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CÁLCULOS
DE ESTOQUE
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1 INTRODUÇÃO
Afinal, quem nunca ouviu falar de uma empresa que tinha tudo para dar certo, mas que
acabou falindo por má administração?
A prospecção de clientes é uma das importantes etapas para o aumento de vendas de sua
empresa, mas é preciso levar em consideração muitos outros argumentos para o sucesso
empresarial.
Ter uma empresa de prestígio demanda, ainda, de muitos outros fatores administrativos
que vão desde a venda à produção.
Entender como controlar a entrada e saída de produtos da sua empresa, por exemplo, é
essencial para que a lucratividade seja garantida: ter total controle de estoques faz com
que você não perca dinheiro desnecessário e invista somente onde é preciso.
Quando vamos analisar o volume de um estoque, não devemos analisar números brutos
armazenados. Números só terão algum sentido se forem relacionados com algum outro
índice, como, por exemplo, o consumo deste item num certo período de tempo.
Se colocarmos o número “50 kg de feijão” sozinho, ele apenas nos dará uma informação
de volume, mas não terá nenhum sentido a nível de ser pouco, muito ou suficiente.
Nenhuma ação poderá ser tomada analisando-se este estoque isoladamente.
Este número poderá ser um estoque muito alto para ser armazenado mensalmente em
nossas residências, poderá ser suficiente para um estoque semanal de um restaurante e
poderá ser um nível desprezível no caso de ser a produção anual de um produtor agrícola.
Após este ponto é comum que os volumes de matérias primas necessárias para sua
produção mensal entre em “velocidade de cruzeiro”, com seu ressurgimento sendo
realizado nos pontos de pedidos comumente usados.
O problema advém no momento em que este produto sofre alguma variação em sua
demanda. Normalmente o número anteriormente empregado continua sendo usado e, no
caso de queda de demanda, notamos uma redução no giro de estoque, com aumento nos
custos de estocagem.
Voltando ao exemplo do feijão, imagine um hotel no litoral. Ele deverá ter uma baixa
taxa de ocupação entre os meses de março e novembro (9 meses). Em dezembro deverá
ocorrer um aumento na demanda de refeições.
Entretanto, após o período de alta estação, se o hotel não reanalisar seus estoques, manterá
um volume desnecessário do produto armazenado, provocando custos desnecessários.
Problemas com falta de gerenciamento de estoque pode ser fatal para qualquer negócio,
já que ele influencia diretamente nos seus gastos.
Tendo um controle de estoque, por exemplo, você evita o risco de perder mercadorias por
prazo de validade (se você compra a mais do que deveria) e perder oportunidade de
vendas (em caso de comprar menos mercadoria do que o procurado).
A dificuldade de utilizar meios complexos, além da falta de tempo, influencia para que
eles não consigam realizar uma boa gestão de estoque.
Mas há alternativas simples e práticas para ter um controle de estoques preciso, que é por
meio de planilhas de Excel.
Ela permite que você tenha acesso, em um único documento, a quantidade de materiais
existentes no estoque, bem como os novos pedidos e o valor total dos produtos
armazenados.
Esse é o primeiro registro que você precisa fazer ao pensar em fazer um bom controle de
estoques. Para começar, você deve registrar o nome e código do produto, seu estoque
inicial, qual o seu preço unitário e atualiza-lo periodicamente de forma manual ou
automática através de sistemas ERP.
O consumo médio mensal, também conhecido como CMM é a quantidade média em que
um determinado item é utilizado / consumido durante o período de um mês.
Via de regra, é utilizado a média dos últimos três meses, ou seja, será utilizado a cálculo
da média móvel simples para tal cálculo.
Se o sistema não trouxer essa informação de forma automática e atualizada, então basta
criar uma planilha de controle e inserir a formula da média.
ATENÇÃO: O período pode ser também quinzenal, semanal, ou até mais, bimensal,
trimestral, etc. Tudo depende de cada particularidade, necessidade ou estratégia de gestão
do estoque.
Vejamos um exemplo abaixo de todos os itens para montar uma luminária de lâmpada
fluorescente, considerando o período de consumo de um mês, e que as vendas foram 200,
255, 278 unidades do produto respectivamente nos últimos três meses.
Serve para diminuir o risco de não se ter os produtos procurados pelo cliente (interno ou
externo) por conta de problemas inesperados, como imprevistos com o fornecedor,
atrasos na entrega, ou até uma demanda que não foi prevista.
DICA: É aconselhável não confiar que o fornecedor tenha recebido o pedido, não é
aconselhável confiar que a data de entrega programada será cumprida, não aconselhável
confiar que o carregamento tenha sido realizado. Com o passar do tempo a confiança no
fornecedor levará à redução ou ao aumento da insistência de confirmações.
Quando faltam produtos: Existe a perda de vendas, pois o estoque não foi devidamente
dimensionado e/ou quando não contem os níveis de segurança para amortizar os efeitos
das sazonalidades e imprevistos de aumento nas vendas.
Quando sobram produtos: A compra excessiva pode ter sido por uma promoção do
fornecedor ou foi um cálculo de demanda equivocado, ou o setor de PCP se equivocou a
programar a produção com as quantidades acima, ou simplesmente não reparou que
determinados produtos estavam se acumulando.
ES = CMM . TR . F
ES = Estoque de segurança
TR = Tempo de reposição
F = fator de segurança
O fator de segurança deve ser aplicado os seguintes valores de acordo com o nível de
segurança que se pretende trabalhar, A (1/1) o B (1/2) ou o C (1/3).
Nível A = 1,0 (Para se ter 30 dias de segurança/produção caso o estoque acabe de acordo
com o consumo médio mensal)
Nível B = 0,5 (Para se ter 15 dias de segurança caso o estoque acabe de acordo com o
consumo médio mensal)
Nível C = 0,333 (Para se ter 10 dias de segurança caso o estoque acabe de acordo com o
consumo médio mensal)
C0001 CHAPA DE AÇO CARBONO 0,4MM KG 24 30,6 33,4 29,3 A 1 0,333 9,8
C0002 TINTA EPOXI BR KG 12 15,3 16,7 14,7 A 0,75 0,333 3,7
C0003 SOQUETE BJB 4100 PÇ 800 1020 1112 977,3 C 1 0,333 325,5
C0004 REATOR 2X20 W PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0005 LÂMPADA FLUORESCENTE 20W PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
C0006 FOLHA REFLETORA M 80 102 111,2 97,7 B 0,5 0,333 16,3
S0002 SUPORTE PLÁSTICO PARA FIXAÇÃO PÇ 200 255 278 244,3 B 0,25 0,333 20,3
S0003 TAMPA LATERAL PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
S0004 ALETA - PS CRISTAL PÇ 400 510 556 488,7 B 0,25 0,333 40,7
C0007 ETIQEUTA ADESIVA DE VOLTAGEM PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0008 EMBALAGEM PERSONALIZADA PÇ 400 510 556 488,7 C 0,75 0,333 122,0
C0009 FILME PLASTICO PARA EMBALAGEM M 120 153 166,8 146,6 C 0,2 0,333 9,8
C0010 TERMO DE GARANTIA PÇ 200 255 278 244,3 C 0,2 0,333 16,3
C0011 FOSFATO DECAPANTE L 40 51 55,6 48,9 A 0,75 0,333 12,2
DICA: Pode-se adotar qualquer nível de estoque de segurança fora destes pré-
estabelecidos, desde que se faça uma completa análise dos consumos de seus estoques.
Um fator a se considerar também é a classificação ABC, pois com tudo isso poderemos
reduzir os estoques, consequentemente os custos sem que falte materiais para produção.
O conceito de ponto de pedido nada mais é que o momento que o empresário poderá fazer
novo pedido de compra dos produtos, basta que um apontador indique o estoque dos itens
armazenados. Sempre que este volume chegar na quantidade determinada, procede-se a
compra destes itens
Para formar o ponto de pedido, é necessário conhecer um pouco o fornecedor, pois é nas
informações dele que será gerado o coeficiente do ponto de pedido.
3 Pontos que devem ser levados em consideração para formatar o ponto de pedido:
ATENÇÃO: Ao conhecer essas variáveis será mais fácil construir um ponto de pedido
mais próximo da realidade, já que o tempo de reposição (TR) será melhor definido a partir
dessas considerações.
PP = (CMM . TR) + ES
PP = Ponto de pedido
CMM = Consumo médio mensal
TR = Tempo de Reposição (lead time)
ES = Estoque de segurança
Tempo de Reposição é todo tempo desde a elaboração dos pedidos de acordo com a
necessidade, realizando cotações, ligações, atualizações de sistemas, passando por
aprovações até chegar no envio e pôr fim a confirmação do recebimento pelo fornecedor.
Em seguida soma-se o lead time, e depois acrescenta-se o tempo de inspeção de
recebimento (análise de qualidade) aceitação, entrada sistêmica e armazenamento final
pronto para o material/item ser solicitado e utilizado.
ATENÇÃO: A soma do estoque mínimo ao ponto de pedido é para saber que, quando o
estoque de determinada peça tiver o saldo de x unidades, será necessário iniciar o processo
de pedido de compras, portanto o fato de alguns itens terem seus valores do PP maior que
o CMM é devido ao ES e também ao tempo de reposição (quando for maior ou igual ao
período do consumo mensal).
ATENÇÃO: O estoque disponível diz respeito aos materiais que ainda iniciarão seus
processos de produção (no caso da matéria prima), ou seja, ainda nem foram mexidos,
apenas estão parados no estoque aguardando para iniciar do zero.
Este conceito aplica-se tanto na relação de abastecimento pela manufatura para a área de
estoque, recebendo a denominação de lote econômico de produção, quanto à relação de
reposição de estoque por compras no mercado, passando a ser designado como lote
econômico de compras.
Sabendo-se que o lote econômico é o ponto de equalização entre o custo de pedir e o custo
de manter que apresentará o menor custo total, têm-se a seguinte fórmula:
[P x (D/Q) ] = [M x (Q/2) ]
(P x D) / Q = (M x Q) /2
2 x (P x D) = Q x (M x Q)
[ (2 x P x D) / M] = Q x Q
LEC = raiz[ (2 x D x P) / M]
Onde:
Alguns dados são de fácil obtenção como o consumo (D) e o preço do material (PU),
porém o custo de pedir (P) e o custo de manter em estoque (CMA), requerem um
meticuloso e cansativo levantamento de dados que muitas vezes não estão disponíveis
para os gestores de estoques.
Para se aferir o custo de pedir (P) o administrador deverá coletar todas as despesas
relacionadas aos órgãos de compras e gestão de estoques, como por exemplo, salários e
outras despesas de manutenção e dividi-las pela quantidade de pedidos emitidos ou de
artigos encomendados no período.
Supondo que uma empresa tenha tido no ano anterior um gasto de R$ 1.000.000 com
essas despesas (custos diretos e indiretos do setor de compras e gestão de estoques) que
no mesmo período tenha emitido 1.500 pedidos de compras, tendo cada, uma média de 5
artigos encomendados o que totaliza um total de 7.500 artigos encomendados no período,
o custo de pedir poderá ser calculado:
P = R$ 666,67 argumentando que é utilizada uma mesma força de trabalho para cada
pedido, independentemente do número de itens que este pedido contemple.
DICA: Seria mais adequado para casos em que cada pedido contemplasse apenas um
item P = Custos total anual com compras / total de pedidos anual
E no caso em que os pedidos contemplassem mais de um item seria procedido o cálculo
P = Custos total anual com compras / total de artigos anual comprados
ATENÇÃO: Essas despesas anuais normalmente variam entre 17% a 24% do valor do
estoque.
Continuando nosso cálculo: Supondo-se assim uma despesa total anual com
armazenagem no ano anterior no valor de R$ 2.000.000 para um estoque médio no mesmo
período de R$ 10.000.000 de itens, tem-se:
Que multiplicado pelo preço unitário do material, como por exemplo R$ 100 a unidade,
gera o custo de manter em estoque de 0,20 x R$ 100 = CMA = R$ 20,00.
Então teremos:
Raiz (266.660)
ATENÇÃO: Como, nesse caso, o custo de pedir (P) é superior ao custo de manter (M) e
o preço unitário do material é alto, o cálculo “puxa” o LEC para um grande número de
pedidos anuais de pequenas quantidades de material, ou seja, mantém um alto giro de
estoque.
O total de pedidos anuais seria calculado dividindo-se o consumo anual de 20.000 pelo
LEC que é 516, resultando em aproximadamente 39 pedidos / ano.
Isso corresponde a praticamente 3 pedidos por mês e como o mês tem 30 dias isso
corresponde a um tempo entre pedidos de 10 dias.
Para se obter a comprovação econômica do LEC, o administrador deve verificar qual seria
o valor do custo total se fossem pedidas quantidades diferentes (maiores ou menores) da
que foi obtida pelo lote econômico.
Na simulação a seguir, foi feita a verificação do custo total no caso de um pedido com
quantidade 50% maior e com quantidade 50% menor em relação ao LEC, considerando
os mesmos dados do exemplo anterior.
a) Quantidade do LEC
Quantidade a comprar 50% menor = 258,19
Quantidade a comprar 50% maior = 774,59
Quantidade normal = 516,39
O modelo não é sensível com relação à variação da quantidade no lote. Mesmo que o
tamanho do lote adquirido seja diferente do obtido economicamente, o custo total sofre
variações insignificantes, como se constata ao observar a simulação acima.
Ao se optar pela decisão de adquirir o lote econômico de 516 peças e não a quantidade de
775 peças deixa-se de adquirir 50% a mais na quantidade assumindo um maior risco de
ruptura no estoque em função de uma variação de apenas 8% no custo total. ·
Porém, se o tempo de ressuprimento médio do fornecedor for maior que esse prazo,
haverá conflito entre o tempo de ressuprimento médio da empresa e o intervalo entre
pedidos que é exigido pelo lote econômico.
Supondo-se que nesse exemplo o fornecedor leve 20 dias para processar o pedido e mais
10 dias para entregar todo material contando tempo de faturamento, emissão de NF,
carregamento, etc. E que a empresa após recebimento físico leve 5 dias para processar a
entrega e deixar o material disponível para utilização.
DICA: A empresa tem duas opções: reduzir o tempo de ressuprimento médio para ajustá-
lo ao LEC ou não aplicar o Lote Econômico de Compra. ·
Pode ocorrer de um material muito barato, dado às suas peculiaridades, exigir um maior
custo de manutenção do que um item mais caro.
Como exemplo, uma empresa pode ter um item extremamente barato, mas que necessite
de um armazenamento especial muitas vezes envolvendo freezer ou outros equipamentos,
além de uma mão de obra qualificada e mais cara para o seu manuseio.
Pode ser que haja outro item que, apesar de caro, possa ser armazenado sem maiores
cuidados e com mão-de-obra mais barata.
ATENÇÃO: Como o assunto do LEC também diz respeito aos custos de estocagem, o
complemento deste assunto bem como mais exemplos de resolução de cálculos estará no
próximo E-book em sequência!