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RESUMO
O presente artigo tem por objetivo analisar a gestão de estoques aplicada a uma empresa
distribuidora de alimentos na Região Metropolitana de Fortaleza. Esse serviço lida com
produtos perecíveis possuindo diversas datas de validade, sendo imprescindível a utilização de
um sistema de gestão de estoques efetivo para o controle eficaz desses produtos. Nesse sentido,
para a realização da pesquisa, feita através de estudo de caso, foi possível aplicar as
classificações ABC e XYZ na organização. Foram utilizados instrumentos tais como
observação in loco, entrevistas não estruturadas e análise dos dados referentes aos estoques da
empresa. Identificou-se que a Classificação ABC e a XYZ estão intimamente ligadas, uma vez
que os produtos de maiores criticidades também são os produtos de maiores níveis financeiros
dentro dos estoques.
Palavras-chave: Classificação ABC, Classificação XYZ, gestão de estoques, distribuidora de
alimentos
ABSTRACT
This work has the objective to analize the stock management system applied to a food
distributor on the Metropolitan Region of Fortaleza. This service delas with perishable produtcs
with various expirations dates, where the use of na effective stock management system to
control all these products is indispensable. Thus, for the conducting research, which was made
trought case study, it was possible to apply the ABC and XYZ Classifications in the enterprise.
Observations in site, non-structured interviews and data analysis of the stocks were used. It was
seen that the ABC and XYZ Classifications are closely linked, once the major criticity products
are the major expensive as well.
Keywords: ABC Classification, XYZ Classification, Stock Management, food distributor
INTRODUÇÃO
A gestão de estoques, para Betts et al. (2008), equivale a uma etapa imprescindível
das corporações, que consiste em planejar e controlar acúmulos de recursos transformados ou
que ainda serão transformados, à medida que eles passam pela cadeia de suprimentos, de
processos e de operações, em que os níveis de estoque estão sujeitos ao consumo. Se houver
um aumento na demanda sem o devido acompanhamento do ressuprimento, desregulando o
consumo de materiais, faz-se necessário um controle maior por parte das organizações para
impedir essas situações.
Dessa maneira, diversas indústrias utilizam meios diferentes para controlar seus
estoques. Uma delas é a Classificação ABC que, segundo Pozo (2016), originou-se no século
XIX, através do economista Vilfredo Pareto, onde 20% da população de uma certa região da
Itália possuía 80% de todas as riquezas. Portanto, a Classificação ABC, tendo essa ideia como
base, foi criada para o melhor controle dos estoques das empresas.
REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Rego e Mesquita (2011), existem três diferentes tipos de modelos
de controle de estoque, que foram desenvolvidos para melhorar o sistema de gestão de estoques
dos empreendimentos:
Além desses métodos, o uso das ferramentas de classificação ABC e XYZ também
são meios importantes para se determinar o nível de controle para cada tipo de produto dentro
das empresas, pois facilitam a visualização de onde estão os maiores investimentos da empresa,
no caso da classificação ABC, ou onde estão os produtos mais essenciais para a linha de
produção, para a classificação XYZ.
De acordo com Moreira (2015), as três classes que compõem a curva ABC podem
então ser descritas como:
Classe A: pequena parcela dos itens, cerca de 10%, são responsáveis pela
maior parcela de investimentos, cerca de 50 a 70%. São os materiais mais
importantes e devem receber atenção especial em seu gerenciamento;
Classe B: corresponde a uma quantidade intermediária, com cerca de 20 a
30% dos componentes do estoque, equivalendo a um valor intermediário de
investimentos, sendo necessário apenas o controle moderado de suas
quantidades;
Classe C: corresponde a maior quantidade de itens do estoque, porém
representam apenas uma pequena parcela de investimentos, dispensando
controles rigorosos.
Tal como a ABC, a classificação XYZ é uma técnica gerencial que determina a
importância dos materiais, porém, nesse caso, considera o grau de criticidade ou
imprescindibilidade do material no desenvolvimento das atividades da empresa no processo
produtivo (MENDES e CASTILHO, 2009). É uma ferramenta utilizada para o gerenciamento
de materiais, visando trazer ao administrador mais ciência a respeito das essencialidades
durante os processos de estocagem de materiais.
Assim sendo, para orientar a classificação dos itens nas classes XYZ, são sugeridas
algumas perguntas por Barbieri e Machline (2006) para avaliar o grau de importância e o
impacto da falta dos materiais nas operações, sendo elas: “O material é necessário para
atividades essenciais do ambiente?”; “Ele pode ser adquirido facilmente?”; “Pode ser
facilmente substituído por equivalentes segundo sua utilidade?”; “Esse item possui
equivalente(s) já especificado(s)?”. Após tal análise, é possível segmentar os itens conforme a
descrição apresentada no quadro a seguir: (MENDES e CASTILHO, 2009):
CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO
Materiais de baixa criticidade. Sua falta não implica paralisações da
Classe X produção, nem riscos à segurança pessoal, ambiental e patrimonial.
Há facilidade de sua obtenção no mercado.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Porcentagem x Classes
100,00
90,00
80,00
Porcentagem Acumulada, %
70,00
60,00
50,00
C
B
40,00
30,00
20,00
A
10,00
0,00
Contudo, ainda que a Classificação ABC seja eficiente para se determinar o custo
dos produtos dentro dos estoques de uma empresa, ela falha ao não considerar a criticidade de
alguns produtos dentro do processo produtivo das empresas. Dessa forma, é preciso que haja
uma complementaridade para essa classificação, gerando uma classificação cruzada para
melhor controle dos produtos em estoque.
Como ficou claro a partir da tabela, além de serem os produtos com maior aporte
financeiro, também são os mais críticos para o processo da empresa. Tendo isso em vista, a
empresa deveria ter um maior cuidado com os produtos provenientes desse fornecedor
(PONTES, 2013).
Por estarem classificados dessa forma, é notável que o sistema de gestão de estoques
tenha como foco essa variedade de produtos, garantindo que não haja a falta e nem o excesso
dos mesmos, mantendo-os em níveis aceitáveis. Isso possibilitará, assim, uma melhor vantagem
competitiva da empresa frente aos concorrentes locais, já que haverá uma redução nos custos
associados a esses produtos de elevado custo (GRANDO et al., 2013).
Além disso, por se tratar de uma empresa que distribui produtos perecíveis, a
melhoria na organização dentro do espaço de armazenagem dos mesmos, irá facilitar não só a
localização, como também o seu próprio controle, pois agilizará o fluxo de reposição dos
estoques.
A tabela, ainda que não contemple os produtos do tipo B+, foi colocada dessa forma
pois, em algum período no tempo, a empresa possuiu produtos Z nos grupos pertinentes a Classe
B. Dessa forma, esse modelo foi adotado para facilitar, quando possível, a organização a
controlar os seus estoques de maneira mais eficiente, caso esses produtos acabem retornando
em um futuro próximo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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