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Diagnóstico Ambiental

Material Teórico
Diagnóstico Ambiental: Caracterização dos meios Físico, Biótico e Antrópico

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Diagnóstico Ambiental - Caracterização dos
meios Físico, Biótico e Antrópico

• Diagnóstico Ambiental da Área de Influência


• Os Fatores Ambientais: Meio Físico, Meio Biológico e Meio Antrópico
• Detalhamento dos Fatores Ambientais
• Considerações Finais

··Nosso objetivo é tratar especificamente do que compõe o diagnóstico


ambiental. O diagnóstico ambiental tem como objetivo conhecer o grau
da qualidade ambiental do ambiente. É, portanto, construído a partir da
avaliação dos componentes e fatores ambientais que o compõem. O
resultado do diagnóstico servirá de referência para análise de alterações
antrópicas potencialmente geradoras de impactos ambientais e para a
elaboração de prognóstico sobre alterações futuras da qualidade ambiental
(Philippi, 2014).

Fique atento às atividades propostas e aos prazos de realização e de entrega.


Ressalto que é de suma importância que vocês faça logo as atividades. Assim, poderemos
sanar as dúvidas bem como evitar problemas técnicos que sempre ocorrem quando se deixa
as atividades para a última hora.
Estudem o material didático, façam anotações e, se necessário, pesquisem outros materiais
além do que é fornecido.
Não deixem de ler e assistir os vídeos e conteúdos no material complementar.

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Unidade: Diagnóstico Ambiental - Caracterização dos meios Físico, Biótico e Antrópico

Contextualização

O diagnóstico ambiental é uma parte central do Estudo de Impacto Ambiental – EIA – de


projetos e de qualquer análise de qualidade dos sistemas ambientais. De acordo com o manual
para elaboração de EIA (SMA, 1992), no diagnóstico devem ser descritos e analisados os
fatores ambientais.

O plano de trabalho para o diagnóstico ambiental deverá atender os termos de referência


específicos para o projeto que está em análise, concentrando-se nos fatores ambientais
relevantes dos meios físico, biológico e antrópico, considerando também os planos e programas
de governo existentes e a legislação. O diagnóstico ambiental será o componente central e
trataremos mais especificamente dos fatores ambientais relevantes dos meios físico, biológico
e antrópico, itens necessários para elaboração de um diagnóstico ambiental.
No diagnóstico ambiental, é necessário expor as interações dos fatores ambientais, físicos,
biológicos e sócio econômicos, indicando quais os métodos adotados para a sua análise, com
o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos
dos sistemas que serão afetados pelo empreendimento.
É comum se questionar a validade do estudo de impacto ambiental; para alguns
empreendedores, ele representa um entrave à aprovação de projetos que poderiam
contribuir para um desenvolvimento econômico. Para outros, representa um mecanismo
para tornar mais ecologicamente corretos projetos impactantes, que devem ser discutidos
em um contexto mais amplo.
No entanto, esse instrumento foi um grande avanço em relação às políticas ambientais,
obrigando a pensar nos aspectos ambientais nos estágios mais preliminares de um projeto.
É um importante instrumento de gestão, viabilizando, em longo prazo, empreendimentos e
evitando erros que trariam custos ambientais e econômicos relevantes.
Além disso, o estudo de impacto ambiental torna o processo de licenciamento mais
transparente, o que permite que diferentes agentes sociais possam se envolver com o processo
de desenvolvimento e gestão da sua região.

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Diagnóstico Ambiental da Área de Influência

No diagnóstico ambiental, deverão ser apresentadas a descrição e análise dos fatores


ambientais e as interações entre eles para fazer a caracterização da área de influência antes da
implantação do empreendimento.

Os fatores ambientais englobam as variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indiretamente os efeitos


das ações executadas na fase de planejamento, implantação e operação do empreendimento.

No diagnóstico ambiental, é necessário expor as interações dos fatores ambientais, físicos,


biológicos e socioeconômicos indicando quais os métodos adotados para a sua análise, com o
objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos
dos sistemas que serão afetados pelo empreendimento.

Os Fatores Ambientais: Meio Físico, Meio Biológico e Meio Antrópico

Os fatores ambientais que estudaremos a seguir constituem itens considerados básicos para
a elaboração de um diagnóstico ambiental. O grau de detalhamento desses fatores dependerá
das características do empreendimento e da relevância dos fatores, dependendo da localização
e dos critérios adotados pela equipe responsável pelo estudo.

Fatores Ambientais – Meio Físico


O meio físico representa o substrato físico onde a vida se desenvolve. Os aspectos físicos a
serem abordados serão os necessários para a caracterização do meio físico, de acordo com o
tipo e porte do empreendimento, considerando as características da região.
Os principais fatores físicos são: o clima e as condições meteorológicas da área do
projeto, a qualidade do ar na região, os níveis de ruído, as formações geológicas da área do
empreendimento, as formações geomorfológicas da área, os solos da região, os recursos
hídricos, a qualidade das águas e os usos da água.

Fatores Ambientais – Meio Biológico


O meio biológico consiste no conjunto de plantas e de animais e nas suas inter-relações
envolvendo troca de matéria e energia. São os ecossistemas naturais, a flora e a fauna. Como
no meio físico, os fatores que deverão ser abordados no meio biológico serão aqueles que
caracterizam tal meio, de acordo com o tipo do empreendimento, levando-se em conta as
características da região. Os principais fatores biológicos são: os ecossistemas terrestres,
aquáticos e os de transição existentes na área de influência do empreendimento.

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Fatores Ambientais – Meio Antrópico


O ser humano faz parte do reino animal e poderia ser incluído na fauna do meio biológico,
mas, devido à sua enorme capacidade de produzir modificações relevantes no meio natural,
merece ter um domínio próprio específico, chamado de meio socioeconômico ou antrópico.
Como no meio físico e no biológico, para a caracterização do meio antrópico serão abordados
os aspectos necessários para caracterizar esse meio segundo o tipo de empreendimento e as
características da região.
O meio antrópico tem uma característica mais peculiar se comparado aos meios físico e
biológico, por envolver os seres humanos e suas relações. A caracterização do meio antrópico
pode seguir duas linhas: uma que considera a população existente na área atingida pelo
empreendimento e outra que apresenta as relações próprias da região, que são indiretamente
afetadas pelo empreendimento.
Entre os principais aspectos, são necessários: a dinâmica populacional da área de influência do
projeto, o uso e a ocupação do solo com informações representadas no mapa, o nível de vida, a
estrutura produtiva e de serviços, a organização social da área de influência do empreendimento.

Detalhamento dos Fatores Ambientais

Neste tópico, faremos uma completa descrição e análise dos recursos ambientais e das
interações que ocorrem na área de influencia dos projetos, de modo a visualizarmos a
situação ambiental da área, levando em consideração as peculiaridades dos diversos fatores
que englobam o sistema ambiental para permitir o entendimento da dinâmica das interações
existentes entre os meios físicos, bióticos e socioeconômicos.
Os dados necessários podem ser obtidos junto às instituições governamentais e privadas,
levantamentos bibliográficos e complementadas por levantamentos em campo.
Faremos, agora, o detalhamento dos meios físicos, bióticos e socioeconômicos.

Meio Físico
No diagnóstico ambiental, devemos apresentar os principais dados do meio físico da área
de influência do empreendimento, com textos descritivos, representações tabulares e gráficas.
Seguem os principais dados do meio físico.

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Características Climáticas
Dentro das características climáticas devemos incluir:

··Classificação climática;
··Análise das condições meteorológicas, incluindo a temperatura do ar (máxima, média
e mínima), pluviosidade (índices mensais e anuais, delimitando os períodos secos e
chuvosos), umidade, direção dos ventos e evaporação;
··Balanço de radiação e balanço hídrico do solo;
··Condições meteorológicas em grande escala, favoráveis à formação de concentrações
extremas de poluentes;
··Avaliação da frequência em que as condições meteorológicas ocorrem e que são
favoráveis à formação de fortes concentrações de poluentes, incluindo a frequência de
ocorrência;
··Parâmetros meteorológicos necessários para avaliar transferência média mensal e
semanal de água para a atmosfera e demais componentes hídrico do solo (escoamento
e infiltração);
··Caracterização da rede de estações e postos meteorológicos.

Qualidade do Ar
Caracterização da qualidade do ar na região, incluindo:

··Referência de concentrações de poluentes atmosféricos;


··Composição química das águas pluviais.
Se necessário realizar medições complementares de poluentes atmosféricos para
complementar as existentes, se realizado, os critérios deverão ser justificados. Os métodos de
medição deverão ser indicados sempre.

Ruido
O ruído deverá ser caracterizado na área de influência, devendo incluir:
··Mapeamento de ruído de fundo;
··Índices de ruído atual e projeção dos níveis de ruído após a implantação do
empreendimento.

Geologia
Fazer toda a caracterização geológica da área que vai receber o empreendimento, incluindo:

··Avaliação litoestratigráfica, um esboço estrutural e condições geotécnicas dos solos e rochas;


··Mapa Geológico com o perfil geológico em escala.

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Geomorfologia
Para a caracterização geomorfológica, devemos incluir:

··Descrição topográfica das áreas de estudo (planalto, planície, depressão);


··Posição da área se dentro do vale ou bacia hidrográfica (baixo, médio, alto, vale,
cabeceiras, margens);
··Qual é o relevo dominante (planície, colinas, cristas etc.);
··Se há presença de pontos muito elevados na região (picos, morros, serras, cristas etc.);
··Qual relevo é dominante na região (colinas, planícies, fluvial etc.);
··Posicionamento da área em relação aos principais relevos (encosta, topo, sopé etc.);
··Classificação das formas de relevo em relação à sua origem (Formas fluviais, litorâneas etc.);
··As dinâmicas do relevo, se há erosão ou assoreamento, área com propensão a
inundações, áreas sujeitas à erosão eólica etc. e sua relação com as atividades propostas
no empreendimento;
··Mapas geomorfológicos com indicação dos corpos hídricos.

Solos
Caracterização dos solos que podem ser atingidos pelo empreendimento, inclui:
··Mapa pedológico em escada adequada com definição de classe, perfil, textura e
profundidade;
··Extensão e distribuição das unidades de solos;
··Descrição da aptidão agrícola.

Recursos Hídricos
A caracterização dos recursos hídricos deve considerar as bacias e as sub-bacias hidrográficas
da área e potencialmente atingidas pelo projeto.
Neste item, devemos considerar:

Hidrologia Superficial
Informação dos parâmetros hidrológicos por meio de séries históricas de dados.
Se não houver dados disponíveis, poderão ser realizadas observações fluviométricas e
sedimentométricas por um período mínimo de um ciclo hidrológico completo.

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Essa caracterização inclui:
··Rede hidrográfica com identificação da localização do empreendimento, características
físicas da bacia hidrográfica e estruturas hidráulicas existentes;
··Balanço hídrico das áreas de estudo;
··Parâmetros Hidrológicos Pertinentes;
··Produção de sedimentos na bacia e seu transporte nas calhas fluviais.

Hidrogeologia
Realizar a descrição dos aquíferos com uma descrição sumária e um levantamento detalhado.
Este levantamento deverá conter:
··Localização, natureza, geometria, litologia e demais aspectos geológicos do aquífero,
alimentação do aquífero, fluxo e descarga;
··Profundidade dos níveis das águas subterrâneas;
··Quais as condições de exploração, incluindo a localização e os tipos de captação, as
quantidades utilizadas e quais regimes de bombeamento em cada captação.

Oceonografia Física
Fazer a configuração da linha costeira da área de estudo e a descrição das propriedades
físicas das águas incluindo: temperatura, salinidade, correntes e marés.

Qualidade das Águas


Fazer a descrição completa da qualidade das águas e os métodos utilizados para a
determinação da composição físico-química e bacteriológica dos recursos hídricos superficiais,
subterrâneos, estuarinos e marinhos.

Usos da Água
Classificação dos principais usos das águas na área do empreendimento, incluindo
as utilizações, as demandas atuais e as futuras, qualitativos e quantitativos e a análise da
disponibilidade e exportações.
Os seguintes itens e usos deverão ser identificados: abastecimento doméstico e industrial, geração
de energia, irrigação, pesca, navegação, recreação, diluição dos despejos domésticos e industriais.

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Meio Biológico
No diagnóstico ambiental, devemos apresentar os principais dados do meio biótico da
área de influência do empreendimento, incluindo os ecossistemas terrestres, aquáticos e de
transição, apresentando as principais características da fauna e da flora, permitindo uma
análise da estrutura e função ecológica dos elementos vivos.

Ecossistemas Terrestres
Para fazer a caracterização e análise dos ecossistemas terrestres, devemos incluir:

··Mapeamento da área de estudo com descrição da cobertura vegetal, identificação dos


extratos vegetais e mapeamento da densidade da vegetação;
··Identificação das espécies, inclusive as ameaçadas de extinção, as espécies de interesse
econômico e científico, mapeando sua área de ocorrência.
··Identificação de indicadores vegetais de umidade, qualidade do ar e alterações no solo;
··Descrição das relações fauna e flora na área do projeto, incluindo os seguintes
elementos em relação à fauna: mapeamento da área com a identificação das espécies
animais presentes, identificando seus territórios e a diversidade específica, localização
das fontes de alimentação, abrigos e as áreas territoriais das espécies, dos locais de
reprodução e desenvolvimento das crias, dos produtos necessários para a construção
de ninhos das espécies, principalmente as raras, as ameaçadas de extinção, as que
possuem valor econômico e dos vetores e reservatórios de doenças.

Ecossistemas Aquaticos
Fazer a caracterização e análise dos ecossistemas aquáticos da área de influência do projeto,
incluindo os seguintes procedimentos:
··Mapear as populações aquáticas (algas, plantas vasculares, zooplancton, bentos etc.);
··Caracterizar os sistemas marinhos, regiões estuarinas, ambientes lóticos e ambientes lênicos;
··Identificar o estado trófico dos corpos de água estudados com a apresentação dos elos
das cadeias tróficas;
··Identificar as espécies vegetais e animais raras e em risco de extinção, dos vetores e
reservatórios de doenças e mapear a ocorrências destas espécies;
··Catalogar as espécies animais e vegetais que possam servir de indicadores biológicos
das alterações ambientais.

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Ecossistemas de Transição
Os ecossistemas de transição localizados na área de influência do empreendimento devem
ser analisados segundo os critérios utilizados para os ecossistemas aquáticos e terrestres, mas
com ênfase no seu papel regulador.
São incluídos nesses ecossistemas os banhados, manguezais, brejos, pântanos etc.

Meio Antrópico
A caracterização do meio antrópico deverá abranger, como no meio físico e no biológico,
as áreas afetadas de forma direta e indireta pelo projeto.
A caracterização tem a finalidade de demonstrar os efeitos sociais e econômicos decorrentes
da implantação e operação do empreendimento e as inter-relações próprias do meio passíveis
de alterações relevantes decorrentes dos efeitos do projeto.
Entre os aspectos que devem ser abordados, inclui-se:

Dinâmica Populacional
Descrição do processo histórico de ocupação, taxa de crescimento demográfico e vegetativo
da população urbana e rural, descrição da população economicamente ativa e ocupada por
segmento econômico;
··Caracterizar a economia dos municípios e do potencial para o desenvolvimento
econômico regional, apresentar dados demográficos regionais e do município;
··Fazer a caracterização de todo sistema viário abrangendo rodovias, ferrovias, hidrovias
e aeroportos;
··Caracterizar os sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica e os sistemas
de telecomunicações;
··Classificar os municípios envolvidos segundo o IDH (índice de desenvolvimento
humano) e o IDS (índice de desenvolvimento social);
··Descrever todo patrimônio arqueológico da região, as comunidades tradicionais, os
assentamentos rurais e urbanos, inclusive os conflitos, se houver;
··Caracterizar as atividades agropecuárias, industriais, extrativista mineral, comércio
e serviços envolvidos na geração de renda dos municípios e caracterizar a economia
da região;
··Caracterizar a economia formal e informal e estabelecer a relação de troca existente
entre a economia local, regional e nacional, apresentando a destinação da produção
local e sua importância na economia;
··Identificar e descrever os índices relativos aos serviços de saúde pública como
natalidade e mortalidade infantil; mortalidade materna; imunizações e as principais
doenças e causas.

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Uso e ocupação do solo


A caracterização do uso e ocupação do solo inclui:
··Mapeamento das áreas rurais, urbanas e de expansão urbana, áreas com valor histórico,
cultural, paisagístico e ecológico;
··Identificação do zoneamento com indicação dos usos residenciais, comerciais, serviços,
indústrias e públicos;
··Descrição de toda a infraestrutura, incluindo sistema viário, portos, aeroportos, rede de
abastecimento de água e saneamento etc.;
··Caracterização de toda a estrutura fundiária, áreas de colonização ou ocupadas.

Nível de Vida

Estrutura Ocupacional
O conhecimento do nível de vida da população localizada na área de abrangência do
empreendimento é de suma importância e sua caracterização inclui:
··Identificação da população economicamente ativa, com dados da população total,
urbana, rural e sexo;
··A população por setor econômico, distribuição de renda, índices de desemprego e as
relações de trabalho por setor econômico.

Educação
··Informações sobre o ensino urbano e rural, caracterizando a rede de ensino pública e
particular com recursos físicos e humanos, índice de evasão, repetência e aprovações,
índices de alfabetização por faixa etária, cursos profissionalizantes existentes e supletivos,
programas de educação informal, alfabetização etc.

Saúde
Para a caracterização da saúde, é necessário:

··Coeficiente de mortalidade geral e infantil, os índices de mortalidade por doenças


infecciosas e parasitárias, de mortalidade por doenças não diagnosticadas;
··Informações sobre a estrutura institucional, os programas de saúde no âmbito
governamental e privado;
··Informações sobre a susceptibilidade, a expansão de doenças como esquistossomose,
malária, febre amarela e parasitoses em geral.

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Alimentação
··Informações sobre o estado nutricional da população, os hábitos alimentares da
população envolvida, sistema de abastecimento dos alimentos, qual a produção local,
natural e cultivada, a produção que chega de outras localidades e estados e os programas
de alimentação.

Lazer, Cultura e Turismo


··Principais atividades de lazer da população, áreas de lazer mais utilizadas, centros
sociais e urbanos, informações turísticas e sua importância como fonte de renda na
região;
··Manifestações culturais (danças, musicas, festas, tradições etc.), monumentos de valor
cultural, histórico e natural;
··Caracterização dos meios de comunicação: jornais locais e regionais de circulação
diária, semanal, quinzenal e mensal, rádio e televisão regionais.

Segurança Local e Regional


··Informações sobre toda a estrutura da segurança, incluindo a infra-estrutura policial e
judiciária, corpo de bombeiros, estrutura de proteção ao menor e ao idoso, sistema de
defesa civil etc.

Moradia
··Caracterização das condições habitacionais nas cidades e zona rural, valor do aluguel e
venda dos imóveis e sua evolução.

Estrutura de Produção, Serviços e Organização Social


··Fatores de produção, empregos e nível tecnológico por setor, relações entre a economia
local e regional;
··Análise das forças e tensões sociais, grupos e movimentos comunitários, lideranças
comunitárias, forças políticas e sindicais atuantes, associações.

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Considerações Finais

O estudo de impacto ambiental passa por etapas que fazem parte do conteúdo final do
documento como: descrição do projeto, descrição do meio ambiente, que faz parte da área de
influência do empreendimento, avaliação e determinação dos impactos, colocação das medidas
preventivas, mitigadoras e compensatórias e um plano de monitoramento.
Para a elaboração de um estudo de diagnóstico ambiental, é necessário, em primeiro lugar,
definir quais os limites da área de influência do projeto. Essa definição é feita em discussões técnicas
com toda a equipe multidisciplinar, baseando-se em avaliações preliminares do alcance territorial
de cada impacto. A área por onde pode espalhar a poluição do ar, por exemplo, depende da
direção e velocidade dos ventos predominantes, do relevo etc. A poluição hídrica já é bem distinta
da poluição do ar, pois está diretamente ligada aos corpos d água. Portanto, a área de influência
será uma integração de cada elemento do projeto.
De qualquer maneira, as razões da escolha dos limites da área que deverá ser estudada deve ser
claramente explicada e discutida.
O importante é deixar claro que o conhecimento do meio onde o empreendimento vai ser
implantado é que vai permitir a identificação das alterações possíveis dos aspectos ambientais em
função do projeto.
Mas, por conta da enormidade de aspectos que podem ser incluídos na descrição da área de
influência, os órgãos ambientais tem apresentado temos de referência muito úteis, que indicam
aos empreendedores e aos elaboradores de estudos de impactos ambientais quais os elementos do
meio ambiente que devem constar na descrição por serem imprescindíveis para o estudo de cada
empreendimento. Mas tratamos, dos principais deles de uma forma bem completa.
É comum questionar a validade do estudo de impacto ambiental; para alguns empreendedores, ele
representa um entrave à aprovação de projetos que poderiam contribuir para um desenvolvimento
econômico. Para outros, representa um mecanismo para tornar mais ecologicamente corretos
projetos impactantes, que devem ser discutidos em um contexto mais amplo.
No entanto, esse instrumento foi um grande avanço em relação às políticas ambientais, obrigando
a pensar nos aspectos ambientais nos estágios mais preliminares de um projeto.
É um importante instrumento de gestão, viabilizando em longo prazo empreendimentos e
evitando erros que trariam custos ambientais e econômicos relevantes.
Além disso, o estudo de impacto ambiental torna o processo de licenciamento mais transparente,
o que permite que diferentes agentes sociais possam se envolver com o processo de desenvolvimento
e gestão da sua região.
Podemos concluir que de forma completa, o que é e como se elabora um diagnóstico ambiental,
parte central do estudo de impacto ambiental e demos os subsídios necessários para tal.
Na próxima unidade, trataremos de forma mais ampla do Diagnóstico Ambiental como parte de
um Estudo de Impacto Ambiental, ou seja, abordaremos os conceitos e métodos para a elaboração
de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

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Material Complementar

Para se aprofundar no tema proposto nessa unidade, leia os dois artigos disponíveis abaixo:

Leitura:
CÂMARA, João Batista Drummond. Governança Ambiental no Brasil: Ecos do
Passado. REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA V. 21, Nº 46: 125-146 JUN.
2013. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v21n46/08.pdf

Sites:
MARTINS, I. C. M., SOARES, V. P., SILVA, Elias e BRITES, R.S. Diagnóstico
ambiental no contexto da paisagem de fragmentos florestais naturais
“ipucas” no município de Lagoa da confusão, tocantins. Disponivel em:
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v26n3/a05v26n3

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Unidade: Diagnóstico Ambiental - Caracterização dos meios Físico, Biótico e Antrópico

Referências

BRAGA, B. et al. Introdução Engenharia Ambiental. 2ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005

BRASIL. Caderno de Licenciamento Ambiental, Ministério do Meio Ambiente.


Brasilia, 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/
ultimo_caderno_pnc_licenciamento_caderno_de_licenciamento_ambiental_46.pdf> Acesso
em: 10 out. 2014.

BRASIL. Manual Para Elaboração de Estudos para o Licenciamento com Avaliação


de Diagnóstico Ambiental. 2014. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/
file/dd/Manual-DD-217-14.pdf> Acesso em: 01 out. 2014.

______. Roteiro Básico para a Elaboração de estudo de Impacto Ambiental. Manual


de Orientação — Estudos de Impacto Ambiental — EIA; Relatório de Impacto Ambiental –
RIMA da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

CÂMARA, João Batista Drummond. Governança Ambiental no Brasil: Ecos do Passado.


REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA V. 21, Nº 46: 125-146 JUN. 2013. Disponivel
em: <http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v21n46/08.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014.

MARTINS, I. C. M., SOARES, V. P., SILVA, Elias e BRITES, R.S. Diagnóstico


ambiental no contexto da paisagem de fragmentos florestais naturais
“ipucas” no município de Lagoa da confusão, tocantins. Disponivel em:
<http://www.scielo.br/pdf/rarv/v26n3/a05v26n3> Acesso em: 10 out. 2014.

PHILIPPI, A. Saneamento, Saúde e Ambiente. Barueri: Manoele, 2014.

PILGER, R. R. Administração e Meio Ambiente. 156 p. Curitiba: Ed. InterSaberes, 2013.

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Anotações

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