Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE DE SAN MARCOS

MACROECONOMIA

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO DE
EMPRESAS

TRABALHO DE PESQUISA

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO NA COSTA


RICA DURANTE O PERÍODO 2000 - 2019

ESTUDANTE

ANGIE SOTO VEGA

PROFESSOR

MARCO ANTÔNIO ZUNIGA GÓMEZ

SAN JOSE, COSTA RICA

DEZEMBRO, 2020
ÍNDICE

INTRODUÇÃO...................................................................................................................2
DESENVOLVIMENTO......................................................................................................3
CONCLUSÃO...................................................................................................................11

INTRODUÇÃO

Este artigo estuda os principais determinantes do investimento estrangeiro direto


(IED) na Costa Rica e seus efeitos sobre o desenvolvimento nacional durante o período
2000-2019.

Para entender um pouco a questão, é muito importante reconhecer que o IDE no


país tem desempenhado um duplo papel de grande importância: por um lado, tem sido
um elemento central da estratégia de promoção das exportações e, por outro, tem
compensado, em certa medida, as baixas taxas de investimento interno. Isso fortaleceu
a fraca formação bruta de capital fixo e a criação de empregos.

É interessante analisar os antecedentes da economia costarriquenha. O


Investimento Estrangeiro Direto (IED) na Costa Rica tem sido objeto de várias análises,
tanto pelo impacto que teve e pode ter na economia, quanto pela aplicação de
esquemas de incentivos destinados a atrair empresas estrangeiras.

A verdade é que o IDE se tornou um importante gerador de empregos e uma


fonte significativa de recursos que complementam o investimento interno, ao mesmo
tempo em que amortecem nosso déficit comercial. Este artigo compila os principais
achados de estudos sobre investimento estrangeiro na Costa Rica e os complementa
com alguns dados recentes, a fim de mostrar os principais efeitos do IDE sobre algumas
de nossas variáveis e indicadores.

2
DESENVOLVIMENTO

A Costa Rica é um dos maiores concorrentes para a atração de Investimento


Estrangeiro Direto (IED) na América Latina, é reconhecida pela excelência de seus
recursos humanos, por sua imagem de país sustentável, paz, democracia e geração de
oportunidades para o setor empresarial. Um dos objetivos do governo era atrair fluxos
de investimentos estrangeiros para ampliar as possibilidades de desenvolvimento
nacional, gerar fontes de emprego e obter recursos adicionais para projetos de
investimento, capacitar a força de trabalho e produzir efeitos positivos para outras
empresas que aprendem novas tecnologias e formas de atuação.

Para muitos países em desenvolvimento, o investimento estrangeiro direto (IED)


tornou-se a maior fonte de recursos externos, excedendo em muito os montantes
previstos para assistência de agências multilaterais, remessas de nacionais para o
exterior e fluxos de investimento em títulos soberanos. Em 2016, mais de 40% dos
quase US$ 1,75 trilhão dos fluxos globais de IED foram recebidos diretamente pelos
países em desenvolvimento, fornecendo-lhes grande parte do capital privado de que
suas economias precisavam.

Na Costa Rica, as entradas de IDE cresceram a taxas anuais de mais de 5% nos


últimos dez anos (dados de 2018), financiaram quase todo o déficit em conta corrente e
representam cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, o mais interessante é saber o impacto multiplicador desse fluxo de


capitais nas exportações (X) -veja quadro na outra página- de bens e serviços, no
produto interno e, sobretudo, na criação de 13.754 empregos formais, ao final de 2017.
Para isso, a primeira coisa a entender é que nem todo investimento desse tipo chega à
Costa Rica pelos mesmos motivos. A motivação econômica de cada projeto de
investimento estrangeiro explica quais fatores das economias anfitriãs são mais
relevantes para atrair esse setor.

Há também dois tipos gerais de investimento estrangeiro direto, relacionados ao


controle exercido pela empresa estrangeira na empresa do país em que está localizada.

"Greenfield" ou startup, esse tipo de investimento se manifesta quando a

3
empresa estrangeira faz o investimento para se liquidar a partir de uma base zero e a
partir daí cresce. As vantagens desse tipo de investimento é que você tem controle total
de todos os aspectos do negócio, consegue desenhar melhores estratégias de longo
prazo e tem controle total sobre as pessoas e a marca no país de destino. Seu aspecto
negativo é que mais investimento é necessário, bem como que pode levar mais anos
para gerar retorno, além do fato de que a empresa investidora terá que lidar com todas
as provisões governamentais do país que recebe o investimento (Irwin 2013).

Por outro lado, a empresa investidora pode optar por "Adquirir" uma empresa
estrangeira, nestes casos ela compra um número de ações igual ou inferior a 50% da
empresa, o que lhe permite um controle parcial da mesma ou adquire mais de 51% de
suas ações que permitiriam um controle majoritário da empresa receptora. As principais
vantagens desse modelo são que você tem acesso imediato ao "mercado local", você já
ganha uma série de vínculos com clientes e fornecedores, você obtém novas
tecnologias; e menos investimento é necessário. Enquanto para as desvantagens deve-
se mencionar que pode haver "surpresas escondidas", com as quais a empresa de
investimento teria que lidar; Além disso, não tem controle total sobre sua própria marca,
sendo assumidos os compromissos que a empresa receptora possa ter anteriormente.
(Irwin 2013).

Desde meados dos anos oitenta a Costa Rica empreendeu esforços para
alcançar uma maior inserção internacional de sua economia, especialmente através da
promoção das exportações e da atração de IDE. As acções a este respeito têm sido
muitas e variadas: desde programas de ajustamento estrutural que afectaram várias
áreas da economia real, a políticas comerciais, concretizadas através de negociações
bilaterais, multilaterais e sub-regionais, para melhorar as condições de acesso aos
mercados mundiais e implementar o regionalismo aberto na América Central.

A Costa Rica, como os demais países da América Central, criou regimes de


promoção das exportações em paralelo ao processo de liberalização econômica, com
incentivos fiscais como isenção de impostos sobre importações de máquinas e
equipamentos, matérias-primas e insumos intermediários e isenção de imposto de renda

4
vinculado ao desempenho exportador: a certidão de crédito tributário (CAT).

Também foi promulgada legislação para criar o regime das zonas francas, e suas
contribuições para a economia nacional são significativas (além de serem importantes
geradoras de emprego, em 2010 representavam 54% das exportações e foram os
investimentos que mais cresceram). Suas cadeias produtivas são escassas e
apresentam fracos efeitos da transferência de tecnologia. É por isso que a nova Lei das
Zonas Francas inclui alterações que visam corrigir estes problemas e, ao mesmo tempo,
apoiar as áreas de menor desenvolvimento relativo, sem implicar renunciar à concessão
de incentivos fiscais.

Com a reforma da Lei das Zonas Francas, a exigência de exportação foi


eliminada para que as empresas abrangidas por esse regime possam obter os
incentivos fiscais previstos na nova regulamentação. Além disso, foram levantadas as
restrições às vendas que essas empresas podem fazer no mercado local, que agora são
tratadas como qualquer outra importação, sujeitas à cobrança de tarifas sobre insumos
importados contidos nos produtos e outros pagamentos, bem como aos procedimentos
normais de importação.

Além disso, a Lei restringe o tipo de empresas que podem se beneficiar do


regime, estabelecendo setores estratégicos (Ilustração I) de acordo com as seguintes
diretrizes:

5
a. Projetos qualificados, de alta contribuição para o desenvolvimento social e
que gerem emprego de qualidade

b. Projetos que, por meio da incorporação de tecnologias avançadas,


contribuam efetivamente para a modernização produtiva do país

c. Projetos que desenvolvem atividades de pesquisa e desenvolvimento

d. Projetos que promovam a inovação e a transferência de tecnologia, ou a


incorporação de tecnologias limpas, a gestão integrada de resíduos, a economia de
energia e a gestão eficiente da água.

Figura 1 Sectores estratégicos com direito a beneficiar do regime de zona franca

CAIXA 2

Setores estratégicos com direito a usufruir dos benefícios do regime de zona franca

a) Empresas que a cada ano, em média, avançadas, células a combustível, partes e • Despesas de investigação e
empregam pelo menos duzentos componentes de turbinas eólicas e/ou desenvolvimento: inclui as despesas com
trabalhadoresdevidamente informados na hidrelétricas). pessoale serviços de apoio directo à
folha de pagamento, a partir da data de própria investigação, aquisição de
início das operações. • Sistemas de automação e manufatura flexíveis actividades relacionadas com a I&D
(tais como: equipamentos de controle de (novas máquinas, equipamento de
b) Empresas localizadas em um dos processo computadorizados, laboratório, equipamento informático e
seguintes setores: instrumentação de processo, equipamentos licenças de software, outras licenças ,
robóticos, equipamentos decontrole plantas e edifícios) e despesas que podem
' Eletrônica avançada (tais como: numérico computadorizado). ser classificadas como relacionadas.
equipamentos de informática e d) Empresas que para sua operação local
impressão, microprocessadores, • Materiais avançados (tais como: polímeros ou possuam pelo menos uma das seguintes
equipamentos de comunicação, circuitos blopolímeros, supercondutores, cerâmicas certificações: ISO 14001 (14004) ou
integrados, tubos catódicos, conectores finas ou avançadas, compósitos de alta equivalente, LEED ou equivalente.
avançados, equipamentos digitais de resistência, pigmentos, nanopartículas e
som e vídeo). suas formulações). Há outros requisitos além da restriçãoaos
setores estratégicos descritos, uma vez que
• Componentes elétricos avançados. c) Empresas que, em sua operação local, alguns benefícios são direcionados a novos
atribuampelo menos o equivalente a 0,5% de investimentos. Da mesma forma, a Lei exclui
• Dispositivos, equipamentos, implantes e suas vendas para despesas de pesquisa e as empresas que atualmente não estão, total
suprimentos médicos (incluindo desenvolvimento, de acordo com as ou parcialmente, isentas de imposto de
ortopedia, ortodontia, odontologia e seguintes definições: renda; Isso significa que empresas nacionais
optometria) e suas embalagens ou e estrangeiras estabelecidas fora das zonas
recipientes altamente especializados. * Pesquisa: investigação original com o francas não podem se beneficiar do regime,
objetivode descobrir novos conhecimentos mesmo que estejam localizadas nos setores
• Automotivo (dispositivos e suprimentos). e adquirir uma maior compreensão no estratégicos definidos. Ao mesmo tempo, foi
campo científico e tecnológico. criada a possibilidade de empresas já em
• Peças e componentes usinados de alta zonas francas acessarem o regime sob as
precisão. • Desenvolvimento: aplicação dos resultados da novas condições, desde que façam novos
investigação ou de quaisquer outros investimentos.
• Aeroespacial e aeronáutica. conhecimentos científicos para o fabricode
novos materiais ou produtos, ou para a
• Indústria farmacêutica e biotecnologia. concepção de novos processos ou sistemas
de produção, bem como para a melhoria
• Energias renováveis (tais como: células tecnológica substancial dos materiais,
fotovoltaicas/solares, bateriaspoliméricas produtos, processos ou sistemas pré-
ou outros materiais existentes.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Social (IDS) elaborado pelo


Ministério do Planejamento (Mideplan, 2008b), as regiões com maiores defasagens no

6
país são o Huetar Atlântico e o Brunca.

Por cantões distribuídos em quintis, os menores valores no IDS (primeiro quintil)


correspondem principalmente às áreas limítrofes e à costa atlântica. Na região de
Brunca, 89,5% dos distritos estão localizados nas fileiras mais baixas e não há nenhum
no quarto e quinto quintis, enquanto o Huetar Atlântico tem 85,7% de seus distritos nos
quintis mais baixos e nenhum nos grupos mais altos. "A Região Centro, que concentra
mais da metade dos distritos do país (57,7%), tem uma posição muito favorável, uma
vez que a maioria dos distritos pertence aos quintis mais altos" (Mideplan, 2008b).

O atraso apresentado pelo IDS reflecte-se igualmente nos fluxos de investimento


estrangeiro. A Tabela 7 ilustra os fluxos de IDE para a Costa Rica entre 2004 e 2010 e
como o IDE se concentrou em algumas províncias, em detrimento daquelas
pertencentes às regiões mais atrasadas. Em 2010, San José e Heredia absorveram
68,8% do IDE (73% no período 2004-2006), enquanto Limón e Puntarenas receberam
0,4% e 10%, respectivamente.

Figura 2 Costa Rica: distribuição dos fluxos de IDE por província, 2004-2010

Costa Rica: distribuição dos fluxos de IDE por província, 2004-2010 (percentagens)

Média Província 2010


Heredia 40,6 17,1
São José 33.7 31.7
Puntarenas 9,3 10,0
Guanacaste 9,2 8,6

Alajuel 3,3 5,
Limão 0,4

Carthage 1.8 7.1


Fonte: Elaboração própria com dados do Banco Central.
Os serviços prestados pelas agências de promoção de investimentos são
classificados como "importantes" por cerca de 50% dos investidores com IED em busca
de eficiência, enquanto cerca de 33% dos investidores do setor para outros fins os
avaliam com o mesmo ranking.

O IDE que busca eficiência e acesso ao mercado na Costa Rica é positivamente


sensível aos incentivos fiscais, à existência de uma boa base de fornecedores locais
(linkages), à nossa rede de acordos de livre comércio e aos serviços prestados pela
Coalizão de Iniciativas de Desenvolvimento da Costa Rica (CINDE), agência

7
encarregada de atrair investimento estrangeiro direto para a Costa Rica. Isso
representa, em média, 33% de todos os fluxos de IDE para o país, anualmente, e tem
efeitos multiplicadores muito significativos sobre as exportações totais, as exportações
de serviços e a criação de empregos formais.

Figura 3 Impacto do IDE na economia da Costa Rica

8
Os dados são resultado de diversos modelos econométricos com séries de
dados de 1991 a 2016 e foram desenvolvidos pelo CINDE em setembro de 2017. Vale
ressaltar que, para cada dólar adicional de IDE de empresas estrangeiras que chegam
ao país em busca de eficiência e acesso a mercados, e cujo determinante econômico é
a disponibilidade de capital humano produtivo, o PIB cresce mais US$ 5,1, as
exportações totais aumentam mais US$ 13,6 e as exportações de serviços aumentam
mais US$ 6,2.

Em termos de emprego formal criado, o IDE promovido no país gera 10 novos


empregos formais para cada US$ 1 milhão adicional de IED, o que representa 67%
maior do que o efeito multiplicador sobre o emprego do restante do investimento
estrangeiro direto que chega à Costa Rica.

Este setor é uma marca indelével de desenvolvimento, progresso e bem-estar no


país.

Figura 4 Atendimento da demanda interna e exportação de recursos naturais

ATENDER À DEMANDA
INTERNA E EXPLORAR OS
RECURSOS NATURAIS
Para cada novo dólar investido, em média,
foram gerados:

5º LO adicional
Adicional
no total X US$
USS no PIB
Adicional i Adicional
,0 no X de i US$ Eu no X de
mercadorias US$ servidos
Para cada novo milhão de dólares investidos, uma média de 6 novos empregos
são
gerados
FONTE: CINDE COM BASE EM DADOS DO BCCR, INEC E FREO. 2017
No entanto, as evidências também mostram que estamos perdendo essa

9
vantagem competitiva sobre nossos concorrentes. A produtividade do nosso capital
humano sobe mais lentamente do que o seu custo.

É cada vez mais difícil encontrar graduados de carreiras nas áreas de Ciência,
Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) com proficiência em língua inglesa e
outras habilidades exigidas por empresas estrangeiras.

O CINDE tem uma história de 35 anos graças ao fato de que a Costa Rica foi o
primeiro país da América Latina a criar uma agência de promoção de investimentos
estrangeiros que hoje é número um no mundo (ITC, 2017), e também foi o primeiro a
atrair IDE de média e alta tecnologia. Portanto, é importante reagir à competição
agressiva pelos mesmos fluxos de investimento estrangeiro direto que a Costa Rica
atrai, em um ambiente internacional que tem cada vez menos aliados.

1
0
CONCLUSÃO

O IDE na Costa Rica, tal como a maioria dos países em desenvolvimento,


desempenhou um duplo papel: por um lado, é um elemento central da estratégia de
promoção das exportações e, por outro, serviu para compensar, em certa medida, as
baixas taxas de investimento interno. Isso fortaleceu a fraca formação bruta de capital
fixo e a criação de empregos.

Deve-se reiterar que na Costa Rica há uma alta concentração de IDE


relacionado à exportação, ou seja, a entrada de capital transnacional com a finalidade
de transformar produtos ou serviços para posterior exportação. Isso é normal, já que a
pequenez do mercado interno inibe investimentos em busca de novos mercados locais.

No entanto, isso também sugere que a estratégia predominante entre as


empresas que se estabelecem na Costa Rica é a busca pela eficiência por meio da
redução de custos. A sofisticação do IDE também indica que o país conseguiu melhorar
sua inserção internacional ao se vincular a cadeias globais de valor em alguns
segmentos de maior conhecimento e conteúdo tecnológico (serviços de saúde, serviços
profissionais de back office, dispositivos médicos, manufatura e tecnologia de capital
intensivo). o que resultou em melhores salários.

A vinculação de alguns segmentos profissionais e produtivos à economia


internacional tem sido um sucesso parcial dessa estratégia de desenvolvimento, no
entanto, a maior parte da força de trabalho e do setor produtivo permanece
desconectada de seus benefícios, e uma política industrial, entendida em sentido amplo
como uma política de melhorias produtivas e aumento da produtividade em todos os
setores, Deve concentrar-se na correcção desse desequilíbrio.

Em outras palavras, a política industrial moderna, além de buscar mudar a


estrutura produtiva, deve garantir que o modelo seja inclusivo. Os benefícios que o IDE
pode trazer para o setor produtivo dependem, em grande medida, das cadeias
produtivas e dos transbordamentos que ele gera no nível "micro", e não de sua
contribuição para o equilíbrio do balanço de pagamentos.

1
1
No entanto, fontes secundárias indicam que o IDE não transfere tecnologia motu
proprio, nem transforma a estrutura produtiva espontaneamente. Por essa razão, a
estratégia de IDE só pode ser concebida como parte de uma política mais abrangente
de desenvolvimento produtivo, que identifique e priorize os setores a serem fortalecidos
e, ao mesmo tempo, seja complementada por políticas que busquem desenvolver
capacidades de absorção nas empresas locais. melhorar a educação técnica básica e
superior, fortalecer as instituições e ampliar a base científica e tecnológica (CEPAL,
2006).

A modificação dos incentivos na Costa Rica deve ser vista como uma
oportunidade para implementar uma política de desenvolvimento dos setores produtivos,
no contexto de um esquema de promoção de investimentos que promova a
transferência de tecnologia e boas práticas, a atualização na cadeia de valor e a busca
de vínculos com empresas nacionais. bem como aumentar a competitividade destes
últimos, para que participem em maior medida do esforço exportador e gerem efeitos
"spillover" no desenvolvimento nacional.

Os novos incentivos ao IDE proporcionam espaço para incentivar o investimento


em áreas mais atrasadas. No entanto, dada a estratégia que explica a chegada do IDE
na Costa Rica (busca de eficiência por meio da redução de custos), as empresas não
têm motivos para se localizar em locais onde os custos de produção serão pelo menos
iguais aos que podem obter em outras áreas do país.

Por essa razão, para atrair IDE para áreas relativamente menos desenvolvidas,
os incentivos fiscais não são suficientes, sendo necessário fornecer outros elementos
qualitativos que tornem essas áreas polos de atração de IDE. Em outras palavras, o IDE
sozinho não gera polos de desenvolvimento. As políticas complementares de
desenvolvimento produtivo devem criar as condições "ambientais" (infraestruturas
básicas, telecomunicações, sistema educativo e capacidade de trabalho), tais como
factores "micro" relacionados com a capacidade de absorver os efeitos dos "spillovers" e
dos spillovers do IDE.

Além disso, os benefícios que o IDE pode trazer para as áreas mais atrasadas
do país, além de empregos e repercussões relacionadas à formação, exigem

1
2
capacidades locais que devem ser construídas.

Como o IDE é uma importante forma de transferência de conhecimento entre


países em desenvolvimento, corporações transnacionais e alguns atores importantes
nos sistemas nacionais de inovação (NEI), é particularmente relevante compreender o
papel dessas empresas nesses sistemas e como eles influenciam o impacto do IDE em
uma economia anfitriã.

As transnacionais podem ser fonte de acesso a competências tecnológicas


originárias de fora de um SNI e oferecer à economia receptora a possibilidade de fazer
parte dos processos globais de criação e disseminação do conhecimento (Marín e Arza,
2009).

Os efeitos indiretos do IDE são heterogêneos e dependem das características


das corporações transnacionais, especialmente no que diz respeito ao conteúdo
tecnológico de suas atividades. Empresas de setores de alta tecnologia e com
atividades em pesquisa e desenvolvimento têm, por um lado, um maior impacto na
capacitação, "spillovers" tecnológicos e spillovers de produtividade e, por outro, um
efeito positivo sobre a capacidade de absorção do país receptor e o fortalecimento de
seu sistema de inovação (CEPAL, 2011).

1
3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

https://www.academiaca.or.cr/?smd_process_download=1&download_id=5158

https://www.tdx.cat/bitstream/handle/10803/328420/msm1de1.pdf?sequence=1
http://www.comex.go.cr/inversion-extranjera-directa/
https://www.ict.go.cr/es/documentos-institucionales/atracci%C3%B3n-de-
inversiones/1048-inversiones-en-costa-rica-preguntas-frecuentes.html
https://www.researchgate.net/publication/293488357_La_inversion_extranjera_dire
cta_en_Costa_Rica_Factores_determinantes_y_efectos_en_el_desarrollo_nacion
al_y_regional/link/56b8fdab08ae9d9ac67dc458/baixar
https://es.slideshare.net/MarcoAcua2/inversin-extranjera-directa-en-costa-rica-
65570495
https://www.odd.ucr.ac.cr/sites/default/files/Documents/Crecimiento- Estudo do
Crescimento Econômico.pdf
https://www.elfinancierocr.com/economia-y-politica/costa-rica-atrajo-44-proyectos-
desinvestimento/JAF2AARGWBAJDBROS25RTJYH4Y/story/
https://www.presidencia.go.cr/comunicados/2019/05/inversion-extranjera-directa-
mantém-dinamismo-no-primeiro-quincídio-do-ano/

1
4

Você também pode gostar