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Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 1

Gestão em Segurança Pública

Apostila de gestão ambiental

Itapuranga
2016
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 2
Gestão em Segurança Pública

Sumario


Aula …...........................................................................................................03
O meio ambiente
Ecologia
Energias renováveis e não renováveis
Impactos Ambientais
LEGISLAÇÃO DO SETOR DE MEIO AMBIENTE (IBAMA):1 Lei nº 6.938/1981
(política nacional do meio ambiente). 2 Lei nº 7.735/1989 (criação do IBAMA).
3 Decreto nº 6.099/2007 (estrutura regimental do Ibama). 4 Lei nº 9.605/1998
(crimes ambientais).


Aula …............................................................................................................15
Noções de Desenvolvimento Sustentável
Os cinco menos que são mais
Noções de Biologia forense
Noções de como desenvolver um sga


Aula................................................................................................................24
Historia politica de Goiás
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1ºAula

O Meio Ambiente
De acordo com a definição contida na norma NBR ISO 14001:1996, item 3.2, meio
ambiente é a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água,
solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interrelações.Na Política
Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 6.938/1981, em seu artigo 3°, “Para os fins
previstos nesta Lei, entende-se por:
I) meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;
II) degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do
meio ambiente
III) poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV) poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; e
V) recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e
a flora.Já a Constituição Federal diz, em seu artigo 225, “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
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defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.


Portanto, com base nas definições acima, pode-se entender tanto a complexidade
quanto a importância do meio ambiente para a sobrevivência das espécies, inclusive
do homem, e do papel que temos na sua preservação.
É nesse sentido que consideramos a relevância do conceito deDesenvolvimento
Sustentável e a significância da implantação de sistemas de gestão em geral e, em
específico, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Considera-se um sistema o conjunto de elementos interdependentes,inter-
relacionados e interatuantes, coordenados entre si, e que funcionam como um todo
complexo, uma estrutura organizada. Por isso, nada impede que se implante um
sistema de gestão ambiental mesmo que já existam outros sistemas
implantados,seja ele financeiro, de qualidade, saúde e segurança, responsabilidade
social ou outro.
Um bom sistema agrega valor aos existentes e pode ainda ser integrado aos demais.
De acordo com a definição contida na norma NBR ISO 14001:1996, item 3.2, meio
ambiente é a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água,
solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interrelações.Na Política
Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 6.938/1981, em seu artigo 3°, “Para os fins
previstos nesta Lei, entende-se por:
I) meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;
II) degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do
meio ambiente
III) poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV) poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
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direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; e


V) recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e
a flora.Já a Constituição Federal diz, em seu artigo 225, “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Portanto, com base nas definições acima, pode-se entender tanto a complexidade
quanto a importância do meio ambiente para a sobrevivência das espécies, inclusive
do homem, e do papel que temos na sua preservação.
É nesse sentido que consideramos a relevância do conceito deDesenvolvimento
Sustentável e a significância da implantação de sistemas de gestão em geral e, em
específico, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Considera-se um sistema o conjunto de elementos interdependentes,inter-
relacionados e interatuantes, coordenados entre si, e que funcionam como um todo
complexo, uma estrutura organizada. Por isso, nada impede que se implante um
sistema de gestão ambiental mesmo que já existam outros sistemas
implantados,seja ele financeiro, de qualidade, saúde e segurança, responsabilidade
social ou outro.
Um bom sistema agrega valor aos existentes e pode ainda ser integrado aos demais.
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Ecologia
A Ecologia é a parte da Biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e
destes com o meio. O termo, que foi usado pela primeira vez em 1866 por Ernest
Haeckel, vem da junção de duas palavras gregas: Oikos, que significa casa, e logos,
que quer dizer estudo. Assim sendo, ecologia significa o “estudo da casa” ou o
“estudo do habitat dos seres vivos”.

Ciência ampla e complexa, a Ecologia preocupa-se com o entendimento do


funcionamento de toda a natureza. Assim como vários outros campos de estudo da
Biologia, ela não é uma ciência isolada. Para entendê-la, é necessário, por exemplo,
conhecer um pouco de Evolução, Genética, Biologia Molecular, Fisiologia e
Anatomia.

De uma maneira geral, a ecologia pode ser subdividida em dois tipos: a autoecologia
e a sinecologia. Na autoecologia, o estudo é voltado para uma determinada espécie
ou indivíduo, analisando-se, principalmente, seu comportamento e os mecanismos
adaptativos que garantem a sua sobrevivência em determinado meio. Já a
sinecologia faz uma análise mais ampla, analisando grupos de organismos que
interagem entre si e com o meio. Fica claro, portanto, que a autoecologia e a
sinecologia detêm-se sobre diferentes níveis de organização.

O estudo da Ecologia baseia-se em quatro níveis principais de organização, que


obedecem a um arranjo hierárquico que agrupa sistemas mais simples até os mais
complexos. Veja os níveis estudados em Ecologia:

→ População: conjunto de organismos de uma mesma espécie que vivem juntos


em uma determinada área e apresentam maiores chances de reproduzir-se entre si
do que com outros indivíduos de outras populações.

→ Comunidades: conjunto de populações de uma determinada região.

→ Ecossistema: conjunto formado pela comunidade e os fatores abióticos.

→ Biosfera: nível mais amplo e autossuficiente que corresponde a todos os seres


vivos do planeta, abarcando as relações deles entre si e com o meio ambiente.
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Independente do nível de organização estudado, compreender o meio em que o


organismo vive é essencial no estudo da ecologia. Assim sendo, ao escolher uma
espécie para análise, os ecólogos preocupam-se em conhecer seu habitat e seu
nicho ecológico, ou seja, o local onde a espécie vive e seu papel naquela
comunidade.

Outro ponto importante da Ecologia e que envolve todos os níveis de organização é


a compreensão das relações existentes entre os seres vivos. As relações
ecológicas demonstram como as diferentes espécies interagem e como os
indivíduos de uma população comportam-se.

Ao estudar a Ecologia, os ecólogos conseguem visualizar de maneira clara como as


espécies interagem entre si e conseguem coexistir em determinado ambiente, além
de conseguir informações para a compreensão dos motivos que levam uma espécie
a viver em uma área e a ausentar-se de outros locais. Também é possível
compreender como uma espécie é capaz de influenciar uma determinada
comunidade e os impactos gerados por ela. Por meio dessas análises, é possível
fazer previsões a respeito do futuro de determinadas espécies e as consequências
das mudanças nos padrões de uma comunidade.

É importante destacar também que a ecologia é fundamental para a


compreensão do futuro do planeta. A partir do momento que entendemos as
espécies e suas necessidades, conseguimos analisar claramente como nossas
atividades influenciam o meio. Sendo assim, o entendimento da ecologia e a
conscientização da população podem ajudar a garantir um futuro sustentável para o
planeta.
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Veja alguns dos principais tópicos estudados em ecologia:

- Cadeia alimentar

- Ciclos biogeoquímicos

- Ecossistema

- Bioma

- Habitat e Nicho Ecológico

- Mudanças climáticas

- Níveis tróficos

- Pirâmides ecológicas

- Poluição

- Problemas ambientais brasileiros

- Relações ecológicas interespecíficas e intraespecíficas.

- Sucessão ecológica

- Unidades de conservação
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Energias Renováveis e Não Renováveis

Inúmeras são as fontes de energia disponíveis no nosso planeta, sendo que


essas fontes se dividem em dois tipos, as fontes de energia renováveis e as não
renováveis.

As fontes de energia renováveis, são aquelas em que a sua utilização e uso é


renovável e pode-se manter e ser aproveitado ao longo do tempo sem possibilidade
de esgotamento dessa mesma fonte, exemplos deste tipo de fonte são a energia
eólica e solar.

Por outro lado as fontes de energias não renováveis têm recursos teoricamente
limitados, sendo que esse limite depende dos recursos existentes no nosso planeta,
como é o exemplo dos combustíveis fósseis.

Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez mais, com o constante
desenvolvimento das tecnologias e inovações, se descobrem novas formas de
produção de energia eléctrica utilizando como fonte os fenômenos e recursos
naturais, como é exemplo da recente inovação na criação de um hidrogerador cujo
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princípio é semelhante ao de um aerogerador, diferindo no facto de o movimento das


pás ser provocado pelas correntes marítimas.

A principal fonte de energia existente hoje é o petróleo, mas além de não ser
renovável, e ser um dos principais responsáveis pelo efeito estufa o petróleo ainda
será motivo de muitas guerras e conflitos entre os países, principalmente aqueles
países que dependem muito dessa fonte energética como os Estados Unidos.

Diversas nações do mundo inteiro estão investindo muito dinheiro em projetos que
utilizam as fontes de energia alternativa como a energia solar, a energia eólica, a
energia geotérmica, o biodiesel, a energia obtida através do hidrogénio, a energia
das marés, o etanol e a biomassa.

Essas fontes de energia alternativas citadas são as mais abordadas em projecto


para uma menor contribuição para o aquecimento da Terra e também para tentar
alcançar cada vez mais uma independência com relação ao petróleo.

Algumas das energias renováveis onde actualmente existe um maior


desenvolvimento

 Biomassa: utiliza matéria de origem vegetal para produzir energia (bagaço de


cana-de-açúcar, álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais etc).
 Energia solar: utiliza os raios solares para gerar energia oferece vantagens
como: não polui, é renovável e existe em abundância. A desvantagem é que
ainda não é viável economicamente, os custos para a sua obtenção superam
os benefícios.
 Energia eólica: é a energia gerada através da força do vento captado por
aerogeradores. Suas vantagens são: é abundante na natureza intenso e
regular e produz energias a preços relativamente competitivos.
 Etanol: é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e
da beterraba. Como energia pode ser utilizado para fazer funcionar motores
de veículos ou para produzir energia eléctrica. Suas vantagens são: é uma
fonte renovável e menos poluidora que a gasolina.
 Biodiesel: o biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo
em motores ciclo diesel. Vantagens: é renovável, não é poluente.
Desvantagem: existe o esgotamento do solo.
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Fontes de energia renováveis

Fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo,
espontaneamente ou por intervenção humana.

Estas fontes encontram-se já em difusão em todo o mundo e a sua importância tem


vindo a aumentar ao longo dos anos representando uma parte considerável da
produção de energia mundial.

Exemplos de Fontes de Energias Renováveis:

 Energia Hídrica;
 Energia Eólica;
 Energia Solar;
 Energia Geotérmica;
 Energia das Ondas e Marés;
 Energia da Biomassa.

Fontes de energia não renováveis

Atualmente, a procura de energia assenta fundamentalmente nas fontes de energia


não renováveis, as quais têm tecnologia difundida, mas possuem um elevado
impacte ambiental.

Importa inverter esta tendência, tornando o seu consumo mais eficiente e


substituindo-o gradualmente por energias renováveis limpas. Exemplos de Fontes
de Energias não Renováveis:

 Energia Do Carvão;
 Energia do Petróleo;
 Energia do Gás Natural;
 Energia do Urânio.

Mas antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um


percurso mais ou menos longo de transformação, durante o qual uma parte é
desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor, nem sempre é devidamente
aproveitada.
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Questões Ambientais Globais (impactos


ambientais)
Os grandes problemas ambientais ultrapassam as fronteiras nacionais e são
tratados de forma global, pois afetam a vida de todos no planeta. Isto explica, em
parte, por que os países mais desenvolvidos colocam barreiras à importação de
produtos resultantes de processos prejudiciais ao meio ambiente.
A atividade industrial, principalmente, é responsável por expressiva parcela dos
problemas globais incidentes no meio ambiente.
Você vai conhecer, a seguir, quais são as ameaças com que a humanidade se
defronta. Entenda melhor, também, o esforço das
nações e da sociedade em geral para reverter o processo acelerado de degradação
dos recursos naturais no mundo, que também tem como causas a explosão
demográfica e as precárias condições de vida de grande parte da população,
especialmente as do terceiro mundo.
Existem questões ambientais de suma importância para a Humanidade, que se
caracterizam como impactos ambientais negativos. Algumas dessas questões são
descritas
a seguir:
• o aumento da temperatura da Terra;
• a diminuição das quantidades de espécies vivas (conhecida como perda da
biodiversidade);
• a destruição da camada de ozônio;
• a contaminação ou exploração excessiva dos recursos dos oceanos;
• a escassez, mau uso e poluição das águas;
• a superpopulação mundial;
• a utilização/desperdício dos recursos naturais não renováveis (petróleo, carvão
mineral, minérios);
• o uso e a ocupação inadequados e a degradação dos solos agricultáveis;
• a destinação final dos resíduos (lixo);
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LEGISLAÇÃO DO SETOR DE MEIO


AMBIENTE
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º - Esta Lei, com fundamento no art. 8º, item XVII, alíneas c, h e i , da
Constituição Federal, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio
Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico
Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.
Art. 1º Esta Lei, com fundamento nos incisos VI e VII, do art. 23, e no art. 225 da Constituição
Federal, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, cria o Conselho Superior do
Meio Ambiente - CSMA, e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 7.804,
de 1989)

Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da
Art 1º -
Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela
Lei nº 8.028, de 1990)
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os
seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
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VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;


VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características
do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação
ambiental;
V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da
biosfera.
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
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DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em
desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro
ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre,
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente.
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena.
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies
nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou
parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou
águas jurisdicionais brasileiras.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que
somente no local da infração;
II - em período proibido à caça;
III - durante a noite;
IV - com abuso de licença;
V - em unidade de conservação;
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição
em massa.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça
profissional.
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§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.


Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto,
sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial
favorável e licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes,
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de
domínio público;
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem
licença, permissão ou autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre
bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares
interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de
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aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;


III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes
da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito
semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

Seção II
Dos Crimes contra a Flora
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente,
mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio
avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com
infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas
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cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).


Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente,
sem permissão da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas
de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação as Reservas Biológicas,
Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e
Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Proteção
Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas ou
outras a serem criadas pelo Poder Público.

§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as


Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei
nº 9.985, de 2000)
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância agravante
para a fixação da pena.

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no


interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº
9.985, de 2000)
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)

§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas


de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas
Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio
Natural. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no


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interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada


circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei nº 9.985, de
2000)

§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela


Lei nº 9.985, de 2000)
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a
um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou
qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 43. (VETADO)
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação
permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de
minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por
ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra
exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá
acompanhar o produto até final beneficiamento:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem
em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de
origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do
armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 20
Gestão em Segurança Pública

2ºAula

Noções de Desenvolvimento
Sustentável
Desenvolvimento Sustentável

Neste início do século 21, o homem passa a assumir a mesma culpa pelo passado
de uso predatório dos recursos naturais. Fala de desenvolvimento sustentável, como
forma de redimir-se dos danos causados ao meio ambiente em que vive.
Passar do discurso do desenvolvimento sustentável para a prática das ações
ambientais diárias é um caminho que envolve mudanças de comportamento, de
procedimentos; demora tempo e custa dinheiro, que nem sempre está disponível
para essa finalidade.
Falar de desenvolvimento sustentável é falar de coisas novas, é rever conceitos. É
falar de biotecnologia, de tecnologias limpas, de mudanças de padrões de produção
e consumo, de reciclagem, de reuso, de reaproveitamento e de outras formas de
diminuir a pressão sobre matérias-primas, e ao mesmo tempo reduzir os impactos
causados pelos descartes de substâncias e objetos no meio ambiente.
É importante ressaltar que cada cidadão tem o dever de exercitar procedimentos de
gestão ambiental onde quer que exerça suas atividades: no lar, no trabalho, nas
instituições de ensino, nos ambientes de lazer e, também, nas ruas por onde passa.
Dê sua contribuição de forma coerente e envide esforços para que as crianças
sigam rumo certo no caminho da sustentabilidade ambiental, como condição para a
sobrevivência da própria espécie humana no planeta Terra.
Desenvolvimento sustentável significa obter crescimento econômico necessário,
garantindo a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social para o
presente e gerações futuras.

Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que haja uma
harmonização entre o desenvolvimento econômico, a preservação do meio ambiente,
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Gestão em Segurança Pública

a justiça social (acesso a serviços públicos de qualidade), a qualidade de vida e o


uso racional dos recursos da natureza (principalmente a água).

Sugestões para o desenvolvimento sustentável:

- Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico,


vidro, ferro, borracha e etc.

- Coleta seletiva de lixo.

- Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em


rios, lagos, córregos e mares.

- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em locais


especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;

- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica,
solar e geotérmica.

- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas feitas de


papel.

- Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a


água.

- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os


por biocombustíveis.

- Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo.

- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por


coletivos (metrô).

- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de


bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro.

- Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas).

- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas.

- Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais.

- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos.


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Gestão em Segurança Pública

- Manutenção e preservação dos ecossistemas.

- Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.

- Respeito às leis trabalhistas.

- Não utilização de mão de obra infantil e trabalho escravo.

- Uso da Gestão Ambiental nas indústrias, empresas prestadoras de serviços e


órgãos públicos.

- Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado verde.

Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga estabelecer o
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção do meio ambiente.
Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem
colaborar para que possamos atingir este importante objetivo.

Desenvolvimento Sustentável no Brasil

No Brasil, assim como nos outros países emergentes, a questão do


desenvolvimento sustentável tem caminhado de forma lenta. Embora haja um
despertar da consciência ambiental no país, muitas empresas ainda buscam
somente o lucro, deixando de lado as questões ambientais e sociais. Ainda é grande
no Brasil o desmatamento de florestas e uso de combustíveis fósseis. Embora a
reciclagem do lixo tenha aumentado nos últimos anos, ainda é muito comum a
existência de lixões ao ar livre. A poluição do ar, de rios e solo ainda são problemas
ambientais comuns em nosso país.

IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável)

Desenvolvido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2002,


tem como objetivo estabelecer comparações entre regiões do Brasil e com outros
países, no tocante ao desenvolvimento sustentável. São utilizados dados
econômicos, sociais, institucionais e ambientais. O último IDS, apresentado pelo
IBGE em 2012, mostrou avanços nos últimos anos no tocante ao desenvolvimento
sustentável no país. Porém, ainda estamos muito atrás com relação ao que tem sido
feito nos países mais
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 23
Gestão em Segurança Pública

Os cinco menos que são mais

Pode-se afirmar, sem dúvida, que procedimentos simples de gestão ambiental


enfocando os itens abaixo representam, no conjunto de mais de quatro milhões e
meio de empresas brasileiras, um passo importante na busca do desenvolvimento
sustentado.
• Minimização do desperdício de água na produção;
• Minimização do desperdício de energia por unidade de produção;
• Minimização das perdas de matéria-prima por unidade de produção;
• Minimização da geração de resíduos; e
• Minimização da poluição.
Com essas “minimizações”, a produção de resíduos será reduzida (sólidos, líquidos
e gasosos) e, consequentemente, será diminuída a poluição dos ecossistemas.

Menos Água
No caso específico da água, há que se ressaltar que, embora seja considerada um
recurso natural renovável, ainda assim é um recurso finito, dado que os processos
naturais de renovação (evaporação e evapotranspiração, condensação, precipitação
e filtragem no solo), em muitos lugares, estão sendo mais lentos do que os
processos humanos que promovem sua deterioração e, porque os processos
artificiais de purificação da água servida são muito dispendiosos.
O Brasil perde cerca de 40% de sua água tratada canalizada em redes de
distribuição deficientes, o que acarreta enormes prejuízos de recursos, elevando
custos que, invariavelmente, são repassados ao consumidor. Sabemos hoje que
97,2% de toda a água existente no planeta está nos oceanos (água salgada) e os
2,8% restantes têm distribuição desigual. Do total de 2,8% tiramos 2,14% das águas
que formam as calotas polares e as geleiras, e o restante, isto é, 0,6% formam as
águas dos rios (0,001%), dos lagos de água doce (0,009%), dos lagos da água
salgada (0,008%) e das reservas subterrâneas de água (0,61%). De maneira geral,
pode-se dizer que apenas 0,6% de água no mundo são água doce e disponível
naturalmente.
O consumo global de água doce aumentou seis vezes entre 1900 e 1995 – mais do
que duas vezes a taxa de crescimento populacional. Cerca de um terço da
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 24
Gestão em Segurança Pública

população do mundo vive em países considerados com “escassez de água”, ou seja,


gastam mais de 10% da água que possuem. A continuar esta tendência, duas entre
três pessoas no planeta viverão nestas condições.
A produção industrial consome muita água. Assim sendo, uma empresa, ao adotar
um sistema de gestão ambiental, deve preocupar-se em evitar desperdícios, fazendo
campanhas preventivas com seus funcionários e adotando medidas que minimizem
estas perdas, o que reverterá em lucros.

Menos Energia
No Brasil, onde as hidroelétricas respondem pela maior parcela, temos muitos
impactos ambientais adversos, desde a construção até o enchimento dos
reservatórios com perda de biodiversidade e dos solos, acarretando alterações
significativas em termos sociais (remanejamento de comunidades inteiras),
econômicos e culturais.
As atividades humanas requerem energia, e esta é demandada em quantidades
cada vez maiores no processo de desenvolvimento, sem que sejam avaliadas as
consequências.
É preciso utilizar energia de modo racional, como princípio de sustentabilidade da
própria energia que se utiliza e, também, como modo
de diminuir o custo de produção.
No Brasil perdem-se cerca de 35% de energia elétrica em redes de distribuição, o
que tem levado as companhias de eletricidade a desenvolverem campanhas de
economia de energia, já que é mais barato eliminar desperdícios, nessa área, do
que construir novas hidroelétricas.
Pode-se economizar energia apenas diminuindo o desperdício, aumentando a
eficiência dos equipamentos ou utilizando energias
naturais de custo zero, como é o caso da luz solar.

Menos Matéria-prima
O tratamento que se deve dar ao uso de matérias-primas não é diferente. Pode-se
aumentar a eficiência do uso da matéria-prima e produzir mais com menos.
No Brasil desperdiçam-se até cerca de 30% de material de construção numa obra.
Isto quer dizer que, a cada três prédios que se constroem, foi desperdiçado material
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Gestão em Segurança Pública

suficiente para se construir um quarto edifício. É claro que esse desperdício é


repassado ao consumidor como custo de produção no valor de venda do imóvel.
São enormes os desperdícios na exploração da madeira. Em alguns casos, o que o
produto final aproveita representa apenas 20% do que foi originalmente extraído da
floresta.
Esse processo produtivo não vai muito adiante à medida que existe concorrência e
algumas empresas passam a produzir com melhor qualidade e menor preço. Esse
fator faz reduzir o uso ineficiente da matéria-prima, pela necessidade de se baixar o
preço de custo para se manter vivo no negócio. Por outro lado, à medida que a
matéria-prima escasseia, os custos se elevam e os negócios podem inviabilizar-se.

Menos Resíduos
No Brasil perdem-se cerca de 25% do alimento produzido, na armazenagem, no
transporte e no acondicionamento dos produtos.
Uma grande parte é desperdiçada no processo de manipulação inclusive em nível
doméstico. Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados, esse setor
perdeu, somente no ano de 1995, cerca de 500 mil toneladas de alimento, por falhas
ocorridas nos processos de colheita, transporte, armazenamento e manipulação
antes do consumo.
Considerado-se, apenas para exemplificar, as matérias-primas mais utilizadas e de
maior percepção da população, tais como madeira, petróleo e minérios, e aplicando-
se procedimentos de sustentabilidade, não só haverá enormes economias para as
empresas, mas, principalmente, em relação aos impactos ambientais,que serão
reduzidos de forma significativa.
Considerando que resíduos são perdas nos processos, devem ser minimizados.
Por outro lado, mesmo se fazendo o possível para evitar sua geração, e
maximizando o reuso, eles existem e podem ser fonte de riqueza, pois servem tanto
de matéria-prima para outros processos, como podem sofrer reciclagem e reduzir o
consumo de recurso natural na produção de um novo bem.
Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços, e ainda da
varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólido, gasoso e líquido.
Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais de 1
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 26
Gestão em Segurança Pública

quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de,
aproximadamente, 400 milhões de toneladas.
Portanto, considerando que sua geração seja inevitável, é importante que tanto os
empresários quanto a população em geral tenham a consciência do não-desperdício,
adotando medidas de fácil aplicação e que podem resultar em geração de emprego
e renda, assim como diminuição de custos. Para isso basta reaproveitar ao máximo,
com criatividade, rever processos, separar o lixo (coleta seletiva) e dispor dele de
maneira correta.

Menos Poluição
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB – 1989,
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – e editada em
1991, a disposição final de lixo nos municípios brasileiros assim se divide:
• 76% em lixões;
• 13% em aterros controlados e 10% em
aterros sanitários;
• 1% passa por tratamento (compostagem,
reciclagem e incineração).
Informações sobre a relação entre a quantidade de lixo produzido e quantidade de
lixo coletado são de extrema relevância, forncendo um indicador que pode ser
associado tanto à saúde da população exposta, quanto à proteção do ambiente, pois
resíduos não coletados ou dispostos em locais inadequados acarretam a
proliferação de vetores de doenças e, ainda, podem contaminar, principalmente, o
solo e corpos d’água. Conforme o Quadro 1 da página 19 – o número de moradores
em domicílios particulares permanentes, com coleta de lixo em relação à população
total, por situação do domicílio, do relatório do IBGE, na área urbana, até 1999,
representava 92,9% da população, enquanto na área rural esse número cai para
18,8% no mesmo período.
As variáveis utilizadas neste indicador são a quantidade de lixo coletada por dia, que
recebe destino final considerado adequado, e a quantidade total de lixo recolhido
diariamente, expressas em toneladas/dia. Considera-se um destino adequado ao
lixo sua disposição final em aterros sanitários; sua destinação a estações de triagem,
reciclagem e compostagem; e sua incineração através de equipamentos e
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 27
Gestão em Segurança Pública

procedimentos próprios para este fim. Por destino final inadequado compreende-se
seu lançamento, em bruto, em vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas
alagadas, locais não fixos e outros destinos, como a queima a céu aberto sem
nenhum tipo de equipamento. A disposição do lixo em aterros controlados também
foi considerada inadequada, principalmente pelo potencial poluidor representado
pelo chorume, que não é controlado neste tipo de destino.
O indicador é constituído pela razão, expressa em percentual, entre o volume de lixo
cujo destino final é adequado e o volume total de lixo coletado. A fonte das
informações deste indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE
–, através da Diretoria de Pesquisas,Departamento de População e Indicadores
Sociais (Pesquisa nacional de saneamento básico 2000, 2002).
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 28
Gestão em Segurança Pública

Noções de Biologia forense


A Biologia Forense utiliza os conhecimentos da Biologia como recursos para a
investigação e resolução de crimes. Por mais cuidadoso, o criminoso poderá deixar
cair, por exemplo; uma minúscula gota de sangue, pedaço de pele humana,
esperma ou um fio de cabelo que podem ser recolhidos nos mais diversos tipos de
locais como; roupas, garrafas , talheres, pontas de cigarro, selos e preservativos. Na
análise dos mesmos, elaborando-se relatórios para apreciação dos tribunais.
Nela engloba-se várias áreas da Biologia como a Bioquímica, Biologia Molecular,
Genética, Entomologia e até a Botânica, constituindo um instrumento valioso na
resolução de casos judiciais, na qual teve sua origem (ajudando a justiça), com as
primeiras utilizações das características genéticas para fazer testes de paternidade.
A fase moderna da Genética Forense dá-se na década de 1980 quando
investigadores descobriram regiões altamente variáveis do ADN, capazes de
individualizar uma pessoa. Além dos crimes contra seres humanos, a Biologia
Forense é de grande importância para desvendar crimes contra o meio ambiente.
O interesse médico-legal da criminalística reside no facto de se procurar vestígios
anatómicos, biológicos ou humorais que permitam estabelecer a identidade do autor
do crime. Todavia, os referidos vestígios encontrados na cena do crime são de
natureza muito diversa e, por isso, para a sua recolha deveriam participar indivíduos
especializados, designadamente, polícias, médicos, peritos em balística e
impressões digitais e técnicos do laboratório onde são efectuados os exames, ou
indivíduos com informação suficiente por forma a fazerem a colheita e o
acondicionamento dos vestígios nas melhores condições.
É para notar, que o êxito do trabalho laboratorial depende da forma como os
vestígios foram recolhidos, acondicionados e enviados. É também de grande
importância a selecção adequada das amostras a estudar, pois não raras vezes é
recebido material que não tem qualquer interesse médico-legal e que o perito tem
que analisar, constituindo este tipo de exames uma mera perda de tempo.
Para a análise do DNA é necessário qualquer tipo de mancha ou produto que
contenha material genético. Este material genético ou DNA encontra-se em todas as
células nucleadas do organismo e possui características importantes para a sua
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 29
Gestão em Segurança Pública

aplicação em estudos de identificação,já que o DNA é único para cada indivíduo, e é


idêntico em todas as suas células. Ou seja,estudando qualquer vestígio biológico
podemos identificar o indivíduo ao qual esse vestígio pertence. Os vestígios
encontrados com mais frequência, com interesse médico-legal, são as manchas de
sangue e sémen.
Natureza dos vestígios biológicos

Manchas de sangue

O sangue é o tipo de amostra mais frequentemente analisada, tanto no estado


liquído como em mancha seca. O DNA é extraído dos leucócitos do sangue, uma
vez que os eritrócitos são células anucleadas. Esta extracção é efectuada mediante
diferentes protocolos, sendo os mais usados os que utilizam o fenol-clorofórmio
(Smith e col., 1990) ou o Chelex (Singer-Sam e col., 1989).
Aquelas manchas podem encontrar-se em suportes porosos e absorventes
existentes na cena do crime, como sofás, tapetes, alcatifas e mesmo na roupa da
vítima ou do autor do crime; ou em suportes não porosos como, por exemplo,
diferentes tipos de revestimentos de chão ou paredes de residências, vidros ou
cerâmicas.

Sémen
O sémen (suspensão de espermatozoides no líquido seminal), é a seguir ao sangue
o vestígio mais estudado, o que se deve ao facto de haver muitos casos de suspeita
de agressão sexual registados na casuística da Delegação do Porto do Instituto
Nacional de Medicina Legal.

Outros vestígios
Os pelos são outro tipo de vestígio biológico frequentemente analisado. Estes
podem aparecer em peças de vestuário, nas mãos da vítima, ou ainda na cena do
crime e devem ser recolhidos e acondicionados com precaução, pois podem ser
provenientes de pessoas distintas.
O DNA dos pelos está particularmente concentrado na raiz, pelo que os arrancados
dão melhores resultados, pois, na generalidade dos casos, possuem células do
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 30
Gestão em Segurança Pública

folículo piloso, o que permite obter DNA em maior quantidade. Em condições ideais
pode-se conseguir até 0.5 µg de DNA de um só pelo, sendo a quantidade
normalmente conseguida de 200 ng em cabelos recentemente arrancados e cerca
de 10 ng em cabelos caídos. É para notar, que a quantidade de DNA existente na
raiz de um pelo, varia de pessoa para pessoa e na mesma pessoa é também
variável consoante o local da sua proveniência (cabeça, barba, púbis, etc.).
Aquando da realização da extração do DNA de pelos deve-se ter em consideração o
facto da existência de melanina na sua composição. Esta constitui um fator inibidor
da amplificação, pelo que se deve, preferencialmente, usar apenas as raízes.
Os pelos sãos maioritariamente constituídos por queratina (proteína), pequenas
quantidades de metais, ar e pigmento, a melanina. Esta é um potente inibidor da
amplificação (PCR). Por isso, quando se estuda o DNA nuclear de hastes de pêlos
ou mesmo de raízes de pêlos que caíram espontaneamente, sem tecidos do folículo
piloso, os resultados, geralmente, não são conclusivos.
Acresce ainda, a possibilidade da existência de fatores que possam impedir uma
eficaz extracção do DNA, como os tratamentos químicos, resistentes aos métodos
de digestão enzimática que usam ditiotreitol, proteinase K, detergentes e o
aquecimento para dissolver o pêlo. A saliva e a urina não contêm células na sua
constituição, mas, por transportarem células epiteliais, respectivamente da cavidade
bucal e das vias urinárias, possuem DNA. As amostras que tenham saliva, como
filtros de cigarros fumados, garrafas ou latas de refresco e ainda selos ou envelopes,
são susceptíveis de identificar o autor do crime. As mais frequentes são as pontas
de cigarros que, não raras vezes, aparecem no local do crime.
A urina possui bactérias e outros agentes contaminantes que dificultam a obtenção
de resultados.
Relativamente às fezes os resultados são ainda mais escassos, porque, na grande
maioria das vezes, não possuem material genético, susceptível de ser analisado e
têm na sua composição elementos que impedem o êxito do estudo.
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 31
Gestão em Segurança Pública

Noções de como desenvolver um SGA


O que é um Sistema de Gestão Ambiental?
A implantação de Sistemas de Gestão Ambiental numa empresa garante a redução
de cargas poluidoras geradas, porque envolve a revisão do processo produtivo com
vistas à melhoria contínua do desempenho ambiental da organização, resultando em
redução de desperdícios de matérias-primas e insumos e das emissões de
poluentes e resíduos. A certificação desses sistemas é um mecanismo que permite
ser formalizada a internalização dos sistemas e dos instrumentos previstos nas
política ambientais das organizações.
Um SGA, portanto, pretende ligar esses diferentes processos por meio de uma rede
de ações, procedimentos, documentos e arquivos, com o objetivo de:
• Estabelecer uma política ambiental e uma base para a gestão ambiental efetiva;
• Identificar e controlar aspectos ambientais significativos à organização, respectivos
impactos e riscos relacionados;
• Definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e procedimentos
específicos para assegurar que cada colaborador interno cumpra suas tarefas
ajudando a minimizar ou eliminar os aspectos ambientais que poderiam se converter
em
impactos ambientais negativos da empresa no meio ambiente;
• Identificar, monitorar e cumprir as exigências legais;
• Promover a comunicação interna e externa;
• Estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental,
assegurando o equilíbrio de custos e benefícios, para a organização, para seus
acionistas e outras partes interessadas;
• Determinar a necessidade de recursos para atingir tais metas e garantir
responsabilidades por elas, além de medir seu desempenho em relação a padrões e
metas preestabelecidos e reorientar sua abordagem, quando necessário;
• Manter a direção informada e treinar pessoal para cumprir eficazmente os
compromissos assumidos;
Os procedimentos ambientais podem abrange:
Documentação do SGA e controle dos documentos;
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 32
Gestão em Segurança Pública

Controle operacional: procedimentos e critérios para as operações e atividades,


assim como para os bens e serviços, fornecedores e contratados da organização;
Cálculo dos riscos e planos de ação de emergência, para identificar acidentes em
potencial e evitar que se tornem catástrofes.
Procedimentos para monitoramento, medição e manutenção de registros para
documentar e monitorar os resultados de ações e programas específicos, assim
como os efeitos globais das melhorias ambientais.
Ações corretivas e preventivas para eliminar causas reais ou potenciais de não
cumprimento dos objetivos, metas, critérios e especificações.
Treinamentos para assegurar que todos os empregados entendam onde estão
insertos no contexto do SGA e em relação a suas atividades de trabalho, além da
conscientização das questões ambientais relevantes, à política ambiental, os
objetivos, metas e o papel de cada empregado no sistema de gestão ambiental.
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 33
Gestão em Segurança Pública

Como desenvolver um SGA


As ações da empresa são divididas em quatro fases: Planejamento, Ação,
Verificação e Aperfeiçoamento.

Planejamento
A fase de planejamento inclui a identificação e classificação dos aspectos
ambientais, o levantamento dos requisitos legais aplicáveis e a definição de
objetivos e metas ambientais

Ação
A fase de implantação e operação do sistema implica a definição de estrutura e
responsabilidades, treinamentos, comunicação, elaboração da documentação do
sistema, incluindo a criação de procedimentos de controle operacional e
atendimento das situações de emergência.
As pessoas encarregadas da implementação das ações devem definir
responsabilidades e procedimentos, que devem ser aprovados pela alta direção.
Nesta fase, o levantamento das atividades, sua descrição, incluindo sua interação
com o meio ambiente, é a parte principal. A partir daí é que as outras atividades
dessa etapa se desenvolvem.

Verificação (Check)
Nesta etapa são empreendidas ações de monitoramento e medição conforme
padrões ou requisitos legais, são levantadas não-conformidades, gerados registros e
faz-se uma auditoria do sistema para avaliação da eficácia da sua implantação e
maturidade. Estes resultados são analisados junto à direção da empresa, que
promove uma análise crítica e determina mudanças de rumo, quando necessário,
e/ou melhorias e ajustes ao sistema.

Aperfeiçoamento/Melhoria
Quaisquer deficiências ou imprevistos identificados são corrigidos, o plano de ação
deve ser revisado e adaptado às novas circunstâncias, e os procedimentos são
melhorados ou reorientados, se necessário.
A análise crítica periódica do plano de gestão assegura que o SGA continue a ser
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 34
Gestão em Segurança Pública

sensível às mudanças, identificando oportunidades de aperfeiçoamento, como novos


conhecimentos científicos sobre os impactos ambientais de um produto químico,
inovação tecnológica, novos processos e produtos, novos mercados, câmbio,
regulações governamentais e mudanças nas exigências dos clientes e
consumidores. Em resumo, essa etapa busca a melhoria contínua dos processos e
serviços da organização no que tange a sua relação com o meio ambiente e,
consequentemente, o desempenho ambiental da empresa.
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 35
Gestão em Segurança Pública

3ª Aula

História política de Goiás


A história de Goiás se inicia no fim do século XVI, quando as explorações
portuguesas não limitaram-se apenas à região do litoral. A caça ao índio, a busca
por riquezas minerais e a evangelização são os principais responsáveis pela
exploração do centro-oeste. O desbravamento inicial da região deve-se aos
missionários do norte e aos bandeirantes do sul. Já no século XVII, em função da
catequese empreendida pelos jesuítas na Amazônia, missionários sob a chefia de
frei Cristóvão de Lisboa percorrem a área do Tocantins, onde fundam missão
religiosa em 1625. Mas as origens históricas de Goiás estão diretamente ligadas à
corrida do ouro empreendida pelos bandeirantes paulistas, em razão da qual o
território goiano é esquadrinhado ao longo do século XVIII.
Com o estabelecimento da intendência de Goiás, a situação nas minas se acalma e
o contrabando decai. A resistência dos nativos à escravidão, principalmente o grupo
caiapó, traz, não obstante, os arraiais em contínuo sobressalto, desde o Paranaíba
até o Tocantins. A necessidade de uma administração que melhor atendesse à
conjuntura política e econômico-financeira, e aos reclamos ante a exploração e o
abandono vigentes, durante a subordinação à capitania de São Paulo, motivam a
criação da capitania de Goiás em 1744. Somente em 1749 se cumpre essa
determinação, ao ser empossado o primeiro governador de Goiás, D. Marcos de
Noronha, futuro conde dos Arcos.

Finalmente em 1752 é instalada a casa de fundição de Vila Boa e em 1754 a de São


Félix.

Até a segunda metade do século XVIII as comunicações e o comércio foram


determinados pela mineração. No fim do século XVIII o comércio se ressente da
decadência geral que estréia cada vez mais o mercado consumidor. Há breves
períodos de reação, em que exportação excede a importação e que as estatísticas
revelam saldo favorável, mas vão rareando cada vez mais.
Fundamentos Filosóficos, Ética e Gestão Socioambiental 36
Gestão em Segurança Pública

Em decorrência da agropecuária extensiva formaram-se os latifúndios, com suas


implicações econômicas e sociais. No campo predominaram características
semifeudais. No norte, região mais desabitada, reinou certa instabilidade, motivada
pelo banditismo de jagunços e pela luta dos coronéis.

Os clãs que se formaram ao longo do império dominaram a vida política. Os vícios


eleitorais e coronelismo conseqüentes à estrutura econômico-social, somados à
política dos governadores implantada por Campos Sales, deram origem às
oligarquias que se sucedem até 1930 : José Leopoldo de Bulhões Jardim, Sebastião
Fleury Curado , Eugênio Rodrigues Jardim e Antônio Ramos Caiado.

Esses clãs tinham como característica um sobreposição sobre os poderes legislativo


e judiciário, onde as relações de vassalagem pelo voto caracterizam a política da
época, devido ao famoso "voto de cabresto". A oposição se estruturou em função
das contradições interpartidárias, da reação no plano nacional, pelos movimentos de
1922 e 1924 e do contato com o tenentismo do sudoeste goiano. Sua liderança foi
assumida por intelectuais e liberais aliados aos políticos dissidentes. Coligaram-se
os movimentos aliancistas, e, com a vitória da revolução de 1930, a máquina
eleitoral e administrativa cheia de falhas, que dominava o estado havia mais de trinta
anos, começou a ser desarticulada. A intensificação da interiorização e a
dinamização econômica caracterizaram o período posterior a 1930.

Em 1930, sobe ao governo de Goiás o interventor Pedro Ludovico Teixeira, que


tinha como meta principal a mudança da capital, que até então se localizava em Vila
Boa, atual Cidade de Goiás. Em dezembro de 1932 foi decretada a mudança da
sede do governo para um local próximo da cidade de Anápolis, que iria receber em
breve a Estrada de Ferro de Goiás.

A fundação da nova capital do Estado, Goiânia, ocorreu em 1937.[5] A mudança foi


determinada por motivos administrativos e econômicos, pois com a chegada da
estrada de ferro a Anápolis em 1935, houve um rápido crescimento populacional da
região sul do estado, em razão de sucessivas migrações de nordestinos, mineiros e
paulistas, fazendo com que a região Centro Oeste se interligasse definitivamente à
região Sudeste do Brasil.

Com poucos recursos, baseada num empréstimo concedido pelo Banco do Brasil,
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iniciou-se a construção da nova capital, a que foi dado o nome de Goiânia, de


acordo com projeto do arquiteto Atílio Correia Lima e do urbanista Armando de
Godói. Em março de 1937, já concluídos os principais edifícios públicos e algumas
casas de moradia, foi decretada a transferência da capital, inaugurada em 1942.

A construção de Goiânia coincidiu com a instalação, pelo governo federal, de


colônias agrícolas em várias regiões do estado, como decorrência da política da
marcha para o oeste. Desse modo, constituíram-se cidades novas como Ceres,
Rialma, Uruana, Britânia e outras, as duas primeiras fundadas pelo engenheiro
Bernardo Sayão Carvalho Araújo, que foi mais tarde encarregado pelo presidente
Juscelino Kubitschek de comandar a construção de Brasília.

A eletrificação com a criação das Centrais Elétricas de Goiás S.A. (CELG) em 1955
e a conclusão da usina do Rochedo em 1956, contribuíram para o aceleramento da
urbanização e permitiram os primeiros passos rumo a industrialização. Embora a
pecuária fosse a base da economia e a agricultura visada à exportação já
começasse a se desenvolver.

Até o final da década de 1950 a indústria é extrativista. No sudoeste afloram os


garimpos de diamantes. Ao norte, na região do Araguaia, a exploração de cristal de
rocha tem seu ápice durante a Segunda Guerra Mundial, graças as condições de
exportação.

Em 1960 no governo de José Feliciano Ferreira, foi criado o Departamento Estadual


de Saneamento (DES), hoje Saneamento de Goiás S/A (Saneago). Em Goiás e
Meia Ponte, atual Pirenópolis, utilizavam-se chafariz que capitavam água de
córregos da região.

Durante o governo de Mauro Borges Teixeira (1961-1964) foi empreendida a


primeira tentativa de planificação administrativa e econômica, com base na
exploração do potencial mineralogico, sob os cuidados do Estado, através da Metais
de Goiás S/A (METAGO), no aproveitamento industrial das riquezas extrativas, dos
produtos agrícolas graças ao aumento da produtividade mediante o aprimoramento
técnico. Em função da expansão do setor agrícola, é criada uma escola de formação
de operadores de máquinas agrícolas e rodoviárias (EFOMAGO) e desenvolvida
experiência de cooperativismo nos combinados agrícolas, além do implemento do
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até hoje único laboratório oficial do Centro oeste, a Indústria Química do Estado de
Goiás - IQUEGO, na produção de medicamentos de uso humano e veterinário.

Em 1988, o estado de Goiás foi dividido e sua parte norte passou a constituir o
estado do Tocantins. O objetivo principal dessa divisão foi estimular o
desenvolvimento da região norte, onde estão concentradas as maiores carências
sociais e também onde ocorrem com maior frequência disputas pela posse de terras,
provocadas pela concentração de propriedade latifundiária.

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