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1.

Introdução a Energia Solar, Módulos e Dimensionamentos

1.1. Energia Solar, o que é, como funciona

Energia solar é a energia proveniente da luz e do calor do Sol que é aproveitada e utilizada
por meio de diferentes tecnologias, principalmente como o aquecimento solar, energia solar
fotovoltaica, energia heliotérmica e arquitetura solar. A energia solar é considerada uma fonte
de energia renovável e sustentável.
Energia solar fotovoltaica. Os sistemas fotovoltaicos são capazes de gerar energia elétrica
através das chamadas células fotovoltaicas. As células fotovoltaicas são feitas de materiais
capazes de transformar a radiação solar diretamente em energia elétrica através do chamado
“efeito fotovoltaico”.

1.2. Geometria Solar, Irradiância e Radiação

A carta solar é uma representação gráfica dos percursos aparentes do sol na abóbada
celeste ao longo do dia em diferentes épocas do ano. Estes percursos são identificados
através da transposição do azimute e da altitude solar sobre o plano.

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A Irradiância (símbolo: Ee) representa a quantidade de potência radiante que incide sobre uma
superfície, real ou imaginária, por unidade de área. A unidade de Irradiância é o W m-2.
Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em particular aquela
que é transmitida sob a forma de radiação eletromagnética.

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Análise de mapas e banco de dados solarimêtricos

http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Atlas_Solarimetrico_do_Brasil_2000.pdf

Fontes:

“O seu futuro começa aqui!!”

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http://ftp.cptec.inpe.br/labren/publ/livros/Atlas_Brasileiro_Energia_Solar_2a_Edicao.pdf

1.3. Módulos fotovoltaicos e suas características técnicas

Como são feitas as placas de energia solar?


Ela é composta de células solares, feitas de materiais semicondutores como o silício. São as
chamadas células fotovoltaicas. Quando as partículas da luz solar (fótons) colidem com os
átomos desses materiais, provocam o deslocamento dos elétrons, gerando uma corrente
elétrica.

1.4. Processo de Fabricação de Painéis Fotovoltaicos

Vários processos individuais ligados e contínuos colocam as células fotovoltaicas em um


painel fotovoltaico. Os painéis fotovoltaicos devem ser fabricados utilizando-se a melhor
tecnologia para que eles possam durar por décadas conforme foram projetados.

1.5. Insumos Utilizados na Fabricação do Painel Solar Fotovoltaico

Veja abaixo quais são os principais materiais usados na fabricação de painéis solares:

1.6. Células Fotovoltaicas


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A célula fotovoltaica é a "vida" do seu painel solar, é ela que através de uma reação físico-
química transforma a luz do sol em energia elétrica. Ela representa aproximadamente 60% do
custo de um painel solar. São muito finas com aproximadamente 185 mícrons de espessura
(menos de 2mm). São feitas a partir de uma "fatia" de cristal de silício ultrapuro e precisam
ser manuseadas com extremo cuidado pois trincam com muita facilidade. O processo de
fabricação do painel solar descrito no passo a passo foi desenvolvido para proteger as células
e fazer com que o seu painel solar produza energia por décadas.

1.7. Vidro Fotovoltaico (Vidro especial para fabricação do painel solar)

O vidro utilizado na fabricação de um painel solar não é o seu vidro comum. Ele é um vidro
especial ultrapuro com baixo teor de ferro, desenvolvido especialmente para refletir menos e
deixar o máximo de luz passar através dele. Trata-se de um vidro temperado especial de
3.2mm ou 4mm revestido com uma substância antirreflexiva. Os painéis com vidros de boa
qualidade vão resistir as mais fortes chuvas de granizo. Este vidro especial representa
aproximadamente 10% do custo de fabricação do painel solar.

1.8. Filme Encapsulante para o Painel Solar - EVA

O Filme Encapsulante para o Painel Solar, tradicionalmente conhecido como EVA, acetato-
vinilo de etileno (que deriva do inglês: Ethylene Vinyl Acetat), é um material selante de cura
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rápida especificamente projetado para os painéis fotovoltaicos. Ele protege as células
fotovoltaicas contra o envelhecimento causado por raios UV, temperaturas extremas e
umidade, assegurando que o máximo luz visível atinja as células solares. O EVA representa
aproximadamente 8% do custo de fabricação do painel solar.

1.9. Backsheet (Material plástico branco usado na parte de trás do painel solar)

O filme branco que vai na parte de trás do painel solar é chamado de Backsheet. A função
principal da Backsheet é proteger os componentes internos do painel solar, especificamente
as células fotovoltaicas bem como agir como um isolante elétrico. Ela tem uma composição
robusta sendo composta por 3 camadas. Ela possui a aparência de um "filme branco plástico
grosso". A Backsheet representa aproximadamente 8% do custo de fabricação do painel solar.

1.10. Caixa de Junção (PV - Junction Box)

A caixa de junção é uma parte muito importante do painel solar. A caixa de junção é um
"gabinete" que fica na parte de trás do painel solar onde as strings (células fotovoltaicas
interconectadas em série) estão conectados eletricamente. A caixa de junção fica
grudada/colada na parte de trás do painel solar com adesivo de silicone ou uma fita dupla-
face especial. Ela possui dentro diodos de by-pass que vão garantir a segurança e o bom
funcionamento do painel solar. As caixas de junção já vêm com os cabos e conectores
especiais (tradicionalmente se utiliza os conectores MC4 ou MC3) que são utilizados para
interconectar os painéis solares quando instalados em seu telhado. A caixa de junção
representa aproximadamente 6% do custo de fabricação do painel solar.

Obs.: as caixas de junção devem ter no mínimo um grau de proteção IP65, mas o ideal
é que se tenha o grau IP67. Isso vai garantir que o seu painel solar dure por muito mais
tempo prevenindo de corrosões.

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1.11. Molduras do Painel Solar de Alumínio Anodizado

Ao redor de um painel é adicionada uma moldura de alumínio anodizado especialmente


desenvolvida para adicionar robustez ao painel solar e garantir a sua integridade nas mais
adversas situações. Ela serve tanto para proteger o painel na hora da instalação como para
assegurar que o painel solar não "torça" causando trinca nas células. Por isso é muito
importante que se observe a espessura da moldura que não deve ser menor que 4 centímetros
e ter a garantia de que ela foi anodizada para que os seus painéis durem por muito tempo. O
frame do painel solar representa aproximadamente 8% do custo dele.

2. Tipos de Painéis Solares


2.1. Painel Solar Fotovoltaico de Silício monocristalino

Eficiência média do painel solar monocristalino: 15 – 22%


Técnica: Czochralski
Forma: Arredondada
Tamanho padrão das células fotovoltaicas: 10x10cm; 12,5x12,5cm;
15x15.
Cor: azul escuro ou quase preto (com antirreflexo), cinza ou azul
acinzentado (sem antirreflexo)

A tecnologia monocristalina é a mais antiga e possuem a eficiência mais alta. Comercialmente


falando, a eficiência dos painéis 15% e 22%.

Os painéis solares de silício monocristalino (mono-Si) são facilmente reconhecíveis apenas


olhando de perto. Possuem uma cor uniforme, indicando silício de alta pureza e cantos
tipicamente arredondados como você pode ver na imagem ao lado. Eles são feitos a partir de
um único cristal de silício ultrapuro, (lingotes de silício de forma cilíndrica), este é fatiado como
um "salame" fazendo assim lâminas de silício individuais, que são então tratadas e
transformadas em células fotovoltaicas. Cada célula fotovoltaica circular tem seus “4 lados”
cortados fora para otimizar o espaço disponível no painel solar monocristalino e aproveitar
melhor a área do painel. O painel solar é composto por uma matriz de células fotovoltaicas
em formações de série e paralelo.
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2.2. Painel solar fotovoltaico de silício policristalino

Eficiência média do painel solar policristalino: 14 – 20 %


Técnica: Fundição de polisilício, Aquecimento em forma.
Tamanho padrão das células fotovoltaicas: 10x10cm;
12,5x12,5cm; 15x15.
Cor: azul (com antirreflexo), cinza prateado (sem antirreflexo).

Ambos, mono e poli cristalino são feitos de silício, a principal diferença entre as tecnologias
é o método utilizado na fundição dos cristais. No policristalino, os cristais de silício são
fundidos em um bloco, desta forma preservando a formação de múltiplos cristais (daí o nome
poli cristalino). Quando este bloco é cortado e fatiado, é possível observar esta formação
múltipla de cristais.

Uma vez fundido, eles são serrados em blocos quadrados e, em seguida, fatiados em células
assim como no monocristalino, mas é um pouco mais fácil de produzir. Eles são semelhantes
aos de um único cristal (monocristalino) tanto no desempenho como na degradação, exceto
que as células são ligeiramente menos eficientes. Os primeiros painéis solares à base de
silício policristalino, que também são conhecidos como polisilício (p-Si) e silício multi-
cristalino (mc-Si), foram introduzidos no mercado em 1981.

2.3. Painéis solares de filme fino

Depositar uma ou várias camadas finas de material fotovoltaico sobre um substrato é a


essência básica de como os painéis fotovoltaicos de filme fino são fabricados. Eles também
são conhecidos como células fotovoltaicas de película fina (TFPV). Os diferentes tipos
painéis solares de filme fino podem ser categorizados por material fotovoltaico que é
depositado sobre o substrato:

• Silício amorfo (a-Si)


• Telureto de cádmio (CdTe)
• Cobre, índio e gálio seleneto (CIS / CIGS)
• Células solares fotovoltaicas orgânicas (OPV)

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Dependendo da tecnologia de célula fotovoltaica de filme fino utilizada, os painéis de filme
fino possuem eficiências médias entre 7-13%. Algumas tecnologias de painel de filme fino já
estão chegando nos 16% sendo similares a eficiência dos painéis policristalinos. Atualmente
(2015) os painéis fotovoltaicos que utilizam a tecnologia de filme fino representam
aproximadamente 20% do mercado mundial de painéis solares fotovoltaicos. Sendo a
maioria de silício cristalino.

2.4. Painel solar de silício amorfo (a-Si)

Como a produção de energia elétrica é baixa nesta tecnologia, as células solares baseadas
em silício amorfo, tradicionalmente, só tinham sido usadas para aplicações de pequena
escala. Ex: calculadoras de bolso. No entanto, as inovações recentes permitiram que esta
tecnologia seja utilizada também em aplicações de larga escala. Com uma técnica de
fabricação chamada de "empilhamento", várias camadas de células solares de silício amorfo
podem ser combinadas, o que resultam em taxas mais elevadas de eficiência (tipicamente
cerca de 6-9%). Apenas 1% do silício utilizado em células solares de silício cristalino é
necessário nas células solares de silício amorfo. Por outro lado, o empilhamento é caro.

2.5. Painel solar de Telureto de cádmio (CdTe)

Telureto de cádmio é a única tecnologia de painéis solares de película fina que superou o
custo/eficiência de painéis solares de silício cristalino em uma parcela significativa do
mercado mundial de painéis solares. A eficiência de painéis solares com base na tecnologia
de Telureto de cádmio opera normalmente na faixa de 9-16%.

A First Solar instalou mais de 5 Gigawatts (GW) de painéis fotovoltaicos de filme fino com
base na tecnologia de Telureto de Cádmio em todo o mundo.

As instalações com os painéis de CdTe PV são tipicamente grandes campos solares


(grandes usinas de energia solar).

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2.6. Painéis solares de seleneto de cobre, índio e gálio (CIS / CIGS)

Em comparação com as outras tecnologias de filme-fino acima, as células solares CIGS


mostraram o maior potencial em termos de eficiência. Estas células solares contêm menos
quantidades do cádmio (material tóxico que é encontrado em células solares de CdTe). A
produção comercial de painéis solares CIGS flexível foi iniciado na Alemanha em 2011.
Os índices de eficiência para painéis solares CIGS normalmente operam na faixa de 10-12%
e já existem alguns sendo vendidos no Brasil passando dos 13%.

Muitos tipos de células solares de película fina estão ainda em fase de pesquisa e
desenvolvimento e no futuro poderemos ver algumas soluções interessantes vindas desta
tecnologia.

2.7. Células fotovoltaicas orgânicas (OPV)

Uma célula solar orgânica é um tipo de célula solar de polímero que usa a eletrônica
orgânica, um ramo da eletrônica que lida com polímeros orgânicos condutores ou pequenas
moléculas orgânicas, para absorção de luz e transporte de carga para a produção de
eletricidade a partir da luz solar pelo efeito fotovoltaico. A célula solar de polímero orgânico
foi idealizada há muitos anos como uma tecnologia fotovoltaica flexível, de baixo custo, feita
utilizando processos de impressão, máquinas simples e materiais abundantes. Hoje são
poucas as empresas que conseguiram levar a produção de células fotovoltaicas (OPV) para
uma escala industrial. No Brasil existe a CSEM Brasil, em Belo Horizonte, que está
desenvolvendo esta produção com tecnologia principalmente suíça.
Eles utilizam um processo industrial (roll to roll) de impressão de células fotovoltaicas
orgânicas em substrato leve, flexível e transparente. As eficiências das células orgânicas
variam.

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OPTree instalado em frente ao museu do amanhã – RJ

2.8. Painel solar híbrido - HJT

Eficiência da célula fotovoltaica: aproximadamente 24%


Técnica: Czochralski / n-type c-Si
Forma: Arredondada
Tamanho padrão das células fotovoltaica: 156mm x 156mm.
Cor: quase preto (com antirreflexo)

Existe uma "nova" tecnologia no mercado conhecida por Heterojunção. Comercialmente


falando, a eficiência dos painéis que utilizam esta tecnologia é de 21% a 24%.
O processo de fabricação, com algumas diferenças, é similar ao dos painéis
fotovoltaicos monocristalinos, porém, possuem uma passivação com camada de Silício
Amorfo (a-Si), dentre ouras diferenças.

Colocando de uma forma simples, este painel produz mais energia por metro quadrado e
também funciona muito bem com temperaturas mais altas, desta forma, esta tecnologia é
ideal para o Brasil.
3. Índice de Proteção – IP

Inicialmente, para saber se um produto possui proteção contra danos físicos, como choque
elétrico, por exemplo, ou se é adequado para utilizar em áreas que são sujeitas à projeção de
água ou contato com objetos estranhos prejudiciais ao seu funcionamento, é necessário
verificar se ele possui uma identificação chamada IP (índice de proteção) seguido de dois
numerais, ex.: IP65.
Este índice possui dois objetivos:

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1. Especificar o nível de proteção para o contato de pessoas ou áreas do corpo em partes
do produto energizado sem isolamento, ou a proteção contra a entrada de objetos
sólidos estranhos, como poeira, por exemplo;
2. Indicar a proteção do equipamento em relação ao contato da água em seu interior.
3.
Na tabela abaixo, é possível identificar e entender melhor esta proteção.

4. Sistemas conectados à rede elétrica (grid-tie).

4.1. Componentes dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede (grid-tie):


painéis solares, inversores e dispositivos de proteção.

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4.1.1. Painéis Fotovoltaicos

São capazes de converter a radiação solar em corrente elétrica contínua. A quantidade de


energia produzida por eles depende das condições climáticas. Em dias ensolarados, com
poucas nuvens há uma conversão maior de radiação solar em energia elétrica. Normalmente
procura-se instalá-los com orientação e inclinação apropriadas para cada região de forma a
otimizar seu rendimento. Devem ser instalados de forma a evitar sombreamentos constantes
e em estruturas apropriadas para cada local.

4.1.2. Inversor

A função do Inversor é converter a energia em corrente contínua (CC) para corrente alternada
(CA), que é utilizada na maioria dos aparelhos e equipamentos. Nos sistemas Off-grid deve
ser levado em consideração uma informação muito importante: O inversor é considerado como
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a única fonte de energia, ou seja, ele deve ser capaz de fornecer potência para suprir todos
os equipamentos conectados ao sistema. É como se fosse um gerador, se for conectado a
uma potência maior do que ele pode fornecer, ele não conseguirá suprir toda demanda e irá
desarmar. Por exemplo: um inversor de 3000 W é capaz de fornecer potência para cargas
cuja soma de todas as potências sejam 3000 W. Se for ligado um chuveiro de 5000 W em um
sistema off-grid alimentado por apenas esse inversor, ele não será capaz de fornecer energia
para esse chuveiro. Já nos casos On-grid (conectados na rede), essa potência complementar
é obtida através da rede da concessionária.

4.1.3. String box

É essencialmente um equipamento de proteção que isola o sistema de produção de energia


fotovoltaica para impedir o risco de propagação de acidentes elétricos, como os curtos-
circuitos e os surtos elétricos. Nesses casos, a String Box sacrifica seus componentes e abre
o circuito elétrico em que ela está instalada.

4.1.4. Conectores

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Os conectores tipo MC4 foram concebidos especificamente para utilização com sistemas
fotovoltaicos. A maioria dos painéis fotovoltaicos produzidos hoje já saem de fábrica com um
cabo e conectores MC4. Este tipo de conector melhora a qualidade da instalação, facilita a
conexão entre painéis e apresentam melhor durabilidade quando expostos as condições
climáticas típicas de sistemas fotovoltaicos.

4.1.5. Cabos

Cabo solar 6mm² 1kV


• Flexível;
• Condutor estanhado;
• Cabo desenvolvido especialmente para instalações fotovoltaicas;
• Resistente a raios UV;
• Resistente as mudanças de temperatura;
• Temperatura máxima do condutor: +120°C
• Resistência aos raios UV 720h
• Performance contrafogo: Não propaga a chama, conforme EN 60332-1-2
• Emissão de gases Halogênicos: EN50525-1

5. Componentes dos sistemas fotovoltaicos autônomos (off-grid)


5.1. Painéis solares, controladores de carga, baterias, inversores.
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5.1.1. Controlador de Carga

São responsáveis por entregar uma tensão estável para o banco de baterias, uma vez que a
tensão na saída dos módulos varia ao longo do dia, de acordo com as condições climáticas.
Os controladores de carga podem ser encontrados utilizando duas tecnologias: PWM (Pulse
With Modulation) ou MPPT (Maximum Power Point Tracking), esta última consegue maximizar a
geração dos módulos buscando a máxima potência disponível para o carregamento do banco
de baterias.

Outra função importante do controlador de carga é fazer o monitoramento da descarga das


baterias, não deixando que elas sejam completamente descarregadas. Otimizando a sua
utilização e aumentando o ciclo de vida do banco de baterias.
Os controladores de carga possuem uma corrente máxima de saída, e a multiplicação dessa
corrente pela tensão do banco de baterias tem como produto a potência do sistema. Ex.: um
controlador de carga com corrente máxima de 60 A, ligado em um banco de baterias com
tensão nominal de 24V tem uma potência de 1440 W (60 A x 24 V = 1440 W)

5.1.2. Banco de Baterias

As baterias utilizadas em sistemas fotovoltaicos possuem características especiais, são


chamadas de baterias estacionárias. Elas não devem ser descarregadas completamente e o
ciclo de descarga é constantemente monitorado pelo controlador de carga. As baterias são
conectadas em série e/ou paralelo para obter a tensão compatível com a saída do controlador
de carga e com a entrada do inversor.

O banco de baterias dá autonomia ao sistema, quanto maior a quantidade de baterias do


banco, maior será a quantidade de energia que pode ser armazenada. Porém, o seu
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dimensionamento deve ser feito de maneira bem cautelosa pois representa um custo
significativo do projeto. Um ponto bastante importante é verificar quanto tempo de autonomia
o banco de baterias é capaz de fornecer energia em momentos em que há pouca ou nenhuma
geração pelos módulos fotovoltaicos, como no caso de dias chuvosos e períodos noturnos.

Assim como os outros componentes do sistema, o banco de baterias deve ser instalado por
profissionais capacitados, e em local arejado e apropriado, uma vez que representa um risco
de incêndio em potencial caso as boas práticas e normas específicas não sejam seguidas.

5.1.3. Inversor off-grid

O inversor solar off grid, ou inversor off grid, é feito para “alimentar diretamente às cargas”,
retirando energia diretamente de um banco de baterias, gerando o sinal elétrico de corrente
alternada e fornecendo a potência elétrica diretamente aos aparelhos consumidores.

Esse tipo de inversor solar fotovoltaico é utilizado nos sistemas fotovoltaicos isolados,
comumente chamados de off-grid, justamente pela sua capacidade de fornecer energia
diretamente às cargas, dependendo somente do banco de baterias.

Os inversores autônomos, apelidados de inversores off-grid, não podem ser utilizados


em sistemas On-grid (conectados à rede) porque não tem capacidade de interagir com
o sinal de corrente alternada presente na rede.

No caso da ligação de um inversor autônomo em uma rede, o resultado é quase sempre uma
explosão.

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6. Resolução 482 da ANEEL, solicitação de acesso à rede e
requisitos técnicos das concessionárias.
6.1. Histórico da regulamentação de geração distribuída

No exercício das suas competências legais, a Agência promoveu a Consulta Pública nº


15/2010 (de 10/09 a 9/11/2010) e a Audiência Pública nº 42/2011 (de 11/08 a 14/10/2011), as
quais foram instauradas com o objetivo de debater os dispositivos legais que tratam da
conexão de geração distribuída de pequeno porte na rede de distribuição.

Como resultado desse processo de consulta e participação pública na regulamentação do


setor elétrico, a Resolução Normativa - REN nº 482, de 17/04/2012, estabeleceu as condições
gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de
energia elétrica, e criou o sistema de compensação de energia elétrica correspondente.

O acompanhamento da implantação da REN nº 482/2012, realizado pela ANEEL nos últimos


anos, permitiu identificar diversos pontos da regulamentação que necessitavam de
aprimoramento.

Dessa forma, com o objetivo de reduzir os custos e o tempo para a conexão da micro e
minigeração, compatibilizar o Sistema de Compensação de Energia Elétrica com as
Condições Gerais de Fornecimento (Resolução Normativa nº 414/2010), aumentar o público
alvo e melhorar as informações na fatura, a ANEEL realizou a Audiência Pública nº 26/2015
(de 7/5/2015 a 22/6/2015) que culminou com a publicação da Resolução Normativa - REN nº
687/2015, a qual revisou a REN nº 482/2012 e a seção 3.7 do Módulo 3 dos Procedimentos
de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST.

6.2. Normas Técnicas

O efeito fotovoltaico é um recurso de alta tecnologia na conversão de luz solar diretamente


em energia elétrica, visando alimentar os diversos tipos de carga, sejam elas acionadas por
corrente contínua (cc) ou corrente alternada (ca). A tecnologia fotovoltaica vem sendo usada,
em muitas aplicações seja em sistemas híbridos, conectados à rede elétrica ou isolados. Os
sistemas isolados são predominantes principalmente quando se tratam de locais remotos, ou
até mesmo para consumidores que residem em áreas urbanas, mas possuem recurso
financeiro para escolher o tipo de sistema que deseja utilizar.

Deve ser ressaltado que a adoção da tecnologia fotovoltaica, como alternativa para a gerar
energia elétrica, requer um estudo da energia solar disponível na região, como, por exemplo,
o nível de insolação da região, e de um estudo sobre a possibilidade de extensão da rede
elétrica convencional até o local onde se deseja utilizar a eletricidade.

Para esses sistemas há duas normas. A NBR 16149 de 03/2013 – Sistemas fotovoltaicos
(FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição
estabelece as recomendações específicas para a interface de conexão entre os sistemas
fotovoltaicos e a rede de distribuição de energia elétrica e estabelece seus requisitos. Aplica-
se aos sistemas fotovoltaicos que operam em paralelo com a rede de distribuição. Não
contempla compatibilidade eletromagnética e os procedimentos de ensaio de anti-ilhamento.
Os requisitos para a conexão dos sistemas fotovoltaicos à rede podem variar quando é
utilizado um sistema de armazenamento de energia ou os sinais de controle e comando são
provenientes da distribuidora.

A NBR 16150 de 03/2013 – Sistemas fotovoltaicos (FV) — Características da interface de


conexão com a rede elétrica de distribuição — Procedimento de ensaio de
conformidade especifica os procedimentos de ensaio para verificar se os equipamentos
utilizados na interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de

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energia estão em conformidade com os requisitos da NBR 16149. Aplica-se aos conversores
estáticos monos ou polifásicos utilizados em sistemas fotovoltaicos de conexão à rede elétrica,
conhecidos como inversores de conexão à rede e, aos outros componentes utilizados na
interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de energia. Não trata
dos procedimentos de ensaio contra ilhamento, os quais são tratados na NBR IEC 62116 bem
como não trata dos procedimentos de ensaio referentes às IEC 62109-1 e IEC 62109-2.

A norma determina que a qualidade da energia fornecida pelo sistema fotovoltaico às cargas
em corrente alternada locais e à rede elétrica é regida por práticas e normas referentes à
tensão, cintilação, frequência, distorção harmônica e fator de potência. O desvio dos padrões
estabelecidos por essas normas caracteriza uma condição anormal de operação, devendo o
sistema fotovoltaico deve ser capaz de identificar esse desvio e cessar o fornecimento de
energia à rede.

6.3. Visita Técnica e levantamento das características do local da


instalação

Para se poder começar a planear um sistema fotovoltaico, tendo em vista o seu posterior
dimensionamento e respectivo orçamento a apresentar ao cliente, é fundamental conhecer
bem o local da instalação. A visita ao local da instalação permitirá efetuar uma avaliação prévia
sobre as condições básicas existentes, que poderão levar desde logo a uma indicação mais
ou menos favorável sobre a instalação de um sistema fotovoltaico.

Um dos passos iniciais consistirá em reconhecer se o prédio em questão é ou não apropriado


à colocação de um sistema fotovoltaico e/ou identificar eventuais locais alternativos à sua
localização. Uma investigação inicial aprofundada será fundamental para que se evitem erros
de planeamento (produção/consumo de energia) e de cálculo do custo global do sistema a
instalar.

Os trabalhos necessários para a instalação do gerador fotovoltaico, a identificação do espaço


adequado para a localização do inversor, o traçado da rede do cabeamento do sistema, assim
como os eventuais trabalhos de modificação da caixa do contador, deverão ser alguns dos
temas a abordar durante a consulta prévia com o cliente.

Antes que a planificação se inicie, o cliente deverá também ser confrontado com as
alternativas disponíveis e as respectivas ordens de grandeza de custos de investimento inicial
e de funcionamento. A possibilidade de se poder recorrer a subsídios, deverá também ser
averiguada, uma vez que estes assumem, em muitos dos casos, uma influência decisiva sobre
a decisão final do sistema a instalar.

Durante a visita ao local e na fase de registo de dados, um bom contributo para a base de um
bom planeamento, passará pelo inequívoco esclarecimento junto do cliente das seguintes
questões:

• Disponibilidade da área do telhado, fachadas e/ou superfícies disponíveis na


envolvente;
• Orientação e inclinação das estruturas disponíveis à colocação do sistema;
• Formato do telhado, características da estrutura e subestrutura, e tipo de cobertura;
• Aberturas utilizáveis no telhado (as telhas de ventilação, as condutas de chaminé;
• Dados sobre sombreamentos;
• Locais potenciais à instalação do (DC), String Box, inversor, gerador, das caixas de
junção, do interruptor de corte principal;
• Comprimento dos cabos, rede de cabeamento e método de implantação da
canalização eléctrica;

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• Acessos, particularmente se for necessário equipamento específico para a instalação
do gerador (guindaste, andaime, etc.);
• Tipo de módulo, concepção do sistema, método de instalação;
• Produção energética desejada versus potência fotovoltaica a instalar;
• Plano de localização do edifício (orientação do edifício),
• Peças desenhadas e escritas do projeto do edifício, onde constará a inclinação do
telhado, entre outras informações sobre o edifício;
• Fotografias

Durante a visita ao local, será de grande utilidade o projetista ter em mãos:

1 - Ficha de registos de dados sobre a edificação;


2 - Material de informação sobre a tecnologia fotovoltaica
a. Informação geral
b. Folhetos dos fornecedores dos equipamentos, com a descrição dos produtos
c. Fotografias de sistemas fotovoltaicos já existentes

3 - Bússola
4 - Inclinômetro (Clinometer)
5 - Régua desdobrável
6 - Fita métrica
7 - Lanterna de bolso
8 - Analisador de sombras ou mapa da trajetória solar
9 - Uma Filmadora ou uma máquina fotográfica

Antes de continuar no projeto do SFCR, é preciso conhecer o local de instalação, a fim de se


obter alguns parâmetros para o dimensionamento e análise:

1 – Espaço físico para instalação dos módulos;


2 – Orientação e inclinação do painel instalado;
3 – Condições mecânicas do local para instalação dos módulos
4 – Condições da instalação elétrica.

É importante tomar nota do perímetro (largura e comprimento total) da área, sua inclinação e
fazer um esboço do telhado com as dimensões e as posições de objetos que interferem no
layout, tais como chaminés, antenas, exaustores e canais de ventilação (que podem ser
utilizados para passar o cabeamento). A inclinação da superfície pode ser obtida diretamente,
utilizando-se um clinômetro (nível angular), ou com um smartphone que possua aplicativo com
essa função.

Tome nota das telhas utilizadas para a cobertura da edificação: seu material de construção
(cerâmica, metálica, fibrocimento, etc.) e seu formato (paulista, romana, ondulada, trapezoidal,
etc.) serão determinantes para a especificação do tipo de sistema de fixação dos módulos
fotovoltaicos.

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Verifique, também, o estado da estrutura de suporte da cobertura, chamada de madeiramento.
Utilize uma Linha de Nível para descobrir pontos que estejam afundados (afundamentos) ou
elevados (embarrigamentos). Tome nota do Vão entre Caibros, que é a distância entre os
caibros, no caso de telhados que os possuam. Se desconfiar da robustez da estrutura,
recomenda-se a inspeção de um engenheiro civil.

Para casos particulares, onde seja necessário criar uma estrutura especial, é
IMPRESCINDÍVEL o aval de um engenheiro civil, sendo que o projeto deve ter a Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART) deste. É por esse motivo que ajustes de inclinação na
estrutura do telhado costumam não ser uma boa ideia.

7. Condições físicas e arquitetônicas da edificação

Um painel fotovoltaico pode ser inserido na edificação de duas formas:

7.1. Integração Arquitetônica

O chamado (em inglês) BIPV, que significa Building Integrated Photovoltaic (Sistema
Fotovoltaico Integrado à Edificação). Nesta topologia os módulos fotovoltaicos substituem
algum componente da construção, como os vidros para a fachada ou o telhado (de vidro) da
edificação. Trata-se ainda de uma técnica pouco utilizada.

“O seu futuro começa aqui!!”

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7.2. Superposição Arquitetônica

Nesta topologia os módulos fotovoltaicos são fixados à edificação, mas não substituem itens
da construção.

Existem diferentes formas de realizar a fixação, em ambas as topologias, que variam de


acordo com a estrutura e o estilo arquitetônico da edificação. Na Superposição Arquitetônica,
que é a técnica mais utilizada, as três principais formas de fixação são descritas a seguir:

7.2.1. Instalação em paralelo ao telhado

Neste tipo de instalação o arranjo FV é montado em um sistema de fixação que fica em


paralelo ao telhado.

7.2.2. Elevação dos módulos em uma cobertura plana (Laje)

O sistema de fixação terá a orientação e o ângulo de inclinação ajustados de forma a obter o


melhor rendimento; é montado no plano horizontal. Alguns fornecedores de estruturas de
fixação possuem sistemas auto balastrados, que não exigem furos de fixação, pois o painel
é fixo com o próprio peso dos módulos fotovoltaicos e da estrutura, que possui um sistema de
peso adicional (o balastro), composto, geralmente, por pesados blocos de concreto.

“O seu futuro começa aqui!!”

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7.2.3. Instalação em Campo Aberto

É o sistema de fixação padrão para sistemas maiores, como as usinas. Geralmente utiliza um
sistema metálico aterrado, com uma fundação fixada no solo, sobre os quais se instalam as
estruturas que fixam os módulos. A orientação e inclinação também podem ser selecionadas
de maneira a obter o melhor rendimento energético.

Um sistema fotovoltaico sempre significa um peso adicional, e a estrutura de cobertura do


edifício pode não estar apta a suportá-lo, por isso a necessidade de laudo técnico (de
engenheiro civil ou mecânico) em alguns casos. Nos sistemas que são fixados em um plano
inclinado à superfície as forças do vento também devem ser consideradas.

É preciso considerar, nos sistemas com o painel inclinado em relação ao plano horizontal
(exceto os que são fixados rente aos telhados), o peso extra provocado pelas Cargas de
Vento.

Antes da instalação, deve-se verificar se o telhado não exigirá uma renovação nos próximos
25 anos, caso contrário a reforma deve ser realizado antes da instalação do arranjo
fotovoltaico.
Desmontar o painel fotovoltaico, para que seja possível a manutenção do telhado, e sua
montagem em seguida, além de custoso, pode representar riscos aos módulos fotovoltaicos.
As maiores probabilidades de quebra dos módulos acontecem durante o transporte e a
instalação.

É importante, na proposta de projeto, exibir os valores de peso adicional provocados pela


instalação do painel fotovoltaico.

8. Montagem em paralelo ao telhado em telhados inclinados


Considera-se que as forças de vento em um edifício com um sistema FV montado em paralelo
ao telhado, são as mesmas que o telhado possui sem módulos. Por isso as forças de vento,
que foram incluídas nos cálculos da edificação não precisam ser refeitas.

8.1. Peso adicional de um sistema FV num telhado inclinado

É da ordem de 13 até 24 kg/m². Esta estimativa inclui o peso dos módulos e da estrutura de
fixação.

“O seu futuro começa aqui!!”

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Deve ser garantido que a estática da edificação suporta o peso permanente da instalação.
Quando forem utilizados módulos FV mais pesados, como ocorre com os módulos de filmes
finos que são montados entre duas lâminas de vidro, o peso será maior que a estimativa dada
acima e precisará ser calculado pelo designer a partir dos dados do fabricante dos módulos e
da estrutura de fixação.

8.2. Instalação elevada em telhados planos

Recomenda-se verificar a estática da construção para a carga adicional criada pela instalação
do arranjo fotovoltaico e também a carga extra provocada pelas forças do vento,
especialmente nas bordas do telhado.

8.3. Peso adicional de um sistema FV num telhado plano

É da ordem de 18 até 30 kg/m². Esta estimativa inclui o peso dos módulos e da estrutura de
fixação.

8.4. Força do vento na superfície:

Para superfícies elevadas é importante considerar as forças do vento que atuam na área que
fica elevada. Esta força é determinada da seguinte fórmula:

F1 = F • sen α = p • S • sen α • sen α = p • S • sen2 α

8.5. Esquema de forças originadas pela ação do vento

As forças do vento dependendo da velocidade de vento seguem na seguinte tabela:

v (m/s) v (km/h) p (N/m2) p (kp/m2)


5 18 15 1.6
6 21.6 22 2.2
7 25.2 30 3.1
8 28.8 39 4

69 248.4 2911 297


70 252 2996 305.7
71 255.6 3082 314.5

“O seu futuro começa aqui!!”

23
72 259.2 3169 323.4
Pressão frontal do vento, em função da sua velocidade.

Além da força do vento frontal a força de sucção também deve ser considerada pois pode
levantar os módulos.
A figura a seguir mostra as diferentes partes de um telhado plano com uma classificação das
diferentes sensibilidades à força de sucção.

Classificação das partes críticas à força do vento num telhado plano

• canto: forças do vento extremas.


• borda: forças do vento médias e altas.
• interior: forças do vento baixas.

Deve-se evitar a colocação de módulos nas áreas sujeitas a essa força de sucção, deixando
um espaço de aproximadamente 40 cm das bordas.
8.6. Lista de símbolos

Pinversor Potência do Inversor

Cdiário Consumo Diário

ηsombreamento Eficiência do Sombreamento

ηpainel Eficiência do Painel

ηinversor Eficiência do Inversor

ηcabos Eficiência dos Cabos

Npainel Número de Painéis

Nsérie Número de Painéis em Série

Nparalelo Número de Painéis em Paralelo

Vinv Tensão Máxima do Inversor

Voc_painel Tensão de Circuito Aberto do Painel

Iinv Corrente Máxima do Inversor

Isc_painel Corrente de Curto Circuito do Painel

r Aumento Tarifário Médio Anual


“O seu futuro começa aqui!!”

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𝑖 Taxa de Juros do mercado

VP Valor Inicial do Investimento

𝑣1 Estimativa Valor Economizado médio/mensal ano 1

SFCR Sistema Fotovoltaico Conectados à Rede

ANEEL Agencia Nacional de Energia Elétrica

HSP Horas de Sol Pleno

CC Corrente Contínua

CA Corrente Alternada

9. Planejamento, Projeto, Especificações e Dimensionamento de


Sistema fotovoltaicos (Sistemas de micro e Minigeração)

Ao projetar um sistema fotovoltaico, seja On-Grid (conectado à rede) ou Off-Grid (isolado), é


necessário considerar uma série de fatores que determinarão o desempenho geral do sistema.
Vejamos algumas recomendações que devem ser observadas em qualquer situação, que são
baseadas na experiência de Designers e Instaladores.

9.1. Simplicidade

Quanto mais complexo for o projeto, menor a rentabilidade e mais caro é a implantação, assim
como sua manutenção. Sistemas fotovoltaicos Autônomos (com bancos de baterias) e
conectados à rede ao mesmo tempo, são mais difíceis de se fazer que os sistemas
fotovoltaicos de Entrega Direta da energia gerada. A manutenção deve ser mais frequente,
devido ao mix de equipamentos. As baterias devem ser trocadas frequentemente; fazendo
com que o sistema seja menos rentável.

9.2. Relação Custo/Benefício

Gerar 100% da energia elétrica consumida para compensação, ou fornecer uma longa
autonomia para um sistema autônomo tem um alto custo.

Não adianta gerar toda a energia consumida (em um SFCR), pois SEMPRE deverá ser pago
o valor do custo de disponibilidade (ou demanda contratada) à concessionária de
energia. Um banco de baterias (em um SFA) com autonomia de 7 dias pode falhar, em uma
localidade que venha a ficar quase um mês com tempo ruim. O importante é fornecer uma
boa relação custo/benefício ao proprietário do sistema fotovoltaico, ou uma mínima
segurança. Analise, com muito cuidado, quais as reais necessidades e expectativas do cliente,
mas oriente-o de maneira inteligente.

9.3. Análise Cuidadosa Das Necessidades Energéticas

Seja prudente ao analisar as necessidades energéticas do cliente. Um fator de


segurança de 25% significa um considerável aumento na quantidade de módulos
fotovoltaicos e demais componentes dos sistemas (principalmente em sistemas fotovoltaicos
autônomos - SFA - com as baterias).

“O seu futuro começa aqui!!”

25
Projetar um sistema com custo muito acima das possibilidades de investimento do cliente
significa trabalho perdido.

9.4. Avalie Corretamente o Recurso Solar

É muito comum encontrar sistemas fotovoltaicos (principalmente os conectados à rede)


gerando muito abaixo do esperado, devido à erros grosseiros na avaliação do recurso solar,
tanto da Radiação Solar, quanto nas Médias de Temperatura Máxima.

Erros na avaliação das características de temperatura dos módulos também contam, mas é o
uso de informações desencontradas, largamente disponíveis na internet, que causa a
aparente baixa performance dos sistemas fotovoltaicos.

9.5. Conheça os Componentes

Quanto mais conhecimento sobre os equipamentos utilizados, mais fácil tomar decisões sobre
os projetos. Além disso, sempre que surgirem necessidades de substituição de equipamentos,
tanto na fase de projeto, quanto em manutenções corretivas, é muito vantajoso conhecer as
alternativas.

9.6. Disponibilidade de Equipamentos

Não adianta projetar um sistema fotovoltaico que utiliza o melhor inversor, ou o mais eficiente
módulo fotovoltaico de determinado fabricante, se o seu fornecedor não os tiver em estoque.
Ou pior, se nem mesmo trabalha com o fabricante ou modelo.

Consulte o seu fornecedor durante as primeiras etapas da análise do cliente, e projete o


sistema de acordo com o que puder dispor.

9.7. Conheça o Local de Instalação

Dificilmente um sistema fotovoltaico será bem concebido sem conhecer o local de instalação.
Sem uma Inspeção Técnica inicial, a possibilidade de erros de instalação primários é muito
grande. A disponibilidade do Recurso Solar depende muito do local de instalação.
A análise de sombreamentos é muito importante. Sem considerar a perda de Radiação
Solar por conta de um sombreamento não visto, a performance geral do sistema será
comprometida.

9.8. Cuidados na Instalação

A instalação de um sistema fotovoltaico deve ser feita como se o sistema fosse durar 30 anos,
afinal, ele DEVE durar 30 anos. A escolha errada dos componentes para instalação (fixações,
conexões, cabeamento, etc.) significa redução na vida útil do sistema.

9.9. Segurança

Em primeiro lugar, a segurança; em último lugar, segurança. Desde a inspeção técnica


até a os materiais utilizados para a Integração do Sistema, tudo deve ser pensado na
segurança, tanto das vidas, quanto patrimonial. Evite projetos em que se deixa a segurança
em segundo plano.

9.10. Manutenção Periódica


“O seu futuro começa aqui!!”

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Faça planos de manutenção à médio/longo prazo, e adicione os custos na proposta de projeto.
Um sistema que não recebe manutenção está abandonado, o que significa perda de
performance. A averiguação periódica dos componentes de um sistema fotovoltaico é o que
fará com que este gere energia por até 30 anos.

10. Análise Preliminar do Projeto


Analisaremos agora o sistema ideal para gerar o potencial energético adequado ao cliente.
Cada tipo de projeto tem particularidades que devem ser observadas antes de se iniciar o
dimensionamento do sistema.

Em primeiro lugar, deverão ser observadas as características da rede de distribuição local,


pois isso determina as características do inversor interativo que será utilizado no sistema
fotovoltaico.

10.1. Características da Rede Local

No que diz respeitos às redes de distribuição doméstica no Brasil, o único valor padrão é a
frequência, que é de 60 Hertz. Em algumas localidades com eletrificação mais antiga, como
acontece na Região Sudeste do Brasil, a distribuição secundária (em baixa tensão) para os
clientes residenciais e comerciais de pequeno porte, pode ser feita de três formas:

1 - Sistemas monofásicos 127V (uma fase e o neutro) com tensão de 127 Volts;

2 - Sistemas bifásicos 220V, com tensão fases de 220 volts, onde é comum a divisão das
cargas entre as fases e a residência possui tomadas em 127 volts e tomadas com tensão de
220 volts, geralmente utilizadas para equipamentos de maior potência, como os chuveiros
elétricos.

3 - Sistemas trifásico 220V, com tensão entre fases de 220 volts e as mesmas características
citadas acima.

Outras localidades, com sistema de eletrificação mais recente, a distribuição secundária (em
baixa tensão) é feita da seguinte forma:

1 - Sistema Monofásico 220V: uma fase com tensão de 220 volts entre fase e neutro. Não
há o popular 110 volts nas tomadas.

2 - Sistema bifásico 220V: com duas fases (com tensão de 220 volts entre fase e o neutro)
no padrão de entrada, e as cargas divididas entre essas fases e o neutro. Há apenas a tensão
de 220 volts nas tomadas.

3 - Sistema Trifásico 380V: três fases (com tensão entre fase e neutro de 220 volts) no
padrão de entrada da edificação com tensão entre fases de 380 volts. Haverá, portanto, a
possibilidade de duas tensões: 220 volts e 380 volts. Em sistemas residenciais não é comum
o uso da tensão de 380 volts, mas sim a divisão das cargas entre as três fases combinadas
ao Neutro.

11.Instalação elétrica
11.1. Avaliação da instalação elétrica preexistente e seus componentes

“O seu futuro começa aqui!!”

27
Devem ser verificados os componentes da instalação elétrica preexistente e sua conexão com
a rede.
Nesta etapa, são tarefas importantes:

• Localizar o medidor de energia elétrica,


• Localizar o quadro de distribuição geral e quadros de distribuição secundários,
• Verificar o sistema de aterramento e o sistema de proteção contra descargas
atmosféricas.

Caso qualquer aspecto da instalação elétrica da edificação não esteja em conformidade com
as normas técnicas vigentes (em especial a NBR 5410), deverão ser providenciadas a sua
reforma e adequação. Se o Designer tiver dúvidas sobre os elementos da instalação elétrica,
um técnico em eletrotécnica deve ser consultado para verificar a instalação elétrica.

Lembre-se que a maioria dos inversores (mesmo os modelos monofásicos) trabalham


com tensões entre 180 V e 260 V; será mais difícil encontrar modelos que podem injetar
energia à rede cuja tensão seja de 127V. Por isso, nas unidades consumidoras que
recebam o fornecimento de energia elétrica através de uma ligação monofásica
(geralmente residências) pode ser necessário fazer o pedido à concessionária de
mudança para uma ligação bifásica (antes de o inversor poder ser ligado à rede).

11.2. Espaço adequado para o inversor

Os inversores possuem especificações sobre os requisitos das condições climáticas de onde


este equipamento será instalado.

Existem inversores para uso externo, com maior grau de Proteção IP para o uso doméstico
(Pequenas potências), porém a maioria desses equipamentos é para uso interno.
Sempre verifique as condições de instalação no manual inversor (que pode ser conseguido
no site do fabricante).

O inversor deve ser montado em uma parede estável, de preferência feita de um material
resistente ao fogo (o mesmo vale para a tinta utilizada na parede). Os modelos mais comuns
exigem um lugar seco, onde a temperatura não ultrapasse os 40° C, e onde haja circulação
de ar. Recomenda-se, ainda, um lugar onde inversor não fique exposto à radiação solar direta.

Na inspeção técnica o Designer já deve procurar um lugar em conformidade com estas


condições e que fique o mais próximo possível ao local onde os módulos serão instados.
Recomenda-se, também, que o inversor fique próximo ao medidor de energia. Estas duas
recomendações são para que se evitem as perdas de energia por conta do comprimento dos
cabos de conexão.

12. Níveis de tensão considerados para conexão de micro e


minicentrais geradoras

Potência Instalada Nível de Tensão da Conexão


Até 15 kW Baixa Tensão (monofásico, bifásico ou trifásico)
Acima de 15 kW até 25 kW Baixa Tensão (bifásico ou trifásico)
Acima de 25 kW até 75 kW Baixa Tensão (trifásico)
Acima de 75 kW até 5.000 kW Média Tensão (trifásico)

12.1. Dimensionamento do Microgerador

“O seu futuro começa aqui!!”

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O Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica (SFCR), possuiu vantagem de não
necessitar acumuladores de energia, o que diminuiu drasticamente o seu valor e também
apresenta baixo custo de manutenção.

No diagrama mostrado na figura 1, é apresentado a sequência de etapas organizados na


estrutura de um fluxograma, proposta neste curso para dimensionar um Microgerador Solar
Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica. São quatro etapas: prospecção, dimensionamento,
instalação e comissionamento.

Fluxograma do dimensionamento de um SFCR

12.2. Prospecção

Nesta primeira etapa deverá ser levantada as principais informações relacionadas ao


Consumo Diário de Energia, Características Construtivas do Imóvel e Localização, conforme
previsto na etapa inicial do fluxograma. Essas informações servirão de base para o cálculo do
dimensionamento do microgerador. Um erro ou a falta de algum dado pode comprometer a
confiabilidade dos resultados. As principais informações necessárias serão discutidas a
seguir, com o objetivo de aprimorar a compreensão.

“O seu futuro começa aqui!!”

29
12.3. Consumo Diário de Energia

A estimativa da quantidade de energia que deverá ser produzida pelo microgerador em uma
unidade para compensação de energia é a primeira informação básica a se determinar. Para
tal é averiguado o consumo de eletricidade na fatura de energia do local a ser instalado, em
um período superior ou igual a 12 meses. De posse destes valores, é possível analisar a
variação do consumo, de acordo com cada época do ano.

É importante recordar que qualquer concessionária distribuidora de energia exige o


pagamento do custo de disponibilidade da rede elétrica. O consumo mínimo de energia varia
de acordo com tipo de ligação, a saber: monofásica – 30 kWh, bifásica – 50 kWh e trifásica
– 100 kWh. Isso significa dizer que em nenhuma hipótese o consumidor deixará de pagar
integralmente o valor do consumo mínimo da fatura de energia.

12.4. Características Construtivas do Imóvel

A área disponível para instalação do arranjo de painéis solares fotovoltaicos é uma informação
essencial, pois pode comprometer a quantidade de painéis a serem instalados no local.
Também devem ser previstos possível espaçamento entre os painéis, estruturas para fixação
dos painéis, passagem de cabeamento, abrigo dos conversores estáticos de potência
(inversores de frequência), dispositivos de proteção e de medição.

Um aspecto interessante pode ser o aproveitamento dos painéis como um elemento


construtivo da edificação, sendo incorporados de diversas formas: sobre telhados e coberturas
ou em fachadas verticais. É possível também utilizá-los como elementos sombreados de
janelas, de corredores e cobertura de estacionamento. Há diversas formas de integração
arquitetônica dos painéis fotovoltaicos, ficando à escolha do interessado.

Um aspecto importante responsável pela redução da produção do microgerador é o


sombreamento dos painéis. Pode haver uma redução anual de 5% a 10% de produção de
energia. O sombreamento é usualmente classificado como temporário, por consequências da
localização e pela própria edificação.

O sombreamento temporário é resultado da presença de folhas, dejetos de animais, dentre


outros tipos de sujeiras. Depósitos de fuligem e folhas sobre os painéis podem gerar sombras
de maior permanência. A permanência destas será menor quanto melhor for a limpeza do
gerador, que pode ocorrer pela lavagem pela água da chuva ou limpeza periódica dos painéis.
Uma inclinação mínima de 12° possibilita uma limpeza adequada pela chuva e quanto maior
a inclinação, maior a velocidade de escorrimento da água aumenta e mais eficiente esse
processo de limpeza. Em caso de grande acúmulo de sujeiras ou em períodos prolongados
de estiagem, é indicado a utilização de água corrente e um produto suave de limpeza sobre a
superfície do painel.

O sombreamento em consequência da localização é resultado de elementos no entorno do


local da instalação. Prédios vizinhos, montanhas e árvores podem sombrear os painéis em
determinada época do dia ou do ano, gerando diminuição na energia produzida.

O sombreamento produzido pelo próprio edifício ou sombras constantes são resultados de


interferências da própria edificação como, por exemplo: chaminés, antenas, para-raios,
saliências do telhado e da fachada, etc. Alguns sombreamentos podem ser evitados,
deslocando o microgerador ou o objeto causador.

12.5. Localização

“O seu futuro começa aqui!!”

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A radiação solar é a energia proveniente do Sol. Ela será transformada em corrente elétrica
por intermédio dos painéis solares fotovoltaicos. O aproveitamento dessa radiação em
eletricidade varia ao longo do ano e de acordo com a localização geográfica, estação do ano,
inclinação dos painéis e outros fatores.

As informações de endereço, latitude e longitude do local onde será instalado o microgerador


devem ser conhecidas, para identificar a radiação do local. De maneira simples, o aplicativo
computacional “Google Maps” possibilita coletar esses dados.

A orientação dos painéis leva em consideração a orientação horizontal, ou seja, se estão


voltados ao norte, sul, leste ou oeste. No Brasil, assim como em todos os locais situados ao
sul do Equador, os geradores solares fotovoltaicos devem ser orientados ao norte, para
maximizar a energia coletada ao longo do ano.

A inclinação dos painéis está relacionada com o ângulo em relação à horizontal e geralmente
pode ser considerada ótima quando possuir valor próximo ao da latitude local. O cálculo da
inclinação pode ser realizado através de uma formula matemática e da radiação por meio do
“Atlas Brasileiro de Energia Solar”, que informa a radiação em todo Brasil.

O CRESESB (Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito), fornece os
valores de inclinação e a radiação do local, disponível em http://www.cresesb.cepel.br

13. Dimensionamento
13.1. HSP – Horas de Sol Pleno

As Horas de Sol Pleno (HSP) é definida como o intervalo de tempo, em horas, em que se
concentraria, ao longo do dia, uma hipotética irradiância solar constante de 1000 W/m2.

De acordo com o CRESESB, a taxa diária de insolação média anual para região de Juiz de
Fora é 4,33 kW/m2. Isso quer dizer que a quantidade de radiação solar recebida é equivalente
a um dia que tem 4,33 horas de incidência solar a 1000 W/m2 (máxima radiação solar) e o
resto do dia não é considerado para efeito de cálculo, ou simplesmente, 4,33 HSP.

13.2. Potência Mínima do Inversor

O conversor estático CC-CA de potência para aplicações solares fotovoltaicas,


comercialmente denominado de inversor solar, é um dispositivo eletrônico que condiciona a
eletricidade em corrente contínua dos painéis em corrente alternada na mesma frequência e
fase da rede elétrica. É importante verificar que o equipamento está certificado pelo
INMETRO. ABNT NBR 16149:2013 - estabelece as recomendações específicas para a
interface de conexão entre os sistemas fotovoltaicos e a rede de distribuição de energia
elétrica e estabelece seus requisitos. ABNT NBR 16150:2013 - especifica os procedimentos
de ensaio para verificar se os equipamentos utilizados na interface de conexão entre o sistema
fotovoltaico e a rede de distribuição de energia estão em conformidade com os requisitos da
ABNT NBR 16149. ABNT NBR IEC 62116:2012 fornece um procedimento de ensaio para
avaliar o desempenho das medidas de prevenção de ilhamento utilizadas em sistemas
fotovoltaicos conectados à rede elétrica (SFCR).

Para dimensionar o inversor, deve-se levar em consideração o consumo de energia diário


(Cdiário) local e a quantidade de Horas de Sol Pleno (HSP). Além disso, faz-se necessário
conhecer, ou estimar, a eficiência dos diversos componentes e perdas do sistema - painéis,

“O seu futuro começa aqui!!”

31
inversores, cabos, sombreamentos. Neste estudo, será estipulada uma eficiência global de
85%.
A potência mínima do inversor, que também pode ser considerada a potência mínima do
microgerador, é definida por:
Cdiário
Pinversor ˃
HSP X Ƞsombreamento X Ƞpainel X Ƞinversor X Ƞcabos

13.3. Quantidade de Painéis

A quantidade de painéis utilizados (Npaineis) varia em função da potência de cada painel


(Ppainel). Em virtude do custo unitário e da área utilizada, é recomendável a utilização de painéis
comerciais de maior potência. Atualmente, no mercado nacional está disponível para venda
em comércio eletrônico modelos com potência de 360 Wp. Desta maneira, a quantidade de
painéis pode ser calculada por:

Pinversor
Npainéis =
Ppainel

13.4. Tolerância de Potência do Painel Fotovoltaico

Esta é a variação entre a potência indicada na folha técnica e, a energia real gerada. Por
exemplo, um painel solar fotovoltaico de 330W com uma tolerância de + 5/ - 5% poderá
produzir qualquer coisa de 313,5W até 346,5W.

Esteja ciente deste número, uma vez que ele irá afetar diretamente a quantidade de
energia que você vai gerar.

Alguns fabricantes de painel fotovoltaico (placa fotovoltaica) possuem garantia de


“tolerância positiva”, isso significa que a produção de energia é garantida ser, pelo
menos, o que está especificado no painel solar. Por exemplo: um painel solar
fotovoltaico com potência especificada de 330W e uma tolerância de +5% irá produzir
um mínimo de 330W e uma máxima de 346,5W.

13.5. Arranjo dos painéis

Os painéis podem ser associados em série, formando fileiras ou strings. A tensão terminal
da fileira de painéis consiste na soma da tensão de cada painel. A tensão de circuito aberto
da fileira de painéis deve ser inferior à máxima tensão suportada pelo inversor. As fileiras de
painéis podem ser combinadas em paralelo, formando arranjos solares. Neste caso, a corrente
do arranjo corresponde à soma das correntes de cada fileira de painéis. A corrente de curto-
circuito do arranjo deve ser inferior à capacidade de máxima corrente do inversor. E ainda,
como uma fileira de painéis pode apresentar tensão diferente da outra por motivos construtivos
ou sombreamento, é necessário inserir um diodo de potência para evitar a circulação de
corrente reversa nos painéis.
A quantidade de painéis em série (Nsérie) deve ser correspondente ao menor valor inteiro da
relação entre a tensão máxima do inversor e a tensão total de circuito aberto (VOC_painel) dos
painéis conectados em série, conforme descrito na equação.

Vinv
Nsérie =
“O seu futuro começa aqui!!”

32
Voc_painel

Pode ser necessário reduzir a quantidade de painéis em série para formar arranjos
convenientes, ou seja, reduzir a quantidade de painéis nas fileiras para depois os conectar em
paralelo. No entanto, é importante garantir uma quantidade mínima de painéis conectados em
série alcançar a tensão mínima de rastreamento MPPT do inversor. A quantidade máxima de
fileiras de painéis em paralelo (Nparalelo) pode ser calculado pelo menor valor inteiro da relação
entre a capacidade de corrente do inversor (Iinv) e a corrente de curto-circuito (ISC_paineis) da
fileira de painéis.

Iinv
Nparalelo =
Isc_painéis

13.6. Critério Econômico

Depois dos cálculos da quantidade de painéis e da potência do inversor, é necessário avaliar


se realmente estes apresentam seus valores otimizados. Neste caso é construída uma tabela
com os valores de consumo e geração de energia, total compensado e valor pago mensal.
Este procedimento permite avaliar o custo e o retorno financeiro do investimento. Se
necessário, a potência do inversor e a quantidade de painéis devem ser ajustadas para tornar
o investimento mais atrativo economicamente.

13.7. Instalação Elétrica

O projeto da instalação elétrica para integrar o microgerador, nova ou reforma, deve ser
realizada por profissional capacitado e habilitado para atuar na área da eletricidade, ou seja,
deve haver um responsável técnico para emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) e solicitar a aprovação do projeto na concessionária de energia local. O processo de
dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção deve estar de acordo com a ABNT
NBR 5410:2004 - Instalações elétricas de baixa tensão. Existem bons livros que ensinam
a projetar instalações elétricas e, por esse motivo, não será discutido em detalhes neste curso.
É importante observar as legislações da concessionária local, código de obras do município e
as normas específicas para microgeração.

13.8. Condutores

O processo de dimensionamento dos condutores do circuito resulta na determinação da seção


padronizada (bitola) da fiação do circuito, de modo a garantir que a corrente calculada possa
passar pelos cabos por um tempo ilimitado, sem que ocorra superaquecimento.

É recomendável posicionar adequadamente os equipamentos do microgerador. Por exemplo,


diminuir a distância entre os painéis e o inversor, a fim de reduzir a o comprimento dos cabos
elétricos que transportam energia em corrente contínua. Da mesma maneira, também diminuir
a distância entre o inversor e Quadro de Distribuição de Energia. A redução do comprimento
resulta simultaneamente em menor custo de aquisição e redução perdas ôhmicas de energia
nos cabos.

13.9. Proteção

Os principais equipamentos necessários para a proteção do microgerador solar fotovoltaico


são:

• Disjuntor termomagnético: protege os equipamentos e condutores elétricos de


danos provocados por curtos-circuitos e sobrecargas elétricas;

“O seu futuro começa aqui!!”

33
• Dispositivo Proteção Contra Surto (DPS): destinados à proteção de instalações
elétricas contra efeitos diretos e indiretos de descargas atmosféricas. Deve ser
instalado um DPS CC antes do inversor e um DPS CA após o inversor.

• Dispositivo Seccionador Visível: Tem como função principal ser utilizado como
chave de manobra, para quando for necessário desconectar manualmente o
microgerador da rede elétrica.

Vimos, anteriormente, como obter os dados aproximados sobre a disponibilidade do recurso


solar em um local de interesse. Veremos, agora, como obter informações de modo mais
preciso empregando as bases de dados disponíveis sobre a radiação solar no Brasil e no
mundo. Para saber qual é o recurso solar disponível na superfície faremos as correções
destes dados com as informações coletadas na visita ao local.

13.10. Dados da irradiação solar no local

Para a concepção do sistema fotovoltaico, seja um pequeno projeto residencial ou uma grande
usina, é necessário avaliar o potencial solar do local de instalação do sistema.
Um dos bancos de dados solarimétricos disponível no Brasil é o Sundata do Centro de
Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito – CRESESB. O Sundata
está disponível no site do CRESESB, através do endereço:

www.cresesb.cepel.br

Para a concepção de um sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR) utilizamos os


resultados da média anual da radiação solar.

Em sistemas fotovoltaicos isolados autônomos, deve ser garantida a geração do potencial


energético, mesmo em períodos de baixa insolação. Por esse motivo, o período crítico de
projeto é o mês de junho, no solstício de inverso, quando temos a menor Irradiância solar do
ano, devido à declinação solar.

Em um sistema fotovoltaico conectado à rede o foco é a geração de créditos energéticos, por


isso o período de referência para o projeto é a média anual. O SFCR deve estar posicionado
de maneira a nivelar a radiação solar ao longo do ano.

13.11. Inclinação

A elevação do sol varia entre as estações do ano. Assim o ângulo de incidência dos raios
solares que chegam à superfície dos módulos FV é variável. O melhor aproveitamento do
recurso solar se dá quando a radiação solar incide ortogonalmente à superfície, ou seja,
quando o ângulo da incidência (ângulo entre os raios e normal da superfície) é zero.

Em sistemas afixados sobre um plano horizontal (cobertura ou chão), o modo energeticamente


mais rentável é a adoção da inclinação ideal para a localidade que pode ser calculada pela
seguinte fórmula:

β = 3,7 + 0,69 • φ

“O seu futuro começa aqui!!”

34
Onde:

β - é o ângulo da inclinação do painel em relação ao plano horizontal.


φ - é o ângulo da Latitude da localidade.
Muitas vezes o ângulo de inclinação é determinado pela inclinação presente no telhado ou por
outros fatores que estão relacionados à simplicidade e viabilidade do projeto. Nestes casos o
ângulo de inclinação dificilmente coincidirá com o valor ideal.

Os dados de irradiação solar no local, obtido no banco de dados do CRESESB devem ser
corrigido com os fatores de inclinação real. Uma estimativa da inclinação ideal é:
β = 3,7 + 0,69 • φ; (φ = LAT).

No arquivo “Fatores de Correção para Superfícies Inclinadas” encontram-se tabelas com os


fatores de correção da radiação solar para superfícies inclinadas. Estes fatores dependem da
latitude (LAT) do local, do ângulo de inclinação da superfície e do mês do ano. Para cada
latitude há uma tabela. Na figura que segue há um exemplo de uso dessas tabelas:

Para fazer a correção da inclinação deve-se multiplicar as horas de sol pico (HSP) pelo fator
de inclinação (k) que é escolhido na tabela de acordo com a latitude a inclinação da superfície.
Esta equação deve ser calculada para todos os meses do ano:

HSPmês_cor = HSPmês • kmês

Sendo assim, calcula-se:

HSPjaneiro_cor = HSPjaneiro • kjaneiro

HSPdezembro_cor = HSPdezembro • kdezembro

Para saber da média anual é necessário calcular a média aritmética sobre todos os meses:

HSPjaneiro_cor + HSPfevereiro_cor + ... + HSPnovembro_cor + HSPdezembro_cor


HSPmédio_cor =
12

13.12. Orientação geográfica

Quando um painel fotovoltaico é instalado no hemisfério sul a orientação geográfica ideal se


dá quando a superfície dos módulos está voltada para o norte verdadeiro.

Considera-se que influência da orientação geográfica de um arranjo fotovoltaico sobre o seu


rendimento solar não é muito relevante quando há um desvio azimutal menor do que 30° em

“O seu futuro começa aqui!!”

35
relação ao norte geográfico (a oeste ou a leste), ou quando a inclinação é igual ou menor a
20°.

Para o caso de projetos nos quais as restrições do local exijam a instalação com desvios
maiores deve-se considerar a possibilidade de perdas. Quando o desvio azimutal está entre
30° e 70° pode-se utilizar a equação mostrada abaixo para considerar as perdas.

13.13. Cálculo do Fator de correção de desvio azimutal:

Este fator pode ser estimado através da seguinte fórmula:

K0 = 1,14 – 0,0085 • y

Onde:
y É o ângulo do desvio azimutal para leste ou oeste, à partir do norte geográfico.

13.14. Cálculo das Horas Sol Pico corrigidas quanto ao desvio azimutal:

Uma vez calculado o fator de correção (ko), deve-se então calcular as Horas Sol Pico
corrigidas para um sistema instalado com desvio azimutal:

HSPcor = HSP • k0
Onde:

k0 É o fator de correção para desvio azimutal.


HSP É o valor das Horas Sol Pico para o plano horizontal sem desvio azimutal.
HSPcor É o valor das Horas Sol Pico corrigido para considerar o desvio azimutal.

Lembre-se que o ko só é válido para desvios maiores que 30° e ≤ 70°.

13.15. Análise de Sombreamento

O sombreamento parcial de um painel fotovoltaico é um grande problema que resulta numa


drástica redução da potência gerada, podendo provocar o surgimento de pontos quentes (hot
spots) na célula sombreada. Isto ocorre devido ao aumento da resistência interna das células
sombreadas, aumentando-se então o calor gerado por Efeito Joule nesses pontos.

14. Dimensionamento dos Componentes do Sistema Fotovoltaico


Conectado à Rede
Neste tópico será visto como fazer o dimensionamento dos módulos, do inversor interativo e
dos cabos condutores para o sistema fotovoltaico. Deve-se determinar tanto a quantidade
de inversores, quanto a quantidade de módulos fotovoltaicos necessários ao projeto e define-
se de que forma os módulos podem ser associados para a sua conexão na entrada do
“O seu futuro começa aqui!!”

36
inversor.
Pode acontecer de que os módulos escolhidos não sejam compatíveis com inversor escolhido.
Neste caso deve-se escolher um outro inversor ou combinar diversos inversores de uma
forma diferentes (2 inversores menores podem substituir um inversor maior, por exemplo). É
possível, ainda, usar outra quantidade de módulos ou, finalmente, empregar módulos com
outras especificações (potência, tensão ou corrente diferente).

14.1. Cálculo da potência do sistema

14.1.1. Potência de saída do inversor

Para fazer o dimensionamento o ponto inicial é a potência de saída do inversor ou do


conjunto de inversores (para uma instalação maior poderá ser necessário usar mais de um
de inversor).

ECD
PAC =
HSP
Onde:

PAC É a potência de saída do Inversor [W].


ECD É a quantidade de energia elétrica a ser compensada por dia [Wh/dia].
HSP É a média anual de horas sol pico diárias do recurso.

Este valor já deve estar ajustado para considerar as influencias da inclinação, a poluição e
da orientação do local da superfície.

14.1.2. Potência de entrada no inversor ou potência do arranjo FV

Para o arranjo fotovoltaico ser capaz de fornecer a quantidade de energia elétrica


esperada precisará desenvolver uma potência adequada a este valor. Esta potência é
determinada a partir do valor da potência elétrica disponibilizada na saída do inversor e
da sua eficiência, conforme mostra a seguinte equação:

PAC
PPV =
ȠEURO
Onde:

PPV É a potência elétrica gerada pelo arranjo fotovoltaico necessário [Wp].


PAC É a potência elétrica disponível na saída do inversor [W].
ȠEURO É o valor da eficiência do inversor segundo a norma europeia, encontra-se no
datasheet.

“O seu futuro começa aqui!!”

37
14.1.3. Número total de módulos no arranjo FV

Com a potência do arranjo fotovoltaico total podemos calcular o número dos módulos mais
precisamente. A potência pico do módulo, medida nas condições padrão de teste onde a
temperatura é 25°C, encontra--‐se no datasheet. Para determinar a quantidade dos
módulos devemos usar a potência pico PPEAK que foi corrigida para a temperatura média
de operação.
PPV
MTOTAL =
PPEAK
Onde:

MTOTAL É o número total de módulos fotovoltaicos necessários.


PPEAK É o valor da potência pico do tipo de módulo escolhido [Wp].

14.1.4. Cálculo da distribuição dos módulos em série e em paralelo

14.1.4.1. Número máximo de módulos permitido no arranjo FV

Para determinar o número máximo de módulos associados em série é importante


observar os valores especificados para as tensões dos módulos. Já se sabe que a tensão
máxima de entrada do inversor é indicada por UCC,INV. Mesmo na condição de operação
mais extrema esta tensão não deve ser ultrapassada. Por isso devemos considerar a
tensão máxima do módulo que é a VOC com a temperatura mínima de operação. No Brasil
consideramos como Temperatura ambiente mínima 0 °C que corresponde com uma
temperatura de operação de 25 °C que é igual do STC (condições padrão de teste). Uma
correção do VOC por isso não será necessário. Lembrando que para cumprir a pior
hipótese este o valor deve ser arredondado sempre para o número abaixo:
UCC,INV
Nmax =
VOC
Onde:

NMAX É o número máximo de módulos associados em série de modo a não


ultrapassar a tensão máxima.
UCC,INV É a tensão máxima de entrada do inversor [V]. Nunca deve ser ultrapassada.
VOC É a tensão de circuito aberto do módulo [V]. Para temperatura ambiente de 0°C
não é necessário fazer correção.

14.1.4.2. Número máximo de módulos no arranjo FV para operação


no MPPT

Para verificar se o inversor está trabalhando sempre no ponto de máxima potência poderá
ser realizado o mesmo cálculo, utilizando o valor da faixa de MPPT máxima do inversor
Umax MPP,INV e a tensão no ponto de máxima potência VMPP do módulo na pior hipótese de
operação. Considerando uma temperatura de 0° C, o valor de STC do datasheet também
não precisará ser corrigido. Lembrando que para a pior hipótese ser estabelecida este o
valor deve ser arredondado sempre para baixo.

UmaxMPP,INV
Nmax,MPP =
VMPP
“O seu futuro começa aqui!!”

38
Onde:
NmaxMPP,INV É o número máximo de módulos associados em série para que o inversor
sempre trabalhe no MPP, otimizando-se o desempenho do sistema.
UmaxMPP,INV É a tensão máxima que o inversor admite para operar o MPPT [V].
VMPP É a tensão no ponto de máxima potência do módulo [V]. Para temperatura
ambiente de 0°C não é necessário fazer correção.

O caso onde o número dos módulos N seja maior que o determinado pela tensão máxima
do MPPT e seja menor que o número máximo de módulos permitidos, isto é, se Nmax, MPP
<N< Nmax o inversor deverá operar mas a tensão do arranjo fotovoltaico estará limitada à
tensão máxima do MPPT. Com isso o sistema não trabalha na potência máxima e não
haverá um desempenho ótimo.

Cabe ressaltar, no entanto, que estes casos só ocorrem com temperaturas ambientes
muito baixos e por isso é improvável de ocorrer no Brasil. É por isso que só será calculado
o número mínimo de módulos em série.

14.1.4.3. Número mínimo de módulos no arranjo FV para operação


do Inversor

O número mínimo de módulos é imprescindível de se determinar. Se a tensão do arranjo


fotovoltaico cair abaixo da tensão mínima UminMPP,INV onde o inversor funciona, o inversor
se desliga e para imediatamente de injetar energia na rede. N
A pior hipótese ocorre quando a tensão dos módulos é muito baixa devido a altas
temperaturas ambientes. Por isso deve ser usado o valor VMPP adaptado às temperaturas
máximas de operação. Lembrando que para cumprir a pior hipótese este o valor deve ser
arredondado sempre para cima.
UminMPPT,INV
Nmin,MPPT =
VMPP

Onde:
Nmin,MPPT Número mínimo de módulos fotovoltaicos associados em série para que o
inversor opere no modo MPPT.
UminMPPT,INV É a tensão mínima com a qual o inversor é capaz de operar em MPPT [V].
Vmpp É a tensão produzida pelo módulo no ponto de máxima potência [V]. O valor
referenciado no datasheet precisa ser adaptado as temperaturas máximas
de operação.

14.1.4.4. Máximo de fileiras (Strings) em paralelo

Sabe-se que as fileiras podem ser ligadas paralelo. Neste caso há um aumento na corrente
elétrica gerada pelo arranjo fotovoltaico. Para não ultrapassar a corrente máxima de entrada
do inversor, deve-se determinar o número de strings em paralelo.
Para isso se deve utilizar o parâmetro da corrente no ponto de operação IMPP. Como a
Irradiância raramente é superior aos 1000 W/m² previstos nas condições padrão de teste,
o cálculo será feito com o valor de ISC (que sempre fica 5 a 10% acima do IMPP, de forma
a adicionar uma margem de segurança para o cálculo).

“O seu futuro começa aqui!!”

39
A correção de temperatura não é necessária neste caso porque o fator de temperatura
para a corrente é desprezível. Para prever a pior hipótese este o valor deve ser
arredondado para baixo.

Imax,INV
Nstrings =
ISC,string
Onde:

Nstrings É o número máximo de fileiras que podem ser associadas em paralelo.


Imax,INV É a corrente máxima de entrada CC do inversor [A].
ISC, string É a corrente de curto circuito de uma fileira [A]. É sempre igual à corrente
circuito de um módulo (ISC), que encontra-se especificada no datasheet.

14.1.4.5. Verificação e Redefinição dos Componentes

A escolha da composição dos módulos deve ser feita de acordo com os números de
módulos mínimos, máximos e também de fileiras permitido pelo inversor. Dependendo da
quantidade de fileiras em paralelo o número dos módulos MTOTAL nem sempre poderá ser
distribuído igualmente entre as fileiras. Suponha, por exemplo, que para fornecer a
energia necessária o número dos módulos MTOTAL é igual 21.
Os cálculos permitem duas fileiras (Nstrings = 2), no mínimo oito (Nmin = 8) módulos e no
máximo quatorze (Nmax = 14) módulos que podem ser ligados ao inversor.
Neste caso é preciso tomar a decisão se o número dos módulos deve ser aumentado ou
diminuído o número MTOTAL de módulos para obter um número par de módulos os quais
serão ligados em duas fileiras associadas em paralelo, cada uma com 10 ou 11 módulos
em série.
Uma outra forma é alterar o equipamento escolhido no início. Se um módulo com uma
potência maior é escolhido, precisa--‐se menos módulos em total. No exemplo acima é
possível que o número dos módulos necessários MTOTAL pode ser um número par. Lembrando
que os cálculos devem ser refeitos com equipamento alterado valores.
Tanto quanto o tipo e a marca dos módulos pode ser alterado também o inversor. Por
exemplo existem inversores com a mesma potência nominal PN,AC,INV , mas um permite
na entrada uma corrente menor (menos fileiras em paralelo) e uma tensão maior (mais
módulos na fileira) enquanto o outro permite uma tensão menor e possibilita uma corrente
superior. Os cálculos sempre devem ser refeitos quando os componentes foram
alterados.
Durante o dimensionamento pode ser necessário realizar diversas vezes os cálculos
descritos neste tópico nas diversas tentativas de se encontrar módulos fotovoltaicos que
se adequam às especificações do inversor escolhido para gerar a quantidade de energia
elétrica necessária para aquele cliente.

“O seu futuro começa aqui!!”

40
14.2. Estudo de Caso de um Condomínio localizado na cidade do Rio de
Janeiro

Um condomínio está localizado no Rio de Janeiro (LAT 22,9 LONG 43,17), onde há um
alto índice de poluição. Considere que o cliente tem sua unidade consumidora em ligação
é trifásica, com tensão de fase igual a 127 V, tensão de linha igual a 220 V e que o
consumo de energia elétrica nas áreas comuns do condomínio (iluminação externa e de
corredores, salão de festa, portaria, etc.) é de 18470 kWh anuais.
Suponha na estrutura de cobertura não há objetos de sombreamento presentes, mas só se
permite uma instalação desviada de 45° em relação ao Norte geográfico (desvio para leste ou
para oeste geográfico). Sabe-se que na parte de tarde sempre chove bastante.
Neste contexto, dimensione um SFCR que seja capaz de compensar a quantidade de
energia elétrica correspondente às áreas comuns deste condomínio.

14.2.1. Cálculos: Potencial de Compensação e Recurso Solar

Sabe-se que o condomínio tem um consumo anual de 18470kWh. O consumo médio


mensal, então será:

FMM = 18470 ÷ 12 = 1539,17 kWh/mês


Como se trata de uma ligação trifásica, o valor da franquia (isto é, o consumo mínimo
mensal que não pode ser compensado) é determinado pela empresa distribuidora de
energia elétrica e vale:
kWh
Fmin = 100
mês

Segue-se, então, calculando a energia elétrica que pode ser compensada por mês:

kWh
EC = 1539,17 – 100 = 1439,17
mês

De onde verifica-se que a energia elétrica a ser compensada por dia é:

1439,17 kWh
ECD = = 48
30 dia

Para avaliar o recurso solar disponível deve--‐se buscar agora os dados da irradiação solar
para Rio de Janeiro com uma Latitude LAT=22,9 e uma Longitude LONG=43,17 na base de
dados do CRESEB. Neste caso para o Bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, obtém-se:

Como o telhado é plano e permite adotar um sistema de suporte para o plano horizontal,
podemos escolher a inclinação ideal que é determinada com a seguinte fórmula:
“O seu futuro começa aqui!!”

41
𝛽 = 3,7 + 0,69 ∙ 𝛷
𝛽 = 3,7 + 0,69 ∙ 22,9 = 19,5

Onde:
𝛽 É a inclinação ideal para o painel fotovoltaico, dada em graus [°].
𝛷 É o valor da latitude do local de instalação, dado em graus [°].

Seguem os fatores de inclinação para uma superfície inclinado de 20° na Latitude 23°:

Como os valores de Irradiância e os fatores de correção temos os horas de sol pico HSP
na média com 4,83 kWh/m² dia.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Out Set Nov Dez média
5.86 5.67 5.22 4.06 3.83 3.22 3.78 4.06 4.22 4.86 5.28 5.61 4.64
0.95 0.99 1.06 1.13 1.18 1.18 1.15 1.11 1.05 0.99 0.95 0.93 1.06
5.57 5.61 5.53 4.59 4.52 3.80 4.35 4.51 4.43 4.81 5.02 5.22 4.83

Como a estrutura do edifício só permite uma instalação com um desvio do Norte geográfico
de 45°, deve--‐se fazer a correção da orientação:
k0 = 1,14 – 0,0085 • y
k0 = 1,14 – 0,0085 • 45 = 0,758

Onde:
k0 É o fator de correção pela orientação em relação ao Norte Geográfico.
y É o ângulo de desvio do painel em relação ao Norte Geográfico [°].

Como o índice de poluição na cidade do Rio de Janeiro é considerado alto, deve--‐se


considerar também o fator de correção pelo poluição c:

𝑐 = 0,95
O valor anual médio de horas sol pico corrigido para o ângulo de inclinação escolhido
anteriormente é de HSP = 4,83 kWh/m²dia. Para corrigir este valor médio anual ajustado
de modo a incorporar a influência do desvio azimutal e da poluição:
HSP' = HSP • c •k0
kWh
HSP = 4,83 • 0,95 • 0,758 = 3,48
m²dia

Onde:
HSP É o número de Horas de Sol Pico, ajustado pela inclinação.
HSP' É o número de Horas de Sol Pico ajustado pela inclinação, poluição e
orientação.
c É o fator de correção devido à influência da poluição.
K0 É o fator de correção pela orientação em relação ao Norte Geográfico.

“O seu futuro começa aqui!!”

42
O valor no memorial de cálculo segue:
kWh
HSP = HSP' = 3,48
m²dia

14.2.2. Cálculos: Características dos componentes

A potência de saída do inversor será menor que potência disponível na entrada porque o
inversor opera com perdas. Assim, a potência AC é determinada pela energia que deve
ser compensada ECD (#memorial) e a radiação solar HSP:

ECD 48
PAC = = = 13,79 kWp
HSP 3,48

Onde:
PAC É o valor da potência elétrica de saída do inversor [Wp]

Como não existe um inversor com exatamente este tamanho, deve-se escolher mais de um
inversor de modo que somando as suas potências individuais cumpra-se o requisito. Como
no Rio de Janeiro a tensão de fase é de 127 V e não existem inversores que operem em rede
monofásica nesta tensão, a conexão deve acontecer entre duas fases.

Para tanto é necessário um inversor monofásico com transformador que opere na tensão
de linha, isto é, em 220 V. O modelo SUNNY MINI CENTRAL 7000HV da SMA atende a
esses requisitos e possui potência de saída de 7kW. Portanto, para atender a potência
de projeto que é de aproximadamente 14 kW serão necessários colocar dois desses
inversores.
Para determinar a potência necessária para o arranjo fotovoltaico será preciso considerar
a eficiência do inversor. Para o modelo da SMA segue a eficiência europeia:

ȠEURO = 95,5

Onde:
ȠEURO É o valor da eficiência do Inversor segundo a norma Europeia. Encontra-se
no datasheet.
Então, para fornecer a quantidade de energia calculada usando o modelo de inversor
escolhido, o arranjo fotovoltaico deve ter a seguinte potência:

PAC 13,79kWp
PPV = = = 14,44 kWp
ȠEURO 95,5%

Onde:
PPV É o valor da potência elétrica que deverá ser gerada pelo arranjo fotovoltaico
[Wp].
Agora é possível escolher os módulos. Neste caso pode-se iniciar esta etapa dividindo a
quantidade total de módulos que são necessários para acionar os dois inversores.

“O seu futuro começa aqui!!”

43
Suponha que a sua escolha recaia sobre módulos de 240 Wp do fabricante BYD. Uma vez
escolhido o módulo agora será necessário determinar os valores ajustados pela temperatura
de operação de cada módulo. As temperaturas mínimas e máximas na média anual
encontram- se na figura a seguir:

Temperatura ambiente mínima e máxima na média anual

Para a cidade de Rio de Janeiro são observados os seguintes valores na média anual
para as temperaturas ambiente máxima e mínima:

Tamb,max = 27 ••• 29°C ≅ 28°C


Tamb,min = 18 ••• 20°C ≅ 19°C
Onde:
Tamb,min É a temperatura ambiente média mínima anual [°].
Tamb,max É a temperatura ambiente media máxima anual [°].

Além das temperaturas de ambiente são necessários os coeficientes de correção da


temperatura para o módulo que estão na tabela a seguir:

Coeficientes de temperatura para módulos da BYD

A correção da potência máxima gerada por módulo será feita com a temperatura máxima
porque esta condição ocorre quando o módulo opera. Segue o cálculo de correção:

“O seu futuro começa aqui!!”

44
Onde:

Assim segue a potência máxima no memorial de cálculo:

Pmpp = 208,4W
A partir do dado da tensão de circuito aberto do módulo (V OC) se determina a tensão
máxima que surge durante a operação do arranjo fotovoltaico. A tensão depende da
temperatura e fica máxima com temperaturas baixas. Considerando como pior hipótese
a temperatura ambiente mínima Tamb=0°C.

Onde:

Como o cálculo mostra que não há diferença da tensão de circuito aberto para temperatura
ambiente de 0°C, pode-se anotar no memorial de cálculo o valor que encontra--‐
se no datasheet:

VOC = 37,54V
A partir da especificação de tensão no ponto de máxima potência dos módulos (VMPP) será
determinada a tensão mínima que o arranjo fotovoltaico fornece durante a operação. A tensão
depende da temperatura e fica menor com temperaturas mais altas. Considera-se então a
pior hipótese e calculando-se com a temperatura ambiente média máxima anual Tamb,max,
que é no Rio de Janeiro é igual a 28°C.

“O seu futuro começa aqui!!”

45
Onde:

Anota-se no memorial de cálculo então:

VMPP = 26,74V
A influência da temperatura sobre a corrente de curto-circuito é desprezível. Por isso não é
necessário fazer uma correção. A corrente máxima do gerador será a corrente curto circuito
ISC. No memorial de cálculo anota--‐se o valor do datasheet:

ISC = 8,9A
Como a corrente do módulo é igual da corrente da fileira (ou String) pode-se anotar no
memorial de cálculo o seguinte:

ISC,string = ISC = 8,9A


Tendo o dado da potência máxima corrigido para a temperatura de operação PMPP (#memorial)
e a potência de entrada do inversor PPV em watt (valor em kW vezes 1000) determina-se a
quantidade total de módulos no arranjo fotovoltaico com a seguinte equação:

PPV 14440
MTOTAL = = = 69,3
Pmpp 208,4

PPV 14440
MTOTAL = = = 69
Pmpp 208,4

Ao lembrar que esses módulos serão divididos em dois inversores e considerando que
não há intensão de gerar mais energia que pode ser compensado na fatura de energia
elétrica, o resultado deve ser arredondado pra baixo.
Na tabela a seguir encontram se as características de entrada do inversor:

“O seu futuro começa aqui!!”

46
Características Inversor Sunny Mini Central 7000HV da SMA

A especificação da tensão máxima de entrada do inversor está descrita em inglês pelo


termo Maximum Input Voltage.

UDC,INV = 800V

Para prever que o inversor opere sob temperaturas altas e ainda assim permaneça
trabalhando no ponto de máxima de potência, precisa--‐se verificar a tensão mínima da faixa
de operação MPP (MPP Voltage Range). Esta é a faixa onde o inversor trabalha com sua
melhor eficiência de conversão.

Umin,MPP,INV = 335V

A corrente máxima de entrada encontra-se pela especificação Maximum Input Current e


será:

Imax,INV = 23 A.

Com todos estes valores será possível determinar a quantidade de módulos que podem
ser conectados na entrada de cada um dos inversores. Nesta etapa consideram-se
simultaneamente as características dos módulos e as características na entrada do
inversor.
O número máximo de módulos na entrada dos inversores (Nmax) deve ser dimensionado
de modo a não ultrapassar a tensão máxima de entrada, o que acontece na condição de
temperatura ambiente mínima e que já foi considerado no cálculo do valor de tensão de
circuito aberto VOC.

UDC,INV 800
Nmax = = = 21,31 ≅ 21
VOC 37,54

Lembrando que neste cálculo é preciso arredondar o resultado para baixo pois a tensão
de circuito aberto gerada por uma fileira de 22 módulos em série já ultrapassaria o valor
máximo de tensão permitido na entrada do inversor.
O número mínimo de módulos na entrada Mmin é calculado para que o inversor consiga
manter o arranjo fotovoltaico no ponto máximo de potência mesmo quando a tensão
estiver mais baixa e é determinado pela tensão no ponto de máxima potência V MPP dos
módulos.

“O seu futuro começa aqui!!”

47
Umin,MPP,INV 335
Nmin = = = 12,52 ≅ 13
VMPP 26,74

Para alcançar a tensão mínima na entrada é preciso arredondar para cima este resultado.
Para saber da quantidade das fileiras (strings) que podem ser ligado em paralelo,
devemos verificar a corrente máxima na entrada do inversor Imax,INV com a corrente dos
módulos que é igual a corrente da fileira ISC,string.

Imax,INV 23
Nstrings = = = 2,58 ≅ 2
ISC,string 8,9

Neste caso também se arredonda o resultado de Nstrings para baixo, uma vez que não se
pode ultrapassar a especificação de corrente máxima de entrada do inversor.
Agora a configuração na entrada de cada um dos dois inversores está determinada e torna-
se possível distribuir os módulos calculados por MTOTAL, em fileiras na entrada de cada
inversor. Lembre-se que as fileiras de módulos são associadas em paralelo e sempre devem
ter o mesmo número de módulos (para que as tensões geradas em cada uma das fileiras
sejam iguais). Percebe-se então que a distribuição de um número ímpar de 69 módulos para
dois inversores não é possível (só seria possível gerar fileiras iguais com um número par de
módulos). Por isso aumenta-se o número total de módulos para MTOTAL=70.
Assim será possível ligar no “inversor 1” duas fileiras em paralelo cada 18 módulos e no
“inversor 2” também duas fileiras em paralelo de cada 17 módulos. No total serão 36
módulos alimentando o “inversor 1” e 34 módulos alimentando o “inversor 2” formando
um total de 70.
Verifica-se que o número de módulos ligados nas entradas de ambos os inversores será
superior à quantidade mínima exigida Nmin = 13 e inferior à quantidade máxima Nmax = 21. Ao
mesmo tempo, associando-se duas fileiras em paralelo não será ultrapassado o número de
fileiras em paralelo Nstrings = 2.
O dimensionamento chegou então à configuração necessária para o sistema fotovoltaico:
um sistema formado por 70 módulos de 240 Wp do fabricante BYD e dois inversores do
SUNNY MINI CENTRAL 7000HV do fabricante SMA.
Como a orientação é dada pela estrutura de cobertura, torna-se necessário escolher se a
instalação dos módulos adotará um desvio em relação ao Norte geográfico orientado 45° para
leste ou 45° para oeste. Como se sabe, na parte de tarde (quando o sol está a oeste) sempre
ocorre chuva. Por isso, considera-se que neste período o sol está encoberto. Sendo assim, torna-
se mais interessante instalar o sistema desviado em 45° para leste, de modo a aproveitar
melhor o sol na parte de manhã e melhorar o rendimento global do sistema fotovoltaico.
Finalmente deve-se avaliar que a ligação elétrica do condomínio é trifásica (com tensão de fase
de 127 V e tensão entre fases de 220 V) e que os inversores escolhidos são monofásicos para
tensão de fase de 220 V. A ligação então deve ser feita entre duas fases. Deve-se tomar
o cuidado de conectar os dois inversores entre dois pares de fases diferentes (RS e ST, por
exemplo).

“O seu futuro começa aqui!!”

48
15.Memorial de Cálculo de SFCR para Compensação de Energia
Elétrica

A resolução normativa 482/2012 da ANEEL criou no ambiente regulatório brasileiro o


sistema de compensação de energia elétrica, instrumento que veio a permitir que
unidades consumidoras de todo o território nacional tenham também a possibilidade de
gerar eletricidade e exportá-la para a rede pública de energia elétrica.
Neste sistema há uma relação entre a energia que o consumidor importa da rede e aquela
que é gerada pelo mesmo. Como a quantidade de energia que o consumidor exporta para
a rede é utilizada para compensar a quantidade que foi importada, chama-se este
regime de compensação. Note que não há uma relação de venda de energia elétrica do
cliente para a empresa distribuidora, mas apenas uma compensação.
Neste tópico será apresentado um exemplo resolvido de dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos conectados à rede baseado em um estudo de caso. Pretende-se com isso
apresentar os cálculos realizados e as decisões de projeto tomadas passo a passo.
O registro dos cálculos e das decisões de projeto que conduzirão às especificações finais
do projeto é denominado memorial de cálculo.

15.1 Memorial de Cálculo para Dimensionamento de Sistema


Fotovoltaico Conectado à Rede – Compensação de Energia

Item Elemento Símbolo Valor Unidade


01 Consumo de Eletricidade em Média Mensal FMM kWh/mês
02 Custo de Disponibilidade (Mensal) Fmin kWh/mês
03 Energia de compensação Mensal = Fmm - Fmin EC kWh/mês
Potencial

Energia de Compensação Média Diária =


04 ECD kWh/dia
05 Radiação Solar diária em média anual HSP kWh/m².dia-
1

Potência de Saída do inversor =


06 PAC kW
07 Eficiência média do inversor (Rendimento europeu) ɳEURO %
Características dos

Potência de Entrada no Inversor =


08 PPV kWp
componentes

09 Potência Pico do módulo fotovoltaico (corrigida) Wp W


10 Tensão em circuito aberto do módulo fotovoltaico Voc V
(STC)
11 Tensão em máxima potência do módulo VMPP V
fotovoltaico (Corrigida)

“O seu futuro começa aqui!!”

49
12 Corrente de curto circuito do módulo fotovoltaico ISC A
(corrigida)

Quantidade módulos no painel =


Limites dos componentes 13 MTOTAL UN
14 Tensão máxima de entrada do inversor UDC,inv V
15 UminMPP,inv V
Tensão mínima de entrada do inversor
16 Corrente máxima de entrada do inversor Imax,inv A

Máximo de módulos em série no inversor =


17 Nmax UN

Mínimo de módulos em série no inversor =


18 Nmin UN

Máximo de fileiras (strings) em paralelo =


19 Nstrings UN

Este memorial de cálculos não contempla as correções de temperatura. Os valores das características
elétricas dos módulos fotovoltaicos deverão ser corrigidos antes de serem inseridos.

16.Rendimento Energético de um Sistema Fotovoltaico Conectado à


Rede
Já aprendemos a dimensionar um sistema fotovoltaico conectado à rede a fim de gerar a
energia necessária para compensar o consumo. Durante os cálculos, incluímos alguns fatores
de correção (inclinação, orientação, sujidade, temperatura, eficiência do inversor), de maneira
a dimensionar o gerador fotovoltaico para exceder as perdas de geração.
Agora faremos a Análise de Rendimento de um sistema fotovoltaico, confrontando o
Rendimento Ideal (de 100%) com o Rendimento Real Estimado; para o qual incluímos
outros possíveis fatores que influencia na Performance do sistema.

16.1. Perdas do Recurso solar e do Sistema

Um gerador elétrico converte a energia da fonte energética primária em energia elétrica.


O gerador, em um sistema fotovoltaico, é composto pelas células fotovoltaicas. Todo
gerador apresenta perdas na conversão de uma forma de energia em outra. A Perda
Energética significa que a energia disponível não pode ser totalmente transformada na forma
de energia desejada; ou seja, a energia solar que chega ao local, na forma de raios solares,
não é totalmente convertida em energia elétrica – algumas partes da Radiação Solar são
convertidas em outras formas de energia, como, por exemplo, o calor.

As perdas energéticas, em relação à energia solar fotovoltaica, podem ser diferenciadas em


dois tipos, quer serão explicados a seguir:
“O seu futuro começa aqui!!”

50
• Perdas do Recurso Solar, na superfície de captação;
• Perdas do Sistema Fotovoltaico, durante a conversão;

16.2. Perdas (ou Ganho) do Recurso Solar Na Superfície

Aqui consideramos o Recurso Solar disponível no local (HSP) e aplicamos os fatores de


Orientação, Inclinação e Sujidade, para ter o valor da radiação (recurso) solar (HSP') que
realmente pode ser aproveitado na superfície dos módulos fotovoltaicos. A eficiência é
relação entre a Radiação Solar no Plano Horizontal e a Radiação Solar no Plano do Painel
Fotovoltaico. Devido à inclinação, é possível obter um ganho, e a eficiência pode ser maior
100%.

HSP' • 100%
ȠHSP =
HSP

As porcentagens das perdas do recurso solar são calculadas com a seguinte equação:

%HSPperd = 100% - ȠHSP


Caso a eficiência seja maior que 100%, teremos uma “perda negativa”, ou seja, um ganho.

Os fatores considerados, que influenciam o recurso solar e são:

• Inclinação: Fator k
• Orientação: Fator kO
• Sujidade: Fator c

Com estes fatores alteramos o Recurso Solar HSP no local.

HSP' = HSP • k • k0 • c

Lembre-se que o Fator de Correção por Inclinação (k) varia mês a mês, por isso deve ser
aplicado às horas de sol pico de cada mês.

16.3. Perdas do Sistema

A Radiação Solar que chega à superfície dos módulos fotovoltaicos corresponde à máxima
energia que, teoricamente, pode ser aproveitada (convertida) pelo sistema. O valor corrigido
das Horas De Sol Pico (HSP’), conforme explicado anteriormente, e a Potência Pico dos
módulos fotovoltaicos (que recebem a irradiação) determinam a quantidade de energia que
“O seu futuro começa aqui!!”

51
teoricamente pode ser aproveitada. Esta energia, chamada energia ideal, determinamos
através da seguinte equação:

Eideal = PPV • HSP

Onde:
Eideal Energia que pode ser gerado pelo sistema no caso ideal (impossível);
PPV Potência Pico do arranjo fotovoltaico;
HSP Radiação Solar (Horas de sol Pico) na superfície, corrigida por inclinação /
Orientação.

Note que, na prática, a Energia Ideal, gerada pelo sistema fotovoltaico não é possível, pois
existem diversas perdas em diferentes componentes. É importante conhecer estas perdas,
como influenciam o sistema e como podem ser minimizadas.
Observe a tabela a seguir, onde são listadas todas as perdas que podem ocorrer em um
sistema fotovoltaico. Observe que há perdas que são sempre as mesmas, como, por exemplo,
as perdas (quedas) de tensão no cabeamento; perdas que variam durante o ano, como, por
exemplo, sombreamento e temperatura; e perdas que aumentam com os anos de operação,
como as perdas causadas pela sujeira ou pela degradação (natural) dos módulos
fotovoltaicos.

# Perda Símbolo Descrição Valores Típicos


Causadas pelos objetos ao redor (árvores,
1 Sombreamento ksomb edificações próximas, chaminés, pássaros, linha 1 - 10 %
de transmissão, etc.)
Temperaturas de ambiente maiores diminuem
2 Temperatura ktemp a tensão de operação dos módulos. Sistema de 5 – 20 %
montagem e sua ventilação também
influenciam.

3 Cabeamento C.C. kcc De acordo à distância e tipo de cabo usado, 0,5 - 1 %


ocorrem perdas entre o arranjo e o inversor.

4 Inversor kinv No processo de conversão há uma perda, na 2 - 10 %


(Eficiência) forma de calor, no inversor (100% - eficiência)

5 Cabeamento C.A. kca De acordo à distância e tipo de cabo usado, 0,5 - 1 %


ocorrem perdas entre o inversor e a rede.
A diferença de características elétricas entre os
Mismatch
6 kmis módulos do mesmo painel (ou string) resulta em 1-2 %
(Incompatibilidade) perdas.
7 Durante Seguimento (Rastreamento) obter o
Rastreamento do
kMPP Ponto de Máxima Potência (MPP), pelo inversor, 1-2%
MPP
acontecem perdas.
Tolerância da A potência pico dos módulos, informada no
8 potência pico ktol datasheet, possui uma tolerância de medição. Só 1,5 - 3 %
deve ser considerado perda se for negativa.

9 Sujidade ksuj Qundo os módulos são cobertos por sujeira, 2 - 10%


entra menos Radiação, resultando em perdas.

“O seu futuro começa aqui!!”

52
Perda anual: calcula-se uma degradação anual
Degradação dos 0,1 - 0,5%
10 módulos kdegr dos módulos. Deve-se considerar no segundo
ano de funcionamento do SFCR.

Possíveis perdas de um sistema fotovoltaico

16.3.1. ksomb - Perdas por Sombreamento


As perdas por sombreamento provocado por objetos ao redor variam durante o ano, de acordo
à posição (azimute e elevação) do Sol. Neblina e nuvens, que causam sombreamento global,
já são considerados nos valores da Radiação Solar (HSP). Mesmo com o auxílio de
ferramentas de inspeção (como o Solar PathFinder®, que determinam o local, mês e
horário/duração) do sombreamento), o cálculo da influência sobre módulos fotovoltaicos
interligados em fileiras (strings) é complexo. Existem softwares de dimensionamento
avançados (como o PV-Syst, PV*SOL ou Solergo) que permitem fazer simulações sobre a
influência de diversos objetos e suas sombras sobre o local de instalação do painel
fotovoltaico.

Simulação de sombreamento com PV Syst

O software PV*Sol calcula a influência sobre as fileiras (strings) e a sua potência de saída.

“O seu futuro começa aqui!!”

53
Os valores típicos de Perdas por Sombreamento varia entre 1% e 10%.

16.3.2. ktemp - Perdas por Temperatura


Quanto maior é a Temperatura das Células, menor é a tensão do módulo fotovoltaico, e menor
é a potência no Ponto Máximo de Potência (MPP). O valor no datasheet corresponde à
temperatura das células de 25°C (STC); em operação a temperatura nas células estará maior,
por isso a potência é menor. Já consideramos estas perdas no dimensionamento do sistema,
e o valor da Porcentagem de Correção por Fator de Temperatura (L°CPmpp) corresponde
ao valor das Perdas por Temperatura:
L°CPmpp = ktemp

16.3.3. kcc - Perdas no Cabeamento C.C.

Como cada condutor é também um resistor (que possui resistência elétrica), ele
apresenta, também, perdas. As perdas do cabeamento de- pendem do comprimento e
do tipo dos cabos. A Corrente Contínua (C.C.) circula entre os módulos fotovoltaicos e o
inversor. Já vimos como dimensionar o diâmetro dos cabos para não ultrapassar uma
determinada perda (1%).

16.3.4. kinv - Perdas no inversor


O processo de conversão da Corrente Contínua em Corrente Alternada no inversor
acontece com perdas de energia. De acordo à da topologia (tecnologia utilizada na
conversão), os componentes eletrônicos aquecem e, na saída do inversor, a potência
disponível é menor que a potência na entrada. Assim todo inversor tem uma eficiência
que corresponde à porcentagem da potência de saída em relação a potência de
entrada. As Perdas do Inversor kinv são determinadas pela seguinte equação, que
inclui a Eficiência EURO:

kinv = 100% - ȠEURO

16.3.5. kca - Perdas no Cabeamento C.A.

“O seu futuro começa aqui!!”

54
Análogo ás perdas de Corrente Contínua (C.C.) temos perdas na Corrente Alternada
(C.A.) entre o inversor e a rede de distribuição. Já vimos como dimensionar o diâmetro
dos cabos para ter perdas menores que 1%.

16.3.6. kmis - Perdas por Mismatch (Incompatibilidade Elétrica)

Mesmo quando utilizamos módulos da mesma classe de potência, existirão diferenças


de características elétricas entre os módulos. Os valores de corrente e tensão, por
exemplo, podem variar dentro da faixa de tolerância. Assim há módulos com uma
corrente maior e tensão menor, e vice versa. Observe, no gráfico abaixo, essa possível
variação. A Resistência Interna dos módulos também varia, e influencia a corrente da
fileira (string).
Com estas diferencias nas características elétricas, há perdas quando vários módulos
são ligados em fileiras (strings). A estas, damos o nome de “Perdas por
Incompatibilidade” (em inglês: Mismatching Losses).

Módulos com diferentes características elétricas da mesma classe de potência

Se você fizer um projeto que utilize dois (ou mais) tipos de módulos diferentes, ou du- as
tecnologias de módulos diferentes, que utilizem o mesmo inversor (em entradas di- ferentes,
é claro), é muito importante determinar quais serão os módulos que farão parte de qual fileira
(string). Assim, é possível diminuir ao máximo as Perdas por Mis- matching, evitando-se que
o instalador utilize, no mesmo painel, módulos com carac- terísticas muito divergentes; em
especial a Corrente em Máxima Potência (IMPP), nas associações em série das fileiras
(strings).
16.3.7. kMPP -Perdas no Rastreamento MPP

O inversor possui um Rastreador do Ponto de Máxima Potência (em inglês: Maximum


Power Point Tracker), que mantém o painel fotovoltaico transferindo a máxima potência,
em qualquer situação de Radiação Solar, desde que a tensão se mantenha dentro da
sua faixa de atuação. Quando a potência do arranjo fotovoltaico muda (por conta de
nuvens, por exemplo), o Rastreador de MPP (ou MPPT) do inversor precisa um tempo
para reajustar o Ponto de Máxima Potência (MPP) do arranjo. Durante este tempo de
reajuste, o painel não trabalha no ponto máximo, devido à variação da resistência de
entrada do inversor (que ainda está se ajustando), e assim acontecem as perdas, que
são chamadas de Perdas De Rastreamento (em inglês Tracking Losses).

16.3.8. ktol –Tolerância da Potência Pico

“O seu futuro começa aqui!!”

55
Na verdade, este não é considerado como perda, mas sim uma formalidade do
fabricante do módulo fotovoltaico. A potência pico do módulo sempre vem acompanhado
de um valor de tolerância. Como calculamos o SFCR com a potência pico do datasheet,
e tem fabricantes que vendem os módulos com uma tolerância negativa (por exemplo:
PPEAK = 240W ±3%) pode acontecer que os módulos tenham, realmente, uma potência
menor do que calculamos. Para esses casos devemos considerar a tolerância negativa,
nas perdas do sistema. Hoje em dia, a maioria dos fabricantes, classificam os módulos
para uma tolerância positiva, também por questões de marketing. (Por exemplo: PPEAK
= 240W 0/+5%). Para estes módulos a tolerância do valor de Potência Pico Não precisa
ser considerada nas perdas do sistema.

16.3.9. ksuj - Perdas por Sujidade

A deposição de uma camada de sujeira (como poeira, pólen, musgo, algas, gordura (perto
de estábulo), sal (perto de mar); etc.), reduz a Radiação Solar que chega às células, reduzindo
a energia gerada do sistema. Os excrementos de pássaros (ou morcegos), e as folhas caindo
de arvores, em determinadas estações, também têm significância, ao Índice de Sujidade.
Para evitar estas perdas, já antes da instalação, deve ser considerada uma inclinação mínima
de 10°, que garante o efeito de auto-limpeza dos módulos pelo vento e pela chuva
(principalmente), que amenizam as perdas, até uma limpeza de verdade que é recomendável
ser feita no período médio de 90 dias. As perdas, que dependem do tipo de sujeira
predominante no local da instalação, são muito difíceis de serem avaliadas, pois além da
inclinação, também influenciam: índice pluviométrico (chuvas); proximidade de fábricas (que
emitam partículas suspensas no ar); fauna aérea (pássaros e morcegos, principalmente);
dentre outras características. O julgamento (o feeling) do Designer é muito importante, ao se
considerar esse fator de perda.

16.3.10. kdeg - Perdas por Degradação Natural

Os módulos sofrem uma Degradação Natural e perdem eficiência, continuamente, devido a


processos de envelhecimento e alterações substanciais. Estudos recentes mostram que esta
degradação fica em torno de 0,1% por ano, mas na literatura sobre o dimensionamento é
considerado um valor de 0,5% por ano. A garantia do fabricante cobre 80% da potência
máxima depois de 20 anos, que corresponde ao valor de 1% de degradação anual. Para ter
uma folga entre os estudos reais (0,1%) e a garantia do fabricante (1%), recomenda-se
calcular com 0,5% de degradação por ano.
É importante para o Designer conhecer os fatores que influenciam o Rendimento Energético
do Sistema Fotovoltaico, para que possa melhorá-los e diminuir ao máximo as perdas.
Também é muito importante avaliar os custos das possíveis medidas para diminuir tais perdas.
Por exemplo, uma limpeza do sistema tem custos e estes custos precisam ser cobertos com
rendimento energético extra que um sistema limpo possivelmente ganha, para que seja
rentável fazê-la em intervalos menores.
Com a porcentagem de cada perda que conhecemos, podemos determinar o Fator de Perda.

Cx = 100% - kx
Onde:
Cx Fator de perda correspondente a eficiência. Fator ˂100% que reduz a Energia ideal;
Kx Perda percentual da energia ideal.

“O seu futuro começa aqui!!”

56
Para encontrar o Fator de Perdas Total, é só multiplicar todos os fatores de perda parcial de
acordo com a seguinte equação:

Ctotal = C1 • C2 • ... • Cx
Onde:

Ctotal Fator de perda do sistema total;


C1; C2; Cx Fatores de perdas parciais

Também pode ser utilizada a seguinte equação:

Ctotal = 100% - Kn1 - Kn2 ... - Knn


Onde:
Ctotal Fator de perda do sistema tota Kn1; Kn2
Knn Coeficiente de perdas

De posse do Fator de Perda Total do sistema (ctotal) e da Energia Ideal (Eideal) poderemos
determinar a energia real que o sistema gerará durante a operação:
Ereal = Eideal • Ctotal
Podemos visualizar as perdas de um sistema fotovoltaico através de um gráfico Sankey.
As perdas (ou ganho) do recurso solar na superfície e as perdas do sistema durante um
ano inteiro de operação são mostradas no gráfico abaixo, no qual podemos ver as
porcentagens para perdas típicas, considerado um sistema no segundo ano, motivo pelo
qual consideramos a degradação natural dos módulos (estimada em 1%).
Foi considerado, também, o Fator de Sujidade.

Diagrama Sankey com perdas típicas do recurso solar e sistema

17. O Performance Rátio (PR) ou Índice de Desempenho

“O seu futuro começa aqui!!”

57
O performance Rátio (abreviado por PR e também conhecido como índice de
desempenho) de um sistema fotovoltaico é um número que permite avaliar a qualidade
da conversão global de energia desse sistema.
Por se tratar de uma medida que avalia especificamente o processo de conversão da
energia, a PR permite comparar o comportamento de diversos sistemas fotovoltaicos com
especificações distintas independentemente do Recurso Solar que está disponível.
O performance RÁTIO é calculado a partir do fator de perdas total do sistema (CTOTAL) e é
dado como um valor percentual. O valor ideal, correspondente a um sistema que opera sem
perdas e que não é possível de ser realizado, é de 100%. Os valores da PR para sistemas
reais normalmente encontram--‐se acima dos 70%. Existem sistemas altamente otimizados
que possuem PR de até 90%. No Brasil, porém, é difícil alcançar valores muito elevados para
o PR por causa da influência negativa que as temperaturas altas ambientes provocam no
desempenho dos módulos fotovoltaicos.
O PR de um sistema é sempre determinado para um determinado intervalo de tempo ∆t
(um dia, um mês ou um ano inteiro, por exemplo).
A medição de dois ou mais valores de PR em intervalos de tempo (∆t) curtos pode
conduzir a uma grande variação nos resultados. O ideal é determinar a PR para o período
de um ano, lembrando--‐se que neste caso o cálculo do Recurso Solar (HSP) deve ser
acumulado para o ano.

Primeiramente é importante se determinar a eficiência de conversão dos módulos


fotovoltaicos (não das células):

PPEAK
Ƞmod =
G•A

PPEAK É a eficiência de conversão do módulo fotovoltaico [--‐].

Ƞmod É a potência máxima do arranjo fotovoltaico em condições STC [W].

A É a área do módulo fotovoltaico (comprimento x largura) [m 2].


G É a irradiância solar para a potência pico. 𝐺 = 𝐺!"# = 1000 𝑊 𝑚 !.

O performance Rátio (índice de desempenho) é, então, assim determinado:

Eger (Δt)
PR = • 100%
Ƞmod • A • HSP (Δt)

“O seu futuro começa aqui!!”

58
Onde:
PR É o Performance Rátio (ou índice de desempenho) do sistema Fotovoltaico [-].
Δt É o período de tempo considerado.
A É a área ocupada pelo painel fotovoltaico (calculada como o produto entre a
quantidade de módulos e área de um modulo) [m2].
Eger É a energia elétrica gerada e injetada na rede (registrada pelo medidor) [kWh].
HSP É o recurso solar disponível na superfície dos módulos (já corrigido pela orientação
e pela inclinação).

O PR pode ser determinado de duas formas. A primeira opção é calculá-lo na fase de


projeto do sistema fotovoltaico usando para o cálculo o valor da energia real que o sistema
deverá gerar (Ereal), este valor desconta do valor de geração ideal as estimativas de perdas.
A segunda opção é calcular o PR quando o sistema que já encontra-se em operação,
usando no cálculo o valor da energia elétrica que foi gerada pelo sistema e registrado no
medidor de energia elétrica da distribuidora ou, alternativamente, registrado internamente
pelo inversor interativo.
Para o caso das instalações que possuem um medidor bidirecional e que possuem cargas
instaladas (consumo doméstico), não é possível determinar o PR a partir da informação dada
no medidor. Nesses casos é preciso usar a o valor da energia gerada que é registrado pelo
inversor, caso ele possua esta função.
Para calcular o PR é preciso ter uma medida do Recurso Solar no local da instalação
(horas de sol pico). É preciso considerar que nos bancos de dados disponíveis (Sundata)
os valores de HSP referentes ao recurso solar é dado a partir da média de vários anos.
Acontece, porém, que existem anos onde a irradiação solar é mais intensa e anos nos
quais a irradiação é menor. Por isso o resultado obtido para o PR será mais preciso se
os dados de irradiação empregados no cálculo forem coincidentes com o período
considerado no cálculo. Estes dados são medidos e publicados mensalmente pelos
institutos de meteorologia (veja em http://www.inmet.gov.br).

17.1. Exemplo de cálculo do PR de um sistema fotovoltaico

Um sistema fotovoltaico instalado em Campo Grande / MS tem uma potência pico PPEAK
= 4,7 kWp. O painel fotovoltaico está orientado para o Norte geográfico e apresenta uma
inclinação de 25°, conforme os valores de irradiação presentes na tabela a seguir. A
medição da energia elétrica produzida é feita por um medidor individual que só registra a
geração do sistema fotovoltaico, sem considerar o consumo doméstico.
Sabe-se que o sistema começou a operar no dia 1º de março de 2012. Considere que no
final de março deste ano o medidor indicava energia gerada de 653 kWh, no final de agosto
3644 kWh, e no final do fevereiro de 2013 registrava o valor de 7164 kWh.
Calcule a Performance Rátio (PR) para mês de abril, para o primeiro semestre de
operação e para o ano inteiro.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Otu Nov Dez média
HSP 5.92 5.39 5.19 5.06 4.33 3.33 4.14 4.44 4.53 5.47 6 5.39 4.93
Fator de correção k 0.9 0.96 1.04 1.12 1.18 1.18 1.15 1.1 1.03 0.96 0.9 0.88 1.03
HSP' 5.33 5.17 5.40 5.67 5.11 3.93 4.76 4.88 4.67 5.25 5.40 4.74 5.03

Valores de irradiação solar para Campo Grande com correção para inclinação de 25°.

Resolução:
Calcula-se primeiramente a energia ideal que o sistema seria potencialmente capaz de
gerar.
Eideal = Ppeak • HSP'
“O seu futuro começa aqui!!”

59
Do enunciado se conhece o valor da potência pico instalada (𝑃peak) e da tabela
fornecida se obtém o valor da média anual para as horas de sol pico corrigidas para a
orientação e para a inclinação da instalação (𝐻𝑆𝑃').
Eideal_diária = 4,7 • 5,03 = 23,64 kWh/dia
A energia ideal para um mês será:

Eideal_mensal = Eideal_diária • 30 = 709,2 kWh/mês

De modo análogo, para um semestre será:

Eideal_semestral = Eideal_mensal • 6 = 4255,4 kWh/semestre


Finalmente o valor anual será:

Eideal_anual = Eideal_mensal • 12 = 8510,8 kWh/ano

Uma vez determinado valor da energia ideal (que é a referência para o máximo valor de
energia que o sistema pode gerar), verifica--‐se no enunciado o valor da energia real:
Ereal_mensal = 653 kWh/mês
Ereal_semestral = 3644 kWh/semestre
Ereal_anual = 7164 kWh/anual

Sabendo que o Performance Rátio (PR) é determinado pela razão entre a energia real e a
energia ideal, calcula-se os PR referente aos períodos de um, seis e doze meses solicitados:

Ereal
PR =
Eideal

Determinando o PR para o mês de Março de 2012:

653
PR = ≅ 0,921 = 92,1%
709,2
Determinando o PR para o primeiro semestre de operação:

3644
PR = ≅ 0,856 = 85,6%
4255,4

Por fim, determina--‐se o PR para o primeiro ano de operação:

7164
PR = ≅ 0,842 = 84,2%
8510,8

17.2. Fator de Produção

Uma forma de comparar a geração do sistema é normalizar a energia elétrica gerada (Eger
dada em kWh) em relação a um valor padrão de potência elétrica (correspondente a
“O seu futuro começa aqui!!”

60
1kWp). Isso permite comparar os resultados operacionais entre sistemas situados em
diferentes locais independente da potência instalada em cada um deles.
O resultado é depende do Recurso Solar e pode ser calculado para diferentes períodos de
tempo ∆t (dias, semanas, meses ou anos). O mais comum é falar sobre quantos kWh são
gerados por kWp por ano.
Sendo assim, o Fator de Produção pode ser definido como:
Eger (Δt)
FP =
PPV
Onde:
FP É o fator de produção em kWh/kWp.
Eger É a energia elétrica gerada durante o intervalo de tempo Δt.
PPV É a potência elétrica do arranjo fotovoltaico.

Por exemplo, um sistema na Alemanha gera aproximadamente entre 900 e 1050 kWh/kWp
por ano. No Brasil, onde há um índice de irradiação maior, também há uma produção de
energia maior. Considerando as regiões brasileiras de menores níveis de irradiação solar
verifica-se que um sistema fotovoltaico gera aproximadamente 1350 kWh/kWp por ano.
Considerando as regiões sujeitas aos maiores níveis de irradiação é possível obter até 1850
kWh/kWp por ano.

18. Verificação, Teste e Comissionamento do SFCR


As recomendações apresentadas a seguir estão baseadas no texto da norma técnica
internacional IEC 60364-6:2006, que trata dos procedimentos de verificação nas instalações
elétricas de baixa tensão (em geral). Diz respeito aos testes feitos, tanto pela própria equipe
de instalação, durante a montagem do SFCR, quanto pelo profissional indicado pela
concessionária, para a aprovação do ponto de conexão.
Apesar de estes testes serem feitos após a obtenção do parecer de acesso, algumas
distribuidoras requisitam o relatório dessas atividades durante a inspeção final, para que seja
feita a comparação de resultados; por isso a sua importância. Saber quais são os testes que
devem ser realizados, permite tomar os devidos cuidados para que os testes tenham
resultados positivos.
É possível dividir as recomendações em três grupos de atividades, conforme mostrado no
diagrama seguinte:

Todos os circuitos, dispositivos de proteção, dispositivos de manobra (chaves seccionadoras,


1 disjuntores, etc.), terminais, conectores e barras de conexão estão devida e inequivocamente
identificados.

Todas as caixas de junção do circuito CC possuem um aviso alertando que o circuito deverá
2 sempre ser considerado como energizado.

O dispositivo de manobra do circuito CA (em geral um disjuntor termomagnético CA ou um


3 disjuntor DR CA) está devida e inequivocamente identificado.

“O seu futuro começa aqui!!”

61
A placa de advertência de dupla alimentação, que identifica a unidade consumidora como
autogeradora de energia elétrica, está fixada de modo visível no ponto de interconexão com a
rede pública de energia elétrica.
4

5 O diagrama unifilar está disponível no local da instalação para eventual consulta.

Os valores ajustados para a proteção elétrica e os detalhes da instalação do inversor estão


6
disponíveis no local da instalação para eventual consulta.

Uma cópia dos procedimentos de emergência está disponível no local da instalação para
7
eventual consulta.

Todos os elementos de identificação (etiquetas, placas, etc.) são de qualidade adequada, estão
8
corretamente fixados e se são suficientemente duráveis para cumprir sua função.

18.1. Testes Gerais

18.1.1. Teste de Continuidade do condutor de Terra

Neste teste deve-se verificar a continuidade elétrica entre o condutor de proteção (PE) e todos
os demais condutores da rede de aterramento que estiverem conectados a ele. Como valor
de limite é escolhido uma resistência de 5 Ω.

Teste de continuidade entre terminal principal de aterramento e condutor de proteção (PE):


1
R <5Ω
Teste de continuidade entre condutor de proteção (PE) e aterramento do quadro elétrico do
2 lado do quadro geral:
R <5Ω
Teste de continuidade entre condutor de proteção (PE) e aterramento do inversor:
3
R <5Ω
Teste de continuidade entre condutor de proteção (PE) e aterramento do quadro elétrico do
4 lado do inversor:
R <5Ω
Teste de continuidade entre condutor de proteção (PE) e arranjo fotovoltaico com sistema de
5 fixação:
R <5Ω

18.1.2. Teste de Polaridade

“O seu futuro começa aqui!!”

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O teste de polaridade utilizando o voltímetro consta a verificação da polaridade nas conexões
entre as strings feitas na caixa de junção, bem como as ligações entre as strings e todos os
demais condutores de corrente contínua, até a entrada do inversor interativo.

1 Teste de Polaridade no quadro do lado do inversor.

2 Teste de Polaridade no quadro na entrada do inversor.

18.1.3. Testes das Strings

Esta rotina de testes inclui a medição das suas características elétricas terminais das strings
(Fileiras de módulos fotovoltaicos associados em série) que formam o arranjo fotovoltaico.

18.1.3.1. Medição Da Tensão De Circuito Aberto Gerada Pelas Strings

Esta comparação tem o objetivo de apenas diagnosticar se a instalação foi feita corretamente
e não se presta a fornecer diagnósticos de desempenho do sistema. Por isso foram
comparados os valores medidos com os valores esperados.

Tensão de circuito aberto conforme tensão de circuito aberto esperado.

Tensão de circuito aberto de um módulo multiplicado com quantidade de módulos


1 considerando a temperatura de operação:

12∙37,9V=455V para Tmod=65°C: -13,2%; Tmod=30°C: -1,65%

18.1.3.2. Medição Da Corrente De Curto-Circuito Gerada Pelas Strings

Para realizar a mediação é utilizado um Amperímetro e um Interruptor. Após a ligação dos


componentes (fileira, 'interruptor desligado' e amperímetro) o interruptor pode ser ligado e
a corrente de curto circuito pode ser determinada.

Os valores medidos devem ser comparados com os valores esperados. Esta comparação tem
o objetivo de apenas diagnosticar se a instalação foi feita corretamente e não se presta a
fornecer diagnósticos de desempenho do sistema.

Corrente de curto-circuito conforme a corrente esperada.

Valor esperado é a corrente de circuito aberto de um módulo multiplicado com quantidade das
fileiras em paralelo. Considerando que a corrente é proporcional á irradiação solar na superfície
1 o valor esperado deve ser descontado proporcional á irradiância na hora da medição (se não
houver sensor de irradiação, a irradiação deve ser estimado)

8,61A ∙ 1= 8,61A para G=800W/m²: -20%; para G=600W/m²: -40%

18.2. Teste Operacional do SFCR


“O seu futuro começa aqui!!”

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Este teste consiste em ligar o SFCR e realizar as medições da tensão operação (tensão no
ponto máximo de potência) e da corrente elétrica de operação (corrente no ponto máximo de
potência).

Os valores medidos, na maioria das vezes, não serão os valores do datasheet, mas há uma
tolerância devido à Irradiância e à temperatura no momento da mediação da tensão de circuito
aberto e da corrente de curto circuito.

Tensão no ponto máximo de potência (inversor iniciado, operando no MPP) conforme tensão
esperada.

1 Tensão no ponto máximo de potência de um módulo multiplicado com quantidade de módu-


los considerando a temperatura de operação:

12∙30V=360V para Tmod=65°C: -29,25%; Tmod=30°C: -2,25%

Corrente no ponto máximo de potência (inversor iniciado, operando no MPP) conforme a


corrente esperada.

Valor esperada é a corrente no ponto máximo de potência de um módulo multiplicado pela


quantidade de fileiras em paralelo. Considerando que a corrente é proporcional á irradiância
2
solar na superfície, o valor esperado deve ser descontado proporcional á irradiância na hora de
medição (se não houver sensor de irradiância, esta deve ser estimada)

8,08A ∙ 1= 8,08A para G=800W/m²: -20%; para G=600W/m²: -40%

18.3. Testes Funcionais do SFCR


Foram executados os seguintes testes:

Testes dos elementos de manobra: funcionalidade de conexão e desconexão.


1

Teste dos inversores interativos: devem ser testados de acordo com as recomendações
2 particulares do fabricante.

Teste de desconexão da rede AC: o dispositivo de manobra deve ser acionado para
desconectar propositalmente o inversor interativo da rede pública de distribuição de energia
elétrica. Deve-se constatar que o SFCR interrompe de imediato a geração de energia elétrica.
3 Logo após, o dispositivo de manobra deverá ser religado e deve-se verificar o re- torno da
geração do SFCR.

18.4. Rotulagem e identificação


A rotina de rotulagem e identificação dos elementos do SFCR deve incluir, pelo menos, as
seguintes tarefas:

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Todos os circuitos, dispositivos de proteção, dispositivos de manobra (chaves seccionadoras,
1 disjuntores, etc.), terminais, conectores e barras de conexão estão devida e inequivocamente
identificados.

Todas as caixas de junção do circuito CC possuem um aviso alertando que o circuito deverá
2 sempre ser considerado como energizado.

O dispositivo de manobra do circuito CA (em geral um disjuntor termomagnético CA ou um


3 disjuntor DR CA) está devida e inequivocamente identificado.

A placa de advertência de dupla alimentação, que identifica a unidade consumidora como


4 autogeradora de energia elétrica, está fixada de modo visível no ponto de interconexão com a
rede pública de energia elétrica.

5 O diagrama unifilar está disponível no local da instalação para eventual consulta.

Os valores ajustados para a proteção elétrica e os detalhes da instalação do inversor estão


6
disponíveis no local da instalação para eventual consulta.

Uma cópia dos procedimentos de emergência está disponível no local da instalação para
7
eventual consulta.

Todos os elementos de identificação (etiquetas, placas, etc.) são de qualidade adequada, estão
8
corretamente fixados e se são suficientemente duráveis para cumprir sua função.

19. Sombreamento

O sombreamento parcial de um painel fotovoltaico é um grande problema que resulta numa


drástica redução da potência gerada, podendo provocar o surgimento de pontos quentes (hot
spots) na célula sombreada. Isto ocorre devido ao aumento da resistência interna das células
sombreadas, aumentando-se então o calor gerado por Efeito Joule nesses pontos.
As condições de sombreamento, quando severas, podem resultar numa redução importante
na tensão elétrica produzida pelo painel que, ficando abaixo da tensão mínima necessária à
operação do inversor, causará o desligamento do sistema fotovoltaico.
No início da manhã e da noite, que são as horas do dia nas quais o sol fica mais baixo, ocorre
mais sombreamento na superfície. Também existe uma variação natural das condições de
sombreamento entre as estações do ano. Nos meses de inverno nota-se uma influência de
sombras maior que no verão, pois o ângulo de elevação do sol é menor nesse período. Esta
influência do sol, que varia entre as horas do dia e épocas do ano, é visualizada numa
aplicação interativa de sombreamento.

A imagem a seguir mostra a influência do sombreamento em diversas posições num arranjo


fotovoltaico composto por nove módulos, determinando a perda total de dois sistemas com
diferentes formas de interligação entre os módulos. Note que a perda é maior quando todos
os módulos são ligados em série (coluna do meio), sendo que quando estão ligados em 3
fileiras de 3 módulos cada em paralelo a perda é menor (coluna à direita). Comparando a
“O seu futuro começa aqui!!”

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última e a penúltima
linha, percebe-se que a influência à perda é maior quando a sombra cai transversalmente ao
arranjo.

Perdas em diversos casos de sombreamento em sistemas diferentes (Novell Energy Solutions)

Comparando-se o percentual da área coberta pela sombra com o percentual de perdas


causado na potência gerada percebe-se que mesmo um pequeno sombreamento já causa
perdas consideráveis.
Os principais objetos que podem projetar sombras na superfície dos módulos fotovoltaicos
são: antenas, torres, linhas de transmissão, chaminés, edifícios próximos, muros, partes mais
elevadas do telhado, caixas d’água, postes, árvores e outros objetos que esteja acima da face
dos módulos. A figura a seguir mostra diversos exemplos de sombreamento sobre painéis
fotovoltaicos.

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A avaliação do sombreamento sempre é baseada na posição do sol (que varia com o passar
das horas do dia e dos meses do ano, sendo determinada pelo ângulo de azimute e de
elevação), além da posição e da altura dos objetos situados ao redor.

Tendo isso em conta, verifica-se o princípio elementar de qualquer método de análise de


sombreamento considera conjuntamente os dados da posição do sol no local e as posições
dos objetos determinados em ângulos (azimute e elevação) relacionados à superfície.

http://solardat.uoregon.edu/SunChartProgram.html
Para diferentes pontos da superfície os ângulos relativos aos objetos do entorno também
serão diferentes. Desta maneira, é recomendável fazer análises de sombreamento em
diferentes pontos da área disponível (telhado), preferencialmente nos pontos que ficam mais
próximos de objetos.
Existem diversas ferramentas sofisticadas para fazer a análise de sombreamento, a maioria
de alto custo, infelizmente. Alguns exemplos abaixo:

19.1. Solmetric Suneye

É um aparelho que reconhece imediatamente todos os objetos ao redor, calcula e visualiza as


perdas causadas pelas sombras e a correspondente expectativa de rendimento. Este aparelho
é de alto custo, mas fornece os dados com grande rapidez e eficiência.

“O seu futuro começa aqui!!”

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19.2. Solar Pathfinder

É uma ferramenta cuja cúpula de vidro reflete os objetos ao redor num diagrama com os
caminhos do sol. Dessa forma, é possível traçar uma linha que determina as sombras na
superfície. Este aparelho é simples e relativamente barato, porém exige mais trabalho
determinar o sombreamento.

19.3. SunSurveyour

É um aplicativo para smartphones e tablets (sistemas operacionais Android ou Apple-iOS) que


projeta a Rota Solar (o caminho do sol no céu) dentro da imagem da câmera, através do
recurso de Realidade Aumentada. É muito fácil determinar objetos que interferem os raios
solares na superfície. Essa aplicação tem um baixo custo, porém é apenas capaz de localizar
objetos que projetam sombra, não permitindo um cálculo detalhado.

Com as análises de sombreamento o Designer descobre qual é a parte onde há mais sombra
e qual é a hora do dia em que isso ocorre. Se houver espaço suficiente, recomenda-se instalar
o arranjo fotovoltaico na parte mais distante dos objetos que possam interferir.
A figura abaixo mostra um telhado contendo um arranjo FV composto de 24 módulos que
estão interligados em 3 fileiras de 8 módulos cada. A orientação do telhado neste exemplo é
de 15° oeste do norte geográfico. Como o espaço neste telhado é limitado, o designer deve
aproveitar o espaço da melhor forma possível. Na prática nem sempre será possível evitar
sombras, portanto o projetista deve posicionar e interligar os módulos para reduzir os efeitos
do sombreamento no sistema.

“O seu futuro começa aqui!!”

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Interligação dos módulos de acordo com sombras

Como, devido ao projeto, são necessários 24 módulos e no telhado há espaço para até 25
módulos, torna-se possível adicionar mais um módulo à configuração. Neste caso, a folga está
localizada à direita da chaminé onde pela manhã há sombra. Outra opção seria deixar o
módulo no canto inferior da direita, pois este módulo recebe sombra por mais tempo.

As linhas vermelhas, amarelas e verdes representam a interligação dos módulos de cada


fileira (string). Como a sombra está influenciando uma fileira inteira, este planejamento deve
ser feito de acordo com as sombras. Neste caso os módulos que não são influenciados pela
sombra formam a fileira vermelha. Os módulos que tem uma grande influência da sombra
formam a fileira verde. Por fim, formando a terceira fileira, em amarelo, está o restante dos
módulos que provavelmente ficarão na sombra somente nos dias de inverno e pouco tempo
antes do sol se por.

21. Ferramentas Úteis para uma Visita Técnica

É importante saber o que é necessário levar antes da visita técnica. Neste capítulo serão
apresentadas diversas ferramentas que podem ser utilizadas pelo Designer durante as
tarefas de inspeção. As ferramentas necessárias dependem do tipo de sistema fotovoltaico,
do local que será avaliado e de muitas outras circunstâncias.
Existem ferramentas que são necessárias em qualquer análise e ferramentas que dependem
do tipo da edificação, das condições locais, etc. A cada visita realizada o Designer ganha
mais experiência e aprende quais são as ferramentas adequadas para cada situação

Chave de fenda, chaves de soquete (boca), alicates (universal, bico e corte) podem ser úteis
para obter acesso quadros de distribuição, remover pequenos obstáculos, verificar telhas e
madeiramento de telhado, etc. Uma lanterna para iluminar áreas escuras pode ser útil para
inspeções de sótãos. Lâmpadas fixadas no capacete são mais convenientes pois assim as
duas mãos ficam livres para se executar o trabalho.

21.1. Ferramentas básicas

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21.2. Escada

Uma escada é imprescindível para ter acesso à cobertura da edificação (área mais cotada
para receber o painel fotovoltaico) e fazer as medidas e determinações da área disponível.
Escadas extensíveis são convenientes, pois são fáceis de se transportar e permitem acessar
telhados altos. Em alguns lugares pode ser necessário o uso de uma plataforma elevatória.
(ou guindaste) para um acesso seguro.

21.3. Material para Documentação

Informações gerais, observações, medidas, diagramas e desenhos do local devem ser


anotados em papel gráfico ou em um caderno. Uma calculadora capaz de realizar as funções
básicas da trigonometria é bastante útil.
Uma câmera fotográfica é uma ferramenta indispensável para a documentação, pois fotos do
local e dos objetos ao redor permitem uma pós-análise e ajudam outras pessoas envolvidas
no projeto a terem uma visão mais realista do local durante o projeto.
Além disso, podem ser úteis para a documentação gravadores de áudio e filmadoras.

21.4. Equipamentos para Medir Grandezas Elétricas

Multímetros podem ser utilizados para medir as tensões elétricas de operação e a corrente de
carga (permitindo determinar a potência) ou verificar a continuidade e os circuitos no sistema
de distribuição interno da edificação (i.e., a instalação elétrica).
Um alicate amperímetro também é uma ferramenta recomendável, pois permite verificar (e
medir) a corrente elétrica sem interromper o circuito note que existem alicates amperímetros
que são capazes de medir apenas corrente alternada enquanto outros são capazes de medir
correntes alternadas e contínuas. Dê preferência aos que medem CC e CA).

21.5. Equipamento para Medição

“O seu futuro começa aqui!!”

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Para medir a área disponível no telhado e determinar as posições de obstáculos, como
antenas ou chaminés, utilizam-se fitas métricas, trenas eletrônicas e transferidores (como
aqueles que em conjunto com réguas e esquadros permitem a medição de ângulos em
ambiente escolar). Também é importante medir as distâncias entre lugares onde os diversos
componentes serão instalados (arranjo fotovoltaico, inversor e padrão de entrada de energia).

A inclinação do telhado é determinada através de um inclinômetro (também chamado de Nível


Angular) e a orientação do telhado será determinada através de uma Bússola.

21.6. Aparelho Receptor de GPS

Com um GPS (como os navegadores para veículos ou os aplicativos disponíveis em alguns


smartphones) as coordenadas de Latitude e Longitude do local podem ser determinadas de
forma direta e simplificada (alguns equipamentos possuem também a função de bússola.

21.7. Localizadores de Cabos

Os dispositivos Localizadores de Cabos (eletrodutos) e os Localizadores de Vigas são úteis


para determinar a localização mais adequada para a instalação do inversor, dos demais
componentes mecânicos e eletroeletrónicos (como a caixa de junção) e, eventualmente, para
o sistema de fixação da estrutura do arranjo fotovoltaico.

21.8. Aparelhos Celulares (Smartphones)

Os aparelhos de telefonia celular mais sofisticados (smartphones) muitas vezes incluem


algumas das funções descritas acima.

“O seu futuro começa aqui!!”

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As ferramentas fundamentais, que nunca devem faltar numa visita, são a câmera fotográfica,
o clinômetro e a bússola (ou outras ferramentas que determinem a inclinação e a orientação
geográfica) uma fita métrica ou uma trena eletrônica, uma ferramenta para determinar o
sombreamento e um caderno para fazer anotações e desenho

“O seu futuro começa aqui!!”

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22. Equipamentos de Proteção Individual

Durante as verificações da Inspeção Técnica, o Design de Sistemas Fotovoltaicos deve tomar os


devidos cuidados com a segurança, tanto pelo (possível) trabalho com quadros de distribuição
eletrificados, quanto pelo trabalho em altura. Toda segurança não é suficiente, mas o mínimo de
equipamentos de segurança necessários são citados abaixo:

22.1. Óculos de Proteção

Proteção básica para os olhos, em qualquer situação, mas muito importante ao acessar quadros de
distribuição e telhados e coberturas, onde rajadas de vento pode trazer a sujeira acumulada até os
olhos de quem faz a inspeção técnica.

22.2. Bota de Segurança


Imprescindível ao se trabalhar em locais com acesso difícil, com possibilidade de objetos cortantes
(como as telhas) ou que possam cair sobre os pés, provocando fraturas (como as telhas), e também
para proteção contra a passagem da corrente elétrica. Nesse caso, é exigido o tipo de bota de
segurança para eletricistas, que não possui elementos metálicos, e é certificada para trabalhos (e
segurança) com eletricidade.

22.3. Capacete de Segurança com Jugular


Quando se trabalha em altura, o capacete de segurança deve ser dotado de uma fixação que não
o permita se desprender da cabeça em caso de acidente. A fita de fixação do capacete à cabeça,
que passa por baixo do queixo chama-se jugular e só devem ser utilizados capacetes que a
possuam. Existem duas classes de capacetes: os capacetes Classe A são para proteção mecânica,
como quedas de objetos ou pancadas diretas; os capacetes Classe B são para proteção mecânica
e também proteção elétrica. Em qualquer uma das Classes os capacetes podem ser de três tipos:
Tipo I com aba total (como um chapéu); Tipo II com aba frontal (como um boné) ou Tipo III sem
aba (lembrando um gorro). Todos os tipos são aceitos, mas algumas empresas têm exigências
quanto ao tipo de capacete deve ser usado em suas dependências. É recomendado a aquisição de
capacetes Classe B.
22.4. Luvas de Proteção Mecânica

Para o acesso ao telhado, remoção de telhas para verificação da estrutura, amarração de cordas
de segurança, manuseio de escadas, e muitas outras atividades, é recomendável o uso de luvas
de proteção mecânica, que protegerão as mãos contra impactos e arranhões.

Esse tipo de luva pode ser feita de diversos materiais, são fáceis de encontrar e tem preço
(relativamente) baixo. As mais conhecidas são as luvas de raspa e as luvas de vaqueta.

IMPORTANTÍSSIMO: pessoas não capacitadas NÃO DEVEM operar sistemas elétricos. Nem
mesmo abrir quadros elétricos. É necessário qualificação em curso de NR-10.

22.5. Luvas de Proteção Elétrica

São feitas de borracha (sintética ou natural) e tem a capacidade de proteção contra choques
elétricos (promovem isolação elétrica segura). Como a luva de borracha é menos resistente ao
trabalho mecânico, deve ser protegida por uma luva de couro, que é calçada externamente, por
cima. As luvas para proteção elétrica são bem mais caras que as luvas de proteção mecânica, e
devem ser adquiridas de acordo ao nível de tensão que são feitas para proporcionar proteção. Ao
se trabalhar com quadros energizados, ou com caixas de junção de painéis fotovoltaicos (que,
durante o dia, estão sempre energizados), é imprescindível o uso da luva de proteção elétrica.

22.6. Cinto de Segurança tipo Paraquedista

Para os trabalhos em altura, nos telhados e coberturas, deve-se utilizar o cinto de segurança tipo
paraquedista. Esse equipamento de segurança deve estar acompanhado de um talabarte duplo
em Y com amortecedor de impacto. O talabarte é a alça presa ao cinto que contém na sua
extremidade um gancho (na verdade um mosquetão) que deve ser preso à linha de vida. A linha
de vida deve ser previamente instalada no local elevado que se pretende acessar. Trata-se de uma
corda (ou cabo de aço fixo, em algumas edificações) que deverá ser fortemente fixada à estrutura
do telhado, ou a um ponto de fixação próprio, no caso de coberturas como lajes. Não se deve
ARRISCAR A VIDA acessando um telhado ou cobertura sem preparar antes a linha de vida.
Além disso demonstra-se profissionalismo ao utilizar os equipamentos de segurança adequados à
situação.

22. Estrutura de Suporte para Fixação de Painel Solar Fotovoltaico


As estruturas de fixação são tão importantes quanto os próprios módulos de um sistema
fotovoltaico, e seu mau desempenho pode invalidar por completo o investimento na tecnologia limpa
da energia solar.

22.1. Ação do Vento Sobre o Painel Solar

As cargas de ventos são um fator muito importante a ser considerado na hora de instalar o painel
fotovoltaico, pois elas projetam sobre as placas (estruturas planas e sem vazão), e
consequentemente sobre a estrutura, um peso excessivo dependendo de sua força.
A estrutura tem um papel fundamental de resistência ao vento, então ela tem que ser medida e
mensurada em túneis de vento para ser forte o suficiente para aguentar tempestades, seja no
telhado ou em solo.

Exemplo de um painel afetado pela força do vento.


Outro fator importante é o cálculo estrutural para verificar se a estrutura suportará o peso da toda
estrutura fotovoltaica. Existem vários casos de telhados que desabaram por causa do peso
excessivo.

Telhado desabou por erro de cálculo estrutural.

Dessa forma, embora vídeos e manuais de como fazer suporte para painel solar possam ser
encontrados na internet, se você deseja garantir que o seu sistema funcione de forma correta
durante a sua longa vida útil de mais de 25 anos, então é recomendável que você adquira uma
estrutura de boa qualidade e com garantia de fabricação.

22.3. Inclinação do Painel Fotovoltaico

Outro papel importante do suporte é prover a inclinação ideal das placas fotovoltaicas para que elas
consigam captar a maior quantidade de luz solar possível, aumentando a sua eficiência e geração.

A correta orientação permite captar o máximo de energia ao meio dia solar e horas próximas, que
são os momentos de maior concentração da radiação solar, assim como melhora a captação anual
do painel como um todo, compensando a menor Irradiância nos períodos de inverno.
A inclinação ideal dos painéis fotovoltaicos varia de acordo à Latitude da localidade, e também
quanto ao tipo de sistema fotovoltaico.

Para os sistemas conectados à rede, inclinações menores propiciam maior captação nos períodos
próximos ao solstício de verão, gerando mais energia e mais créditos energéticos.

22.4. Qualidade das Estruturas de fixação

Vimos, então, que a estrutura para o painel solar é de extrema importância para o sistema
fotovoltaico como um todo e, portanto, esta deve atender padrões de qualidade que assegurem sua
vida útil e durabilidade.

As estruturas de boa qualidade são, normalmente, feitas de alumínio, principalmente as partes que
são fixadas no módulo fotovoltaico, assegurando não só resistência, como também leveza.

Outros componentes, como aço galvanizado, também são utilizados, já que as estruturas devem
durar tanto quanto o sistema (que dura mais de 25 anos), porém estes devem ser avaliados quanto
ao peso, estabilidade e vida útil, evitando manutenções prematuras na instalação.

22.5. Como são Instaladas as Estruturas de Fixação

A instalação do suporte do painel solar é uma das primeiras, e mais importantes, etapas do processo
de instalação de um sistema solar fotovoltaico.
Ela compõe o que chamamos de integração mecânica de um sistema de energia solar, que engloba:
• Fixação da estrutura metálica na edificação;
• Fixação dos módulos fotovoltaicos;
• Fixação dos dutos para os cabos;
• Fixação do suporte para o inversor.

A instalação do suporte começa com a colocação dos ganchos ou parafusos de fixação, que podem
ser fixados diretamente nas vigas de madeira que sustentam o telhado ou sobre as telhas (no caso
as metálicas).

Em todos os casos deve-se ter especial cuidado quando à impermeabilização, tanto pelo
sistema fotovoltaico, quanto pela própria edificação.

Os ganchos são dispostos para receber o trilho que será dimensionado e posicionado de acordo
aos módulos que comporão o painel fotovoltaico. Por isso, uma etapa importante durante o projeto
do sistema é a fase de medição dos espaços disponíveis.

O que prende os módulos ao suporte são as presilhas rosqueadas, que são adaptáveis à grande
maioria das placas, desde que estas sejam emolduradas dentro dos padrões atuais, ou seja, com
espessura entre 3 e 4,5 cm.

A presilha rosqueada que fixa o módulo à estrutura de suporte


Nas estruturas em telhado inclinado, principalmente os de telhas de argila, não é recomendável
utilizar de ajustes para corrigir a inclinação, que tornam a instalação mais difícil, pois o suporte
deverá suportar cargas de vento maiores.

Além disso, o esforço extra no telhado pode ser perigoso, se este não for suficientemente forte para
suportá-lo. O melhor seria arquitetar o telhado com a devida orientação e inclinação, mas isso só é
possível na fase de projeto da edificação.

É importante lembrar que tanto as estruturas de fixação, como também os módulos,


necessitam de aterramento, o qual deve ser feito de acordo com a orientação do manual do
fabricante.

22.6. Tipos de Suporte Para Fixação de Painel Solar

Para cada caso, há uma solução. Como já vimos, os suportes para módulos fotovoltaicos variam
conforme o tipo de telhado e/ou projeto, no caso de instalações em solo. Conheça abaixo os
principais deles:

22.6.1. Suportes para telhados

No caso de telhados, deve ser verificado o tipo de telha ou de madeiramento – a estrutura que
suporta o telhado.

Para fixar os módulos em telhados, é necessário instalar um trilho que pode ser afixado nas telhas
(no caso de telhas metálicas) ou no suporte do telhado (no caso de telhas de cerâmica/argila
ou concreto).
22.6.2. Suporte Com Parafuso Estrutural

O parafuso estrutural provê uma base segura para a instalação dos trilhos e uma distância
adequada entre o painel e as telhas, podendo ser utilizado em vários tipos de telhado, como:

Telhado Shingle

Telhado Metálico Simples

Telhado Metálico Sanduíche

Telhado Fibrocimento
Telhado Cerâmico

22.6.3. Suporte Com Gancho Tipo T

Esse tipo de gancho vai parafusado diretamente na telha que, nesses casos, deve ser
metálica.

Telhado Metálico Sanduíche

Gancho em formato T instalado sobre telha metálica

22.6.4. Suporte Com Gancho Comum

Esse tipo de gancho é fixado nas vigas de madeira que sustentam as telhas, como as cerâmicas.

Estrutura com gancho comum instalada sobre telha cerâmica


22.6.5. Suporte Perfil Chato C/ Fixação Direta

Nesses casos, os trilhos são fixados diretamente no material do telhado, nesses casos o metálico,
utilizando para isso uma supercola específica para esse trabalho e com a superfície de aplicação
perfeitamente limpa.

Fixação Direta da Estrutura Sobre a Telha Metálica

22.7. Suportes Para Instalação Em Plano Horizontal (Solo)

Nas instalações em plano horizontal deve ser verificada a altura mínima e também as cargas de
vento que adicionam um esforço mecânico aos suportes e ancoragens.

A construção do painel fotovoltaico no chão ou cobertura permite maior flexibilidade quanto à


orientação e inclinação.

22.7.1. Suporte de Estrutura Triangular

Esse tipo de estrutura é utilizado tanto em instalações ao solo quanto sobre lajes.

Sobre o Solo

Estrutura triangular instalada em solo


Para instalação no chão, o painel deverá ter altura mínima de 30 cm do chão, para evitar o
sombreamento causado pelo crescimento de ervas, ou a sujeira na base dos módulos mais baixos,
causada pelas gotas de chuva.

Sobre Laje
Estrutura triangular instalada sobre laje

Para painéis montados em cobertura, a altura mínima recomendável é de 5 cm. Isto é para permitir
o escoamento da água da chuva e a quebra da força do vento em duas componentes, o que diminui
a carga de vento sobre o painel.

22.7.2 Rastreamento solar - Tracker

Para poder aproveitar a radiação solar com os painéis fotovoltaicos é importante posicionar eles
perpendicular aos raios do sol ao longo do dia. Por esse motivo aplicamos o rastreamento solar,
chamado em Inglês de Tracker, aumentando a produção até 25% em relação a instalação fixa.

Existe rastreamento solar de eixo único e de dois eixos. Apesar de o Tracker de dois eixos é o mais
eficiente em termos de captação solar, os sistemas de eixo único proporcionam um custo benefício
melhor aplicados em usinas solares. Principal motivo atrás disso é que enquanto um Tracker de
dois eixos precisa de um motor para movimentar poucos painéis igual a um girassol, o rastreador
de eixo único pode usar um motor central para movimentar milhares de placas montadas acima dos
eixos conectados.

Rastreador solar aciona o Tracker que movimenta as placas acompanhando o sol.

22.7.3. Suporte em Forma de Mastro

Os mastros comportam bem os sistemas de rastreamento solar, que só são rentáveis nos grandes
sistemas, ou seja, nas grandes usinas solares.

É a escolha para grandes instalações, onde alguns cuidados devem ser tomados, principalmente
quanto ao sombreamento que pode ser prejudicial às células fotovoltaicas.

Estrutura em Forma de Mastro em Grande Usina Solar


22.7.4. Estrutura Flutuante Para Painel Solar

Uma tecnologia recente entre os sistemas de energia solar, estruturas flutuantes para painéis
solares permitem a construção de usinas solares sobre as águas de represas e lagos, o que traz
enorme vantagem para o desempenho dos módulos fotovoltaicos.

Estrutura Flutuante Para Painel Solar

22.8. Montagem dos Painéis Fotovoltaicos

Antes de manusear, instalar ou fazer qualquer tipo de manutenção nos painéis solares, ler
atentamente as orientações e alertas constantes nesse módulo. A não observância dessas
instruções poderá causar riscos e danos graves para a propriedade e para as pessoas (choques
elétricos, queimaduras e risco de morte). Os responsáveis (profissionais habilitados) pela instalação
do sistema fotovoltaico de geração de energia elétrica deverão orientar os consumidores finais para
que evitem o mau uso, riscos e perigos resultantes da não observância dessas orientações.

22.8.1. Regras de segurança

Os painéis deverão ser instalados por profissionais habilitados e em completa observância das
normas brasileiras, e quando insuficientes as internacionais, pertinentes ao assunto.

• Equipamentos de proteção individual (EPI) como roupas, capacetes e luvas especiais


deverão ser usados quando da instalação ou manutenção dos painéis solares. Os riscos
estão relacionados com choque elétrico (36V em corrente continua ou mais), risco de queda
quando instalados em telhados de edificações e cortes em função dos cantos pontiagudos
das esquadrias.

• Não recomenda-se a instalação dos painéis com chuva ou fortes ventos.

• Se as chaves elétricas ou disjuntores não puderem ser desligados ou os inversores


desconectados, cubra os painéis com um pano ou papel opaco para interromper a geração
de energia elétrica evitando o risco de choque elétrico.

• Não utilize ou instale painéis solares danificados pois o contato com partes internas dos
mesmos causam riscos sérios de choques elétricos perigosos.

• Mantenha sempre a caixa de junção (conexão existente na parte posterior do painel)


fechada.

• Nunca tente desmontar ou reparar o painel fotovoltaico. Não há qualquer parte interna que
necessite de ajustes ou manutenção. Em caso de paralização de funcionamento encaminhe
o mesmo para manutenção em empresas especializadas.

• Nunca utilizar qualquer artifício de uso concentrado de luz no painel solar.


• Não conectar ou desconectar os painéis solares quando os mesmos estiverem em operação
(geração de energia) ou com fonte de energia externa presente.

• Manter crianças e pessoas não autorizadas longe dos locais de guarda (estoque) dos painéis
solares.

22.8.2. Segurança/Perigo – Áreas Classificadas

PERIGO: Risco de explosão – não desconectar os painéis quando os mesmos estiveram em


carga (geração) em áreas restritas e classificadas (produtos inflamáveis e/ou explosivos).

22.8.3. Cuidados na Armazenagem

• Os painéis fotovoltaicos devem ser armazenados em locais secos e ventilados que também
previnam a incidência de raios solares ou luz artificial direta. Atenção especial deve ser
tomada quando os painéis são armazenados em condições não controladas protegendo os
contatos elétricos de umidade.

• Desembale os painéis com cuidado evitando danos nas molduras, vidro, proteção posterior
e condutores elétricos.

• Os painéis devem ser desembalados e manuseados por duas pessoas. Usar as duas mãos
para o manuseio.

• Não manusear ou levantar os painéis através do cabos ou caixa de junção (parte posterior
sobre risco de danificar o mesmo). Use sempre a moldura externa de alumínio para o
manuseio fazendo isso sempre em 2 pessoas.

• O empilhamento máximo permitido para os painéis é de 12 peças desde de que as molduras


estejam perfeitamente alinhadas uma sobre as outras.

• Não colocar peso excessivo sobre os painéis sob risco de danificá-los. Não gire (rode) as
molduras em contato com o solo.

• Não pise pule ou permaneça (em pé ou sentado) sobre os painéis sob qualquer
circunstância. Cargas localizadas (pressão) exageradas podem causar micro danos nas
células comprometendo o rendimento e durabilidade do painel.

• Não pise ou coloque ferramentas sobre os painéis.

• Não transporte os painéis sobre sua cabeça.

• Não coloque instrumentos ou objetos pontiagudos sobre os painéis. Cuidado especial com
o revestimento posterior (Black Sheet) que ao ser perfurado pode comprometer a segurança
do painel.

• Não deixe os painéis em situação de desiquilíbrio ou de insegurança em especial sobre


telhados.

• Não mude as conexões internas da caixa de junção ou cabeamento dos diodos de “bypass”.

• Mantenha sempre os contatos e caixa de junção secos e livre de resíduos ou poeira.


22.8.4. Precauções e medidas de segurança

Somente pessoas habilitadas poderão manusear e instalar esses equipamentos que podem, sob a
luz do sol ou luz artificial, produzir danos físicos (choques elétricos) ou incêndios (curto circuito).

Verifique se a estrutura da edificação irá suportar a carga (peso) que os painéis irão impor (peso
próprio e ação de vento). Consulte sempre um professional habilitado para essa avaliação técnica
necessária.

22.8.5. Proteção contra incêndios

Para evitar perigo de incêndio, os painéis devem ser instalados em locais adequados (inexistência
de materiais inflamáveis ou explosivos nas proximidades).

Quando instalados em telhados de edificações, tenha certeza de que os materiais da


cobertura (telhas, mantas, etc.) não sejam inflamáveis e que também sejam resistentes a
fogo. Tetos com materiais plásticos ou orgânicos (palha) não são adequados.

22.9. Painel padrão

Veja a figura abaixo para entendimento dos componentes e furações:

22.9.1. Aterramento Elétrico

Um painel solar é considerado seguro apenas quando o mesmo está aterrado eletricamente de
forma adequada (NBR-5419 ABNT).

O sistema de aterramento elétrico deve ser feito por professional qualificado e estar integrado com
o sistema de para raios da edificação quando o mesmo existir. Conecte as esquadrias dos painéis
entre si usando componentes adequados a essa finalidade. Os orifícios para esse procedimento
estão anotados no painel com o símbolo correspondente.
Use apenas conectores e condutores adequados e em conformidade com a potência dos painéis
(individual ou em associação). Recomenda-se que todos os acessórios como conectores, suportes
sejam de aço inoxidável, alumínio ou aço galvanizado para a maior durabilidade do sistema.

22.9.2. Kit de Aterramento

O kit de aterramento possui um sistema facilitado para aterrar as estruturas e painéis, de modo a
quebrar a anodização entre o sistema, possibilitando o aterramento somente ao final da barra.

Todo o kit de estruturas de fixação utilizando os perfis de alumínio convencionais possuem


disponibilidade do kit de aterramento e acompanham os grampos intermediários para a conexão.
Juntamente com o kit, o grampo lateral utilizado para a passagem do cabo de aterramento é
enviado, de modo a utilizar no final da barra.

Aterramento entre as placas


22.9.3. Riscos de Incêndio em painéis fotovoltaicos

A opinião geral dos especialistas é que os sistemas solares fotovoltaicos não representam mais
risco do que qualquer outro equipamento elétrico - porque eles carregam fios elétricos, sempre
haverá algum risco, mas isso é insignificante sob condições normais. Um sistema muito antigo ou
muito grande estará em maior risco, assim como um danificado, mal instalado ou com componentes
de baixa qualidade.

22.9.4. O que pode causar incêndios em painéis solares?

Há várias razões técnicas para os painéis solares causarem incêndios em casas, mas a maioria
deles se resume à mesma raiz (evitável): instalação deficiente e componentes inadequados, embora
riscos naturais como raios, sobretensão e surtos de energia também possam ter certa
culpa. Equipamento incorretamente especificado, mal dimensionado ou defeituoso também pode
ser o culpado. Embora muito raro, uma vez que o fogo tenha se instalado em um sistema solar,
pode ser muito difícil de contê-lo.
O risco de falhas de terra e arco aumenta à medida que os sistemas envelhecem. O incêndio
de falta de arco à direita ocorreu após o sistema ter passado 17 anos no campo. Inspeção
regular e manutenção podem minimizar esses riscos.

Como qualquer outra instalação elétrica, os sistemas fotovoltaicos estão sujeitos a falhas elétricas,
como falhas de arco, curtos-circuitos, falhas de aterramento e correntes invertidas. Conexões
defeituosas ou falhas no isolamento de cabos também podem causar problemas. Se essas coisas
ocorrerem, elas podem resultar em pontos quentes que podem inflamar o material
próximo. Inversores DC/AC incorretamente instalados ou defeituosos também são conhecidos por
causar incêndios em instalações fotovoltaicas. Outro risco possível, mas raro, são as flutuações de
tensão criadas quando o excesso de eletricidade criado pelos painéis solares é enviado para a
rede. Sabe-se que essas flutuações causam mau funcionamento em equipamentos elétricos, e os
sistemas fotovoltaicos não estão isentos disso.

Conectores mal encaixados ou montados podem causar arco elétrico. Neste caso, o conector
não foi bem assentado no invólucro plástico. Apesar de o arco não ter sido iniciado pela
conexão, ele produziu calor suficiente para derreter o invólucro.
Outra causa possível de incêndio é o arco CC. Esta é a causa mais comum de incêndios em
telhados maiores em edifícios comerciais, e pode acontecer como resultado de instalação incorreta
ou problemas em materiais. Um arco CC é uma desconexão ou falha em um cabo energizado que
pode causar um arco elétrico, que é uma continuação do fluxo de corrente através do ar, de um
condutor para outro ou para o solo. Embora os flashes de arco possam ocorrer com qualquer
instalação elétrica, os sistemas fotovoltaicos são particularmente sensíveis a eles devido as altas
correntes e tensões envolvidas. Arcos CC não se auto extinguem e podem atingir temperaturas de
até 3000 ° C. Isso é quente o suficiente para derreter metal, que pode cair e inflamar materiais
combustíveis próximos. No momento, não há nenhuma correção definitiva para evitar arcos CC.
Os incêndios causados por falha no aterramento são caracterizados por duas fontes de ignição,
geralmente em seções completamente diferentes do local do incêndio. No caso acima, uma falha
de aterramento latente em um circuito de fonte fotovoltaica começou dentro da string quando uma
conexão falhou a cerca de 60 metros de distância, rompendo o isolamento de um condutor no
circuito de saída da usina fotovoltaica.
Infelizmente, em qualquer um dos eventos acima, os incêndios podem se espalhar rapidamente
devido à alta combustibilidade dos sistemas solares. Além dos próprios painéis, os quadros,
sistemas de montagem, cabos e caixas são geralmente altamente inflamáveis.

22.9.5. Quais precauções você deve tomar?

• Vale a pena ser exigente quando se trata de instalar um sistema fotovoltaico solar. ELES
DEFINITIVAMENTE NÃO SÃO TODOS IGUAIS, como muitos pensam. Certifique-se de
fazer sua pesquisa ao escolher uma empresa qualificada, com experiência
preferencialmente adquirida em países com que já adotam essa tecnologia há décadas e
estão com uma curva de aprendizado bem amadurecida.

• Não caia na armadilha de comprar painéis, sistemas e projetos mais baratos! Estes podem
ser mais propensos a avaria e custar-lhe dinheiro e complicações a longo prazo. Escolha
painéis solares certificados e pergunte ao seu instalador o que eles podem fazer para reduzir
os riscos no estágio de instalação.

• Cada região e local de instalação tem suas características próprias. SISTEMAS NÃO SÃO
TODOS IGUAIS. Novamente, um correto dimensionamento e escolha de cada componente
pode, além de poupar dores de cabeça com acidentes, trazer um maior retorno financeiro
através do maior desempenho do conjunto.

• Assim como os módulos, o sistema de montagem e as estruturas também não devem ser
combustíveis e devem resistir a ventos fortes.

• Os sistemas devem ser verificados regularmente quanto a danos causados por roedores e
outras pragas, pois os furos causados por esses animais nos cabos podem causar
problemas.

• Cada localidade exige um programa de manutenção e monitoramento especificamente


desenvolvido. Ele vai garantir que a degradação de seu sistema seja mínima, e maximizar
o desempenho e produção de energia.
• Testes de rotina, serviço e manutenção devem mantê-lo longe de problemas, e se houver
algo que não lhe pareça certo, não adie perguntar a um especialista!

Incêndios de painéis solares não são impossíveis de ocorrer, mas são muito raros quando o
sistema é projetado, especificado e instalado por especialistas. Os painéis solares
instalados e mantidos adequadamente não devem representar mais ameaça do que qualquer
outro eletrodoméstico.
23. Manutenção do Painel Solar

Com qual frequência eu preciso limpar os meus painéis solares?

23.1. Porque os painéis solares ficam sujos?

Os painéis solares instalados no seu telhado ficam sujos principalmente por causa da poeira e da
poluição. Em cidades como São Paulo, onde a poluição é significativa, os seus painéis podem ficar
sujos em menos de 1 ano. A sujeira causada por pássaros é rara a não ser que você tenha muitas
pombas e passarinhos por perto. Mas caso tenha muita “sujeira de passarinho” depositada sobre
as placas fotovoltaicas, a produção de energia solar de seu sistema pode sim ser impactada.

23.2. Qual é a perda de produção de energia dos painéis solares quando eles estão
sujos?

Poluição, poeira, folhas e até mesmo “sujeira de passarinho” contribuem para impedir que a luz do
sol chegue até as células fotovoltaicas em seus painéis solares.
O quão mais sujo, menos energia a placa fotovoltaica vai produzir. Diversos fatores afetam a
produção de energia dos painéis solares, mas a sujeira pode ser um dos principais e também o
mais fácil de corrigir.
Especialistas concordam que painéis solares sujos não produzem tanta energia quanto painéis
limpos. Essa perda pode chegar até 25% em alguns casos, de acordo com o Laboratório Nacional
de Energias Renováveis dos Estados Unidos (NREL). Empresas de energia solar relatam perdas
de até 30% para alguns clientes que nunca limparam os seus painéis (é claro que são casos
extremos, em lugares onde quase nunca chove).

23.3. Com qual frequência você deve fazer a manutenção nos painéis solares?

Acreditamos que a limpeza deve ser feita anualmente. Em lugares onde não chove muito e tem
muita poeira, o recomendável será a manutenção de 6 em 6 meses. De uma forma simples, basta
olhar para os seus painéis solares e verificar se eles estão muito sujos. Caso sim, está na hora de
passar um pano molhado neles. À medida que os painéis ficam mais sujos, sua produção de
energia diminui. Uma pequena quantidade de sujeira, como por exemplo uma camada fina de
poeira, poderá causar apenas uma pequena perda na produção de energia do painel fotovoltaico,
chegando em até 5%. No entanto, quando os painéis solares ficam “encardidos”, como em uma
casa perto de uma avenida grande, em uma área agrícola ou em um local que não recebe chuvas
regulares, a perda de produção de energia solar fotovoltaica pode ser superior a 20%.
Normalmente, uma boa chuva pesada, deve limpar os seus painéis solares.
23.4. Como limpar os seus painéis solares

Segurança sempre em primeiro lugar! Siga o procedimento para desligar o seu sistema
fotovoltaico antes da manutenção. (A empresa que instalou é responsável por deixar um
manual ou, no mínimo, te dar uma boa explicação de como proceder para desligar o sistema.
Não se preocupe, é simples!).

23.5. Cuidados a ter ao limpar os painéis solares

Para efetuar a limpeza dos seus painéis solares, deve ter sempre em conta a sua segurança, como
tal há que:
• Sempre que possível, evitar subir ao telho, recorra a uma vassoura com cabo extensível,
para fazer a limpeza do painel solar.

• Se tiver mesmo que subir ao telhado, use uma corda de segurança presa por exemplo à
chaminé, assim tem um ponto de segurança caso escorregue.

• Leia sempre as instruções de manutenção do painel solar, para saber o que podem ou
não limpar e com que produtos.

• Use o equipamento com cuidado. Sem aplicar e sem bater nos painéis.

ATENÇÃO: Não use objetos metálicos ou produtos abrasivos para remover a sujeira. Riscar
o vidro de um painel solar pode afetar seu desempenho e a segurança dele. Pergunte ao seu
instalador qual produto usar. O ideal é sempre usar apenas água.

IMPORTANTE: Se não for possível limpar os painéis do chão, não tente acessar o telhado, a
menos que tenha o equipamento de segurança apropriado e o treinamento.
23.6. A melhor hora do dia para limpar os seus painéis solares

Limpe seus painéis solares em um dia nublado, no início da manhã ou à noite. Se o sol estiver forte,
a água utilizada pode evaporar rapidamente dificultando a limpeza.

O amanhecer pode ser um momento particularmente bom para a manutenção: O orvalho durante a
noite provavelmente terá “amolecido” a sujeira assim facilitando o processo de limpeza. Desta forma
você precisará usar menos água e menos energia para limpar seus painéis solares.

23.7. O que não usar para limpar os painéis solares

Nem todo o tipo de produtos é ideal para limpar os painéis solares. Assim não deve usar abrasivos,
pois os painéis solares têm um revestimento sensível a arranhões, sendo que, se esse revestimento
sofrer danos, irá diminuir a eficiência do painel, bem como acumular mais sujidade e poeira.

Caso tenha dúvida quanto aos produtos que se podem usar para limpar os painéis solares,
recomendo que fale com o fornecedor, caso não consiga falar com ele, use apenas água e um pano.

Não esqueça ainda de enxaguar abundantemente o painel solar, para remover todas as sujidades,
e depois de o limpar, o ideal seria secá-lo com recurso a um pano macio para evitar a acumulação
de cálcio a partir da água evaporada!

Aumento de Eficiência após limpeza de painel solar fotovoltaico


24. Descritivo Técnico

24.1. Considerações gerais

A documentação do projeto de um Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (SFCR) deve descrever


de modo claro as principais características técnicas dos equipamentos que o compõem, a
arquitetura do sistema e o seu dimensionamento, incluindo as informações do projeto, da instalação
elétrica e os documentos necessários para formalizar a solicitação de acesso à rede de distribuição
pública de energia elétrica.

De modo geral a documentação é formada por manuais, formulários, memoriais de cálculo,


desenhos técnicos (plantas) e relatórios que reúnem as informações de modo estruturado e
organizado.

24.2. Referências Normativas e Regulamentares

Existe um amplo conjunto de normas e regulamentos que estão relacionados direta ou


indiretamente com a documentação, os testes de comissionamento e a inspeção de SFCR. Neste
texto serão abordadas as exigências mínimas para realizar estas tarefas.
Também deverão ser observadas, caso a caso, as eventuais necessidades de ampliação das
referências normativas adotadas no projeto de modo a atender as demandas específicas do cliente
ou visando o cumprimento pleno de normas e regulamentos locais.
Neste texto serão adotadas as seguintes referências normativas:

• Norma IEC 62446:2009 – Grid connected photovoltaic systems – Minimum requirements


for system documentation, commissioning tests and inspection (Sistemas Fotovoltaicos
Conectados à Rede – Requisitos mínimos para a documentação do sistema, testes de
comissionamento e inspeção).
• Norma IEC 60364-6:2006 – Low-voltage electrical installations – Part 6: Verification
(Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Parte 6: Verificação).
• Norma ABNT NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

Serão consideradas, também, as seguintes disposições regulatórias (de âmbito nacional) da


Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL):

• Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional –


PRODIST, Módulos 1 e 3.
• Resolução Normativa número 482/2012.
• Resolução Normativa número 517/2012.

Além dessas normas, é necessário se referenciar às normas próprias da concessionaria de energia


elétrica, em especial à Norma de Acesso ao Sistema de Distribuição para Micro ou Minigeração
Distribuída (que é o nome genérico sugerido pela ANEEL e adotado pelas distribuidoras) e à Norma
de Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária de Distribuição, para os SFCR’s
ligados em baixa tensão, ou a Norma de Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de
Distribuição, para os SFCR’s ligados em média tensão.
A síntese de informações aqui apresentada não dispensa o responsável pelo projeto de tomar
conhecimento dos textos integrais das normas vigentes; tanto a normas de nível nacional (ou
internacional), quanto as normas próprias de cada distribuidora.
24.3. Objetivos

Objetivo principal deste documento é enorme os subsídios necessários para se produzir a


documentação técnica apropriada para assegurar, a longo prazo, o desempenho e a segurança da
operação de manutenção do SFCR e de seus subsistemas.

Inicialmente é preciso considerar que os Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede têm uma
expectativa de vida útil de mais duas décadas. Ao longo desse período os procedimentos de
manutenção exigidos são relativamente simples e, geralmente, muito baratos.
Entretanto, durante o extenso tempo de operação de um SFCR, podem ser necessárias obras de
manutenção nos telhados, a troca do local onde o sistema está instalado, a venda do imóvel, a
realização de modificações na instalação elétrica da edificação, além de outros eventos.
Essas potenciais demandas reforçam a necessidade de um acervo técnico que seja adequado para
garantir a correta operação e manutenção do sistema.

24.4. Exigências documentação do sistema

A documentação do SFCR deve estar organizada e estruturada de modo que as suas informações
possam ser compreendidas como uma sequência lógica de dados conforme é sugerido no diagrama
a seguir.

24.5. Dados Preliminares

A estrutura desta seção pode ser apresentada em 3 subseções: as informações básicas do SFCR,
a identificação do designer e a identificação do instalador.

24.6. Informações básicas do SFCR

As informações básicas que visam identificar o projeto do ponto de vista geral devem ser
apresentadas na folha de rosto da documentação e devem conter, no mínimo, os seguintes dados:

• Identificação do projeto,
• Potência máxima nominal do SFCR,
• Especificações dos módulos FV e Inversores (fabricante, modelo e quantidade),
• Data (ou previsão) de instalação do SFCR,
• Data (ou previsão) do comissionamento do SFCR,
• Nome do cliente,
• Endereço completo da instalação: algumas concessionárias solicitam as coordenadas
geográficas, para melhor identificação do alimentador e do transformador que atendem à
unidade consumidora. Isso é devido às mudanças de logro, CEP, etc., que nem sempre são
alteradas nos bancos de dados das distribuidoras, na mesma velocidade em que são
alteradas nas prefeituras e correios; um dos motivos de falta de entrega de faturas de
energia, também. Essas informações são muito fáceis de serem obtidas hoje em dia, através
dos aplicativos de GPS dos celulares e Tablets, ou mesmo através dos serviços de mapas
do Google Inc. (maps.google.com).
Informações adicionais que sejam relevantes para a identificação geral do projeto podem ser
incluídas a critério do designer. É comum adicionar-se informações climatológicas, como
temperaturas (medias e máximas) e umidade relativa do ar; a justificativa é a influência de tais
condições climatológicas no funcionamento dos equipamentos e condutibilidade dos cabos. Essas
informações são relativamente fáceis de serem obtidas, no site do Instituto nacional de Meteorologia
– INMET (www.inmet.gov.br).

24.7. Identificação do Projetista do SFCR

Esta subseção da documentação visa identificar adequadamente o(s) profissional(is)


responsável(is) pelo projeto do SFCR. Caso haja mais de uma empresa responsável pelo design
do sistema, as informações listadas a seguir deverão ser fornecidas para cada uma das empresas
envolvidas, especificando-se individualmente as atribuições de cada uma dentro do projeto.
Devem ser fornecidas, no mínimo, as seguintes informações:

• Identificação da empresa prestadora do serviço (razão social, nome fantasia e CNPJ),

• Identificação do responsável técnico pelo projeto do SFCR (nome, número de registro


junto ao CREA),
• Endereço, telefone e e-mail de contato do responsável técnico pelo design do SFCR.

A reunião de empresas em torno de um projeto pode ser necessária quando, por exemplo, tal projeto
envolva necessidade de cálculo estrutural para a fixação do SFCR (que deverá ficar a cargo de
profissionais da engenharia civil ou mecânica) e adequação arquitetônica. O responsável-técnico
pelo projeto deve possuir registro no conselho de classe (CREA), e seu número de registro deve
ser apresentado.

24.8. Identificação do instalador do SFCR

Nesta subseção deve-se identificar a equipe de profissionais responsáveis pelo processo de


instalação do SFCR (execução da fixação do SFCR, instalação do inversor e serviço de
interconexão do inversor e adequação da instalação elétrica).
Deve-se apresentar, minimamente, as seguintes informações:

• Identificação da empresa prestadora do serviço (razão social, nome fantasia e CNPJ),


• Identificação do responsável técnico pela instalação do SFCR (nome, número de
registro junto ao CREA),
• Endereço, telefone e e-mail de contato do responsável técnico pela instalação do
SFCR.

É imprescindível a apresentação da anotação de responsabilidade técnica (ART) do serviço de


instalação. Algumas distribuidoras exigem que a ART seja de projeto e instalação.

24.9. Descritivo Técnico e Diagramas

Esta seção deve trazer a descrição e desenhos técnicos do SFCR. Devem ser apresentados de
modo temático, tanto na versão original de projeto quanto na versão “as built” (a versão que registra
o sistema e suas partes “como construído”, isto é, representando a situação das plantas da
instalação elétrica e da montagem mecânica que foram alteradas em relação à versão original
durante a implementação do projeto), quando o SFCR já tiver sido instalado.
24.10. Especificações gerais do arranjo fotovoltaico

As especificações gerais do arranjo fotovoltaico devem apresentar todas as informações


necessárias para a correta identificação dos seus elementos bem como o subsídio dos
procedimentos de teste e de substituição que se façam necessários.
As informações a serem apresentadas são basicamente:

• Tecnologia dos módulos fotovoltaicos empregados (silício cristalino, filme fino de silício
amorfo, CIS, CIGS, etc.).
• Fabricante dos módulos fotovoltaicos,
• Modelo dos módulos fotovoltaicos,
• Número de módulos por string do arranjo fotovoltaico,
• Número de strings do arranjo fotovoltaico,
• Número total de módulos no arranjo fotovoltaico.

Caso o designer identifique qualquer informação adicional sobre o arranjo fotovoltaico que se faça
relevante deve relatá-la nesta seção.

24.11. Arquitetura do arranjo fotovoltaico

Esta subseção deve apresentar os diagramas com as interconexões elétricas que definem a
arquitetura do arranjo fotovoltaico. Também devem ser fornecidos:
• Especificação do cabeamento e da conectorização utilizados nas interconexões das
• Strings (bitola dos cabos e sua tensão de isolação e tipo de conectores utilizados),
• Localização da caixa de junção do arranjo (se aplicável),
• Especificação da chave seccionadora do circuito de corrente contínua:
• Localização do elemento na instalação (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tensão máxima nominal de operação,
• Corrente máxima nominal de operação.
• Especificações dos dispositivos de proteção elétrica contra sobrecorrente do arranjo:
• Localização do elemento (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tipo de dispositivo (fusível ou disjuntor CC),
• Tensão máxima de operação do dispositivo,
• Corrente nominal de interrupção.
• Especificações dos dispositivos de proteção elétrica contra sobretensões transientes do
arranjo:
• Localização do elemento (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tipo de dispositivo (varistor ou spark gap),
• Tensão nominal de atuação do dispositivo,
• Capacidade de corrente de atuação.

Outros dados correlacionados podem ser incluídos na subseção a critério do designer.


24.12. Especificações das strings do arranjo fotovoltaico

Esta subseção é formada basicamente pelas descrições e/ou desenhos técnicos que detalham as
strings (fileiras) de módulos fotovoltaicos que compõem o arranjo.

Deve apresentar as seguintes informações,

• Especificação do cabeamento e da conectorização utilizados nas strings (bitola dos


cabos e sua tensão de isolação e tipo de conectores utilizados),
• Especificações dos dispositivos de proteção elétrica contra sobrecorrente da string:
o Tipo de dispositivo (fusível ou disjuntor),
o Tensão máxima de operação do dispositivo,
o Corrente nominal de interrupção.
• Especificações do diodo de bloqueio (se houver).

24.13. Especificações do Inversor Interativo à Rede

Deve-se identificar adequadamente o(s) Inversor(es) Interativo(s) do SFCR, com, no mínimo as


seguintes informações:

• Fabricante,
• Modelo,
• Topologia (com ou sem transformador),
• Tipo de conexão à rede (monofásico/bifásico, ou trifásico),
• Tensão nominal de funcionamento, tanto em C.C., quanto em C.A.,
• Limites de tensão (mínima e máxima) de funcionamento, tanto C.C. quanto C.A.,
• Frequência nominal de funcionamento,
• Faixa de frequência de funcionamento,
• Fator de potência nominal (de fábrica)
• Faixa de fator de potência (ajustável),

Essas informações estão nas folhas de dados (datasheets) do fabricantes; deve-se tomar o cuidado
de não utilizar informações genéricas, mas sim os dados referentes ao modelo que será utilizado
no projeto.
Deve-se informar, também, os ajustes das configurações de funcionamento do inversor, conforme
os limites da rede de distribuição; esses limites podem ser obtidos ao se fazer uma Consulta de
Acesso.

24.14. Aterramento Elétrico e Sistema de Proteção Contra Descargas


Atmosféricas

A documentação referente ao sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e ao


aterramento elétrico deve registrar pelo menos as seguintes informações:

• Detalhes sobre o sistema de aterramento da instalação elétrica (eletrodo de aterramento e


elementos condutores):
• Bitola dos condutores de aterramento (condutores PE, condutores para referência de
sistemas, rabichos de aterramento e condutores de equipotencialização do arranjo),
• Pontos de conexão da rede de condutores de aterramento,
• Disposição dos condutores de aterramento no arranjo fotovoltaico.
• Detalhes sobre todas as eventuais conexões a um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas.

O projetista deve considerar nesta subseção as disposições previstas nas norma ABNT NBR
5419:2005 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas e ABNT NBR 5410:2004 –
Instalações Elétricas de Baixa Tensão no seu item 6.4.1.

24.15. Subsistema de corrente alternada

Esta subseção deve documentar os elementos que estão relacionados com a conexão entre o
inversor interativo do SFCR e a rede pública de distribuição de energia elétrica.

• Especificações dos dispositivos de manobra e proteção elétrica contra sobrecorrentes


(curto-circuito e sobrecarga) na conexão CA (disjuntor termomagnético);
• Localização do elemento (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tensão máxima de operação,
• Corrente nominal de atuação,
• Curva de atuação (B ou C).
• Especificações dos dispositivos de proteção elétrica contra sobretensões transientes na
conexão CA:
• Localização do elemento (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tipo de dispositivo (varistor ou spark gap),
• Tensão nominal de atuação do dispositivo,
• Capacidade de corrente de atuação.
• Especificações dos dispositivos de proteção elétrica contra correntes de fuga à terra na
conexão entre o inversor e a rede pública de distribuição de energia elétrica:
• Localização do elemento (quadro, caixa ou painel onde estiver fixado),
• Tipo de dispositivo (Disjuntor Diferencial Residual ou Interruptor DR),
• Corrente residual nominal de atuação do dispositivo.

24.16. Manuais e folhas de dados dos componentes do SFCR

Devem ser anexadas a esta seção as folhas de dados (datasheets) e manuais dos componentes
do sistema. Minimamente devem estar presentes:

• As folhas de dados, elaboradas pelo fabricante conforme as recomendações da norma IEC


61730:2013 – Photovoltaic (PV) module safety qualification, de todos os modelos de
módulos fotovoltaicos que tenham sido utilizados para formar o arranjo fotovoltaico.
• As folhas de dados e os manuais de operação do (s) inversor (es) interativo (s) que tenham
sido empregados no projeto.
• Certificados de conformidade do(s) inversor(es) interativo(s) utilizado(s).

24.17. Informações da montagem mecânica

Esta seção deve conter as informações essenciais para o reconhecimento das montagens
mecânicas existentes. Isso inclui:

• Sistema de montagem e fixação dos painéis fotovoltaicos,


• Sistema de fixação do inversor interativo,
• Sistemas de fixação dos quadros, caixas e painéis da instalação elétrica do SFCR.
De modo geral devem estar claros os procedimentos de montagem e desmontagem dos sistemas.

24.18. Informações de Operação e Manutenção

As informações relevantes para a operação e a manutenção do SFCR devem ser apresentadas


nesta seção para instruir tanto o usuário do sistema quanto a equipe técnica responsável por rotinas
técnicas. Devem ser especificados:

• Procedimentos para a verificação da correta instalação do sistema;


• Check-list dos procedimentos a serem seguidos em caso de falha do SFCR;
• Procedimentos para desligamento (parada) de emergência do SFCR e para o seu
isolamento;
• Recomendações de limpeza e manutenção de todos os elementos do SFCR;
• Considerações sobre quaisquer trabalhos futuros previstos para a edificação que se
relacionar com o SFCR (por exemplo, rotinas de manutenção do telhado);
• Documentos de garantia dos módulos fotovoltaicos e dos inversores, incluindo o registro da
data de início da operação e do período de garantia;
• Documentos de garantia de mão-de-obra e de garantia contra intempéries (se houver).

24.19. Estimativas de Geração e Rendimento

São poucas as concessionárias que pedem informações sobre as estimativas de geração (energia
e potência) do SFCR, mas é interessante fornecer essa informação. É recomendável ressalvar a
natureza variável da energia solar, o que pode provocar variações muito extremas nas expectativas
de geração.
Referências

Portal da Energia - https://www.portal-energia.com

Agência nacional de energia elétrica – ANEEL – Resolução nº 482, de 17 de abril de 2012 - REN 482/2012. - http://
www2.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

• ABNT NBR 10899:2013 - Energia solar fotovoltaica — Terminologia


• ABNT NBR 14201:1998 - Acumulador alcalino de níquel-cádmio estacionário – Especificação
• ABNT NBR 16149:2013 - Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede
elétrica de distribuição.
• ABNT NBR 16150:2013 - Sistemas fotovoltaicos (FV) — Características da interface de conexão com a rede
elétrica de distribuição — Procedimento de ensaio de conformidade.
• ABNT NBR 16274:2014 - Sistemas fotovoltaicos conectados à rede — Requisitos mínimos para documentação,
ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho.
• ABNT NBR 16612:2017 - Cabos de potência para sistemas fotovoltaicos, não halogenados, isolados, com
cobertura, para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores - Requisitos de desempenho.
• ABNT NBR IEC 62116:2012 - Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para inversores de sistemas
fotovoltaicos conectados à rede elétrica.

Atlas Brasileiro de Energia Solar - 2ª edição - http://ftp.cptec.inpe.br/labren/publ/livros/Atlas_Brasileiro_Energia_Solar_


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Atlas Solarimétrico do Brasil - http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Atlas_Solarimetrico_do_Brasil_2000.pdf

CRESESB (Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito), http://www.cresesb.cepel.br

Energias Renováveis - https://www.bebee.com/producer/@helder-diniz/energia-renovavel-25367

Duffie, John A.; Beckman, William A. - John Wiley & Sons - Solar Engineering of Thermal Processes 4th Edition

Manual de engenharia para Sistemas Fotovoltaicos – CEPEL – CRESESB – Rio de Janeiro – Março 2014

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ftp.ci.ifes.edu.br/eletromecanica/julio/Fotovoltaicos/M%C3%B3dulo%202%20-%20Salto/2_Segunda-feira/Memorial %20
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