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JORNADAS CIENTÍFICAS

MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Brito Dionísio Mecorola


Endereço electrónico: mecorolab899@gmail.com
Licenciado em Ensino de Geografia com Habilitação em Turismo pela Universidade
Rovuma/CD/Montepuez.

Resumo
Este artigo aborda o percurso histórico da educação ambiental. E detém-se em fazer um
levantamento bibliográfico para contextualizar os procedimentos metodológicos da
pesquisa e, na sequência, traça-se uma trilha histórica da Educação Ambiental, delimitada
por marcos legais de suas acções a anos. A seguir, apresenta-se, com uma profunda analise
dos dados biográficos. Conforme o apanhado histórico procedido nos diversos
documentos, eventos, acordos e programas internacionais em relação a Educação
Ambiental, algumas conclusões ficam bastante evidentes. Com efeito, é a partir de
movimentos sociais internacionais organizados que a Educação Ambiental surge como
uma resposta da sociedade civil às constantes ameaças ambientais provocadas pela acção
humana predatória.
Palavras-Chave: Percurso Histórico, Educação ambiental, Acções Ambientais.

Abstract

This article discusses the historical path of environmental education. And it stops at
making a bibliographic survey to contextualize the methodological procedures of the
research and, next, it traces a historical track of Environmental Education, delimited by
legal marks of its actions for years. Next, it is presented, with a deep analysis of the
biographical data. According to the historical background made in the various documents,
events, agreements and international programs in relation to Environmental Education,
some conclusions are quite evident. Indeed, it’s from organized international social
movements that Environmental Education emerges as a response from civil society to the
constant environmental threats caused by predatory human action.
Keywords: Historical Forward, Environmental Education, Environmental Actions.

Maio de 2022. Artigo Científico apresentado ao Departamento de Geociências. UNIVERSIDADE


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1. Introdução

A Educação Ambiental se constituiu com base em propostas educativas oriundas de


concepções teóricas e matrizes ideológicas distintas, sendo reconhecida como de inegável
relevância para a construção de uma perspectiva ambientalista de sociedade.

Apesar de experiências identificadas na década de 1970, as discussões relacionadas a


este campo de saber e acção política adquirem carácter público de projecção no cenário
brasileiro em meados da década de 1980, com a realização dos primeiros encontros
nacionais, a actuação crescente das organizações ambientalistas, a incorporação da
temática ambiental por outros movimentos sociais e educadores e o aumento da produção
académica. Além dessa ampliação de forças sociais envolvidas, sua importância para o
debate educacional se explicita na obrigatoriedade constitucional, em 1988, no primeiro
Programa Nacional de Educação Ambiental.

Como metodologia básica adoptou-se uma revisão de literatura, cuja análise dentro do
escopo do artigo possibilitou com que fossem escolhidos os tópicos que o compõem e que
os assuntos a ser discutidos.

2. Referencial bibliográfico do marco histórico da educação ambiental

Historicamente, a percepção de que os problemas ambientais locais têm reflexos em


escalas mais amplas, regionais ou globais, acarretou a criação de acordos internacionais
que apesar de poucos avanços, representaram tentativas de amenizar a crise ambiental que
se despontava em cada época.

De acordo com RIBEIRO (2001) Citado por MOURA e HIRATA (2013:3), afirma
que “constatamos que os primeiros acordos, criados a partir do início do século XX,
visavam regular a acção das metrópoles imperialistas no continente africano, que tinham
nos safaris de caça, uma forma de diversão ou obtenção de lucros”.

O autor citado acima, faz compreender que com a criação da Organização das Nações
Unidas (ONU), no pós-guerra, surgem propostas mais eficazes de acções relacionadas ao
meio ambiente. Com a criação da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), juntamente com organismos mistos (Estados, Grupos
privados e Organizações não-governamentais), liberam-se financiamentos para
implementar projectos conservacionistas em vários países do mundo.

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Portanto, MOURA e HIRATA (2013:3), sustentam que os contextos históricos
marcantes da educação ambiental, em nível nacional e internacional, fundamentarão para a
consolidação de políticas de EA.

Para RAMOS (1996:8), diz que “a Educação Ambiental é um fenómeno característico


da segunda metade do século XX. Ela surgiu basicamente como uma das estratégias que o
homem põe em marcha para fazer frente aos problemas ambientais”.

Na mesma linha de pensamento AGUIAR, NETO, BRUNO & PROFICE (2017:114),


advogam que o século XX se caracterizou, dentre outros factores, pela ocorrência de
profundos impactos ao meio ambiente, em escala global, em consequência do estilo de
vida típico da sociedade industrial capitalista pautado na busca de uma realidade de
consumo sem limites e na exploração dos recursos naturais de forma desenfreada.

Pós-Segunda Guerra Mundial, quando começa a se encaminhar o


processo de globalização da economia capitalista pautado na ideia
do progresso (quando o desenvolvimento era confundido com o
crescimento económico), a degradação da natureza começa a
assumir uma escala alarmante, como reflexo da própria lógica do
sistema económico predominante, (ibidem).

No pós-guerra, os anos 50 e 60 marcaram o despertar da população mundial,


sobretudo nos países desenvolvidos, para os sinais da iminente crise ambiental. No
período de maior expansão económica da "era optimista" do crescimento industrial e do 7
desenvolvimento linear do progresso económico, sucessivas catástrofes ambientais
assustaram a sociedade de então. (ibidem)

Os fatos relacionados ao impacto das acções do homem sobre o meio ambiente


geraram ansiedade e reacção popular. Os efeitos negativos da euforia do "progresso
científico" passaram a ter grande influência sobre as discussões e manifestações populares.
Vozes contrárias à sociedade de consumo levantaram-se. Principalmente, entre a classe
média que começa a sentir a sua qualidade de vida ameaçada pelos problemas ambientais.

Nesse período a revolução na tecnologia, em seus diferentes


vieses, contribuiu de forma decisiva para a busca pela dominação
da natureza (exploração dos seus recursos) e para a promoção dos
impactos desse fato advindos. Originalmente os países detentores
das tecnologias de ponta (países centrais – designados à época de
países desenvolvidos ou primeiro mundo) atribuíam aos países
mais pobres, ou países periféricos (à época designados de países
subdesenvolvidos ou terceiro mundo)1 com sua superpopulação e
altos índices de pobreza a culpa de serem os grandes causadores
da degradação do meio ambiente e não a exploração que esses

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países ricos promoviam para manterem a racionalidade do sistema
e o seu poderio económico, (BRUNO et al, 2017:115).

Propunham, assim, para resolver o problema, controlar a explosão demográfica nos


países mais pobres por meio do controle da natalidade para controlar a disseminação da
pobreza e da sobre-exploração dos recursos naturais. No entanto, essa ideia se constituía
mais em um artifício para transferir a culpa para os países mais pobres, ao mesmo tempo
em que criavam artifícios para transferir a racionalidade econômica exploratória para esses
países e explorar os seus recursos e assim os dominar, do que propriamente um
mecanismo de resolver o problema. (idem, p.115)

Se por um lado o pós segunda guerra viu aprofundar, no cenário


internacional, os problemas ambientais; esse mesmo período viu
surgir, sobretudo nos países desenvolvidos (da Europa e nos
Estados Unidos da América), vários movimentos de contestação
do viés económico adoptado ou propondo reflexões e busca de
soluções alternativas para esses problemas, sobretudo porque era
um período de instabilidade política no cenário internacional, um
cenário de conflitos localizados e de ameaças de conflitos
nucleares, e de grande produção de lixo industrial e decadência
ecológica e social, (BRUNO et al, 2017:115).

Segundo BRUNO et al. (2017:115), defendem que “em 1962 a publicação do livro
Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, foi um grande alerta sobre a questão ambiental
que alcançou certa publicidade, e, em1965, a expressão Educação Ambiental
(Environmental Education) é utilizada na Conferência de Educação, realizada na
Universidade de Keele, na Grã-Bretanha”.

No ano de 1968, Garrett Hardin publica na revista Science o


artigo intitulado “A Tragédia dos Comuns” (The Tragedy of
the Commons), o qual alcançou ampla divulgação e
aceitação. Nesse artigo, Hardin (1968) desenvolve uma
teoria onde aponta que, se não forem adotados mecanismos
coercitivos de restrição na utilização de recursos de uso
comum, com o tempo gera-se uma tragédia dos comuns por
conta da sobre exploração desses recursos por parte de
alguns usuários ou de todos, e todos sofreriam os danos
(consequências) - e exemplifica por meio da experiência
hipotética de uma pastagem comunitária. (idem, p.116)
Por fim dos anos 60, um movimento voltado para estudar e analisar a problemática
ambiental, que obteve repercussão internacional, embora promovido em esfera industrial e
de institutos de pesquisa, foi os trabalhos desenvolvidos pelo denominado Clube de Roma.

Esse clube foi fundado em 1968 e seus membros eram ligados a


grandes indústrias, órgãos de consultoria (Italconsult), institutos de

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pesquisa (MIT – Massachusetts Institute of Technology),
universidades, dentre outros. Os trabalhos do Clube de Roma
começaram a ser desenvolvidos a partir de 1970, seus resultados
foram divulgados em 1972, por meio de um relatório intitulado
“Os limites do crescimento” (The Limits to Growth), e obtiveram
ampla circulação, (BRUNO et al, 2017:116).

Na mesma linha do pensamento, MCCORMICK (1992), defende que

Embora os primeiros registos da utilização do termo


“Educação Ambiental” datem de 1948, num encontro da
União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN)
em Paris, os rumos da Educação Ambiental começam a ser
realmente definidos a partir da Conferência de Estocolmo,
em 1972, onde se atribui a inserção da temática da Educação
Ambiental na agenda internacional.
Em 1975, lança-se em Belgrado (na então Iugoslávia) o Programa Internacional de
Educação Ambiental, no qual são definidos os princípios e orientações para o futuro.

Cinco anos após Estocolmo, em 1977, acontece em Tbilisi, na


Georgia (ex-União Soviética), a Conferência Intergovernamental
sobre Educação Ambiental, cuja organização ocorreu a partir de
uma parceria entre a Unesco e o então recente Programa de Meio
Ambiente da ONU (Pnuma). Foi deste encontro – firmado pelo
Brasil – que saíram as definições, os objectivos, os princípios e as
estratégias para a Educação Ambiental que até hoje são adoptados
em todo o mundo, (MCCORMICK, 1992).

Através do curso de elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos


sólidos começou a ser entendido como o sector público pode arrecadar mais e investir
mais no município.

Outro documento internacional de extrema importância é o


Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global (Anexo) elaborado pela sociedade civil
planetária em 1992 no Fórum Global, durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92)
, (MCCORMICK, 1992).

Esse documento estabelece princípios fundamentais da educação para sociedades


sustentáveis, destacando a necessidade de formação de um pensamento crítico, colectivo e
solidário, de interdisciplinaridade, de multiplicidade e diversidade. Estabelece ainda uma
relação entre as políticas públicas de EA e a sustentabilidade, apontando princípios e um
plano de acção para educadores ambientais.

Enfatiza os processos participativos voltados para a recuperação, conservação e


melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida.

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Pois, tratado tem bastante relevância por ter sido elaborado no âmbito da sociedade
civil e por reconhecer a Educação Ambiental como um processo político dinâmico, em
permanente construção, orientado por valores baseados na transformação social.

A Agenda 21, documento também concebido e aprovado pelos


governos durante a Rio 92, é um plano de acção para ser adoptado
global, nacional e localmente, por organizações do sistema das
Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas
em que a acção humana impacta o meio ambiente. Além do
documento em si, a Agenda 21 é um processo de planeamento
participativo que resulta na análise da situação actual de um país,
estado, município, região, sector e planeja o futuro de forma
socioambientalmente sustentável, (PELICIONE, 2011).

Em Tessaloniki, no ano de 1997, durante a Conferência Internacional sobre Meio


Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, os temas
colocados na Rio 92 são reforçados. Chama-se a atenção para a necessidade de se
articularem acções de EA baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade
cultural e diversidade, mobilização e participação, além de práticas interdisciplinares.
(ibidem)

Nas linhas citadas acima, leva-nos a compreender que foi reconhecido que,
passados cinco anos da Rio 92, o desenvolvimento da EA foi insuficiente. Como
consequência, configura-se a necessidade de uma mudança de currículo, de forma a
contemplar as premissas básicas que norteiam uma educação “em prol da sustentabilidade,
motivação ética, ênfase em acções cooperativas e novas concepções de enfoques
diversificados.

No âmbito internacional, a iniciativa das Nações Unidas de


implementar a Década da Educação para o Desenvolvimento
Sustentável (2005-2014), cuja instituição representa uma
conquista para a Educação Ambiental, ganha sinais de
reconhecimento de seu papel no enfrentamento da problemática
socioambiental, na medida em que reforça mundialmente a
sustentabilidade a partir da Educação. A Década da Educação para
o Desenvolvimento Sustentável potencializa as políticas, os
programas e as acções educacionais já existentes, além de
multiplicar as oportunidades inovadoras, (MCCORMICK, 1992).

Por seu turno, PELICIONE (2011), diz que “em 2000, a Educação Ambiental
integra, pela segunda vez, o Plano Plurianual (2000-2003), agora na dimensão de um
Programa, identificado como 0052, Educação Ambiental, e institucionalmente vinculado
ao Ministério do Meio Ambiente”.

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Esses eventos referenciados pelos autores acima supracitados, ora apresentando
avanços, ora recuos, demonstram as tentativas de se criar estratégias em diferentes escalas
geográficas da local à global com vistas à construção de uma sociedade mais equilibrada e
harmoniosa. No entanto, tais tentativas ainda se esbarram na perpetuação de sociedades
classistas e neoliberais, em que imperam os interesses de uma minoria.

3. Análise de dados

A proposta do artigo desejou uma adaptação baseada no campo recente da História por
entender que dessa forma pode-se desconstruir o paradigma de imunidade humana com os
factos naturais como explicitou José Augusto Drummond, um dos principais nomes da
História ambiental no Brasil.

A partir do século XX, após um processo de contestação de uma inadequação e


incompatibilidade na relação do estudo de História com a sociedade contemporânea,
observa-se uma nova concepção e um novo tratamento das fontes dos recursos do meio
ambiente. Este movimento de mudança, alguns estudiosos chamam de Revolução
Documental, mas este alargamento do conteúdo do termo documento foi apenas uma etapa
para a explosão do documento que se produz a partir dos anos 60 e que levou a uma
verdadeira revolução documental.

Portanto, é categórico afirmar que a degradação do meio ambiente sempre existiu


desde os tempos remotos, só que nessa época a degradação hora registada não
representava um grande impacto sobre os ecossistemas da natureza, contudo, problemas
ligados ao meio ambiente só começaram a ser identificados como sendo de grande
impacto a partir da segunda metade do século XVIII com a revolução industrial, e esses
problemas vieram a alastrando-se até os dias de hoje.

As primeiras manifestações organizadas em defesa do meio ambiente remontam a


meados do século XX no pós-II Guerra Mundial, quando o homem comum tomou
consciência de que poderia acabar definitivamente com o planeta e com todas as espécies,
inclusive a própria.

Após a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki, iniciaram-se na Europa


manifestações pacifistas contra o uso da energia nuclear em função das consequências
desastrosas para a humanidade e o meio ambiente.

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Foi pensando nessa vertente que em 1972 surge a primeira conferência sobre o meio
ambiente humano, realizado pela ONU, em Estocolmo na Suécia que teve como objectivo
a necessidade de aliar o homem a uma educação voltada a problemas ambientais.

E com essa educação procurar mecanismos de resolver ou mitigar os tais problemas,


visto que o homem sentia-se como ser superior da natureza em relação a outros seres,
pensando que não fazia parte da natureza.

E em 1975 em Belgrado, a UNESCO promove mais uma conferência sobre Educação


Ambiental, onde foram formulados os princípios e orientações para um programa de
educação de educação ambiental, segundo o qual, a Educação ambiental devia ser
contínuo interdisciplinar e integrante.

Em 1977, ocorreu a primeira conferência sobre a educação ambiental, em Tbilisi,


Geórgia considerada o mais importante evento para a evolução da educação ambiental no
mundo, foi nesta conferência onde foram definidos os objectivos, características,
recomendações e estratégias pertinentes ao plano da implementação da E A no âmbito
nacional e internacional.

Nesta conferência foi recomendado que a prática da E A deve ser visto numa visão
sistémica.

PELICIONE (2011) e MCCORMICK (1992), dentre outros autores, ressaltam que por
meio do livro Primavera Silenciosa, introduziu o debate público acerca dos impactos
ambientais resultantes da actividade humana, destacando como a contaminação advinda da
utilização de vários tipos de substâncias tóxicas coloca em risco a existência de todos os
seres vivos, dentre eles os próprios homens. PELICIONI (2011), foi utilizado, pela
primeira vez, o conceito de Educação Ambiental; conceito esse que surgiu como uma
resposta da sociedade civil às constantes ameaças ambientais provocadas pela acção
humana predatória.

O ano de 1972 foi fundamental para o desenvolvimento do movimento ambientalista


mundial, pois dois eventos realizados naquele ano alteraram profundamente as discussões
a respeito dos impactos ambientais ocasionados pela acção humana.

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4. Considerações finais

Em três grandes linhas que coincidem com as da História Ambiental: Reconstruir os


ambientes naturais do passado; Estudar as estruturas e conjunturas económicas e seus
impactos no meio ambiente; e finalmente, analisar ideias, percepções e valores sobre o
Mundo Natural.

Pois, vimos a partir das décadas de 60 e 70, as questões do meio ambiente ganhar as
agendas políticas e se tornar temática de discussões internacionais, a exemplo da ECO 92
ou Rio 92. Pois os movimentos ambientalistas e as crises ambientais, passam a ser um
desafio as ciências sociais, contudo verificamos que os homens, capacitados a construir
civilizações também foram influenciados pelos factores naturais. Portanto a História
Ambiental passa a ter uma importância grande na compreensão da questão ambiental
actual e diante das novas visões económicas e políticas sobre o Desenvolvimento
Sustentável assim como a área de Responsabilidade Social características do mundo de
hoje.

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Referências bibliográficas

AGUIAR, P. C. B.; NETO, R.F. C.; BRUNO, N. L. & PROFICE, C. C. Da Teoria à


Prática Em Educação Ambiental. R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 6, n. 2,
p.111 -132, jul./set. 2017.

MCCORMICK, John. Rumo ao paraíso: a história do movimento ambientalista. Rio de


Janeiro: Relume-Dumará, 1992.

MOURA, J. D. P. & HIRATA, Carlos Alberto. A educação ambiental em debate. Revista


electrónica pro-docência/uel. Edição nº. 5, vol. 1, jul-dez. 2013. ISSN 2318-0013 -
disponível em: http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope. Acessado em: 01 de
Março de 2021.
PELICIONE, Andréa Focesi. Movimento Ambientalista e Educação Ambiental. In:
PHILIPPI, Arlindo (Org.). Educação Ambiental e Sustentabilidade. São Paulo:
Editora Manole Ltda, 2011.

RAMOS, Elisabeth Christmann. Educação ambiental: evolução histórica, Implicações


teóricas e sociais. Uma avaliação crítica. Dissertação aprovada como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-graduação em Educação,
na área de concentração de Educação e Trabalho, da Universidade Federal do
Paraná. 1996.

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