Norte,
Nordeste e Centro Oeste, que acumulam 19 estados,
registrarem as menores quantidades, algo que aborda-
remos melhor nas considerações finais deste relatório.
Na próxima seção, falaremos especificamente sobre os
estudos da infância nas Relações Internacionais, com a
divisão entre grandes temas por região.

Crimes de Guerra
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional de
1998, que rege sobre os crimes nos conflitos armados
e segue as Convenções de Genebra de 1949 e seus
Protocolos adicionais sobre o Direito Humanitário, tipifica
como crime de guerra, em seu art. 8º, “[r]ecrutar ou
alistar menores de 15 anos nas forças armadas nacionais
ou utilizá-los para participar ativamente nas hostilidades”.
Tal inciso trata sobre a presença de crianças como atores
armados em situação de conflitos, comumente conhecidas
como “crianças-soldado’’. O Protocolo Facultativo sobre o
envolvimento de crianças em conflitos armados de 2000
das Nações Unidas trata de maneira específica sobre a
questão. O Brasil ratificou ambos os documentos.

25
4.
Os estudos
sobre Infância
em Relações
Internacionais
no Brasil
26
Nesta seção, dedicaremo-nos a apresentar os grá-
ficos contendo os dados acerca da presença – ou ausên-
cia – de trabalhos que abordam a infância nas Relações
Internacionais nas faculdades de todas as cinco regiões
do Brasil. Portanto, começaremos apresentando um pa-
norama geral do país, para, em seguida, fazer a análise
pelas cinco regiões.
O Gráfico 5 traz as informações gerais sobre a
quantidade de trabalhos sobre infância em RI, dividi-
dos entre os grandes temas da disciplina. Algo que nos
chama atenção diz respeito à ausência de pesquisas na
região Norte. Por causa disso, não há um gráfico dedica-
do à análise exclusiva desta região. Além disso, muitos
dos trabalhos encontrados tangenciam a infância apenas
de modo secundário. Isso significa que há uma série de
estudos, sobretudo na área de gênero, que mencionam
crianças e infância, porém, estes não são seu enfoque
principal.
Podemos notar a predominância de pesquisas so-
bre a infância no campo da Segurança Internacional,
com 24 trabalhos (53,3%) e dos Direitos Humanos, logo
em seguida, com 18 (40,0%). Os temas de Desenvolvi-
mento, Teoria de RI e Outros apresentaram apenas um
estudo cada um (2,2%). Tais informações condizem com
o fato de que os campos da Segurança Internacional e
dos Direitos Humanos continuam, até os dias atuais,
como os mais predominantes nas discussões dentro da
disciplina das RI, enquanto os demais ainda buscam se
consolidar na área.

27
Gráfico 5 – Quantidade de trabalhos sobre infância
em RI por grandes temas – Brasil (números abso-
lutos e percentuais)

30

53,3%
24

20 40,0%
18
Trabalhos

10

2,2% 2,2% 2,2%


1 1 1

Seg internacional DH Desenvolvimento Teoria de RI Outros


Grandes temas

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Na região Nordeste (Gráfico 6), percebemos que,


dentre os poucos trabalhos encontrados (apenas sete),
predominaram as pesquisas sobre infância nas Relações
Internacionais nos campos da Segurança Internacional,
com quatro pesquisas (57,1%) e três de Direitos Hu-
manos (42, 9%). O baixo número de trabalhos, por um
lado, pode ser diretamente proporcional ao número de
universidades com cursos de Relações Internacionais
nesta região; por outro, pode refletir a dificuldade de
acesso aos seus repositórios, representando uma subno-
tificação de produções.

28
Além disso, a ausência de trabalhos envolvendo a
infância nos campos de Desenvolvimento, Teoria das RI
e Outros, novamente, pode refletir uma situação corri-
queira dentro da disciplina - o enfoque em temas mais
consolidados, em detrimento daqueles considerados “re-
centes” – bem como pode ser mais uma evidência da
subnotificação de trabalhos.

Gráfico 6 – Quantidade de trabalhos sobre infância


em RI por grandes temas – região Nordeste (nú-
meros absolutos e percentuais)

57,1%
4

42,9%
3
Trabalhos

Seg internacional DH
Grandes temas

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Um dado que chama atenção na região Centro


Oeste (Gráfico 7), é o mesmo número de trabalhos para
as áreas de Direitos Humanos e Segurança Internacional
(quatro ou 44,4%). A categoria Outros registrou ape-

29
nas uma pesquisa (11,1%), enquanto Desenvolvimento
e Teoria de RI não possuem nenhum.

Gráfico 7 – Quantidade de trabalhos sobre infância


em RI por grandes temas – região Centro Oeste
(números absolutos e percentuais)

44,4% 44,4%
4 4
Trabalhos

11,1%
1

DH Seg internacional Outros


Grandes temas

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Dos dez trabalhos da região Sul (Gráfico 8), seis


deles enquadram-se na categoria Segurança Interna-
cional (seis ou 60,0%), enquanto os outros quatro são
classificados na área de Direitos Humanos (40,0%). Com
relação aos outros temas, não encontramos pesquisas.

30
Gráfico 8 – Quantidade de trabalhos sobre infância
em RI por grandes temas – região Sul (números
absolutos e percentuais)

60,0%
6

40,0%
Trabalhos

4
4

Seg internacional DH
Grandes temas

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

A região Sudeste, que possui o maior número de


faculdades em Relações Internacionais, é também aque-
la com o maior número de pesquisas em infância e RI,
totalizando 19 trabalhos (Gráfico 9). Desses, dez ou
52,6% pertencem a área de Segurança Internacional.
Em seguida, temos os estudos enquadrados no tema de
Direitos Humanos (sete ou 36,8%). Desenvolvimento e
Teoria de RI registram, ambos, um estudo (5,3% cada),
e a categoria Outros não tem nenhuma pesquisa nessa
região. Tais valores podem ser consequência do grande

31
número de cursos de RI, o que possibilita uma maior
diversificação das temáticas abordadas nos trabalhos de
seus estudantes.

Gráfico 9 – Quantidade de trabalhos por grandes


temas – região Sudeste (números absolutos e per-
centuais)

52,6%
10
10

36,8%
7
Trabalhos

5,3% 5,3%
1 1

Seg internacional DH Desenvolvimento Teoria de RI


Grandes temas

Fonte: Elaborado pelo GeiRI com base em dados dos repositórios


digitais das universidades.

Neste capítulo, pudemos observar a predominân-


cia dos trabalhos nas áreas de Segurança Internacional e
Direitos Humanos (cerca de 93,0% do total das pesqui-
sas encontradas), temáticas muito abordadas no campo
das RI de modo geral. A região Sudeste foi aquela com
a maior diversidade de temas (Segurança Internacio-
nal, Direitos Humanos, Desenvolvimento e Teoria de RI).

32
Uma possível explicação para este dado é o fato de esta
região concentrar o maior número de faculdades de RI
do país, o que possibilita com que mais alunos possam
se interessar pelos estudos sobre infância, levando, as-
sim, a uma maior diversidade de temas. Todavia, o fato
de termos encontrado apenas 45 trabalhos em um país
que possui 149 faculdades de RI nos leva a crer que
ainda há um longo caminho a ser percorrido para os es-
tudos sobre a infância. Dessa forma, nas considerações
finais, faremos um resumo dos principais pontos trazidos
neste relatório, além de realizarmos uma reflexão sobre
o campo de modo mais abrangente.

Insegurança alimentar
Em 2022, a Organizações das Nações Unidas publicou
o relatório The State of Food Security and Nutrition in
the World em que versa sobre a situação de insegurança
alimentar e desnutrição. Com a crise sanitária causada
pela cepa SARS-CoV-2, associada à crise econômica, a
situação agravou-se, colocando alguns países de volta
ao mapa da fome, incluindo o Brasil. O país apresentou
aumento no número de pessoas em situação de
insegurança alimentar, afastando-o da meta para erradicar
a fome até 2030. Estes dados ressaltam, principalmente,
os riscos da desnutrição e insegurança alimentar infantil
como um fator alarmante a ser revertido.

33
5.
Considerações
finais

34
O GeiRI surgiu do desejo de conexão entre estu-
dantes de Relações Internacionais de todo o Brasil que
pesquisam sobre infância. Como extensão deste ímpeto
ou desta disposição, este relatório foi composto. Enquan-
to os resultados que encontramos nos surpreenderam
positivamente, eles demonstraram também que existe
um longo caminho a ser percorrido, não somente para os
pesquisadores de infância nas Relações Internacionais,
mas para todos aqueles que se dedicam à pesquisa no
Brasil.
Um primeiro ponto que destacamos foram os pro-
blemas enfrentados na procura em alguns repositórios,
seja por não possuírem endereços on-line que facilitem a
busca das informações, pela dificuldade de acesso e en-
tendimento das interfaces daqueles existentes, ou pelo
acesso restrito somente aos estudantes e professores
das universidades em questão. Isto impede um panora-
ma mais próximo da realidade, e ressalta a precariedade
da forma como a ciência, e o acesso a ela, é feita no
Brasil de modo mais amplo, ou seja, a falta de investi-
mentos para a melhoria das instituições e para o forneci-
mento de bolsas de pesquisa aos estudantes. Portanto, a
ausência de dados também é, por si só, uma informação
de extrema relevância.
Os valores mais expressivos, como visto ao longo
do relatório, encontraram-se na região Sudeste, mesmo
que esta região conte com apenas quatro dentre os 26
estados brasileiros. Ao passo que a região Norte, com
sete estados, não registrou nenhum trabalho que tra-

35
tasse sobre infância em Relações Internacionais, assim
como as regiões Nordeste e Centro-Oeste acumulam
baixas quantidades de pesquisas. Uma possível inter-
pretação vai de encontro à realidade histórica do Brasil,
na qual São Paulo, em especial, e Rio de Janeiro, se de-
senvolveram como os grandes centros urbanos do país,
contendo a maior parte dos cursos de Relações Interna-
cionais. Contudo, devido ao fato supracitado das dificul-
dades enfrentadas pelos pesquisadores, é difícil saber
até que ponto se estende as vantagens destas localida-
des em relação às demais.
A presença exaustiva de trabalhos na área de Se-
gurança Internacional foi um dos dados mais notáveis
que relatamos. No que tange aos estudos sobre infân-
cia, esta área engloba, em grande parte, a temática das
“crianças-soldados”, assim como a análise do papel das
Nações Unidas (ONU) para tentar pôr um fim ao recru-
tamento infantil em casos específicos ao redor do mun-
do, com ênfase para regiões do Sul Global. Em seguida,
vimos os trabalhos sobre Direitos Humanos, compostos
principalmente de discussões sobre crianças refugiadas
ou migrantes, e tráfico internacional de crianças. Ao pas-
so em que é interessante ver assuntos tão importantes
ganhando espaço no estudo das Relações Internacio-
nais, percebemos que as produções sobre infância den-
tro destes dois “grandes temas” estavam restritos aos
mesmos assuntos.
Evidenciamos, também, as menções sobre infân-
cia em trabalhos dedicados à discussão de gênero nas

36
Relações Internacionais, como supracitado no início da
seção anterior. A percepção geral, dentro da disciplina,
é a de que gênero e infância são dois estudos comple-
mentares, senão partes de um mesmo estudo. No en-
tanto, tal generalização é perigosa, porque, ao reduzi-los
a um conglomerado, chamado por Cynthia Enloe de wo-
menandchildren (ENLOE, 1991)13, as dimensões através
das quais tais assuntos podem ser abordados acabam
extremamente simplificadas, e não correspondem à re-
alidade. Consequentemente, os estudos sobre infância
acabam ocupando uma posição secundária em relação
aos estudos de gênero.
Como visto, as pesquisas sobre infância nas Rela-
ções Internacionais, embora ainda escassas, vêm cres-
cendo nos tempos atuais no Brasil, mesmo que a passos
lentos. Nosso objetivo com a produção deste levanta-
mento foi justamente elucidar tal crescimento, mesmo
que incipiente, de modo não só a trazer um panorama de
como a pesquisa em Relações Internacionais vêm sendo
feita no âmbito nacional, mas também a necessidade de
“abrir novos caminhos” dentro da disciplina. Esperamos,
assim, que, mediante as informações aqui apresentadas,
mais estudantes, professores e cursos de Relações Inter-
nacionais engajem em discussões referentes à infância e
crianças dentro da área, com o objetivo de trazer para o
centro do debate um grupo ainda tão marginalizado.

13
ENLOE, Cynthia. ‘Womenandchildren: Propaganda Tools of Patriar-
chy,’. In: BATES, Greg (eds.). Mobilizing Democracy: Changing the
U.S. Role in the Middle East. Monroe: Common Courage Press, 1991.

37
6.
Outras
reflexões

38
Decidimos criar essa seção a fim de somarmos ou-
tras vozes a este relatório. Para isso, convidamos duas
pesquisadoras que são referência na área de infância em
Relações Internacionais no Brasil e pedimos que respon-
dessem a uma pergunta: Com base em tudo o que foi
exposto neste relatório e em sua trajetória individual, o
que podemos esperar do futuro do campo de estudos so-
bre infância nas RI? Assim, nosso objetivo é apresentar
ao leitor as reflexões de três mulheres que são destaque
no campo.
As duas convidadas foram: Giovanna Paiva e Pa-
trícia Nabuco Martuscelli. Cada uma delas escreveu um
breve texto, que será apresentado, nesta ordem, nas
próximas páginas. Antes, porém, faremos um resumo
do currículo de cada uma, para que o leitor conheça suas
jornadas.
Giovanna Paiva é doutora e mestra em Relações
Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação em Re-
lações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP, UNI-
CAMP, PUC-SP). Bacharel em Relações Internacionais
pela UNESP. Membro do Grupo de Estudos de Defesa e
Segurança Internacional (GEDES) e da Rede de Pesquisa
em Paz, Conflitos e Estudos Críticos de Segurança (PCE-
CS) e do Grupo de estudos sobre infância em Relações
Internacionais. Investiga a área de Paz, Defesa e Segu-
rança Internacional, com ênfase no emprego de crian-
ças-soldado.
Patrícia Nabuco Martuscelli é Lecturer (Professora
Assistente) in International Relations na Univerisidade

39
de Sheffield no Reino Unido. Foi Social Science Research
Fellow in Conflict and Migration no Institute for Risk and
Disaster Reduction (University College London). Douto-
ra em Ciência Política pela Universidade de São Paulo
(2016-2019) e mestre em Relações Internacionais com
ênfase em Política Internacional e Comparada pela Uni-
versidade de Brasília (2014-2015). Possui bacharel em
Relações Internacionais pela Universidade de Brasília
(2010-2013). É membro do Núcleo de Pesquisa em Re-
lações Internacionais (NUPRI/USP), Núcleo de Estudos e
Pesquisas sobre Deslocados Ambientais (NEPDA/UEPB),
da Rede Brasileira de Operações de Paz (REBRAPAZ) e
do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Vulnerabilida-
des (UniSantos). Patrícia realiza pesquisas nas áreas de
proteção e participação internacional da infância, direi-
tos das crianças, migração infantil e menores desacom-
panhados, crianças e conflitos armados, reunião fami-
liar para refugiados e políticas migratórias no Brasil e na
América Latina.

40
Giovanna Ayres Arantes de Paiva

As crianças e as múltiplas infâncias nas quais estão


inseridas são parte integrante do cenário internacional.
Elas são alvos frequentes dos conflitos armados e das di-
ferentes formas de violência; sofrem os severos impactos
das mudanças climáticas e das crises políticas e econômi-
cas; estão presentes nas ondas de imigrantes e refugiados
que buscam melhores condições de vida. Paralelamente,
também são combatentes, cidadãs, atores de movimen-
tos políticos e sociais e construtoras das realidades em
que vivemos e de um possível futuro. Apesar dessa in-
contestável presença no cenário global, a temática da in-
fância ainda fica à margem das Relações Internacionais.
Historicamente, as Relações Internacionais, en-
quanto campo de estudo, foram dominadas por visões
acerca dos conflitos armados e da política externa de
cada país. Essas visões eram predominantemente foca-
das no masculino, no adulto e no Estado como princi-
pal ator. Sobretudo a partir da década de 1980, vimos
mudanças com relação a essa tradição e uma tentativa
de derrubar algumas barreiras. Por exemplo, os estu-
dos feministas aplicados às RI ganharam força, trazendo
a questão de gênero para o centro do debate (ENLOE,
1989; TICKNER, 1992)14. A influência da sociologia pôde
ser sentida no desenvolvimento da teoria construtivista
14
ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches and Bases: Making Femi-
nist Sense of International Politics. Los Angeles: Berkeley, 1989.
TICKNER, Ann. Gender in International Rela-
tions: Feminist Perspectives on Achieving Glo-
bal Security. Columbia: University Press, 1992.

41
das RI (ONUF, 1989; WENDT, 1992)15. Os estudos de se-
gurança ampliaram-se e aprofundaram-se, levando em
consideração múltiplos setores da segurança, não ape-
nas o militar (BUZAN; WÆVER; WILDE, 1998)16.
Mesmo com essas transformações na área, as
crianças ainda são invocadas, majoritariamente, como
as vítimas a serem salvas pelos discursos de segurança
e proteção. Tal fato mostra a necessidade de uma refle-
xão mais profunda sobre a importância de enxergar as
crianças como atores nas RI, sujeitos de direito e capa-
zes de promover mudanças, expressar opiniões e serem
protagonistas de suas próprias narrativas.
Muitos avanços foram feitos nesse sentido. Atual-
mente, dispomos de uma bibliografia nacional e interna-
cional que se propõe a pensar as infâncias e as Relações
Internacionais. No contato entre esses campos de estudo
existem ganhos mútuos. As RI aprendem a incluir mais
atores essenciais nas dinâmicas internacionais, dando
destaque e repensando o papel das crianças. Os Estu-
dos sobre a Infância ganham ao incorporar as dinâmicas
internacionais em suas reflexões e poderem trazer mais
contribuições sobre a capacidade de agência política das
crianças. Assim, discussões sobre metodologias a serem
usadas para pensar as crianças nas RI, temas como regi-

15
ONUF, Nicholas Greenwood. World of Our Making:
Rules and Rule in Social Theory and Inter-
national Relations. London: Routledge, 1989.
WENDT, Alex. Anarchy is What States Make of It: The Social Construction
of Power Politics. International Organization, v. 46, p. 391-425, 1992.
16 BUZAN; WÆVER; WILDE. Security: A New Framework
for Analysis. Colorado: Lynne Rinner Publishers Inc., 1998.

42
me internacional dos direitos das crianças e participação
e protagonismo infantil a nível global constituem campos
férteis que ensejam mais pesquisas no presente e no fu-
turo.
Especialmente no Brasil, temos muito o que falar
sobre a relação entre infância e RI. Os desafios que o
país enfrenta, tais como mudanças climáticas, desastres
ambientais, crise econômica, política e sanitária, fome,
racismo, glorificação da educação infantil militarizada
e discursos de ódio contrários aos direitos das crianças
exigem reflexões sobre o papel das crianças e jovens na
política nacional e internacional. Alguns estudos, artigos,
livros, dissertações e teses de doutorado tocam nesses
pontos (MARTUSCELLI, 2015; PAIVA, 2021; TABAK,
2014; TAQUECE, 2021)17. Ainda assim, há dificuldade
para que a temática seja aceita nas principais revistas
científicas, programas de pós-graduação e congressos e
uma resistência em encaixar tal abordagem na área de
17
MARTUSCELLI, Patrícia. Crianças soldado na Colômbia: a
construção de um silêncio na política internacional. Dis-
sertação de Mestrado em Relações Internacionais. Universida-
de de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Brasília, 2015
PAIVA, Giovanna. Crianças e (in)segurança: a constru-
ção de narrativas sobre crianças-soldado na agen-
da internacional. 1. ed. Campinas: IFCH Unicamp, 2021.
TABAK, Jana. “In the best interest” of whom? Rethinking the
Limits of the International Political Order through the (Re)
constructions of the World Child and Child-Soldiers. Tese de
Doutorado em Relações Internacionais. Programa de Pós-Graduação
em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
TAQUECE, Leonardo. A (des)construção da crian-
ça moderna nas relações internacionais. Dissertação
de Mestrado em Relações Internacionais. Programa de Pós-
-Graduação em Relações Internacionais “San Tiago Dantas”, Univer-
sidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, 2021.

43
RI que, apesar dos avanços, ainda é dominada por uma
lógica adulta e estadocêntrica. Em um país com tantas
questões que afetam as crianças, constitui uma contra-
dição que a área da infância não encontre maior abertu-
ra e aderência nas Relações Internacionais.
Com o avanço do reconhecimento da importância
dos estudos sobre infância para as RI, no futuro, é pos-
sível imaginar cada vez mais estudos sobre militarização
da infância, violências contra as crianças, priorização de
recortes de gênero e de raça e participação de crianças e
jovens como líderes de organizações e movimentos po-
líticos e sociais. Temas e possibilidades de pesquisa que
incluam crianças e Relações Internacionais não faltam.
Basta atravessarmos fronteiras artificiais impostas para
vislumbrarmos um futuro frutífero para essas áreas do
saber.

44
Patrícia Nabuco Martuscelli

Meu primeiro contato com o tema das infâncias


nas Relaçōes Internacionais aconteceu meio que por aci-
dente quando eu encontrei o artigo da Watson1 que re-
conhecia a criança como o importante ator internacional
que ela foi e é. Isso aconteceu há cerca de 10 anos,
quando eu ainda era uma graduanda em RI. Naquele
momento, meu querido professor de Teoria das Relaçōes
Internacionais (TRI) permitiu que eu, como monitora da
turma de TRI2, discutisse o paper e essa abordagem te-
órica das RI que bebe de diferentes fontes como estudos
da infância, sociologia e antropologia da infância com
meus colegas de curso disponibilizando uma aula para
essa discussão.
De lá para cá, a área de infância nas RI vem se ins-
titucionalizando no Brasil por meio da formação de um
grupo de pesquisa, de disciplinas sobre o tema e de mais
publicações incluindo livros, capítulos, artigos, TCCs,
dissertações e teses. A criação do GeiRI como ponto de
encontro para diferentes pesquisadores engajados nessa
temática pode ser compreendida no contexto de uma
demanda de pesquisadores trabalhando nesse campo
juntamente a um aumento de trabalhos sobre o tema.
Ao mesmo tempo, o GeiRI contribui para trazer esses
debates da infância em diferentes espaços e tornar essa
18
WATSON, Alison. Children and International Re-
lations: a new site of knowledge? Review of In-
ternational Studies, v.32, n. 2, p 237 – 250, 2006.

45
discussão visível nos diversos cursos de RI espalhados
pelo país.
Nessa linha, o relatório aponta para um crescimen-
to do tema das infâncias na disciplina de Relaçōes Inter-
nacionais no Brasil. É esperado que o tema aparecesse
dentro das áreas de Segurança Internacional e Direitos
Humanos porque essas são as áreas mais fáceis de visi-
bilizar a atuação das crianças com seu envolvimento em
diferentes conflitos armados, o fato que organizações
internacionais adotam esse tema em suas agendas e o
aumento do número de crianças migrando sozinhas por
exemplo. Esse é um importante começo. Porém, tam-
bém é necessário refletir sobre as infâncias menos visí-
veis e porque algumas infâncias são hiper visibilizadas e
outras são invisibilizadas.
Também estamos observando essas discussões no
Brasil. A área já conta com trabalhos críticos que ques-
tionam a construção da infância na ordem internacional,
trabalhos que descontroem o léxico de direitos das crian-
ças e que reivindicam o reconhecimento da agência de
diferentes infâncias para além dos espaços e categorias
criados por adultos. Esse é o futuro do tema das crianças
nas Relaçōes Internacionais no Brasil. Estudos críticos
sobre as diferentes infâncias presentes no meio interna-
cional são necessários cada dia mais em que a figura da
criança e o discurso dos direitos das crianças são usados
para excluir, invisibilizar e discriminar a atuação interna-
cional desse grupo.
Além disso uma perspectiva brasileira sobre infân-

46
cias nas RI tem contribuído e vai continuar a contribuir
para o debate internacional sobre o tema. É importante
que iniciativas colaborativas para consolidar o campo no
Brasil continuem a acontecer. Ao mesmo tempo, é im-
portante continuar a construir um diálogo com nossos
colegas no exterior que também têm refletido sobre o
tema. Essas redes de apoio, pesquisa e reflexões são
fundamentais para continuar a consolidar a temática das
crianças nas RI no Brasil e no exterior. É importante que
essas redes sejam nutridas e fortalecidas.
Por fim, as iniciativas de “convidar” pesquisadores
e “procurar” trabalhos sobre o tema em meio aos progra-
mas de graduação e pós-graduação espalhados pelo país
auxiliam para um reconhecimento de que as infâncias
nas RI sejam percebidas como uma temática importante
para a disciplina e que deve ter espaço na agenda e es-
paços de discussão, ensino e pesquisa das RI. Isso não
é fácil. Conversando com colegas no Brasil e no exterior
engajados nessa área, percebo que, entre nós, há um
consenso de que crianças são atores das RI que devem
ser reconhecidas como tal e que o modo como a discipli-
na é estruturada contribui para a sua exclusão. Contudo,
o estranhamento apresentado pelos meus colegas lá em
2012 continua a aparecer nos círculos “tradicionais” das
RI. Pesquisas sobre/com/por crianças não são reconhe-
cidas como de RI e raramente programas de pós-gra-
duação e graduação no país discutem esse tema dentro
das disciplinas tradicionais de TRI, Segurança Interna-
cional e Desenvolvimento por exemplo. É nosso trabalho
continuar a buscar e construir esses espaços por meio

47
de publicações, conferências, organização de eventos e
mudanças no currículo. Essa não é uma tarefa fácil. As
RI não vão mudar da noite por dia, mas pelo menos não
estamos sozinhos. O futuro do campo de estudos sobre
infância nas RI está em boas e capazes mãos.

48
7.
Apêndices

49
Estados federativos brasileiros separados
por região

Norte
Acre
Amapá
Amazonas
Pará
Rondônia
Roraima
Tocantins

Nordeste
Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe

Centro Oeste
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul

Sul
Paraná
Rio Grande do Sul
Santa Catarina

Sudeste
Espírito Santo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo

50
Universidades com cursos de graduação e
pós-graduação em Relações Internacionais
no Brasil – divisão por regiões

Norte
Acre
Faculdade Pitágoras de Rio Branco

Amapá
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Amazonas
Centro Universitário do Norte (UniNorte)
Centro Universitário La Salle (Unilasalle)

Pará
Universidade da Amazônia (UNAMA)
Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Roraima
Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Tocantins
Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Nordeste
Bahia
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE)
Universidade Salvador (Unifacs)

Ceará
Faculdade Stella Maris (FSM)

Paraíba
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

51
Pernambuco
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES)
Faculdade Damas (FADIC)
Faculdades Estácio

Piauí
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Rio Grande do Norte


Universidade Potiguar (UNP)

Sergipe
Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Centro Oeste
Brasília
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)
Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)
Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB)
Universidade de Brasília (UnB)
Universidade Católica de Brasília (UCB)

Goiás
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica)

Mato Grosso do Sul


Universidade Federal de Grandes Dourados (UFGD)
Universidade de Cuiabá (UNIC)

Sul
Paraná
Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA)
Centro Universitário Internacional (UNINTER)
UDC Centro Universitário
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Rio Grande do Sul


Fundação Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

52
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER)
Centro Universitário La Salle (UniLaSalle)
Centro Universitário Univates (UNIVATES)
Escola Superior de Propaganda e Marketing de Porto Alegre (ESPM
PoA)
Faculdade São Francisco de Assis (UNIFIN)
Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Santa Catarina
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Sudeste
São Paulo
Faculdades Anhanguera
Centro Universitário Bráz Cubas
Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR)
Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP)
Centro Universitário Moura Lacerda (CUML)
Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação
(ESAMC)
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP)
Universidade Estácio de Sá (Ribeirão Preto)
Fundação Armando Alvares Penteado (FA-FAAP)
Faculdades de Campinas (FACAMP)
INPG Business School
Faculdade de Direito de Itu (FADITU)
Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo (FEBASP)
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP)
Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP)
Centro Universitário FMU
Faculdades Rio Branco (FRB)
Faculdades Rio Branco Granja Viana (FRB-GV)
Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-SP)
Centro Universitário IESB
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)

53
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Trevisan Escola de Negócios
Universidade Anhembi Morumbi (UAM)
Universidade Federal do ABC (UFABC)
Universidade Mogi das Cruzes (UMC)
Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP)
Universidade Estadual Paulista (UNESP - Franca)
Universidade Estadual Paulista (UNESP - Marília)
União Bandeirante de Educação (UNIBAN)
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Universidade de Franca (UNIFRAN)
Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES)
Centro Universitário Lusíada (UNILUS)
Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)
Universidade Santo Amaro (UNISA)
Universidade Paulista (UNIP)
Centro Universitário Sagrado Coração (UNISAGRADO)
Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)
Universidade de Sorocaba (UNISO)
Unità Faculdade
Universidade São Judas Tadeu (USJT)
Universidade de São Paulo (USP)
PPGRI San Tiago Dantas

Rio de Janeiro
Centro Universitário Bennett
Escola de Comando e Estado-maior do Exército (ECEME)
FIA Business School (FIAA)
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ)
Centro Universitário IBMR-RJ
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ)
Universidade Católica de Petrópolis (UCP)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ)
Universidade Estácio de Sá (UNESA-RJ)
Faculdade Anhanguera Niterói (UNIAN-RJ)
Universidade da Força Aérea (UNIFA)
Universidade La Salle (UNILASALLE)
Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS-RJ)
Universidade Veiga de Almeida (UVA)

54
Minas Gerais
Faculdade Brás Cubas de Minas Gerais
Faculdade Cruzeiro do Sul de Minas Gerais
Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação
(ESAMC-Uberlândia)
Universidade Estácio de Sá (UNESA-MG)
Faculdade Santo Agostinho (FASA)
Faculdade de Belo Horizonte (FDR)
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-MG)
Centro Universitário Newton Paiva
Universidade Positivo (POSITIVO-MG)
Universidade Cândido Mendes (UCAM-MG)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Centro Universitário UNA-MG
Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI-MG)
Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH)
Universidade de Franca (UNIFRAN-MG)
Centro Universitário Internacional (UNINTER-MG)
Universidade do Sul (UNISUL-MG)
Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS-MG)
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR-MG)
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)
Centro Universitário IBMR-MG

Espírito Santo
Faculdade Cruzeiro do Sul do Espírito Santo
Universidade Estácio de Sá (UNESA-ES)
Universidade Cândido Mendes (UCAM-ES)
Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI-ES)
Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL-ES)
Universidade de Franca (UNIFRAN-ES)
Centro Universitário Internacional (UNINTER-ES)
Universidade do Sul (UNISUL-ES)
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR-ES)
Universidade Vila Velha (UVV)
Faculdades Anhanguera

55
8.
Anexos
Dados dos trabalhos
encontrados nos repositórios
digitais

56
Região Nordeste

Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

DIREITOS HUMANOS E MINUSTAH: ATUAÇÃO DA OPE-


RAÇÃO DE PAZ EM RELAÇÕES À RESTAVEC (2004-2008)
(KAREN BARBOSA CAVALCANTI, 2010)

Resumo: Sabendo que o período pós-Guerra Fria deixou transpare-


cer uma nova modalidade de conflito, onde este passou de interes-
tatal para intra-estatal, tendo como principal alvo os grupos minori-
tários, a saber, crianças e mulheres, desembocando em crescentes
violações de direitos humanos, necessitou-se de tomadas de ações
a fim de garantir o respeito às normas internacionais de direitos
humanos. Diante disto, este trabalho tem como objetivo principal
analisar a situação presente no Haiti que vem acometendo malefi-
camente as crianças daquela região, intitulado ―Fenômeno Resta-
vec. Juntamente, objetiva-se verificar as ações empreendidas pela
atual missão de paz presente em território haitiano desde 2004,
intitulada Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti –MI-
NUSTAH, que tem como objetivo principal estabilizar e reconstruir
o Haiti. O foco se concentrará nas atividades empreendidas por ela
quanto à questão das crianças. O trabalho apresenta em seu primei-
ro capítulo uma discussão teórica sobre as ideias do peacebuilding
destacando que a debilidade estrutural do Haiti colabora para as
violações de direitos humanos, questionando qual seria a melhor
condução do mesmo para alcançar o objetivo maior: restabelecer
o Haiti. Após, será discutida a questão dos direitos humanos em
si, visando articular a promoção destes por meio das atividades de
operações de paz. Em seu segundo capítulo, teremos um estudo
sobre a MINUSTAH e como ela visou atenuar as violações de direi-
tos humanos, em especial, das crianças restavecs. Através deste
trabalho pretende-se apreender se a MINUSTAH conseguiu ou não
prover algo de efetivo e benéfico para as crianças haitianas. O pe-
ríodo analisado compreende o ano de 2004 até o ano de 2008.

57
ENTRE O UNIVERSALISMO DOS DIREITOS HUMANOS E
O PARTICULARISMO AFRICANO: O CASO DAS CRIANÇAS
DE GUINÉ-BISSAU (JEANE SILVA DE FREITAS, 2011)

Resumo: A gradativa evolução dos Direitos Humanos não impediu


que surgisse um impressionante arcabouço de graves violações con-
tra a dignidade da pessoa humana, elucidadas sob diversas formas
de violência. Nessa conjuntura, o continente africano é um territó-
rio propício a concentração dos maiores percentuais de desrespeito
e violações contra os direitos individuais desses indivíduos. Nessa
direção, o Estado da Guiné-Bissau não foge a lógica temporal de
impunidades e transgressões aos Direitos Humanos, tendo em vis-
ta suas fragilidades políticas e sociais constitutivas. Portanto, este
trabalho objetiva analisar sob o respaldo das correntes universa-
lista e comunitarista, os casos das crianças guineenses - em espe-
cial, as crianças das escolas corânicas ou “meninos talibés”, e as
práticas da excisão feminina em mulheres e crianças guineenses
- no âmbito dessas duas concepções teóricas. Para tanto, analisar-
-se-á o contexto social e cultural do Estado guineense no tocante
a promoção, preservação e interpretação dos Direitos Humanos.

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

TRÁFICO DE CRIANÇAS PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL: A


INOCÊNCIA COMO A MERCADORIA MAIS VULNERÁVEL
(MILENA ARAÚJO NÓBREGA, 2019)

Resumo: O tráfico de pessoas é a forma de crime organizado que


mais cresce no mundo, haja visto seu caráter transnacional e clan-
destino, que auferem grandes lucros para os atores envolvidos.
Nesse sentido, o presente estudo tem por intuito debater o tráfico
de crianças para exploração sexual comercial, visto que essas re-
presentam estimativas significativas dentro do grande espectro de
vítimas desse crime. Para tanto, a pesquisa empreendida apresenta
o conceito de tráfico de pessoas aceito como parâmetro entre os Es-
tados, analisa o debate histórico acerca do tema do tráfico humano
no seio da comunidade internacional, analisa as instituições inter-

58
nacionais que atuam na prevenção e combate a esse tráfico infantil,
e explana sobre o panorama global acerca das crianças traficadas
para fins de exploração sexual, mediante análise das estimativas
das vítimas, das causas que tornam esse cenário propício e da con-
dição de traficadas, sob um olhar direcionado para a vítima. Assim,
através de uma metodologia qualitativa de caráter exploratório-des-
critivo, por meio de análise documental e revisão bibliográfica, bus-
ca-se instituir a compreensão do referido tema. Nesse contexto,
fatores como a pobreza extrema, consumismo, construções histó-
ricas sociais de sexualização de crianças e objetificação feminina e
a marginalização de grupos da sociedade são alguns dos elementos
que constroem o cenário de risco que viola direitos e amplifica vul-
nerabilidades, ofertando condições para a existência de tal crime.

Centro Universitário Tabosa de Almeida


(ASCES-UNITA-CE)

CRIANÇAS-SOLDADO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA


ACERCA DAS RESOLUÇÕES DO CONSELHO DE SEGU-
RANÇA DA ONU SOBRE A UTILIZAÇÃO DE CRIANÇAS
NOS CONFLITOS ARMADOS SOB A ÓTICA DA SEGURAN-
ÇA HUMANA E DO PAPEL DA CRIANÇA-SOLDADO DEN-
TRO DAS GUERRAS (MATHEUS PONTES DE LIMA, 2016)

Resumo: Em meados dos anos 1990, com a eclosão de várias guer-


ras civis, viu-se surgir uma prática de guerra encarada como inacei-
tável aos padrões morais estabelecidos internacionalmente: o recru-
tamento de crianças, por organizações não-estatais, nas frentes de
batalha. Estimasse que aproximadamente 300 mil crianças estejam
hoje em guerra, espalhadas por, pelo menos, 86 países, dentre os
quais sua maioria se encontra em países africanos, tais quais Ugan-
da, Libéria e Sudão. Contudo, países de outros continentes, como o
caso da Colômbia, na América do Sul, e do Paquistão e do Myanmar,
na Ásia, também se utilizam dessa prática para aumentar seu po-
derio militar. Nesse mesmo período, o Conselho de Segurança da
ONU, mais precisamente em 1999, deu início a série de resoluções
voltadas paras as crianças envolvidas em conflitos armados, sendo

59
essa a primeira de doze resoluções, que teve sua última resolução
debatida em 2015. Essas resoluções têm o intuito de zelar pelas
vidas das crianças-soldados e garantir os direitos fundamentais que
as guardam. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo ana-
lisar o fenômeno de recrutamento das crianças-soldados dentro dos
conflitos armados nos últimos anos, com o propósito de entender os
meios pelos quais essas crianças se deixam serem utilizadas como
manobra militar e qual o seu papel dentro dos conflitos, comparan-
do essa análise a criação do discurso empregado nas resoluções es-
tabelecidas pelo Conselho de Segurança e suas consequências dire-
ta na vida das crianças-soldados sob a ótica da Segurança Humana.

“EXÉRCITO-SOMBRA”: A VIOLÊNCIA ESTRUTURAL COMO


PRECURSOR PARA A MARGINALIZAÇÃO E INVISIBILIZA-
ÇÃO DAS MENINAS-SOLDADOS (MATHEUS PONTES DE
LIMA, 2016)

Resumo: O fenômeno das crianças-soldados tem se tornado cada


vez mais evidente dentro do escopo das relações internacionais,
embora ainda pouco estudado. Esse interesse pela academia com o
tema, decorre principalmente por esses indivíduos estarem alteran-
do as proposições relacionadas a agências e estruturas dentro das
relações internacionais, onde essas crianças passam a exercer certa
influência no modo como o seu âmbito doméstico será moldado,
podendo tanto constranger as estruturas, como serem constrangi-
das por elas. Surge nesse contexto a figura da menina-soldado, um
indivíduo que é marginalizado e invisibilizado duplamente, primeira-
mente dada reprodução de alguns costumes inerentes a sociedade,
que subjugam não apenas o indivíduo por ser criança, mas também
por ser do sexo feminino. Além disso, essas meninas estarem inseri-
das numa sociedade ainda muito ligada a princípios patriarcais e na-
cionalista, colocando-as a margem das relações de poder e decisão.
É diante desse contexto, que esse trabalho tem como objetivo anali-
sar como os ambientes, que predominantemente se utilizam dessas
meninas como soldados, estão ligados a uma série de condutas que
são justificadas por um processo violento que está inserido cultura
e estruturalmente dentro dessas sociedades, e como esse proces-

60
so de violência acaba posicionando essas meninas-soldados numa
esfera onde elas estão ligadas diretamente às vontades do seu gê-
nero oposto, os homens. Para isso serão analisados os papéis tanto
do homem, como o da mulher e das crianças como agência dentro
das relações internacionais e em seguida como essa marginalização
e invisibilidade promovem a exclusão dos seus direitos humanos.

CRIANÇA-SOLDADO: O PAPEL DA ONU NO CASO DAR-


FUR – REPÚBLICA DO SUDÃO (JOSUÉ JOSÉ DOS SAN-
TOS & MARÍLIA DE AZEVEDO LIMA, 2019)

Resumo: Através de referenciais teóricos de Relações Internacio-


nais e de Direitos Humanos, somado a compreensão desses direi-
tos e a atuação da ONU, o presente trabalho tem como objetivo:
Analisar o(s) papel(is) desempenhado(s) pela ONU frente ao tema
“crianças-soldados”, no caso de Darfur, entre o período de 2003 a
2018, no intuito de combater o uso de crianças para fins militares,
na região. Sabe-se que os Direitos Humanos foram criados com essa
nomenclatura após a Segunda Guerra Mundial, pois, é nesse perío-
do da humanidade que ocorre uma virada na história no tocante a
tais direitos. Porém, desde da Antiguidade que se busca formatar e
desenvolver normas de cuidado com as mais diversas populações,
já que durante toda a história, a humanidade sentiu a necessida-
de de racionalizar a vivência em sociedade. Como consequência as
mudanças globais e tecnológicas, além dos avanços nas situações
de conflitos existentes entre os países, criaram-se a Organização
das Nações Unidas (ONU) que reúne múltiplos governos que repre-
sentam suas nações, com o caráter voluntário de propagar a paz e
desenvolver a sociedade. É através da ONU, que surgem mediações,
negociações e ideias para a normatização de ações de cuidado com
os mais diversos públicos da sociedade. Sua metodologia baseia-se
em uma pesquisa exploratória, que consiste na efetivação de um
estudo para a familiarização do pesquisador com o objeto investi-
gado e na pesquisa explicativa, visto que esse tipo de procedimento
procura elucidar e explorar alguma temática nova, numa tentativa
de conectar ideias, para assim, compreender as causas e os efeitos.
Logo, todo o trabalho estrutura-se no âmbito da revisão bibliográfica,

61
sendo esta, uma análise cuidadosa e ampla das publicações antigas
e recentes de uma determinada área do conhecimento. A pesquisa
possibilitou dentre diversos resultados e diante de múltiplos estudos
apurados e revisados, o quanto a ONU necessita fazer frente diante
desses governos, já que esses recrutam crianças e desrespeitam
seus direitos. É imprescindível considerar o papel da Organização
em gerar recomendações, mas essas, podem não ser tão suficien-
tes para provocar um processo de cuidado efetivo a esse público.

Centro Universitário Estácio do Recife

CRIANÇAS SOLDADOS, PEQUENOS SOLDADOS E GRAN-


DES VÍTIMAS: ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO DIREITO IN-
TERNACIONAL HUMANITÁRIO NA ÁFRICA SUBSAARIANA
DO SÉCULO XXI (ANDRÉ LUÍS DE BARROS SILVA, 2010)

Resumo disponível apenas em repositório físico.

Região Centro Oeste

Centro Universitário de Brasília (UNICEUB)

CRIANÇAS-SOLDADO: O PAPEL DA ONU (RAFAEL SILVA,


2008)

Resumo: Mais de um milhão de crianças e adolescentes com ida-


de inferior a dezoito anos vêm sendo recrutados para fins militares
ao redor do mundo, o que vem dando maior notoriedade ao pro-
blema. É de fundamental importância um estudo deste fenômeno
atual no intuito de melhorar as regras internacionais, como um pri-
meiro passo para reverter esse quadro. Assim sendo, este trabalho
tem como objetivo principal analisar a atuação da Organização das
Nações Unidas – ONU- diante do uso indiscriminado de crianças
e jovens em conflitos armados internacionais ou em enfrentamen-
to de grupos armados dentro de um Estado. . Neste ínterim, foi

62
realizado primeiramente um debate sobre os conceitos de “crian-
ça” e de “criança-soldado”, e, a seguir, analisado como o direito
internacional tem tratado do tema, que tem importância crescente.
Por fim, procura analisar qual o papel da ONU, Organização das
Nações Unidas, nesse âmbito. Mais especificamente, será discutido
se a referida organização vem atuando no sentido de buscar criar
normas supranacionais que possam auxiliar a amenizar o problema.

A IMPORTÂNCIA DA CONVENÇÃO N. 182 DA OIT NO


COMBATE ÀS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL
NO BRASIL (NARA NÚBIA LOPES HOLANDA, 2010)

Resumo: O estudo de relações internacionais está em evidência


devido às profundas transformações que vêm marcando o sistema
internacional. Muitos problemas enfrentados pelos Estados passa-
ram a demandar uma abordagem internacional a fim de se alcan-
çar uma solução eficaz, dentre eles, o trabalho infantil. Por isso, o
objetivo deste estudo é analisar como ocorreu essa dinâmica de
interação entre o internacional e a realidade brasileira, relacionan-
do a normativa internacional específica - a Convenção nº 182 e a
Recomendação nº 190 da OIT sobre a Proibição das Piores Formas
de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação - e seu re-
flexo em âmbito brasileiro no enfrentamento do desafio do trabalho
infantil, o qual envolve questões de ordem biológica, moral, social
e econômica, podendo acarretar lesões irreparáveis nas crianças,
prejudicando a sua formação presente e o desenvolvimento futu-
ro. O trabalho é estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo
analisou a relevância das instituições nas relações internacionais,
a partir da teoria das Relações Internacionais. O segundo capítulo
considerou a normativa internacional a respeito das piores formas
de trabalho infantil, seus aspectos históricos, a adoção da Conven-
ção nº 182 e da Recomendação nº 190 no seio da OIT e suas prin-
cipais disposições. Por fim, o terceiro capítulo buscou verificar como
a moldura jurídica e política, adotada no seio da OIT, foi internali-
zada no Brasil, assim como tem sido a implementação visando a
coibir as piores formas de trabalho infantil. As considerações deste
estudo apontam que os problemas sociais ligados à exploração de

63
crianças e adolescentes, no que diz respeito às piores formas de
trabalho infantil, existe na sociedade brasileira, e o seu combate é
necessário e urgente tanto por parte do poder público quanto da
sociedade, pois somente a atuação do poder público e da sociedade
civil em prol da efetivação dos direitos fundamentais da criança e
do adolescente, poderá erradicar o trabalho infantil em nosso país.

O DESAFIO À PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS-SOLDADO NA


REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO (FERNANDA MA-
TOS LIRA, 2016)

Resumo: O presente trabalho de pesquisa tem como objetivo in-


vestigar as atuações nacional e internacional na República Demo-
crática do Congo (RDC) no que se refere à utilização de crianças
como soldados no país. Tal investigação ocorrerá através de duas
teorias, a Pós-Colonialista, que é necessária para explicar a parte
histórica do país e os acontecimentos que causaram a instabilidade
atual, e a dos Estados Falidos, que serve para explicar o motivo pelo
qual a RDC ainda é um país com extensas limitações. A utilização
dessas teorias são um modo de enxergar a RDC e suas dificulda-
des a partir da visão do campo teórico de relações internacionais.
Serão utilizados para fundamentar a utilização de crianças como
soldados os relatórios do Secretário-Geral da Organização das Na-
ções Unidas sobre Crianças e Conflitos Armados, de 2005 a 2015,
que fornecem estatísticas sobre as crianças afetadas por todos os
tipos de situações: recrutamentos, mortes, reinserção à vida civil,
entre outros. A partir disso, analisar, através dos dados disponi-
bilizados, a melhora ou a piora da RDC no ranking mundial sobre
Estados Falidos do Fund for Peace, e o que isso mostra sobre a
evolução do país; analisar o que seria ideal para o governo colocar
em prática, a fim de melhorar a condição de vida para a população
como um todo, e, consequentemente, criar um ambiente seguro
para que as crianças consigam suprir as suas necessidades básicas.

ANÁLISE DA EFETIVIDADE DOS DOCUMENTOS INTER-


NACIONAIS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA: O CASO DA RE-

64
PÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO (BRUNA SIQUEIRA,
2020)

Resumo: O presente artigo pretende analisar a efetividade dos do-


cumentos internacionais de proteção à criança, através dos acon-
tecimentos ocorridos na República Democrática do Congo. Des-
de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos constitui o
uso de crianças em conflitos como crime de guerra e desde 1996
a República Democrática do Congo faz uso do recrutamento in-
fantil. Através da exposição de inúmeros fatos, podemos observar
ações de agentes governamentais, ONG’s e Organizações Interna-
cionais, como a Organização Internacional das Nações Unidas e o
Tribunal Penal Internacional. Diante disso, o trabalho tem o obje-
tivo de esclarecer as questões inerentes a problemática e enten-
der as limitações da efetividade desses agentes, num cenário ca-
ótico como o atualmente encontrado no caso prático em questão.

O PRESSUPOSTO DA RACIONALIDADE ECONÔMICA: UM


ESTUDO DE CASO SOBRE O SEU IMPACTO NA PUBLI-
CIDADE INFANTIL (FILIPPE XIMENES AGUIAR DE OLI-
VEIRA, 2020)

Resumo: Atualmente são inúmeros os desafios no contexto jurídico


em virtude dos grandes avanços da tecnologia e da complexifica-
ção da tomada de decisão humana em face de tantas opções que
foram apresentadas e disponibilizadas. Uma das ferramentas mais
importantes desenvolvida nos últimos tempos é a intersecção entre
o campo do Direito com a compreensão econômica da sociedade,
dando surgimento, no Brasil, ao Direito Econômico. Esta disciplina
busca analisar as visões vertentes jurídicas, políticas e econômi-
cas das decisões dos indivíduos para gerar uma resposta jurídica
mais precisa e adequada à situação concreta. Portanto, utilizando
as ferramentas deste ramo, principalmente a análise econômica,
o objetivo desse estudo é analisar as bases de linguagem utilizada
pelo mercado e pelo ordenamento jurídico brasileiro, que incorpo-
rou esta visão daquele, principalmente a premissa da racionalidade
apresentada pela Escola de Chicago, e os impactos que esta possui

65
na sociedade. O presente estudo aprofunda na análise especifica-
mente da publicidade voltada para o público infantil nos tempos
atuais, evidenciando a prática do unboxing como um fruto da au-
sência de delimitações jurídicas para a publicidade. A partir deste
estudo de caso, assim como por uma extensão revisão bibliográfica,
apresenta que a premissa da racionalidade adotada pelo merca-
do encontra diversas brechas com o desenvolvimento de pesqui-
sas realizadas pela ciência comportamental e a psicologia. Prova,
portanto, que o argumento utilizado pelas empresas de publicidade
que possui foco no público infantil se encontra caduca. Dessa for-
ma, é necessário que os sujeitos de direitos aptos a se manifestar
imponham medidas ainda mais restritivas, nos moldes de várias
organizações internacionais, para regular o mercado publicitário
brasileiro, com o foco nas redes sociais, priorizando ainda a que
possui maior influência sobre o público infantil, que é o Youtube.

Universidade de Brasília (UnB)

CRIANÇAS SOLDADO NA COLÔMBIA: A CONSTRUÇÃO


DE UM SILÊNCIO NA POLÍTICA INTERNACIONAL (PATRI-
CIA NABUCO MARTUSCELLI, 2015)

Resumo: O emprego direto e indireto de pessoas menores de 18


anos em hostilidades não é um fenômeno novo nas relações inter-
nacionais, contudo, só passou a receber maior atenção internacional
após a publicação do relatório de Graça Machel sobre crianças e
conflitos armados em 1996. Desde então, houve uma mobilização
de organizações internacionais e da sociedade civil e de alguns Esta-
dos para erradicar essa prática por meio da adoção de tratados, do-
cumentos e comprometimentos internacionais. Apesar disso, ainda
hoje crianças são empregadas em conflitos armados, pois as variá-
veis que motivam o recrutamento e o uso de menores soldados (fa-
tores estruturais, aquelas que impactam no cálculo dos recrutadores
e aquelas que influenciam o cálculo das crianças para se alistarem)
continuam presentes. Contribui para isso o fato de que algumas situ-
ações recebem maior atenção, enquanto outras, como a da Colôm-
bia, permanecem ignoradas pela comunidade internacional. Assim,

66
essa dissertação estuda o uso de crianças soldado por todas as par-
tes envolvidas no conflito armado colombiano e apresenta algumas
evidências para explicar por que esse fenômeno foi silenciado na po-
lítica internacional. Além disso, a partir da literatura mais tradicional
sobre o tema de crianças soldado, foi construído um modelo padrão
de crianças soldado e meninas soldado para comparar com a reali-
dade colombiana com o objetivo de entender quais são as semelhan-
ças e diferenças desse caso com outros estudos sobre essa questão.

A SOCIEDADE CIVIL TRANSFRONTEIRICA: UM ESTUDO


EXPLORATÓRIO SOBRE A REDE TRANSNACIONAL DE
COMBATE A EXPLORAÇÃO SEXUAL COMERCIAL INFAN-
TIL NA TRÍPLICE FRONTEIRA BRASIL, ARGENTINA E PA-
RAGUAI (DENIS SCARAMUSSA PEREIRA, 2010)

Resumo: Partindo-se do reconhecimento das premissas pluralis-


tas em Relações Internacionais e das condições de interdependên-
cia complexa na era da informação, bem como de uma discussão
conceitual sobre sociedade civil, a presente dissertação procura
explorar a viabilidade teórica e empírica do conceito de socieda-
de civil transfronteiriça, a ser aplicado à região da tríplice fronteira
Brasil, Argentina e Paraguai, tendo por substrato empírico o es-
tudo de caso exploratório relacionado a redes da sociedade civil
no combate à exploração sexual comercial infantil. Nesse esforço,
são analisadas algumas condições territoriais e identitárias especí-
ficas das regiões de fronteira, chamando-se atenção ao marco ins-
titucional cooperativo do MERCOSUL nas dinâmicas fronteiriças em
questão. Da pesquisa, conclui-se pela utilidade de se trabalhar com
o conceito de sociedade civil transfronteiriça, ressalvadas as restri-
ções quanto a generalizações decorrentes de estudos exploratórios.

Universidade Federal de Grandes Dourados


(UFGD)

CRIANÇAS MIGRANTES FORÇADAS: COOPERAÇÃO HU-


MANITÁRIA E PROTEÇÃO INTERNACIONAL PARA A GA-

67
RANTIA DE SEUS DIREITOS FUNDAMENTAIS (DÉBORA
ESTER SUAREZ REBOUÇAS, 2018)

Resumo: Os números de deslocamentos forçados se multiplicam a


cada dia. A criança, nessa conjuntura, é uma das mais vulneráveis e
sofrem constantemente violações de direitos fundamentais. Além do
aumento alarmante, esses movimentos migratórios estão cada vez
mais complexos e diversos. Há parcela significativa de migrantes
forçados que não contam com proteção internacional obrigatória.
Esse cenário, pressiona fortemente todo o corpo jurídico de prote-
ção internacional. Melhorias na proteção dos direitos das crianças
puderam ser constatadas a partir da Convenção sobre os Direitos da
Criança, porém, há muito a ser feito. Foi identificado a forte e efeti-
va atuação das agências do Sistema ONU e das diversas instituições
internacionais na promoção e proteção dos direitos das crianças,
garantindo direito à sobrevivência, desenvolvimento e participação.
Destaca-se também a atuação delas com governos, sociedade civil,
setor privado e grupos regionais para cobrar e propor políticas públi-
cas, práticas e reformas legais necessárias para proteger e garantir
os seus direitos. Diante disso, busca-se identificar a atuação desses
atores na proteção internacional e na cooperação humanitária para
garantir os direitos fundamentais dessas crianças. A análise foi re-
alizada por meio de uma metodologia embasada na revisão e na
pesquisa bibliográfica expondo os índices de migração forçada e as
crianças nesse contexto. Além disso, foram descritas as vertentes da
proteção humana e a sua relevância para cada categoria de migrante
e também, o papel de cada ator da comunidade internacional frente
a cooperação humanitária. A partir disso, foi possível concluir a im-
portância dessa atuação, através da noção de solidariedade interna-
cional e responsabilidade compartilhada. A motivação para a reali-
zação deste trabalho é devida o interesse e relevância pessoal que o
tema desponta na autora do mesmo e a preocupação com o crescen-
te número de crianças vítimas desse fenômeno, ao redor do mundo,
que não estão sendo amparadas, pois a comunidade internacional
não consegue suprir a demanda ou estabelecer medidas efetivas.

68
Região Sul
Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL)

A ATUAÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL FREN-


TE À CAPACITAÇÃO DE CRIANÇAS PARA ATUAREM COMO
SOLDADOS EM CONFLITOS ARMADOS: UM OLHAR PARA
COLÔMBIA (SAMARA DA SILVA NEIVA, 2017)

Resumo: A presente monografia tem como objetivo analisar a atu-


ação do Tribunal Penal Internacional frente à capacitação de crian-
ças para atuarem como soldados nos conflitos armados. Uma vez
que o uso de crianças como soldados vem ganhando destaque pe-
rante a comunidade internacional. Deste modo buscou-se identi-
ficar o histórico de criação do Tribunal Penal Internacional, mos-
trando os tribunais que serviram de inspiração e de base para sua
construção; O trabalho também apresenta o um resumo do proces-
so histórico do conflito colombiano, o conceito de criança soldado
e como elas são utilizadas na Colômbia, e por fim busca analisar
como o Tribunal está atuando neste caso. Para a estruturação da
pesquisa que é de caráter básica utilizou-se o método descritivo,
quanto a abordagem do problema o método escolhido foi o qua-
litativo, e no que tange aos procedimentos do estudo o trabalho
tem caráter de pesquisa Bibliográfica, Documental e Estudo de
caso. Por fim, concluiu-se que a criação do Tribunal Penal Interna-
cional, trouxe grandes avanços perante o Direito Internacional e a
proteção internacional dos Direitos Humanos, principalmente pela
complementariedade que o mesmo oferece para os tribunais nacio-
nais, entretanto que por premissas que o próprio Estatuto de Roma
possuí, para realizar o julgamento de forma eficaz, ele se depara
com alguns problemas, o que pode levar o mesmo a se estender.

A ATUAÇÃO BRASILEIRA NA RESTITUIÇÃO DE CRIANÇAS


VÍTIMAS DE SEQUESTRO INTERNACIONAL: A RELAÇÃO
BRASIL X ESTADOS UNIDOS (CAROLINA DIAMANTARAS
RIBAS PEREIRA, 2016)

69
Resumo: A subtração internacional de crianças tem se tornado uma
conduta cada vez mais comum no sistema internacional. Na com-
paração de 2008 com 2003, constata-se um crescimento de 56%
no número total de casos registrados. Com o intuito de proteger
o melhor interesse da criança, foi criada em 1980, na 14a sessão
da Conferência de Haia de Direito Internacional Privado, a Conven-
ção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças.
Tendo isto em vista, o objetivo do presente trabalho é verificar a
conduta do Brasil no que diz respeito aos casos da Convenção –
especificamente os casos registrados entre Brasil e Estados Uni-
dos - e se o país, na qualidade de signatário, tem assegurado a
devida aplicação da Convenção nestas situações e se o país tem
tomado medidas que objetivam uma implementação mais efetiva
e eficiente dos termos deste tratado. Conclui-se que em todo o pe-
ríodo analisado, a forma com que o Brasil implementou os termos
da Convenção foi falha e que as medidas já tomadas visando a uma
melhora deste quadro, ainda que apresente resultados positivos,
não são suficientes para deixar o país em total conformidade com
os termos deste tratado. Portanto, é fundamental que medidas adi-
cionais sejam adotadas no país em um futuro próximo de maneira
a eliminar as queixas registradas por países estrangeiros acerca da
conduta brasileira frente ao sequestro internacional de menores.

A CONDIÇÃO DE CHEFE DE ESTADO DO PAPA E A POSSI-


BILIDADE DE PUNIÇÃO POR CRIMES CONTRA A HUMA-
NIDADE, PELO ACOBERTAMENTO DE ABUSOS SEXUAIS
COMETIDOS PELO CLERO CONTRA MENORES DE IDADE
(BÁRBARA CAÇADOR BERNARDES SILVA, 2012)

Resumo: São diversas as acusações de abusos sexuais cometidos


por padres, contra menores de idade, vindas à tona ultimamente,
atos amplos e sistemáticos, que não diferem em raça nem sexo.
Nada disso é novidade, mas até que ponto o Papa pode ser conside-
rado inocente. O Cardeal Joseph Ratzinger, antes de ser o Papa Bento
XVI, comandava a Congregação Para a Doutrina da Fé, o órgão que
administra e julga os crimes de pedofilia. Sua predileção era o sigilo

70
absoluto e a absolvição do acusado. Hoje, amparado por sua imuni-
dade soberana, é chegada a hora de rever essa máxima. Este tra-
balho busca examinar se a Santa Sé e o Vaticano se enquadram nos
critérios para a condição de Estado soberano, propostos pelo tratado
de Montevidéu, bem como quais são as suas relações com a Organi-
zação das Nações Unidas, suas estruturas internas e seus sistemas
de julgamento, que não parecem punir os culpados, e, por fim, ques-
tionar se o Papa poderia ser acusado de crimes contra a humanida-
de, pelo acobertamento dos crimes sexuais cometidos pelo clero.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS: A ATUAÇÃO DO


UNODC NO CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO DE PALER-
MO (EMANUELLA FARIAS GUESSER, 2017)

Resumo: A presente pesquisa aborda o Tráfico Internacional de


Pessoas e a atuação do United Nations Office on Drugs and Crime
(UNODC) no cumprimento do Protocolo de Palermo. Tem como ob-
jetivo apresentar o histórico do tráfico de pessoas, bem como os
relatórios do UNODC referente ao panorama global sobre o tráfico. A
metodologia utilizada foi a pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva,
bibliográfica e análise documental. Como resultado foi identificado
que os relatórios do UNODC trazem mudanças quanto as vítimas
de tráfico, as quais consistiam em maioria de mulheres adultas e
agora observa-se um aumento de meninas, bem como o aumento
de vítimas do sexo masculino e uma maior identificação por parte
dos Estados, uma vez que suas legislações nacionais abrangem o
Protocolo de Palermo e apontam o tráfico de pessoas como crime.

Universidade Federal da Integração


Latino-Americana (UNILA)

GUERRA, VIOLENCIA E INFANCIA, DESDE UNA PERS-


PECTIVA INTERNACIONAL (DAHIANA STEPHANIE ESPI-
NOLA MERELES, 2022)

Resumo: A monografia analisa a violência estrutural e suas reper-

71
cussões nas crianças em situação de vulnerabilidade, a pesquisa
foi organizada por meio da análise de dois estudos de caso con-
temporâneos: uma guerra convencional no Iêmen, um país do SUL
GLOBAL fora do contexto cultural latino-americano e outro mais
próximo, da violência não convencional nas favelas do Rio de Ja-
neiro. Os dois estudos permitem aplicar a abordagem teórica es-
tabelecendo comparações que buscam 1) compreender os proble-
mas que impactam a vida de crianças em conflito (convencionais
ou não) e 2) buscar respostas e possíveis soluções no campo do
direito internacional humanitário para os problemas apresentou.

Universidade Federal de Santa Catarina


(UFSC)

O RECRUTAMENTO INFANTIL À LUZ DA TEORIA DAS NO-


VAS GUERRAS: O CASO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA
DO CONGO (ARIANNE KERN DE DUTRA CÓRIA, 2016)

Resumo: O período pós Guerra Fria foi caracterizado por um novo


tipo de violência organizada que passou a influenciar diretamente a
infância das crianças que vivem neste cenário. Chamado de Novas
Guerras, por Kaldor (1999), os conflitos armados contemporâneos
passaram a ter novos atores, que juntamente com uma tecnologia
militar avançada e uma estratégia de guerra de medo e ódio, fize-
ram com que crianças passassem a ser recrutadas tanto por órgãos
governamentais, quanto não governamentais. A pesquisa em de-
senvolvimento se propõe a estudar esta relação da teoria das Novas
Guerras com o recrutamento infantil, utilizando o estudo de caso da
República Democrática do Congo. Isso será feito através da análise
do tema a partir de produções científicas e documentais, com o re-
ferencial teórico baseado em Kaldor (1999), Philippe Ariès (2011),
Alan Prout (2010) e Gabriela Riva (2012), sendo, portanto uma pes-
quisa de natureza teórica e explicativa. A escolha do tema se justifi-
ca, pois o Congo é o país que se encontra na lista das Nações Unidas
como país recrutador de menores há dez anos, sendo as Forças Ar-
madas também responsáveis pela violação dos direitos das crianças.
Além disso, ao analisar os infantes nos conflitos armados contempo-

72
râneos, será possível perceber o grau de destruição física, humana e
moral, na qual os menores se encontram. As crianças, que vivem em
ambientes violentos, crescem privadas de suas necessidades mate-
riais e afetivas, sendo suas escolas, hospitais e igrejas destruídas e
sua família e amigos afastados ou mortos. Ademais, os infantes não
conseguem recorrer ao Estado, pois o mesmo não consegue garan-
tir seu direito à vida, à educação ou à saúde. Recorrendo ao recruta-
mento, como forma de sobreviver á este ambiente hostil, a criança
alimenta o ciclo econômico das Novas Guerras, fazendo com que
isso não seja somente considerado um conflito, mas também um co-
mércio que por beneficiar a grande maioria, parece não possuir fim.

A TEORIA INSTITUCIONALISTA E O USO DE CRIANÇAS


SOLDADO EM CONFLITOS ARMADOS CONTEMPORÂNE-
OS: A REPÚBLICA DA COLÔMBIA (EMILI WILRICH, 2016)

Resumo: A partir de meados dos anos 1980 e, mais intensamente,


do final da Guerra Fria, observou-se crescente mudança no para-
digma das Relações Internacionais e na forma como os conflitos
passaram a ser travados, considerados então, por Kaldor (1999)
como novas guerras. As hostilidades proliferadas a partir do perí-
odo têm como uma de suas características a utilização de crianças
em confrontos, as denominadas crianças soldado. O objetivo dessa
monografia é refletir a respeito do fenômeno das crianças soldado,
com base na teoria institucionalista de Keohane (1984), para veri-
ficar a efetividade da instituição internacional construída no com-
bate ao uso de crianças nas hostilidades. Como estudo de caso,
para comprovar ou não a efetividade de instituições internacionais,
aplica-se o caso da República da Colômbia, país da América do Sul,
fronteiriço com o Brasil, e que possui no seu conflito armado o re-
crutamento de menores de idade como uma peculiaridade comum.

CRIANÇAS SOLDADOS: O CASO DO ISIS (MORANAH DE


CARVALHO CELESTINO, 2017)

Resumo: O trabalho tem como objetivo analisar o papel das crian-

73
ças-soldados, e sua contribuição para a consolidação do Califado, ob-
jetivo principal do grupo terrorista ISIS, através de uma análise onde
são apresentados os conceitos de guerra de terceiro tipo, segurança
humana, e de terrorismo. O trabalho apresenta um histórico sobre o
ISIS, desde as mudanças em sua terminologia, até seus objetivos e
métodos de ação. Analisa o papel das crianças-soldados em diferen-
tes conflitos no mundo, em diferentes tempos históricos e as diferen-
ças com o recrutamento das crianças nos conflitos contemporâneos.
Destaca-se o caso das crianças-soldados recrutadas pelo ISIS, des-
de das formas de recrutamento até seu treinamento, os papéis que
exercem dentro do grupo, e sua importância para o futuro do califado.

O PAPEL DA ONU NO FENÔMENO DAS CRIANÇA-SOLDA-


DO:UM ESTUDO DOS CASOS COLOMBIANO E SOMALI
(LAURA DE ANDRADE ORLANDI, 2019)

Resumo: A presente monografia tem como tema de investigação o


papel desempenhado pela Organização das Nações Unidas no fenô-
meno do recrutamento infantil para o combate armado. A escolha
pelo tema se deu pelo fato de que, atualmente, existem milhares
de crianças sendo recrutados em pelo menos vinte países da co-
munidade internacional. O objetivo do trabalho é analisar, à luz da
Segurança Internacional, o papel dessa Organização, a fim de en-
tender por que o fenômeno das crianças-soldado continua existin-
do, mesmo sendo uma grave violação aos Direitos Humanos. Para
alcançar este objetivo, a presente monografia foi dividida em três
capítulos. O primeiro capítulo estuda as crianças-soldado: a defi-
nição do termo e onde estão localizadas; a conjuntura de guer-
ras do terceiro tipo que dá lugar ao aparecimento deste fenôme-
no; e quando e como se deu a securitização do tema. O segundo
capítulo estuda o papel da ONU, tanto na sua criação, quanto no
tema do recrutamento infantil, onde foram elencados dois fato-
res como mais substanciais para explicar os resultados pouco ex-
pressivos que alcançou até agora: os Estados Falidos e a questão
bélica. Por fim, o terceiro capítulo é voltado para dois estudos de
caso - o Colombiano e o Somali - a fim de analisar a partir de ca-
sos reais como os dois fatores elencados para explicar a continua-

74
ção do fenômeno no segundo capítulo são observados na prática.

CRIANÇAS DESACOMPANHADAS NA ITÁLIA: A PROTE-


ÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E A SECURITIZAÇÃO
DAS MIGRAÇÕES NA UNIÃO EUROPEIA (DEBORAH ES-
THER GRAJZER, 2019)

Resumo: A presente monografia trata das crianças que migram


desacompanhadas de ambos os pais ou de um adulto responsável
rumo à União Europeia. O objetivo deste trabalho é analisar as po-
líticas de proteção destinadas as crianças migrantes extracomuni-
tárias ao continente Europeu em relação às políticas de fronteira e
de segurança da União Europeia e dos Estados membros no âmbito
interno. Com o estudo da União Europeia e do caso da Itália, rea-
lizado por meio de documentos oficiais, atos de fala, dados esta-
tísticos e relatos das próprias crianças, pretende-se compreender
de qual forma o posicionamento do bloco influencia o processo de
securitização das migrações ou à implementação das normas de
direitos humanos. Esta pesquisa tem como aporte teórico a Esco-
la de Copenhague e as teorias de securitização das Relações In-
ternacionais, de modo que, os atos de fala são entendidos como
formadores de uma determinada realidade, neste caso, aplicados
a temática da restrição à mobilidade humana. Assim, busca-se ana-
lisar as Diretivas Comunitárias que versam sobre a migração e o
sistema de refúgio europeu, bem como as leis internas da Itália e
da União Europeia. Os fluxos migratórios têm se intensificado desde
o começo da Primavera Árabe, em 2011, levando um significativo
número de pessoas a se deslocarem do Norte da África e do Oriente
Médio para o continente Europeu em busca de proteção. Esse fluxo
migratório é composto em parte por crianças, que por sua condição
de seres humanos em desenvolvimento necessitam de proteção es-
pecífica. Ao se discutir os conceitos de criança e infância procura-se
localizar o lugar ocupado pela criança na sociedade, e o reflexo de
sua visibilidade nos instrumentos normativos e na agenda interna-
cional. Após este debate, adentra-se na compreensão do recente
aumento dos fluxos migratórios de crianças desacompanhadas ou
separadas para União Europeia, especialmente para a Itália. A partir
da pesquisa conjunta dos níveis nacional e europeu, pretende-se

75
evidenciar as políticas de proteção aos migrantes e sua relação com
o processo de integração da União Europeia. Avaliando a política
comum de fronteiras, o Espaço Schengen, o Regulamento Dublin,
a Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional
nas Fronteiras Externas), observa-se que o livre movimento dos
migrantes é restringido em nome de um discurso de segurança e
identidade nacional. A criança migrante, securitizada por políticas
de exceção e práticas de restrição à mobilidade, passa a ser vis-
ta como uma ameaça existencial. Por último, tem-se a análise das
políticas migratórias e das recentes práticas adotados pelo governo
italiano frente a chegada de crianças desacompanhadas conside-
rando a agenda de securitização das migrações da União Europeia.

Região Sudeste
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP)

AS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO DA JUVENTUDE NA AMÉ-


RICA LATINA: O CASO ILANUD (MARIA CECILIA DA SIL-
VA OLIVEIRA, 2010)

Resumo: A pesquisa problematiza os investimentos na prevenção


geral como dispositivo de segurança que desdobra práticas socioju-
rídicas capazes de intensificar a política econômica das penas junto
a garantias de direitos na sociedade de controle. Nesse caso, como
polo disseminador do combate à delinquência juvenil na América La-
tina, discute-se o Instituto Latino Americano de Prevenção do Delito
e Tratamento do Delinquente ILANUD. Busca-se por meio da análise
genealógica tratar dos saberes e fluxos de poder que fomentam
sistemas de justiça penal juvenil vinculados a políticas de bem-es-
tar, aliados a medidas socioeducativas direcionadas à responsabili-
zação do infrator, que deslocaram, no final do século XX, a tutela da
clientela etiquetada pela concepção de situação irregular à doutrina
garantista da proteção integral, regulamentando o exercício de con-
troles e direitos como forma biopolítica de governamentalizar. Sob
a égide das organizações internacionais e movimentos pela paz que

76
atuam no século XXI, cabe aqui analisar o processo de humaniza-
ção das penas que pulverizam controles a céu aberto. A prevenção
geral, aliada ao clamor da sociedade civil por segurança, redimen-
siona as políticas de tolerância zero como prática neoliberal pauta-
das no estabelecimento da cidadania, participação democrática e
inflação das ilegalidades. É pela perspectiva das resistências que se
enfrenta o discurso democrático da universalização de programas à
juventude do novo milênio, capazes de conciliar práticas punitivas
à garantia de direitos humanitários. Contra os programas de pre-
venção geral, calcados no castigo como pedagogia exemplar em
prol da sociedade asséptica e do corpo são, afirma-se a vida como
vontade de potência, uma tentativa de provocar linhas de fuga fren-
te às punitivas capturas da sociedade de controle no século XXI.

PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL? (DES)AVAN-


ÇOS NA AGENDA GLOBAL DE ENFRENTAMENTO AO TRA-
BALHO INFANTIL (DANIELE DE LARA MARTINS SANTO-
NI, 2022)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo chamar a atenção


para os des(avanços) Agenda Internacional de Combate ao Trabalho
Infantil e os desafios para a eliminação da exploração de crianças
e adolescentes a partir da abordagem internacional sobre as Piores
Formas de Trabalho Infantil. Com isso, pretende-se colaborar para
a evolução do debate sobre trabalho infantil e a (re)formulação de
políticas globais, regionais ou locais de prevenção ou combate mais
inclusivas, eficientes e conectadas com os desafios de países em
desenvolvimento como o Brasil. Para tanto, parte de um panorama
do trabalho infantil contemporâneo, com dados atuais e conceitos
comentados para aproximar o leitor do universo estudado. Em se-
guida, apresenta a formação dos pilares da atual estrutura de go-
vernança global do combate ao trabalho infantil, como fio condutor
da evolução do debate nos últimos cem anos, de modo que seja
possível compreender precedentes e avanços que culminam com
o que temos (ou que o falta) atualmente na Agenda Global do En-
frentamento ao Trabalho Infantil. Com isso, pretende-se explorar
aspectos relações local-global que evidenciam uma tensão obser-

77
vada para o cumprimento da Convenção 182 – OIT, instrumento
internacional sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho In-
fantil que em 2020 alcançou ratificação universal, e da meta 8.7
dos ODS que diz respeito a eliminação do trabalho infantil até 2025.
Neste contexto, propõe uma reflexão sobre teoria e realidade das
Piores Formas de Trabalho Infantil, a partir do exemplo do Brasil.

ESTADO PENAL E JOVENS ENCARCERADOS: UMA HIS-


TÓRIA DE CONFINAMENTO (LIA CRUZ MOURA, 2005)

Resumo: Estado penal e Jovens Encarcerados: uma história de


confinamento tem por objetivo mostrar os desdobramentos do
aumento da penalização de jovens infratores entre 1995 e 2004,
na Febem-SP. O período corresponde à presença do Estado pe-
nal, assim designado por Loïc Wacquant, incorporando elementos
da doutrina de tolerância zero. Pretende-se, também, traçar um
histórico do confinamento de jovens iniciado em 1902, com a au-
torização para construção do Instituto Disciplinar em São Paulo,
estendendo-se até a Febem atual implantada desde o governo di-
tatorial por meio da Política Nacional do Bem-estar do Menor dan-
do ênfase às medidas adotadas nos governos estaduais de Mário
Covas (1995-2002) e Geraldo Alckmin (2003-2006). A pesquisa
levou-nos à reflexão abolicionista cuja proposta de supressão da
prisão e da vingança, tem como base o diálogo entre a vítima e
o agressor, para resolução específica de conflitos, originados pela
situação-problema, apartando-se à universalidade do direito penal.

O QUE É UM SALVADOR SEM A VÍTIMA? UMA ANÁLISE


DA INSTRUMENTALIZAÇÃO DA IMAGEM DAS CRIANÇAS
POR ORGANIZAÇÕES HUMANITÁRIAS (GABRIEL COSTA
MACEDO DE ARRUDA, 2021)

Resumo: Este trabalho pretende discutir o uso da imagem das


crianças no humanitarismo e as heranças do colonialismo nes-
se sistema. Este estudo parte de uma problematização teórica de
que a representação do sujeito colonizado como infantil fez par-

78
te da empreitada colonial e continua presente no humanitarismo.
Acredita-se que a construção da representação ocidental da in-
fância e da criança esteve profundamente conectada ao processo
imperial de dominação, sobrevivendo hoje no sistema humanitá-
rio através da iconografia da infância nas propagandas de orga-
nizações humanitárias. O objetivo deste trabalho é problematizar
essas imagens de crianças não só como um instrumento para ar-
recadar recursos e doações, mas também como uma ferramen-
ta que carrega e perpetua uma representação das comunidades
do Sul Global como infantis. A pesquisa será realizada a partir
de uma revisão da bibliografia sobre o assunto, juntamente com
o exame de diretrizes de organizações humanitárias sobre o uso
da imagem em propagandas e uma entrevista semiestruturada.

Faculdade Rio Branco (FRB)

ESTUDO SOBRE PARCERIAS ENTRE EMPRESAS PRIVA-


DAS DO UNICEF BRASIL (2012-2016) (CAMILA FERNAN-
DA FERMINO, 2017)

Resumo disponível apenas em repositório físico.

Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP)

TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES E CRIANÇAS:


BRASIL (LUCIANA APARECIDA SANTANA DOS SANTOS,
2011)
Resumo disponível apenas em repositório físico.

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

DO PROCESSO CIVIL ADMINISTRATIVO AO SISTEMA


CARCERÁRIO: AS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS ESTADUNI-
DENSES ANTES E PÓS-11 DE SETEMBRO DE 2001 (LIVIA
MARIA ROSA DA SILVA, 2022)

79
Resumo: A presente monografia propõe uma análise histórica das
políticas migratórias estadunidenses pós-11 de setembro, com foco
na população latino-americana. Objetiva-se explicitar, historicamen-
te, a evolução das políticas administrativas para uma política es-
sencialmente carcerária, se tratando dos centros de detenção de
imigrantes na fronteira Estados Unidos-México. Foi realizada uma
pesquisa bibliográfica com base em documentações acadêmicas, re-
latos e notícias sobre o assunto. Os Estados Unidos são o principal
destino de migrantes latino-americanos, que buscam sair de seus
países em crise. Até hoje fazem um tipo de imigração selecionada,
buscando facilitar e/ou dificultar a migração de acordo com seus
interesses. Após os atentados de 11 de setembro de 2001 passou
a adotar um discurso antiimigração baseado na premissa da Segu-
rança Nacional. O endurecimento das políticas migratórias acarreta
no aumento da chamada “imigração ilegal” e nas deportações de
famílias que se estabeleceram “ilegalmente” nos Estados Unidos.
Pretende-se retratar a temática da imigração irregular inserida nos
ciclos de acumulação econômicos de Giovanni Arrighi. O assunto
não é retratado diretamente em sua obra, no entanto contribui
para analisarmos as políticas focadas nos campos de detenção de
imigrantes na fronteira Estados Unidos-México, ao privilegiar uma
abordagem das relações entre os interesses econômicos e políticos.

A QUESTÃO DAS CRIANÇAS SOLDADOS NA LIBÉRIA


(MARIA EDUARDA GUERRA, 2021)

Resumo: A história da Libéria foi marcada por dois grandes confli-


tos internos, os quais levaram os senhores da guerra e os próprios
comandantes das Forças Armadas Liberianas a recrutar e treinar
crianças para os combates nas linhas de frente, assim como para
desempenhar outras funções dentro dos grupos. A experiência foi
amplamente traumática, com o uso de abusos e torturas para punir
as crianças, prejudicando a reabilitação e reintegração das crian-
ças às famílias e comunidades no pós-guerras, de modo a elevar a
criminalidade, a pobreza e o analfabetismo no país, e dificultando
o processo de reconstrução da Libéria enquanto um país soberano.

80
Através de uma análise bibliográfica e documental, o presente tra-
balho apresenta a questão do uso de crianças soldados na Libéria
mediante o estudo da situação do país durante as duas guerras civis,
o recrutamento, treinamento e uso de crianças e adolescentes pelos
beligerantes, seu papel na transição para a paz, e o tratamento que
lhes foi conferido pela justiça transicional. Como resultados, des-
prendem-se a má estruturação dos programas de desarmamento,
desmobilização, reabilitação e reintegração (DDRR), os quais não
conseguiram propor oportunidades educacionais e empregatícias de
qualidade para as crianças e os jovens, respectivamente, a rele-
gação da justiça transicional a um segundo plano e a dificuldade
em mesclar a responsabilização das crianças soldados por sua atu-
ação nos conflitos com a sua vulnerabilidade enquanto crianças.

Universidade de São Paulo (USP)

A ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMEN-


TAIS NO CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNI-
DAS: OS CASOS DAS AGENDAS TEMÁTICAS SOBRE
CRIANÇAS E MULHERES (TAMYA ROCHA REBELO, 2017)

Resumo: O objetivo central desta tese é o de analisar a partici-


pação de Organizações Não Governamentais (ONGs) internacionais
nas políticas e práticas do Conselho de Segurança das Nações Uni-
das (CSNU) voltadas às agendas temáticas Crianças e Mulheres.
Com base no estudo de duas coalizões, Watchlist on Children and
Armed Conflict e NGO Working Group on Women, Peace and Secu-
rity, busca-se examinar o panorama político e normativo que con-
diciona a atuação das ONGs, bem como as estratégias específicas
utilizadas por elas para adentrar no domínio de paz e segurança
internacionais. Pretende-se discutir se as ONGs estão presentes
nas discussões do órgão e, caso afirmativo, em que medida suas
estratégias influenciam as decisões estatais. A metodologia em-
pregada foi a análise dos documentos divulgados pelas coalizões
e das resoluções aprovadas pelo CSNU. Além disso, foram realiza-
das entrevistas com funcionários das coalizões e das missões es-
tatais para entender como funcionam as relações entre as ONGs

81
e o CSNU. A partir das perguntas de pesquisa e da metodologia
empregada, o estudo discutiu proposições teóricas sobre a possi-
bilidade de os atores não estatais interferirem nas deliberações in-
tergovernamentais. Sugere-se que o enquadramento das ideias e
normas, a formação de coalizões e a mobilização por meio de redes
de advocacia criam estímulos que aumentam as chances de os ati-
vistas influenciarem as decisões dos Estados-membros do CSNU.
As conclusões desta tese permitem considerar, de um lado, a parti-
cipação das ONGs num espaço tradicionalmente fechado à sua pre-
sença e, de outro, o desenvolvimento do CSNU, com destaque às
adaptações que viabilizaram uma maior aproximação com as ONGs.

ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS: CONDI-


CIONANTES DOMÉSTICOS DAS ESTADOS E FORMAÇÃO
DA AGENDA BRASILEIRA (MÔNICA SODRÉ PIRES, 2017)

Resumo: O tráfico de pessoas configura-se atualmente como a


terceira atividade mais lucrativa no mundo e as estimativas sobre
seu volume e rendimentos ganham novos números a cada ano. No
ano 2000, a Organização das Nações Unidas reconheceu formal-
mente a necessidade de se lidar com o problema e estabeleceu o
principal instrumento jurídico sobre o tema, a Convenção das Na-
ções Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (conhecida
como Convenção de Palermo), complementada por três Protocolos
Adicionais, sendo um deles especificamente relativo ao tráfico de
mulheres e crianças. Isso posto, os objetivos deste trabalho são
de duas ordens: (1) compreender o papel de características do-
mésticas na ratificação dos Estados a compromissos internacionais,
mais especificamente ao Protocolo Adicional à Convenção das Na-
ções Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional rela-
tivo à Prevenção, à Repressão e à Punição do Tráfico de Pessoas,
em especial de Mulheres e Crianças e (2) compreender a formação
da agenda decisória brasileira sobre o tema e a influência do ce-
nário internacional para isso. Para o primeiro, fazemos uso do ar-
cabouço teórico-metodológico fornecido por estudos que explicam
a adesão de países à regimes internacionais, sobretudo os de di-
reitos humanos, empregamos metodologia quantitativa, adotamos

82
como série temporal o período compreendido entre 2000 e 2011,
tomamos como amostra os 193 países membros das Nações Unidas
e selecionamos como variáveis independentes: regime de gover-
no, tempo de democracia, novas democracias, região geográfica de
localização do país, indicador de tráfico humano, tipos de tráfico
humano e PIB per capita. Para a segunda dimensão, qualitativa,
fazemos uso do arcabouço da área de políticas públicas, sobretudo
os estudos relacionados ao processo de formação de agenda e o
Modelo de Fluxos Múltiplos, e mapeamos as políticas públicas re-
ferentes ao tema produzidas entre 2000 e os dias atuais no Brasil.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RELA-


ÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS

A ONU E AS CRIANÇAS-SOLDADO (GIOVANNA AYRES


ARANTES DE PAIVA, 2016)

Resumo: Sobretudo a partir da década de 1990, a Organização


das Nações Unidas (ONU) passou a publicar uma série de docu-
mentos oficiais – como relatórios e resoluções – e a adotar ações
específicas e inéditas a fim de incluir o emprego de crianças-sol-
dado na agenda de seus diferentes órgãos. Diante desse cenário,
buscamos avaliar em que medida há uma convergência ou uma di-
vergência entre os trabalhos desenvolvidos pela Assembleia Geral,
UNICEF, Conselho de Segurança e Secretariado sobre as crianças-
-soldado. Argumentamos que a concepção de Segurança Humana,
os estudos das “novas guerras”, a ideia de que existe uma res-
ponsabilidade de proteger a criança e o estabelecimento de uma
legislação internacional sobre o próprio conceito de criança e seu
papel na sociedade são alguns fatores que fazem com que haja
um padrão de ação nas diferentes medidas adotadas sobre o tema
no âmbito das Nações Unidas. A partir de uma análise documen-
tal dos órgãos da ONU, apontamos também os impactos, consequ-
ências, limites, dificuldades e contradições do sistema das Nações
Unidas em relação às crianças empregadas em conflitos armados.

83
CRIANÇAS E (IN)SEGURANÇA: A CONSTRUÇÃO DE NAR-
RATIVAS SOBRE CRIANÇAS-SOLDADO NA AGENDA IN-
TERNACIONAL (GIOVANNA AYRES ARANTES DE PAIVA,
2020)

Resumo: Sobretudo a partir da década de 1990, a Organização


das Nações Unidas (ONU) passou a publicar uma série de docu-
mentos oficiais – como relatórios e resoluções – e a adotar ações
específicas e inéditas a fim de incluir o emprego de crianças-sol-
dado na agenda de seus diferentes órgãos. Diante desse cenário,
buscamos avaliar em que medida há uma convergência ou uma di-
vergência entre os trabalhos desenvolvidos pela Assembleia Geral,
UNICEF, Conselho de Segurança e Secretariado sobre as crianças-
-soldado. Argumentamos que a concepção de Segurança Humana,
os estudos das “novas guerras”, a ideia de que existe uma res-
ponsabilidade de proteger a criança e o estabelecimento de uma
legislação internacional sobre o próprio conceito de criança e seu
papel na sociedade são alguns fatores que fazem com que haja
um padrão de ação nas diferentes medidas adotadas sobre o tema
no âmbito das Nações Unidas. A partir de uma análise documen-
tal dos órgãos da ONU, apontamos também os impactos, consequ-
ências, limites, dificuldades e contradições do sistema das Nações
Unidas em relação às crianças empregadas em conflitos armados.

A (DES)CONSTRUÇÃO DA CRIANÇA MODERNA NAS RE-


LAÇÕES INTERNACIONAIS (LEONARDO RODRIGUES TA-
QUECE, 2021)

Resumo: Quem é a criança? O que é a infância? Uma pessoa é uma


pessoa independente do seu tamanho e idade; e este trabalho se
propõe a analisar, de forma exploratória e crítica, a construção da
criança moderna e a ideia universalizada da infância como perío-
do de desenvolvimento pré-social. Considerando a “criança” como
conceito flutuante que é universalizado pela Modernidade, além da
recapitulação histórica acerca desse conceito na Europa e sua apli-
cação nas discussões internacionais sobre a infância, há o esfor-
ço de realizar uma introspecção crítica e descentralizada sobre as

84
complexidades da(s) infância(s), seja como formulação conceitu-
al ou como experiências vividas. Diante desse cenário, argumen-
tamos que a criança, mesmo dependente, é um sujeito completo
e tem a mesma humanidade que um adulto; e que o campo de
estudos sobre a infância nas Relações Internacionais tem muito
a ganhar quando se descentraliza os conceitos universalizados de
“criança” e “infância” para ouvir novas contribuições ao debate. Ao
fugir do cartesiano e enxergar as possibilidades teórico-metodo-
lógicas para além da desconstrução da criança, propõe-se explo-
rar os portais que são abertos através desse diálogo que tangen-
cia as próprias teorias das Relações Internacionais, que é o portal
principal deste trabalho considerando o curso pelo qual foi feito.

Universidade Estadual do Rio de Janeiro


(UERJ)

A REINTEGRAÇÃO DE EX-CRIANÇAS-SOLDADO: UM PA-


NORAMA GERAL A PARTIR DO EXEMPLO DE SERRA LEOA
(LUIZA BIZZO AFFONSO, 2015)

Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir a reintegração


das ex-crianças-soldado à vida civil, tendo como exemplo ilustrati-
vo Serra Leoa. Para tal, é feita uma análise do contexto onde este
fenômeno está inserido: as novas guerras. Ainda, as mudanças tra-
zidas por essa nova forma de conflito e a maior preocupação com a
questão do indivíduo são refletidas à luz da Resolução de Conflitos.
Antes de entrar no debate da reintegração de jovens e crianças, fa-
z-se uma análise dos programas de Desarmamento, Desmobilização
e Reintegração (DDR) de ex-combatentes, de forma mais ampla. É
enfatizado, posteriormente, que os programas de DDR específicos
para aqueles menores de 18 anos são chamados de programas de
libertação e reintegração, a fim de dar destaque às necessidades es-
pecíficas desses indivíduos. Por fim, é discutido se os programas de
libertação e reintegração para ex-crianças-soldado, em Serra Leoa,
pode ser considerado um exemplo de sucesso. Neste trabalho, ob-
serva-se que, embora a Organização das Nações Unidas (ONU) e
suas agências percebam Serra Leoa como um sucesso na reinte-

85
gração de jovens e crianças, a literatura e algumas Organizações
Não Governamentais (ONGs) que atuaram no país percebem falhas
nesse processo. No entanto, é concluído que, apesar dessas lacu-
nas, Serra Leoa é um exemplo a ser aplicado a outros casos, dados
os resultados alcançados na reintegração das ex-crianças-soldado.

Pontifícia Universidade Católica do


Rio de Janeiro (PUC-Rio)

O REGIME INTERNACIONAL DA CRIANÇA-SOLDADO E


SUA APLICAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA ATUAÇÃO
DA MONUC NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
(MAYRA MARCOLINO, 2018)

Resumo: Esta dissertação examina as políticas de proteção à crian-


ça-soldado no contexto do conflito armado da região dos Kivus, no
leste da República Democrática do Congo. A investigação se propõe a
analisar de que forma são aplicadas as normas, regras e tratados de
proteção às crianças-soldado estabelecidos no sistema internacional
na complexidade e particularidade de um conflito local. À luz da hi-
pótese de que as políticas elaboradas na esfera internacional podem
encontrar entraves para sua aplicação local efetiva devido a fatores
históricos, sociais, políticos, geográficos e econômicos, investigamos
como essa execução foi operacionalizada pelo programa de Desarma-
mento, Desmobilização e Reintegração (DDR) na missão de manu-
tenção da paz da ONU na República Democrática do Congo, a MONUC.

BAGUNÇANDO AS TEMPORALIDADES: OS DIFUSOS DE-


SENHOS TEMPORAIS DA CATEGORIA (EX-) CRIANÇA
SOLDADO (ELIZA MARTINELLI, 2018)

Resumo: O principal objetivo deste trabalho é discutir e proble-


matizar o modo como a categoria ex-criança soldado vem sendo
formada e projetada dentre os discursos do trauma e da resiliência
que traduzem o seu prefixo temporal ex por meio certos esqueci-

86
mentos (temporais e subjetivos) e superação. Desse modo, o ideal
para a reintegração social bem-sucedida das ex-crianças soldado
está inscrito na possibilidade de superação do passado militar e na
projeção de um futuro estável. Além disso, penso ser a relação des-
ta produção temporal entre passado militar traumático e futuro do
sujeito resiliente para ex-criança soldado que revela as construções
do entendimento de sua categoria no presente como em uma po-
sição de espera. Espera no sentido tanto de aguardo (da criança
que espera pertencer ao mundo adulto) quanto de esperança (da
ex-criança soldado que espera ser resiliente). De outro lado, ques-
tionando a produção do tempo como linear, junto com a relação,
essencialmente, opositora entre os discursos do trauma e da resili-
ência, pretendo refletir sobre as (des)continuidades temporais entre
a categoria (ex-) criança soldado, o envolvimento militar e o (pós-)
conflito, que marcam seus desenhos temporais difusos. Assim, o
parêntese que guarda o prefixo ex traduz uma forma de abranger
as múltiplas temporalidades que coexistem nas histórias e estórias
das (ex-) crianças soldado e bagunçam com a noção moderna da
infância e do conflito armado. A categoria (ex-) criança soldado e
sua posição temporal confusa, portanto, incomoda certos binaris-
mos, como: adulto e criança; guerra e paz; público e privado, etc.

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DAS CRIANÇAS-SOLDADO: RE-


PRESENTAÇÕES E DILEMAS DENTRO DO MARCO REGU-
LATÓRIO DA ORDEM INTERNACIONAL DO PÓS-GUERRA
FRIA (LUISA CAFE FIGUEIREDO FACANHA, 2011)

Resumo: A presente dissertação pretende investigar o processo de


construção social das crianças-soldado com o objetivo de analisar
criticamente a formação de um discurso dominante que autoriza re-
presentações e narrativas centradas, sobretudo, na necessidade de
proteção dos meninos e meninas envolvidos nos conflitos armados
contemporâneos. A emergência do discurso será compreendida como
constitutiva da estrutura normativa da ordem internacional do Pós-
-Guerra Fria, visando revelar as tensões produzidas e reproduzidas
pelas narrativas e consequentes representações sobre tais crianças.

87
AS VOZES DE EX-CRIANÇAS SOLDADO: REFLEXÕES
CRÍTICAS SOBRE O PROGRAMA DE DESARMAMENTO,
DESMOBILIZAÇÃO E REINTEGRAÇÃO DAS NAÇÕES UNI-
DAS (JANA TABAK, 2009)

Resumo: Tendo como referenciais teóricos o instrumental do


campo de resolução de conflito e a discussão feita por Michel Fou-
cault em Vigiar e Punir, esta dissertação tem por objetivo verificar
a relação entre o programa de Desarmamento, Desmobilização e
Reintegração (DDR) desenvolvido pela ONU e a percepção das ex-
-crianças soldado acerca do processo de transição à vida civil no
pós-conflito armado. Estima-se que, atualmente, há cerca de 300
mil crianças soldado em todo o mundo. Diante deste cenário, um
dos principais desafios é reverter os efeitos da participação em con-
flitos armados e, consequentemente, restabelecer o futuro destes
jovens. O programa de DDR direcionado às crianças soldado apa-
rece como a principal ferramenta para lidar com as necessidades
destes jovens e garantir o retorno deles à vida civil no pós-con-
flito armado. Assegurar o rompimento destes meninos e meninas
com a vida militar é um dos passos fundamentais do processo de
peace-building, uma vez que estamos lidando com um grupo que
funciona como um motor indispensável das novas guerras. Argu-
menta-se que o programa de DDR é uma ferramenta em poten-
cial, i.e., apresenta recursos capazes de contribuir para transição
bem-sucedida de ex-meninos e meninas soldado à vida civil. No
entanto, a adoção de um padrão de infância pelas Nações Unidas,
que não é necessariamente adequado às distintas sociedades, mi-
nimiza as chances de sucesso do programa de DDR na prática.
Através da análise de 86 depoimentos de ex-crianças soldado, bus-
ca-se identificar se há ou não correspondência entre os desejos,
medos e frustrações expressos nestes relatos e a prática do DDR.

FILHOS DO GENOCÍDIO, ÓRFÃOS DO MUNDO: OS DIS-


CURSOS ACERCA DAS CRIANÇAS NASCIDAS DE ES-
TUPRO DURANTE O GENOCÍDIO RUANDÊS E SUA IN-
CLUSÃO NA SOCIEDADE PÓS-CONFLITO (CAMILLA DE

88
AZEVEDO PEREIRA, 2019)

Resumo: Esta monografia objetiva compreender como os discursos


acerca das crianças nascidas de estupro em contextos de guerra im-
pactam/afetam/influenciam na sua inclusão na sociedade pós-con-
flito. Para tal, o trabalho se vale de um estudo de caso do Genocídio
Ruandês, analisando a postura de três atores específicos frente a
este grupo no pós-genocídio: a ONG Foundation Rwanda, o Estado
Ruandês e o UNICEF. Nesse sentido, a pesquisa encontra-se divi-
dida em três capítulos. No primeiro, explora-se a relação existente
entre gênero, genocídio e natalidade. O capítulo seguinte trata de
questões referentes à infância, apresentando as visões tradicionais
que foram construídas acerca da criança bem como o lugar deste
grupo no pós-conflito. A categoria “crianças nascidas de estupro em
contextos de guerra” também é analisada neste capítulo, bem como
as questões que perpassam este grupo. Esta discussão é o fio con-
dutor da análise dos três atores selecionados no capítulo seguinte,
no qual são identificados seus discursos frente a essas crianças.
Conclui-se que há uma falta de assistência a nível nacional e in-
ternacional, que é parcialmente suprimida por organizações locais,
mas que ainda sim não são suficientes para contribuir para a inclu-
são dessas crianças. Portanto, esta monografia salienta a importân-
cia de que haja mais pesquisas que se voltem para esta temática.

Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais


(IBMEC /MG)

OS DIREITOS INTERNACIONAIS DA CRIANÇA E DO ADO-


LESCENTE COM ÊNFASE NO CASAMENTO INFANTIL (LUÍ-
SA LUCIANA ROSA, 2018)

Resumo: O assunto está relacionado com a UNICEF, que defi-


ne padrões internacionais para o tratamento de todos os indiví-
duos menores de 18 anos. Etapas iniciais do trabalho consistem
no exame das políticas internacionais para conter o problema
e qual a eficiência das mesmas na região da África. Objetivo ge-
ral do artigo é analisar a aplicabilidade dessas leis para coibir a

89
prática do casamento infantil. Metodologia é histórica, pois in-
vestiga os fatos ocorridos no passado para verificar sua influên-
cia na sociedade contemporânea e identificar a eficácia das leis
internacionais. Pesquisa se baseia nos relatórios internacionais,
pesquisa bibliográfica e dados. Abordagem é quanti-qualitativa.

Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

A TIPIFICAÇÃO DAS CRIANÇAS-SOLDADO À LUZ DE UM


ESTUDO SOBRE AS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁ-
RIAS DA COLÔMBIA (FARCs) (LEONARDO RODRIGUES
TAQUECE, 2018)

Resumo: A partir de um estudo de caso sobre o recrutamen-


to e utilização de menores pelas Forças Armadas Revolucioná-
rias da Colômbia (FARCs) e outros exércitos ilegais da Colômbia,
o presente artigo busca discutir a tipificação da Criança-Soldado
em instituições internacionais a partir de um estudo sobre o Pro-
tocolo Facultativo para a Convenção sobre os Direitos das Crian-
ças (2000). Ademais, utilizando-se de uma pesquisa explorató-
ria direta, é proposta a discussão sobre a tipificação cujas bases
são alicerçadas em uma matriz ocidental e liberal das instituições
internacionais à luz de um debate decolonial, trazendo as limi-
tações da retórica de proibição da prática de Crianças-Soldado.

O DIREITO EFETIVO À EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS MI-


GRANTES E REFUGIADAS EM UBERLÂNDIA: UM ESTU-
DO SOBRE AS POLÍTICAS DE INTEGRAÇÃO E SOLUÇÕES
DURADOURAS (MATEUS DE OLIVEIRA GAMITO, 2021)

Resumo: Este trabalho busca compreender o processo de integra-


ção local de crianças migrantes e refugiadas em Uberlândia através
da rede pública de ensino. Para isso será realizado um levantamento
bibliográfico sobre os conceitos utilizados para tratar dos imigran-
tes internacionais e sobre o papel histórico do Brasil na recepção
de imigrantes, será efetuada uma análise documental para iden-

90
tificar a legislação nacional que protege o acesso dos migrantes e
refugiados à rede de ensino e uma análise empírica da situação
dos jovens migrantes e refugiados em Uberlândia, tendo como base
os dados levantados pelo GEUCI- UFU, o Observatório NEPO - Uni-
camp e o Projeto de Cooperação para Análise das Decisões de Re-
fúgio. A Constituição Federal de 1988, a Lei nº 9.394/96, a Lei nº
9.474/97, a nova Lei de Migração 13.445/17 e a Resolução 1 de
13 de novembro de 2020 do Conselho Nacional de Educação, as-
seguram ao imigrante o acesso gratuito à educação, sem distinguir
a condição do imigrante, contudo, o Estado brasileiro não possui
políticas públicas que contribuam com a permanência e a integra-
ção dos imigrantes nas escolas. Sendo assim, a sociedade civil e as
instituições de ensino superior atuam de modo a suprir a ausência
de políticas e trabalham para incorporar nas escolas projetos peda-
gógicos que utilizam do ensino do português como língua de aco-
lhimento ao imigrante, e atividades multiculturais, que permitam
ao imigrante se identificar com o conteúdo ensinado e desencade-
ar uma troca de conhecimento entre os receptores e os externos.

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNI-


SUL-MG e UNISUL-ES)

A ATUAÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL


FRENTE À CAPACITAÇÃO DE CRIANÇAS PARA ATUAREM
COM SOLDADOS NOS CONFLITOS ARMADOS: UM OLHAR
PARA COLÔMBIA (SAMARA DA SILVA NEIVA, 2017)

Resumo: A presente monografia tem como objetivo analisar a atu-


ação do Tribunal Penal Internacional frente à capacitação de crian-
ças para atuarem como soldados nos conflitos armados. Uma vez
que o uso de crianças como soldados vem ganhando destaque pe-
rante a comunidade internacional. Deste modo buscou-se identi-
ficar o histórico de criação do Tribunal Penal Internacional, mos-
trando os tribunais que serviram de inspiração e de base para sua
construção; O trabalho também apresenta o um resumo do proces-
so histórico do conflito colombiano, o conceito de criança soldado
e como elas são utilizadas na Colômbia, e por fim busca analisar

91
como o Tribunal está atuando neste caso. Para a estruturação da
pesquisa que é de caráter básica utilizou-se o método descritivo,
quanto a abordagem do problema o método escolhido foi o qua-
litativo, e no que tange aos procedimentos do estudo o trabalho
tem caráter de pesquisa Bibliográfica, Documental e Estudo de
caso. Por fim, concluiu-se que a criação do Tribunal Penal Interna-
cional, trouxe grandes avanços perante o Direito Internacional e a
proteção internacional dos Direitos Humanos, principalmente pela
complementariedade que o mesmo oferece para or tribunais nacio-
nais, entretanto que por premissas que o próprio Estatuto de Roma
possuí, para realizar o julgamento de forma eficaz, ele se depara
com alguns problemas, o que pode levar o mesmo a se estender.

A ATUAÇÃO BRASILEIRA NA RESTITUIÇÃO DE CRIANÇAS


VÍTIMAS DE SEQUESTRO INTERNACIONAL: A RELAÇÃO
BRASIL X ESTADOS UNIDOS (CAROLINA DIAMANTARAS
RIBAS PEREIRA, 2016)

Resumo: A subtração internacional de crianças tem se tornado uma


conduta cada vez mais comum no sistema internacional. Na com-
paração de 2008 com 2003, constata-se um crescimento de 56%
no número total de casos registrados. Com o intuito de proteger
o melhor interesse da criança, foi criada em 1980, na 14a sessão
da Conferência de Haia de Direito Internacional Privado, a Conven-
ção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças.
Tendo isto em vista, o objetivo do presente trabalho é verificar a
conduta do Brasil no que diz respeito aos casos da Convenção –
especificamente os casos registrados entre Brasil e Estados Uni-
dos - e se o país, na qualidade de signatário, tem assegurado a
devida aplicação da Convenção nestas situações e se o país tem
tomado medidas que objetivam uma implementação mais efetiva
e eficiente dos termos deste tratado. Conclui-se que em todo o pe-
ríodo analisado, a forma com que o Brasil implementou os termos
da Convenção foi falha e que as medidas já tomadas visando a uma
melhora deste quadro, ainda que apresente resultados positivos,
não são suficientes para deixar o país em total conformidade com
os termos deste tratado. Portanto, é fundamental que medidas adi-

92
cionais sejam adotadas no país em um futuro próximo de maneira
a eliminar as queixas registradas por países estrangeiros acerca da
conduta brasileira frente ao sequestro internacional de menores.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS: A ATUAÇÃO DO


UNODC NO CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO DE PALER-
MO (EMANUELLA FARIAS GUESSER, 2017)

Resumo: A presente pesquisa aborda o Tráfico Internacional de


Pessoas e a atuação do United Nations Office on Drugs and Crime
(UNODC) no cumprimento do Protocolo de Palermo. Tem como ob-
jetivo apresentar o histórico do tráfico de pessoas, bem como os
relatórios do UNODC referente ao panorama global sobre o tráfico,
abordando o período entre 2012 e 2016. A metodologia utilizada
foi a pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, bibliográfica e aná-
lise documental. Como resultado foi identificado que os relatórios
do UNODC demonstram mudanças quanto às vítimas de tráfico, as
quais consistiam em maioria de mulheres adultas e agora obser-
va-se um aumento de meninas, bem como o aumento de vítimas
do sexo masculino e uma maior identificação por parte dos Esta-
dos, uma vez que suas legislações nacionais abrangem o Proto-
colo de Palermo e apontam o tráfico de pessoas como crime. Pa-
lavras-chave: Tráfico de Pessoas. Protocolo de Palermo. UNODC.

A CONDIÇÃO DE CHEFE DE ESTADO DO PAPA E A POSSI-


BILIDADE DE PUNIÇÃO POR CRIMES CONTRA A HUMA-
NIDADE, PELO ACOBERTAMENTO DE ABUSOS SEXUAIS
COMETIDOS PELO CLERO CONTRA MENORES DE IDADE
(BÁRBARA CAÇADOR BERNARDES SILVA, 2012)

Resumo: São diversas as acusações de abusos sexuais cometidos


por padres, contra menores de idade, vindas à tona ultimamente,
atos amplos e sistemáticos, que não diferem em raça nem sexo.
Nada disso é novidade, mas até que ponto o Papa pode ser conside-
rado inocente. O Cardeal Joseph Ratzinger, antes de ser o Papa Bento
XVI, comandava a Congregação Para a Doutrina da Fé, o órgão que
administra e julga os crimes de pedofilia. Sua predileção era o sigilo

93
absoluto e a absolvição do acusado. Hoje, amparado por sua imuni-
dade soberana, é chegada a hora de rever essa máxima. Este tra-
balho busca examinar se a Santa Sé e o Vaticano se enquadram nos
critérios para a condição de Estado soberano, propostos pelo tratado
de Montevidéu, bem como quais são as suas relações com a Organi-
zação das Nações Unidas, suas estruturas internas e seus sistemas
de julgamento, que não parecem punir os culpados, e, por fim, ques-
tionar se o Papa poderia ser acusado de crimes contra a humanida-
de, pelo acobertamento dos crimes sexuais cometidos pelo clero.

Centro Universitário Internacional (UNINTER)

TRÁFICO HUMANO NA AMÉRICA LATINA: UMA ANÁLI-


SE HISTÓRICO-CULTURAL DOS PAÍSES COM ÍNDICES
ELEVADOS DE TRÁFICO (CECÍLIA MARTINS MACHADO,
2018)

Resumo: Com o advento do mundo globalizado e da facilidade de


locomoção entre um país e outro, os crimes que ultrapassam fron-
teira acabam por ganhar força, do qual se destaca o tráfico humano
por seu caráter cruel e desumano ao objetificar e comercializar pes-
soas, seja submetendo-as à situações análogas a escravidão e ser-
vidão, vendendo crianças e adolescentes que irão sofrer com casa-
mentos forçados ou levando essas pessoas para outros países para
exploração sexual. Ainda que o tráfico humano seja uma prática
secular é importante que o tema não seja tratado com naturalida-
de pois retira as condições naturais do ser humano, sua dignidade,
integridade física e liberdade, práticas proibidas e consideradas cri-
me contra à humanidade tanto pelas normas internacionais quanto
nacionais. Com isso posto, o artigo trará uma análise histórica e
cultural como forma de explicar os dados trazidos sobre o tráfico
humano como uma herança cultural solidificada a partir da neces-
sidade da sensação de superioridade de uma pessoa sobre outra,
e para tanto o presente artigo trará em seu primeiro capítulo uma
introdução sobre o tema tráfico humano, onde no segundo capí-
tulo será abordada a forma como o tráfico humano ocorre atual-

94
mente em nível mundial, seguido do crime em nível continental,
onde logo o crime será abordado pela ótica do mercado, e pos-
teriormente trará uma análise histórico-cultural sobre o tema. O
presente artigo foi construído utilizando o método dedutivo, com-
binado ao método bibliográfico e documental, inserindo-se na linha
de pesquisa intitulada Novos Agentes e Relações Internacionais.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Ge-


rais e Pontifícia Universidade Católica Do Es-
pírito Santo (PUC-MG e PUC-ES)

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O DESENVOLVI-


MENTO: PANORAMA DOS PROJETOS DE COOPERAÇÃO
EDUCACIONAL REALIZADO POR PORTUGAL E PELO BRA-
SIL PARA GUINÉ-BISSAU (FERNANDO MANDINGA FON-
SECA, 2015)

Resumo: Neste trabalho apresentou-se o panorama dos projetos


de cooperação educacional realizado por Portugal e pelo Brasil para
Guiné-Bissau, no âmbito da cooperação Internacional para o de-
senvolvimento. Selecionou-se os projetos representativos da coo-
peração brasileira e portuguesa para a Guiné-Bissau: A Faculda-
de de Direito de Bissau(FDB) mantida pela cooperação portuguesa
através do apoio da Faculdade de Direito da Universidade de Lis-
boa; Programa Estudante Convenio de Graduação e de pós-gra-
duação sustentada pela Cooperação Brasileira através de reservas
de vagas nas Instituições de Ensino Superior (IES). Foram anali-
sados as contribuições e os limites desses projetos educacionais
na formação e qualificação dos Quadros Guineense, considerando
a modalidade de assistência existente, os tipos de transferência de
recursos envolvidos e o volume desses recursos. Também foram
identificados os beneficiários diretos dos projetos. Para corroborar
com a análise descritiva proposta, a pesquisa orientou-se através
da abordagem qualitativa utilizando entrevistas estruturalizadas
com os beneficiários desses projetos. Assim sendo, constatou-se
que após o incremento do número dos beneficiários dos dois pro-
jetos, a partir dos anos 2000, verificou-se resultados significativos.

95
A cooperação portuguesa através do projeto FDB, trouxe impactos
benéficos a sociedade guineense, contribuído para suprir a grave
carência de pessoal qualificado nas instituições do Estado guine-
ense. Hoje a FDB conta com um corpo docente maioritariamente
nacionais, formados na própria instituição, uma contribuição impor-
tantíssima, na estratégia de desenvolvimento e melhoria do quadro
institucionais do país. A cooperação educacional brasileira através
do PEC-G, contribui com um número elevado de recursos humanos
para a Guiné-Bissau. Por oferecer vagas em diferentes áreas do
conhecimento, estes quadros formados por esse programa, encon-
tram-se atuando nas mais diversas instituições do país. Em rela-
ção a Pós-graduação os dois projetos, tanto a portuguesa quanto
a Brasileira, continuam apresentando uma limitação aos estudan-
tes guineense, pelos dados apresentados, há um número irrisório
da participação dos guineenses nos programas de pós-graduação.

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E A GARANTIA DOS DI-


REITOS HUMANOS NA INFÂNCIA: O PAPEL DO NEGO-
CIADOR, A PARTIR DA TEORIA DOS JOGOS, NA ELA-
BORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DE CUIDADOS ALTERNATIVOS À CRIANÇA NO BRASIL
(IVAN FERREIRA SILVA, 2012)

Resumo: O presente trabalho apresenta e discute aspectos rela-


cionados à elaboração e desenvolvimento da cooperação interna-
cional a partir da estruturação de ações de proteção à criança, em
especial sobre a política de cuidados alternativos. Serão analisadas
a estrutura normativa de proteção a criança existente no Brasil e
aquela negociada multilateralmente no âmbito das Nações Unidas,
a partir da compreensão sobre a atuação do estado junto às estru-
turas, agências e organizações que compõem o sistema internacio-
nal de proteção à criança, referenciando a figura do negociador na
elaboração e desenvolvimento dos processos de negociação. Serão
estudados aspectos referentes ao: papel e atuação do negociador;
processo de organização das estratégias para a elaboração e cons-
trução de acordos multilaterais a partir da atuação nos dois níveis
(internacional e doméstico); impactos e possíveis desdobramentos

96
dos acordos junto ao campo doméstico para a formulação e imple-
mentação de políticas públicas de cuidados alternativos; trabalho
de interlocução e os desdobramentos das discussões realizadas no
âmbito doméstico nas negociações internacionais; processo de atu-
ação do negociador no ambiente doméstico para a elaboração de
políticas públicas e sua relação com as diretrizes internacionais. Per-
cebe-se que há grandes similaridades nos ordenamentos jurídicos
em ambos os níveis devido ao fato de que os negociadores brasilei-
ros se apresentaram de forma ativa e protagônica, desempenhando
um papel de destaque no processo de construção das normativas
internacionais. Serão considerados três momentos chave distintos
para análise: 1) aprovação da Convenção Internacional sobre os
Direitos da Criança (1989) e promulgação da Lei Federal 8.069 -
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990); 2) Realização do 1º
Colóquio Internacional sobre Acolhimento Familiar (2004) e a deli-
beração do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direi-
to de Crianças e Adolescentes a Convivência Familiar e Comunitária
(2006); 3) Aprovação das Diretrizes sobre Cuidados Alternativos
(2009) e promulgação da Lei 12.010 - Nova Lei de Adoção (2009).

A IMPORTÂNCIA DOS REGIMES INTERNACIONAIS PARA


A EDUCAÇÃO BRASILEIRA: A UNESCO E O PLANO NA-
CIONAL DE EDUCAÇÃO DE 2001 (CAROLINA SENRA NO-
GUEIRA SILVA, 2012)

Resumo: Objetiva-se analisar, por intermédio do presente trabalho,


o tema A IMPORTÂNCIA DOS REGIMES INTERNACIONAIS PARA A
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: a UNESCO e o Plano Nacional de Educa-
ção de 2001. Tal estudo iniciar-se-á com uma abordagem históri-
ca acerca dos conceitos de educação e de cidadania, discorrendo
acerca da importância da educação na consolidação da cidadania.
Após esse estudo, analisar-se-á a educação no Brasil contempo-
râneo, tendo-se como referencial a Constituição da República Fe-
derativa do Brasil de 1988 CRFB/88, tendo-se em vista ser a edu-
cação um direito fundamental do indivíduo. No que se refere às
bases da educação brasileira contemporânea, é importante salientar
terem sido as mesmas instituídas por intermédio da Lei de Dire-

97
trizes e Bases da Educação, a qual originou o Plano Nacional de
Educação de 2001. Assim, após um breve ensaio histórico acerca
da educação brasileira, abordar-se-á o conceito de Regimes Inter-
nacionais e a questão da efetividade para então se verificar a efe-
tividade da UNESCO com relação à Declaração de Dakar e assim
entender os resultados do Plano Nacional de Educação de 2001.

98
9.
Cadastro
para o banco
de dados de
trabalhos

99
Com o intuito de criar um banco de dados com
todos os trabalhos sobre Infância em Relações In-
ternacionais, criamos este formulário: https://docs.
google.com/forms/d/1ehryKMxOg6FHaNGVl5jupU-
LOGTDzFtkoIDRC8bl0sM/edit. Caso seu TCC, mono-
grafia, dissertação ou tese não tenham sido citados
no anexo, pedimos que preencham este formulário
para que possamos, no futuro, realizar um novo rela-
tório com números mais atualizados. Quaisquer dú-
vidas, nos escreva: <geiribrasil2021@gmail.com>.
Também estamos no Instagram (@geiribrasil) e no
Twitter (@geiribr).

100

Você também pode gostar