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RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade fundamentará os Conceitos para Elaboração do Laudo Pericial.


Especificamente, foram enfocados: a) os Conceitos de Meio Ambiente e
Ecossistemas que estão Presentes no Meio b) as Características da Perícia
Ambiental c) Técnicas e Métodos para a Avaliação de Impacto Ambiental. O objetivo
desta abordagem é de orientar o leitor às características que englobam a perícia
ambiental e os critérios de análises para a elaboração do laudo de perícia. Os
quesitos legais que contemplam as Políticas Públicas Ambientais visam Assegurar
um Meio Ambiente de Qualidade para a Vida, portanto a perícia ambiental
desenvolve o papel de identificar os danos causados pelo empreendimento em uma
ação civil. O Laudo Pericial fundamenta as evidências constatadas pelo perito e
serve como prova jurídica, a fim de responsabilizar o empreendimento pelos atos
que causaram danos ao meio ambiente. As Provas Periciais são fundamentadas em
metodologias específicas, garantindo que a perícia apresente a real caracterização
do meio ambiente, e assim, de forma justa, possibilite a conclusão do laudo pericial.

Palavras-chave: Impacto Ambiental, Meio Ambiente, Avaliação de Danos e Prova


Pericial.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4


CAPÍTULO 1 – ECOLOGIA E O DIREITO AMBIENTAL ........................................... 5
1.1 Conceitos de Ecologia.................................................................................... 5
1.1.1 Ambiente Biológico......................................................................................... 6
1.1.2 Ambiente Físico ............................................................................................. 8
1.1.3 Recursos Ambientais ................................................................................... 12
1.2 Direito Ambiental .......................................................................................... 13
1.2.1 Legislações e Normas Ambientais Vigentes ................................................ 15
CAPÍTULO 2 – CARACTERÍSTICAS DA PERÍCIA AMBIENTAL ........................... 19
2.1 Princípios e Processos da Perícia Ambiental ............................................... 19
2.1.1 Perícia Judicial ............................................................................................. 19
2.1.2 Perito e Assistente Técnico .......................................................................... 21
2.2 A Perícia Ambiental ...................................................................................... 23
2.2.1 Quesitos da Perícia Ambiental ..................................................................... 26
2.2.2 Prova da Perícia Ambiental .......................................................................... 27
2.2.3 Laudo Pericial .............................................................................................. 28
CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............ 32
3.1 Avaliação de Impactos Ambientais .............................................................. 32
3.1.1 Definições e Caracterização da AIA como Instrumento da Sustentabilidade ...
..................................................................................................................... 34
3.2 Métodos de AIA ............................................................................................ 36
3.2.1 Check List .................................................................................................... 37
3.2.2 Matrizes de Interação ................................................................................... 38
3.2.3 Diagramas de Sistemas ............................................................................... 40
3.2.4 Métodos cartográficos .................................................................................. 40
3.2.5 Redes de Interação ...................................................................................... 41
3.2.6 Métodos Ad Hoc ........................................................................................... 41
3.2.7 Método de Battelle ....................................................................................... 42
3.2.8 Análise Multicritério ...................................................................................... 43
3.2.9 Folha de Balanço ......................................................................................... 45

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3.2.10 Matriz de Realização de Objetivos ............................................................ 45
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 46

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

Para compreender as interações que ocorrem no meio ambiente, a Ecologia é


a ciência que estuda as características dos ecossistemas que o envolve. As
atividades humanas que interferem no equilíbrio ambiental e assim na qualidade de
vida da população, necessitam muitas vezes, da intervenção do Estado para lidar
com o conflito de interesses.
As Políticas Públicas criadas pelo Estado estabelecem limites para que tanto o
Estado, quanto o empreendimento e o indivíduo convivam em harmonia com a
natureza. Para tanto, a Perícia Ambiental é um meio que o poder judiciário utiliza
para conduzir o ato processual, e solucionar o conflito de interesses entre as partes.
Cabe ao juiz requerer a perícia ambiental, quando o conhecimento jurídico é
insuficiente para responder os quesitos que envolvem as questões ambientais.
Esta unidade abordará os conceitos de Ecologia e Metodologias utilizadas na
avaliação de impactos ambientais, a fim de fundamentar as Ações Públicas, movidas
pelo Ministério Público ou demais interessadas, na condução da perícia ambiental.
A Questão Ambiental abordada pelo poder judiciário, deve ser analisada e
averiguada por profissionais competentes, profissionais estes denominados peritos.
O Perito deve deter amplo conhecimento dos requisitos legais elaborados pela
política pública brasileira, e estão sujeitos às diretrizes dispostas no Código de
Processo Civil.
Desta forma, a Perícia Ambiental tem por finalidade averiguar as declarações
das partes em relação aos danos ambientais causados na área de conflito, e desta
forma, fornecer parâmetros técnicos e específicos, através do laudo pericial, de
forma a auxiliar a decisão do juiz ao final do processo.
Uma vez que a Política Nacional do Meio Ambiente não estabelece quais as
metodologias que o profissional da área ambiental deve utilizar ao avaliar os
impactos ambientais, esta unidade apresenta as principais metodologias e mais
utilizadas no meio técnico científico.

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CAPÍTULO 1 – ECOLOGIA E O DIREITO AMBIENTAL

1.1 Conceitos de Ecologia

Ecologia é a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e


suas interações com o meio ambiente. É uma ciência multidisciplinar, ou seja,
envolve a biologia vegetal, animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento,
meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química,
matemática e eletrônica. O ecossistema é o conceito que engloba todas as ciências
contidas na ecologia (CASSINI, 2005).
As principais áreas de estudo são:
• Ecologia Vegetal – relações das plantas entre si e com o meio ambiente;
• Ecologia Animal – envolve a dinâmica dos animais com o meio ambiente;
• Sinecologia – estuda o ciclo de nutrientes, reservas energéticas, e o
desenvolvimento do ecossistema;
• Autoecologia – estudo da interação entre o organismo e seu meio
ambiente, e adaptabilidade genética da população em meio às condições
locais;
• Ecologia Populacional – crescimento populacional, mortalidade,
natalidade, competição;
• Ecologia Humana – relações entre os seres humanos e as demais
espécies que compõem o meio ambiente.

FICA A DICA
A Sinecologia é subdividida em Ecologia Terrestre e Ecologia Aquática. A primeira
abrange ecossistemas como microclimas, química dos solos, fauna terrestre, ciclos
hidrológicos, ecogenética e produtividade. Já a segunda, é também conhecida como
limnologia, que estuda a vida nos corpos d’água.

A sobrevivência em sociedade depende do conhecimento dos indivíduos para


com o meio ambiente. A figura 1.1 demonstra os níveis de organização dos seres
vivos.

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Figura 1.1 – A organização dos seres vivos

Fonte – KASKANTZIS NETO, 2005.

Desta forma, todos os seres vivos estão inter-relacionados a partir do


ecossistema que habitam. O Ecossistema é formado por um meio físico: solo, água,
ar e os seres vivos, que convivem em equilíbrio. Seu sistema é equilibrado de tal
forma que quando consome algum recurso, ele providência o mesmo, de outras
maneiras. Qualquer mudança em seu fluxo natural ocasiona seu desequilíbrio, e
resulta em uma resposta instantânea do sistema (KASKANTZIS NETO, 2005).
Levando em consideração que a perícia ambiental determina as alterações que
ocorrem no meio físico, biológico e antrópico, é importante que o perito conheça as
características destes meios.

IMPORTANTE
O Princípio da Propriedade Emergente é um conceito relevante ao estudarmos os
impactos causados no meio ambiente. Este princípio define que as propriedades
emergentes individuais podem não produzir impactos, porém de forma associada,
resultantes da interação entre todos os componentes, produzem impactos
significativos ou relevantes.

1.1.1 Ambiente Biológico


O meio biológico consiste no conjunto de plantas e animais e suas inter-
relações envolvendo troca de matéria e energia. É preciso compreender o meio
biológico e as complexas relações entre si e com os demais meios. No meio
biológico, algumas espécies podem indicar a qualidade ambiental, já outras tem
valor científico e econômico, ou podem ser consideradas raras ou ameaçadas de
extinção, e assim, necessitam de proteção (NAIME, 2014).
Os seres vivos que compõem o ecossistema vivem em um local específico seu
habitat natural desemprenhando funções específicas nicho ecológico. Todos os
seres vivos sofrem influências de diversos fatores do meio ambiente, como:

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1) Fatores Abióticos – compostos físicos e químicos de um ambiente, capazes


de influenciar os seres vivos presentes no ecossistema.
• Luz: influencia o comportamento, a distribuição, e morfologia dos seres
vivos.
• Temperatura: fator limitante de sobrevivência dos seres vivos, pois a
temperatura afeta as reações químicas de cada um. De forma genérica,
eles só se desenvolvem na faixa entre 0ºC e 50ºC, que corresponde a
tolerância das atividades metabólicas.
• Ação da água: a temperatura, movimento, ar, PH influenciam nas
características da água. A movimentação da água permite o
deslocamento, provoca queda de temperatura e aumento da quantidade
de oxigênio dissolvido. Já a turbidez, reduz a intensidade luminosa;
• Oxigênio e outros gases: utilizados para a respiração e fotossíntese.
• Umidade: afeta a taxa de transpiração dos seres vivos, sendo que de
forma geral, a umidade é menor durante o dia e maior durante a noite.
• Alimentos: a disponibilidade de alimentos de qualidade disponíveis no
ecossistema afeta a produtividade, a longevidade, o desenvolvimento e a
mortalidade dos seres vivos.
• Clima: inclui os padrões de chuva, temperatura e vento que afetam o
ecossistema.
• Solo: o húmus, lixiviação, erosão e laterização, são fatores do solo. Estas
características estão relacionadas à presença da água, granulometria,
porosidade, ar, pH e salinidade.
2) Fatores Bióticos – resultado da interação entre os seres vivos de um
determinado ecossistema.
• Produtores: responsáveis pela oxigenação do meio ambiente.
• Consumidores: alimentam-se de outros seres vivos.
• Decompositores: alimentam-se do resto de outros seres vivos.

SAIBA MAIS

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Para conhecer mais sobre os fatores que influenciam o meio ambiente, acesse o link
abaixo, que simplifica o entendimento aos conceitos de ecologia, ecossistemas,
níveis tróficos, fatores bióticos e abióticos, elaborado pelo Me Salva! ECO13.
https://www.youtube.com/watch?v=k4A0HXt1NhI

1.1.2 Ambiente Físico


O meio físico é constituído pela: Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera. Os danos
gerados neste meio impactam a qualidade de vida dos seres que os habitam.
Litosfera:
Este meio é composto pelas rochas, que podem ser classificadas em três tipos:
rochas ígneas ou magmáticas, sedimentares, e metamórficas. O intemperismo
causado sobre estas rochas formam várias camadas, sendo a mais superficial
denominada de solo. O solo pode ser composto por (KASKANTZIS NETO, 2005):
• Areia – rocha sedimentar formada a partir do quartzo e outros minerais. A
principal característica da areia é seu alto grau de permeabilidade,
permitindo que a água passe facilmente por seus grãos;
• Argila: também é uma rocha sedimentar, porém ao contrário da areia, seu
grau de permeabilidade é baixo, dificultando a passagem da água;
• Húmus: composto pela decomposição de animais e vegetais;
• Calcário: formado por rocha sedimentar, geralmente o carbonato de
cálcio.

FICA A DICA
O berço da vida dos oceanos é o local onde há intensa vida orgânica. Geralmente
são características de locais úmidos como na desembocadura de rios para o mar,
em que o solo fica sob a água durante a maré alta, e exposta durante a maré baixa.

A Geologia do Solo estuda a composição das rochas que o formam, analisando


a infiltração subterrânea fluxo de água e demais compostos e sua configuração.
Segundo Sousa (2018), o limite entra a zona de saturação e a zona de aeração
do solo, onde há o acumulo de água da chuva infiltrada, é denominado lençol
freático. A contaminação da água freática e do subsolo é um risco à saúde humana,

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e tratar estes sistemas demandam centenas de anos e disponibilidades de recursos


financeiros (KASKANTZIS NETO, 2005). Suas principais fontes de contaminação
são de origem antrópica.
a) Percolação local de substâncias concentradas advindas de lixões, aterro
sanitário, industrialização, acidentes.
b) Infiltração em forma de linhas, por efluentes de tubulações danificadas,
água de chuva das estradas.
c) Infiltração difusa, a partir das utilizações excessivas de agrotóxicos,
herbicidas e pesticidas.
d) Infiltração proveniente de lagos e lagoas de concentração.
Hidrosfera:
Este meio é composto pelos mares, lagos e rios, porém apenas uma pequena
parcela de toda a água existente no mundo, é potável. Mesmo que a disposição de
água potável seja pequena, a problemática que envolve este assunto não está
relacionada à sua quantidade, e sim em como fornecer água e saneamento
adequado para todos os seres vivos, a partir do cenário de crescimento populacional
e desenvolvimento econômico intensivo.
Segundo Kaskantzis Neto (2005), a água é caracterizada por duas dimensões:
química e biológica. A primeira dimensão refere-se à composição da água, que em
seu estado puro é composta apenas por moléculas de oxigênio e hidrogênio. A
segunda dimensão adiciona à primeira, a presença de organismos vivos, como
fitoplâncton, zooplâncton, células, insetos, entre outro.

IMPORTANTE
O estado puro da água nunca é obtido diretamente pela natureza, que agrega desde
diversos gases – dióxido de carbono e nitrogênio – substancias sólidas – detritos
orgânicos, solo – sais – nitrato, cloreto e carbono – , até íons que conferem caráter
alcalino ou ácido à ela. Por isto, para uso humano, é imprescindível o tratamento da
água.

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Os níveis de qualidade da água e suas características dependem do uso ao


qual ela será destina. De forma resumida, a Agência Nacional Águas (ANA) divide
os usos da água em cinco grandes categorias: abastecimento, fins industriais,
geração de energia, irrigação, e outros usos.
1) Abastecimento: outorga para o abastecimento humano e urbano.
2) Indústria: outorga para uso em atividades econômicas.
3) Hidroelétricas: outorga para a geração de energia elétrica.
4) Irrigação: outorga para supri-la a deficiência total ou parcial da água na
agricultura.
5) Outros usos: outorga para qualquer atividade humana que altere as
condições naturais da água, podendo ser uso consuntivo ou não
consuntivo. Inclui, também, atividades de lazer e recreação.

SAIBA MAIS
A Agência Nacional Águas (ANA) realiza estudos e emite normas, com o objetivo de
assegurar o acesso a todos os recursos hídricos. Em seu site, ela fornece atlas
interativo para todos os tipos de usos.
Acesse o link para mais informações: http://www3.ana.gov.br/

Atmosfera:
Este meio é composto por todos os gases que existem na Terra. O ar além de
ser essencial para a respiração de muitos seres vivos, ele também é o habitat de
várias espécies.
Os gases que compõe a atmosfera, principalmente, são: nitrogênio (78%),
oxigênio (21%) e argônio (0,9%), e por gases menores, entre eles o vapor de água e
o dióxido de enxofre, que totalizam apenas 0,1% do volume total. Ademais, há a
presença de microrganismos e materiais particulados.
A emissão de gases na atmosfera sempre existiu. Os fenômenos naturais
como erupções vulcânicas, a decomposição anaeróbica de matérias orgânicas, e
descargas elétricas de raios contribuem para a poluição da atmosfera. Entretanto, o
desenvolvimento industrial e o crescimento populacional induzem o aumento desta
poluição.

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A Resolução CONAMA 03 de 1990 define em seu artigo 1 que poluição


atmosférica ocorre quando as concentrações de substâncias emitidas no ar,
ultrapassam os limites aceitáveis, de forma a afetar a saúde, a segurança e o bem
estar da população, bem como gerar danos à fauna e à flora, e todos os
componentes do ecossistema.
Os principais poluentes atmosféricos são o monóxido de carbono (CO), gás
carbônico (CO2), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), material
particulado (MP), hidrocarbonetos (HC), sulfeto de hidrogênio (H2S), ozônio (O3),
dioxinas e furanos, entre outros. Sabe-se ainda que esses poluentes possam ter
maior ou menor impacto sobre a qualidade do ar, de acordo com sua concentração
na atmosfera e condições meteorológicas locais.

Figura 1.2 – Poluição do ar

Fonte – Arionauro Cartuns.

Um dos principais meios atenua a poluição atmosférica é a partir da geração de


energia. As fontes geradoras de energia são diversas, podendo ser de origem
natural quando a natureza é quem produz energia ou artificial quando as atividades
humanas é quem produz.
A principal causa dos problemas ambientais relacionados ao uso da energia
artificial, ou seja, energia voltada para alimentação, moradia e comércio, indústria e
agricultura, e transporte, é o emprego de combustíveis fósseis como o carvão,
petróleo, gás, ou mesmo a lenha., o uso da hidroeletricidade e a energia nuclear.

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1.1.3 Recursos Ambientais


O homem recorre aos recursos disponíveis na natureza para satisfazer suas
necessidades. Os recursos ambientais podem ser componentes do meio ambiente
associado a fins energéticos ou qualquer elemento retirado da natureza para
preencher as necessidades humana. (ART, 1998).
Os recursos ambientais podem ser renováveis ou não renováveis. Os recursos
renováveis são aqueles que após seu uso, voltam a estar disponíveis no meio
ambiente. Já os nãos renováveis, são os que não podem ser produzidos após seu
consumo, embora, em longo prazo, possam ser substituídos por outros.
• Recursos Não Renováveis:
As principais fontes de energia utilizadas pelas atividades humanas, e que não
são renováveis são: o petróleo, gás natural, carvão mineral e energia nuclear.
(Tabela 1.1).

Tabela 1.1 – Fonte de Energia Não Renováveis


Fonte Obtenção Usos
Esgotável

A partir de reações químicas de Energia elétrica; matéria-prima


Petróleo fósseis, depositados no fundo do da gasolina, diesel, plástico,
mar e no continente ceras, tintas, gás e asfalto

Reatores nucleares produzem


Energia elétrica; fabricação de
Nuclear energia térmica por fissão de
bombas nucleares
átomos de urânio
Resulta das transformações
Carvão químicas de grandes florestas Energia elétrica; aquecimento;
Mineral soterradas (minas em bacias matéria-prima de fertilizantes
sedimentares)
Aquecimento; combustível
A pressão nas reservas
para geração de eletricidade,
impulsiona o gás para a
Gás Natural caldeiras e fornos; matéria
superfície, onde é coletado em
prima de derivados de
tubulações.
petróleo.

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• Recursos Renováveis:
As principais fontes de energia utilizadas pelas atividades humanas, e que são
renováveis, são: hidrelétrica, energia eólica, energia solar e biomassa.

Tabela 1.2 – Fontes de Energia Renováveis


Fonte Obtenção Usos
Renovável
Energia liberada pela queda de
Hidrelétrica água represada move a turbina Energia elétrica.
que aciona um gerador elétrico.
Movimento do vento em hélices
Energia elétrica; movimentação
Eólica gigantes ligadas a uma turbina e
de máquinas e motores.
aciona o gerador elétrico
Lâminas com semicondutor ficam
sob o sol. A luz excita os elétrons
Solar Energia elétrica; aquecimento
do silício, que geram uma corrente
elétrica
Matéria decomposta em caldeiras
ou biodigestores, gerando gás e Aquecimento; energia elétrica e
Biomassa
vapor, que aciona a turbina e move de biogás (metano).
o gerador elétrico

1.2 Direito Ambiental

As políticas ambientais brasileiras são caracterizadas pelo direito difuso, que se


preocupa com questões da coletividade. Portanto, todas as legislações ambientais
visam a equidade social, a fim de resguardar os recursos ambientais.

IMPORTANTE
Na área ambiental, a legislação mais importante é a Lei Federal n.º 6938/81 que cria
a PNMA. Ela é regulamentada pelo Decreto Federal n.º 99274/90.
A PNMA estabelece a estruturação do SISNAMA e cria os instrumentos de proteção
ambiental: licenciamento ambiental, EIA/RIMA, Zoneamento.

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O Direito Ambiental é conceituado como o conjunto de princípios e


normatizações sistemáticas que regulam as atividades humanas e protegem o meio
ambiente. Os princípios fundamentais da legislação ambiental são:
a) Princípio da Prevenção ou Precaução – considera que a prevenção dos
aspectos ambientais é o principal objetivo das legislações ambientais.
b) Princípio da Cooperação – colaboração, tanto do Estado quanto da
população em geral, para a implementação das leis ambientais.
c) Princípio da Publicidade e da Participação Popular – todas as questões
ambientais devem ser divulgadas com a maior transparência possível,
fomentar a participação da população em projetos e problemas.
d) Princípio do Poluidor Pagador – na teoria, este princípio atribui à
responsabilidade do dano ambiental para aquele que o causou.
e) Princípio In Dúbio Pro Natura – o interesse coletivo deve sobressair ao
interesse individual.
A legislação ambiental se apoia na Constituição Federal de 1988, que em seu
artigo 225, estabelece diretrizes para assegurar a efetividade de que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os
presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

A constituição federal também determina as competências legais dos Órgãos


Governamentais:
1) União – competência legislativa primitiva e concorrente.
• Ministério do Meio Ambiente (MMA);
• SISNAMA;
• CONAMA;
• IBAMA;
2) Estados – competência legislativa concorrente.
• Conselho Estadual de Meio Ambiente;
• Secretaria Estadual de Meio Ambiente;
• Órgãos ambientais (CETESB, FEMA…).
3) Municípios – competência legislativa suplementar.
• Conselho Municipal de meio Ambiente;

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• Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

1.2.1 Legislações e Normas Ambientais Vigentes


As principais legislações e normas ambientais brasileiras são decorrentes da
PNMA e estão sintetizadas abaixo.
Flora:
Define as diretrizes em relação à exploração de florestas, princípios e
fundamentos para o manejo florestal de maneira sustentável.
• Código Florestal – Lei n.º 12651/12: Dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa; altera as Leis n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393,
de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006;
revoga as Leis n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de
abril de 1989, e a Medida Provisória n.º2.166-67, de 24 de agosto de
2001; e dá outras providências.
Fauna:
Estabelece que os animais são patrimônio da união, proíbe a caça profissional
e o comércio de animais silvestres e ameaçados de extinção.
• Proteção à Fauna – Lei n.º 5197/67: Dispõe sobre a proteção à fauna e dá
outras providências.
Ação Civil Pública:
Atribui o poder de ação do Ministério Público ou entidade civis contra aqueles
que causarem quaisquer danos ao meio ambiente.
• Lei n.º 7347/85: Disciplina a Ação Civil Pública de responsabilidade por
danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras
providências.
Art. 3: A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer recuperação ambiental.
Art. 4: Ação cautelar Evitar e prevenir os danos ambientais bem como aos
demais interesses difusos ou coletivos.
Art. 6: Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil e, indicando-lhe os elementos de convicção.
Parágrafo 1º, art. 8º: O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou
particular, certidões, informações, exames, perícias, no prazo que assinalar,
o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.

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Art. 10: Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
anos, mais multa de ..., a recusa, o retardamento ou a omissão de dados
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados
pelo Ministério Público.
Art. 13: Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano
causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por
Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério
Público e representante da comunidade, sendo seus recursos destinados à
reconstituição dos bens lesados.
Art. 18: Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,
nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em
honorários de advogado, custas e despesas processuais.

Regras Sobre a Biodiversidade:


Tratam da Biossegurança, regras e técnicas para a manipulação genética e
liberação destes organismos no meio ambiente, e também de assuntos relacionados
às sementes transgênicas.
• Lei n.º 11105/2005: estabelece normas de segurança e mecanismos de
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o
transporte, a transferência, a importação, a exportação, o
armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação
no meio ambiente e o descarte de ORGANISMOS GENETICAMENTE
MODIFICADOS (OGM) e seus derivados, tendo como diretrizes o
estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a
proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do
princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
Lei de Patentes:
Relacionada à propriedade intelectual, ou popularmente conhecida como lei de
patentes. É aplicada aos produtos e aos processos de produção. Proíbe o
patenteamento dos elementos que constituem o meio ambiente, tendo como
exceção apenas as sementes transgênicas.
• Lei n.º 9279/96: regulam direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial.
Crimes Ambientais:
A responsabilidade ambiental contempla três esferas: Administrativa, Civil e
Penal. O Governo aplica as sanções penais mediante iniciativa própria ou por
denúncia da sociedade.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
17

• Lei n.º 9605/98: dispõe sobre as sanções penais e administrativas


derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências.
Capítulo II - Da Aplicação da Pena - Art. 6º Para imposição e gradação da
penalidade, a autoridade competente observará: ... III – a situação
econômica do infrator, no caso de multa.
Art. 8º- Penas restritivas de direito: ... IV – prestação pecuniária.
Art. 12- A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima
ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo
juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
reparação civil a que for condenado o infrator.
Art. 15- São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime: ... a) para obter vantagem pecuniária; c) afetando ou
exposto a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente.
Art. 17- A verificação da reparação a que se refere o parágrafo 2º do art. 78
do código penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental,
e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a
proteção do meio ambiente.
Art. 19- A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,
fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e
cálculo de multa.
Parágrafo único: A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível
poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
Capítulo VIII - Disposições Finais – art. 79-A. Para o cumprimento do
disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA,
responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e
fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de
degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizadas a celebrar, com força
de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas
ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos
naturais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores (vide, também,
art. 19 da Lei da ACP).
Parágrafo único: O termo de compromisso a que se refere este artigo
destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que pessoas físicas ou jurídicas
mencionadas no caput possam promover as necessárias correções de suas
atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades
ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento
disponha de:
III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e
o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas.

IMPORTANTE
As Leis e Normas Ambientais não se restringem apenas às que estão mencionadas
neste capítulo.
Dependendo da área a ser analisada, faz-se necessária a busca por legislações
acerca do assunto.

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Algumas Legislações Pertinentes: Lei n.º 9985 de 2000, que institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC); Lei n.º 11445 de 2007,
que institui a Política Nacional de Saneamento; Lei n.º 12305 de 2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outras.

Leis e Normas Técnicas Úteis:


Para a realização da perícia ambiental, é necessário analisar as situações de
acordo com a legislação e normas aplicáveis a cada situação.
a) Água: Decreto n.º 23.777/34 – indústria açucareira Lei nº 7.661/88 –
gerenciamento costeiro Lei n.º 7.754/98 – florestas em nascentes de rios
Lei n.º 9.433/97 – Política Nacional de Recursos Hídricos Resolução nº
357/05 – CONAMA.
b) Ar: Decreto – Lei n.º 1.413/75 – poluição por atividades industriais Lei nº
6.803/80 – zoneamento industrial Portaria no 231/76 Resolução no 03/90
– CONAMA Resolução nº 06/93 – CONAMA Resolução n.º 18/86 –
CONAMA.
c) Camada de Ozônio: Decreto n.º 2.679/98 Decreto n.º 2.699/98.
d) Série ISO 14000 – normatização de produção que visa à proteção
ambiental através do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

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CAPÍTULO 2 – CARACTERÍSTICAS DA PERÍCIA AMBIENTAL

2.1 Princípios e Processos da Perícia Ambiental

Com a promulgação da Lei n.º 9605/98 Lei dos Crimes Ambientais, os


Tribunais Brasileiros passam a receber inúmeros processos movidos pela
coletividade, pelo Ministério Público (MP) e pelo Estado visando à proteção dos
recursos ambientais.
A crescente concentração populacional juntamente com o intenso
desenvolvimento econômico são os principais fatores que influenciam o desequilíbrio
ecológico, e consequentemente, a qualidade de vida. É a partir das ações judiciais
movidas por causa do desequilíbrio ambiental que surge a necessidade da perícia
ambiental, prevista no Código de Processo Civil.
A solicitação da prova pericial acontece na etapa de averiguação da verdade
dos fatos. “Nas questões que envolvem a natureza, informações e documentos não
são suficientes para elucidar o caso, necessitando, portanto, de prova técnica
baseada em metodologias específicas para a averiguação concreta dos danos e
efeitos causados ao ecossistema”. Esta prova somente tem validade se produzida
por profissionais especializados na área (ROVERI; OLIVEIRA; PEREIRA, 2010).
Diante desta nova realidade, encontra-se a perícia ambiental, que exerce a
atividade profissional de relevante interesse social, exigindo uma abordagem
multidisciplinar e a atuação de profissionais altamente qualificados analisar as
questões ambientais, além de estudos e pesquisas que fundamentam os trabalhos
avaliatórios e periciais de responsabilidade.

2.1.1 Perícia Judicial


Em todas as áreas técnicas científicas em que o conhecimento jurídico não é
suficiente para emitir um parecer, faz-se necessária à perícia, a fim de apurar os
fatos reais, e assim, esclarecer os conflitos de interesses (ALMEIDA, 2000).
A resolução de conflitos de interesses pelo Estado é fundamentada pelo ato
processual: Processo, Ação e sua Jurisdição, uma vez que o Estado atua como
intermediador destes conflitos.

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FICA A DICA
Processo: forma sistemática de proceder, necessária ao válido exercício do poder,
onde ao fim, espera-se que um juiz de direito ou tribunal, com regular jurisdição,
profira decisões sobre o Direito entre as partes autor e réu.
Jurisdição: poder que detém o Estado para aplicar o direito, com o objetivo de
solucionar os conflitos de interesses.
Ação: todos têm o direito de ação, em que os interessados têm o direito de solicitar o
seu pronunciamento, exigindo que o Estado preste, de forma jurisdicional, a solução
do conflito.

Os atos processuais são públicos e seguem as diretrizes estabelecidas no


Código de Processo Civil. Podem ser de três formas: Ato das Partes, do juiz, e Atos
utilizados pelo escrivão durante a tramitação do processo.
1) Ato das Partes: pode ser através de petição, de afirmação, juntando
provas, acordos entre as partes, e até sobre a desistência do processo.
2) Ato dos Juízes: aonde o juiz conduz o processo segundo procedimento
legal, resolvendo os conflitos e resultando em uma sentença ou decisão
ou despacho.
3) Ato do Escrivão: estão relacionados com a autuação da petição inicial dos
processos, mencionado o juízo, a natureza da situação, registro, as partes
envolvidas, data de início, e demais documentações cabíveis.
O juiz é a autoridade pública que detém o poder de julgar e solucionar o conflito
de interesses, na qualidade de administrador da Justiça do Estado. Ele constrói sua
decisão a partir do confronto dos pedidos, com as provas, normas legais, a doutrina
e a jurisprudência.
Para julgar e solucionar o conflito cabe ao juiz analisar o processo, item a item,
e quando necessário, requerer aos conhecimentos de um perito especializado no
assunto, para proferir sua decisão. O juiz instrui o processo e, através das provas,
busca estabelecer as premissas de fato.
O juiz é soberano ao tomar a decisão sobre o processo, não estando obrigado
a acatar o laudo do perito, podendo adotar o parecer de um dos assistentes técnicos
ou ainda não acatar nenhum deles, solicitando nova perícia, ou formando sua

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convicção com outros elementos ou fatos que julgar provados nos autos, ou fazendo
uma inspeção judicial, conforme artigos 440 a 443 do CPC (ARAÚJO, 2002).
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer
fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer
sobre fato, que interesse à decisão da causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou
mais peritos.
Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: I -
julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que
deva observar; Il - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem
consideráveis despesas ou graves dificuldades; III - determinar a
reconstituição dos fatos. Parágrafo único. As partes têm sempre direito a
assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que
reputem de interesse para a causa.
Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,
mencionando nele tudo quanto for útil à decisão da causa. Parágrafo único.
O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

Durante o processo, tanto as partes quanto o juiz podem apresentar quesitos


suplementares, em função dos já formulados, com o intuito de esclarecer as
questões abordadas no processo e pela perícia realizada.
Cabe ao juiz estabelecer os quesitos que a perícia deve abordar, ou seja,
definir os questionamentos que a perícia deve responder a partir da atuação do
perito e dos assistentes técnicos dentro do assunto pertinente, e caso o perito
aborde questões que não foram indagadas no processo, o juiz pode indeferir a prova
apresentada, e até mesmo anular o laudo pericial.

IMPORTANTE
Quando ocorre a necessidade de substituir o perito por não cumprir o prazo, o juiz
informará o ocorrido à corporação profissional de peritos, podendo, ainda, aplicar
multa de valor proporcional ao prejuízo causado sob o ato processual.

2.1.2 Perito e Assistente Técnico


Quando o juiz requisita a perícia para esclarecer, tecnicamente a existência ou
não dos danos ambientais, apresentados nos atos processuais, é que se faz
necessária a presença do perito.
“O perito deve ser um profissional de confiança do juiz, pois atuará como
auxiliar da justiça, no local onde ocorreram as diligências”. (BENITE, 1993). Desta
forma, além dos requisitos morais e éticos inerentes a esta função, o perito deve ser

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capacitado tecnicamente na área ambiental, a fim de diminuir as dúvidas presentes


no processo.
A atuação do perito visa satisfazer a finalidade da perícia, verificando os fatos
do processo, certificando-os, apreciando-os ou interpretando-os. Cabe ao perito,
portanto, confeccionar o laudo pericial que fundamentará a decisão proferida pelo
juiz (CHAGAS NETO, 2006). As responsabilidades do perito sobre as informações
contidas no laudo são estabelecidas nos artigos 146 e 147 do Código de Processo
Civil:
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a
lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo. Parágrafo único. A escusa será apresentada,
dentro de cinco dias contados da intimação, ou do impedimento
superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la art.
423.
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas,
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por dois
(2) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei
penal estabelecer.

O conhecimento do perito deve abranger as normas específicas que


disciplinam a atividade pericial, bem como “Os códigos e leis vigentes do Código
Civil Brasileiro e do Código do Processo Civil, sendo obrigatória a comprovação
deste conhecimento”. (ARAÚJO, 2000).
Cabem ao perito estimar suas despesas com equipamentos e demais
instrumentos necessários para a realização da perícia. Seus honorários são
baseados na complexidade e extensão da perícia, na natureza da perícia, e no
tempo necessário para a averiguação dos fatos, que devem compreender:
• Vistorias;
• Buscas e investigações;
• Estudos;
• Cálculos;
• Deslocamentos;
• Demais atividades técnicas necessárias ao desempenho de suas funções.
Em contrapartida, os assistentes técnicos não são nomeados pelo juiz, e sim
pelas partes. Eles são profissionais de confiança das partes, e nada impede que
concluam, de forma tendenciosa, a perícia realizada.

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Os Assistentes Técnicos devem satisfazer os quesitos abordados no processo,


a fim de auxiliar as conclusões do perito, porém eles não possuem a função de
fiscalizar o perito. O art. 429 do CPC possibilita que estes profissionais solicitem
documentos às partes e aos órgãos públicos, entrevistem testemunhas, analisem
fotos e plantas do território, para anexar ao laudo pericial.
As principais características que os assistentes técnicos devem apresentar são:
a) Estar tecnicamente preparado e habilitado na matéria que irá discutir;
b) Estudar e conhecer o problema, para que tenha suas próprias convicções;
c) Participar em conjunto com o advogado, no que lhe compete
tecnicamente, na elaboração da inicial, contestação e quesitos;
d) Estar junto ao perito para ajudá-lo e convencê-lo de suas convicções;
e) Participar, se o perito permitir, na elaboração do laudo;
f) Estar à disposição dos advogados, perito e interessados, para dirimir
dúvidas e participar intensamente da produção da prova pericial;
g) Administrar tecnicamente o que lhe compete, com clareza e objetividade,
para sempre que solicitado prestar esclarecimentos aos advogados e
interessados.

FICA A DICA
A interferência do assistente técnico, juntamente com as informações privilegiadas
que o advogado tem, contribui para qual caminho a perícia será direcionada.

2.2 A Perícia Ambiental

A perícia é caracterizada pela atividade humana e que consiste na intervenção


de um processo, a partir do conhecimento técnico profissional acerca da verificação,
valoração e interpretação de fatos. O perito não necessita de conhecimentos
jurídicos, apenas conhecimentos técnicos sobre a área de estudo, para conceituar
as causas e os efeitos do determinado fato. A figura 2.1 ilustra as etapas da perícia.

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Figura 2.1 – Fluxograma Básico de Pericial

Fonte – ALMEIDA, 2000

Desta forma, a perícia ambiental é um artifício utilizado em processos judicial


estando sujeito às diretrizes previstas pelo CPC que atenderá os questionamentos
ambientais, onde o objeto em discussão é o dano ambiental ou o risco de sua
ocorrência (ARAÚJO, 2002).
A legislação ambiental regulamenta a tutela e proteção do meio ambiente a
nível Federal, Estadual e Municipal, e caracteriza os princípios e normas que regem
as atividades humanas que possam causar quaisquer danos ao meio ambiente,
visando a sustentabilidade.
Portanto, as perícias ambientais devem ser conduzidas por profissionais com
formação de nível superior, registro profissional validado por órgão competente e
conforme os seguintes requisitos legais:

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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• Lei n.º 5194 de 1966 (CONFEA) – regula o exercício das profissões de


Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.
• Resolução n.º 1002 de 2002 (CONFEA) – adota o Código de Ética
Profissional da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia,
da Geografia e da Meteorologia e dá outras providências.
• Resolução n.º 218 de 1973 (CONFEA) – discrimina atividades das
diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e
Agronomia.
• Resolução n.º 345 de 1990 (CONFEA) – dispõe quanto ao exercício por
profissional de Nível Superior das atividades de Engenharia de Avaliações
e Perícias de Engenharia.
• Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
• Constituição Federal de 1988.
• Leis Ambientais Federais, Estaduais e Municipais.
• Código e Defesa do Consumidor.
• Resoluções do CONAMA.
• Código Florestal.
A Resolução n.º 345/90 editada pelo CONFEA define alguns conceitos
importantes para a perícia ambiental:
Art. 1º - Para os efeitos desta Resolução, define-se:
a) Vistoria é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação
das causas que o motivaram.
b) Arbitramento é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição
entre alternativas tecnicamente controversas ou que decorrem de
aspectos subjetivos.
c) Avaliação é a atividade que envolve a determinação técnica do valor
qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um
empreendimento.
d) Perícia é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.

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e) Laudo é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que


observou e dá as suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos,
fundamentadamente.
Art. 2º - Compreendem-se como a atribuição privativa dos Engenheiros em
suas diversas especialidades, dos Arquitetos, dos Engenheiros Agrônomos,
dos Geólogos, dos Geógrafos e dos Meteorologistas, as vistorias, perícias,
avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas partes
integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras e
serviços de utilidade pública, recursos naturais e bens e direitos que, de
qualquer forma, para a sua existência ou utilização, sejam atribuições
destas profissões.

2.2.1 Quesitos da Perícia Ambiental


Os quesitos são as questões que envolvem o ato processual, e que devem ser
respondidas de maneira objetiva, clara, fundamentada, e imparcial.
Os quesitos são diferenciados em cinco categorias.
1) Identificação da área: a localização da área do empreendimento ou limites
de intervenção; a presença ou proximidade de Unidade de Conservação
(UC), APP, ou RL.
2) Identificação do dano: descrição das atividades e intervenções realizadas
na área identificada e a magnitude do aspecto ambiental significativo;
datar quando houve tais danos; estabelecer os efeitos à saúde,
segurança e bem estar da população; criar condições desfavoráveis às
atividades socioeconômicas, de forma a afetar negativamente a biota;
alterar as condições naturais do meio ambiente.
3) Nexo de causalidade: identificar a pessoa física e/ou jurídica responsável
pelo dano.
4) Possibilidade de recuperação do meio ambiente: verificar se as áreas
afetadas são passíveis de recuperação ambiental, e descrever quais as
medidas que devem ser adotadas; caso não seja possível recuperar a
área, estimar a valoração do dano ambiental.
5) Outras considerações: informar se o empreendimento possui as licenças
ambientais regulares e anexar suas cópias; se houve vantagem
econômica com a exploração de recursos ambientais extraídos de forma
irregular ou proibidos, e qual o valor monetário desta vantagem; informar
se os atos descritos constituem atos de infração ambiental; anexar as

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AIAs do empreendimento; descrever demais considerações pertinentes à


perícia.

IMPORTANTE
Para responder aos quesitos da perícia, o perito utiliza dados técnicos das normas,
fotografias, referências bibliográficas especializadas, modelos matemáticos,
questionários de respostas, visitas ao local em análise, resultados de análises de
laboratório, entre outros.

2.2.2 Prova da Perícia Ambiental


Segundo o CPC: Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados nesse código, são hábeis para provar a verdade dos
fatos em que funda a ação ou a defesa. Almeida (2008) define a prova pericial como:
(...) A prova pericial consiste em exames, vistorias e avaliação. Como o juiz
não é conhecedor de todas as técnicas disponíveis, e não possui
conhecimentos científicos ou técnicos para tal, nem deveria conhecer, é
claro, ele procura e nomeia pessoas de “sua confiança”, que atendam a
matéria a ser julgada. Perceba, a nomeação depende de um bom trabalho
do perito (...).

As provas da perícia são referentes aos quesitos levantados, que caracterizam


a controvérsia da versão dos fatos citados pelas partes. Portanto, são elas que
viabilizam a legitimação do processo civil: a reconstrução da verdade e a aplicação
do direito positivo (SARAIVA NETO, 2008). O CPC estabelece como espécies de
prova art. 342 a 443:
a) A confissão;
b) Depoimento pessoal e de testemunhas;
c) Apresentação de documentos;
d) Os livros empresariais;
e) Perícia ambiental e inspeções judiciais;
f) Demais materiais que julgar relevante e que não tenha sido obtido por ato
ilícito.
A prova é considera a força primordial dos processos que envolvem questões
ambientais, pois os fatos apresentados por ela representam a verdade real

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(ABELHA, 2004), uma vez que mensurar e delimitar o dano ambiental é uma
atividade bastante complexa.
O juiz pode obter convicção a partir de qualquer prova apresentada, mesmo
que esta prova seja contraditória, pois antes de ponderar o valor da prova, ele deve
estabelecer a sua credibilidade – a credibilidade não é abalada caso a prova aponte
para diferentes caminhos.

2.2.3 Laudo Pericial


O Laudo Pericial é constituído por fundamentação técnica dos exames e
vistorias realizados na perícia ambiental. Deve-se analisar e interpretar os fatos a
partir de métodos adequados, conduzindo a conclusões irrefutáveis. Não deve
contemplar considerações jurídicas pois estas cabem apenas ao juiz e advogados
da ação e sim clarear as questões ambientais levantadas, de forma objetiva,
conclusiva, e ética.
Segundo Almeida (2000), o laudo deve contemplar três fases, sendo elas:
síntese do conflito de interesses; exposição dos fatos averiguados nos exames e
vistorias; conclusão e respostas aos quesitos levantados. A figura 2.2 apresenta o
conteúdo do laudo pericial.

IMPORTANTE
Segundo o artigo 433 do Código de Processo Civil, o laudo pericial é o resultado,
exclusivamente, das conclusões do perito, de forma que não considera o parecer
dos assistentes técnicos sem que o perito autorize a participação do mesmo em sua
elaboração.

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Figura 2.2 – Síntese de Conteúdos Aplicados aos Textos de Perícia

Fonte – VIEIRA, 2010

O laudo pericial documentado não segue uma estrutura fixa, porém, é


recomendado que contemplasse as seguintes informações:
• Número do processo e quem solicitou a perícia ambiental;
• Nomes que identifiquem as partes envolvidas no processo;
• Quesitos da perícia;
• Identificação da equipe que realizou a perícia tanto o perito quanto aos
demais assistentes técnicos bem como registro profissional, data e
assinatura;
• Documentos e legislações utilizadas para a fundamentação da perícia;
• Metodologias que foram utilizadas;

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• Descrição do local da perícia;


• Data, hora e período de tempo das diligências;
• Apresentação e discussão dos resultados obtidos através da perícia;
• Conclusões;

Levando em conta que a perícia ambienta averigua e analisa os danos


ambientais, devem-se levar em consideração os fatores abióticos, bióticos e
socioeconômicos. Portanto, o perito deve analisar, caso caiba nos quesitos da
perícia, a localização, discussão e conclusão dos fatores identificados.
1) Localização
• Local da Área: localização da área afetada e sua vizinhança;
• Situação Legal da Área: descrição do local, a finalidade à qual seu uso se
destina se é UC, APP, RL, entre outros.
• Clima: caracterizar os fatores climatológicos do local.
• Recursos Hídricos: identificar e mapear os recursos hídricos do entorno e
subterrâneos.
• Solo: caracterizar o perfil do terreno, mapear os solos.
• Ecossistema, Vegetação e Fauna: descrever a mapear a vegetação e
fauna que são afetadas na área, mas principalmente, aqueles de
interesse econômico.
• Infraestrutura: descrever a atual infraestrutura, insumos, equipamentos e
tecnologias utilizadas para a operação.
2) Discussão
• Diagnóstico do meio ambiente, descrição da utilização dos recursos
ambientais.
• Avaliação ambiental, social, econômica e cultural da área;:
• Impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais esperado na
localidade.
• Perspectivas da evolução ambiental.
• Considerações Complementares – alternativas tecnológicas e
recomendações.
• Apreciação dos quesitos.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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3) Conclusão
• Deve ser sucinta e conclusiva.
Caso haja concordância com a conclusão do perito, os assistentes técnicos
também poderão assinar, junto ao perito, o laudo final. Porém, o assistente técnico
pode apresentar seu próprio parecer contestando a conclusão do perito.
Após sua confecção, o laudo deve ser entregue ao cartório onde foi nomeado,
possibilitando a continuidade do processo, onde as partes se manifestarão a
respeito das conclusões do perito (JULIANO, 2007).

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CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

3.1 Avaliação de Impactos Ambientais

A Resolução CONAMA 237/97 exige a expedição da licença ambiental para os


empreendimentos que de alguma forma impactam o meio ambiente. O Órgão
Ambiental Administrativo competente autoriza a localização, instalação, ampliação e
operação de atividades que utilizam os recursos naturais, destes empreendimentos.
Ele estabelece quais as condições, restrições e medidas de controle das atividades
exercidas pela empresa, seja ela privada ou pública.
A licença, entretanto, não tem caráter definitivo. Após a expedição de qualquer
tipo de licença ambiental, os requisitos estabelecidos devem ser acompanhados e
monitorados, e cabe ao órgão responsável a sua cobrança por via administrativa ou
judicial. Constatado o não cumprimento dos requisitos, a licença pode suspensa ou
cancelada (ARAUJO, 2002).
As Resoluções que contribuem de forma expressiva para a gestão ambiental
são: CONAMA n.º 01/86 e a CONAMA n.º 237/97. Estas duas Resoluções
Regulamentam o Licenciamento Ambiental estabelecidos na PNMA.
A Lei Complementar 140 (LC 140) regulariza as atribuições dos entes
federativos. A atuação do poder público é fundamental para assegurar as diretrizes
estabelecidas na Constituição, tendo o dever de proteger o meio ambiente. Um
ponto bastante importante da LC 140 é disposto no art. 3, que se refere aos atrasos
dos órgãos ambientais em proceder com a licença ambiental, e com o custo real e
complexidades dos serviços que o órgão licenciador presta. Esta lei não altera as
regras, prazos e atividades descritas na Resolução CONAMA 237/97, pelo contrário,
o objetivo principal desta Lei é em diminuir a responsabilidade dos órgãos menos
com menor capacidade técnica em expedir a licença ambiental.
Neste contexto, em 1986 surge o termo Avaliação de Impacto Ambiental (AIA),
disposta e criada pela Resolução CONAMA 01, efetivando a obrigatoriedade da AIA,
para o procedimento de licenciamento ambiental, aos empreendimentos com
atividades potencialmente poluidoras e causadoras de degradação ambiental.

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A AIA é uma ferramenta decorrente dos inúmeros impactos ambientais do


crescimento das atividades humanas e do desenvolvimento econômico mundial,
principalmente nos países desenvolvidos.
Portanto, a AIA tem o papel de encontrar e estabelecer possíveis formas de
minimizar o impacto ambiental, através da tomada de ações necessárias para conter
o dano ambiental. Ela é parte integrante das políticas ambientais e planejamento da
gestão ambiental.

SAIBA MAIS
Recentemente a ONU elaborou a Agenda 2030: Transformando nosso mundo,
contendo 17 objetivos de desenvolvimento sustentável para as nações seguirem.
Estes objetivos relacionam-se com as pessoas, o planeta, a prosperidade, a paz e a
parceria.
Saiba mais em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/

As políticas ambientais e a exigência da AIA é uma imposição da Constituição


Nacional de 1988, e a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) de 1986,
submete aos Órgãos Ambientais do Governo Brasileiro, a responsabilidade sobre as
avaliações de impactos ambientais.

IMPORTANTE
A PNMA não estabelece como a avaliação de impacto ambiental deve ser aplicada,
quais são os procedimentos e requisitos formais, as competências, entre outros
aspectos de sumo importância para sua implementação.

A Regulamentação desta Lei veio através do Decreto n.º 88351/89, o qual foi
revogado pelo Decreto n.º 99274/90. O referido decreto dispõe que cabe ao Poder
Público:
• Manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à
compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico;

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• Proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a


implantação de unidades de conservação e preservação ecológica;
• Manter, através de órgãos especializados da Administração Pública, o
controle permanente das atividades potencial ou efetivamente poluidoras,
de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de proteção
ambiental;
• Incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos e
programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e agrícola;
• Implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de
acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental;
• Identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional do
Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de
degradação, propondo medidas para sua recuperação;
• Orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa do
cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para
que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
contemplem o estudo da ecologia.

3.1.1 Definições e Caracterização da AIA como Instrumento da


Sustentabilidade
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pode ser conceituada como
Procedimento, estudo técnico, documento científico, fase de licenciamento
ambiental, instrumento de gestão ambiental, ferramenta da política ambiental, entre
outras (BARBOSA, 2006).
Todas estas definições agregam características de prevenção e planejamento
das ações antrópicas que possam causar algum dano ambiental significativo.
Dependendo do ponto de vista analisado, segundo Pierri Estades (2002), a AIA
admite definições conceitual, administrativa e até mesmo técnica.
1) Conceitual:
• Analisar os processos para obter informações prévias, de forma objetiva,
em relação aos efeitos significativos das atividades humanas sob o meio

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ambiente, promovendo a redução e até mesmo a inexistência de impactos


ambientais.
2) Administrativa:
• Associação dos diversos trâmites legais que possibilitam a aceitação ou
modificação de um projeto potencialmente poluidor, e de valoração do
meio ambiente que a sociedade faça. Ou seja, é um processo de controle
de projetos que envolvem a participação pública.
3) Técnica:
• Identificação, prevenção, valoração e prevenção dos danos ambientais
causados por um projeto.

IMPORTANTE
No Brasil, a AIA é realizada pelo processo de licenciamento ambiental, constituída
por estudos ambientais técnicos multidisciplinares, em formato de documento e
relatório EIA e o RIMA, tendo por objetivo prevenir os impactos ambientais, planejar
as atividades antrópicas, e auxiliar na tomada de decisão dos órgãos públicos
ambientais.

Para o órgão ambiental determinar se um determinado empreendimento possui


impacto ambiental significativo, existem estudos ambientais que antecedem a
avaliação de impacto ambiental, fundamentando quais são as atividades humanas
que necessitam do EIA/RIMA para a obtenção da licença ambiental.
Segundo Burszytn (1994), a AIA deve ser aplicada com a finalidade de:
• Servir de instrumento para identificar e elencar os aspectos ambientais
em todas as fases do projeto com enfoque no desenvolvimento do
empreendimento e a proteção ao meio ambiente;
• Realizar uma síntese do meio ambiente afetado e seus fatores
socioambientais, definindo as limitações e como a atividade pode
modificar este ecossistema;
• Viabilizar canais de comunicação em que a população interessada tenha
a oportunidade de garantir a qualidade ambiental da localização do
empreendimento.

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Para satisfazer esta finalidade, a AIA apresenta como resultado um inventário


do meio ambiental atual antes da implantação do projeto fundamentado em estudos
técnicos e a comunicação com a população. O inventário deve ser aceito pelos
órgãos ambientais para que o projeto inicie.
A AIA também é caracterizada por procedimentos sistemáticos e científicos que
visam à análise técnica dos danos ambientais. A análise científica deve ser realizada
por profissionais capacitados (BARBOSA, 2006).

3.2 Métodos de AIA

As técnicas e os métodos de AIA são utilizados para identificar, avaliar e


sintetizar os impactos de um projeto. Entretanto, a dificuldade em prever a evolução
do meio ambiente, mostra que aplicação de métodos é um tanto quanto limitada.
Quando o assunto é impactos sociais, que envolvem aspectos econômicos,
culturais, e psicológicos, estas limitações tornam-se ainda mais evidentes (LA
ROVERE, 2001).
As metodologias representam os mecanismos para promover a aplicação da
avaliação de impacto ambiental na identificação e interpretação dos aspectos
envolvidos, e assim prevenir os impactos ambientais resultantes de uma determina
atividade humana (AGRA FILHO, 1991).
Os métodos são diferenciados, entre si, de acordo com a análise que ele
fornece. Para a identificação e sintetização dos danos ambientais, segundo La
Rovere (2001), os métodos mais utilizados são:
1) Check List;
2) Matrizes de Interação;
3) Diagramas de Sistemas;
4) Métodos Cartográficos;
5) Redes de Interação;
6) Métodos Ad Hoc.
E os métodos que englobam a avaliação são:
1) Método de Battelle;
2) Análise Multicritério;

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3) Folha de Balanço;
4) Matriz de Realização de Objetivos.

3.2.1 Check List


Este método foi o primeiro a ser utilizado no EIA (Estudo de Impacto
Ambiental). Sua função é de identificar previamente os impactos relevantes às
atividades exercidas pela empresa, pois consistem em listar, de maneira
padronizada, os aspectos ambientais significativos do projeto. Este é um método
simples e estático, que não permite a evidenciação das relações entre os aspectos
identificados.
Atualmente há inúmeras listas de checagem padronizadas de acordo com o
tipo de projeto (Figura 3.1) hídrico, rodovias, usina seja em meio físico e manual ou
computadorizada. O Check List pode, além de identificar os aspectos ambientais,
valorar e ponderar cada um deles (NASCIMENTO, 2013).
Neste método, os aspectos podem ser identificados em quatro diferentes lisas:
a) Listas Simples – aspectos ambientais são analisados sem a sua
interpretação e valoração.
b) Listas Descritivas – aspectos ambientais são identificados e interpretados
para a análise de seus impactos.
c) Listas de Escala – inclui escala de avaliação subjetiva aos aspectos
ambientais identificados nas listas descritivas.
d) Listas de Verificação – introduz fatores de ponderação nas listas de
escalas de avaliação.

SAIBA MAIS
Acesse o link para obter mais informações e conhecimento acerca das Principais
Metodologias de Avaliação de Impacto ambiental utilizada no Brasil. Suas principais
dificuldade e vantagens advindas da experiência de grandes nomes brasileiras.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=m2VhGQ33BFo
DEBATES FINEP: Metodologias de Avaliação de Impactos de Projetos C,T&I.

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Figura 3.1 – Exemplo de Lista Descritiva para a Atividade de Oficina

Fonte – BACCI; LANDIM; ESTON, 2006.

As vantagens do Check List estão na aplicação imediata de avaliação


qualitativa dos danos significativos, e em sua capacidade de organização de todos
os aspectos ambientais identificados evita a omissão dos impactos significativos.
Porém, não identifica os impactos diretos, não leva em consideração à evolução
temporal destes impactos e tão pouca a dinâmica dos SGA (NASCIMENTO, 2013).

3.2.2 Matrizes de Interação


As Matrizes de Interação consistem na listagem de controle bidimensional,
considerando os aspectos ambientais e suas ações. A inter-relação destes dois
elementos possibilita a identificação das causas e efeitos, ou seja, o impacto
ambiental gerado.

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Embora, muitas vezes, incorporarem características de avaliação, na realidade


é um método de identificação direta dos impactos ambientais. Frequentemente
podem destacar os seguintes atributos de impactos:
• Tipo de Ação;
• Ignição;
• Sinergia e Criticidade;
• Extensão;
• Periodicidade;
• Intensidade.
A Matriz de Leopold, segundo Nascimento (2013), foi elaborada em 1971 e
contém 100 colunas onde estão representadas as atividades do projeto, e 88 linhas
referentes aos aspectos ambientais, somando 8800 possíveis interações entre os
aspectos ambientais e as atividades humanas. Visto a dificuldade de analisar as
8800 interações, normalmente, opera-se com números inferiores de interações
(Figura 3.2) – ao máximo 50 interações significativas.

Figura 3.2 – Exemplo de Matriz de Interação: detalhes da Matriz de Leopold

Fonte – CAVALCANTE; LEITE, 2016.

Este método é de fácil compreensão e interpretação dos resultados, pois além


de abordar aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos, expõe informações
qualitativas e quantitativas, o que possibilita a tomada de decisão para a
continuidade dos estudos ambientais (CAVALCANTE; LEITE, 2016).

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A vantagem deste método consiste na visualização clara e simplificada dos


impactos ambientais, e o seu baixo custo. Como desvantagens, não identifica
impactos indiretos, características temporais e dinâmicas dos SGA. Para
Nascimento (2013), a subjetividade das matrizes de interação não proporciona a
avaliação da frequência das interações, e a possibilidade de projeções ao longo do
tempo.

3.2.3 Diagramas de Sistemas


Este método é caracterizado por uma rede de integração que mostra os efeitos
das ações externas aos fluxos de energia de um SGA. São fundamentados no
consumo de processos de energia entre os elementos e componentes ambientais,
quando submetidos a determinadas atividades humanas (NASCIMENTO, 2013).
Como os impactos ambientais são medidos em termos de fixação e fluxo de
energia entre os recursos ambientais, sua principal vantagem é em identificar os
impactos indiretos, mensurando-os e evitando-os a partir de uma unidade comum de
conversão de escalas.
São métodos pouco utilizados devido a sua complexidade de aplicação e
estabelecimento dos fluxos de energia. A dificuldade de mensurar os ruídos, os
impactos sociais, características estéticas, entre outros, inviabiliza sua utilização
para identificar todos os impactos ambientais do projeto.

3.2.4 Métodos cartográficos


Estes métodos necessitam do suporte de outros métodos para a sua aplicação,
uma vez que não exploram a potencialidade dos recursos que oferece. Desta forma,
em quaisquer situações de diagnóstico ambiental, a utilização deste método é
considerada essencial.
Eles utilizam a superposição de mapas de capacidade para o uso do solo na
agricultura, recreação, silvicultura e meio urbano possibilitando o uso combinado
destes quatro mapas. Resulta no mapeamento dos aspectos ambientais
considerando a causa dos impactos. Em seguida, interpretam os dados gerados e
elabora mapas contendo a capacidade de cada atividade humana (NASCIMENTO,
2013).

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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As vantagens estão na objetividade de representação e distribuição espacial


dos impactos ambientais. Porém, limita-se a traduzir aspectos ambientais
mapeáveis, desconsiderando os impactos socioeconômicos e a dinâmica dos SGA.

FICA A DICA
A utilização dos Métodos Cartográficos requer conhecimento e habilidade em
softwares de geoprocessamento e análise espacial, como por exemplo:
• Arcview.
• SIGs.

3.2.5 Redes de Interação


As Redes de Interação foram criadas para identificar os impactos indiretos e
suas interações ações, efeitos e impactos, utilizando fluxogramas, gráficos ou
diagramas. Uma ação qualquer, dificilmente ocasiona apenas um impacto. Na
grande maioria dos casos, cada ação de um projeto gera mais de um impacto que,
por sua vez, provocam uma cadeia de impactos.
Esta técnica tem como objetivo identificar os efeitos causados pelos aspectos
ambientais, através do Método de Sonrensen que caracteriza diversos usos do solo,
que por sua vez, desdobram-se em aspectos que causam o impactado em condição
inicial, sua consequência e seus efeitos. Além de resultar em uma rede de inúmeros
efeitos, ele também indica ações corretivas (NASCIMENTO, 2013).
Em função do conhecimento prévio do projeto, este método pode ter duas
abordagens distintas, dependendo das informações especificadas. Suas principais
vantagens estão na abordagem integradas dos impactos e suas interações,
entretanto, não detectam a importância relativa dos aspectos ambientais, temporais,
espaciais e a dinâmica do SGA.

3.2.6 Métodos Ad Hoc


Este método é aplicado em casos específicos e são uteis para situações onde
há falta de informações, proporcionando orientações para outras avaliações. O
especialista selecionados para a aplicação do método são pessoas com
conhecimento técnico e científico sobre a área afetada, e se organizam em equipe e

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reuniões para que, em tempo reduzido, obtenham as informações dos possíveis


impactos do projeto. A experiência profissional é fator essencial para o método Ad
Hoc (NASCIMENTO, 2013).
A vantagem da metodologia Ad Hoc está na rápida estimativa dos aspectos e
impactos ambientais que a atividade gera, além da fácil compreensão e baixo custo.
Não realiza análise detalhada das intervenções envolvidas, resultando em uma
subjetividade de alto nível.
Os órgãos ambientais limitam a utilizam de Ad Hoc, e quando utilizado, as
opiniões devem estar fundamentadas em conhecimento técnico e científico
criteriosos.

3.2.7 Método de Battelle


O Método de Battelle é um índice expresso nas unidades de impacto ambiental
(EIU), podendo ser aplicado em cada atividade para a sua condução. (KLING, 2005).
Seu procedimento, de forma hierarquizada, possibilita a valoração e avaliação
dos impactos ambientais, apresentando um índice correspondente ao somatório dos
impactos gerados. Ao associar valores quantitativos às considerações qualitativas, o
método divide o meio ambiente em quatro sessões:
• Ecologia.
• Contaminação Ambiental.
• Aspectos estéticos.
• Aspectos de Interesse Humano.
Cada uma destas sessões contém um número de componentes, aos qual a
administração é quem específica, totalizando 18 componentes subdivididos em 78
parâmetros (Figura 3.3).
Atribui-se um valor de relevância a cada parâmetro ambiental medidos em suas
respectivas unidades e em seguida convertidos cada qual, associado ao índice de
qualidade ambiental. A escala de valoração deve estar no intervalo entre 0 e 1. Na
figura, os números que estão entre parênteses, são padrões para todos os projetos
similares, e representam o peso de cada indicador de impacto (KLING, 2005).
As vantagens deste método estão em sua objetividade que possibilita a
comparação das possíveis causas e sistematização da análise da qualidade

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ambiental, e sua capacidade de valoração e avaliação dos impactos ambientais.


Este método destaca-se dos demais, pois permite a consideração de incertezas e
alertas para os possíveis impactos (NASCIMENTO, 2013).
Suas dificuldades concentram-se na determinação dos valores perdendo
informações importantes sobre os aspectos, na complexidade de compreensão da
metodologia, e na ausência de mecanismos de avaliação e demonstração das
interações entre os impactos existentes (NASCIMENTO, 2013).

Figura 3.3 – Parâmetros ambientais adaptados do método Battelle.

Fonte – KLING, 2005.

3.2.8 Análise Multicritério


A Análise Multicritério (AMC) consiste na construção de um modelo que
solucione o critério de decisão para a sua estrutura. São operados de forma
sequencial, passando por cada fase, porém não de forma linear. As principais
etapas deste método são:
• Definição das Ações que devem ser Analisadas;
• Formulação de Critérios de Análise;
• Avaliação das Ações em Relação a cada Critério;
• Agregação Final pelo Método AMC.

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As alternativas são as ações que podem ser isoladas e avaliadas. Elas


representam diversas hipóteses e possibilidades. Cada alternativa é representada
por um valor segundo um critério, e por sua vez, cada critério está associado a uma
preferência (MELLO et. al, 2003).
Os critérios são as ferramentas que possibilitam a comparação das ações em
relação a algum ponto de vista determinado (Figura 3.4) (MELLO et. al, 2003).
Podem ser objetivos ou subjetivos, proporcionando a este método um apoio à
tomada de decisão e permitindo que os critérios subjetivos sejam valorados, mesmo
que haja incertezas.

SAIBA MAIS
Neste vídeo é apresentado um resumo dos conceitos e aplicações da avaliação de
impactos ambientes.
Link: https://slideplayer.com.br/slide/357248/

Sua utilização permite a análise sistemática, de forma gradual e não estática,


além do uso de instrumentos estatísticos e probabilísticos, análise de sensibilidade,
e possibilidade de agregar conhecimento técnico e teórico aos processos.
É um método bastante complexo que dificulta a participação e compreensão de
pessoas sem conhecimento e preparação. A fragmentação do ambiente não
considera as inter-relações do SGA.
A principal utilização deste método é em estudos ambientais para
empreendimentos hidrelétricos, pois este setor de atividade necessita de análises
sistemáticas considerando múltiplos fatores.

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Figura 3.4 – Exemplo de Critérios adotados para Análise Multicritério de Localização de UTE

Fonte – ZAMBON, et. al, 2005.

3.2.9 Folha de Balanço


O método de Folha de Balanço e planejamento define a existência de dois
grupos: os produtores representam as empresas, pessoas, atividades ou local; e os
consumidores, grupos fechados. “A partir disto é contabilizado o valor monetário dos
custos e benefícios das possíveis alternativas para cada parte afetada”. A
classificação dos produtores e consumidores possui elevada subjetividade
(NASCIMENTO, 2013).
O foco inicial não está em calcular o índice global, pois os aspectos ambientais
não significativos são analisados apenas qualitativamente.

3.2.10 Matriz de Realização de Objetivos


A Matriz de Realização é um pouco mais vantajosa que o método de folha de
balanço, pois considera os grupos afetados sem definir os grupos de produtores e
consumidores (NASCIMENTO, 2013).
Os impactos das alternativas são avaliados em termos de custos e benefícios a
partir da ponderação dos diferentes objetivos sociais e dos grupos afetados.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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REFERÊNCIAS

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AGRA FILHO, Severino Soares. Os estudos de impactos ambientais no Brasil:


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M.Sc. Engenharia Nuclear e Planejamento Estratégico) Dissertação – Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE.

ALMEIDA, J. R. Perícia Ambiental judiciária e Securitária: impactos e danos: Rio


de Janeiro, THEX, 2008.p.108

ALMEIDA, J.R., OLIVEIRA, S.G. & PANNO, M. Perícia Ambiental. Rio de Janeiro:
Thex Ed., 2000.

ANA. Agência Nacional de Águas. Usos da água. Disponível em:


http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/usos-da-agua. Acesso em: 03 mar 2019.

ARAÚJO, L. A. Perícia ambiental em ações civis públicas. In: CUNHA, S. B.,


GUERRA, A. J. T. Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2001.

ARAÚJO, L. A. Perícias Ambientais em Ações Civis Públicas. In: CUNHA, S.B.,


GUERRA, A.J.T. Avaliação e Perícia Ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand, 2ª ed.,
2000.

ARAÚJO, S. M. V. G. Licenciamento Ambiental e Legislação. Câmara dos


Deputados. Consultoria Legislativa da Área XI – Meio Ambiente e Direito Ambiental,
Organização Territorial, Desenvolvimento Urbano e Regional: Brasília, Setembro de
2002. Disponível em: http://bd.camara.gov.br. Acesso: 08 mar.2019.

ART, W. H. Dicionário de ecologia e ciências ambientais. São Paulo:


UNESP/Melhoramentos, 1998. 583p.

BACCI, D. de La C; LANDIM, P. M. B; ESTON, S. M. Aspectos e impactos


ambientais de pedreira em área urbana. Ver. Esc. Minas, v. 59, n. 1, Ouro Petro,
2006.

BARBOSA, E. de A. A avaliação de impacto ambiental como instrumento


paradigmático da sustentabilidade ambiental no direito brasileiro. Dissertação
Mestrado em Direito Econômico e Social. PUCPR. Curitiba, 2006.

BENITE, O. M.; LIPORONI, A. S. A perícia em ações reais imobiliárias. São


Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1993.

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6.938/81, que dispõe respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e
Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99274.htm.


Acesso em: 10 mar. 2019.

BRASIL. Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil.


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