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O filme “Tainá: uma aventura na Amazônia” conta a história de uma menina indígena que

vive na Floresta Amazônica e tenta salvar um macaco das garras de traficantes de animais.
Assim como retratado nas telas, na contemporaneidade brasileira, muitos animais exóticos
são removidos de seu habitat por criminosos. Nesse sentido, é válido analisar de que forma a
falta de debate e a inoperância governamental se impõem como obstáculos no
enfrentamento dessa prática cruel.
A princípio, é importante destacar o silenciamento dessa temática como um fator que atrasa
a imposição de caminhos para o combate ao tráfico de animais silvestres. A socióloga Djalma
Ribeiro explica que é preciso retirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam
promovidas. Porém, há uma insuficiência na abordagem no que tange o comércio ilegal, visto
que esse é discutido de maneira escassa nas mídias de massa e nas escolas, o que resulta em
desinformação e desinteresse da população. Logo, como afirma a pensadora, urge retirar essa
realidade da invisibilidade para atuar sobre ela.
Em paralelo, é notável que o Estado falha na elaboração de estratégias de enfrentamento à
comercialização da fauna silvestre. Isso ocorre, sobretudo, pela fiscalização insuficiente e
punição legal ínfima, o que promove a impunidade e a reincidência desses infratores. Á vista
disso, como ratifica o jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein em sua teoria da “Cidadania de
Papel”, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm,
sobretudo, ao plano teórico, isto é, apesar de a Constituição Federal criminalizar o comércio
da fauna selvagem, predomina a limitação prática desse texto legal. Portanto, torna-se
imprescindível inverter essa lógica e garantir o direito desses animais.
Em suma, verifica-se que, embora o comércio ilícito da fauna exótica exija medidas de
combate urgentes, a problemática encontra-se silenciada e negligenciada pelo Estado. Para
mitigar esse óbice, o Ministério do Meio Ambiente deve promover campanhas publicitárias e
palestras escolares que propaguem o conhecimento sobre a fauna e a gravidade do seu
contrabando, a fim de incentivar a população a preservar essa riqueza natural. Ademais, cabe
ao Governo Federal redirecionar verbas aos órgãos responsáveis pela fiscalização e punição
desses crimes, visando aumentar o contingente de profissionais, e, por conseguinte, controlar
as ocorrências do delito. Assim, como a pequena Tainá, o Brasil estará salvando e protegendo
seus animais silvestres.

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