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TENDÊNCIAS

E AGENDA
2021 PARA A
Análise de tendências e
recomendações do CTE
para as empresas do setor
enfrentarem os desafios
em 2021 e aproveitarem as
oportunidades que virão.

Autores: Roberto de Souza, Giancarlo De Filippi,


Márcia Menezes, Maurício Hino, Myriam Tschiptschin,
Rafael Lazzarini e Wagner Oliveira / Diretores do CTE.
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 04 1. ANÁLISE DO
CENÁRIO EXTERNO 05

2. ANÁLISE DO
AMBIENTE SETORIAL 08 3. PLANEJAMENTO
E GESTÃO 12

4. QUALIDADE
E DESEMPENHO 15 5. SUSTENTABILIDADE 18

6. INDUSTRIALIZAÇÃO 23 7. TRANSFORMAÇÃO
DIGITAL 26

9. CONCLUSÕES E
8. INOVAÇÃO E
TECNOLOGIA 29 RECOMENDAÇÕES
FINAIS
32

SOBRE OS
AUTORES 35 SOBRE O CTE 40
APRE
SENTA
ÇÃO
O ano de 2020 foi para lá de Além de uma análise do cenário
atípico e desafiador, externo e do ambiente setorial,
promovendo transformações este material fornece dicas
profundas na sociedade e nos divididas em seis grandes
negócios, no Brasil e no mundo. temas: “Planejamento e
Gestão”, “Qualidade e
Passadas as turbulências mais Desempenho”,
fortes, o que podemos esperar “Sustentabilidade”,
de 2021? Mais além, como “Industrialização”,
devemos preparar as nossas “Transformação Digital” e
empresas para as dificuldades e “Inovação e Tecnologia”.
as oportunidades que se
descortinam com a entrada de Elas versam sobre reflexões e
um novo ano? práticas capazes de contribuir
para a solidez e a resiliência dos
Este E-book procura trazer negócios.
respostas para essas questões.
Reunimos o nosso time de Confira a seguir e tenha uma
diretores para preparar um excelente leitura!
conjunto robusto de
recomendações para as
empresas do setor.

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ANÁLISE
DO CENÁRIO
EXTERNO

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Antes de a pandemia chegar ao
Brasil, a economia vinha em
uma trajetória de crescimento
modesto, mas com alguns sinais
de aceleração. Passado o
período mais crítico, 2020 se
encerra com perspectivas
positivas sobretudo por conta
do avanço no desenvolvimento
das vacinas para a Covid-19.
Em paralelo, os juros mantém-
A observação dos indicadores se em patamares bastante
macroeconômicos e setoriais baixos, com a Selic a 2% (o
permite projetar para 2021 um menor patamar histórico) desde
cenário de reaquecimento. O agosto. A expectativa é a de
Banco Central, no seu Boletim que a taxa básica suba em
Focus, espera um aumento do 2021, mas de modo tênue,
PIB de cerca de 3,3%. À primeira ajustando-se algo entre 2,75%
vista pode parecer pouco, mas e 3,5% ao ano.
trata-se de um desempenho
muito superior ao trágico -4,6% Esse contexto implica em perda
de 2020. O mesmo relatório de atratividade dos
prevê, uma inflação de 2,89% investimentos em renda fixa,
em 2021. impulsionamos fundos de
investimentos imobiliários, e faz
com que o imóvel volte a ser
uma opção de investimento
seguro. Ao mesmo tempo, o
menor custo dos
financiamentos facilita o acesso
ao crédito, ampliando o número
de pessoas que conseguem
adquirir a casa própria.

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OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DO
CENÁRIO EXTERNO QUE AFETAM O
SETOR DA CONSTRUÇÃO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Taxa de juros baixa; Dívida pública em


processo de crescimento;
Atratividade para o
capital financeiro; Inflação em alta;

Construção civil como Dúvidas sobre as


alavancadora da reformas administrativa e
economia e geradora de tributária;
empregos;
Desaceleração da
Aumento e facilidade de economia com o fim do
crédito imobiliário; voucher coronavírus;

Elevado deficit Aumento do


habitacional e carência desemprego;
de infraestrutura;
Dificuldades políticas
Marco regulatório do para implementação de
saneamento básico; PPPs e concessões;

Revisão da Lei das PPPs e Risco Brasil: político,


Concessões. econômico e ambiental.

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ANÁLISE
DO AMBIENTE
SETORIAL

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Além da conjuntura
macroeconômica, a resiliência
apresentada pela cadeia da
construção ao longo de um
período tão adverso também
nos permite ter uma visão
animadora do futuro.

Em 2020, o PIB da construção, Somente entre julho a setembro


que inclui infraestrutura, de 2020, foram geradas mais
mercado Imobiliário e obras de 137 mil novas vagas com
informais, regrediu apenas 1,6% carteira assinada, conforme
no primeiro semestre do ano. dados da CBIC (Câmara
Trata-se de um número Brasileira da Indústria da
bastante razoável, considerando Construção). Além disso, a
que, no mesmo período, a Abecip (Associação Brasileira
economia em geral despencou das Entidades de Crédito
11,4%. Imobiliário e Poupança) espera
encerrar 2020 com um
Ainda que tenha sentido os crescimento de 12% no volume
impactos da pandemia, o setor de financiamentos.
esteve longe da paralisação.
Tanto é que o número de Há, ainda, expectativas quanto
lançamentos entre as ao programa de habitacional
companhias de capital aberto Casa Verde e Amarela, que
deve ser semelhante ao pretende construir 1,6 milhão
registrado em 2019. de moradias até 2025, e em
torno do setor de infraestrutura,
que tende a se beneficiar das
recentes mudanças regulatórias,
em especial do novo marco do
saneamento básico.

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COM RELAÇÃO À CONSTRUÇÃO CIVIL,
O SEGUINTE CENÁRIO SE DESENHA:

Aumento do número de
Expansão dos negócios imobiliários
lançamentos imobiliários
residenciais para renda;
residenciais;

Aumento de construção Incremento da


de obras de logística; construção industrial;

Aumento dos loteamentos e Maior compra de


projetos urbanos; ativos pelos fundos;

Desenvolvimento de fundos e Maior demanda por


empresas ESG (Environmental, sustentabilidade e certificações
Social and Governance); ambientais focadas em saúde;

Aceleração da transformação Criação de novos fundos


digital e da industrialização; imobiliários;

Programa Casa Amarela, em


Mais foco na economia dos custos
substituição ao Minha casa Minha
de operação dos empreendimentos;
Vida (MCMV);

Maior busca de conteúdo para


capacitação profissional.

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POSSÍVEIS GARGALOS AO DESENVOLVIMENTO
DO SETOR DA CONSTRUÇÃO E DOS AGENTES
DA CADEIA PRODUTIVA

Aumento dos custos de


Provável repasse desses custos
materiais e mão de obra
para o preço dos imóveis;
(INCC em alta);

Desaceleração da construção de
Cadeia produtiva pouco integrada;
empreendimentos comerciais;

Planejamento e controle de Baixo atendimento às


obras feito de forma tradicional; normas técnicas;

Pouco conhecimento do Baixa adoção de sistemas


tema sustentabilidade; construtivos industrializados;

Engenharia de operação e
Pouca adesão às tecnologias
manutenção incipiente na
digitais pela cadeia produtiva;
fase de uso;

Baixa qualificação dos


profissionais das empresas
da cadeia produtiva.

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PLANEJAMENTO
E GESTÃO

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Os indicadores apontam para
um aquecimento interessante
do mercado imobiliário e da
construção civil. Mas se por um
lado, o volume de negócios
tende a crescer, por outro, os
preços finais dos imóveis devem
se manter. Os custos de
materiais e mão de obra serão
fatores de pressão sobre as
construtoras que, nesse
contexto, podem ter que reduzir
suas margens.

Diante do acirramento da
competição, o planejamento e
a gestão farão a diferença para
a sobrevivência das empresas
e sua expansão no mercado.

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

• Focar no planejamento estratégico, • Usar os sistemistas nos processos


padronização e gestão dos processos construtivos de modo mais intenso;
empresariais considerando o ciclo PDCA Implantar e/ou intensificar o uso de
– Planejar, Fazer, Checar e Agir. Ênfase indicadores de performance e
especial deve ser dada a etapa do Agir monitoramento das obras como base
do PDCA. Importante que as empresas se para tomada de decisões;
apropriem das metodologias ágeis de
gestão, como o SCRUM e outras; • Conhecer ferramentas tecnológicas que
permitam maior integração com
• Estruturar modelos de negócio flexíveis, demandas de clientes e metodologias de
com ampliação de equipe técnica (seja trabalhos de parceiros e fornecedores,
interna ou com parceiros em atividades- com destaque para o BIM 3D, 4D e 5D;
meio ou não estratégicas) e aumento de
processos online; • Implantar processos de governança que
garantam maior transparência, segurança
• Trabalhar para a retenção de talentos, de dados e dos colaboradores, e
capacitação e desenvolvimento de minimização de riscos técnicos, jurídicos
empreiteiros e mão de obra própria; e socioambientais.

• Dar atenção ao planejamento e ao


controle dos prazos, custos e qualidade
das obras. Nesse ponto, vale recorrer ao
pensamento e às ferramentas Lean;

• Construir parcerias com fornecedores de


materiais e equipamentos, visando
garantia de fornecimento, redução de
custos, aumento da produtividade e
redução de riscos;

• Incorporar sistemas industrializados que


permitam aumento de produtividade e
redução de dependência de mão de
obra;

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QUALIDADE
E DESEMPENHO

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As tendências para 2021 Por isso as recomendações
apontam para um crescimento com relação à qualidade
do volume de obras das enfatizam a adoção de boas
construtoras e para uma maior práticas e de controles sobre
complexidade da gestão da processos para minimizar o
Qualidade das empresas e na risco de falhas de desempenho
gestão do Desempenho de do produto final.
processos e produtos.

Nesse contexto, elevam-se os


riscos de obtenção de baixa
eficiência nos trabalhos e de
ocorrências de não
conformidades de materiais e
serviços que podem levar a
patologias e comprometer o
Desempenho do produto final,
assim como gerar altos custos
de assistência técnica e
manutenção, ao longo da vida
útil dos empreendimentos.

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

• Implementar controles de governança • Prover a capacitação técnica e


técnica para projeto e obra, monitorando conscientização das equipes próprias e
o atendimento a normas técnicas e aos terceirizadas sobre uma forma de
procedimentos definidos no Sistema de trabalho mais industrial que procura
Gestão da Qualidade; eliminar situações artesanais no canteiro
de obras;
• Planejar e controlar o atendimento aos
níveis de desempenho definidos para o • Tratar as interfaces entre os envolvidos
empreendimento durante projeto e (fornecedores, equipes do escritório e
execução da obra; equipes da obra) para coordenar as
soluções necessárias para atendimento
• Revisar os procedimentos de gestão dos da NBR 15575 nos empreendimentos
processos de projeto, planejamento e residenciais;
orçamento, considerando a integração do
BIM como ferramenta de trabalho e • Ter atenção e análise crítica sobre a
controle; necessidade de revisar e alterar os
controles da qualidade para melhorar o
• Buscar implementar simulações para resultado, dentro de um contexto geral
realizar uma “construção virtual” antes da em que as mudanças acontecem de
execução, validando o projeto e maneira mais rápida;
avaliando os controles da qualidade nas
etapas da obra; • Utilizar dados de assistência técnica pós-
obra como retroalimentação para todas
• Acoplar tecnologias digitais nas as áreas da empresa, buscando
atividades de inspeção de materiais e aprimorar a qualidade e o desempenho
serviços de obras para otimização do das edificações construídas;
controle da qualidade e tratamento dos
dados gerados; • Desenvolver requisitos e critérios de
desempenho para a edificação além do
nível mínimo de desempenho normativo,
para caracterizar diferenciais do
empreendimento.

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SUSTENTA
BILIDADE

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Com a pandemia de Covid-19, o A percepção dos grandes
movimento de sustentabilidade fundos de pensão e dos fundos
na construção adquiriu um novo soberanos é a de que investir
impulso. Além das exigências em empresas com carimbo ESG
por eficiência e redução de é mais seguro e rentável. Para
impactos da construção e da as empresas, aderir aos
operação dos edifícios, as padrões ESG é uma
atenções se voltaram para a oportunidade de buscar
saúde e a qualidade de vida dos sustentabilidade a longo prazo,
usuários. As ações e políticas conquistar mais eficiência nas
adotadas precisam transmitir a operações e elevar a resiliência
sensação de segurança durante crises.
esperada por todos os
stakeholders.

Outro movimento relevante é o


das empresas e dos fundos de
investimentos em direção aos
princípios ESG (Environmental,
Social and Governance).

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

Para empresas focadas em projeto e construção de edificações:

• Estudar a possibilidade de certificação • Analisar novos materiais e sistemas


ambiental dos empreendimentos construtivos com menor pegada de
residenciais, comerciais e de logística, carbono (madeira engenheirada, por
considerando desde os modelos mais exemplo) e estudos de análise do ciclo
complexos (Leed, Aqua), aos mais de vida das edificações, para definição
simplificados (Edge, Fitwel); da pegada ambiental dos edifícios;

• Desenvolver programas de • Adotar o comissionamento dos sistemas


sustentabilidade em obras, prediais com foco no desempenho do
contemplando aspectos de economia de edifício e na segurança das instalações
energia, economia de água, gestão de para redução de riscos (vide incêndios
resíduos, controle de poluição, impacto recorrentes nos últimos anos);
na vizinhança, saúde, segurança e
qualidade de vida dos trabalhadores; • Para os residenciais de baixa renda,
buscar certificações simplificadas de
• Buscar certificações de sustentabilidade sustentabilidade (Edge, Fitwel) de forma
e desempenho ambiental dos espaços a qualificar o produto com diferenciais de
construídos em relação à qualidade e sustentabilidade dentro do custo do
salubridade dos ambientes (Fitwel e Well) empreendimento;
e consultoria de desempenho térmico,
lumínico e acústico; • As indústrias de materiais de construção
devem focar na transparência das
• Dar atenção às novas demandas de informações dos seus produtos, no
saúde e segurança decorrentes da desempenho ambiental e nos requisitos
pandemia, como aumento das taxas de das certificações de sustentabilidade
renovação de ar, possibilidade de (Environmental Product Declaration/EPD,
abertura de caixilhos, dispositivos Health Product Declaration/HPD e Cradle
touchless, sistemas para tratamento do to Cradle Certified/C2C);
ar interno, procedimentos de limpeza,
monitoramento de qualidade do ar em
tempo real, etc;

• Observar os novos requisitos de


desempenho térmico e lumínico da
Norma de Desempenho (ABNT NBR
15.575), em consulta pública, para os
edifícios residenciais;

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

Para empresas que atuam em projetos de loteamentos, comunidades


planejadas, requalificações urbanas, empreendimentos mixed-use
com interface significativa com a cidade e projetos habitacionais
MCMV de grande escala:

• Incorporar estratégias com foco em • Incorporar tecnologia digital e ações


resiliência, saúde e bem-estar das relacionadas à economia colaborativa
futuras comunidades, tais como: para o desenvolvimento de smart cities.
produção local de alimentos orgânicos Isso pode se dar, por exemplo, com o
(fazendas urbanas); design ativo visando controle e monitoramento por IOT dos
ao incentivo da caminhada e do ciclismo; consumos de água e energia de áreas
promoção de bebedouros com água comuns ou públicas, sensoriamento de
potável de qualidade; criação de espaços luminárias, lixeiras e bueiros para eficácia
contemplativos e com conforto acústico da operação e manutenção da
para a restauração mental da população; infraestrutura de áreas externas. Outra
sugestão é a criação de aplicativos e
• Adotar estratégias de sustentabilidade redes digitais para a comunicação e
alinhadas aos princípios ESG, tais como: participação das pessoas;
projeto de paisagismo efetivamente
nativo do bioma local, biodiverso e com • Buscar certificações smart cities para
alto índice de biomassa; implantação de projetos de áreas externas, infraestrutura
infraestrutura verde de drenagem com e escala urbana: Sustainable Sites, LEED
jardins de chuva e biovaletas; for Neighborhood and Development -
microgeração de energia fotovoltaica LEED ND, Fitwel Community, LEED for
para o consumo de áreas externas ou Communities e Well Community;
públicas; utilização efetiva de materiais
construtivos regionais, com conteúdo • Desenvolver parcerias público-privadas
reciclado e de baixa toxicidade; para gestão de áreas públicas
sustentáveis, que agreguem valor aos
projetos.

21/40
RECOMENDAÇÕES PARA 2021

Para fundos de investimento e empresas focadas na locação e


gerenciamento da operação de empreendimentos:

• Implantar sistemas ESG nos fundos de • Implantar conceitos e tecnologias de IoT,


investimento com diretrizes básicas de permitindo o monitoramento em tempo
responsabilidade ambiental, social e real de um número maior de parâmetros,
governança aplicáveis ao setor da visando a melhoria do desempenho
construção; operacional, assim como o conforto e a
segurança dos ocupantes;
• Aplicar conceitos de ESG na operação
dos ativos imobiliários, atuando no • Revisar os sistemas prediais das
monitoramento dos indicadores edificações, especialmente o sistema de
ambientais, sociais e de governança; ar condicionado. O objetivo é garantir a
qualidade do ambiente interno e,
• Atuar para a economia de energia e de consequentemente, a saúde e conforto
água na gestão da operação de dos ocupantes;
empreendimentos comerciais e
logísticos, face à necessidade de redução • Acelerar a transição energética,
de custos operacionais, com o aumento priorizando a compra e/ou geração de
da vacância pós-Covid; energia renovável para atender às
necessidades energéticas dos ativos;
• Aprimorar o processo de implantação,
manutenção e gestão dos sistemas de • Buscar a implantação de conceitos e
automação predial, permitindo melhor certificações Net Zero Energy para ativos
uso das tecnologias embarcadas; em operação e em novos projetos.

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INDUSTRIA
LIZAÇÃO

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Para as empresas construtoras, Optar por soluções
o futuro aponta para o aumento industrializadas e pré-
da competição e para a redução montadas representa uma
de margens, acompanhado de oportunidade para reduzir as
uma aceleração do ritmo das atividades realizadas no
obras. Um questionamento canteiro de obras, colaborar
pertinente é se será possível com o atendimento aos
atender às futuras exigências cronogramas mais enxutos e
com as tecnologias construtivas construir com mais qualidade,
artesanais ainda predominantes precisão e menos
em nosso setor. Vale lembrar interferências.
que esses sistemas
convencionais se caracterizam
por baixa produtividade, longos
prazos, altas taxas de
desperdício e uso de mão de
obra intensiva.

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

• Apostar na mecanização dos canteiros, • Considerar sistemas construtivos


no uso de kits hidráulicos e elétricos e na modulares off-site para eliminação de
industrialização de componentes da obra, atividades na obra e redução dos prazos;
utilizando pré-fabricados de concreto
(escadas, poços de elevador, • Analisar sistemas construtivos compostos
infraestrutura, pré-lajes, pré-vigas, vigas por materiais que tragam maior
de borda, etc.); durabilidade, redução das atividades de
manutenção e sustentabilidade;
• Estudar sistemas construtivos
industrializados adequados aos modelos • Capacitar equipes em novas tecnologias
de negócios específicos, como paredes construtivas e mecanização de obras;
de concreto, estruturas metálicas, steel
frame, wood frame e madeira • Estabelecer parcerias com fabricantes
engenheirada; para o desenvolvimento de soluções
construtivas off-site.
• Avaliar sistemas de fachada
industrializados para agregar
produtividade e desempenho, como
painéis arquitetônicos pré-fabricados em
concreto, painéis termoisolantes, painéis
revestidos com EIFS (Exterior Insulation
Finish Systems), fachadas ventiladas e
painéis em steel frame e em wood frame;

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TRANS
FORMAÇÃO
DIGITAL

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A transformação digital refere- Soluções como a assinatura
se ao processo de integração de digital de documentos e
tecnologias digitais em todas as reuniões remotas, para citar
áreas do negócio, mudando apenas duas, foram
fundamentalmente a forma de implementadas de forma
operar e entregar valor aos irreversível. O mesmo contexto
clientes. impulsiona a expansão dos
canteiros inteligentes, aqueles
Algumas empresas do setor já que possuem uma camada de
vinham realizando movimentos tecnologias digitais aplicadas e
importantes no sentido de integradas entre si.
absorver essas tecnologias. No
entanto, a pandemia de
Covid-19 acelerou esse
processo, especialmente em
áreas como marketing, vendas,
jurídico, que se viram obrigadas
a adaptar os seus processos
muito rapidamente.

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

• Implantar ferramentas de marketing • Buscar o apoio de softwares para o


digital, vendas e contratos digitais; atendimento à Norma de Desempenho
dos empreendimentos e obras;
• Analisar a utilização da realidade virtual
em substituição ao apartamento modelo • Da mesma forma, analisar softwares de
visando redução de custos e melhorar a gestão da qualidade e de sistemas
experiência do cliente; mobile de inspeção da qualidade de
serviços de obra;
• Adotar software colaborativo de gestão
de projetos; • Estudar o uso de drones e de câmeras
360 graus para acompanhamento de
• Estudar/implantar o BIM 3D com obras;
perspectivas de conexão com o BIM 4D,
5D e 6D; • Analisar a digitalização de projetos via
QRCode;
• Implantar catracas digitais e softwares de
controle de acesso à obra e controle de • Estudar e capacitar as equipes para a
documentos de operários de obra e aplicação das tecnologias digitais em
empreiteiros; obras;

• Avaliar a adoção de softwares de • Considerar aplicativos para elaboração


planejamento e controle de prazos e do manual do usuário e para assistência
custos de obras; técnica pós-obra.

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INOVAÇÃO E
TECNOLOGIA

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Diante do aumento da No contexto atual e futuro, a
competição entre as empresas longevidade dos negócios
e da mudança do perfil dos passará, em grande parte, por
clientes, a inovação uma mudança do mindset da
transformou-se em uma alta direção e pela criação de
ferramenta estratégica. Ela uma cultura de inovação
ajuda a desenvolver novos interna. Afinal, além de ser uma
produtos, melhorar processos, rota para evitar a obsolescência,
inovar em marketing e vendas, a inovação agrega relevância,
criar modelos de negócios e competitividade e resiliência às
reinventar organizações. empresas.

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RECOMENDAÇÕES PARA 2021

• Mapear as dores e as necessidades de • Estabelecer conexão e interação com os


inovação da empresa, envolvendo ecossistemas de startups focadas no
produtos, processos, marketing e vendas, setor da construção ou que tenham
relacionamento com os clientes e soluções aplicáveis ao setor;
organização empresarial;
• Criar uma conexão com os ecossistemas
• Definir a estratégia para inovação em de inovação e de relacionamento
alinhamento com a estratégia da setorial, que reúnem os vários elos da
empresa e sempre focada na geração de cadeia produtiva da construção,
resultados; permitindo a troca de experiências e o
trabalho colaborativo entre as empresas;
• Buscar a criação de uma cultura de
inovação na empresa e implementação • Aplicar metodologias inovadoras para
de programas de criatividade e melhorar a jornada de experiência do
mobilização de ideias dos colaboradores cliente;
para solucionar desafios definidos pela
alta direção; • Capacitar as equipes em
empreendedorismo corporativo e
• Desenvolver um programa de inovação;
empreendedorismo corporativo e
inovação, aplicando as práticas utilizadas
por startups, incluindo metodologias
ágeis, elaboração de MVPs e
identificação e equacionamento de dores
internas;

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CONCLUSÕES E
RECOMENDAÇÕES
FINAIS
Ao longo deste E-book você pode perceber que 2021
poderá ser bastante promissor para as empresas que
se prepararem adequadamente.

A seguir, você pode conferir uma síntese das


recomendações elaboradas pelos diretores do CTE:

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FOCO EM GESTÃO DA QUALIDADE
PLANEJAMENTO E DO ATENDIMENTO À
E GESTÃO NORMA DE DESEMPENHO
A expectativa é a de que o volume de O aumento do volume de obras é um
negócios imobiliários cresça. Ao mesmo fator de pressão sobre a garantia da
tempo, os preços finais dos imóveis serão qualidade das obras, a gestão dos
pressionados pelo aumento dos custos processos e o atendimento ao
de materiais e de mão de obra. As desempenho das edificações. Por isso,
exigências do cliente tendem a se elevar antecipe-se e prepare sua empresa para
e a competição entre as empresas ficará garantir a qualidade e o desempenho
mais acirrada. Nesse cenário, quem tiver dos seus empreendimentos!
planejamento e gestão bem resolvidos,
sairá na frente!

A SUSTENTABILIDADE SE O ESG É A BOLA DA VEZ


VOLTA PARA O BEM-ESTAR Os investidores, os fundos e os bancos,
DOS USUÁRIOS cada vez mais, vão priorizar as empresas
que incorporem em sua gestão os
Essa é uma das transformações trazidas
princípios e práticas de responsabilidade
pela pandemia de Covid-19. As
ambiental, social e governança. Não
exigências relativas à sustentabilidade
fique de fora desse movimento!
passaram a enfatizar conforto térmico,
acústico e lumínico, assim como a saúde
e a qualidade de vida dos usuários.
Incorpore esses requisitos em seus
empreendimentos!

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INDUSTRIALIZE TRANSFORMAÇÃO
Sistemas construtivos convencionais não DIGITAL EM CURSO
serão capazes de atender aos índices de O movimento de introdução de
produtividade e eficiência exigidos por tecnologias digitais pelas empresas da
um mercado aquecido. Isso nos faz crer construção civil foi intensificado e
que, em 2021, haverá um incremento da agilizado pela pandemia. A demanda por
industrialização na construção, exigindo soluções digitais em todas as etapas do
das empresas pesquisas e estudos sobre desenvolvimento de um produto
novas alternativas construtivas. Não imobiliário deve permanecer em alta em
perca o timing e mergulhe nessa onda! 2021. Faça parte dessa transformação!

INOVE
Cada vez mais, a inovação adquire
protagonismo ao apoiar o
desenvolvimento de novos produtos,
melhorar processos e criar novos
modelos de negócios. Acreditamos que a
inovação deverá fazer parte da agenda
das empresas da construção civil em
2021, lembrando que a inovação deve
gerar resultados para a empresa. Mude
seu mindset e se reinvente!

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SOBRE OS
AUTORES

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ROBERTO DE SOUZA GIANCARLO DE FILIPPI
CEO CTE DIRETOR UNIDADE GERENCIAMENTO

Engenheiro Civil, Mestre e Doutor em Engenheiro Civil, Mestre e Doutor pela


Engenharia pela Escola Politécnica da Escola Politécnica da USP (1998, 2003,
USP, antes de comandar o CTE nos 2017), Auditor Líder ISO 9001 pelo IRCA
últimos 29 anos, foi Diretor da Divisão de (1999), MBA em Administração de
Edificações do IPT e presidente do Projetos pela FIA/USP (2007).
Comitê Brasileiro de Construção Civil da Atuou em obras residenciais na Sergus
ABNT. Especialista em qualidade, Construtora e em obras de infraestrutura
tecnologia, gestão, sustentabilidade e na Carioca Engenharia.
inovação na construção.
No CTE há 20 anos, atuou como auditor
Autor de nove livros técnicos focados em de sistemas de gestão de qualidade,
qualidade, tecnologia, sustentabilidade, consultor em gestão empresarial,
inovação e gestão de empresas planejamento e gerenciamento de obras
incorporadoras, construtoras e em empreendimentos em todo o Brasil.
projetistas. Ministrou inúmeras palestras Atualmente é o Diretor do CTE
e cursos e escreveu vários artigos Gerenciamento.
técnicos ao longo de sua carreira.
Foi Coordenador Técnico do Selo de
Em 2017 criou o Enredes a plataforma de Excelência da ABCIC (de 2004 a 2012),
inovação e relacionamento de empresas responsável pela gestão do sistema de
da cadeia produtiva da construção, onde credenciamento e avaliação de plantas
nasceu a Rede Construção Digital. de produção de pré-fabricados em seis
estados.

Pesquisador da área de planejamento e


gestão da produção, lecionou no IFSP -
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo (antigo CEFET/
SP, em 2009 e 2010) e atualmente é
professor do curso de Pós-Graduação da
USP - Programa POLI Integra (desde
2011) e da FAAP - Real Estate &
Construction Management (desde 2018).

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MÁRCIA MENEZES MAURÍCIO HINO
DIRETORA INOVAÇÃO E TECNOLOGIA DIRETOR UNIDADE QUALIDADE
E DESEMPENHO
Mestre em Engenharia de Produção pela
Escola Politécnica da USP. Arquiteta e Atua no CTE há 19 anos. Formado em
Urbanista pela Faculdade de Arquitetura Engenharia Civil pela Escola Politécnica
e Urbanismo da USP e Especialista em da Universidade de São Paulo (1995),
Qualidade e produtividade pela FCAV/ mestre em Engenharia de Construção
USP (2000). MBA Internacional em Civil e Urbana pela Escola Politécnica da
Gestão Ambiental pela Proenco/Câmara Universidade de São Paulo (2001).
Brasil Alemã (2005). Auditora Líder Auditor líder ISO9001 (desde 2000),
formada pelo QMI/Inglaterra e FCAV ISO14001 (desde 2008) e OHSAS 18001
(1997). Auditora Ambiental pela JPD (desde 2008). Professor da pós
Training Limited – Reino Unido (2005). graduação em Real Estate & Construction
Consultora qualificada GRI pelo Global Management na Fundação Armando
Reporting Initiative (2011) Álvares Penteado (desde 2018).
Pesquisador do Instituto de Pesquisas
Especialista nas áreas de gerenciamento Tecnológicas do Estado de São Paulo (de
de projetos e obras, gestão empresarial, 1997 a 2000).
do meio ambiente e da qualidade.
Consultora do CTE desde 1991 e Diretora
da Unidade de Inovação e Tecnologia.

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MYRIAM TSCHIPTSCHIN RAFAEL LAZZARINI
GERENTE UNIDADE SMART CITIES DIRETOR UNIDADE
SUSTENTABILIDADE
Arquiteta e Urbanista formada pela FAU-
USP (2007), especialista em Novas Arquiteto e Urbanista pela Pontifícia
Tecnologias aplicadas à Arquitetura e a Universidade Católica de Campinas. MBA
Cidades pela Universidad de Alcalá em Executivo em inovação e
Madri (2009) e é Mestre, também pela empreendedorismo no BI International.
FAU-USP, na área de Planejamento Especialista em conforto ambiental e
Urbano e Regional (2016). conservação de energia pela FUPAM/USP.
LEED Accredited Professional pelo US
Além de pesquisadora na área de Green Building Council. Especialista em
sustentabilidade, em 2011, tornou-se Sustentabilidade na construção civil e
LEED® Accredited Professional pelo US certificações Green Building.
Green Building Council (USGBC) e, desde
então, atua como consultora de diversos
projetos sustentáveis em nível nacional e
internacional, ministra cursos e palestras
e participa de comissões julgadoras na
área de sustentabilidade.

Hoje é Gerente da Unidade de Smart


Cities e Infraestrutura Sustentável do
Centro de Tecnologia de Edificações
(CTE) e Coordenadora do curso de Smart
Cities do Istituto Europeo de Design
(IED).

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WAGNER OLIVEIRA
DIRETOR UNIDADE OPERAÇÃO
SUSTENTÁVEL

Mestre em Tecnologia Ambiental pelo


IPT. Graduado em Engenharia Ambiental
pela Universidade São Marcos. Possui
mais de 12 anos de experiência em
consultoria em sustentabilidade no
mercado da construção civil, dedicando
especial atenção aos processos de
Operação e Manutenção sustentável,
com foco em Eficiência Energética e Uso
racional da água. Está no CTE desde
2008, atuando na Unidade de
sustentabilidade por 11 anos e
atualmente Diretor da unidade de
Operação Sustentável.

É membro do Comitê Técnico Diretivo do


GBC Brasil, possui acreditação LEED BD
+C desde 2009 e LEED O&M desde
2010, atuando ativamente no
desenvolvimento das certificações
ambientais no Brasil, com atuação nos
comitês técnicos do GBC Brasil e
Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável (CBCS)

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SOBRE
O CTE
O Centro de Tecnologia de Desde 1990 vem
Edificações (CTE) é uma desenvolvendo metodologias e
empresa de consultoria e tecnologias para a melhoria da
gerenciamento especializada gestão das empresas, dos
em qualidade, tecnologia, empreendimentos e das obras,
gestão, sustentabilidade e estimulando e promovendo a
inovação para o setor da produtividade, a
construção. competitividade, a cultura
diferenciada e o crescimento
sustentável da cadeia produtiva
da construção.

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