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INTRODUÇÃO:

Os profissionais que trabalham na logística de mercadorias


constantemente encontram um desafio ao se deparar com a divergências de
informação de estoque. As divergências de informações relacionadas ao
estoque são um problema frequente, que afetam vários setores da
organização, sendo assim as auditorias de estoque desempenham um papel
de extrema importância, pois servem para validar a confiabilidade dos dados
disponibilizados com o que existe disponível no estoque e servem para indicar
se a gestão de estoque vem sendo eficaz na organização.

O principal objetivo deste artigo é compreender os impactos da


acuracidade na gestão de estoques como fator gerador de prejuízo nas
empresas. Sendo assim este material visa mostrar o quão importante é manter
um inventário eficaz, investigando as principais causas de erros na acuracidade
e propor soluções para melhorá-la.

De acordo com DIAS (1993) apud MACEDO e ROSA, p.1. (2022) um


dos setores que mais cresce dentro das empresas é, sem dúvida, a gestão dos
estoques. As aquisições em produtos que ficam parados por longos períodos
detêm um alto investimento de capital das organizações. Em relação ao
estoque de uma empresa, uma administração competente pode prover maior
lucratividade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,
utilizando um planejamento e controle eficaz para as atividades de
movimentação e armazenagem, que tem por finalidade facilitar o fluxo de
produtos BALLOU (2007) apud MACEDO e Rosa, p.1 (2022).
De acordo com SOARES (2023) “O registro de tudo o que está
armazenado (e também de tudo o que entra e sai) indica o nível de
confiabilidade do estoque. Quanto mais alto foi esse índice (...), maior é a
acuracidade do estoque”. Portanto, surge uma curiosidade em relação ao tema
ou problema de pesquisa. Logo, a pergunta problema deste artigo é: A
acuracidade de estoque nada mais é do que o esforço para manter atualizadas
todas as informações relativas aos produtos armazenados?
A metodologia utilizada neste artigo tem a natureza qualitativa, com
meios bibliográficos, pois, utiliza métodos de coleta de dados como pesquisas
em: livros, sites, artigos e entrevistas. Segundo MARCONI e LAKATOS (2003),
o trabalho qualitativo analisa detalhadamente as investigações, hábitos,
atitudes, comportamentos, buscando interpretar os aspectos mais
profundamente e traçando a complexidade do comportamento humano.
Fundamentação Teórica

O que é Acuracidade?

De acordo com o Cobli Blog (2022) um site de logística, ressalta que nos
dicionários, acuracidade quer dizer “precisão em operação ou tabela” e “feito
com muito cuidado e apuro”. Assim, a definição de acuracidade de estoque
nada mais é a capacidade de possuir informações exatas sobre os itens
estocados. Portanto, tudo o que está no seu armazém ou depósito deve
constar também no sistema/inventário: quantos itens tem no estoque, onde
estão localizados, a data de validade etc.
Historicamente, segundo BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D (2001) a
importância da informação para o desempenho da logística não tem tido o
devido destaque. Essa negligência é fruto da falta de tecnologia adequada para
gerar as informações desejadas. Contudo, a importância de implantar
tecnologias para serem trabalhadas as informações tornou-se uma
necessidade primária nas empresas, onde observa-se que os problemas
existentes entre divergência de informação entre o sistema e o físico é o que
está impactando de forma negativa no índice de acuracidade dentro das
empresas. Assim, para evitar que ocorram divergências, foram desenvolvidas
tecnologias capazes de atender aos mais exigentes requisitos de informação.
Se desejado, a informação pode ser obtida em tempo real, na qual as
empresas estão aprendendo a utilizar essa tecnologia de informação para
elaborar soluções logísticas únicas e inovadoras.
Nesse sentido, essa precisão quer dizer que quando a quantidade de
mercadorias registradas no sistema deve estar correspondendo com o número
de peças armazenadas no depósito, pois quando um funcionário for para o
local do registro, a peça estará lá, no local exato, organizada por lote ou
número de série e rotulada corretamente.
Na prática, segundo o blog DELAGE:
“(...) Acuracidade de Estoque indica o nível de
qualidade e confiabilidade da informação contida
nos sistemas de controle, em relação à existência
física dos itens. Nos casos em que essa informação
não confere com o saldo real, dizemos que o
inventário não é confiável ou não tem acuracidade.
As autoras DUARTE e OLIVEIRA (2023), destaca no artigo na Revista
Foco que:
“Por meio de um bom índice de acuracidade do
estoque, é possível ter um melhor gerenciamento
dos estoques, pois ele auxilia nas tomadas de
decisões realizadas e no aprimoramento dos
processos de uma organização.”

Neste momento, vale informar a importância de se ter uma gestão de


estoques, pois tornou-se um fator concorrente para as empresas de
comercializam peças automotivas, já que a ausência de um domínio apropriado
de estoque pode resultar na necessidade de um alto capital de giro para
aquisição neste setor, podendo assim causar perda para a empresa. Com esse
controle, podem-se diminuir os desperdícios e ter impacto no custo dos
produtos, apresentar um bom acolhimento aos clientes e, consequentemente,
aumentar as vendas e obter mais lucros e menos prejuízos (WANKE, 2003).

Gestão de Estoque

CHING (2010, p. 307) destaca que:


“(...) o conceito de estoques originou-se na função
de compras em empresas que compreenderam a
importância de integrar o fluxo de materiais à suas
funções de suporte, tanto por meio do negócio,
como por meio do fornecimento aos clientes
imediatos. Isso inclui a função de compras, de
acompanhamento, gestão de armazenagem,
planejamento e controle de produção e gestão de
distribuição física.” (Apud BOWERSOX, D. J.;
CLOSS, D (2001).

Em VIANA (2002), os estoques representam os recursos materiais que


estão em situação ociosa, ou seja, que ainda não foram usados nas atividades
de produção e que possuem valor econômico para as empresas. Porém,
conforme destaca o autor, é relevante que a organização estabeleça
prioridades quanto à formação de estoque e verifique quais recursos materiais
são mais urgentes para as atividades da empresa (Apud MACEDO e ROSA,
p.5. 2022).
Outro autor DIAS (1993), explica que o investimento em estoques deve
representar para a organização a maximização do volume de produção em
níveis adequados e a garantia em relação ao atendimento das vendas, assim,
deve haver uma sintonia entre o planejamento de produção e de vendas.
Nesse sentido, o autor considera que os responsáveis diretos pela gestão de
estoques têm a função de diminuir os níveis de materiais destinados a
produção, pois materiais parados transformam-se em investimentos sem
retorno financeiro. (Apud MACEDO e ROSA, p.6. 2022).

Classificação ABC
Na visão de BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D (2001) a classificação de
produtos tem como finalidade identificar e aprimorar esforços na gestão do
estoque. Neste sentido, a classificação ABC agrupa produtos com atributos
semelhantes a fim de facilitar a sua gestão. No procedimento de classificação é
analisado o fato de que nem todos os produtos têm a mesma importância.
Conforme MARTINS, (2006) citadas pelas autoras MACEDO e ROSA
(p.9. 2022), a classificação ABC é uma das maneiras mais comuns de analisar
estoques. Ela tem a função de verificar quanto foi gasto, seja em dinheiro ou
em outros critérios específicos, em diferentes itens de estoque durante um
período determinado, para que possam ser organizados dos mais importantes
para os menos importantes.
Também citado por MACEDO e ROSA (p. 10. 2022), para DIAS (1993), a
curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para a definição
de uma política de vendas, bem como para o estabelecimento de prioridades
para a programação da produção.
MACEDO e ROSA (p. 10 e 11. 2022) destacam que uma gestão eficiente
dos estoques requer uma classificação que combine com a estratégia da
empresa e os objetivos de atendimento ao cliente. Isso é chamado de
classificação 80/20, o que significa que na maioria das situações, a maior parte
dos resultados (cerca de 80%) é causada por um pequeno número de fatores
(apenas 20%). Conforme apresentado na Figura 1, a classe A é composta por
um número pequeno de itens (20%), sendo estes, porém, os mais importantes.
A classe B, por sua vez, possui um número intermediário de itens (30%), que
devem ser controlados com menos rigor do que aqueles da classe A. Por fim, a
classe C é composta pelo maior número de itens (50%), que devem ser
controlados com menos rigor que os itens das classes anteriores.

Figura 1 – Curva ABC

Fonte: Lustosa et al. (2008)

Para a construção da curva ABC deve-se seguir os seguintes passos:


• Determinar o critério a ser adotado (exemplo: demanda; lucro; investimento).
• Coletar os dados;
• Ordena os itens, do maior para o menor valor.
• Calcular a porcentagem que cada item representa no valor total e, em
seguida, as porcentagens acumuladas.
• Fazer a divisão em classes A, B e C.
As autoras acima citadas, explica que manter um estoque ocupa
recursos produtivo tais como espaço, capital, pessoas, equipamento, para
obter respostas rápidas. Para Franceschini (2004) apud MACEDO e ROSA, p.
10. 2022, analisar em profundidade milhares de itens num estoque é tarefa
extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desnecessária. É
conveniente que itens mais importantes, tenham prioridade sobre os menos
importantes. O gerenciamento eficiente dos estoques exige que a classificação
seja compatível com a estratégia da empresa e com os objetivos de prestação
de serviço aos clientes.

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