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Governo do Estado de São Paulo

ALMOXARIFE E ESTOQUISTA

VIA RÁPIDA EMPREGO

UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA


Coordenação:

Clara Maria de Souza Magalhães

UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 2


Sumário
O que é almoxarifado? ................................................................................. 6
Objetivo primordial do almoxarifado ............................................................ 6
Eficiência do almoxarifado ........................................................................... 6
As principais atribuições do almoxarifado .................................................... 7
Terminologias utilizadas no almoxarifado e na administração de materiais .. 7
Perfil do almoxarife ...................................................................................... 9
O espaço e o layout do almoxarifado ............................................................ 9
O layout ................................................................................................. 11
Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras ......................................... 12
Espaço no Almoxarifado.......................................................................... 13
Movimentação de Cargas e transportes internos ........................................ 14
Manuseio de Materiais ............................................................................... 15
Empilhamento ........................................................................................... 16
O que é um palete? ................................................................................. 17
Tipos de paletes ................................................................................... 17
O que é um contêiner? ............................................................................ 18
Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) ........................ 18
Equipamentos de proteção individual (EPI) ............................................. 18
Equipamentos de proteção coletiva (EPC) ................................................ 20
Sistema de armazenamento em prateleiras ................................................ 20
Armazenagem em sua área externa ............................................................ 21
Simplificação do trabalho ........................................................................ 21
Equipamentos para manuseio de materiais ................................................ 22
Estrutura funcional do Almoxarifado ......................................................... 23
Controle ................................................................................................. 23
Reconhecimento ..................................................................................... 23
Documentação evolvida na Regularização .................................................. 27
Devolução ao fornecedor ............................................................................ 28
Armazenagem ............................................................................................ 28
Cuidados na armazenagem ..................................................................... 28
Cuidados especiais ................................................................................. 29

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Itens de estoque ........................................................................................ 30
Corredores de acesso ................................................................................. 30
Portas de acesso ........................................................................................ 30
Prateleiras e estruturas........................................................................... 30
Critérios de armazenagem ......................................................................... 31
Métodos de armazenagem .......................................................................... 31
Distribuição............................................................................................... 32
Natureza dos produtos a transportar ...................................................... 32
Classificação da distribuição ................................................................... 33
Documentos utilizados num Almoxarifado ................................................. 33
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE ..................................................... 34
FICHA DE ASSINATURA CREDENCIADA ................................................ 34
DEVOLUÇÃO DE MATERIAL................................................................... 36
CONTROLE DE MATERIAIS ....................................................................... 40
Política de Estoque .................................................................................... 40
Métodos de manejo de estoque ................................................................... 42
Localização de materiais ............................................................................ 42
Ponto de pedido de compra ........................................................................ 43
O método ABC de materiais e estoques ...................................................... 44
Controle de Qualidade ............................................................................... 45
Uma política inteligente nos estoques ........................................................ 46
Preparação e Planejamento para o inventário ............................................. 49
Convocação ............................................................................................... 49
Arrumação física ....................................................................................... 50
Registro do inventário ................................................................................ 50
CUT-OFF ................................................................................................... 50
Reconciliações e ajustes ............................................................................. 52
Segurança no Almoxarifado ....................................................................... 52
Uso de cores como fator de segurança nos almoxarifados ........................ 53
Prevenção de Incêndios ........................................................................... 55
Proteção contra incêndio ......................................................................... 55
Objetivos da Prevenção de Incêndios no Almoxarifado .......................... 56

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Fogo e incêndio ....................................................................................... 57
Definição do Fogo................................................................................. 57
Classe do Fogo ..................................................................................... 58
Incêndio ................................................................................................. 60
Causas de Incêndios ............................................................................ 60
Saídas de Emergência ............................................................................. 60
Acesso às viaturas do corpo de bombeiros ............................................... 60
Meios de aviso e alerta ............................................................................ 61
Sinalização .......................................................................................... 61
Extintores de Incêndio ............................................................................ 61
Tipos de extintores .................................................................................. 62
Validade de “carga” dos extintores ........................................................ 64

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O que é almoxarifado?

É o local devidamente destinado apropriado para armazenagem e proteção


dos materiais de uma empresa.
É ainda o local destinado à fiel guarda e conservação de matérias, em recinto
coberto ou não, adequado à sua natureza. Tem a função de destinar espaços
onde permanecerá cada item aguardando a necessidade de seu uso, ficando
sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política
geral de estoques da empresa.

Objetivo primordial do almoxarifado

É impedir divergências de inventario e perdas de qualquer natureza. O


almoxarifado deve assegurar que o material adequado, na quantidade
devida, estará no local certo quando necessário, de acordo com as normas
adequadas, objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as
exatas quantidades.
Para cumprir sua finalidade, o almoxarifado deve possuir instalações
adequadas, bem como recursos de movimentação e distribuição suficiente a
um atendimento rápido e eficiente.

Eficiência do almoxarifado

A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente:


Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do
consequentemente aumento das viagens de ida e volta;
Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas;
Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.

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As principais atribuições do almoxarifado

1. Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa;


2. Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários
da empresa;
3. Manter atualizados os registros necessários.

Terminologias utilizadas no almoxarifado e na administração de


materiais

1. Artigo ou item: designa qualquer material, matéria-prima ou produto


acabado que faça parte do estoque;
2. Unidade: identifica a medida, tipo de acondicionamento, característica
de apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma,
vidro, peça, quilograma, metro);
3. Pontos de estocagem: locais aonde os itens em estoque são
armazenados e sujeitos ao controle da administração.
4. Estoque: conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes
fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que
permite suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às
unidades funcionais da organização;
5. Estoque ativo ou normal: é o estoque que sofre flutuações quanto a
quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e
saídas;
6. Estoque morto ou inativo: não sofre flutuações, é estático;
7. Estoque empenhado ou reservado: quantidade de determinado item,
com utilizações certas, comprometidas previamente e que por alguma
razão permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível
somente para uma aplicação ou unidade funcional específica;
8. Estoque de recuperação: quantidade de itens constituídas por sobras
de retiradas de estoque, salvados (retirados de uso através de
desmontagens) etc, sem condições de uso, mas passíveis de
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aproveitamento após recuperação, podendo vir a integrar o estoque
normal ou estoque de materiais recuperados. Após a obtenção de suas
condições normais.
9. Estoque de excedentes, obsoletos ou inservíveis: constitui as
quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou
inúteis que devem ser eliminados. Constitui um estoque morto;
10. Estoque disponível: é a quantidade de um determinado item
existente em estoque, livre para uso;
11. Estoque teórico: é o resultado da soma do disponível com a
quantidade pedida, aguardando o fornecimento;
12. Estoque mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item
que deverá existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou
emergência (falta) provocada por consumo anormal ou atraso de
entrega;
13. Estoques médios, operacionais: é considerado como sendo a
metade da quantidade necessária para um determinado período mais
o Estoque de Segurança;
14. Estoque máximo: é a quantidade necessária de um item para
suprir a organização em um período estabelecido mais o Estoque de
Segurança;
15. Ponto de pedido, limite de chamada ou ponto de
ressuprimento: é a quantidade de item de estoque que ao ser atingida
requer a análise para ressuprimento do item;
16. Ponto de chamada de emergência: é a quantidade que quando
atingida requer medida especiais para que não ocorra ruptura no
estoque. Normalmente é igual a metade do Estoque mínimo;
17. Ruptura de estoque: ocorre quando o estoque de determinado
item zera (E=0). A continuação das solicitações e o não atendimento a
caracteriza.

No almoxarifado trabalham o Almoxarife e seus auxiliares. Também podem


atuar profissionais como Estoquista, Apontador e outros.

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Perfil do almoxarife

Seja honesto;
Qualificado;
Comprometido;
Leal;
Disciplinado;
Que possa confiar.

O espaço e o layout do almoxarifado

Um dos pontos mais importantes em um almoxarifado é seu espaço, pois é


ele que determina, na verdade, toda a estratégia de compra, de estocagem e
de distribuição.
O espaço de um Almoxarifado deve ser planejado e estabelecido para que se
possa tirar o máximo proveito de sua área total.
1. Frequência – é o número de vezes que um item é solicitado ou
comprado em um determinado período;
2. Quantidade a Pedir – é a quantidade de um item que deverá ser
fornecida ou comprada;
3. Tempo de tramitação Interna – é o tempo que um documento leva,
desde o momento em que é emitido até o momento em que a compra é
formalizada;
4. Prazo de Entrega – tempo decorrido da data da formalização do
contrato bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria;
5. Tempo de Reposição, Ressuprimento – tempo decorrido desde a
emissão do documento de compra (requisição) até o recebimento da
mercadoria;
6. Requisição ou Pedido de Compra – o documento interno que
desencadeia o processo de compra;

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7. Coleta ou Cotação de Preços – documento emitido pela unidade de
compras, solicitando ao fornecedor proposta de fornecimento. Esta
coleta deverá conter as especificações que identifiquem
individualmente cada item;
8. Proposta de Fornecimento – Documento no qual o fornecedor
explicita as condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de
entrega, condições de pagamento etc);
9. Mapa Comparativo de Preços – documento que serve para confrontar
condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável;
10. Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento –
documento formal, firmado entre comprador e fornecedor, que
juridicamente deve garantir a ambos (fornecimento x pagamento);
11. Custo Fixo – é o custo que independente das quantidades
estocadas ou compradas (mão-de-obra, despesas administrativas, de
manutenção etc);
12. Custo Variável – existe em função das variações de quantidade
e de despesas operacionais;
13. Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem –
São os custos decorrentes da existência do item ou artigo no estoque.
Varia em função do número de vezes ou da quantidade comprada;
14. Custo de Obtenção de Estoques, Pedido ou Aquisição – é
constituído pela somatória de todas as despesas efetivas realizadas no
processamento de uma compra. Varia em função do número de
pedidos emitidos ou das quantidades compradas.
15. Custo Total – é o resultado da soma do Custo Fixo com Custo
de Posse e o Custo de Aquisição;
16. Custo Ideal – é aquele obtido no ponto de encontro ou
interseção das curvas dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa
o menor valor do Custo total.

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O espaço vertical deve ser utilizado ao máximo, fazendo-se uso de prateleiras
ou através do empilhamento dos materiais. No entando, alguns pontos
básicos devem ser considerados:
1. A resistência dos Materiais que sofrerão empilhamento.
2. O equipamento disponível para a execução de um empilhamento
seguro.
3. A resistência dos pisos e do pavimento.
Usar espaço vertical sem critério pode ocasionar muitos transtornos,
deixando de ser uma solução para torna-se um problema.

O layout

Almoxarifado é um local de grande circulação de pessoas e dos mais vaiados


tipos de produtos. Assim, ao programar o Layout de um almoxarifado não se
deve esquecer:
1. Carga e a descarga de materiais devem ser sempre feitas de forma
segura e ágil, por i necessário que os veículos transportadores
(empilhadeiras, guindastes, carregadores, etc.) e os responsáveis pelo
armazenamento estejam sempre disponíveis.
2. As entradas e as saídas dos materiais não devem possuir bloqueios e
devem ser suficientemente compatíveis com a dimensão dos produtos
em circulação.
3. A altura do almoxarifado deve ser compatível com o tipo de produto a
ser estocado, assim como as portas de entrada e saída.
4. Os pavimentos devem ser projetados de maneira a suportar
empilhamentos e/ ou o peso dos materiais estocados.
5. A largura, o comprimento, a altura, o volume etec. Dos materiais que
são transportados em veículos são importantes fatores que deverão
compor o planejamento do LAYOUT do Almoxarifado.
6. Estruturar o trânsito interno dos veículos dentro do Almoxarifado,
levando-se em conta suas dimensões, tamanho dos produtos e
circulação interna.

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Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras

As passagens dos corredores devem ser retas e não devem conter obstruções
causadas por empilhamento de matérias ou colunas, de forma a permitir a
direta comunicação entre as portas e todos os setores do Almoxarifado, que
devem estar devidamente identificados e divididos por critérios de
conveniência (cores, números etec).
Outro aspecto importante é o da largura dos corredores que devem ser no
mínimo de 3 metros para facilitar o tráfego pesado, como empilhadeiras de
1.000 a 2.000 quilos. No caso das passagens transversais, as larguras
devem ser de 2.80 a 3 metros, sendo que a altura das pilhas depende do tipo
de material do almoxarifado.
É importante salientar que os materiais devem ser armazenados de acordo
com a sua frequência de saída. Por exemplo: Os materiais de saída frequente
devem ter suas pilhas ou prateleiras próximas às portas de SAÍDA, enquanto
os de rara saída devem ser armazenados próximos a ENTRADA.
É evidente que a maioria dos Almoxarifados encontra-se construídos e
muitas vezes temos uma área já delimitada para organizarmos o material
que chega e que será distribuído. No entanto, é possível se reorganizar,
reestruturar as formas de armazenamento, observando as sugestões acima e
levando em conta os seguintes pontos:
- O número de materiais que serão mantidos armazenados;
- Dimensões do Almoxarifado (área e volume);
- Necessidades para o armazenamento (prateleiras, estantes e divisões);
- Treinamento da mão de obra;
- O tipo de trabalho a ser realizado para funcionamento do almoxarifado;
- O máximo de operações realizadas num dia (entrada e saída de
materiais);
- Reformas nas estruturas físicas do almoxarifado (cobertura, material de
segurança, infraestrutura);
- Material específico de transporte (carrinhos, empilhadeiras, etc);
- Aquisição do material de segurança.

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Com essas e outras sugestões você poderá perceber que , à medida que
estiver desenvolvendo seu Almoxarifado, será possível criar um LAYOUT
capaz de atender às suas necessidades.

Espaço no Almoxarifado

Um dos maiores problemas de quem cuida de um Almoxarifado é como


melhor aproveitar seu espaço para manter a organização e os níveis de
segurança.
Uma correta distribuição do espaço dentro do Almoxarifado consiste em
verificar e determinar:
- As quantidades dos materiais A, B, C, D, etc;
- O espaço (em metros quadrados), que os metais irão ocupar no
Almoxarifado;
- A metragem dos suportes, prateleiras, estrados, etc, onde os materiais
serão armazenados;
- A área de entrada e recebimento dos materiais;
- A área de expedição dos materiais;
- Os corredores internos;
- A área ocupada pelos sistemas de manutenção interna;
- A área necessária para os serviços de manutenção interna;
- Áreas para possível expansão.

Em relação ao espaço total disponível do almoxarifado, é possível se


determinar o espaço necessário para cada grupo de materiais, através do
cálculo da área ocupada para cada um dos itens acima. Por exemplo: se um
Almoxarifado possuir 500 metros quadrados os espaços deverão ser
subdivididos de tal forma que dentro dessa área caibam pelo menos os itens
acima relacionados.

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Movimentação de Cargas e transportes internos

Em alguns almoxarifados acontecem coisas como estas:


- Os corredores e as ruas do Almoxarifado estão sempre abarrotados de
material e pessoal caminhando desordenadamente na intenção de
solucionar problemas;
- Equipamentos quebrados e pessoal incapacitado de realizar suas
atribuições;
- Produtos que são constantemente deslocados de um lugar para o outro;
- Grandes distâncias entre os pontos de estocagem e os de saída;
- Desvio de função, ou seja, gente especializada executando outro serviço;
- Os operadores de empilhadeiras e carrinhos despedem tempo além do
necessário para realizarem seu trabalho;
- Cargas excessivamente pesadas sendo transportadas manualmente, o
que gera gastos elevados de energia e problemas de pessoal;
- Almoxarifado sem o estabelecimento de um sistema de movimentação
(por exemplo, cruzamento excessivo de carrinhos e empilhadeiras numa
mesma via).

Para solucionar tais problemas torna-se necessário uma reorganização dos


fluxos e de todo sistema do movimento de cargas e transportes internos.
Assim, antes de toda a equipe se movimentar, leve em consideração alguns
pontos básicos:
- O que deve ser removido;
- Peso e volume do material;
- Em que direção será removido;
- A distância a ser percorrida;
- Quantas vezes a operação será repetida.

Sempre que possível, opte pelo transporte mecânico, já que o transporte


manual exige esforço físico e diminui a produtividade.

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Manuseio de Materiais

Uma das questões mais significativas dentro do Almoxarifado é o manuseio


correto dos materiais que serão, ou estão estocados. Com isto se evita
problemas de quebra ou dano de um produto pela forma incorreta de seu
manuseio ou estocagem.
É fundamental importância que não só a mão-de-obra que lida diretamente
com os materiais tenha treinamento mínimo, mas que também sejam
seguidas algumas normas básicas capazes de garantir o bom estado do
produto dentro do Almoxarifado.
Eis algumas dicas que podem ajudar:
- Os produtos deverão ser transportados sempre sobre um só veículo. As
mudanças podem ocasionar quedas que danificarão o material;
- Os produtos devem ser manuseados prevendo-se a ocorrência seguinte
que aquele produto terá Isso ajuda a evitar retrocesso ou voltas
desnecessárias e o congestionamento dos corredores;
- Sempre devem ser utilizados veículos adequados;
- Os transportadores internos devem ser carregados até o limite máximo
de segurança, evitando viagens desnecessárias que sobrecarregariam o
trânsito interno;
- A segurança no transporte é imprescindível. Os manipuladores devem
estar aparelhados com capacetes, óculos, luvas, etc. Os veículos devem
sofrer manutenção preventiva.
- As questões de recebimento e entrega devem ser sincronizadas, evitando
contratempos para quem retira e para quem estoca.

É evidente que serão necessários ajustes à realidade de cada Almoxarifado.


No entanto, com essas dicas, quem administra o Almoxarifado terá
capacidade de racionalizar o trabalho e agilizar o fluxo dos materiais a serem
guardados e posteriormente distribuídos.

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Empilhamento

Empilhar materiais não é colocar um sobre o outro de qualquer maneira. O


empilhamento deve ser coerente para facilitara distribuição. A disposição
que se dá ao empilhamento possibilita maior segurança e contagem mais
rápida dos materiais. Algumas regras básicas podem ser seguidas. Vamos a
elas:
- Respeite o limite máximo de altura do teto, que não deve ultrapassar
um metro, isso garante a ventilação e a facilidade nas retiradas;
- Utilize o recurso de caixas de madeiras sobrepostas, quando for o caso;
- Utilize paletes (estrado de madeira que trabalha harmoniosamente com
a empilhadeira de garfo);
- Verifique sempre a resistência das embalagens. Respeite as indicações
do fabricante;
- As pilhas devem estar sempre firmes, ou seja, a movimentação de
unidades superiores não deve atuar sobre aquelas unidades que
permanecerão empilhadas;
- Programar as diferentes operações de movimento dos materiais como
um todo, evitando, sempre que possível, a movimentação em separado,
isto evita riscos e manipulações desnecessárias, além de exigir mais
tempo para a carga, descarga e controle, oriundos desse tipo de atividade.

Experiências em grandes empresas demonstram que o uso de paletes (ou


pallets) reduz em 50% o números de funcionários necessários á
movimentação e ao empilhamento dos materiais. O tempo de carga de
descarga reduz-se em cerca de um terço, com a vantagem dos produtos, já
classificados como seguros e com inspeção atenuada, saírem do caminhão
diretamente para o local de estocagem.

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O que é um palete?

Um ou uma palete (do inglês pallet) é um estrado de madeira. Metal plástico


que é utilizado para movimentação de cargas. A forma aportuguesada não
leva acento. A função do palete é a otimização do transporte de cargas, que é
conseguido através da empilhadeira e a paleteria, obtendo com isso
vantagens como:
- Redução de custo homem/hora;
- Menores custos de manutenção do inventário bem como melhor controle
do mesmo;
- Rapidez na estocagem e movimentação das cargas.
- Racionalização do espaço de armazenagem, com melhor aproveitamento
vertical da área de estocagem;
- Diminuição das operações de movimentação;
- Redução de acidentes pessoais;
- Diminuição de danos aos produtos;
- Melhor aproveitamento dos equipamentos de movimentação;
- Uniformização do local de estocagem.
Entre as vantagens, temos:
- Espaços perdidos dento da unidade de carga;
- Investimentos na aquisição de páletes, acessórios para fixação da
mercadoria à plataforma e equipamentos para a movimentação das
unidades de carga;
- O peso do pálete e o seu volume podem aumentar o valor do frete.

Tipos de paletes

- Palete de face simples – com duas ou quatro entradas;


- Palete de face dupla – com duas ou quatro entradas, podem ser de
madeira, metal ou plástico.

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O que é um contêiner?

É um recipiente fechado ou semifechado para transporte e armazenagem de


mercadorias. Normalmente é fabricado em aço mas podemos encontrar
conteiners em madeira ou plástico.

Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC)

Equipamentos de proteção individual (EPI)

É qualquer dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo


trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
Só pode ser posto á venda ou utilizado se possuir o CA – Certificado de
Aprovação – expedito pelo ministério do Trabalho e Emprego.
São obrigações do empregador:
- Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco de cada
atividade
- Exigir uso dos EPI’s;
- Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
- Substituir imediatamente quando danificados ou extraviados;
- Higienização e manutenção periódicas;
- Comunicar o MTE sobre irregularidades.

Em contrapartida, são deveres do empregado:


- Usar o EPI, somente para finalidade para qual se destina;
- Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;
- Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso;
- Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

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Os principais EPIS utilizados no Almoxarifado são:

Capacete de segurança – dispositivo básico de segurança em qualquer obra.


O casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e
impacto. É desenhado para rebater o material em queda para o lado,
evitando lesões no pescoço do trabalhador. É utilizado com suspensão, que
permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os impactos. Possui um
dispositivo denominado jugular, que deverá sempre ser ajustado.
Botina – as botas, na versão com biqueira de aço protege de materiais
pesados que podem cair nos pés do usuário.
Luvas – é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove
tipos básicos de luvas existentes no mercado atualmente. No almoxarifado,
as mais usuais são as raspa de outo.
Óculos de proteção – são especificados de acordo com o tipo de risco, desde
materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão, passando por
materiais químicos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com
maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas lentes especiais. Cada
almoxarifado em especificado um tipo de óculos de proteção, dependendo do
material manuseado.
Respiradores – asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra
gases, poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara
descartável. Os respiradores podem ser semi-faciais (abrangem nariz e boca)
ou faciais (nariz, boca e olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de
substância ao qual o trabalhador do Almoxarifado está exposto.
Protetores auriculares – protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído
está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 db para oito horas de
exposição.
Aventais – Protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do
trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou
corte a quente) ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo).
Sistema de armazenamento em prateleiras.

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Equipamentos de proteção coletiva (EPC)

Equipamento destinado à proteção coletiva, como risco de queda ou projeção


de materiais. Devem ser construídos com materiais de qualidade e
instalados nos locais necessários tão logo se detecte o risco.
Num Almoxarifado temos alguns de EPC’s, dependendo do tipo de material
envolvido. Podemos citar os dois mais importantes, utilizados em todos os
tipos de Almoxarifado.
São eles:
a) Os de combate à incêndio, que estudaremos com mais detalhadamente
em outra etapa do curso;
b) Os de sinalizações de segurança, tais como cones, bandeirolas, placas,
sirenes, luzes, etc.

Sistema de armazenamento em prateleiras

Muitas empresas no mundo todo usam o sistema de armazenamento em


prateleiras. Essa é uma das formas mais organizadas de armazenar os
materiais e estabelecer sobre eles, junto com as fichas de prateleiras, um
controle de seu estoque.
Hoje existe no mercado brasileiro uma grande variedade de “armários” de
aço que na verdade funcionam como um conjunto de prateleiras arranjadas
e servem para estocagem do material. Há até armários para Almoxarifado,
devidamente adaptados às condições de cada usuário. As prateleiras deverão
ser arranjadas de tal maneira que qualquer pessoa que esteja habituada á
rotina do Almoxarifado possa, sempre que necessitar, encontra os materiais
solicitados o mais rápido possível.
Uma das formas mais simples e funcionais para a distribuição dos materiais
dentro do Almoxarifado é numerara as prateleiras no sentido horário a partir
da entrada, de modo que a prateleira número 01 fique à esquerda de quem
entre. Com esse critério prossegue-se enumerando todas as prateleiras até
que a última prateleira esteja à direita da entrada.
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Armazenagem em sua área externa

Devido a sua natureza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas


externas, contíguas ao Almoxarifado, o que diminui os custos e em paralelo,
amplia o espaço interno para materiais que necessitam de proteção em área
coberta.
Exemplo: Materiais a granel, tambores e contêineres (Fechados), pecas
fundidas, chapa de metal, etc.

Simplificação do trabalho

Simplificar o trabalho é sonho de quem administra. Mais ainda, é claro, de


quem administra em Almoxarifado. Simplificar o trabalho não é torna-lo
primitivo, é torna-lo racional, preciso e rápido como o mínimo dispêndio de
energia.
A principio isso pode parecer uma tarefa extremamente árdua e complicada,
mas não é tão absolutamente complexa a ponto de exigir uma reengenharia
administrativa.
Há alguns caminhos que podem ser seguidos para auxiliar quem pretende
simplificar o trabalho dentro do Almoxarifado. Basta examinar alguns
aspectos relacionados com as atividades internas. São eles:
- O esboço e a disposição do trabalho;
- Os diversos tipos de materiais, suas dimensões e a forma mais coerente
de transporte e armazenamento;
- Possibilidade de usar transporte mecânico, reduzindo ao mínimo
necessário os transportes manuais;
- Determinar os trabalhos mais pesados ou desagradáveis;
- Problemas com segurança.
Finalizando, antes de se implantar os métodos simplificados de trabalho, há
a necessidade de um estudo minucioso, que deverá ser acompanhado de um
sistema de planejamento, para que o método tenha sucesso e possa
realmente trazer vantagens para quem opta por ele.

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Equipamentos para manuseio de materiais

O manuseio de diversos tipos de materiais de um almoxarifado pode ser


efetuado:

- Manualmente - Trata-se do manuseio mais simples e comum, efetuado


diretamente pelo esforço físico dos funcionários;

- Por meio de carrinhos manuais – tratas –se de manuseio efetuado


também através de esforço físico, mais utilizado esse esforço para
impulsionar carrinhos;

- Por meio de empilhadeiras – Trata-se de um dos equipamentos mais


versáteis para o manuseio de materiais. Não possui limitação de direção,
movimentando-se horizontalmente e verticalmente, podendo ser de
motores elétrico, a gás, a diesel o a gasolina;

- Por meio de paleteiras – Trata-se de um tipo de empilhadeira manual,


que pode ser mecânica, hidráulica ou elétrica, estando, por conseguinte,
limitada a manuseios horizontais;

- Por meios de pontes rolantes – Trata-se de equipamento constituído


de estrutura metálica, sustentada por duas vigas ao longo das quais a
ponte rolante se movimenta. Entre as duas vigas, sustentado pela
estrutura, corre um carrinho com um gancho.

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Estrutura funcional do Almoxarifado

Estrutura funcional

• Controle
• Recebimento
• Armazenagem
• Distribuição

Controle

O controle dos estoque depende de um sistema eficiente, o qual deve


fornecer, a qualquer momento, as quantidades que se encontram à
disposição e onde estão localizadas as compras em processo de recebimento,
as devoluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas.

Recebimento

As atividades do recebimento abrangem desde a recepção do material na


entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques e compreendem os
materiais com política de ressuprimento e os de aplicação imediata, sofrendo
critérios de conferência quantitativa e qualitativa.
O reconhecimento compreende quatro fases:
1ª FASE: Entrada de materiais;
2ª FASE: Conferência quantitativa;
3ª FASE: Conferência qualitativa;
4ª FASE: Regularização;

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1ª FASE: Entrada de materiais

Tem como objetivo efetuar a recepção dos veículos transportadores, proceder


á triagem da documentação do recebimento (nota fiscais), encaminhá-los
para descarga e efetuar o cadastramento dos dados pertinentes para o
sistema.

Na portaria da empresa

A entrada de materiais sofre critérios de conferência primária de


documentação (notas fiscais, garantias, manuais, etc). Que objetiva
identificar, constatar e providenciar, conforme cada caso:
- Se a compra, objeto da nota fiscal em análise está autorizada pela
empresa;
- Se a compra devidamente autorizada tem programação prevista,
estando no prazo de entrega contratual.
- Se o número do documento e compra conste na nota fiscal.
Após a consulta ao órgão de compras, deve-se recusar o recebimento para os
casos referentes às compras não autorizadas ou em desacordo com a
programação de entrega, transcrevendo os motivos no verso da nota fiscal.

No Almoxarifado

No Almoxarifado a conferência está voltada pra volumes, confrontando-se


nota fiscal do fornecedor com os respectivos registros e controles de compra,
posicionamento do veículo no local exato da descarga, providências de
equipamentos e material de descarga necessários.

Exame de avarias

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O exame das avarias é necessário para o apontamento de responsabilidades.
A existência de avarias é constatada por meio de análise de disposição de
carga, observando-se as embalagens ou proteções estão intactas e invioláveis
ou contenham sinais evidentes de quebra, umidade, amassamento, etc.

Recusa do recebimento

As divergências contatas devem ser apontadas no conhecimento de


transporte e também no canhoto da nota fiscal. Essas providências servirão
para o processamento de ressarcimento de danos, se for o caso e
dependendo do exame preliminar resultar a constatação de irregularidades
insanáveis em relação às condições contratuais, deve-se recusar o
recebimento, anotando-se, também nestes casos, no verso da 1ª via da nota
fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos
transportados.

Liberação do transportador

O transportador será liberado mediante os procedimentos anteriormente


visto e que contemplam a recusa do recebimento, com também para os
materiais referentes às notas fiscais devidamente chegadas, assinando-se
canhoto da nota fiscal e o conhecimento do transporte.
Os materiais referentes às notas fiscais aprovadas durante essa etapa terão
sua descarga autorizada.

Descarga

Para a descarga pode ser necessária à utilização de equipamentos, dentre os


quais se destacam paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes, além
do próprio esforço físico humano, sendo necessário envolver o fator
segurança, não só com relação ao material em si como também e
principalmente, ao pessoal envolvido na descarga.

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2ª FASE: Conferência quantitativa

É a atividade que verifica se a quantidade declara pelo fornecedor na nota


fiscal corresponde à efetivamente recebida. É a típica “contagem”, devendo-
se optar por um modelo de acusação, no qual o conferente aponta a
quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor,
também conhecido por princípio de contagem de cega. A confrontação do
recebido versus faturado é efetuada posteriormente, por meio do
regularizador, que analisa as possíveis distorções detectadas e providencia a
recontagem, a fim de dirimir as dúvidas contatadas.
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados
utilizando-se um dos seguintes métodos:
1. Manual: Em casos de pequenas quantidades;
2. Por meio de cálculos: Para que os casos que envolvam embalagens
padronizadas com grandes quantidades;
3. Por meio de balanças contadoras pesadoras: Para casos que
envolvam grande quantidade de peças, como parafusos, porcas,
arruelas, etc;
4. Pesagem: Para materiais de maior peso e volume, a pesagem pode ser
feita com veículo transportador sobre balanças rodoviárias ou
ferroviárias, casos em que o peso líquido será obtido por meio da
diferença entre o peso bruto e tara do veículo. A tara do veículo é seu
peso vazio, sem mercadoria.
5. Medição: Em geral, as medições são efetuadas por meio do
comprimento e volume.

3ª FASE: Conferência qualitativa

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É atividade também conhecida como inspeção técnica. É da mais alta
importância no contexto de recebimento de materiais, uma vez que visa
garantir a adequação do material ao fim a que se destina.
A conferência qualitativa visa garantir o recebimento adequado do material
contratado através do exame das características dimensionais, específicas e
das restrições de especificação.

4ª FASE: Regularização

Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação


da conferência qualitativa e quantitativa, por meio de laudo de inspeção
técnica e da confrontação das quantidades versus faturadas,
respectivamente, para decisão de aceitar ou recusar e finalmente, pelo
encerramento do processo.

Documentação envolvida na Regularização

- Nota fiscal
- Conhecimento de transporte
- Documento da contagem efetuada
- Parecer da inspeção, contido no relatório técnico de inspeção.
- Especificação da compra
- Catálogo técnico
- Desenhos
O processamento dará origem a uma das seguintes situações:
- Liberação de pagamento ao fornecedor, em se tratando de material
recebido sem ressalvas.
- Liberação parcial de pagamento ao fornecedor
- Devolução de material ao fornecedor
- Reclamação de falta ao fornecedor
- Entrada de material no estoque

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Devolução ao fornecedor

Quando constata irregularidade insanável, providencia-se a devolução das


mercadorias com defeito e / ou em excesso ao fornecedor, acompanhados de
nota fiscal de devolução, emitida pela empresa compradora.
Deve-se atentar para o prazo decadencial das devoluções, que é de 10 dias, a
contar do recebimento. Expirado esse prazo e não devolvida a mercadoria, o
fornecedor poderá executar a duplicata caso não seja para em seu
vencimento.
A devolução pode ocorrer também quando é detectada alguma falha por
deficiência da matéria-prima, como o não cumprimento à especificação
metalúrgica. O fornecedor será acionado para, em primeiro plano, repor o
material em questão e em seguida, se for o caso, ressarcir os prejuízos
causados.

Armazenagem

O objeto primordial da armazenagem é utilizar o espaço nas três dimensões


(comprimento, largura e altura), da maneira mais eficiente possível. As
instalações do Almoxarifado devem proporcionar a movimentação rápida e
fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição.

Cuidados na armazenagem

Os principais cuidados na armazenagem de material/mercadoria são:

Determinação do local, em recinto coberto ou não;


Definição adequada do layout;

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Definição de uma política de preservação, com embalagens
plenamente convenientes aos materiais;
Ordem, arrumação e limpeza de forma constante;
Segurança patrimonial, contra furtos, incêndios, etc.

Cuidados especiais

Devem ser tomados no tocante à disposição dos materiais no Almoxarifado, o


qual pode conter produtos perecíveis, inflamáveis, tóxicos e outros, que
somados à variedade total, definirão os meios de armazenagem.
Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:
Máxima utilização do espaço;
Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e
equipamentos);
Pronto acesso a todos os itens (seletividade);
Boa organização;
Satisfação das necessidades dos clientes.

A armazenagem compreende em seis fases:


1. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no
tocante à proteção e embalagem;
2. Identificação dos materiais;
3. Guarda na localização adequada;
4. Guarda na localização física de guarda ao controle;
5. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no
tocante à proteção e embalagem;
6. Separação para distribuição.

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Itens de estoque

As mercadorias de maior saída do Almoxarifado devem ser armazenadas nas


imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio. O mesmo
deve ser feito com os itens de grande peso e volume.

Corredores de acesso

Os corredores de acesso dentro do Almoxarifado deverão facilitar o acesso às


mercadorias em estoque:
A largura dos corredores é determinada pelo equipamento de manuseio e
movimentação dos materiais.
A localização dos corredores é determinada em função das portas de acesso
e da arrumação das mercadorias.
Entre as mercadorias e as paredes do edifício devem existir passagens
mínimas de 60 cm, para acesso às instalações de combate a incêndio.

Portas de acesso

Devem permitir a passagem dos equipamentos de manuseio e movimentação


de materiais. Tanto sua altura como largura devem ser devidamente
dimensionadas.

Prateleiras e estruturas

Quando houver prateleiras e estruturas no Almoxarifado a altura máxima


deverá considerar o peso dos materiais. O topo das pilhas de mercadorias
deve ser distanciar no mínimo de um metro das luminárias do teto ou do
sprinklers (equipamento fixo de combate a incêndio).

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As mercadorias leves devem permanecer na parte superior das estruturas e
as mais pesadas devem ser armazenadas nas barras inferiores da estrutura.
O piso deve ser suficientemente resistente para suportar o peso das
mercadorias estocadas e o trânsito dos equipamentos de movimentação.

Critérios de armazenagem

Para o estoque de mercadorias adotamos alguns critérios. As mercadorias


podem ser classificadas quanto a:

Fragilidade;
Combustividade;
Volatização;
Oxidação;
Explosividade;
Intoxicação;
Radiação;
Corrosão;
Inflamabilidade;
Volume;
Peso;
Forma.

Métodos de armazenagem

- Armazenagem por agrupamento – esse critério facilita as tarefas de


arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do
espaço.
- Armazenamento por tamanho (acomodação) – esse critério permite
bom aproveitamento de espaço;

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- Armazenagem por frequência – implicam armazenar tão próximo
quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de
movimento;
- Armazenagem especial – por meio desse critério, destacam-se:
- Ambiente climatizado: Destinam-se a materiais cujas propriedades
físicas exigem tratamento espacial;
- Inflamáveis: Os produtos devem ser armazenados em ambientes
próprios e isolados, projetados sobre rígidas normas de segurança;
- Perecíveis: Os produtos perecíveis devem ser armazenados segundo
sua temperatura indicada pelo fornecedor.

Distribuição

A distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as entregas


de seus produtos, estando, por consequência, intimamente ligada à
movimentação e ao transporte.

Natureza dos produtos a transportar


- Carga geral – A carga geral deve ser consolidada para materiais com
peso individual de até 4 toneladas;
- Carga a granel, líquida e sólida;
- Carga semiespecializada – trata-se de materiais com dimensões e
peso que exigem licença, porém no gabarito que permite tráfego em qualquer
estrada;
- Carga especial – Trata-se de uma variável de definição anterior, com
ressalva de que seu tráfego exige estudo de rota, para avaliar a largura das
obras e a capacidade das pontes e viadutos;
- Carga perigosa – Os produtos classificados como perigosos englobam
mais de 3.000 itens, estando codificados em 9 classes, de acordo com a
norma internacional.

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Classificação da distribuição

Distribuição interna – Trata-se da distribuição de matérias-primas,


componentes ou sobressalentes para manutenção, do Almoxarifado ao
requisitante, para continuidade das atividades da empresa;
Distribuição externa – trata-se da entrega dos produtos da empresa a seus
clientes, tarefa que envolve o fluxo dos produtos/serviços para o consumidor
final, motivo pela qual se adota a denominação de distribuição física.

Documentos utilizados num Almoxarifado

- Ficha de Controle de Estoque (para empresas ainda não


informatizadas) – destinada a controlar manualmente o estoque, por meio de
apontamentos de quantidades correspondentes às entradas e saídas, como
também propiciar o Input para reposição, quando o nível atingir o ponto de
repor suprimentos;
- Ficha de localização (também para empresas ainda não
informatizadas) – Utilizada para indicar as localizações onde o material está
guardado, sendo ordenadas por ordem de código, em arquivos próprios;
- Ficha de assinatura credenciada – Documento utilizado para
identificar os funcionários autorizados a movimentar o estoque, constando,
além da assinatura do credenciado, sua qualificação na empresa;
- Requisição de material – Documento utilizado para retirada de
material do Almoxarifado;
- Comunicação de Irregularidades – Documento utilizado para
esclarecer ao fornecedor os motivos da devolução quer no aspecto
quantitativo, quer no qualitativo;
- Relatório Técnico de Inspeção – Documento utilizado para definir,
sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do
fornecedor;

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- Devolução de Material – Documento utilizado para devolver ao
estoque do Almoxarifado as quantidades de materiais, que porventura foram
requisitadas além do necessário.

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE

Confecções Veste Bem

Estoque de Material

Material Unidade Código

Data Histórico Entrada Saída Saldo

FICHA DE ASSINATURA CREDENCIADA

Confecções Veste Bem

ASSINATURAS CREDENCIADAS PARA REQUISIÇÃO DE MATERIAIS

Funcionário Matrícula Departamento Assinatura

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Rotinas rigorosas para a retirada dos produtos preservam os materiais
armazenados, protegendo-os contra furtos e desperdícios.
A autoridade para retirada do estoque deve estar definida com clareza e
somente pessoas autorizadas poderão exercer essa atribuição, mediante a
apresentação de requisição.
Requisição é uma solicitação para que seja entregue ao portador o material
constante da mesma. Deve como foi dito acima, ser clara, precisa e conter o
nome e assinatura da pessoa autorizada a solicitar a entrega do
material/produto. Veja a seguir um exemplo de reposição.

Confecções Veste Bem

REQUISIÇÃO INTERNA DE MATERIAL Nº 0220 DATA


___/___/____
Quantidade Unidade Especificação Código do
produto

Departamento

Responsável pela Nome


Solicitação: Matrícula

Funcionário Assinatura

Responsável pela Retirada


DESPACHO DO ALMOXARIFADO

Despachado por Observações Data


___/___/_____

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DEVOLUÇÃO DE MATERIAL

Confecções Veste Bem

DEVOLUÇÃO DE MATERIAIS

Data Material Unidade Código Motivo da Quantidade


Devolução

Um funcionário do setor de produção, Sr. Adolfo, necessita de retirar do


Almoxarifado os seguintes materiais:
3 bobinas de linha para costura preta;
4 bobinas de linha para costura azul;
1 tesoura de pesponte;
3 agulhas médias para máquina Overloque e
26 metros lineares de tecido brim azul marinho.

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Após solicitação ao encarregado do setor, Sr. Márcio. O funcionário Adolfo
recebe o seguinte documento interno, preenchido pelo próprio encarregado:

CONFECÇÕES VESTE BEM


REQUISIÇÃO INTERNA DE MATERIAL Nº DATA
10.256 _05__/__01_/__2009___
QUANTIDADE UNIDADE ESPECIFICAÇÃO CÓDIGO DO PRODUTO
03 bobina Linha corrente nº 100259
07 costura preta
04 bobina Linha corrente nº 100264
07 costura azul
01 peça Tesoura média 100055
p/pesponte
03 peça Agulha média 100022
p/Oveloque
26 m.I. Brim Santista 100354
azul marinho

DEPARTAMENTO Produção III


RESPONSÁVEL NOME: Márcio
PELA MATRÍCULA: 0622
SOLICITAÇÃO ASSINATURA: Márcio
Silva
FUNC. RESP. NOME: MATR.:
PELA RETIRADA Adolfo 2365

DESPACHO DO ALMOXARIFADO

DESPACHADO POR OBSERVAÇÕES DATA


____/____/_____

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De posse da Requisição de Material, Adolfo vai até o Almoxarifado e entrega
a Requisição para o Almoxarife, Roberto. Após analisar o documento, pega
uma ficha. Essa é a já descrita Ficha de Assinaturas Credenciadas. Veja a
ficha que Roberto pegou:

CONFECÇÕES VESTE BEM

ASSINATURAS CREDENCIADAS PARA REQUISIÇÃO DE MATERIAIS

FUNCIONÁRIO MATRÍCULA DEPARTAMENTO ASSINATURA

ADELMO FONSECA 0156 CONTABILIDADE ADELMO


FONSECA
INÁCIO PINTO 0287 DPT. PESSOAL INÁCIO P. SE
SENA
MÁRCIO SILVA 0622 PRODUÇÃO III MÁRCIO SILVA

MARIA 0701 SERV. GERAIS MARIA B. RISO


BERNADETE RISO
ICARO BELOUBE 1209 TESOURARIA ICARO
BELOUBE

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Roberto comparou a assinatura do Sr. Márcio da requisição com a Ficha de
Assinaturas Credenciadas e constatou que se trata realmente do Sr. Márcio.
Também verificou o número da matrícula.
Depois da confirmação, Roberto separou todos os materiais e os entregou a
Adolfo. Em seguida, deu seu despacho no campo d’rodapé da Requisição.
Com a entrega, Roberto anotou na Ficha de estoque de cada produto
entregue a respectiva saída da quantidade. Veja como ficou uma delas:

Confecções Veste Bem

ESTOQUE DE MATERIAL

MATERIAL UNIDADE CÓDIGO

Linha corrente nº 07 costura preta bobina 100259

DATA HISTORICO ENTRADA SAÍDA SALDO

12/09/2008 Saldo Atual ----- ----- 06

15/09/2008 Requisição ----- 03 03


09.123
03/10/2008 N.F. 22.251 50 ----- 53

22/11/2008 Requisição ----- 06 47


09.566
18/11/2008 Requisição ----- 05 42
10.091
05/01/2009 Requisição ----- 03 39
10.256

Roberto fez semelhante com todas as Fichas de Estoque do restante do


material entregue.

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CONTROLE DE MATERIAIS

O controle de materiais consiste em ordená-los segundo um plano


sistemático capaz de classificar cada produto, ou grupo deles, de maneira
que possam ser facilmente localizados.
Dentre os vários tipos de codificação, demonstraremos os três mais usados:

1. Numérica: feita apenas com números arábicos. Exemplo: grampo para


grampeador – 26/6 – nº 6006
2. Alfanumérica: combinação entre letras e números. Exemplo: grampo
para grampeador – 26/6 – GG – 60
3. Decimal: o mais utilizado se compõe de três grupos:
Aglutinante: é aquele que corresponde ao agrupamento de
materiais.
Exemplo: material de escritório, produto de limpeza, produto de
segurança etc.
Individualizados: informa cada um dos materiais que constam do
primeiro grupo. Exemplo: pano de chão, água sanitária, lã de aço
Etec.
Descritivo: descreve os materiais pertencentes ao segundo grupo.
Exemplo: pano de chão de 40X72 cm, água sanitária – bomba 5
litros, água sanitária – 1 litro.

Política de Estoque

As empresas geralmente estão envolvidas em um dilema: quando a empresa


deverá estocar? O departamento de vendas deseja um estoque elevado para
atender melhor o cliente e a área de produção prefere também trabalhar com
uma maior margem de segurança de estoque. Em contrapartida, o
departamento financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital
investido e melhorar seu fluxo de caixa.

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A melhor saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que os
interesses da empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem
satisfeitos.
O planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento de
uma política de estoque do eficiente. Para isso, a empresa deverá
acompanhar sistematicamente:
a) Os itens em estoque, verificando lucratividade e posicionamento da
empresa no mercado;
b) O recebimento e a correta armazenagem das mercadorias;
c) Inventários periódicos para avaliação das quantidades e do estado dos
materiais estocados.
d) O tempo de reposição de cada mercadoria.
Dimensionar o estoque significa definir as quantidades corretas de cada
mercadoria que deve estar no estoque em um determinado período de tempo,
para que a empresa não sofra nenhum prejuízo. Para fazer esse
dimensionamento do estoque existem três instruções básicas:
1) Os produtos devem ser estocados no menor tempo possível, fato que
reduz custo de
Manutenção e indica que o investimento feito pela empresa na compra
destes produtos rapidamente.
2) O estoque precisa garantir os objetivos principais da empresa, sejam
eles a produção de 1.000 peças, R$ 10.000,00 em vendas ou a entrega
de mercadorias no máximo em 48 horas.
3) O custo de manutenção dos estoques aumenta na proporção de sua
dimensão. Isso quer dizer que quanto maior a quantidade de
mercadoria estocada, maior será o espaço físico necessário para
guardá-la, maior o número de funcionários necessários e maiores os
gastos para controle.
Sem um adequado planejamento e uma eficiente política de estoques, a
empresa fica a mercê da sorte, podendo sofrer grandes prejuízos.

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LEMBRE-SE: Estocar mercadorias por muito tempo é um fator de
diminuição da lucratividade da empresa.

Métodos de manejo de estoque

Existem basicamente dois métodos de manejo do estoque e eles têm


aplicações diferentes.

1º método – PEPS = Primeiro a entrar, primeiro a sair. Ou seja, o material


recebido em estoque é guardado de forma seriada.
Por exemplo, suponha que um item tenha entrado no estoque em 3 ocasiões
no mês (três entradas) e que a primeira tenha sido no dia 02, a segunda no
dia 10 e a terceira no dia 18.
No método PEPS, ao ser solicitada por algum setor a mercadoria desse item,
deverá ser entregue aquela que entrou no dia 02, ou seja, a entrada “mais
velha”. Assim, trabalhamos com mercadorias mais “recentes”. Esse método é
utilizado quase em sua totalidade em empresas que tenham gêneros
alimentícios em estoque.
2º método – UEPS = Último a entrar, primeiro a sair. Nesse método o custo
do item é “empilhado” de modo que o último fica no “topo” da pilha e,
portanto, é o primeiro a sair. É muito utilizado quando se trata de materiais
não-perecíveis, como depósitos de materiais de construção em que a areia,
por exemplo, que entra hoje, é despejada sobre a que já estava no local.
Como a areia não “estraga”, esta será a primeira a sair.

Localização de materiais

Localizar materiais dentro do Almoxarifado pode parecer uma tarefa fácil,


contudo, pode tornar-se uma verdadeira “caça ao tesouro” se não houver, ao
menos, um processo de sistematização, principalmente se esse Almoxarifado
contiver uma grande variedade de itens.

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Há algumas formas de se organizar um Almoxarifado, uma delas já vimos
anteriormente, quando dividimos as prateleiras através de códigos
numéricos. Outra forma é o arranjo por setores, quando os produtos não
puderem ser colocados em prateleiras.
Podem-se dividir cada setor do Almoxarifado em cores, por exemplo: setor
azul – material de higiene; setor verde- material de escritório e assim por
diante.
Lembre-se de que a combinação de todas as variáveis possíveis para
identificação irão facilitar a localização das prateleiras.
Evite adotar critérios muito complexos ou inconvenientes, pois isso
dificultará a memorização.

Ponto de pedido de compra

É importante que o administrador do Almoxarifado saiba qual o momento


em que deve repor seu estoque. É muito desagradável não poder atender a
uma requisição em razão da inexistência do material no Almoxarifado. Mais
desagradável ainda é quando a ausência do produto é decorrente de uma
falha de previsão.
Para minimizar tal problema, uma vez que é muito difícil evita-lo,
principalmente em Almoxarifados de elevada rotatividade de materiais, deve-
se conhecer o ponto de pedido de cada material e, periodicamente, realizar
um controle capaz de determinar o ponto de pedido em função de seus
estoques.
Como há inúmeras variáveis que influem no estabelecimento do ponto de
pedido de um determinado item, as mais representativas são:
A quantidade máxima do item que deverá ser mantido em estoque;
O tempo, em média, que esse material permanece estocado;
O tempo que esse material leva para ser consumido nas unidades
requisitantes;
Condições de mercado (sazonalidade, escassez, greves Etec.)

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Levando-se em conta as variáveis acima, pode-se então estabelecer um ponto
de pedido de compra de um determinado item em função do estoque mínimo
e máximo.

O método ABC de materiais e estoques

Esse método consiste em separar os materiais, em três grupos: A, B, C,


classificando-os de acordo com os seus valores, e dando mais importância
aos materiais de maior valor monetário.
Em todos os Almoxarifados existe um pequeno número de itens que
possuem elevado teor financeiro e um grande número de outros de menor
valor, assim como uma quantidade intermediária de itens que têm custos
médios.
Fazendo-se uma comparação entre os valores dos materiais adquiridos e sua
correlação de necessidades, poderíamos dividir os itens numa escala de
100%, da seguinte maneira:
MATERIAIS ITENS VALOR
FINANCEIRO
A 5% 75%
B 20% 20%
C 75% 5%
TOTAL 100% 100%
Os diversos fatores que devem ser considerados para classificar os materiais
dentro desse método são:
Tempo de fornecimento;
Volume do material;
Perecebilidade;
Condições de mercado;
Características particulares.

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Materiais A

Por serem os mais caros e em menor número, em geral, devem permanecer


em estoque por pouco tempo.

Materiais B

São os materiais de quantidades e valores intermediários e podem ficar


estocados por um período de tempo médio (em torno de 60 dias).

Materiais C

São os materiais de pouco valor e de grandes quantidades; portanto, podem


ficar estocados por mais tempo.

Os critérios acima servem como regra, mas cabe ao administrador perceber


que cada material, de acordo com as características de seu Almoxarifado.
Tem armazenamento próprio e poderá sair de um nível de classificação para
outro.
Por exemplo: materiais perecíveis, mesmo que custem pouco em razão de
sua pouca durabilidade, deverão transpor o item C e rumar para o item A.
Portanto, cabe ao administrador do Almoxarifado classificar os produtos de
acordo com as próprias características de cada item, levando em conta sua
própria experiência e as notas fiscais com os respectivos valores.

Controle de Qualidade

Embora pareça irrelevante, o Controle de Qualidade tem função primordial


no controle de materiais, e esse conceito ultrapassa seus limites vocabulares
alcançando a ideia, aparentemente absurda, de assegurar que o dinheiro,
investido em materiais, esteja sendo corretamente aplicado.

UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 45


O controle de qualidade, através de processos estatísticos, tem condições de
informar ao setor responsável pelas especificações os resultados obtidos nos
testes de desempenho de um dado produto, que até então eram
desconhecidas, melhorando assim a sua qualidade.
Não raro, ocorrem fatos descabidos como a entrega de produtos como o
prazo de validade vencido, sem identificações legais de embalagem e rótulo e,
por incrível que possa parecer, um produto completamente diferente daquele
que foi ofertado.
O controle de qualidade deve também exercer uma espécie de averiguação
periódica nos estoques, de forma assegurar a qualidade do material
estocado.
Com esse controle, novas formas de estocagem e armazenamento de vários
produtos poderão ser sugeridas, assegurando maior durabilidade e
diminuindo sensivelmente as perdas.

Uma política inteligente nos estoques

A ausência de padronização nos matérias adquiridos ocasiona um aumento


considerável de itens com a mesma finalidade.
Produtos, cujos fins e metodologia de ação estão ultrapassados, são
adquiridos muitas vezes a preços absurdos, para satisfazer necessidades
pouco significativas. Esse procedimento “incha” o Almoxarifado ocasionando
um desgaste desnecessário de pessoal e de maquinário.
Quando se fala de uma política inteligente de estoques, não estamos
apontando apenas para as formas de estocagem, mas na maneira de compra
que gera esse estoque. Estocar produtos ultrapassados implica em aumento
de gastos e dispendido de recurso que poderiam ser utilizados de outra
forma.
Compra demais, compra sem realizar uma avaliação criteriosa do consumo e
sem levar em conta as normas mínimas de segurança, fazem do
Almoxarifado um lugar cheio de produtos, mas vazio de utilidade.

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Uma política inteligente de estoque é aquela que respeita os limites físicos do
Almoxarifado e do dinheiro da empresa atendendo a todas as necessidades,
sem desperdício.

Controle de estoque mínimo

Quando se requisita um material ao Almoxarifado é porque há necessidade


dele naquele momento. Não atender um pedido pode ocasionar a paralisação
de um determinado setor ou trabalho.
É muito desagradável quando, por ausência de um estoque mínimo de
segurança, não se pode cumprir a função básica de qualquer Almoxarifado:
Suprir
Para evitar que isso ocorra, basta que se tenha um ESTOQUE MÍNIMO de
itens como garantia mínima de fornecimento.
Estoque mínimo, ou estoque de segurança tem a função de assegurar que
não ocorra falta de um determinado item, cobrindo eventuais atrasos
derivados dos processos de compra.
Pode-se determinar o estoque mínimo através de :
Projeção estimada de consumo;
Cálculos e módulos matemáticos;
Baseando-se nos consumos anteriores é possível se estabelecer uma
projeção estimada de cada item, ou grupo de itens, por período. Lançando
mão desses dados podem-se estimar os níveis de consumo e a partir dessa
estimativa determinar o valor do estoque de segurança.
Há uma considerável quantidade de maneiras e fórmulas para o cálculo do
estoque mínimo. Ressaltaremos a mais simples, mas capaz de fornecer
àquele que cuida do controle das quantidades, condições de calcular
matematicamente seus estoques de segurança.
Formula simples
Emín = C x K

Onde: Emín = estoque mínimo

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C = consumo médio mensal
K = Fator de segurança arbitrário com a qual se deseja garantir contra um
risco de ausência. O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de
atendimento desejado para o item.
Exemplo: Se quisermos que determinada peça tenha um grau de
atendimento de 90% ou seja, queremos uma garantia que somente 10% das
vezes o estoque desta peça seja zero; Sabendo que o consumo médio mensal
é de 60 unidades, o estoque mínimo será:
Emín = 60 x 0,9
Emín = 54 unidades
Inventário Físico
Como garantir do bom funcionamento de um Almoxarifado é necessário que,
periodicamente, executem-se contagens físicas de seus itens de estoque,
para verificar as discrepâncias entre o estoque físico e os registros.
Os inventários podem ser:
a) Geral:
Efetuado no final do exercício, abrange todos os itens de estoque de uma só
vez. Por tratar-se de uma operação de duração prolongada, que, por incluir
quantidade elevada de itens, impossibilitam as reconciliações, análise das
causas e divergências e consequentemente ajustes.
b) Rotativos
Tem como norma distribuir as contagens ao longo do ano, com maior
frequência, porém concentrada a cada mês um menor quantidade de itens,
reduzindo o tempo da operação dando melhores condições de análise das
causas de ajustes e visando melhor controle. Abrangerá através de
contagens programadas todos os itens de várias categorias de estoque.
Dividindo-se em três grupos:
Grupo 1 – neste grupo estão enquadrados os materiais de maior valor em
estoque e os mais requisitados. Deverão ser inventariados três vezes ao ano.
Grupo 2 – constituído por itens de importância intermediária quando ao
valor de estoque, estratégia e manejo. Estes serão inventariados duas vezes
ao ano.

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Grupo 3 – formado pelos demais itens. Caracterizado por itens de pequeno
valor de estoque. Os materiais desse grupo serão inventariados uma vez por
ano.

Preparação e Planejamento para o inventário

A realização de um bom inventário depende muito de seu planejamento e


preparação. Deverão ser providenciados:
a) Folhas de convocação e serviços, definindo os convocados, datas,
horários e locais de trabalho.
b) Fornecimento de meios de registros de qualidade e quantidade
adequada para uma correta contagem.
c) Reanálise da arrumação física.
d) Método de treinamento e execução.
e) Atualização e análise dos registros.
f) Cut-off para documentação e movimentação de materiais a serem
inventariados.

Convocação

Tem como função esclarecer a motivar as equipes que irão participar do


inventário, garantindo o bom andamento do trabalho. Com
aproximadamente três semanas de antecedência a lista de convocação deve
ser distribuída para cada funcionário participante. Nesta lista deve conter
ainda: as equipes de 1ª contagem (reconhecedores) e as equipes de 2ª
contagem (revisores). Já organizadas.

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Arrumação física

As áreas e os itens a serem inventariados deverão ser arrumados da melhor


forma possível, agrupando os produtos iguais, identificando todos os
materiais, deixando os corredores livres e desimpedidos para facilitar a
movimentação, isolando os produtos que não devam ser inventariados, se for
o caso. Deverá também ser providenciado com antecedência todo o
equipamento necessário para a tomada do inventário.

Registro do inventário

É importante que o inventário seja controlado e registrado. Umas das formas


de fazê-lo é criando um sistema de registro capaz de assegurar e garantir a
contagem correta.
Uma das melhores maneiras de fazê-lo é através de um cartão com partes
destacáveis para até três contagens. Os cartões poderão ser impressos em
cores distintas para identificar os tipos de estoque a serem contados. Estes
cartões deverão ser preenchidos antes de alcançarem os lotes.
Os cartões devem conter, no mínimo, as seguintes inscrições:
a) Código;
b) Descrição;
c) Local;
d) Quantidade;
e) Unidade;
f) Visto;
g) Conferido;

CUT-OFF

Poderá consistir em um mapa com todos os detalhes dos três últimos


documentos emitidos antes da contagem (notas fiscais, empenho,
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requisições etc.) Caso este procedimento não seja vem feito, corre-se o risco
do inventário não corresponder à realidade.
Não deverá ocorrer movimentação de materiais na data da contagem. Os
fornecedores deverão ser instruídos para não entregarem materiais nessa
data.

Atualização e registro de estoques

Todas as entradas, saídas e saldos dos itens deverão estar obrigatoriamente


atualizados até a data do inventário. O responsável pelo controle de estoque
terá a incumbência de assegurar que todos os tipos de documentos
utilizados para registrar o movimento forma considerados.

Contagem de estoque

Todo item do estoque, sujeito ao inventário, será contado necessariamente


duas vezes. A primeira contagem será realizada pela 1ª equipe, a qual poderá
efetuá-la imediatamente após ter fixado ao lote o cartão de inventário.
Feita as anotações de contagem na primeira parte do cartão, o executor da
contagem o entregará ao responsável pela primeira contagem, a qual os
entregará, por sua vez, ao responsável pela segunda contagem.
A segunda equipe analogicamente registrará o resultado de sua contagem na
segunda parte do cartão, entregando-o depois ao coordenador de inventário.
Se a primeira contagem conferir com a segunda contagem, o inventário para
este item está correto; no caso de não conferir, faz-se necessário uma
terceira contagem por outra equipe, diferente das que contaram
anteriormente.
A tala identificadora do lote permanecerá afixada ao material como prova de
que foi contado. Esta poderá ser retirada somente após o término do
inventário.

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Reconciliações e ajustes

Os setores envolvidos nos controles de estoque deverão providenciar


justificativas para as variações ocorridas entre o estoque contábil e o
inventariado. O departamento de controle de estoque providenciará a
valorização em um mapa, cuja função é exibir com clareza as diferenças a
maior e a menos, com também a diferença global, entre os dois estoques.
Os percentuais de diferenças podem ser aceitos ou não. Como regra geral
para os itens classe A, não devem ser aceitos ajustes de inventário,
procurando sempre justificar o motivo da diferença.
Depois de aprovado o ajuste do inventário, o controle de estoque emitirá
relação autorizando os ajustes devidos.

Segurança no Almoxarifado

A movimentação de materiais tem sido uma das causas mais frequentes e


sérias dos acidentes, razão pela qual é muito importante a segurança nesse
tipo de trabalho. Por isso, devem ser observadas as seguintes regras:
Manter limpo e em bom estado o piso dos locais onde se manipula e
transportam os materiais.
Usar os equipamentos necessários para proteção pessoal, como
luvas, ao manusear material cortante, óculos, botas e avental para
o transporte de ácidos, sapatos com bico de aço no manejo de
materiais pesados.
Não manipular materiais se as mãos ou materiais estiverem sujos
de óleo ou substâncias escorregadias.
Não levantar sozinho materiais de peso excessivo, ou além de sua
capacidade. Não podendo utilizar meios mecânicos, pedir ajuda aos
companheiros de trabalho.
Evitar brincadeiras e competições para verificar quem consegue
levantar maior peso.

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Não carregar material e demasia, isso dificulta os passos e a visão.
Manter em boas condições todos os equipamentos destinados à
movimentação dos materiais, tais como: empilhadeiras, elevadores,
esteiras etc.
Não carregar em demasia os carretos e empilhadeira evitando que o
material possa cair.
Não andar em velocidade excessiva dentro do Almoxarifado com os
veículos destinados à movimentação de cargas.
Não passar ou permanecer sob cargas que estão sendo
movimentadas por guindastes ou pontes rolantes.

Uso de cores como fator de segurança nos almoxarifados

Esse item trata da NB nº76, da ABNT, cujo objetivo primordial é determinar


as cores que deverão ser usadas nos Almoxarifados, a fim de identificar
máquinas e equipamentos de segurança, delimitar áreas, advertir contra
perigos eminentes ou eventuais. Sua adoção no almoxarifado possibilita ao
pessoal que nele trabalha identificar, facilmente, os perigos naturais por
intermédio das cores, quando já familiarizado com a simbologia adotada. Isto
não dispensa, em absoluto, o emprego de outras formas de prevenção de
acidentes, tais como cartazes e painéis, dentro do Almoxarifado.
O uso das cores deve ser estudado de modo a manter o equilíbrio visual
necessário. O corpo das máquinas e outros equipamentos não deverão
possuir as cores empregadas no sistema de segurança. Isso causaria fadiga
confusão e distração.
Quando aso significado das cores indicadas para uso nos Almoxarifados e
Armazéns, observe a tabela a seguir:

NÚMERO COR SIGNIFICADO


1 VERMELHO PERIGO

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2 ALARANJADO ALERTA
3 AMARELO ATENÇÃO
4 VERDE SEGURANÇA
5 AZUL CUIDADO
6 PÚRPURA RADIAÇÃO
7 BRANCO LIMPEZA
8 PRETO DETRITO

Para melhor entendimento veremos o emprego individual das cores:


VERMELHO: É a cor usada para distinguir e indicar equipamentos e
aparelhos de proteção e combate a incêndios, significando perigo. Por
exemplo: caixas de alarme de incêndio, sirenes de alarme, caixas com
cobertores para abafar chamas, extintores de sua localização, localização de
mangueiras, baldes de areia ou água. Saída de emergência.
ALARANJADO: É a cor que indica alerta, deve ser usada nas faces internas
de caixas protetoras de dispositivos elétrico, partes móveis e perigosas das
máquinas e equipamentos de empilhamento, carga e descarga de materiais,
coma a finalidade de alertar o operador na execução do seu trabalho.
AMARELO: É empregada para chamar a atenção, deve ser usado em
corrimões, parapeito, piso de escadas que apresentem perigo; bordas
desguarnecidas de abertura no solo; faixas no piso de entrada de elevadores
e plataformas de carregamento; parede de fundo de corredores sem saída;
cabines, caçambas, guindastes, empilhadeiras, pontes rolantes, esteiras,
vagonetas, reboques etc.; comando e equipamentos suspensos que oferecem
perigo.
VERDE: É a cor que caracteriza a segurança no trabalho e é empregada
para identificar os seguintes materiais: Caixa de equipamentos de socorros
de urgência; caixa contendo máscaras contra gás; macas; quadros para
exposição de cartazes; boletins de avisos de segurança;
AZUL: É a cor empregada para indicar cuidado, fica limitada a avisos contra
uso e movimentação de equipamentos que devem permanecer fora de
serviço.

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Devem possuir sinais de advertência: elevadores; caixas de controles
elétricos; estufas; válvulas; andaimes; escadas.
PÚRPURA: É a cor usada para indicar os perigos provenientes das
radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
BRANCO: É a cor que indica limpeza, é empregada para assinalar:
localização de coletores de resíduos; localização de bebedouros; áreas
destinadas à armazenagem.
PRETO: É a cor usada para identificar os coletores de resíduos ou detritos.
Poderá ser utilizada em substituição ao branco ou combinado com este,
quando as condições do local assim o aconselharem ou permitirem.
Para complementar as normas de cores dentro do almoxarifado, é
importante que sejam afixados cartazes de segurança, com a finalidade de
combinar os esforços e todo o pessoal na tarefa de evitar acidentes.
Os cartazes devem ser colocados em pontos estratégicos onde os
trabalhadores parem normalmente, nunca naqueles usados comumente
para avisos normais.
Os corredores devem ser evitados.
Os cartazes não devem ser exibidos por mais de 30 dias consecutivos no
mesmo local, sendo conveniente usá-lo em rodízio.
Quando se colocar em cartaz novo, devem-se reunir os empregados do
Almoxarifado e desenvolver uma pequena preleção, explicando seu
significado.

Prevenção de Incêndios

A implantação da prevenção de incêndio num almoxarifado se faz por meio


de atividades que visam a evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua
extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

Proteção contra incêndio

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É definida como medidas tomadas para a detecção e controle do crescimento
do incêndio e sua consequente contenção ou extinção.
Essas medidas dividem-se em:
1) Medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e
extinção do fogo (automática e/ ou manual);
2) Medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de
escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício.

Objetivos da Prevenção de Incêndios no Almoxarifado

1) A garantia de segurança à vida das pessoas que se encontrarem no


interior do almoxarifado, quando da ocorrência de um incêndio;
2) A prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo
todo o Almoxarifado;
3) A proteção do conteúdo e a estrutura do Almoxarifado;
4) Minimizar os danos materiais de um incêndio.

Esses objetivos são alcançados pelo:


1) Controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis
constituintes e contidos no Almoxarifado;
2) Dimensionamento da compartimentação interna, do
distanciamento entre prateleiras e da resistência ao fogo dos
elementos de compartimentação;
3) Dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura
do Almoxarifado;
4) Dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio e/
ou de sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndios
e/ ou equipamentos manuais para combate;
5) Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para
controle do movimento de fumaça.
6) Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
7) Acesso para os equipamentos de combate e incêndio;

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8) Treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de
incêndio e coordenar o abandono seguro dos envolvidos em um
Almoxarifado;
9) Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra
incêndio instalado;
10) Controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um
incêndio.

Fogo e incêndio

Entre muitos fatores o fogo foi um dos maiores responsáveis pelo grau de
desenvolvimento que a humanidade atingiu, apesar de que, durante muitos
períodos da história, foi utilizado como força destrutiva para produção de
armas. Como no Almoxarifado podemos lidar com substâncias altamente
inflamáveis, veremos a partir de agora um assunto muito importante: o
combate a princípios de incêndio.

Definição do Fogo

O fogo é uma manifestação de combustão rápida com emissão de luz e calor.


O fogo é constituído por três entidades distintas, que compõem o chamado
“Triângulo do Fogo”

São eles:

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1. Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo para sua
propagação.
2. Calor, também chamado agente ígneo, que dá início ao fogo,
mantendo-o e propagando-o pelo combustível. O calor provém de
fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa
de um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha.
3. Comburente, é o ativador de fogo que dá vida ás chamas. O
comburente mais comum é o oxigênio, elemento presente no ar que
respiramos.

Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte de calor, com a


intensidade ideal, que teremos como resultado o fogo. Ou seja, teremos
formado o triângulo do fogo.
Sem uma ou mais dessas entidades, não pode haver fogo.
Pode-se extinguir o fogo retirando-se o calor, por resfriamento (jogando
água, que faz com que o fogo perca calor) ou removendo oxigênio (usando
CO2 ou abafando o fogo) ou ainda retirando o combustível (madeira,
gasolina, gás etc.).
Exemplos dos métodos de extinção do FOGO:
- Ao jogarmos água em um incêndio, estamos resfriando, retirando
o componente calor.
- Ao abafarmos, retiramos o componente oxigênio.
- Ao separarmos o combustível, estamos isolando, como o caso de
ser abrir uma trilha (acero) no mato para que o fogo não passe.

Classe do Fogo

Classe de Fogo é uma classificação do tipo de fogo, de acordo com o tipo de


material combustível onde ocorre. As classes de fogo são as seguintes: A, B,
C e D.

1- Classe A

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Denomina-se Fogo Classe A quando ele ocorre em materiais de fácil
combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixem resíduos, tais como: tecidos, madeira, papel,
fibras, etc.

2- Classe B
Denomina-se Fogo Classe B quando o fogo ocorre em produtos inflamáveis
que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como por
exemplo, os líquidos inflamáveis (gasolina, álcool, querosene, óleo diesel,
tintas, etc.), os gases inflamáveis (acetileno, gás liquefeito de petróleo – GLP,
etc.) e os colide (combustíveis pastosos, como graxas, etc.).

3 – Classe C
Denomina-se Fogo Classe C quando o fogo ocorre em equipamentos
elétricos ou eletrônicos energizados como computadores, motores,
transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Ao ser desligado o
circuito elétrico, o incêndio passa a ser de classe A.

4- Classe D
Denomina-se Fogo Classe D quando o fogo ocorre em elementos pirofóricos
(metais e minérios que se inflamam facilmente) como magnésio, potássio,
alumínio em pó, zircônio, titânio, entre outros.
Necessitam de recursos especiais para o combate como extintores contendo
MAP (momoamôio fosfato) ou podendo utilizar areia seca no caso de incêndio
de alumínio ou magnésio em pó.
Obs.: O uso de água pode causar a projeção de pedaços em chamas.

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Incêndio

Podemos definir incêndio como sendo o fogo indesejável, qualquer que seja
sua dimensão, não controlado pelo homem e que tenha a tendência de se
alastrar e de destruir.
Desde que a combustão fique localizada, o fogo não é perigoso. Só a sua
extensão o espaço que constitui incêndio. A propagação do calor pode fazer-
se por três maneiras diferentes: condução, convecção e irradiação.

Causas de Incêndios

Os incêndios podem ser originados de várias maneiras. Podem ser de causas


naturais (raios, temperatura, etc.) , artificiais (atrito, choque entre partes
metálicas, curto-circuito) ou humanas (com ou sem intenção). Quando o
homem comete um incêndio com intenção, dependendo do caso, torna-se
crime, passível de sansões da Lei.

Saídas de Emergência

Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio é necessário que os


Almoxarifados sejam dotados de meios adequados de fuga, que permitam
aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local livre da ação do
fogo, calor e fumaça, a partir de qualquer ponto de edificação, independente
do local de origem do incêndio.

Acesso às viaturas do corpo de bombeiros

Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao máximo do


almoxarifado afetado pelo incêndio, de tal forma que o combate ao fogo
possa ser iniciado sem demora e não seja necessária a utilização de linhas
de mangueias muito longas.

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Meios de aviso e alerta

Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de fogo e


fumaça quanto mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a
um estágio mais incipiente do incêndio, tanto mais fácil será controla-lo;
além disso, tanto maiores serão as chances dos ocupantes do Almoxarifado
escapar sem sofrer qualquer injúria.
Uma vez que o fogo foi descoberto, a sequências de ações normalmente
adotadas é a seguinte:
1. Alertar o controle central da empresa;
2. Fazer a primeira tentativa de extinção do fogo;
3. Alertar os ocupantes do Almoxarifado para iniciar o abano do recinto,
e informar o serviço de combate a incêndios (Corpo de Bombeiros).

A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única vez


esta série de ações, proporcionando a possibilidade de tomar-se uma atitude
imediata de controle de fogo e da evacuação do edifício.

Sinalização

A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do


Almoxarifado, relativamente a questões associadas aos incêndios, assume
dois objetivos:
1) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
2) Indicar as ações apropriadas em caso de incêndio;

Extintores de Incêndio

São aparelhos portáveis ou carregáveis que servem para extinguir princípios


de incêndios. De um modo geral os extintores são constituídos por um
recipiente de metal, contendo um agente extintor.

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O extintor receberá sempre o nome do agente extintor que transporta e
deverá ser construído conforme as noras da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).
Depois de instalado, um extintor nunca deve ser removido, a não ser quando
para uso em combate ao fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre
sinalizado e seu acesso desobstruído.
Os extintores de incêndio, em seu rótulo, possuem indicação sobre as
classes de incêndio para as quais são adequados. Em alguns casos o rótulo
informa também as classes de incêndio para as quais o extintor não se
presta. Classes de fogo, onde ser utilizado e nas quais é proibida sua
utilização.

Tipos de extintores

1. Extintor de água

Aparelho que carrega em seu interior o agente extintor água. Não é


indicado para as classes B, C e D.
Processo de extinção: Resfriamento
Não utilizar em equipamentos elétricos energizados.

2. Extintor de espuma química

Indicado com ótimo resultado para incêndio de classe B e com bom


resultado para a classe A. Não é indicado para os da classe C.
Processo de extinção de princípios de incêndio em classe A e B.
Processo de extinção : Abafamento . Um processo secundário é o
resfriamento ( umidificação )

3. Extintor de pó químico seco (PQS)

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Indicado com ótimo resultado para incêndio de classe B e C, sem grande
eficiência para a classe A.
Não possui contra-indicação
Processo de extinção: Abafamento

4. Extintor de gás carbônico

Indicado para incêndio de classe C e sem grande eficiência para a classe A.


Não possui contra indicação
Processo de extinção: Abafamento
Observação
Incêndios de classe D requerem extintores específicos, podendo em alguns
casos serem utilizados o de gás carbônico (CO2) ou o pó químico seco (PSQ).

Selecionando extintores:

Para classe “A”


Se a edificação possuir em sua maioria elementos que produzam um
incêndio classe A, deverão ser selecionados extintores que extingam tais
tipos de incêndio, como os de água ou espuma.
Para classe “B”
Para incêndio classe B, usa-se espuma, pó comum, também chamado Pó
BC, ou dióxido de carbono, também chamado gás carbônico ou CO2.
Para classe “C”
Para classe “C” empregam-se os mesmos extintores de pó e o gás
carbônico, exemplificados nas figuras acima.
Para classe “D”
Empregam-se extintores, tal como Pó Multi Uso ou Pó-ABC.
Os extintores de pio Chamados multiuso ou ABC são extintores que podem
ser usados em quaisquer classes de incêndio, pois estinguem princípio de
incêndio em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e gases. Também

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controlam incêndios em que haja a presença da corrente elétrica, sem
transmiti-la, isto é em gerar risco ao operador,
Observação:
Para incêndio classe D (materiais pirofóricos: sódio, potássio, magnésio,
alumínio em pó, etc.). Os agentes extintores utilizados são: grafite em pó,
areia seca, limalha de ferro fundido.

Validade de “carga” dos extintores

A “carga” dos extintores possui validade conforme especificado pelo


fabricante ou recarregador, não existindo, em normas, um prazo específico.
Tanto os fabricantes, quanto às empresas que efetuam recargas, afixam ao
aparelho um selo, com data de validade da “garantia” do recarregador foi
válida até maio de 2007.
A localização do extintor e da saída de emergência deve ser sinalizada
de acordo com as normas de segurança.

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