Você está na página 1de 2

Tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais tem como intuito o rendimento pecuniário, compra e vendas de animais
silvestres, ou seja, a comercialização ilegal de espécies retiradas da natureza. 

O crime de tráfico de animais silvestres está inserido no inciso III do artigo 29 da lei, que proíbe
a venda, exportação, aquisição, guarda em cativeiro ou transporte de ovos ou larvas, sem a
devida autorização. A pena prevista para os crimes é de detenção de 6 meses a 1 ano e multa,
podendo ser dobrada em caso de: crime praticado contra espécie em extinção; em período de
proibição de caça; durante a noite; com abuso de licença; dentro de unidade de conservação;
e, quanto utilizado método ou instrumento capaz de provocar destruição em massa. No caso
de crime decorrente de caça profissional, a pena pode ser aumentada em 3 vezes. A lei traz
ainda a definição do que são os animais silvestres, conforme parágrafo 3º do mesmo artigo 29:
animais que pertencem às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras. O Brasil possui uma enorme
biodiversidade, sendo rico em espécies de fauna variadas, o tráfico de animais silvestres
ameaça toda essa riqueza natural, sendo as penas existentes brandas e sua eficácia reduzida, e
muitas das vezes não surtindo efeito no caso concreto.  O direito ambiental é de suma
importância para preservação e conservação do equilíbrio ecológico, possuindo para isso a
aplicabilidade de normas penais, que possui como objetivo inibir a destruição e ocorrência de
ilícitos contra grande biodiversidade existente. O tráfico de animais silvestres é o terceiro
maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas, todos os
anos são retirados das matas milhares de animais para movimentar esse mercado, sendo esse
um dos motivos para grande destruição no que tange a fauna brasileira, um ato ilício e cruel,
que através do sofrimento dos animais tem como objetivo a satisfação financeira dos
traficantes. Porém, quando se trata de punições, depara-se com a branda aplicabilidade das
normas, e muitas das vezes não tipificada no ordenamento jurídico, não cumprindo o papel
fundamental que é a inibir e coibir a prática desses atos delituosos contra a fauna. Deve se
atentar na grande importância da fauna para o equilíbrio do ecossistema, e para isso se faz
necessário um todo não elementos individualizados, não pode existir nos dias de hoje o
pensamento antropocêntrico, sendo o homem centro de tudo. O Brasil por ser um vasto país
nota-se a dificuldade de fiscalização, sendo nítido também o descaso da sociedade em relação
ao tema, quando movimentam o comércio com a compra desses animais, não dando
prioridade para um estabelecimento credenciado para tal atividade, falta conscientização. 

A pessoa que adquire um animal silvestre por qualquer meio, ou por uma feira, por exemplo,
talvez não tenha consciência de que está alimentando o tráfico, talvez acredite que sejam
todos legalizados, e por serem animais tão belos, e diversificados acabam adquirindo e
alimentando toda essa cadeia e círculo vicioso. 

De acordo com a lei 5197 de 3 de janeiro de 1967 a detenção para quem não cumprir a lei é de
seis meses a um ano e multa diante disso A partir dessa lei agressão contra a fauna foi
considerada contravenção penal. houveram muitas manifestações naturalistas até que em
julho de 1934 foi publicado um decreto de número 24.645 onde eram proibido transportar
negociar ou caçar em qualquer época do ano podendo apenas para fins científicos, foi proibida
comercialização exceto para criadores legalizados E no caso da caça só estava permitido para
os que não fossem nocivos à saúde humana e a agricultura, mesmo com lei no Estado do
Amazonas ainda continuavam com consumo de possuir animais silvestres em casas como
animais doméstico.
O caso de Carlinhos das araras, comentando anteriormente na seção “Grupos Sociais
Envolvidos do Tráfico”, continua sendo comum. Ele foi condenado a sete anos de prisão, mas
só ficou oito meses na cadeia. É apenas um dos vários exemplos de que a lei não é cumprida
com rigor e por esse motivo as pessoas não levam a sério esta lei.
Outra falha na lei aconteceu na Bahia, onde o Juiz Federal da Primeira Vara do Estado da Bahia
absolveu três pescadores, presos em flagrante, matando uma tartaruga marinha da espécie
Caretta caretta. O juiz disse que as tartarugas faziam parte da fauna “marinha” e não da
“silvestre”. O juiz disse ser desinformado a respeito das espécies ameaçadas de extinção
(Rocha 1995). Nesta lei deveria vir a definição de fauna silvestre, já que parte da população
não sabe distinguir esses termos.
A Lei passa a dizer que a caça feita em estado de necessidade para saciar a fome, proteger
lavouras, desde que seja autorizada pela autoridade competente e caso o animal seja nocivo,
passa a não ser mais crime (Brasil 1998).
O tráfico de animais silvestres não é apenas uma ameaça destrutiva para as espécies
de animais e para a preservação da biodiversidade brasileira.

De 60 a 70% das doenças existentes no mundo são doenças zoonóticas, tendo o animal
como agente causador, como vetor, transmissor ou reservatório

Você também pode gostar