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animais silvestres.
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Dalton Araujo Antunes
Resumo
Os animais silvestres sempre tiveram um importante papel nas tribos indígenas, como
alimentação, questões culturais, e utilização de seus produtos para confecção de flechas,
cocares, rituais e diversos outros hábitos, mas essa utilização era de forma sustentável sem
comprometer nossa biodiversidade.
Contudo com o descobrimento do Brasil, a fauna brasileira passou a ser vista como um
produto comercial o qual era considerado inesgotável.
Em 1988 foi criado o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, que atualmente controla a criação e conservação de animais silvestres no
Brasil, através de legislação específica que deve ser seguida criteriosamente.
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Zootecnista, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA-
Sede / UPIS – Faculdades Integradas.
dalton.antunes@bol.com.br
The importance of legal trade in wild animals in comparison with
illegal trade
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Dalton Araujo Antunes
Abstract
It is estimated that illegal trade in wild animals accounts for 10-20 billion dollars
a year around the world (Webb, 2001). Hence, breeding in captivity for commercial
purposes has a significant consumer market since in many cases the demand ends up
being fulfilled by illegal trade.
Wild animals have always played a key role in indigenous tribes; a role
associated to aspects such as nourishment, culture, use of products to develop arrows
and headdresses, rituals, and several other habits. But this use was sustainable and did
not jeopardize our biodiversity.
However, after Brazil was discovered, the Brazilian fauna started to be
considered as a commercial product that was endless.
Until the early 1960s, no legislation was in place to curb the capture of wild
animals in Brazil. Only in 1965, based on the Brazilian Forest Code, was this banned,
which changed the way wild animals were used.
In 1988, IBAMA - Brazilian Institute for the Environment and Renewable
Natural Resources was established. The Institute currently controls the breeding and
conservation of wild animals in Brazil by means of specific and strict legislation.
Therefore, a need exists to learn about the characteristics of the Brazilian fauna
so that we can make the most out of it in a sustainable manner. We need to learn more
about illegal trade, which is a major factor of destruction since it poses significant
competition to legal breeding centers that help preserve the Brazilian biodiversity.
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Zootecnista, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA-
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Introdução
O Brasil está entre os cinco países com maior biodiversidade no mundo. A Mata
Atlântica abriga 27% das espécies de plantas conhecidas no planeta. O Cerrado é a
savana mais rica entre todas existentes e cerca de 40% de suas plantas são endêmicas.
Na Caatinga este número chega a 30% das espécies arbóreas e arbustivas descritas. O
Pantanal é a maior planície inundável do planeta e a Floresta Amazônica é a maior
floresta tropical remanescente em todo o globo, detentora de 10% da água doce
disponível no mundo (Carvalho e Câmara, 2002).
Segundo o Primeiro Relatório Nacional para a Convenção da Diversidade
Biológica (MMA, 1998), o Brasil é o país que apresenta a maior diversidade biológica
do planeta. Sendo o mais rico dentre os países de megadiversidade, detendo entre 10 e
20% do número total de espécies do planeta.
O Brasil possui o maior número de espécies conhecidas de mamíferos, peixes
ducícolas e plantas superiores, o segundo em riqueza de anfíbios, terceiro em aves e
quinto em répteis. Quanto a sua diversidade de espécies endêmicas, em todos os grupos
citados, o país está entre os cinco primeiros, e no conjunto destes grupos, o Brasil ocupa
mundialmente a segunda posição (Mittermeier et al., 1997). Cerca de 200.000 espécies
já foram descritas para o Brasil. Estima-se que a biodiversidade do país seja composta
por um número 6 a 10 vezes maior, ou seja, aproximadamente 2 milhões de formas de
vida. (Lewinsohn & Prado, 2000).
Outro aspecto a considerar, é que vários componentes da biodiversidade
brasileira hoje estão tão ameaçados, que só poderão persistir com a intervenção humana,
por meio do manejo de populações de espécies nativas ou de comunidades e
ecossistemas naturais. Esse manejo é possível com o conhecimento das espécies e
processos ecológicos que sofrerão a intervenção (Carvalho e Câmara, 2002). É quando
se ressalta o importante papel do zootecnista ou técnico da área para que se possa ter um
conhecimento das espécies quer seja para a utilização do animal para produção ou para a
conservação.
Essa riqueza sempre gerou a idéia de que a biodiversidade brasileira é abundante
e inesgotável, e por isso vem sendo explorada de forma desordenada e predatória, desde
os tempos coloniais (Carvalho e Câmara, 2002).
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Apesar dessa posição privilegiada são constatados um rápido declínio das
populações de animais e o crescente risco de extinção de espécies.
No dia 27 de maio de 2003 o Ministério do Meio Ambiente publicou a nova
lista da fauna silvestre brasileira ameaçada de extinção (In MMA nº03/03), a qual possui
cerca de 400 espécies.
Dentre os fatores que contribuem para o desaparecimento de determinadas
espécies podemos citar a destruição de seus habitats, crescente ocupação humana,
exploração econômica descontrolada e o tráfico de animais silvestres, que por sua vez
tem um papel relevante (Le Duc, 1996).
Para que seja possível a utilização racional dos recursos faunísticos antes de tudo
é necessário conhecer os fatores que os destroem, entre eles o comércio ilegal de
animais silvestres. Além disso, torna-se premente o engajamento de toda sociedade em
adquirir animais de criadouros legalizados, contribuindo assim para que não exista a
retirada de animais da natureza de forma ilegal.
Norte
Norte Nordeste
Sul 20%
26% Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Nordeste
14%
Sudeste
15%
Centro-Oeste
25%
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procura de determinada espécie pode ocorrer devido a diversos fatores, como cultural ou
até mesmo por “modismo do momento” que existe um grande estimulo e propaganda
por determinada espécie por um determinado período, podendo este se manter no
mercado ou não.
Sempre antes de iniciar a criação comercial de determinada espécie é necessário
avaliar diversos fatores, desde se existe uma tendência do produto se estabelecer no
mercado, não correndo o risco de realizar gastos com instalações e implantação de uma
infra-estrutura que poderá vir a ser desativada logo após a tendência imediata do
mercado, assim como a questão legal da atividade se já está bem definida sua
autorização para criação comercial.
Apesar da criação de animais silvestres parecer simples é necessário estar atento
a diversos fatores, em especial a questões legais e para isso é ideal que se tenha um
técnico especializado na área .
Na realidade ainda há uma carência de técnicos especializados na área de
animais silvestres se comparado a outras áreas como suinocultura e bovinocultura, por
exemplo. Infelizmente isso acarreta uma grande quantidade de projetos de criadouros
comerciais que não são bem elaborados e acabam não sendo aprovados pelo IBAMA
por não seguirem todas as regras exigidas em portaria. Outro fato é a falta de
planejamento adequado na produção e criação de animais silvestres, devido ainda ser
uma novidade, principalmente nas grandes cidades. Acaba um criadouro comercial
produzindo como deveria, contudo não tendo saída para seu produto. Isto normalmente
ocorre devido a falta de estudo do mercado e um “Plano de Negócios” que possa
viabilizar a venda de sua produção.
Atualmente encontramos em São Paulo e em outras capitais como Brasília a
venda de carnes silvestres em açougues especializados, que chegam a custar em média
R$ 24,00 a R$ 30,00/kg e chegam a ser vendida em restaurantes no valor em média de
R$ 45,00 a R$ 60,00 o prato. Já animais vivos como alguns psitacídeos, podem custar
em média de R$ 1.200,00 a R$ 3.000,00 a espécime.
Ainda questiona-se o porquê de existirem poucos açougues e casas que
comercializam animais silvestres. Um dos motivos que podemos levar em consideração
é a questão burocrática que existe e é necessária. A Portaria n° 117-N, de 15 de outubro
de 1997 normatiza a comercialização de animais vivos, abatidos, partes e produtos da
fauna silvestre brasileira provenientes de criadouros devidamente registrados junto ao
IBAMA, com a finalidade econômica e industrial. A pessoa jurídica com a intenção de
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comercializar animais vivos, abatidos, partes e produtos, deverá necessariamente
registrar-se no IBAMA na categoria de Comerciante de Espécimes da Fauna Silvestre
Brasileira e Exótica, Partes e Produtos.
Estamos destacando criadouros comerciais devido serem o foco principal da
produção de animais para atender o mercado de espécimes vivas ou abatidas. Contudo,
existem também outras categorias de criadouros como os conservacionistas e
científicos.
Criadouro Comercial regulamentado pela Portaria n° 118 de 15 de outubro de
1997, pessoa física ou jurídica que possui área e instalações capazes de possibilitar a
criação e a recria de espécimes da fauna silvestre ou exótica em cativeiro para atender o
mercado. Excetuam-se desta Portaria: peixes, invertebrados aquáticos, Jacaré-do-
Pantanal (Caiman crocodilus yacare), Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemys expansa),
Tracajá (P. unifilis), insetos (ordem Lepdoptera) e outras tratadas em portarias
específicas.
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considerados improdutivos, podem ser comercializados abatidos, através de
autorização expressa do IBAMA.
• É proibida a soltura aleatória dos animais.
• O criadouro que possuir autorização para manter em seu plantel espécies
constantes da Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção ou pertencentes
ao Anexo I da CITES – Convenção Internacional Sobre o Comércio da Fauna e
Flora Selvagens em Perigo de Extinção, só poderá iniciar a comercialização no
mercado interno a partir da geração F2, comprovadamente reproduzida em
cativeiro.
• O transporte em todo o Território Brasileiro de animais vivos, partes, produtos e
subprodutos originários de criadouros comerciais e jardins zoológicos
devidamente legalizados junto ao IBAMA será permitido quando acompanhado
da Nota Fiscal que oficializou o comércio e da Guia de Trânsito Animal - GTA
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, quando se tratar de transporte
interestadual de animais vivos.
• Para o transporte internacional, além dos documentos já mencionados, deve ser
solicitado ao IBAMA no Estado onde residir, a expedição de Licença de
Exportação, conforme Portaria específica
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• Criadouros com animais da fauna silvestre brasileira ameaçada de extinção,
devem colocar os animais à disposição do IBAMA para programas de
reintrodução, acasalamentos em Criadouros Científicos e/ou Zoológicos, sempre
que solicitado.
Legislação de fauna:
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Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998: Lei de Crimes Ambientais dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente.
Decreto 3.179 de 21 de setembro de 1999: Dispõe sobre a especificação das
sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
Portaria nº 05 de 25 de abril de 1991: Visa estabelecer critérios para o
acasalamento de espécies ameaçadas da Fauna Brasileira mantidas nos Jardins
zoológicos e criadouros científicos, devidamente regularizados no IBAMA.
Portaria n° 139 de 29 de dezembro de 1993: Criadouro Conservacionista.
Portaria n° 16 de 4 de março de 1994: Trata dos objetivos da manutenção e
criação de animais silvestres brasileiros para subsidiar pesquisas científicas.
Portaria n° 117 de 15 de outubro de 1997: Normaliza a comercialização de
animais vivos, abatidos, partes e produtos da fauna silvestre brasileira
provenientes de criadouros devidamente registrados junto ao IBAMA, com a
finalidade econômica e industrial .
Portaria 118-N de 15 de outubro de 1997: Normaliza o funcionamento de
criadouros de animais da fauna silvestre brasileira com fins econômicos e
industriais e dá outras providências.
Portaria n° 93 de 7 de julho de 1998: Normaliza a importação e a exportação de
espécimes vivos, produtos e subprodutos da fauna silvestre brasileira e da fauna
silvestre exótica.
Portaria n° 142 de 5 dezembro de 1992: Normatiza a criação em cativeiro da
tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), e do tracajá (Podocnemis
unifilis), em criadouros com finalidade comercial, partindo de filhotes, nas áreas
de distribuição geográfica .
Benefício Social
• Acréscimo na oferta de alternativas para a subsistência das populações rurais,
isoladas e tradicionais.
• Aumento na oferta de empregos nas propriedades produtoras de fauna, nas
indústrias de beneficiamento da fauna e produtos e no comércio, local ou
regional.
• Geração de novas tecnologias a serem utilizadas e difundidas em comunidades
rurais organizadas, sobretudo como estímulo na produção de bens e serviços,
como a produção de artesanato e de pratos da culinária local que utilizem os
recursos manejados.
Benefício Econômico
• Proporcionar um acréscimo adicional na renda das pessoas, das famílias e das
comunidades, urbanas ou rurais.
• Criação de um mercado para os produtos da fauna brasileira originados do
manejo que envolva o acesso de animais na natureza e a sua criação, recria e
terminação em cativeiro.
• Atrair capital estrangeiro para investimento no mercado interno voltado ao uso
racional da fauna para a produção de bens e serviços.
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• Acréscimo de divisas e de investimento no ramo do turismo voltado para a
contemplação dos ambientes naturais, das belezas cênicas, da flora nativa, da
fauna em vida livre e da fauna submetida ao manejo.
Efetivos Resultados:
• Disponibilização no mercado interno e externo de produtos obtidos através do
manejo sustentável conforme preceitua o que ficou estabelecido como
compromisso brasileiro na Agenda 21.
• Melhoria nos mecanismos de controle e monitoramento de produtos
comercializados de forma legal.
• Definição de uma política nacional para o manejo de fauna silvestre inserida no
contexto internacional de comércio de fauna e flora silvestres, tendo em vista ser
o Brasil signatário da Convenção Internacional Sobre o Comércio da Fauna e
Flora Selvagens em Perigo de Extinção, CITES, desde 1975.
• Desenvolvimento de sentimento patriótico pelas riquezas naturais do Brasil.
• Maior consciência e interação dos governos e da sociedade sobre as
responsabilidades que envolvem o acesso e utilização da fauna silvestre de forma
ética.
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dólares no mundo (Webb, 2001), onde o Brasil participa com 10 a 15 % deste valor
(Lopes, 2000).
Os grandes traficantes parecem agir seguindo as práticas do crime organizado,
sendo que 40% do tráfico de animais está associado ao tráfico de drogas (RENCTAS,
2001).
Dentro da cadeia do tráfico de fauna silvestre, o número mais representativo em
quantidade pode ser descrito seguindo a seqüência crescente: coletores, encontrados nas
áreas de captura; pequenos traficantes que possuem depósitos primários, médios
traficantes, e grandes traficantes. Normalmente os coletores são jovens ou crianças que
se dedicam à tarefa de coleta dos animais diretamente da natureza, sendo que na maioria
das vezes estes coletores não possuem condições financeiras. Nesta triste cadeia também
participam eventualmente lavradores e pescadores que repassam os animais capturados
para os caminhoneiros, motoristas de ônibus e a outros que transitam entre as áreas de
captura e os médios e grandes centros urbanos.
CADEIA DO TRÁFICO
“Pequeno traficante”
“Médio traficante”
Coletores
“Grande
traficante” Consumidor
Lopes, 2003
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Nos médios centros urbanos, é possível encontrar os traficantes secundários ou
médios traficantes, que atuam em função do grande mercado atacadista, situado na
Grande São Paulo e no Rio de Janeiro.
Normalmente o fluxo do tráfico funciona com a retirada de animais das regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste e sendo levados principalmente para a região Sudeste
em especial São Paulo e Rio de Janeiro de onde partirão para abastecer o comércio
ilegal internacional.
Já os grandes traficantes possuem acesso ao mercado interno assim como têm
grande acesso ao mercado internacional, sendo que o principal foco destes traficantes
são espécies mais raras que conseqüentemente são mais valorizadas.
De uma forma geral o processo é finalizado por alguns criadores particulares
ilegais que desejam aumentar sua coleção, negociar para outros criadores, vender para
utilização em rinhas e restaurantes de carnes exóticas ou para confecção de artesanatos.
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Modalidade que mais incentiva o tráfico de animais, pois se destina à utilização de
animais para companhia. Ex: Jibóia, Iguana, Arara Vermelha, Macaco Aranha,
Jaguatirica.
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Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagem em Perigo de Extinção – CITES. O Brasil é
signatário da CITES desde 1975, mediante aprovação pelo Decreto Legislativo n° 54, de
24 de junho de 1975, e expedição pelo Decreto n° 76.623, de 17 de novembro do
mesmo ano.
A CITES é gerenciada pela Organização das Nações Unidas e pelo Programa das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente – PNUMA, tendo como objetivo principal
regular o comércio Internacional e prevenir o declínio de espécies ameaçadas ou
potencialmente ameaçadas de extinção.
Espécies de plantas e animais são incluídas em três anexos da Convenção,
dependendo do grau de ameaça a que estão submetidas ou de seu agravamento, como
resultado do comércio internacional. Anexo I – Constam às espécies ameaçadas de
extinção que são ou que possam ser afetadas pelo comércio. Anexo II – Constam às
espécies que embora, atualmente não se encontrem necessariamente em perigo de
extinção, poderão chegar a essa situação, a menos que o comércio esteja sujeito a um
controle rigoroso, o que se dá mediante a emissão de licença pelo país exportador.
Anexo III – Constam espécies que qualquer das partes tenham submetido a
regulamentação dentro de sua jurisdição, objetivando prevenir ou restringir sua
exploração e que, para tanto, necessitem de cooperação das outras partes para o controle
do comércio.
No Brasil, as Agências Ambientais contam com diferentes instrumentos jurídicos
de combate ao tráfico de vida selvagem. Os mais importantes são: a Lei n° 5.197, de 3
de janeiro de 1967; a Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de
1998) e o Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999, que a regulamenta.
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Diante destes fatos torna-se premente a participação de toda a comunidade em
especial de centros de pesquisas para trabalhar na formação de opinião pública assim
como na destinação de animais apreendidos.
Algumas universidades já estão trabalhando através de convênios com o IBAMA
e outros órgãos como a Batalhão de Policia Ambiental para receber animais apreendidos
e então darem o correto destino a estes animais quer sejam para manutenção em
cativeiro ou para em alguns casos a reintrodução na natureza de onde vieram.
Um dos principais pontos fortes verificado na utilização de instituições de ensino
é o fator mão de obra qualificada, pois sabemos que além de existirem grandes
pesquisadores que estarão apoiando e ampliando as pesquisas incipientes existentes,
pode-se contar também com os alunos de zootecnia, veterinária, biologia e áreas afins
para trabalharem nestes centros de recepção de animais.
Torna-se necessário um aumento de convênios e parcerias não somente entre os
órgãos públicos, mas também com empresas privadas que estejam dispostas a
patrocinarem projetos de pesquisas e trabalhos de destinação de animais. Não podendo
esquecer a participação da sociedade civil organizada que pode entrar nesta campanha
através da educação ambiental ou como parceiros para buscarem possíveis
patrocinadores para estes centros de recepção de animais.
É inevitável a parceria entre diversos setores, principalmente para tentarmos
suprir as limitações de equipamentos, pessoal, tecnológica e financeira. Através de
Convênios e Termos de Cooperação Técnica será possível combater efetivamente o
tráfico de animais silvestres.
Considerações Finais
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É importante ressaltar o problema social que gira em torno da utilização dos
recursos faunísticos. Nem sempre é por opção ou cultura que existe o hábito de captura
ou caça de animais. Algumas comunidades carentes utilizam a exploração ilegal de
animais como fonte de renda e sobrevivência, nestes casos torna-se uma situação mais
complexa. A Lei dos Crimes Ambientais n° 9605 de 12 de fevereiro de 1998 cita:
“Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I- em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II- para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora
de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade
competente;”
Para uma efetiva preservação da fauna brasileira é necessário não somente ações de
fiscalização e repressão. Faz-se necessário também que haja um mercado que possa
atender a demanda da população por animais silvestres vivos ou seus produtos. É
essencial também a participação de toda sociedade evitando a compra de animais
silvestres provenientes do comércio ilegal, realizando trabalhos de educação ambiental,
criando programas alternativos para comunidades carentes que vivem da exploração
ilegal de animais silvestres e aumento do número de Centros de Triagens de Animais
Silvestres para destinação de animais, este seria o início de um longo caminho a ser
trilhado visando a preservação do patrimônio brasileiro.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIOVANINI, D. (dt. ind.) “ Diagnóstico del comercio ilegal de la fauna brasileña”. In:
Actitudes hacia la fauna em Latinoamérica, Human Society Press, Washington,
p.289.
SILVA, L. L. Ecologia: Manejo de áreas silvestres. Santa Maria: UFSM, 1992. 218p.
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WEBB, J. (2001) Procecuting Wildlife Traffickers: Important Cases, Many Tools,
Good Results. Apresentação na 1° Conferencia Sul Americana Sobre o Comércio
Ilegal de Fauna Silvestre, 17 a 21 de agosto, Brasília, Brasil.
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