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Globalização e Amazônia como fronteira do capital natural.

O texto fala sobre dois projetos para a Amazônia: um internacional de


preservação e outro de integração da Amazônia sul-americana. Antes, a visão
predominante era o projeto internacional em que era preciso preservar a
Amazônia devido aos impactos do desmatamento no clima e na biodiversidade,
influenciada pela tecnologia dos satélites (em que se teve a percepção do
esgotamento da natureza).
Essa visão valorizou a natureza de duas maneiras diferentes: uma cultural,
ligada à preocupação com a vida e movimentos ambientalistas, e outra ligada à
acumulação, vendo a natureza como recurso escasso, e reserva de valor para
capital futuro, especialmente a biodiversidade com avanços tecnológicos.
Apesar da globalização, a valorização da Amazônia reconhecendo o valor
estratégico da riqueza localizada no território, além da riqueza circulante nos
sistemas financeiros e de informação.
A autora afirma que caberia ao governo e à sociedade lutar pela regulação
desses mercados, mas ela deveria ser bem negociada.

A integração da Amazônia sul-americana


O texto destaca um projeto de integração para unir os países sul-americanos
na região amazônica. Isso pode fortalecer alianças econômicas, colaborar na
preservação da natureza e ajudar a controlar atividades ilegais e presenças
militares estrangeiras. A globalização afeta essa região de diferentes maneiras
e há esforços para melhorar a infraestrutura e a cooperação entre os países
vizinhos. A ideia é integrar a região de forma consciente, focando em
transporte, evitando expansões agrícolas descontroladas em áreas de floresta
e valorizando o papel das cidades nesse desenvolvimento.

A Amazônia no espaço nacional: uma região em si


Amazônia como uma região própria dentro do Brasil, não apenas uma área de
expansão de fronteira. Isso se baseia na mudança na fronteira e nos avanços
regionais em termos econômicos, sociais e políticos.
Na década de 1990, havia um conflito entre desenvolvimento econômico e
proteção ambiental, refletido nas políticas públicas. Enquanto o Ministério do
Meio Ambiente buscava proteger as florestas, o Ministério do Planejamento e
Orçamento criava rotas de exportação, muitas vezes sobrepondo-se às áreas
ecológicas.
Houve um aumento nas áreas de conservação, demarcação de terras
indígenas e um projeto chamado Arpa, para expandir as áreas protegidas em
10% até 2010. No entanto, houve debates sobre a extensão das áreas para
uso sustentável, com apenas um pequeno aumento aceito sob pressão.

As novas feições da fronteira móvel


mudanças na fronteira da Amazônia ao longo do tempo. Na década de 1990, o
foco ambientalista mudou a forma como enxergamos a Amazônia como uma
fronteira móvel de crescimento econômico e populacional. As diferenças entre
a expansão da década de 1970 e a atualidade incluem:
1.Na década de 1970, a fronteira cresceu principalmente devido a incentivos
fiscais e migração de diferentes partes do Brasil. Agora, a migração é mais
regional, principalmente de áreas rurais para urbanas, exceto no Mato Grosso,
que ainda atrai pessoas de outras regiões, como Sul e Nordeste.
2.Hoje, as áreas em expansão são comandadas por empresas já estabelecidas
na região, como madeireiras, pecuaristas e produtores de soja, usando seus
próprios recursos. Não dependem mais de subsídios do governo, como na
década de 1970.
3.As frentes de expansão são mais localizadas agora, concentradas em
estradas existentes, em processos de pavimentação ou em novas rotas criadas
por madeireiras e pecuaristas, ao contrário da expansão ao longo de grandes
estradas como ocorreu nos anos 1970.
No início do novo milênio, a fronteira voltou a se expandir, com três principais
áreas de crescimento na Amazônia. A tecnologia também é usada de maneira
negativa, pois os madeireiros usam imagens de satélite para identificar terras
disponíveis, muitas vezes invadindo grandes áreas. Além disso, houve um
aumento no assentamento populacional em oposição à expansão das frentes.
Essas mudanças na forma como a Amazônia são exploradas e ocupadas
sugerem um novo modo de expansão e ocupação da região.

A consolidação do povoamento
Destaca que a Amazônia não é mais apenas uma área de expansão, mas sim
uma região com mudanças significativas na economia e na tecnologia agrícola.
A expansão agora é liderada por empresas locais, não mais subsidiada pelo
governo, e ocorre em áreas próximas a estradas existentes ou que serão
pavimentadas.
Há um confronto entre a expansão das indústrias de soja, pecuária e
exploração madeireira e a conservação da floresta, defendida por produtores
locais, ambientalistas e cientistas. Essa expansão é influenciada pela
conjuntura econômica e política, sendo um conceito que muda conforme o
tempo e o espaço.
A sociedade civil, especialmente indígenas e grupos locais, tornou-se um ator
importante na região, lutando por seus direitos e influenciando o
desenvolvimento urbano. Além disso, os governos estaduais têm estratégias
diferentes para lidar com o uso da terra e o desenvolvimento econômico na
região.
No entanto, apesar das mudanças, a Amazônia é uma região com sua própria
dinâmica, com uma população considerável, demandas específicas e uma
estrutura econômica própria. Isso a torna resistente à destruição da floresta,
com três macro-regiões distintas: uma área desenvolvida com cidades e
economia concentrada, uma área mais vulnerável cortada por estradas e uma
área menos povoada e preservada.

Como impedir a destruição das florestas?


O papel das políticas públicas
As políticas públicas podem ajudar a proteger a Amazônia. Destaca a
necessidade de uma mudança na abordagem, substituindo a ocupação pela
consolidação do desenvolvimento, unindo projetos e interesses diversos na
região.
O governo propõe um novo plano de sustentabilidade, priorizando
produtividade, inclusão social e preservação ambiental. Há um debate intenso
sobre a pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, considerada vital para o
escoamento de produção, mas também alvo de preocupações ambientais.
O texto enfatiza a importância de um cadastro fundiário eficiente e destaca que
diversos atores na Amazônia desejam a presença do Estado para diferentes
propósitos. Também aponta para a necessidade de diálogo entre as regiões e
uma abordagem baseada em ciência, tecnologia e inovação para tornar a
floresta economicamente valiosa.
Para proteger a floresta, é sugerida uma verdadeira revolução científico-
tecnológica, semelhante às revoluções anteriores em outras áreas do país. Isso
visa estabelecer cadeias produtivas que aproveitem a biodiversidade, desde
comunidades locais até centros tecnológicos avançados, um desafio crucial,
especialmente considerando a integração da Amazônia sul-americana.

A autora comenta sobre a mercantilização da natureza onde os elementos da


natureza como ar, água e biodiversidade estão se transformando em
mercadorias, um exemplo disso é o protocolo de Kyoto que é uma forma de
mercado do ar, pois, tenta estabelecer cotas de emissão de carbono nos
países industrializados incentivando a manutenção de florestas em outros
países como compensação. A autora destaca que esta venda da floresta pode
ser vista como a venda do território

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