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RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de apresentar aos profissionais na área ambiental que
desejam ter uma mínima referência na elaboração de um parecer técnico ou de um
laudo pericial judicial ambiental. Visa pontuar as principais e essenciais
características de um parecer técnico ou de laudo pericial ambiental que deve ser
encaminhado ao juiz requerente pois há muitos peritos e assistentes técnicos que
ainda carecem de formatação e clareza de dados em seus respectivos laudos e
pareceres técnicos, sendo esta área ainda carente de informações e de profissionais
qualificados. O texto foi estruturado de modo a apresentar uma breve explicação dos
termos do meio ambiente e seu histórico, bem como, características essenciais de
laudos periciais e seu desenvolvimento. Foram realizados estudos de diferentes
laudos de profissionais com grande experiência na área judicial e de informações
sobre o que os juízes prezam em laudos de acordo com a bibliografia encontrada na
área judicial.
1 INTRODUÇÃO
1
Aluna pós-graduanda em Perícias e Auditorias Ambientais pela Univirtus de Curitiba no Paraná.
Graduada em Engenharia Elétrica pela Universidade de Santa Cecília dos Bandeirantes de Santos
em São Paulo. Pós-Graduanda em Engenharia Legal pela mesma instituição e graduanda no MBA de
Gestão em Projetos pela UnYleYa de Brasília, DF.
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Professora Orientadora formada em Química pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em
Química Orgânica pela mesma instituição.
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2 PERÍCIAS AMBIENTAIS
2.2 AMBIENTE
fim, sem se tornar extensa em demasia nem prolixa. É sabido que laudos extensos
correm o risco de não serem lidos.
O perito não deve se preocupar em apresentar um texto linguisticamente
impecável, objetivando quase a construção de uma narrativa literária. Se tentar fazê-
lo, é possível que lhe tome tempo de trabalho em excesso, o qual não foi previsto
nos honorários; além do mais, aumenta a probabilidade de insucesso quanto à
clareza do que foi escrito, podendo até obter, como resultado, um texto rebuscado
demais para o fácil entendimento do trabalho. Apropriada à escrita do laudo,
traduzindo de modo claro o conteúdo e utilizando-se de critérios legítimos para
expressar com consistência suas opiniões.
Laudos em que o perito se estende em exposições demasiadamente
científicas, saltando de técnica para técnica, sem que seja feito o relato do objeto
que envolve a perícia, começam a ser lidos pelos leigos, advogados e juízes, folha
após folha, sem que entendam o que está sendo dito. Inevitavelmente, lá adiante,
desistirão da leitura. Desse modo, recomenda-se atenção ao perito no sentido de
que tenha cuidado ao expor toda sua compreensão relativa ao assunto, de forma
simples, clara e bem fundamentada, no corpo do laudo.
Chama-se corpo do laudo o texto em que está escrito tudo o que não esteja
contido nos dados da folha de rosto, somado à transcrição ordenada dos quesitos e
suas respectivas respostas, assim como os anexos. Desse modo, no corpo do laudo
está o conteúdo de tudo aquilo que o perito encontrou sobre a perícia e entendeu
ser necessário fazer menção, acompanhado da conclusão a que chegou, citando e
explicando os fundamentos técnicos e científicos utilizados – na verdade, trata-se da
história contada pelo perito, abarcada e definida pelo termo laudo.
Quando for necessário, o perito fundamentar a sua tese, utilizando-se de
textos crivados de muita técnica, ele procurará colocar o escrito enfadonho como um
dos anexos, citando no corpo do laudo a sua localização entre os demais. A citação
da localização do anexo obriga-se a estar exatamente junto ao texto que discorre do
assunto em questão.
O laudo é uma prova no interior do processo, como são as afirmações das
testemunhas e documentos juntados aos autos. Um laudo prolixo, alargado em
apresentações, oferece razão de não ser utilizado no processo e, assim, deixar de
funcionar como prova.
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Desde a instituição dos diplomas legais e com o advento da Lei dos Crimes
Ambientais (Lei nº 9.605/98), os tribunais dão conta de inúmeros processos movidos
pela coletividade, pelo Ministério Público, pelo Estado ou pelo particular no exercício
da proteção aos direitos individuais e coletivos na esfera do meio ambiente. O dano
ou a ameaça ao meio ambiente é o objeto principal destas lides. Nas ações judiciais
sobre o meio ambiente que se destaca a Perícia Ambiental. Prevista no Código de
Processo Civil (artigos 420 a 439 da Seção VII, Cap. VI – Das Provas), a prova
pericial é solicitada sempre que, na averiguação da verdade dos fatos, faz-se
necessária a atuação de profissionais com conhecimentos técnico-científicos
especializados. Na área ambiental as informações e documentos não bastam para
elucidar a lide, muitas vezes a averiguação da existência do fato danoso e dos
efeitos prejudiciais depende de prova eminentemente técnica que somente pode ser
produzida por profissionais especializados na área, é neste momento que se faz
necessário a perícia ambiental. A atividade pericial em meio ambiente é regida pelo
Código de Processo Civil, bem como as demais modalidades de perícias. E, em
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razão da especificidade das questões ambientais, esta atividade deve ser amparada
na Legislação Ambiental vigente no âmbito Federal, Estadual e Municipal.
O laudo de um perito deve ser objetivo, completo e conciso, restringindo-se
ao assunto da perícia, sem divagações, como já mencionado anteriormente. O laudo
pericial é o documento que apresenta os resultados da perícia ambiental. Não existe
um formato padrão para este tipo de documento, mas é recomendado por peritos
experientes, juízes e advogados que contenha, no mínimo, as seguintes
informações:
Identificação do processo e solicitante da perícia;
Identificação das partes envolvidas;
Descrição do objeto da perícia;
Apresentação da equipe de trabalho (perito e assistente técnico);
Relação dos documentos e informações utilizados (fornecidos, leis e normas);
Metodologia de trabalho adotada;
Descrição do local da perícia;
Data, hora e período de tempo das diligências;
Descrição dos dados e informações disponíveis para fundamentar a análise e
as respostas dos quesitos da perícia em execução e as conclusões.
Resultados e discussões
Conclusões
Identificação do perito ou assistente técnico, registro profissional, registro
geral, assinatura do profissional, data. Considerando que a perícia ambiental
está, geralmente, relacionada com impactos e danos causados ao meio
ambiente, não se pode deixar de considerar no trabalho a análise dos fatores
abióticos (clima, atmosfera, hidrologia, geologia, etc.), fatores bióticos (micro-
organismos, flora e fauna) e dos fatores socioeconômicos (cultura, religião,
nível social, raça, etc.). De um modo geral, o Perito Ambiental atua mais nos
fatores abióticos e bióticos, entretanto, em alguns casos, os fatores
socioeconômicos podem desempenhar papel preponderante.
2.5.1.2 SUMÁRIO
2.5.1.4 OBJETIVO
2.5.1.5 DA VISTORIA
Uso atual da água: Constatar o uso da água, bem como obras de engenharia
(canal, dique, barragem, drenagem). Verificar se ocorrem fontes poluidoras.
Avaliação da situação ecológica atual: Realizar o levantamento das ações
antrópicas anteriores e atuais, bem como relatar a situação da vegetação e
fauna nativas. Com os dados obtidos inferir sobre a estabilidade ecológica
dos ecossistemas da área.
Avaliação socioeconômica: Analisar a situação socioeconômica da área,
através de uma metodologia compatível com a realidade regional.
Impactos ecológicos: Listar e analisar os impactos ecológicos, levando em
consideração a saúde pública e a estabilidade dos ecossistemas
naturais, principalmente, aquelas localizadas em áreas protegidas por lei.
Impactos socioeconômicos: Avaliar os impactos socioeconômicos da área,
levando em consideração os aspectos médicos e sanitários.
2.5.1.7 METODOLOGIA
2.5.1.10 CONCLUSÃO
Ela deve ser elaborada de forma sucinta, mas sempre que possível,
conclusiva, abrangendo os aspectos ambientais anteriormente discutidos e os
resultados obtidos de uma maneira clara e direta.
2.5.1.11 QUESITOS
2.5.1.12 ENCERRAMENTO
2.5.1.13 ANEXOS
Anexar tabelas, leis ou outro documento de valor que achar pertinente para
uma informação complementar ao que foi dito.
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
JULIANO, Rui, Apostila Curso Perícias Judiciais, Rio Grande do Sul, 2014.