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Expediente
Logística em 2019: cenários, perspectivas e tendências
Coordenação Planejamento e Produção Editorial
Marketing transpoBrasil Doxxa – Conteúdo e Relacionamento
Produzido em Outubro/2018 www.doxxa.com.br

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 2

Sumário
05 CENÁRIOS
06 Político
07 Eleições 2018 29 PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS
08 Principais propostas e projeções 30 Expansão do e-commerce
10 Possíveis mudanças para 2019 31 Impacto na logística
12 Econômico 32 Omnichannel
13 Situação econômica 33 Dados, o verdadeiro petróleo da logística
18 Destaques do ano 34 Big Data e sustentabilidade
20 Agronegócio, Indústria e Serviços 34 Machine Learning e Last Mile
23 Infraestrutura 35 Internet of Things (IoT)
24 Investimentos insuficientes 37 O que precisa estar no seu radar em 2019
26 Rodovias, ferrovias e transporte hidroviário 38 Automação
27 Modernização: é possível em 2019? 39 Novos modelos de negócio
28 Panorama Internacional 40 Blockchain

“Veja em detalhes o e-book
Logística em 2018: cenários,
mercado e tendências”
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Apresentação
Em 2018, fizemos um e-book
completo, repleto de informações
importantes sobre o cenário
logístico e tendências e, neste ano,
não poderia ser diferente.
Você já parou para pensar como
será o ano de 2019 para a logística?
E como devemos nos posicionar
frente às novas conjunturas
econômicas e políticas?
Qual será o impacto do resultado
eleitoral nas negociações? E como
devemos agir e desenhar nossas
Comece 2019 bem-informado e tenha muito sucesso!
estratégias frente às novidades
tecnológicas?
Muito se fala que a virada do ano
promete ser de muitas mudanças
para o setor, e é preciso estar
atento a todos os detalhes que
regem esse cenário.
Por isso, reunimos, neste novo
e-book uma série de dados e
conteúdos que serão fundamentais
para a construção de um bom
planejamento logístico para o
próximo ano.
Gilson Chequeto
CEO
4
 Cenários
De 2017 para 2018, acompanhamos algumas
mudanças, mas poucos avanços nos cenários
político, econômico e estrutural do Brasil.
Embora a economia tenha registrado
expansão de 0,4% ainda no primeiro trimestre
do ano de 2018 (em relação ao último
trimestre do ano anterior), de acordo com o
IBGE, tivemos um ano bastante conturbado.
Primeiramente, com a paralisação dos
caminhoneiros, conhecida como a Crise do
Diesel. Depois, com a corrida eleitoral, que
dominou a pauta do País durante os últimos
meses do ano.

Confira, a seguir, em detalhes, o que

ocorreu durante o ano de 2018 e quais são
os cenários para 2019.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 5

 Político
No cenário político, as eleições
de outubro marcaram a agenda
do País e contribuíram para um
cenário de incerteza política e
economia. Porém, para 2019,
segundo o professor da Escola
de Negócios da Pontifícia
Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS), Alfredo
Meneghetti Neto, a expectativa
é que haja uma retomada da
econômica de acordo com as
propostas do presidente eleito,
Jair Bolsonaro (PSL - Partido Social
Liberal).
As promessas e projeções de
governo de Bolsonaro, que
envolvem a criação de ambientes
favoráveis ao empreendedorismo,
redução dos Ministérios,
privatizações e reformas
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
previdenciárias e tributárias,
têm como propósito garantir
crescimento com inflação baixa e
geração de empregos. Entretanto,
não são somente essas as
temáticas que o presidente levará
em consideração no próximo ano.
Além de ter como prioridade
a recuperação da economia e
o ajuste das contas públicas,
o olhar estará voltado para as
propostas que envolvem o setor
de transporte e logística. Os
destaques vão para: resolução
de problemas como a falta de
infraestrutura, que tem dificultado
o trabalho das embarcadores e
transportadoras, e a escassez de
investimentos internos e externos
para o setor logístico.
6
 Eleições 2018
Vivemos um período conturbado
de 2014 até o momento e
acompanhamos, em 2018, uma
jornada eleitoral marcada, ainda no
início de abril, pela prisão do ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
- que seria o candidato nomeado
pelo Partido dos Trabalhadores (PT)
para a corrida presidencial de 2018
-, pela nomeação do candidato
Fernando Haddad (PT) e também
pelas declarações do ainda
presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Como previmos no e-book
“Logística em 2018: cenários
mercado e tendências”, o
combate à corrupção esteve
entre as principais pautas
dos presidenciáveis em suas
propagandas políticas e nas
conversas com os eleitores. No
entanto, outros temas também
ganharam força, como: o
posicionamento contra ou a favor
ao porte de arma, ao aborto, à
demarcação de terras indígenas, à
privatização de estatais, à redução
das cotas nas universidades
públicas etc. Mas, como em toda
corrida eleitoral, o assunto central
continuou sendo a retomada da
economia.

Projeção
O presidente eleito deve encarar um cenário econômico bastante
agitado e precisará, ao longo do próximo ano, prever medidas
e aprovar propostas viáveis, de acordo com as necessidades da
sociedade brasileira.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 7

 Principais propostas e projeções
Reestruturação de Ministérios
A fusão e eliminação de alguns ministérios
foi uma das principais medidas prometidas Reforma da Previdência
pela nova gestão, colocando em estado de
Começamos destacando uma das prioridades
alerta os principais setores da economia. Sua
do modelo econômico do novo governo: a
proposta é cortar, pelo menos, dez pastas,
reforma da Previdência, como uma forma de
unificar o Ministério da Agricultura com o do
controlar os gastos públicos. A medida prevê
Meio Ambiente e também o da Fazenda com
mudanças na idade mínima e no cálculo da
o de Planejamento e da Indústria e Comércio,
aposentadoria, assim como no tempo mínimo
formando o superministério da Economia.
de contribuição.
Segundo o presidente da Confederação
Nacional do Transporte (CNT), Clésio
Enquanto o governo defende que a junção Andrade, a Reforma da Previdência
das pastas é importante para dar agilidade reafirma o empenho do Brasil em garantir
às decisões, algumas instituições, como a estabilidade e segurança jurídica ao
Confederação Nacional da Indústria (CNI), capital internacional interessado em
criticam a medida, reforçando que alguns investir no País. “Só com a participação
temas importantes podem acabar sem da iniciativa privada será possível realizar
respaldo. fortes investimentos em infraestrutura
para destravar a economia e fazer o Brasil
voltar a crescer em ritmo acelerado”, disse
Andrade.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Reforma Tributária
O plano da nova administração é unificar
impostos e simplificar o sistema tributário.
Para isso, ele defende uma alíquota única de
imposto de renda, de 20%, além da isenção
para quem recebe até cinco salários mínimos.
“Ao mesmo tempo em que a proposta ajuda
as pessoas com uma renda de até R$ 5 mil,
ela também imprime novas incidências do
imposto para as empresas relacionadas
a consumo, ajudando no avanço do setor
comercial”, explica Alfredo Meneghetti,
economista da PUCRS.
A CNT acredita que a Reforma Tributária,
assim como a aprovação da reforma da
Previdência, é pauta obrigatória para o
próximo governo. O argumento é que as
empresas do setor de transporte gastam
cerca de 1,5% do seu faturamento anual
somente para administrar 63 tributos e 97
obrigações acessórias.
8
 Privatizações
Outra proposta bastante discutida em período eleitoral foi a privatização
de estatais. Empresas e participações controladas pela União serão
privatizadas. A ideia é, primeiramente, fazer a venda de subsidiárias de
grandes estatais e, depois, extinguir a controladora. Nesse grupo, terão
prioridade empresas que operam com prejuízo.

Recursos privados para infraestrutura

A proposta do presidente é expandir ferrovias, rodovias e aeroportos
com recursos privados, sem incluir recursos públicos para isso - somente
aqueles que já estão previstos no orçamento. Em destaque, estão: a
expansão de ferrovias e o estímulo à cabotagem, criando terminais
exclusivos nos portos para a atividade. “O setor pode deixar de ser um
gargalo para se transformar em solução”, argumenta Bolsonaro no seu
plano.

“O mercado está eufórico e prevê que vai ser um governo reformista e liberal.
Isso mostra que o Brasil terá um governo motivado a retomar o crescimento
da economia, beneficiando as empresas e o consumidor brasileiro, que deve
melhorar a sua renda e, consequentemente, o seu consumo”, diz o economista,
Alfredo Meneghetti.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 9

 Possíveis mudanças para 2019
A economia brasileira está
passando por um momento de
renovação. Com a entrada de
um novo governante, é possível
que muitas reformas e ajustes
aconteçam nos primeiros meses
do ano e que alguns cenários de
instabilidade mudem, cessando
o chamado “ciclo vicioso da
economia”.
E a expectativa dos brasileiros é
que o cenário melhore: ou seja,
que o governo avance no projeto
de diminuição das contas públicas
e tenha mais margem para investir.
Segundo o Banco Central (BC),
a projeção para 2019 está
“condicionada a um cenário
de continuidade das reformas,
notadamente as de natureza fiscal,
e ajustes necessários na economia
brasileira”. Veja o que dizem
os especialistas:

“No primeiro semestre de 2019, vamos assistir ao Congresso Nacional debatendo

sobre a Reforma da Previdência, a privatização e a criação do Imposto sobre
Valor Adicionado (IVA). Tudo isso deve mexer fortemente com o País, mas existem
indicadores econômicos que sinalizam que esse é o caminho certo para um
Brasil que quer vencer”, afirma Alfredo Meneghetti, professor da PUCRS..

“Pelo lado da inflação e dos juros baixos, estaríamos aptos para uma retomada
da economia mais forte para o próximo ano. Porém, por outro lado, esse
juro precisa chegar ao consumidor para que ele se sinta confiante e volte a
consumir. No momento em que a demanda e o consumo forem retomados, isso
vai ocupando a capacidade ociosa da economia, os investimentos vão sendo
retomados aos poucos e, assim, teríamos uma recuperação mais sustentável
para o cenário econômico”, analisa a economista, Cecília Hoff.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 10

EXPECTATIVAS PARA 2019
• A taxa de desemprego deve continuar
elevada, mas menor do que nos últimos anos,
o que aumenta o consumo das famílias.

• Os investimentos limitados pela ociosidade

das empresas e pela incerteza eleitoral, que
travaram uma retomada mais consistente da
economia, devem ser diluídos.

Após crescer R$ 447 bilhões em
2017 e atingir um total de R$ 3,55
trilhões, a dívida já somava R$
3,785 em agosto de 2018.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Econômico
A economia brasileira manteve o
ritmo em marcha lenta durante
o ano de 2018. Se a expectativa
econômica para esse ano era de
recuperação, podemos afirmar
que não foi exatamente isso o que
aconteceu.
A dívida pública interna e
externa somadas aumentou em
comparação ao ano anterior. O
orçamento continua sufocado,
pecando no atendimento de gastos
obrigatórios com saúde, educação,
segurança e infraestrutura, levando
o Brasil, que registra déficits desde
2014, a essa situação até 2023,
pelas estimativas do mercado.
No próximo ano, portanto, é
provável que o presidente Jair
Bolsonaro, eleito pelo PSL, tenha
muito trabalho pela frente. A
economia brasileira deve crescer
2,4% em 2019, segundo as
primeiras estimativas oficiais para
o próximo ano, contempladas no
Relatório de Inflação do terceiro
trimestre. Mas, para alcançar isso,
será preciso reorganizar a estrutura
econômica brasileira e resolver uma
longa lista de problemas financeiros
complexos.
12
Situação econômica
Dívida Pública Federal (DPF)
A esperança era que a Dívida
Pública Federal - que inclui o
endividamento interno e externo
do Brasil - diminuísse. No entanto,
como veremos a seguir, isso não
ocorreu. O Brasil, que fechou o
ano de 2017 em R$ 3,55 trilhões
devedores, segundo dados
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
divulgados pela Secretaria do
Tesouro Nacional - órgão do
Ministério da Fazenda responsável
por seu controle - somou, até
agosto de 2018, R$ 3,785 trilhões
em dívidas. E como você pode
conferir no infográfico abaixo, em
2018, ela só cresceu:
“A dívida cresceu muito nos últimos anos e
crescerá ainda por algum tempo antes de
se estabilizar”, comentou a secretária do
Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, na
sua avaliação sobre os números do Plano
Anual de Financiamento (PAF) para 2018,
que trouxe as estratégias de gestão da DPF
ao longo deste ano.
Ou seja, a tendência é que, em 2019, o
governo mantenha a mesma média para,
depois de alguns anos, estabilizar seu
saldo devedor. A expectativa, de acordo
com o relatório Fiscal Monitor, do Fundo
Monetário Internacional (FMI), é de que
o Brasil só alcance superávit primário –
resultado positivo de receitas e despesas
do governo, excluindo juros – daqui a
quatro anos, em 2022.
13
Produto Interno Bruto (PIB)
Outro fator importante para alavancar o
crescimento econômico de qualquer país está
no seu desenvolvimento interno. Em 2017, o
Ministério da Fazenda previa um crescimento
do PIB na ordem de 2,5%, resultado que
demonstraria um melhor desenvolvimento
econômico do País. Porém, não foi o que
aconteceu até o momento.

No Brasil, a dívida bruta do governo geral - que

compreende o Governo Federal, o INSS e os
governos estaduais e municipais - avançou
de R$ 5,187 trilhões em julho para R$ 5,224
trilhões em agosto, segundo dados do BC, o que
representa 77,3% do PIB.

Somado a isso, as exportações e importações

de bens e serviços devem crescer 6,% e 5,9%,
respectivamente, o que é um bom sinal para
o mercado de transporte e logística brasileiro.
Assim como, pelo lado da oferta, as atividades Pelo critério utilizado pelo FMI, que engloba os títulos que estão com
da agropecuária, da indústria e de serviços o Banco Central, as dívidas brutas brasileiras deverão aumentar em
devem avançar, respectivamente, 2%, 2,9% e 2020, somando 92,7% do PIB, e é preciso estar preparado para, ainda
2%, mostrando melhora na produtividade da em 2019, enfrentar um ano de retomada econômica.
economia brasileira.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 14

Desempenho fiscal
Uma das principais fragilidades
estruturais da economia
brasileira, além da estagnação da
produtividade, é o desequilíbrio
fiscal, que deve condicionar o
cenário projetado para 2019. Desde
2014, o governo vem reduzindo o
investimento em infraestrutura,
restringindo orçamentos,
aumentado impostos - até agosto
de 2018, os brasileiros pagaram R$
1,5 trilhão em impostos, segundo
dados do Impostômetro da
Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) - e tributos para equilibrar
as contas públicas. Entretanto,
esse valor, apesar de elevado, não
tem sido suficiente para cobrir os
gastos do setor público.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Para especialistas, trata-se de
uma dificuldade de gestão,
sobretudo quando se compara
a carga tributária do País com
a de outros países. Segundo
avaliação do diretor de Estudos e Principalmente após a aprovação da Emenda
Pesquisas Macroeconômicas do Constitucional 95, em 2016, conhecida com a política
do “teto dos gastos”, uma das principais iniciativas
Ipea, José Ronaldo de Souza Jr: “É
econômicas da gestão do ex-presidente Michel Temer, que
imperativo que ocorram mudanças limita o crescimento de gastos do governo por 20 anos.
que tornem possível a contenção
do crescimento dos gastos”.
Portanto, se considerarmos que
haja um comprometimento com
o ajuste das contas públicas, a “Se, por um lado, o ajuste fiscal precisa ser feito
projeção do Ipea é de retomada porque nós temos um déficit e uma dívida elevada,
(com mais força) da economia em por outro, se ele for feito com muita intensidade no
2019 sem pressões inflacionárias curto prazo, pode manter a economia estagnada”,
significativas. comenta a economista Cecília Hoff
15
Inflação

A inflação é um problema histórico no Brasil e,

durante o ano de 2018, continuou abaixo do
piso da meta definido pelo Banco Central (4,5%).
Para 2019, a estimativa de inflação divulgada
pelo BC, em outubro, é de 4,20% - sendo que a
meta central será de 4,25%. Ou seja, a inflação
acumulada em 2019 será mais próxima da meta
do ano do que em 2018.

Porém, a previsão ainda é de alta dos juros.

Mesmo que o Comitê de Política Monetária
do Banco Central (Copom) tenha decidido, em
setembro de 2018, manter a taxa básica de
juros (Selic) em 6,5% ao ano, não está claro se
essa mesma taxa será mais agressiva ou não
em 2019 - inclusive porque este é o primeiro
Em comunicado, o Copom alerta:
ano de mandato do presidente Bolsonaro.
Mas a expectativa é que possa variar de 1,5 “O Comitê enfatiza que a continuidade do processo de reformas e ajustes
ponto percentual a 2,0 pontos, sendo elevada necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação
gradualmente até alcançar 8% ao ano, em 2019 - baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e
o que significa que ela deve permanecer estável. para a recuperação sustentável da economia”.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 16

Desemprego
O Brasil, nos últimos anos, vem
enfrentando taxas de desemprego
bastante altas, e a expectativa
é que o mercado de trabalho
tenha uma melhoria lenta, mas
significativa, em 2019 (serão 12
milhões de desempregados,
segundo a Organização
Internacional do Trabalho - OIT,
primeira vez desde 2014.
Fazendo uma análise mais precisa,
o ano de 2017 fechou com uma
taxa média de desemprego
de 12,7%, segundo dados da
Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios – Contínua, com
a promessa de que a Reforma
Trabalhista ampliaria os horizontes
para o emprego. E, a partir disso,
o quadro no mercado de trabalho
em 2018 sofreu algumas alterações
positivas.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Segundo o IBGE, a taxa de
desemprego no Brasil caiu para
12,1% no trimestre encerrado
em agosto - foi a quinta queda
mensal seguida e se trata da
menor taxa de desemprego
registrada no ano -, no entanto,
ainda atinge 12,7 milhões de
brasileiros.
A explicação está no aumento do
número de vagas informais - dos
91,2 milhões de ocupados, ao
menos 40,6% (ou 37,060 milhões)
estão no mercado informal, de
acordo com o IBGE. E a tendência,
se não houver mudanças na
Reforma Trabalhista, é que esse
número aumente em 2019.
Mais empresas fecham do que abrem
O risco da paralisia de setores produtivos,
que, há 5 anos, demonstra sinais, é outro
fator relevante para o desemprego.
De 2013 a 2016, o Brasil teve 341,6 mil
empresas fechadas - sendo que, em 2016,
719,6 mil foram fechadas em comparação
às 648,5 mil companhias abertas. O
comércio foi o segmento mais afetado
durante todo esse período, com 262,3
mil empresas sendo fechadas, é o que
apontam as Estatísticas do Cadastro Central
de empresas divulgada pelo IBGE.
17
 Destaques do ano
O ano de 2018 para a logística
foi movimentado. Além dos
impactos da pauta eleitoral,
que movimentaram a economia
e, consequentemente, os
investimentos em infraestrutura,
outros dois acontecimentos
foram muito relevantes para
o desempenho do mercado
brasileiro.
O primeiro destaque vai para a
paralisação dos caminhoneiros,
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
conhecida como a Crise do
Diesel, que começou em maio e
se estendeu ao longo dos meses
seguintes. E o segundo, para o
ajuste da tabela de frete, que
provocou movimentações no
ambiente de transporte e logística.
Confira, em detalhes, os aspectos
que impactaram a logística do
País em 2018 e entenda por que
eles foram relevantes para o setor
econômico.
18
 GREVE DOS CAMINHONEIROS - MAIO
O segundo trimestre de 2018 foi impactado pela greve
dos caminhoneiros, também conhecida como Greve do
Diesel, que afetou não somente a logística do País, mas
todos os setores da economia - prejudicando desde o
abastecimento de mercados e de oxigênio em hospitais
até a entrega de fertilizantes para a produção, gerando
consequências para safra de verão do País. A medida
foi tomada devido à falta de qualidade das rodovias
e pelo preço do transporte de carga. Foram 11 dias
de paralisação, que drenaram boa parte da atividade
econômica em maio e junho, mas os resquícios se
estenderam até o terceiro trimestre do ano.
AJUSTE DA TABELA DE FRETE - JUNHO-SETEMBRO
Outra movimentação significativa para o setor logístico
e de transporte, derivada da greve dos caminhoneiros
de maio, foi a aprovação de uma medida provisória
(MP) feita pelo ex-presidente Michel Temer, que
estabelece uma tabela de preço mínimo do frete. Pela
MP, cabe à Agência Nacional de Transporte Terrestre
(ANTT) definir os preços. O impacto médio foi de 5%,
conforme o tipo de carga. O tabelamento dos preços
dos fretes rodoviários foi uma das reivindicações de
caminhoneiros atendidas pelo governo federal. Porém,
a proposta representou um aumento de custos de 30%
a 50% no transporte de mercadorias, tendo o setor de
grãos como um dos mais afetados pela medida.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Durante a paralisação, ficou evidente a
dependência do País em um único modelo de
transporte para o escoamento de cargas: o
rodoviário. Hoje, esse modal é caracterizado
por estradas intransitáveis, pela baixa qualidade
e pelo alto preço do pedágio. Segundo a
Confederação Nacional do Transporte (CNT), o
País conta com um pouco mais de 200 mil km de
rodovias pavimentadas, contra mais 1,3 milhão de
quilômetros de estradas de terra.
A primeira tabela foi publicada no Diário Oficial
da União do dia 30 de maio. No dia 7 de junho,
depois do fim da greve, foi editada a segunda
versão, suspensa algumas horas depois pela
ANTT porque os valores desagradaram aos
caminhoneiros. E em setembro, a ANTT publicou
uma nova tabela com reajuste médio de 3% no
valor do frete. Confira, no site da agência, uma
ferramenta para calcular o preço de fretes
rodoviários e veja o que diz a Lei 13.703, de 2018,
que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos
do Transporte Rodoviário de Cargas.
19

“O agronegócio tem se mantido como o principal
setor (ou menos atingido pela crise), principalmente
pela enorme demanda externa por soja e proteína,
que acaba sustentando o crescimento do setor - ao
contrário da indústria e do segmento de serviço,
que dependem mais do mercado interno”, avalia a
economista Cecília Hoff.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Agronegócio, Indústria e Serviços
Estes são conhecidos como os três
setores econômicos influentes
no cálculo do PIB e que, segundo
o IBGE, recuaram em 2016 e
mostraram avanços em 2017 por
conta do agronegócio. Porém, em
2018, devido ao período eleitoral,
à greve dos caminhoneiros e à
estagnação da economia, não
alcançaram bons índices de
crescimento e recuperação.
A partir disso, o que esperar para
2019? As expectativas são de
avanços ou retrocessos? Segundo
o Relatório Trimestral de Inflação,
divulgado em setembro de 2018,
as atividades da agropecuária,
da indústria e de serviços devem
avançar em 2019, respectivamente,
2%, 2,9% e 2%, mostrando melhora
na produtividade da economia
brasileira. Mas será que estamos
prontos para isso?
20
Agronegócio
O ano de 2018 para o setor do
agronegócio não foi tão produtivo
para a economia quanto 2017. O
Banco Central, ainda em setembro
de 2018, reduziu suas projeções
para o desempenho da produção
agropecuária do ano, de 1,9% para
1,5% de aumento - diferentemente
do ano passado, em que essa
atividade se mostrou essencial
para o Brasil alcançar resultados
positivos na economia, crescendo
13% acima de todos os outros
setores da economia.
Além disso, de acordo com
a CNT, 57% dos trechos das
rodovias brasileiras apresentam
estado geral com classificação
“regular, ruim ou péssima”, o
que aumenta, em média, 30,5%
o custo operacional para o
escoamento dos grãos. Outro
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
fator que impactou o desempenho
do setor foi a paralisação dos
caminhoneiros, que originou a
imposição do tabelamento do frete CONSEQUÊNCIAS
rodoviário e elevou os custos de Os valores travaram a comercialização de grãos da última
safra, diminuíram as entregas de fertilizantes e colocaram um
transporte, afetando o setor nos
freio nas vendas antecipadas da produção do ciclo 2018/2019.
meses seguintes à greve, período
de formação das lavouras de
verão.
Força do agro
No entanto, segundo estimativa
da Companhia Nacional de Para 2019, o agronegócio deve ser a aposta para atrair
Abastecimento (Conab), a safra mais investimento. Segundo dados da Confederação da
de grãos 2018/2019 deverá atingir Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a agropecuária,
entre 233,7 e 238,3 milhões que é responsável por 23,5% do PIB, deve continuar
de toneladas, produção que gerando empregos e renda no Brasil, servindo como
representa um aumento entre um vetor de crescimento. Outro fator importante será
a demanda pela soja brasileira. Segundo projeção do
2,5% a 4,5% em relação ao período
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil
anterior. A expectativa é que ao
assumirá a liderança na produção mundial de soja em
lado do milho e da soja, a lavra do
2019, superando os próprios EUA, e isso deve atrair mais
algodão também prospere e que
investidores e elevar a exportação do grão, principalmente
ocorra uma recuperação na área para o mercado chinês.
de plantio e na produção do feijão.
21
Indústria
A indústria, assim como o
agronegócio, sofreu uma queda
em seus índices de crescimento - a
pior desde 2008 - devido à greve
dos caminhoneiros. No período
da greve, a produção industrial
caiu 10,9%, segundo o IBGE. No
mês seguinte (junho), a produção
industrial brasileira registrou
alta de 13,1% na comparação
com o mês anterior, pois houve
Serviços
O que surpreende é a expectativa
para o setor de serviços seguir
em expansão de 1,3%, índice
apontado no Relatório de Inflação
do segundo trimestre de 2018.
E os motivos para esse cenário
são: os aumentos nas projeções
em atividades imobiliárias e
aluguel (de 1,6% para 2,5%) e
em intermediação financeira e
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
maior produção para repor
o descompasso da greve. E a
expectativa para 2019, segundo o
boletim Focus divulgado no dia 1º
de outubro, é de crescimento da
produção industrial em 3% (maior
do que os 2,78% de 2018), porém,
a alta, como é moderada, não
deve causar grandes impactos nas
estruturas logísticas atuais.
serviços relacionados (de 0,2%
para 0,7%). No sentido contrário,
o destaque vai para recuos nas
estimativas para as atividades de
comércio (de 2,7% para 2,3%) e
transporte, armazenagem e correio
(de 2,6% para 2,0%), setores mais
diretamente influenciados pela
produção fabril.
Foco na recuperação
Os resultados de 2018 não indicam uma retomada forte
no desempenho do setor de manufatura no Brasil em
2019. Entretanto, é preciso confiar na manutenção da
recuperação, ainda que lenta e gradual, da atividade
econômica. Um dos principais focos da indústria para
o próximo ano é a recuperação do setor de construção
civil, um dos mais sensíveis a oscilações e instabilidade na
economia e na política.
Avanços progressivos, mas tímidos
Para quem precisa se recuperar rapidamente, pode-se
dizer que o setor de serviços segue em 2019 em
processo lento de recuperação, e a previsão é de avanços
progressivos, mas tímidos. A expectativa, aponta a CNI, é
que o consumo das famílias aumente em 1,9% - crescendo,
consequentemente, a demanda logística -, porém, a taxa
de desemprego continuará alta - um verdadeiro impasse
para a retomada econômica.
22
 Infraestrutura
Existe uma deficiência enorme na
infraestrutura do Brasil - problema
considerado histórico - e, por
isso, não podemos fugir desse
assunto. O setor de logística sofre
há muitos anos com a falta de
investimento em melhorias das
estradas e portos e a paralisação
em obras ferroviárias, o que
dificulta a realização de um serviço
de transporte mais rápido, barato e
também qualificado.
Para que você entenda melhor
o que estamos dizendo, a
infraestrutura precária e a restrição
à circulação e distribuição de carga
em áreas urbanas têm elevado
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
o custo logístico das empresas:
segundo a pesquisa Custos
Logísticos no Brasil, da Fundação
Dom Cabral, elas tiveram gastos
extras de R$ 15,5 bilhões em dois
anos (2016 e 2017).
No e-book “Logística em 2018:
cenários, mercado e tendências”,
comentamos sobre a queda da
qualidade das rodovias, que
ainda recebe baixo suporte e
investimentos, e também sobre
a expectativa de crescimento
do transporte hidroviário. Será
que continuamos nessa mesma
situação? Confira, a seguir.
23

O impasse logístico está relacionado, essencialmente,
à falta de investimento e à dependência do modal
rodoviário, que responde por 75,9% dos serviços de
transporte utilizados pelas empresas embarcadoras
de cargas.
Investimentos insuficientes
Assim como em 2018, os
investimentos na infraestrutura
de transporte continuam sendo
insuficientes. De acordo com dados
do GI Hub, órgão criado pelo G20 -
o grupo de 20 países mais ricos do
mundo -, o Brasil investe apenas
56% do que é necessário para a
infraestrutura nacional. Ou seja, a
lacuna ainda é enorme.
A taxa de investimento do País em
relação ao PIB, que esteve abaixo
de 16%, é menor do que a das
economias emergentes, conforme
o FMI. E, neste cenário, o Brasil
precisa investir 4,5% do PIB em
infraestrutura, de acordo com a
Confederação Nacional da Indústria
(CNI).
Além disso, a falta de infraestrutura
brasileira compromete, também,
a receita das empresas. De
acordo com um estudo realizado
pela Fundação Dom Cabral, as
companhias gastaram, em média,
12,37% do seu faturamento bruto
com custos logísticos no Brasil, nos
últimos três anos.

Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)

Se a agenda eleitoral travou os investimentos e o andamento de editais
para investimento em infraestrutura em 2018, a expectativa é que, em 2019,
esse cenário mude. A tendência é que os projetos estaduais e municipais de
infraestrutura ganhem mais espaço - com PPPs (parcerias público-privadas) de
menor porte para projetos nas áreas de concessão de contratos de limpeza,
transporte e iluminação - e medidas como a privatização da Eletrobras, um dos
maiores projetos no pacote do PPI, estejam em pauta logo nos primeiros meses
do próximo ano.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 24

 é a quantia do Produto
0,8% Interno Bruto que o Brasil
investe em logística

é o que China e Índia

2,5% aplicam
Fonte: Fundação Dom Cabral
Rodovias, ferrovias e transporte hidroviário
Rodovias
O modal rodoviário segue sendo o calcanhar
de aquiles para a logística e, apesar da situação
precária, ainda é o mais utilizado para o
escoamento de mercadorias no Brasil - o que
determina a capacidade do País de evoluir no
desempenho do transporte de produtos e bens.
Ferrovias
As ferrovias tiveram suas obras paralisadas nos
últimos anos, porém, são uma ótima alternativa
para o transporte de mercadorias. E mesmo
que a estimativa de crescimento da safra de
grãos no País ainda esbarre na má qualidade
das estradas e da pequena malha ferroviária, as
previsões são boas para o próximo ano.
Transporte hidroviário
Os 18 portos públicos do Brasil aplicaram
apenas 36,7% (R$ 8,3 bilhões) do total de R$
22,6 bilhões previstos no orçamento da União
para o setor nos últimos 25 anos. No entanto,
a cabotagem continua na lista de sondagem
de diferentes setores empresariais, como a
indústria de aço, química e de alumínio.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Segundo cálculos da CNT, a recuperação total da malha
rodoviária do Brasil, com seus 107.161 quilômetros
de extensão, demandaria um investimento de R$ 48,1
bilhões, e a expectativa, segundo dados da Fundação
Dom Cabral, é que as estradas brasileiras estejam
em péssimas condições até 2025 se os investimentos
adequados não forem realizados.
Depois de 10 anos de espera para a construção
da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico),
finalmente a obra terá início em 2019, com recursos da
ordem de R$ 4 bilhões - o que vai permitir aumentar o
escoamento agrícola, por exemplo.
Desde 2008, a cabotagem - navegação costeira entre
portos do mesmo país - tem registrado crescimento
anual médio de 10% e vem servindo para desafogar
as rodovias e gerar menor impacto ambiental. A
expectativa é que, assim como o setor ferroviário,
a cabotagem sirva para escoar ainda mais produtos
em 2019.
26
 Modernização: é possível
em 2019?
O caminho para modernização da
infraestrutura do Brasil é longo.
Segundo a CNI, isso demandará
um esforço de cerca de 20 anos.
A instituição calcula que o País
investe cerca de 2% do PIB em
infraestrutura, mas necessita
aportar ao menos 4,15% do PIB.
Portanto, no próximo
ano, é possível que o foco
esteja, principalmente, no
desenvolvimento de modais
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
estratégicos para o escoamento
das produções, como as ferrovias
e, principalmente, a cabotagem.
Elas servem como uma alternativa
para destravar o transporte de
carga brasileiro, que ainda realiza
o escoamento de 75% da produção
no País pelo modal rodoviário, além
de procurar resolver o problema
da estagnação de investimentos
em infraestrutura para não ficar
refém de crises como a greve dos
caminhoneiros.
27
 Panorama Internacional
Não é novidade que a confiança dos empresários
na economia do País está abalada. A dívida bruta
do governo, que subiu ao longo de 2018 e funciona
como o principal sinalizador para os investidores
22% de retração na de que um país tem condições de honrar seus
entrada de recursos compromissos, tem espantado os investidores.
do exterior ainda no 1º
semestre, de acordo Todo investidor sabe que, em anos eleitorais,
com a Unctad é preciso ter uma atenção especial na hora de
fechar negócios e aplicar o seu dinheiro. E o Brasil,
além de estar vivendo nos últimos tempos (desde
2014, especificamente) uma instabilidade política
enorme, passou por um dos períodos eleitorais
mais atribulados da sua história, fator que reflete
nos investimentos em infraestrutura e logística
feitos no País.
Porém, segundo o Índice de Confiança Empresarial
(ICE), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
- que consolida os índices de confiança dos quatro
setores cobertos pelas sondagens empresariais
produzidas pela FGV: Indústria, Serviços, Comércio
e Construção -, o Brasil alcançou 93,1 pontos numa
escala que vai de zero a 200 - sexto mês seguido
de crescimento e maior nível desde abril de 2014
-, o que pode ser um sinal de esperança para
empresários e comerciantes em 2019.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Impactos para a Logística
Em 2018, o mercado externo não esteve muito
favorável às economias emergentes - a taxa de
investimento ficou praticamente no mesmo nível
da poupança, no segundo trimestre. Segundo um
levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos
de Empresas Transnacionais e da Globalização
Econômica (Sobeet), os estrangeiros, que, em 2010,
respondiam por 27% dos investimentos privados
em infraestrutura no Brasil, agora, respondem por
70% - e a expectativa, de acordo com as propostas
do atual presidente, é que o capital externo, no
próximo ano, continue avançando no setor, com
foco nas negociações com Estados Unidos, China e
União Européia.
Segundo o relatório Focus, divulgado em
outubro pelo BC, a previsão para a entrada de
investimentos estrangeiros diretos no Brasil,
em 2019, é de US$ 75,65 bilhões - maior do
que as estimativas dos analistas para o último
trimestre de 2018, que chegou na casa dos US$
67 bilhões.
28
 Perspectivas
e tendências
Ainda que existisse um sentimento enorme
de instabilidade política e econômica, ao
longo de 2018 acompanhamos, avanços nos
setores tecnológicos e de inovação. Além
do surgimento de novas maneiras de gerir
e pensar os negócios em logística, existiram
diversas novidades que impulsionaram o
crescimento desse mercado, aumentando
o consumo, a demanda e alavancando as
operações de diversas organizações.

Confira, a seguir, o que aconteceu no ano

que passou e as perspectivas e tendências
para o setor de logística em 2019.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 29

 Expansão do e-commerce
O e-commerce é uma das atividades
que mais aceleram o mercado
de logística e, no Brasil, isso não
é diferente. O País, que tem
acompanhado um crescimento
exponencial do segmento desde
2014, ocupa, hoje, a 10ª posição na
lista de maiores vendedores online
do mundo, e é notória a participação
do setor nas movimentações do
mercado de transporte brasileiro.
Em 2017, o comércio eletrônico
contabilizou 111,2 milhões de
pedidos, resultando em uma
expansão de 5% em relação ao
ano anterior. Tudo isso devido,
principalmente, a três fatores:
Mais lojas ativas
Segundo uma pesquisa da BigData Corp,
realizada a pedido do PayPal Brasil, cresceu
o número de lojas ativas no ambiente
online:
Atualmente, são 675 mil, contra as 600
mil existentes em 2017

Ao mesmo tempo, diminuiu o número de

pequenos e-commerces em comparação
Consolidação das vendas Fortalecimento das compras aos médios e grandes, o que indica maior
por dispositivos móveis via marketplaces
desenvolvimento e avanço dos pequenos
Recuo da recessão lojistas.
econômica “Em 2018, a logística se focou muito na
entrega expressa. Em 2019, será absorver
o volume de terceiros”, disse Frederico Expectativas para 2019
Trajano, presidente da Magazine Luiza
Em 2019, as estimativas apontam para
uma retomada do consumo, quando os
Injeção de adrenalina
consumidores devem voltar a comprar em
O sucesso do e-commerce no País está ligado, também, ao investimento da Amazon maior quantidade ou adiar menos seus
no comércio eletrônico brasileiro. A varejista norte-americana, que, atualmente, tem gastos. A Ebit prevê um crescimento de
estoque próprio de livros e Kindles no Brasil, estaria se preparando para intensificar 12% no mercado de e-commerce até o final
ainda mais as suas operações ao manter um estoque próprio para a venda de de 2018, e a expectativa é que, no próximo
eletrônicos, o que demonstra avanços do e-commerce em termos de logística e
ano, ele siga crescendo.
armazenamento.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 30

Impacto na logística
A expansão do e-commerce e
o aumento na exigência dos
consumidores pelo nível de
serviço entregue tem impactado
diretamente a logística brasileira.
Se, antes, uma transportadora
demorava dias para fazer a entrega
de itens leves, como celulares e
eletroportáteis, agora, são usados
pontos de venda físicos como
mini centros de distribuição das
vendas online.

O objetivo da ação
• Reduzir o prazo de entrega das compras feitas pelas internet
• Diminuir os custos das entregas na última milha de frete
• Otimizar o uso dos estoques distribuídos
• Gerar uma experiência omnichannel aos compradores
O impacto para a logística
• Desafogar as rodovias e estradas brasileiras ao promover o
transporte de cargas feito por veículos mais leves, como os
veículos urbanos de carga (VUC)
• Eliminar a necessidade de agrupamento de maior volume para
início das rotas de entregas
• Tornar mais rápida e ágil a distribuição das mercadorias
• Diminuir os custos logísticos das empresas, principalmente
aqueles relacionados ao armazenamento e distribuição dos
produtos
Same Day Delivery
A tendência de oferecer prazos de entregas mais
curtos é global, e empresas como a Amazon e Macy’s já
iniciaram a entrega no mesmo dia (same day delivery)
em algumas regiões do país norte-americano
Mini hubs
A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio,
por exemplo, deu início ao projeto de transformação
de parte de suas lojas em pequenos centros de
distribuição, chamados de “mini hubs”, com a proposta
de diminuir o prazo de entrega das compras online

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 31

Omnichannel
Além do aumento das vendas por
marketplaces e da retomada da
economia, outra tendência que deve
marcar as operações do comércio
eletrônico no próximo ano é o
omnichannel. Você já deve ter ouvido
falar sobre este conceito e, como
pode imaginar, ele está ganhando
cada vez mais força no mercado.
Quando falamos em omnichannel,
não nos referimos somente ao
alinhamento entre diferentes canais
e pontos de contato com o cliente,
mas também a uma nova maneira
de pensar, estruturar e organizar a
gestão logística do negócio:
Infraestrutura
No Brasil, para ser omnichannel - ou seja, para criar
uma convergência entre os canais de venda com o
cliente -, é preciso superar as particularidades do País,
como a falta de investimento em infraestrutura, que
impactam a qualidade do escoamento de produtos. A
tendência é que, ao oferecer um serviço omnichannel,
você aumente os pontos de contato com o
consumidor, e mais pessoas decidam comprar da sua
loja, aumentando, também, a sua demanda logística e
a entrega de mercadorias.

Gestão da cadeia de suprimentos

Integrar o gerenciamento
das lojas físicas e virtuais
Gestão do estoque em
todos os pontos
de venda
A gestão das cadeias de suprimentos é outro ponto
Disponibilidade na Comunicação eficiente
hora de trocar ou entre todos os canais fundamental. Não basta você oferecer atendimento
devolver produtos 24 horas e mudar a gestão nos seus canais de venda
se não organizar as funções tradicionais realizadas
para a distribuição dos produtos. É necessário
integrar os dados gerados nas lojas com os do centros
de distribuição e das fábricas, cruzando informações
como número de pedidos e produtos no estoque para
Organização dos Centralização do
diferentes pontos gerenciamento da desenvolver uma boa operação omnichannel.
de coleta cadeia de suprimentos

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 32

 Dados, o verdadeiro
petróleo da logística
Quando falamos em dados na
logística, é impossível não pensar
em Big Data, Machine Learning e
Internet of Things (IoT). Mas o que
eles têm em comum? Além de formar
a tríade que tem transformado o
setor logístico e a maneira como as
empresas lidam com os diversos
dados gerados rotineiramente,
funcionam como o pilar para uma
boa atuação no mercado.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
São tecnologias que auxiliam as
organizações do setor a gerar
crescimento por meio de soluções
baseadas em análises de dados,
assim como são responsáveis por
diversos avanços no gerenciamento
da cadeia de suprimentos que vem
provocando mudanças e inovações
na logística.
33

Machine Learning e Last Mile
Machine Learning, ou Aprendizado
de Máquina, como é conhecido no
Brasil, não é uma tecnologia nova
para o mercado logístico, porém,
está mais acessível do que nunca
devido aos avanços da ciência da
computação. E uma das principais
funções dessa tecnologia, além
da sensibilidade para a análise
preditiva de dados, é resolver o
problema das entregas na última
milha.
A logística de última milha (ou
Last Mile) apresenta um desafio
significativo em termos de
eficiência: é o momento em que
o cliente exige mais visibilidade,
além de ser crucial para as
próprias embarcadoras, que
devem organizar o último trajeto
da entrega a fim de reduzir o custo
do frete. Essa é uma atividade que
pode ser otimizada com o uso de
Machine Learning.
Big Data e
sustentabilidade
Quando falamos no uso de dados para agilizar
e otimizar os diferentes serviços e operações
que envolvem o setor logístico, referimos-nos
ao agrupamento de informações que podem
ser relevantes para toda a organização. O que
queremos dizer com isso?
Que, para a logística, o universo Big Data significa
muito mais do que uma simples forma de reunir
dados por meio de softwares e plataformas de
gestão para alcançar ganhos ou reduzir custos.
Toda e qualquer informação originada de bases
de dados pode ser usada de maneira estratégica
pela empresa, ou seja, pode ser usada de
maneira sustentável.

Os dados sobre o número de pedidos por região,

Soluções de geocodificação desenvolvidas com Machine Learning têm
sido usadas para melhorar o rastreamento e oferecer visibilidade
total, em tempo real, da última milha. O objetivo é otimizar o envio
Last Mile como um todo, reduzir os custos e os prazos entre o centro
de distribuição e o cliente final e permitir que eles acompanhem o
trajeto do produto.
das melhores rotas para se fazer uma entrega
ou de uma transação não servem somente para
o embarcador atender melhor o cliente. Eles
podem ser levados para o setor comercial fazer
uma nova campanha e atrair mais consumidores
ou podem ser utilizados internamente para
melhorar uma operação realizada pela empresa.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 34

 Uber investindo no desenvolvimento
de caminhões autônomos
Os caminhões autônomos já circulam nos

Internet of Things (IoT) Estados Unidos desde o início de 2018 para

transportar mercadorias em longas distâncias.
O setor logístico é uma das
verticais que tem mostrado um automatizados em armazéns, como Amazon testando o uso de drones
ritmo acelerado na implantação cross-docking. Além de servir como para entrega de mercadorias
de soluções IoT. Diversas aliada em diversos processos e O uso de drones no lugar de entregadores faz
companhias já trabalham com operações, a tecnologia também parte do programa Amazon Prime Air, com
etiquetas inteligentes, que auxilia no desenvolvimento dos o objetivo de levar produtos até a casa de
facilitam a localização e o controle principais avanços e melhorias para compradores em até 30 minutos.
de estoques, além de sistemas o setor como um todo. Veja ao lado.
BMW usando robôs para otimizar
Avanço da IoT no Brasil a logística interna
O Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT) é um projeto do Ministério da Os Smart Transport Robot são usados no
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) que visa a incentivar processo de carregamento e transporte de peças
investimentos em tecnologias de IoT e deve ampliar a competitividade da na fábrica de Wackersdorf, na Alemanha, e visam
economia brasileira no cenário global, contribuindo para a transformação à simplificação do tráfego de peças dentro da
em quatro frentes até 2025. São elas: Saúde, Indústria, Rural e Cidades. unidade.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 35


Roteirização automatizada
Existem diversas formas de definir boas rotas de
transporte – por meio de sites e navegadores online
de pesquisa em mapa ou planejadores gratuitos.
No entanto, nenhuma delas se compara ao uso de
um sistema automatizado de roteirização como o
transpoFrete, que otimiza a escolha dos melhores
trajetos, elimina diversas operações manuais e permite
uma ação muito mais estratégica e menos custosa para
as empresas.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Visibilidade end-to-end
Com o uso de IoT, as empresas
embarcadoras e transportadoras
ganham recursos para aprimorar
seus processos de transporte,
selecionar melhores rotas,
conhecer a performance das
entregas, otimizar a manutenção
dos veículos, entre outros ativos.
Isso é o que chamamos de
Otimização de rotas e custos
Uma das principais funcionalidades
da IoT para a logística é auxiliar
no levantamento de dados com
o objetivo de melhorar processos
e atividades de monitoramento
e rastreamento. Nesse quesito,
é possível otimizar algumas
visibilidade end-to-end, ou seja,
a possibilidade de acompanhar a
cadeia de suprimentos de ponta
a ponta, garantindo melhor
aproveitamento de recursos,
decisões mais rápidas e maior
controle sobre as mercadorias para
satisfação do consumidor final.
práticas logísticas morosas, como
a definição de melhores rotas de
forma automatizada por meio da
reunião de dados estratégicos
referentes a preço, prazo e
distância entre destinos.
36
 O que precisa estar no
seu radar em 2019
Ao longo dos últimos anos, vimos o
comportamento dos clientes mudar
de forma considerável. O que eles
experimentam, hoje, como usuários
digitais na Amazon, Uber e Airbnb,
e outras empresas, tem norteado
a expectativa com relação a outros
parceiros de negócios, e no mercado
de transporte e logística isso não é
diferente.
Cada vez mais a agilidade, a
eficiência e a qualidade nas entregas
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
é priorizada, seja pelo lado do
embarcador e transportador, que
desejam realizar seus serviços
com o máximo de excelência, ou
do consumidor, que preza por
atendimentos velozes e boas
experiências. E, conforme esse
cenário, destacamos algumas
tendências e recursos modernos que
vêm impactando o setor e devem
continuar em alta no próximo ano.
Confira, a seguir.
37
 Automação
Devido ao potencial das novas
tecnologias, à evolução das
plataformas de IoT, à ampliação
de cloud computing, é possível
dizer que, assim como em 2018,
a automação continuará sendo
uma forte aliada das empresas que
atuam no setor logístico em 2019.
E o principal reparo feito com o
seu uso será contornar a falta de
infraestrutura e de investimentos
na área de transporte.
Para isso, o uso de softwares de
gestão Customer Relationship
Management (CRM),
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Transportation Management
System (TMS) e Warehouse
Management System (WMS) para
automatizar o gerenciamento
das principais informações
operacionais e de armazenamento
e atendimento devem continuar
em alta. Essa é a principal forma
que as empresas embarcadoras e
transportadoras encontram para
otimizar a gestão de processos
e operações, uma vez que esses
sistemas auxiliam na integração
entre todos os agentes e etapas da
cadeia.
38

Novos modelos
de entrega
Acompanhamos a tecnologia invadindo os mais
diversos segmentos de negócios e, como já foi
falado, com a logística não é diferente. Um dos
principais impactos no setor é a maneira como
ela pode ser usada pelas empresas para criação
de novos modelos de entrega. Estamos falando
de entregas diferentes das tradicionais - uma
empresa de transporte fazendo a distribuição dos
produtos -, que devem movimentar o mercado
nos próximos anos e precisam estar no seu radar.
Fique atento!
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Amazon Key In-Car
Além de deixar a sua encomenda dentro da sua casa, a Amazon, agora,
também deixa as mercadorias dentro do seu carro. A entrega é feita no
porta-malas, basta o usuário ter o aplicativo Amazon Key - e ser assinante
Prime - e parear o veículo com o app para configurar e liberar o acesso. É
uma forma inovadora de fazer entregas que deve revolucionar o mercado
por sua praticidade.
Uber Freight
A Uber, que atua totalmente baseada no comportamento dos seus usuários,
encontrou uma nova frente de negócio: conectando caminhoneiros a
empresas que precisam transportar seus bens de uma cidade para outra
por meio do aplicativo Uber Freight. A ideia é simplificar o contato e facilitar
a distribuição das mercadorias.
Lockers
Outro formato de entrega que pode causar impactos para a logística são os
lockers, modelo popular nos EUA e na Europa, que começou a ganhar fôlego
no Brasil em 2018. São os armários instalados em algum ponto estratégico
da cidade, que servem para melhorar a segurança e gerar economia nos
custos de frete.
39

Blockchain
O Blockchain é a nova febre do
mercado. Funciona a partir de uma
base de dados descentralizada,
que reúne o registro de ativos
e transações ao longo de um
rede peer to peer onde são
compartilhados informações e
arquivos. Essa tecnologia vem
sendo explorada nos últimos anos
para realização de negociações
logísticas, e a tendência é que
cresça conforme o passar dos anos.
Considerando que o Brasil tem
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
milhares de varejistas, indústrias
e transportadoras e existem
poucas empresas envolvidas em
negociações via blockchain, o
desafio é reunir mais participantes
para os blocos de redes. Segundo
o vice-presidente da IBM,
Ramesh Gopinat, no mundo, são
transportados cerca de 70 milhões
de contêineres anualmente, e a
ideia da IBM - pioneira no uso da
tecnologia - é englobar cada vez
mais as tratativas desse serviço de
transporte no blockchain.
Roterdã e Samsung
O maior porto da Europa, o Porto de Roterdã, fez uma
parceria com o grande banco holandês ABN AMRO e a
subsidiária de TI da Samsung para testar a tecnologia
blockchain para envios de contêineres de uma fábrica
anônima na Ásia. O experimento deve começar em
janeiro de 2019.
Antwerp e subsidiária do EAU
Uma subsidiária dos portos de Abu Dhabi lançou um
projeto-piloto internacional de blockchain, chamado
de Silsal, com o porto de Antwerp. A ideia é testar
os benefícios potenciais da tecnologia, como troca,
identificação e verificação de documentos de carga e
certificados.
FedEx e Hyperledger
Depois de juntar-se ao Blockchain in Transport
Aliance (BiTA), o FedEx, gigante dos serviços de
entrega de correio dos Estados Unidos, uniu-se ao
Hyperledger - um livro-razão que suporta transações
de indústrias globais - para desenvolver novas
infraestruturas baseadas em blockchain.
40
 Sobre a
transpoBrasil
Uma empresa especializada no desenvolvimento de
soluções para a gestão de transportes e logística dos
embarcadores. Com tecnologia de ponta, oferece
softwares (como o sistema TMS) que facilitam a
integração entre embarcadores, fornecedores e
transportadoras, proporcionando mais segurança,
agilidade e eficiência na gestão da cadeia de suprimentos
e na contratação de transportes.
Entre em contato com a transpoBrasil (47) 3237-5816
ou pelo site www.transpobrasil.com.br e saiba como a
nossa ferramenta pode otimizar o resultado de frete do
seu negócio.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 41