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A preservação da floresta amazônica é uma questão mundial.

Todos os apelos se voltam


para a ampliação do desenvolvimento sustentável. O termo, acredito, é uma utopia
capitalista que sob o manto da preservação busca maquiar a exploração com uma
embalagem de consciência ambiental. Órgãos mundiais de comercio, como a Organização
Mundial do Comércio (OMS) e a Organização para a Cooperação do Desenvolvimento
Econômico (OCDE) buscam em suas diretrizes alinhar as ações de preservação ambiental
e o desenvolvimento do comercio. Outras entidades que estudam o clima, mapeiam o
desmatamento e fiscalizam as explorações ilegais também trabalham para a melhoria na
preservação ambiental. Mas todos os esforços são mínimos diante do apetite voraz da
exploração. Ocupando oito unidades federativas do Brasil com a economia girando
principalmente em torno de comodities e matéria prima, como madeira, agricultura e gado,
as tentativas são principalmente pensadas a longo prazo no sentido de coibir a exploração,
incentivar o reflorestamento e fornecer isenções fiscais além de regulamentar as liberações
de terras. Terras que não são do governo, mas o Estado é o principal orgão de controle de
propriedade, sendo assim os interesses patrimonialistas e o jogo de interesses pautam
essas regulamentações. Desde que assumiu o cargo, em 2018, os principais esforços do
governo Bolsonaro foram no sentido de facilitar as ações de madeireiras ilegais, desfazer
acordos internacionais de preservação ambiental, desmontar orgãos de controle e
fiscalização como o Ibama e desacreditar e aparelhar órgãos que tratam das questões
indígenas como a Funai. Esses esforços foram bem sucedidos resultando em dados de
exploração que aumentaram exponencialmente sendo a maior desde 2003. O governo
também conta com o apoio de populações essencialmente pobres que vivem do que
extraem e abandonados pelas políticas públicas de enfrentamento acabam tendo na
exploração seu único meio de renda e o entendimento da preservação acaba ignorado pela
necessidade maior que a fome impõe. Mas se com tantos esforços mundiais de
preservação, por que o problema é tão complexo e de distante previsão de resolução?
Como dito anteriormente, por ocupar uma área muito grande do Brasil, com várias
complexidades e várias realidades econômicas diferentes se torna essencial mapear cada
complexidade regional e trabalhá-las de modo a se buscar diferentes soluções para cada
região. As reservas indígenas também deveriam entrar no cento do debates, pois, principais
agentes da preservação ambiental também são vistos como o atraso do progresso e o
ingresso de muitos deles na política ajudam a levar a questão ambiental para os debates
públicos, pois ao se ouvirem essas vozes é que podemos compreender como a cada
complexidade necessita de uma amplo debate de resolução do problema. Um dos principais
obstáculos para a ampliação do debate ambiental está no Congresso Nacional. As famosas
bancadas temáticas que são a união de políticos com interesses comuns também são
responsáveis por fazer leis que viabilizam a atuação do comercio indiscriminados.
Praticamente todos os deputados e senadores que integram a bancada do agro são
ruralistas com alto poder aquisitivo. Suas exportações ocupam boa fatia do PIB brasileiro e
o alto poder econômico é paralelo ao poder de influência, o que resulta em gerações de
famílias agropecuaristas se elegendo e dominando o mercado, a política e as influencias
nas decisões de políticas públicas de fomento a expansão do comercio agropecuário. É
fato que as decisões tomadas pelo ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro
assustaram até esse setor, pois parte das cláusulas de comercio internacional prevêm o
cumprimento das leis ambientais e indo de econtro a essas claúsulas causou o afastamento
de investidores e a inviabilidade de novos contratos de exportação. Uma política que
inviabiliza as discussões ambientais é o de livre comercio que incentivam a preferência dos
produtores pela exportação e que torna o produto mais caro para os brasileiros. A situação
é tão impressionante que os maiores fornecedores de produtos alimentícios para o mercado
nacional são as cooperativas e os assentamentos do MST que através da agricultura
familiar, aquela que é formada por pequenos produtores que produzem o alimento para todo
o território nacional, mas é vista com desconfiança por parte da população que saturada de
notícias sensacionalistas, acreditam que a principal atividade do MST é tirar a casa das
pessoas. Vê-se então que os diferentes setores da sociedade, seja por interesse econômico
de domínio de mercado, seja por não conhecimento que os efeitos a longo prazo do
desmatamento da região amazônica solapam a questão ambiental transformando os órgãos
ambientais em inimigos do progresso. Logo, se uma nação diverge em assuntos que dizem
respeito à preservação, como resolver esse problema tão complexo? Acredito que a um dos
caminhos mais viáveis é entidades de preservação trazerem o assunto a todos os meios de
comunicação até em redes sociais, o dinheiro pode vir das parcerias internacionais e
criação de novos fundos, como o Fundo Amazônia. Assim como o principal auxiliar da
eleição do governo Bolsonaro foi a divulgação de notícias falsas nas redes sociais e
consequente aproximação com o eleitorado mediano, o debate ambiental também pode ser
feito dessa maneira. Dessa maneira os políticos não terão outra alternativa a não ser
desenvolver propostas de preservação mais atuante, levando em conta o contexto
socioeconômico de cada região. Vivemos no mundo da informação e ignorar essa janela de
comunicação é um erro crasso. a divulgação da questão ambiental tem que sair de
documentários em sua maioria chatos e com uma dialética complicada que não alcançam a
maioria da população. A discussão sobre renda mínima também tem que ser ampliada a
todos os meios de comunicação, pois já sido provado sua viabilidade, também é uma
ferramenta eficaz para dominar o discurso público, se colocando contrapartidas como a
priorização aos moradores de áreas de floresta, também dificulta ações extrativistas
prejudiciais, a questão do garimpo ilegal também é de extrema importância, pois as leis são
burladas até por empresas extrativistas com maior capital econômico, é preciso que se leve
também aos fóruns mundiais. Como proposição de medidas punitivas extremamente
onerosas para os que infringem as leis ambientais de exploração. Toda essa proposição de
soluções precisam ser mais amplamente divulgada, para então dominar o centro do debate.
Assim como a cultura do “ Agro é pop" que domina os horários nobres das redes de
conceção publica, é possível também trazer a cultura do “Preservação é Pop" . Além de
ampliar as discussões nas escolas públicas, universidade, e em todos os setores de
produção intelectual.

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