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A Ergonomia, como uma ciência do trabalho, possui caráter essencialmente humano, preocupa-se em
medir trabalhadores para projetar seus postos de trabalho e adotar programas que buscam a melhoria
da qualidade de vida dentro do trabalho.
PROPÓSITO
Contribuir para que estudantes e profissionais desenvolvam uma consciência ainda maior sobre a
necessidade de compreensão dos fatores humanos e de programas que prezam pela qualidade de vida
dentro do trabalho.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as características ergonômicas humanas
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
LIGANDO OS PONTOS
Você sabe quais motivos levam o ser humano a procurar trabalho? As condições de trabalho podem
provocar impactos sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores? Para refletirmos sobre esses
questionamentos e conciliá-los com a nossa realidade atual, vamos analisar o case: “O trabalho que
dignifica e a demanda por melhorias em ambientes produtivos”.
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Após uma daquelas reuniões exaustivas, realizada dentro de uma gerência de fábrica todas as tardes do
último dia de trabalho da semana, um líder da área de produção leu em voz alta para todos os membros
de sua equipe, incluindo um membro da área jurídica, o seguinte levantamento realizado pelo
ergonomista:
“É preciso estar atento aos riscos, principalmente aos que chamamos de ergonômicos, pois eles,
mesmo estando controlados, podem provocar danos que implicarão afastamentos temporários, ou
definitivos, daqueles que nunca deveriam ser atingidos, ou seja, os trabalhadores. Esses danos podem
ser incidentes ou acidentes de trabalho provocados por falta de gestão em Ergonomia. Adicionalmente,
em contextos desprovidos de monitoramento de riscos, o trabalho pode atentar contra a própria
dignidade do trabalhador. No entanto, é sempre importante destacar que a maioria das ocorrências na
indústria nas últimas décadas também inclui a responsabilidade de quem executa a tarefa, ou seja, o
próprio colaborador. Seja por descuido, falta de preparo, ou por um ato inseguro, o recurso humano
inserido no seu posto de trabalho acaba colocando a si mesmo e a sua equipe em uma situação de
vulnerabilidade.”
Diante disso, o membro da área jurídica pediu a palavra e disse: “Felizmente, para as organizações, a
legislação evoluiu a partir da década passada e trouxe a responsabilidade solidária para ambas as
partes, ou seja, tanto para a empresa como para o trabalhador”.
Ele complementou o seu discurso com os seguintes argumentos: “A sociedade costuma reconhecer os
esforços feitos pelas organizações que cuidam do bem-estar dos seus recursos humanos. Estes buscam
o reconhecimento social enquanto trabalham e exigem cuidados maiores por parte dos responsáveis
pela gestão”.
Tal colocação gerou uma enorme discussão entre todos daquela fábrica. O ergonomista, logo em
seguida, pronunciou-se dizendo: “Considerando como sendo todos responsáveis, incluindo os próprios
trabalhadores, não podemos deixar de usar ferramentas que tornem possível a identificação de pontos
considerados críticos e que devem ser cuidadosamente avaliados pelos especialistas em segurança do
trabalho, sobretudo porque existe interação entre o trabalho e o corpo humano”.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) O trabalho traz a possibilidade de uma pessoa alcançar o reconhecimento pela sociedade em que
vive.
B) O homem pode dispensar o trabalho, pois, na maioria dos casos, os esforços feitos não são
compensados como deveriam.
C) A luta diária de um indivíduo em seu espaço laboral traduz-se na necessidade de acumular riquezas
que somente o trabalho é capaz de proporcionar.
D) A sociedade evoluiu nos últimos anos e chegou à conclusão de que todos os trabalhos deviam ser
substituídos integralmente por contribuições voluntárias.
E) O trabalho durante todos esses anos integrou o homem a uma sociedade que sempre deixou muito
claro que o consumo por produtos e serviços não era prioridade.
C) Trabalhos com metas de produtividade elevadas causam danos psicológicos aos colaboradores mais
preparados.
E) Colaboradores que ficam muito tempo longe do trabalho se apresentam mais estressados para
tarefas curtas.
GABARITO
É evidente que a decisão que remete o homem para o trabalho reside na busca de sua própria
dignidade. Na verdade, o homem não deve dispensar o trabalho, e seus esforços podem justificar os
resultados que se esperam. Nem sempre as pessoas trabalham para acumular riquezas. Não se tem
relatos sobre uma convergência de pensamentos que defenda que a sociedade optou pela substituição
integral por contribuições temporárias na forma de se trabalhar. O trabalho tem tornado o homem um ser
social, inclusive para responder às necessidades de demanda e de consumo por produtos e serviços.
2. O estudo de caso deixa transparecer que o trabalho pode representar riscos ao próprio
trabalhador. Marque a alternativa que apresenta uma ação que pode resultar em um dano ao
recurso humano:
Geralmente, ambientes inseguros deixam os trabalhadores mais fatigados mentalmente. Todo trabalho
exige atenção e não significa que isso vai deixar o trabalhador ansioso. Trabalhos com metas de
produtividade são comuns e passíveis de serem realizados sem causar danos aos trabalhadores,
principalmente aqueles que estão aptos. Dores no corpo estão associadas a trabalhos com mais
repetição. Pessoas que estão afastadas por muito tempo normalmente retornam às suas rotinas
capazes de cumprirem as suas tarefas (curtas) sem manifestarem estresse por isso.
RESPOSTA
O item II sugere uma intervenção mais imediata por parte do gestor responsável pelo trabalho por se tratar da
possibilidade de outros impactos sobre todo um conjunto de trabalhadores. Por meio da aplicação de um
mapa de risco, é possível identificar o ponto crítico que está provocando ou já provocou danos aos
trabalhadores. Assim, cabe uma ação rápida para corrigir o problema, evitando maiores desdobramentos.
O item I sugere uma intervenção mais pontual, apesar de ser também importante. O trabalhador pode ser
convocado para uma reunião e ser questionado sobre os motivos que o estão levando a deixar o seu
trabalho. Um diálogo envolvendo aspectos de Ergonomia pode ser fundamental para resolver o assunto em
questão e modificar o seu pensamento sobre o abandono.
Questão importante: Analisar as características humanas é essencial para projetar postos de trabalho. E
quando se tem ambientes de trabalho que oferecem condições normais para a execução de tarefas
junto a programas de qualidade de vida desenvolvidos para os trabalhadores, há uma percepção de que
todos estão mais protegidos e motivados para buscarem os resultados desejados pelas empresas.
Neste módulo, serão apresentadas algumas justificativas que remontam à necessidade de os seres
humanos buscarem algum tipo de ocupação, ou trabalho, a fim de sentirem-se úteis dentro da
sociedade. Faremos também algumas considerações sobre a interação entre o corpo humano e o
trabalho propriamente, entre outras.
O SER HUMANO E A NECESSIDADE DE
TRABALHO
Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre se viu diante da necessidade de buscar a sua
sobrevivência frente a situações ou ambientes precários ou perigosos. A capacidade inventiva e de
criação é intrínseca ao homem, sendo crucial a sua manifestação por algum meio.
Isso porque nem tudo o que se deseja é concretizado. E até mesmo quando se atinge o alvo escolhido,
é importante refletir sobre o modo como o alcance foi realizado, pois isso permite propostas de
aprimoramentos a fim de maximizar as possibilidades de êxito em tentativas posteriores.
Em decorrência dos muitos fatos, que suscitaram nas transformações políticas, econômicas, ambientais
e culturais ao longo da história, é razoável conceber o entendimento de que cada um deles contribuiu
para que houvesse uma mudança na concepção do trabalho em si e na sua relação com o próprio ente
responsável por executá-lo.
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Sobretudo, porque existem recursos humanos aos milhares, que se dedicam exaustivamente ao
cumprimento dos planos de produção, ou de serviços, no interior das fábricas, ou quaisquer outros
ambientes de produção, que precisam ser realizados para o atendimento de demandas que partem de
interesses de empresários e consumidores.
Em todos esses termos, sem dúvida alguma, cabe a consideração sobre como deve ser a participação
humana desde o momento em que é escolhida para ocupar uma função que foi pensada para o
exercício de um conjunto de tarefas bem padronizadas.
SAIBA MAIS
Isso se deve muito às contribuições pioneiras de Frederick Taylor, desde os tempos da Administração
Científica, no fim do século XIX e início do século XX, que marcaram a Teoria Geral da Administração.
Diante das condições ambientais que se apresentavam naquele período, eram poucos os trabalhadores,
geralmente os mais fortes, que conseguiam sobreviver em situações adversas ou não adequadas para o
exercício das tarefas produtivas.
A incorporação de métodos de trabalho tem forçado cada vez mais dentro das fábricas a compreensão
de conhecimentos e técnicas que se tornaram imprescindíveis para a sobrevivência do indivíduo que
escolheu o trabalho para buscar a sua dignidade entre os pares e, se possível, obter a chamada
autorrealização e a remuneração para sobrevivência na sociedade capitalista. Afinal, trabalhar constitui-
se em uma ação que realizamos, sendo considerada muito significante, e que pode justificar grande
parte da nossa própria existência.
VOCÊ SABIA
Jean-Jacques Rousseau disse que uma pessoa é fruto do seu meio. Com o passar dos anos, temos
assimilado essa frase com muita propriedade, principalmente quando estamos diante de discussões que
envolvem a natureza ergonômica dentro de ambientes laborais.
Conforme a própria teoria nos coloca, a decisão de se trabalhar está muito associada à necessidade de
sobrevivência, às aptidões físicas, mentais, psicológicas, entre as quais vão suportar os processos que
envolvem o uso da força física, a comunicação, a liderança, a reflexão, a adaptação ou flexibilidade para
encarar mudanças repentinas, a compreensão de cenários, entre outros.
Dependendo da natureza da atividade a ser desempenhada por uma pessoa em seu espaço laboral,
será preciso desenvolver uma série de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para que se
possa realizar a movimentação de materiais, alcançar e manusear os mais variados tipos de
ferramentas, bem como conduzir a variedade de maquinários existentes em cada local de trabalho.
Especificamente, o nosso corpo é formado por quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, conjuntivo,
muscular e nervoso. Em relação aos sistemas, podemos exemplificá-los da seguinte forma: respiratório,
circulatório, digestório, cardiovascular ou circulatório, muscular, nervoso, endócrino, excretor, linfático,
reprodutor e ósseo. Cabe ainda destacar que o organismo humano é formado por diferentes partes,
como: a pele, os músculos, os nervos, os órgãos, os ossos etc.
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Diante disso, podemos concluir que o ser humano é complexo e necessita de algumas condições para
funcionar bem. Como o trabalho consiste em uma necessidade básica do ser humano, precisa ser
realizado de maneira que traga bem-estar ao indivíduo.
Todavia, o trabalho está relacionado muitas vezes com condições e movimentos considerados não
naturais, como, por exemplo: ambientes abertos ou confinados, trabalhos em meios terrestres ou
aquáticos, opções variadas de manuseio de comandos em equipamentos e máquinas etc.
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Contudo, o que mais preocupa realmente é quando essas práticas não são empregadas da maneira
correta dentro dos ambientes profissionais por algum motivo. Com isso, aumentam-se
consideravelmente as chances para o surgimento de problemas de saúde, que podem causar impactos
leves, moderados ou severos ao trabalhador, com desdobramentos que levam a afastamentos
temporários ou permanentes de suas atividades.
Veremos que a ciência da Ergonomia tem como característica o fato de ser interdisciplinar, ligada a
outras disciplinas, como a Fisiologia Humana. A respeito dessa área do conhecimento, podemos dizer
que estuda o funcionamento e equilíbrio do ser humano, abordando fatores (físicos, químicos,
bioquímicos) e procurando estabelecer a sua relação com a origem, manutenção e continuidade da vida
humana.
SAIBA MAIS
A Fisiologia Humana estuda as características das células, dos tecidos, sistemas, entre outras partes do
corpo humano.
A Ergonomia faz uso de conceitos da Fisiologia Humana para fomentar um processo reflexivo a respeito
de como os impactos oriundos do trabalho podem trazer consequências para a vida daquele que se
esforça rotineiramente em jornadas exercidas em ambientes salubres, insalubres e perigosos. Nessa
linha de pensamento, podemos atribuir o papel em nível preventivo que a Fisiologia Humana assume
quando se propõe a trazer explicações relevantes que prezam pela manutenção e garantia da saúde
das pessoas.
A INTERAÇÃO ENTRE O CORPO HUMANO E O
TRABALHO
Normalmente, nos postos de trabalho, as aplicações de Ergonomia colaboram diretamente quando
tratam de facilitar a interação entre os recursos humanos, o local onde estão situados e a forma como
eles desempenham as atividades que lhes foram atribuídas.
A lógica que existe por trás da “interação do corpo humano x trabalho” é simples de entender. Em outras
palavras, todo trabalho exige um grau de sacrifício do colaborador, seja unicamente em nível de força
física, ou mental, ou englobando os dois ao mesmo tempo. É exatamente sobre esse dilema que
precisamos discorrer um pouco mais quando estamos preocupados com a saúde humana.
Muitos trabalhadores, por não possuírem formação ou outras qualificações que lhes permitam ampliar as
suas possibilidades profissionais, são submetidos constantemente a trabalhos físicos. Neste caso, a
aplicação da força implica a necessidade de uma maior adaptação do organismo humano.
Logo, diante deste cenário, é fundamental que um ergonomista, ou gestor responsável pela equipe de
trabalho, que atue em atividades que exijam o uso da força independentemente do movimento que se
faça, tenha um conhecimento maior sobre as transformações que podem ocorrer no corpo humano. A
seguir, estão listadas algumas dessas alterações:
Para complementar o que foi abordado até o momento e trazendo o assunto de forma a evidenciar os
impactos sobre a mão de obra, podemos ressaltar que as atividades que exigem o uso da força
excessiva, acrescidas de posturas incorretas e de excesso de repetições de um mesmo movimento,
podem acarretar diversos problemas de saúde.
EXEMPLO
Os vasos são pressionados pelo tecido muscular (diferente do esforço dinâmico – músculo como
bomba).
EXEMPLO
Em síntese, a Ergonomia pode ser aplicada naturalmente em postos de trabalho onde o exercício de
atividades exige:
Foto: Shutterstock.com
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Sobrecarga muscular de membros inferiores, superiores e nas regiões do pescoço, dos ombros e das
costas.
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TRABALHADOR E SAÚDE
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito
do SUS, que, por sua vez, adota procedimentos próprios com o intuito de promover e proteger a saúde
das pessoas que desempenham regularmente as suas atividades em seus locais de trabalho.
O ergonomista, por conhecer bem sobre todas as vantagens que se obtém com o uso de conceitos,
métodos e técnicas aplicadas que resultem na maior prevenção de doenças ocupacionais, assume
primordialmente o papel de orientar a sua organização sobre a importância que se deve dar em relação
às questões que envolvem a saúde de todos os trabalhadores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) o ser humano enfrentou situações, ou ambientes precários, ou ainda perigosos, para que pudesse
sobreviver.
B) a luta pela vida justifica alguém correr riscos e tomar decisões que vão obter resultados que sempre
são alcançados conforme o que foi planejado.
C) quando se atinge o alvo daquilo que foi desejado, o ideal é procurar outros caminhos adotando outras
estratégias, mesmo que não seja realmente aquilo que se esteja buscando.
D) ninguém atribui o trabalho como constituinte da identidade do sujeito, pois se deve separar o lado
pessoal do profissional, uma vez que o trabalho não concede a realização pessoal.
E) a sociedade evoluiu ao longo de anos e permaneceu com alguns costumes e com as mesmas
expectativas sobre o trabalho.
B) Não se pode afirmar que o trabalho consiste em uma necessidade básica do ser humano.
C) Na maioria das vezes, trabalhos em meios terrestres ou aquáticos não podem ser realizados por
trabalhadores sob risco de terem a saúde comprometida.
D) Quanto maiores são os riscos dentro do trabalho, menores são as preocupações dos ergonomistas.
E) A Ergonomia faz uso de conceitos da Fisiologia Humana, permitindo uma reflexão sobre como
impactos provenientes do trabalho podem afetar os trabalhadores.
GABARITO
O ser humano, na luta pela sua sobrevivência, sempre procurou enfrentar situações, mesmo não sendo
as mais seguras. A luta pela vida tem justificado correr riscos e decidir para alcançar resultados que não
se pode garantir que sempre são alcançados. Quando se atinge o alvo escolhido, cabe uma reflexão
sobre o modo de como foi feito para maximizar as possibilidades de êxito. Existem pessoas que
atribuem o trabalho como a identidade do sujeito e encontram nele a explicação para quando
procuramos a realização pessoal ou o que nos torna definitivamente mais úteis. A sociedade avançou ao
longo dos anos, manteve alguns costumes, porém com expectativas diferentes em relação ao trabalho.
2. A Ergonomia tem uma forte relação com o organismo humano, sobretudo quando ele está
submetido a regimes de trabalho em condições normais, ou não. Exatamente nestas últimas
condições é que o ergonomista deve ter mais cuidado, exigindo intervenções o quanto antes
para se evitar desdobramentos maiores (danos físicos, psicológicos, sociais etc.) sobre os
trabalhadores. Selecione a alternativa que traz um entendimento correto sobre a relação entre
organismo humano e impacto no trabalho:
MÓDULO 2
LIGANDO OS PONTOS
Você acha importante as empresas realizarem medidas humanas antes de submeter trabalhadores às
suas tarefas? O que você entende por Antropometria? Existem mesmo tipos ou grupos básicos que
podem auxiliar os projetos de postos de trabalho? Esses questionamentos podem ser esclarecidos
mediante a leitura do case: “Medidas antropométricas são fundamentais para projetos de postos de
trabalhos”.
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Um gestor de trabalho participa de uma palestra em um evento sobre Segurança no Trabalho na sua
empresa, cujo tema é “Antropometria”. Ele escuta do palestrante que as organizações espalhadas
mundo afora possuem uma necessidade incontrolável de conquistar mercados consumidores, mas às
vezes esbarram no conhecimento e na urgência de demandas inerentes aos próprios ambientes
internos. Dados estatísticos são mostrados evidenciando que são inúmeros os casos em que
trabalhadores se queixaram da falta de condições ideais para realizarem as suas tarefas. O palestrante
destaca uma série de causas que justificam tais cenários, muitas vezes insalubres e perigosos.
O gestor prossegue com mais uma pergunta ao palestrante: “O que é Antropometria?” Prontamente, o
palestrante responde da seguinte maneira: “Aqui entra uma área de conhecimento bastante famosa
dentro da Ergonomia: a Antropometria. Esta é considerada a ciência que, baseando-se nas estruturas
anatômicas, fornece as medidas do corpo humano que serão indispensáveis, inclusive, para os postos
de trabalho a serem ocupados.
Todas as empresas deviam também analisar periodicamente o índice de massa corpórea (IMC) de seus
trabalhadores, para saber se atendem, ou não, aos intervalos considerados normais.
O gestor do trabalho faz uma breve reflexão após a resposta do palestrante: “Então, podemos afirmar
sem sombra de dúvida que os assuntos vistos até o momento agregam muito valor para os engenheiros
e técnicos, que precisam conhecer melhor os aspectos relacionados às dimensões dos corpos daqueles
que atuam nas empresas onde trabalham”.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) Funcional e inerte.
B) Estática e dinâmica.
C) Dinâmica e centrada.
D) Estática e física.
E) Funcional e dimensional.
GABARITO
Todos os demais itens são importantes, mas não foram objetos de discussão propostos pelo estudo de
caso, que abordou uma questão de interesse da Ergonomia.
No que se refere à capacitação de trabalhadores, o item está relacionado com temas das áreas de
Administração da Produção e de Recursos Humanos. No item que se refere à qualidade, cabe às áreas
de Gestão da Qualidade e de Marketing. No item que traz a necessidade de escoar produtos, a Logística
é a área de conhecimento responsável. Sobre a divulgação de ganhos e de custos, os assuntos estão
relacionados com a área de Contabilidade.
Existem três tipos de aplicações antropométricas, a saber: estática, dinâmica e funcional. A estática é
aquela em que as medidas são feitas considerando o corpo com ou sem movimentos, cujas medições
são feitas entre pontos anatômicos identificados. A dinâmica é utilizada para mensurar o alcance de
movimentos do corpo humano, mantendo-se o restante do corpo em posição parada. E, por fim, a
funcional, que é relacionada com medidas durante tarefas, em que cada parte do corpo não se
locomove de forma isolada, porém existe uma união de movimentos para se realizar uma função.
RESPOSTA
A decisão a ser tomada pelo gestor deveria considerar apenas o candidato com o peso normal para ocupar
uma das três vagas para o trabalho. Esse candidato poderia ser classificado conforme o tipo físico
“mesomorfo”. Geralmente, ele possui um índice de massa corpórea (IMC) dentro de um intervalo normal. Os
demais candidatos, com sobrepeso, em função dos resultados dos testes, poderiam ser classificados como
endomorfos.
CONCEITO DE ANTROPOMETRIA.
INTRODUÇÃO
Relatos indicam que a origem da Antropometria foi na Antiguidade, no Egito (3000 a.C.) e na Grécia, por
meio de estudos sobre a relação existente entre as diversas partes que compõem os segmentos
corporais.
Seguindo um pouco mais adiante, no fim do século XIX e início do século XX foram feitas pesquisas
considerando o homem vivo e as suas marcas no esqueleto. O propósito era atender a demandas que
partiram de interesses de meios militares, de mercados de produtos e de anotações médicas.
VOCÊ SABIA
As pesquisas tinham como alvo investigar a relação entre as medidas do corpo do homem e os
equipamentos ou as máquinas que iam ser utilizados nas situações de guerra. E outras áreas do saber
(Engenharia, Medicina, Psicologia etc.) viabilizaram tais pesquisas.
A junção de tantos conhecimentos permitiu que surgisse a Antropometria, chamada assim na maior
parte do mundo e, mais particularmente, Engenharia Humana no Estados Unidos.
Até meados da década de 1940, as medidas antropométricas visavam determinar apenas algumas
grandezas médias da população, como: pesos, tamanhos de braços e pernas etc. Em seguida, o foco
passou a ser a necessidade de se encontrar as variações e os alcances inerentes aos movimentos dos
corpos humanos.
COMENTÁRIO
Muito provavelmente em função de demandas que partiam dos sistemas produtivos, que almejavam
dados mais confiáveis para dimensionar maquinários e equipamentos.
Percorrendo as décadas subsequentes a partir dos anos 1950 e chegando até os nossos dias, podemos
dizer que os interesses estão concentrados em pesquisas que estabelecem parâmetros para avaliar
diferenças existentes entre grupos, bem como influência de certas variáveis, tais como: sexo, idade,
raça, cultura e status socioeconômico. Somado a isso, temos também a determinação de padrões
mundiais de dimensões antropométricas.
E complementando tudo isso, é importante que sejam adquiridas a noção de escala e as proporções
quando se pretende elaborar projetos de ambientes, móveis, instrumentos de qualquer natureza, que
serão destinados aos seres humanos para os mais variados contextos, incluindo as atividades laborais.
SIGNIFICADO
A respeito do significado de Antropometria, podemos dizer que é a ciência que trata de medidas físicas
do corpo humano. É formada por duas palavras gregas: “antro” – homem e “metro” – medida.
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Além disso, cabe salientar que deve ser respeitada a existência de um conjunto de condições quando
forem realizadas as medidas do corpo humano. Tais condições contam essencialmente com trabalho de
profissionais qualificados, com climatização correta do ambiente em que se vai receber a pessoa,
instrumentação e aparelhos corretamente calibrados, pisos sem elevações, níveis de estresse baixos,
entre outros fatores que podem interferir nas avaliações.
E a razão disso estava atrelada ao atendimento dos interesses econômicos, ou mercadológicos, que
formam a base das relações de consumo. Isso porque os muitos projetos de produtos que foram e
continuam sendo concebidos contemplam cada vez mais, além dos quesitos tecnológicos, as interfaces
ergonômicas.
EXEMPLO
É fundamental a realização de medidas da população que vai receber o futuro produto que será
elaborado com todas as suas especificações ou seus atributos. Caso estes não sejam plenamente
atendidos, algumas consequências podem ser identificadas no momento do seu uso, como, por
exemplo: situações de estresse, exposição aos riscos de incidentes ou de acidentes graves etc.
ATENÇÃO
As medidas antropométricas são representadas por um valor médio e um desvio padrão, que chamamos
tecnicamente de tolerância. Por outro lado, a utilidade dessas inferências é muito dependente do projeto
no qual serão realmente aplicadas.
Dentro de uma visão mais industrial, caso se tenha um produto com um padrão definido, ou que seja
padronizado, muito possivelmente os seus custos de produção, entre outros, podem ser reduzidos.
Embora não existissem medidas que fossem totalmente precisas para qualquer povo pertencente a
dada nação, por muitas décadas foram adotadas como referência aquelas provenientes dos meios
militares para a criação de muitos projetos.
SAIBA MAIS
Os dados eram extraídos de uma faixa de uma população geralmente adulta (entre 18 e 30 anos de
idade) e de gênero masculino.
Considerando o cenário mais condizente para os dias atuais, muitos dos projetos de produtos são
direcionados para o atendimento de pessoas com dimensões em torno da média. Isso justificado pela
ideia de que, dessa forma, pode-se alcançar um maior nível de conforto durante o uso do produto. No
entanto, isso produz uma interpretação equivocada e não condiz com a realidade, pois existem
diferenças significativas entre as médias de homens e mulheres. Além disso, quando se estabelece uma
média geral para um grupo de indivíduos, é comum que outros fiquem de fora da média adotada,
implicando expectativas totalmente distintas perante o consumo do produto.
Um dos estudos mais interessantes feitos, até então, pelo pesquisador Willian Sheldon, em 1940, reuniu
uma amostra de 4.000 estudantes de uma população de norte-americanos. Basicamente, o experimento
centralizou as discussões sobre os conhecimentos construídos até o presente momento pertinentes à
Antropometria. Foi realizada uma análise fotográfica de todos os indivíduos selecionados
cuidadosamente em várias posições (de frente, perfil e costas). Esses ensaios permitiram a Sheldon
propor três tipos físicos básicos, cada um reunindo características próprias. Os tipos ou grupos básicos
foram:
Endomorfo
Mesomorfo
Ectomorfo
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Este tipo básico pode ser caracterizado por indivíduos que possuem formas arredondadas e macias,
com regiões do corpo compostas por gorduras bem evidentes. O metabolismo deles é geralmente lento.
A região do abdome deles é normalmente grande e cheia, mas o tórax é relativamente menor. Possuem
braços e pernas curtos e flácidos, os ombros e as cabeças em formatos arredondados. As suas
estruturas ósseas são largas e fortes. As suas dermes são macias.
MESOMORFO
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Abrange o grupo de indivíduos que possui aparência mais atlética e mais predisposto a apresentar maior
ganho muscular. A cabeça tem formato cúbico e maciça. Já os ombros e o tórax são largos. O abdome é
geralmente pequeno. Os membros são musculosos e fortes. Têm como característica a existência
menor de gordura embaixo da pele, possuindo um índice de massa corpórea (IMC) dentro de um
intervalo considerado normal. Os indivíduos têm uma facilidade semelhante para ganharem ou perderem
peso. Têm boa postura e são simétricos na maioria dos casos.
ECTOMORFO
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Podemos destacar esse tipo como sendo composto por indivíduos com braços e pernas compridos e
mais finos do que os outros tipos considerados anteriormente. Todavia, possuem visivelmente uma
quantidade menor de áreas adiposas e músculos e têm um metabolismo acelerado. Eles apresentam
dificuldade em ganhar peso. Os ombros são largos, porém caídos. As regiões do pescoço são finas e
longas e os rostos são magros. Os queixos são recuados e as testas altas. As regiões do tórax e do
abdome são estreitas e finas.
FORMAS INTERMEDIÁRIAS
A esta altura, você pode estar imaginando tudo isso muito estranho e que não pertence a grupo básico
algum desses que foram descritos. No entanto, é bem mais plausível imaginar que muitos indivíduos
apresentem uma mistura dessas características.
Pensando exatamente nisso, é bem mais provável que determinado indivíduo possa ser inserido em um
biótipo de corpo que compreenda a mistura das características de cada um daqueles tipos básicos
descritos.
EXEMPLO
As formas podem ser intermediárias, como, por exemplo: mesomorfo-endomórfica, ectomorfo-
mesomórfica, ectomorfo-endomórfica e assim por diante.
ANTROPOMETRIA, ELABORAÇÃO DE
PROJETOS E POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE
COLABORADORES
Recomenda-se firmemente, tanto aos engenheiros como aos técnicos, uma aprendizagem mais
aprofundada dos conhecimentos antropométricos quando precisarem conceber projetos que incluam o
dimensionamento de móveis, maquinários, equipamentos e postos de trabalho em geral onde exista a
interação homem-máquina. Caso isso não ocorra, provavelmente são maiores as chances de
lombalgias, desconforto e reclamações de colaboradores quando estiverem desempenhando as suas
funções.
SAIBA MAIS
A respeito da lombalgia, pode-se dizer que é o conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na
região lombar, provocadas por diversas causas (genéticas e antropológicas, psicossociais, obesidade,
atividades profissionais, hábitos posturais etc.).
Muitos especialistas orientam que a melhor postura para se trabalhar é a alternada, ou seja, entre
sentado e em pé. Entretanto, a postura sentada é mais recomendada para tarefas que exijam precisão.
Vamos tomar um exemplo de uma pessoa em posição sentada ou em pé em frente a um computador.
Imagem: Shutterstock.com
Postura sentada e em pé ao usar um computador.
Cabe destacar algumas das principais medidas antropométricas que podem ser consideradas em
projetos de postos de trabalho, com suas respectivas definições:
ÂNGULO VISUAL:
É a distância que se consegue enxergar nitidamente uma imagem, sem nenhum esforço.
ALTURA LOMBAR:
ALTURA DO COTOVELO:
ALTURA POPLÍTEA:
ALTURA DA COXA:
É o espaço livre entre o assento e a porção inferior das mesas ou outros obstáculos.
LARGURA DO QUADRIL:
LARGURA BIDELTÓIDEO:
ALTURA ACROMIAL:
ALTURA DO VÉRTEX:
MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS
Na literatura, sugere-se que as medições antropométricas necessitem de recursos técnicos e
financeiros, devendo ser realizadas, no mínimo, considerando uma amostra que vai representar os
trabalhadores alocados em diferentes áreas de trabalho.
Definição de objetivos
Seleção do método de medição e de amostra
Escolha das medidas e estatísticas
A justificativa do motivo para se utilizar as inferências antropométricas deve ser precedida da escolha do
tipo de aplicação antropométrica (estática, dinâmica e funcional).
ESTÁTICA
É aquela em que as medidas são realizadas sobre o corpo parado ou com poucos movimentos, cujas
medições são feitas entre pontos anatômicos identificados. Pode ser aplicada em projetos de objetos
isentos de partes móveis ou com pouca mobilidade. Um fato importante a ser apontado é que a maioria
das tabelas antropométricas se refere à estática.
EXEMPLO
A norma alemã DIN 33402, de junho de 1981, contempla 54 variáveis do corpo humano, sendo 9 do
corpo em pé, 13 do corpo sentado, 22 da mão, 3 dos pés e 7 da cabeça.
DINÂMICA
É empregada para medir o alcance de movimentos do corpo humano, mantendo o restante do corpo
parado.
EXEMPLO
A medição do alcance máximo das mãos com a pessoa sentada. É recomendada para os projetos de
máquinas, ou postos de trabalho com partes que se movimentam.
FUNCIONAL
Neste tipo, tem-se um aumento do grau de complexidade, em que são utilizados instrumentos de
medidas mais complexos. Está relacionada com medidas durante a realização de tarefas específicas,
em que cada parte do corpo não se locomove de forma isolada, porém existe uma união de movimentos
para se realizar uma função.
EXEMPLO
O alcance das mãos, que não é limitado pelo comprimento dos braços, mas que envolve movimento dos
ombros, rotação do tronco, inclinação das costas e tipo de função que será exercido pelas mãos.
Cabe mencionar que a maioria das tarefas feitas pelos trabalhadores utiliza as duas mãos, que podem
exercer 17 funções diferentes. Já o trabalho manual consiste em número menor de movimentos, que
podem ser repetitivos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM ERGONOMISTA, COM O PROPÓSITO DE ORIENTAR O DEPARTAMENTO
DE COMPRAS DE UMA FÁBRICA, PRECISA DIFERENCIAR OS BIÓTIPOS
CORPORAIS APRESENTADOS PELOS SEUS TRABALHADORES. ELE
PRETENDE RECOMENDAR A COMPRA DE MACACÕES E CINTAS DE
SEGURANÇA (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS) QUE ATENDAM ÀS
MEDIDAS DAS EQUIPES DE TRABALHO. ANALISE CADA ITEM QUE O
PROFISSIONAL DEVE CONSIDERAR NESSE CONTEXTO E MARQUE A
ALTERNATIVA CORRETA.
GABARITO
Deve estudar o comportamento de cada trabalhador, pois aqueles mais nervosos tendem a
danificar mais os equipamentos de proteção individual após o término de cada tarefa.
No estudo dos biótipos dos indivíduos (ectomorfo, mesomorfo e endomorfo), observamos que existem
várias características inerentes a eles. E isso deveria ser levado sempre em consideração nos
momentos em que forem feitas aquisições para os trabalhadores, que devem sempre estar protegidos e
com saúde em seus postos de trabalho. Assim, é importante que sejam analisados vários fatores, como,
por exemplo: a estrutura óssea, o funcionamento do metabolismo de cada um, o tamanho dos membros
inferiores e superiores etc. Por outro lado, o comportamento do trabalhador não influencia
necessariamente para danificar mais os equipamentos de proteção individual após o término de cada
tarefa.
2. A justificativa para se realizar medições do corpo humano é que elas servem para auxiliar os
projetos de postos de trabalho a fim de gerar melhor condição ergonômica. Assinale a única
alternativa que expressa um pensamento correto pertinente a essa afirmação:
A alternativa "E " está correta.
Engenheiros e técnicos devem possuir conhecimentos antropométricos que lhes permitam criar projetos
que incluam o dimensionamento de objetos. A falta de medições do corpo humano aumenta as chances
de lesões ao trabalhador. A medida de ângulo visual de um trabalhador realizada erradamente é motivo
suficiente para ele se queixar de dor nos olhos em trabalhos em pé. A postura sentada é mais
recomendada para tarefas que exijam precisão.
MÓDULO 3
LIGANDO OS PONTOS
Você sabe o que significa qualidade de vida dentro do trabalho? Como a Ergonomia pode contribuir para
a melhoria da qualidade de vida do trabalhador? Para encontrarmos as respostas para essas perguntas,
vamos abordar o estudo de caso intitulado “Como um programa de qualidade de vida trouxe ganhos
para o bem-estar de trabalhadores e melhorias nos indicadores operacionais para uma empresa”.
Certa vez, em uma empresa de grande porte, denominada pelo nome fantasia Empresa X, que tem um
portfólio composto por cerca de 10.000 clientes, foi apresentado um planejamento para o próximo ano
que englobou toda a sua força de trabalho, correspondente ao total de 100 trabalhadores com
especializações diversas e que atuavam em diferentes áreas. Era preciso modificar muitas coisas que
estavam ocorrendo contra as recomendações exigidas por regimentos, legislações e instruções de
trabalho. Os gestores que estiveram à frente da elaboração do plano levantaram uma série de fatos e
ocorrências relacionados com as situações existentes nos ambientes de trabalho. Um resumo dos itens
analisados com os seus respectivos percentuais de ocorrência pode ser visto de forma bem simplificada
no quadro a seguir.
Ou seja, os gestores situados no nível estratégico concluíram que a Ergonomia tinha que ser aplicada
em toda a empresa, considerando todos os seus conceitos e as ferramentas possíveis. Além disso,
foram incorporados alguns programas de qualidade de vida para trazer melhorias dentro de todo o
ambiente organizacional.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
E) Quantidades de clientes que deixaram de ser atendidos por alguma falha na operação e no uso de
medidas antropométricas.
GABARITO
Um Programa de Qualidade de Vida voltado para a alimentação saudável apresenta-se como uma
excelente ação que pode ser feita pela empresa. Propor a redução de jornada de trabalho, aumentar as
pausas entre atividades, afastar os trabalhadores de suas funções e incorporar mais tarefas não são as
melhores ações a serem praticadas, pois podem trazer mais problemas de saúde para eles.
A Matriz de Risco é uma ferramenta para a gestão de riscos ocupacionais. É muito empregada para
encontrar o nível de risco em acidentes de trabalho e pode ser divulgada em programas de capacitação
para profissionais de segurança do trabalho. Os itens “Quantidade de trabalhadores desmotivados” e
“Quantidade de faltas justificadas” podem ser resolvidos por Programas de Qualidade de Vida que
envolvam horários flexíveis. O item “Quantidade de afastamentos por motivo de doenças ocupacionais”
pode fazer uso de conhecimentos que consideram atitudes e comportamentos dos trabalhadores. O item
que aborda a “Quantidade de clientes que deixaram de ser atendidos por alguma falha na operação”
pode ser resolvido com programas que envolvam treinamentos dos trabalhadores.
RESPOSTA
Existem mecanismos extremamente eficazes e eficientes que podem contribuir para se alcançar melhorias
dentro das empresas, sobretudo quando estão relacionadas com os seus ambientes produtivos. Ou seja,
diante de uma série de ocorrências como as que foram levantadas pela Empresa X, algumas decisões
podem ser tomadas, como, por exemplo: adoção de programas de qualidade de vida dentro do trabalho. No
que diz respeito aos itens 1, 2 e 3, podem ser propostos os seguintes programas:
Neste último módulo, teremos a oportunidade de explorar um conjunto de assuntos que tem sido
bastante discutido dentro das organizações nos últimos anos. É preciso cuidar do bem-estar dos
trabalhadores enquanto estão presentes em seus ambientes de trabalho. Existem várias estratégias que
podem ser adotadas pelos gestores, entre as quais têm-se os Programas de Qualidade de Vida dentro
do trabalho, que podem apresentar bons resultados para todos aqueles que escolhem participar deles.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Trabalhar significa dedicar certo sacrifício mental e físico para algo ou alguma pessoa física ou jurídica
em troca de recompensa verbal ou material. E como já citamos em nosso estudo, o trabalho tem a ver
com a dignidade humana e, por isso, justifica um indivíduo deixar a comodidade do seu lar para se
submeter a outra realidade, cuja participação e colaboração são determinantes para o alcance de
resultados planejados.
É claro que existem configurações de ambientes que são corretamente projetadas para receber
trabalhadores com seus respectivos perfis e aptidões que sejam suficientes para a realização de tarefas.
Isso é nada além do que se preconiza quanto ao entendimento inteligível sobre a necessidade de se
prover condições normais às pessoas dentro dos postos de trabalho.
Entretanto, o cenário que mais traz algum tipo de preocupação é exatamente o oposto desse. Neste
caso, porém, se essas condições forem negligenciadas, isso pode trazer inúmeras consequências para
aqueles que precisam cumprir suas jornadas de trabalho, as quais são muitas vezes exaustivas,
repetitivas, insalubres e/ou perigosas.
Neste ínterim, podemos enfatizar mais alguns focos de interesses primordiais que são objetos de
investigação científica dentro da Ergonomia. Agora, vamos abordar os aspectos que envolvem ou
promovem a qualidade de vida no trabalho.
COMENTÁRIO
Com tantos conhecimentos que foram apresentados até aqui, chegou a vez de se propor uma série de
pontos que pode auxiliar um processo reflexivo a fim de despertar a necessidade de aplicação imediata
dentro de muitas rotinas laborais atualmente existentes em organizações produtivas.
Alguns podem até pensar que estudar sobre a qualidade de vida seja considerado algo sem muita
importância dentro da indústria de forma geral. Todavia, ao observarmos com certa cautela algumas
estatísticas que são divulgadas periodicamente sobre o que ocorre efetivamente dentro dos ambientes
de trabalho e como estão associadas aos números elevados de ocorrências de afastamentos e de
doenças ocupacionais, talvez seja prudente um olhar mais atento por parte daqueles que buscam atuar
como gestores dentro do trabalho.
CONSCIENTIZAÇÃO NO AMBIENTE DE
TRABALHO E PROGRAMAS DE QUALIDADE DE
VIDA NO TRABALHO
Não deveria ser de interesse exclusivo de quem faz a gestão de Ergonomia a iniciativa de se analisar
condições físicas nos ambientes de trabalho. Na verdade, preconiza-se que todas as áreas de uma
organização de trabalho deveriam estar prontas para debaterem quaisquer eventos ou situações que
possam implicar algum tipo de dano ao colaborador.
Por conseguinte, isso pode conferir na prática uma expectativa maior em termos de proteção de todos
os funcionários ao mesmo tempo, além de contribuir positivamente para que eles permaneçam
tranquilos e motivados no cumprimento de suas funções sem que haja temor em relação aos iminentes
eventos de riscos de acidentes, de doenças ocupacionais ou da redução na produtividade individual ou
coletiva durante o trabalho.
Mesmo em empresas que já possuem ambientes ergonomicamente adaptados, nunca se pode afirmar
que modificações sobre eles serão indispensáveis em horizonte de médio ou de longo prazo.
SAIBA MAIS
A verdade é que um dia jamais será igual a outro que passou quando se tratar de operações ou de
processos produtivos. Com isso, desde que se tenha bom senso e recursos à disposição, estratégias de
curto prazo são plausíveis de serem aplicadas imediatamente rumo às melhorias que podem resultar em
um bem-estar maior para o conjunto de trabalhadores.
Concordando com esses argumentos, o responsável pela Ergonomia deve estar sempre consciente e
preparado para incrementar adaptações que possam ser efetuadas nos postos de trabalho. Por assim
dizer, algumas ações reparativas podem ser naturalmente incrementadas. No caso, podemos citar:
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Correção nas dimensões de bancadas, mesas, assentos e instrumentos de trabalho para evitar casos de
lombalgias.
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Luminosidade compatível com a área laboral para minimizar queixas por fadiga visual.
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Isolamento acústico para reduzir afastamentos ocasionados por estresse ou perda de concentração.
Inclusive, tudo isso pode ser incorporado em treinamentos feitos dentro dos programas de qualidade de
vida.
ATENÇÃO
Evidentemente, tudo o que foi comentado deve considerar a complexidade de cada empresa e ambiente
e, conforme o caso, podem ser implementadas as modificações necessárias, incorporando-as desde o
início do projeto de um ambiente laboral.
Podem existir entraves de natureza técnica da parte de empregadores no que tange ao controle de
variáveis que causam impactos à qualidade de vida dos trabalhadores nos ambientes organizacionais.
No entanto, cabe ressaltar que atualmente existe uma tendência por parte dos sistemas de gestão de
muitas empresas em seguir uma posição mais humanista, considerando fortemente questões que
envolvem a saúde e a segurança de quem realmente contribui, ou seja, o capital humano. Tudo isso
sendo considerado decisivo para que os processos sejam realizados e os produtos entregues para os
clientes das empresas.
Experimentalmente, quando se realiza uma análise ergonômica no trabalho, usa-se um mapa de risco
em estações de trabalho para a visualização de dados para comunicar alguns riscos específicos
enfrentados pelas empresas, que podem provocar impactos na saúde e na segurança dos
trabalhadores.
EXEMPLO
São avaliadas as situações que podem causar dor, desconforto, fadiga e afastamento, ou qualquer outra
que implique ou impeça a qualidade de vida dos trabalhadores.
Desde que sejam consideradas ações articuladas entre Ergonomia e qualidade de vida no trabalho, é
bem possível que ganhos diretos sejam percebidos para todos os trabalhadores.
Em outras palavras:
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Existiria uma tendência de queda em atendimentos e tratamentos médicos, bem como na indicação de
medicamentos para transtornos musculoesqueléticos crônicos e de distúrbios mentais.
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A capacidade de trabalho de cada pessoa seria permanentemente preservada.
Como podemos perceber, a importância da Ergonomia alcança um patamar ainda maior quando se
propõe abordar de forma bastante qualificada as questões que promovem a qualidade de vida dentro do
trabalho. A Ergonomia fornece o suporte para que sejam feitas a coleta e a análise de dados nas
empresas que vão ser úteis para a elaboração de um PQVT com a finalidade única de melhorar o bem-
estar dos colaboradores. A Ergonomia visa contribuir significativamente na concepção ou na evolução
das situações de trabalho que incluem as dimensões sociais e organizacionais propriamente.
Muitas empresas têm procurado investir em práticas ergonômicas que ajudem a minimizar os impactos
causados pelos ambientes de trabalho. Por assim dizer, têm-se a implantação e a implementação de
programas que melhoram progressivamente a qualidade de vida no ambiente organizacional e
contribuem para o desenvolvimento de todos os seus recursos humanos.
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Por meio da adoção de um PQVT, é concedido um intervalo de tempo na própria jornada de trabalho
para que os trabalhadores possam participar de atividades, que consistem em práticas que vão desde
eventos culturais e palestras de prevenção de acidentes, passando por exercícios de relaxamento até a
ginástica laboral. Espera-se que haja um comprometimento maior em relação ao alcance de objetivos e
metas institucionais, bem como na melhoria de métricas que buscam avaliar o desempenho de
excelência e na própria produtividade dentro do trabalho.
Muitas pesquisas divulgadas nos últimos anos têm comprovado a relação entre custo x benefício que
pode ser alcançada quando as empresas decidem efetivamente pela implantação e implementação de
programas de prevenção que visam trazer uma melhoria na qualidade de vida de seus funcionários. E
não basta apenas colocá-los em prática, é preciso antes que sejam feitos palestras ou treinamentos
para que todos possam desenvolver uma consciência no sentido de uma maior proteção enquanto
estiverem trabalhando ou de quanto pode custar para a própria empresa quando ocorre algum tipo de
incidente ou acidente de trabalho.
Ocorrem normalmente em épocas específicas. No caso dos programas "Outubro Rosa" e "Novembro
Azul", é planejada uma série de atividades voltadas para a prevenção do câncer de mama e de próstata.
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PROGRAMAS DE TREINAMENTO
Uma variedade de cursos voltados para o desenvolvimento de habilidades técnicas que estão
relacionadas com o cargo ocupado pelo trabalhador. Exemplos: inteligência emocional, domínio do
método de trabalho etc.
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EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Considerado muito importante nos dias atuais, este tipo de programa visa auxiliar os colaboradores no
melhor gerenciamento dos seus recursos financeiros com mais responsabilidade.
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HORÁRIOS FLEXÍVEIS
Consiste em oferecer aos recursos humanos a possibilidade de trabalharem em escalas escolhidas por
eles, desde que haja também o consentimento por parte das lideranças da empresa. As firmas que
optam por programas dessa natureza experimentam normalmente um maior comprometimento e
elevada produtividade de seus trabalhadores.
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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
É fundamental que os empregados de uma organização sejam avaliados pelo trabalho desempenhado.
E quando isso ocorre da maneira certa, indicando possíveis correções quando forem necessárias, todos
se sentem mais motivados e inclinados a realizar cada vez melhor aquilo que já fazem bem na maioria
das vezes.
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Uma rotina que compreende visitas periódicas de médicos nas áreas de trabalho para tirar dúvidas de
funcionários sobre questões de saúde, realizar exames para aqueles que estejam apresentando algum
sintoma específico e solicitar exames preventivos.
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Está voltado para a prática de esportes por meio de programas de estímulo a equipes de corredores,
passeios ecológicos, caminhadas e torneios esportivos, entre outros. A alimentação de qualidade é outro
assunto muito sério e deve ser sempre discutido entre os trabalhadores.
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A finalidade deste programa é deixar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro. O foco das
capacitações está na precaução de acidentes, identificação de riscos ergonômicos etc.
2ª) Caso precise transportar cargas ou materiais pesados, o correto é utilizar carrinhos de mão,
alavanca, esteiras, entre outras alternativas adequadas para evitar sobrecarga.
4ª) Sentar respeitando a postura correta, com costas apoiadas no encosto do assento e pés apoiados no
piso.
6ª) Não se alimentar enquanto exercer algum tipo de tarefa, sendo correto fazer isso nos horários
recomendados.
7ª) Utilizar equipamentos de proteção individual em todas as ocasiões em que forem exigidos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Trabalhar significa ter certo sacrifício mental e físico para atender a um propósito. Justificativa: Logo,
a execução de um programa de qualidade de vida vai contribuir para recompor imediatamente qualquer
tipo de desgaste para o trabalhador.
B) Um programa de qualidade de vida não é recomendado para empresas com altos índices de
acidentes de trabalho. Justificativa: não se pode garantir que a previsão do número de acidentes
apresentará números reduzidos ou eliminados para um horizonte de tempo em longo prazo.
C) Programas de qualidade de vida tendem a ser benéficos para os recursos humanos. Justificativa: não
é necessário haver comprometimento das pessoas para as práticas que são propostas dentro desses
programas.
D) A qualidade de vida dentro do trabalho pode ser alcançada com iniciativa de gestores dentro das
empresas. Justificativa: estatísticas têm apontado que os números de acidentes têm sido elevados
dentro dos ambientes de trabalho, incorrendo em afastamentos dos colaboradores.
B) Cada gestor deveria aplicar o seu próprio programa de qualidade de vida dentro do trabalho, evitando
a participação de recursos humanos de outras áreas.
C) Nem todas as áreas de uma organização de trabalho devem estar dispostas a participar de
programas de qualidade de vida no trabalho.
D) As situações dentro das operações sempre se repetem e, por isso, não existe tanta eficácia quando
programas de qualidade de vida no trabalho são recomendados.
E) Práticas implementadas por gestores dentro do trabalho podem ser reproduzidas em programas de
qualidade de vida.
GABARITO
Os gestores dentro das empresas podem aplicar programas de qualidade de vida para suas equipes de
trabalho, uma vez que estatísticas têm demonstrado aumentos de casos de acidentes de trabalho que
implicam afastamentos da força de trabalho. Está certo afirmar que trabalhar significa ter certo sacrifício
mental e físico para atender a um propósito. No entanto, não se pode dizer que um programa de
qualidade de vida vai contribuir para recompor imediatamente qualquer tipo de desgaste para o
trabalhador. Não está certo afirmar que um programa de qualidade de vida não é recomendado para
empresas com altos índices de acidentes de trabalho, mas a justificativa apresentada faz todo o sentido
e está correta.
Quanto mais distante no tempo for feita uma previsão, maiores serão os riscos de um acidente ocorrer.
É incontestável reconhecer que programas de qualidade de vida tendem a trazer benefícios para os
recursos humanos. Entretanto, para a efetividade deles, é preciso contar com a participação ativa de
todos os empregados.
Os programas exigem planejamento e programação para serem aplicados que normalmente são
flexíveis e não provocam impactos para os resultados das empresas. Entretanto, é verdadeiro afirmar
que não se atribui ao programa de qualidade de vida do trabalho o não alcance de metas por parte dos
trabalhadores.
2. Dentro dos ambientes produtivos, muitas vezes são exigidos que trabalhadores tenham uma
maior consciência sobre como o trabalho deve ser conduzido de forma mais preventiva. Assinale
a alternativa que está correta sobre essa afirmação:
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percorrendo os três módulos, aprendemos o quanto se deve dar atenção aos recursos humanos
presentes em qualquer organização de negócios ou indústria. Eles precisam ser assistidos em todas as
suas necessidades por serem parte fundamental da engrenagem dentro de um sistema produtivo.
Cabe aos ergonomistas e gestores de trabalho terem mais consciência e atenção ao que ocorre dentro
dos postos de trabalho, monitorando e controlando cada detalhe que pode fazer toda a diferença quando
o assunto for saúde e segurança dentro do trabalho. E isso enseja uma preocupação sobre o bem-estar
ou a qualidade de vida de cada trabalhador que se dedica para cumprir metas que são sempre bastante
desafiadoras.
Nesse momento, é essencial saber quais as razões que justificam a adoção de Programas de Qualidade
de Vida dentro das firmas. E, com isso, aprender como eles podem constituir ferramentas informativas e
preventivas e que proporcionem uma sensação maior de proteção e motivação para aqueles que
passam mais horas dos seus dias dentro de ambientes laborais do que propriamente com suas famílias.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1994.
CASTRO, J. L. Saúde e trabalho: Direito do Trabalhador da Saúde. Revista de Direito Sanitário, v. 13,
p. 86-101, 2012.
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: Conteúdo Básico: Guia Prático. Belo Horizonte: Ergo,
2007.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
TOKARNIA, M. Analfabetismo cai, mas Brasil ainda tem 11 milhões sem ler e escrever. Agência
Brasil. Publicado em: 15 jul. 2020. Consultado na internet em: 14 ago. 2021.
EXPLORE+
Leia o livro Guia para análise ergonômica do trabalho na empresa, de Mario Cesar Rodrigues Vidal
(2008), e entenda como algumas soluções em Ergonomia podem contribuir para a saúde
ocupacional, a qualidade de vida e a eficácia de pessoas e organizações.
Pesquise no site da ABERGO e leia o artigo Perfil antropométrico dos caminhoneiros brasileiros,
de Adriane Rossi Borguesani e colaboradores, publicado na Revista Ação Ergonômica, v. 14, n. 1,
2020.
CONTEUDISTA
Fernando Medina