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E-BOOK

CÁLCULOS
DE ESTOQUE

Av. Av. Dr. Labieno


Dr. Labieno da Costa
da Costa Machado,
Machado, 1182
1182 - Jardim
- Jardim
Paulista,
Paulista, GarçaGarça
- SP,- 17400-000,
SP, 17400-000, Brasil
Brasil
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1 INTRODUÇÃO

Independentemente do ramo da empresa, todo empreendedor deve atentar-se a algumas


atividades administrativas que, se devidamente bem trabalhadas, podem influenciar
diretamente no lucro de qualquer negócio e até evitar os desagradáveis (e comuns)
prejuízos, normalmente ocasionados por mau gerenciamento.

Afinal, quem nunca ouviu falar de uma empresa que tinha tudo para dar certo, mas que
acabou falindo por má administração?

A prospecção de clientes é uma das importantes etapas para o aumento de vendas de sua
empresa, mas é preciso levar em consideração muitos outros argumentos para o sucesso
empresarial.

Ter uma empresa de prestígio demanda, ainda, de muitos outros fatores administrativos
que vão desde a venda à produção.

Entender como controlar a entrada e saída de produtos da sua empresa, por exemplo, é
essencial para que a lucratividade seja garantida: ter total controle de estoques faz com
que você não perca dinheiro desnecessário e invista somente onde é preciso.

Se o seu segmento empresarial demanda de muitos produtos a serem comercializados de


uma vez, é primordial que haja uma boa gestão de estoque, o pontapé inicial para que a
empresa tenha controle total de seus custos.

1.1 CONHECENDO A GESTÃO DE ESTOQUE

Quando vamos analisar o volume de um estoque, não devemos analisar números brutos
armazenados. Números só terão algum sentido se forem relacionados com algum outro
índice, como, por exemplo, o consumo deste item num certo período de tempo.

Se colocarmos o número “50 kg de feijão” sozinho, ele apenas nos dará uma informação
de volume, mas não terá nenhum sentido a nível de ser pouco, muito ou suficiente.
Nenhuma ação poderá ser tomada analisando-se este estoque isoladamente.

Este número poderá ser um estoque muito alto para ser armazenado mensalmente em
nossas residências, poderá ser suficiente para um estoque semanal de um restaurante e
poderá ser um nível desprezível no caso de ser a produção anual de um produtor agrícola.

É comum transformarmos “autonomia” do estoque em certo volume e depois


começarmos a analisar tal estoque apenas por este número, esquecendo-se das variações
de consumo.

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Esta “conveniência” é comum em empresas que não possuem sistemas informatizados e
mesmo em algumas empresas que possuem tais sistemas.

Este erro é o seguinte: Quando do lançamento de certo produto é previsto um volume e


uma curva de crescimento do produto. Este acompanhamento nos volumes de estoques
de matérias primas vai ocorrendo, com as correções advindas das variações de demanda,
até que o produto chegue à sua maturidade.

Após este ponto é comum que os volumes de matérias primas necessárias para sua
produção mensal entre em “velocidade de cruzeiro”, com seu ressurgimento sendo
realizado nos pontos de pedidos comumente usados.

O problema advém no momento em que este produto sofre alguma variação em sua
demanda. Normalmente o número anteriormente empregado continua sendo usado e, no
caso de queda de demanda, notamos uma redução no giro de estoque, com aumento nos
custos de estocagem.

Se ocorrer um aumento neste volume, nota-se tempos de ressurgimento menores,


acarretando maiores custos de pedidos, maiores custos de transporte ou até falta de
matérias primas.

Voltando ao exemplo do feijão, imagine um hotel no litoral. Ele deverá ter uma baixa
taxa de ocupação entre os meses de março e novembro (9 meses). Em dezembro deverá
ocorrer um aumento na demanda de refeições.

Se o estoque de feijão continuar nos mesmos níveis de março / novembro, em dezembro


deverá ocorrer um aumento na frequência de compras do produto (lembrar o custo de
pedido) e risco de desabastecimento.

Entretanto, após o período de alta estação, se o hotel não reanalisar seus estoques, manterá
um volume desnecessário do produto armazenado, provocando custos desnecessários.

1.2 POSSÍVEIS PROBLEMAS

Problemas com falta de gerenciamento de estoque pode ser fatal para qualquer negócio,
já que ele influencia diretamente nos seus gastos.

Tendo um controle de estoque, por exemplo, você evita o risco de perder mercadorias por
prazo de validade (se você compra a mais do que deveria) e perder oportunidade de
vendas (em caso de comprar menos mercadoria do que o procurado).

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O que muitos empreendedores pecam nesse assunto é quanto tentam realizar um controle
manual.

A dificuldade de utilizar meios complexos, além da falta de tempo, influencia para que
eles não consigam realizar uma boa gestão de estoque.

Mas há alternativas simples e práticas para ter um controle de estoques preciso, que é por
meio de planilhas de Excel.

Ela permite que você tenha acesso, em um único documento, a quantidade de materiais
existentes no estoque, bem como os novos pedidos e o valor total dos produtos
armazenados.

Ou seja, a planilha nada mais é do que um verdadeiro “diagnóstico” empresarial, onde é


possível visualizar as etapas de produção e venda.

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2 CALCULANDO O ESTOQUE

Gerenciar bem o estoque e o estoque de segurança significam cumprir os prazos de


entrega prometidos. Isso aumenta a confiança dos consumidores, mantém fluxo de receita
e, consequentemente, aumenta o faturamento.

Antes de começarmos os cálculos o primeiro passo é o cadastro de todos os produtos e


fornecedores com seus devidos códigos de referência.

Esse é o primeiro registro que você precisa fazer ao pensar em fazer um bom controle de
estoques. Para começar, você deve registrar o nome e código do produto, seu estoque
inicial, qual o seu preço unitário e atualiza-lo periodicamente de forma manual ou
automática através de sistemas ERP.

2.1 CONSUMO MÉDIO MENSAL

O consumo médio mensal, também conhecido como CMM é a quantidade média em que
um determinado item é utilizado / consumido durante o período de um mês.
Via de regra, é utilizado a média dos últimos três meses, ou seja, será utilizado a cálculo
da média móvel simples para tal cálculo.
Se o sistema não trouxer essa informação de forma automática e atualizada, então basta
criar uma planilha de controle e inserir a formula da média.

ATENÇÃO: O período pode ser também quinzenal, semanal, ou até mais, bimensal,
trimestral, etc. Tudo depende de cada particularidade, necessidade ou estratégia de gestão
do estoque.

Vejamos um exemplo abaixo de todos os itens para montar uma luminária de lâmpada
fluorescente, considerando o período de consumo de um mês, e que as vendas foram 200,
255, 278 unidades do produto respectivamente nos últimos três meses.

ATENÇÃO: No exemplo abaixo não terão as informações da estrutura do produto, como


a quantidade utilizada em cada produto final, e sim apenas a informação do CMM, e
classificação ABC por enquanto, pois estamos olhando para todo os materiais em estoque.

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Antepenú
Penúltimo Último
Código Descrição Unid. ltimo CMM Classific.
período período
período
C0001 CHAPA DE AÇO CARBONO 0,4MM KG 24 30,6 33,4 29,3 A
C0002 TINTA EPOXI BR KG 12 15,3 16,7 14,7 A
C0003 SOQUETE BJB 4100 PÇ 800 1020 1112 977,3 C
C0004 REATOR 2X20 W PÇ 200 255 278 244,3 C
C0005 LÂMPADA FLUORESCENTE 20W PÇ 400 510 556 488,7 B
C0006 FOLHA REFLETORA M 80 102 111,2 97,7 B
S0002 SUPORTE PLÁSTICO PARA FIXAÇÃO PÇ 200 255 278 244,3 B
S0003 TAMPA LATERAL PÇ 400 510 556 488,7 B
S0004 ALETA - PS CRISTAL PÇ 400 510 556 488,7 B
C0007 ETIQEUTA ADESIVA DE VOLTAGEM PÇ 200 255 278 244,3 C
C0008 EMBALAGEM PERSONALIZADA PÇ 400 510 556 488,7 C
C0009 FILME PLASTICO PARA EMBALAGEM M 120 153 166,8 146,6 C
C0010 TERMO DE GARANTIA PÇ 200 255 278 244,3 C
C0011 FOSFATO DECAPANTE L 40 51 55,6 48,9 A

2.2 ESTOQUE DE SEGURANÇA

Serve para diminuir o risco de não se ter os produtos procurados pelo cliente (interno ou
externo) por conta de problemas inesperados, como imprevistos com o fornecedor,
atrasos na entrega, ou até uma demanda que não foi prevista.

Existem ainda os casos de feriados municipais e outras atividades de nossos fornecedores,


tais como inventários, auditorias, festas regionais ou da própria empresa do fornecedor,
ocorrências de atraso no transporte por motivo de acidentes na estrada, o fornecedor não
é confiável e promete para um determinado dia, mas sempre se atrasa, além de outros
fatores que poderão atrasar a entrega do pedido.

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Outro problema que está se tornando comum são os problemas de sistemas, tanto internos
como externos (de fornecedores), que também podem causar tais atrasos.

DICA: É aconselhável não confiar que o fornecedor tenha recebido o pedido, não é
aconselhável confiar que a data de entrega programada será cumprida, não aconselhável
confiar que o carregamento tenha sido realizado. Com o passar do tempo a confiança no
fornecedor levará à redução ou ao aumento da insistência de confirmações.

Fazer uma boa gestão do estoque de segurança garante:

Cumprimento de prazos de entrega mantendo a qualidade do serviço;


Diminuição de gastos extras com contratações temporárias para entregas de última hora;
Redução de custos de armazenagem;
Liberação de recursos para investir em áreas estratégicas para a empresa;
Prevenção contra variações na demanda.

Duas coisas podem sinalizar a falta de controle de estoque e acarretar um enorme


prejuízo:

Quando faltam produtos: Existe a perda de vendas, pois o estoque não foi devidamente
dimensionado e/ou quando não contem os níveis de segurança para amortizar os efeitos
das sazonalidades e imprevistos de aumento nas vendas.

Quando sobram produtos: A compra excessiva pode ter sido por uma promoção do
fornecedor ou foi um cálculo de demanda equivocado, ou o setor de PCP se equivocou a
programar a produção com as quantidades acima, ou simplesmente não reparou que
determinados produtos estavam se acumulando.

DICA: Algumas organizações possuem cenários de maiores custos com excessos,


enquanto outros possuem maiores custos com a falta. Analise caso a caso e monte uma
estratégia e plano de ação para atacar o mais importante!

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ATENÇÃO: Investir em excesso em produtos para estoque de segurança também é um
erro que você percebe quando eles não vendem e você eventualmente se fica com o
prejuízo de pagar o fornecedor e armazenar aqueles produtos.

Para se calcular o Estoque de Segurança temos:

ES = CMM . TR . F

ES = Estoque de segurança
TR = Tempo de reposição
F = fator de segurança

DICA: O Tempo de reposição é contado desde o início do processo de pedido de


compras/fabricação até o recebimento do produto na fábrica/expedição, tempo esse em
dias úteis (20 dias úteis equivale ao valor 1,0)

O fator de segurança deve ser aplicado os seguintes valores de acordo com o nível de
segurança que se pretende trabalhar, A (1/1) o B (1/2) ou o C (1/3).

Nível A = 1,0 (Para se ter 30 dias de segurança/produção caso o estoque acabe de acordo
com o consumo médio mensal)
Nível B = 0,5 (Para se ter 15 dias de segurança caso o estoque acabe de acordo com o
consumo médio mensal)
Nível C = 0,333 (Para se ter 10 dias de segurança caso o estoque acabe de acordo com o
consumo médio mensal)

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Antepe Penúlti Último
Unid Class. Nível
Código Descrição núltimo mo períod CMM TR ES
. período período o
ABC ES:A

C0001 CHAPA DE AÇO CARBONO 0,4MM KG 24 30,6 33,4 29,3 A 1 0,333 9,8
C0002 TINTA EPOXI BR KG 12 15,3 16,7 14,7 A 0,75 0,333 3,7
C0003 SOQUETE BJB 4100 PÇ 800 1020 1112 977,3 C 1 0,333 325,5
C0004 REATOR 2X20 W PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0005 LÂMPADA FLUORESCENTE 20W PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
C0006 FOLHA REFLETORA M 80 102 111,2 97,7 B 0,5 0,333 16,3
S0002 SUPORTE PLÁSTICO PARA FIXAÇÃO PÇ 200 255 278 244,3 B 0,25 0,333 20,3
S0003 TAMPA LATERAL PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
S0004 ALETA - PS CRISTAL PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
C0007 ETIQEUTA ADESIVA DE VOLTAGEM PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0008 EMBALAGEM PERSONALIZADA PÇ 400 510 556 488,7 C 0,75 0,333 122,0
C0009 FILME PLASTICO PARA EMBALAGEM M 120 153 166,8 146,6 C 0,2 0,333 9,8
C0010 TERMO DE GARANTIA PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0011 FOSFATO DECAPANTE L 40 51 55,6 48,9 A 0,75 0,333 12,2

DICA: Pode-se adotar qualquer nível de estoque de segurança fora destes pré-
estabelecidos, desde que se faça uma completa análise dos consumos de seus estoques.

Um fator a se considerar também é a classificação ABC, pois com tudo isso poderemos
reduzir os estoques, consequentemente os custos sem que falte materiais para produção.

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2.3 PONTO DE PEDIDO

O conceito de ponto de pedido nada mais é que o momento que o empresário poderá fazer
novo pedido de compra dos produtos, basta que um apontador indique o estoque dos itens
armazenados. Sempre que este volume chegar na quantidade determinada, procede-se a
compra destes itens

Para formar o ponto de pedido, é necessário conhecer um pouco o fornecedor, pois é nas
informações dele que será gerado o coeficiente do ponto de pedido.

3 Pontos que devem ser levados em consideração para formatar o ponto de pedido:

1 - Emissão do Pedido de Compra: Pode até passar despercebido, mas é importante


quantificar o tempo de emitir o pedido para o fornecedor. Nesse processo ainda pode
haver os tempos de cotação de diversos fornecedores e aprovações gerenciais.

2 - Preparação do Pedido de Compra: Tempo que o fornecedor leva para preparar o


produto e deixá-lo disponível para fazer a entrega.

3 - Transporte das Mercadorias: Tempo para o transporte da mercadoria do fornecedor


até a empresa. Esse é o processo que mais perde-se tempo, que é o despacho da
mercadoria do fornecedor até a empresa. Algumas mercadorias podem ser de rápida
entrega, mas outras podem durar meses, geralmente ligadas com importação.

ATENÇÃO: Ao conhecer essas variáveis será mais fácil construir um ponto de pedido
mais próximo da realidade, já que o tempo de reposição (TR) será melhor definido a partir
dessas considerações.

Para se calcular o Ponto de Pedido tem-se:

PP = (CMM . TR) + ES

PP = Ponto de pedido
CMM = Consumo médio mensal
TR = Tempo de Reposição (lead time)
ES = Estoque de segurança

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ATENÇÃO: Lead Time, é o tempo de o fornecedor receber o pedido, produzir, separar
o pedido, solicitar a NF, emitir a NF, chamar a transportadora, carregar o caminhão,
despachar para o destino, até chegar na fábrica e for liberado mediante assinatura
conforme recebimento.

Tempo de Reposição é todo tempo desde a elaboração dos pedidos de acordo com a
necessidade, realizando cotações, ligações, atualizações de sistemas, passando por
aprovações até chegar no envio e pôr fim a confirmação do recebimento pelo fornecedor.
Em seguida soma-se o lead time, e depois acrescenta-se o tempo de inspeção de
recebimento (análise de qualidade) aceitação, entrada sistêmica e armazenamento final
pronto para o material/item ser solicitado e utilizado.

ATENÇÃO: A soma do estoque mínimo ao ponto de pedido é para saber que, quando o
estoque de determinada peça tiver o saldo de x unidades, será necessário iniciar o processo
de pedido de compras, portanto o fato de alguns itens terem seus valores do PP maior que
o CMM é devido ao ES e também ao tempo de reposição (quando for maior ou igual ao
período do consumo mensal).

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2.4 LOTE DE ENCOMENDA

Normalmente utiliza-se o pedido dos materiais referente ao consumo médio mensal


(CMM) com o arredondamento de acordo com cada material e fornecedor.

Antes de realizar o pedido de compra (lote de encomenda) com a quantidade referente ao


CMM, deve-se analisar duas coisas:

1 - Se já existe um estoque disponível de x quantidades, ou seja, o estoque disponível será


o estoque físico atual descontando o estoque de segurança.

2 - Se já existe um pedido de compra para esse material, ou seja, se já possui um saldo


em pedido, para que não se tenha duplicidades de pedidos.

ATENÇÃO: O estoque disponível diz respeito aos materiais que ainda iniciarão seus
processos de produção (no caso da matéria prima), ou seja, ainda nem foram mexidos,
apenas estão parados no estoque aguardando para iniciar do zero.

DICA: Os estoques de materiais que estão em processo, diz respeito ao planejamento


passado, mas para efeito de gestão de estoque completo é necessário gerir todo material
que está dentro da fábrica, sendo o estoque de materiais que aguardam o início da
transformação (matéria prima ou materiais de produção), os materiais em processos (que
já sofreram algum tipo de transformação) e os produtos acabados (conjunto de materiais
e itens que foram transformados em produto final).

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Na tabela acima notamos as quantidades dos lotes de encomenda arredondados, de acordo
com que cada fornecedor dispõe suas vendas e seus múltiplos de cada produto.

2.5 LOTE ECONÔMICO

Lote econômico é a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de


reposição de estoque, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de
estocagem são mínimos para o período considerado.

Este conceito aplica-se tanto na relação de abastecimento pela manufatura para a área de
estoque, recebendo a denominação de lote econômico de produção, quanto à relação de
reposição de estoque por compras no mercado, passando a ser designado como lote
econômico de compras.

A fórmula do lote econômico de compra provém do encontro entre a fórmula do custo do


pedido e do custo de manter em estoque, que ele é conhecido como custo de
carregamento. A seguir as fórmulas de cada custo, bem como o encontro das fórmulas
que origina a fórmula utilizada do lote econômico de compra:

Custo de Pedir = P x (D/Q)


P = custo de pedir por pedido,
D = consumo em unidades do pedido e
Q = quantidade do pedido.

Custo de Manter = M x (Q/2)


M = custo de manter estoque no período, por unidade.
Q = quantidade do pedido e com isso
Q/2 = estoque médio do material.

Custo Total = Custo do Pedido + Custo de Manter


[P x (D/Q) ] + [M x (Q/2) ]

Sabendo-se que o lote econômico é o ponto de equalização entre o custo de pedir e o custo
de manter que apresentará o menor custo total, têm-se a seguinte fórmula:

[P x (D/Q) ] = [M x (Q/2) ]
(P x D) / Q = (M x Q) /2
2 x (P x D) = Q x (M x Q)
[ (2 x P x D) / M] = Q x Q
LEC = raiz[ (2 x D x P) / M]

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Portanto temos a fórmula do lote econômico:

LEC = √ [(2. D. P) / CMA]

Onde:

D = quantidade do período em unidades anual·


P = custo de pedir, por pedido = custo unitário do pedido de compra por item ou por
pedido
M= custo de manter estoque no período, por unidade.
CMA = (custo de manter armazenado) * PU (preço unitário do material).

2.5.1 CALCULO PRATICO DO LOTE ECONÔMICO

A dificuldade prática de apuração do lote econômico reside basicamente em se obter os


dados exigidos para aplicação em sua formulação.

Alguns dados são de fácil obtenção como o consumo (D) e o preço do material (PU),
porém o custo de pedir (P) e o custo de manter em estoque (CMA), requerem um
meticuloso e cansativo levantamento de dados que muitas vezes não estão disponíveis
para os gestores de estoques.

Para se aferir o custo de pedir (P) o administrador deverá coletar todas as despesas
relacionadas aos órgãos de compras e gestão de estoques, como por exemplo, salários e
outras despesas de manutenção e dividi-las pela quantidade de pedidos emitidos ou de
artigos encomendados no período.

Supondo que uma empresa tenha tido no ano anterior um gasto de R$ 1.000.000 com
essas despesas (custos diretos e indiretos do setor de compras e gestão de estoques) que
no mesmo período tenha emitido 1.500 pedidos de compras, tendo cada, uma média de 5
artigos encomendados o que totaliza um total de 7.500 artigos encomendados no período,
o custo de pedir poderá ser calculado:

Custos total anual com compras / total de artigos anual comprados

R$ 1.000.000 / 7.500 = R$ 133,33 (custo de pedir por item pedido) ou

Custos total anual com compras / total de pedidos anual

R$ 1.000.000 / 1.500 = R$ 666,67 (custo de pedir por cada pedido efetuado).

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Pela lógica o mais adequado seria o resultado P = R$ 133,33

P = R$ 666,67 argumentando que é utilizada uma mesma força de trabalho para cada
pedido, independentemente do número de itens que este pedido contemple.

DICA: Seria mais adequado para casos em que cada pedido contemplasse apenas um
item P = Custos total anual com compras / total de pedidos anual
E no caso em que os pedidos contemplassem mais de um item seria procedido o cálculo
P = Custos total anual com compras / total de artigos anual comprados

Para se aferir o custo de manter em estoque (CMA) o administrador deverá coletar as


despesas relativas à manutenção dos estoques nos almoxarifados como iluminação, mão-
de-obra, manuseio, de armazenagem, de seguro, de deterioração, obsolescência, assim
como os custos de oportunidade ou financiamento dos fundos aplicados em estoque, ou
seja, todos os gastos relativos à armazenagem deverão ser considerados e somados.

ATENÇÃO: Essas despesas anuais normalmente variam entre 17% a 24% do valor do
estoque.

Continuando nosso cálculo: Supondo-se assim uma despesa total anual com
armazenagem no ano anterior no valor de R$ 2.000.000 para um estoque médio no mesmo
período de R$ 10.000.000 de itens, tem-se:

CMA (custo de manter armazenado) = 2.000.000 / 10.000.000, que teremos o resultado


de 0,20

Que multiplicado pelo preço unitário do material, como por exemplo R$ 100 a unidade,
gera o custo de manter em estoque de 0,20 x R$ 100 = CMA = R$ 20,00.

Vamos supor um consumo de D = 20.000 unidades / ano desse material,

Após o levantamento de todos esses dados, o administrador deverá aplicá-los à fórmula.

D = 20.000 unidades consumidas / ano


P = 133,33 custo de pedir / por item pedido
CMA = 20,00 custo de manter armazenado por unidade por ano (20% do valor de compra
unitário)

Então teremos:

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LEC = Raiz [ (2 x D x P) / CMA]

Raiz [ (2 x 20.000*133,33) /20) ]

Raiz (266.660)

LEC = 516,39 aproximadamente 516 unidades / lote

ATENÇÃO: Como, nesse caso, o custo de pedir (P) é superior ao custo de manter (M) e
o preço unitário do material é alto, o cálculo “puxa” o LEC para um grande número de
pedidos anuais de pequenas quantidades de material, ou seja, mantém um alto giro de
estoque.

O total de pedidos anuais seria calculado dividindo-se o consumo anual de 20.000 pelo
LEC que é 516, resultando em aproximadamente 39 pedidos / ano.

Isso corresponde a praticamente 3 pedidos por mês e como o mês tem 30 dias isso
corresponde a um tempo entre pedidos de 10 dias.

2.5.2 COMPROVAÇÃO ECONÔMICA

Para se obter a comprovação econômica do LEC, o administrador deve verificar qual seria
o valor do custo total se fossem pedidas quantidades diferentes (maiores ou menores) da
que foi obtida pelo lote econômico.

Na simulação a seguir, foi feita a verificação do custo total no caso de um pedido com
quantidade 50% maior e com quantidade 50% menor em relação ao LEC, considerando
os mesmos dados do exemplo anterior.

a) Quantidade do LEC
Quantidade a comprar 50% menor = 258,19
Quantidade a comprar 50% maior = 774,59
Quantidade normal = 516,39

b) Número Pedidos por Ano (D / LEC)


Quantidade 50% menor: 20.000 / 258,19 que será = 77,46
Quantidade 50% maior: 20.000 / 774,59 que será = 25,82
Quantidade normal: 20.000 / 516,39 que será = 38,73

c) Custo de Pedir por Item Pedido


Permanece o mesmo = 133,33

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d) Custo do Pedido P (Letra b x Letra c)
Quantidade 50% menor: 77,46 x 133,33 que será = R$ 10.327,96
Quantidade 50% maior: 25,82 x 133,33 que será = R$ 3.442,65
Quantidade normal: 38,78 x 133,33 que será R$ 5.163,87

e) Estoque Médio (Letra a / 2)


Quantidade 50% menor: 258,19 / 2 que será = 129,10
Quantidade 50% maior: 774,59 / 2 que será = 387,30
Quantidade normal: 516,39 / 2 que será = 258,19

f) Custo de Manter (CMA x Letra e)


Quantidade 50% menor: 20,00 x 129,10 que será = R$ 2.581,99
Quantidade 50% maior: 20,00 x 387,30 que será = R$ 7.745,97
Quantidade normal: 20,00 x 258,19 que será = R$ 5.163,8

g) Custo Total (Letra d + Letra f)


Quantidade 50% menor: 10.327,96 + 2.581,99 que será = R$ 12.909,95
Quantidade 50% maior: 3.442,65 + 7.745,97 que será = R$ 11.188,62
Quantidade normal: 5.163,87 + 5.163,8 que será = R$ 10.327,67

h) Variação Custo Total (com relação ao LEC)


Quantidade 50% menor: 25%
Quantidade 50% maior: 8%

Considerando os resultados acima, verifica-se que o lote econômico realmente apresentou


o menor custo total e também que um pedido 50% menor provocou um custo total 25%
maior, o que desmistifica a opinião de que sempre o melhor para a empresa é que o
estoque tenha o máximo giro possível, sendo que o que determina o giro ótimo do estoque,
são seus dados seus custos específicos.

2.5.3 LIMITAÇÕES DO LEC

O modelo não é sensível com relação à variação da quantidade no lote. Mesmo que o
tamanho do lote adquirido seja diferente do obtido economicamente, o custo total sofre
variações insignificantes, como se constata ao observar a simulação acima.

Ao se optar pela decisão de adquirir o lote econômico de 516 peças e não a quantidade de
775 peças deixa-se de adquirir 50% a mais na quantidade assumindo um maior risco de
ruptura no estoque em função de uma variação de apenas 8% no custo total. ·

O método não fornece resultados precisos, pois os consumos e os prazos de entrega


constantemente sofrem alterações de comportamento.

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No exemplo em estudo o lote econômico foi calculado levando em consideração um
consumo de 20.000 unidades / ano, mas é bem possível que o consumo real tenha
distorção para mais ou para menos.

Em relação ao prazo de entrega, nesse exemplo a aplicação do lote econômico exigirá


uma colocação de 39 pedidos / ano, ou seja, um pedido a cada 10 dias.

Porém, se o tempo de ressuprimento médio do fornecedor for maior que esse prazo,
haverá conflito entre o tempo de ressuprimento médio da empresa e o intervalo entre
pedidos que é exigido pelo lote econômico.

Supondo-se que nesse exemplo o fornecedor leve 20 dias para processar o pedido e mais
10 dias para entregar todo material contando tempo de faturamento, emissão de NF,
carregamento, etc. E que a empresa após recebimento físico leve 5 dias para processar a
entrega e deixar o material disponível para utilização.

O tempo de ressuprimento médio dessa empresa será de 55 dias, ou seja, incompatível


com o intervalo entre pedidos de 10 dias que é exigido pelo LEC.

DICA: A empresa tem duas opções: reduzir o tempo de ressuprimento médio para ajustá-
lo ao LEC ou não aplicar o Lote Econômico de Compra. ·

ATENÇÃO: A aferição do custo de manter (CMA) leva em consideração o preço unitário


do material, ou seja, quanto maior for o preço na fórmula, maior será o custo de mantê-lo
em estoque. Porém, na prática, nem sempre o preço do material é o elemento único ou
definitivo para se determinar o seu custo de manutenção.

Pode ocorrer de um material muito barato, dado às suas peculiaridades, exigir um maior
custo de manutenção do que um item mais caro.

Como exemplo, uma empresa pode ter um item extremamente barato, mas que necessite
de um armazenamento especial muitas vezes envolvendo freezer ou outros equipamentos,
além de uma mão de obra qualificada e mais cara para o seu manuseio.

Pode ser que haja outro item que, apesar de caro, possa ser armazenado sem maiores
cuidados e com mão-de-obra mais barata.

ATENÇÃO: As informações utilizadas na fórmula do LEC, normalmente são obtidas


utilizando-se dados do ano anterior. Porém, na dinâmica empresarial, é certo que as
despesas do período em vigor serão diferentes das despesas do período anterior utilizadas,
portanto pode ter pequenas variações.

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ABAIXO SEGUE RESUMO GRÁFICO DO CICLO DE COMPRAS E GESTÃO DE
ESTOQUES, RELACIONANDO AS QUANTIDADES DE CONSUMO MÉDIO
MESNAL (CMM), ESTOQUE DE SEGURANÇA (ESTOQUE MÍNIMO), PONTO DE
PEDIDO e ESTOQUE MÁXIMO!

ATENÇÃO: Como o assunto do LEC também diz respeito aos custos de estocagem, o
complemento deste assunto bem como mais exemplos de resolução de cálculos estará no
próximo E-book em sequência!

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CONSULTOR / GESTÃO DO NEGÓCIO
Ampla experiência em Engenharia de
Produção com ênfase em gestão de
processos de fabricação, PCP e Gestão de
estoques e planejamento de Manutenção,
nos diversos ramos de atividades industriais.
Ampla experiência também na elaboração,
condução e entrega de projetos.
MBA em Engenharia de Manutenção,
Graduado em Engenharia de Produção
Mecânica e Tecnologia em Manutenção
Industrial.
Formado na metodologia de marketing de
diferenciação - O fator X.
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Vários cursos de tecnologia eletrônica e
mecânica, empreendedorismo, gestão da
produção e estratégias de negócios.

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