O seminário discutiu as contradições do projeto Matopiba entre o avanço agrícola e o silenciamento de grupos sociais que já ocupavam a região. O Matopiba promoveu o crescimento da agricultura nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia desde os anos 1980, mas ignorou os impactos socioambientais e a exclusão de indígenas, quilombolas e outras comunidades. O desenvolvimento priorizou o lucro em vez da qualidade de vida local e levou à degradação ambiental
Descrição original:
Título original
Seminário Urbanismo na Bahia - URBBA[22] com o tema Matopiba
O seminário discutiu as contradições do projeto Matopiba entre o avanço agrícola e o silenciamento de grupos sociais que já ocupavam a região. O Matopiba promoveu o crescimento da agricultura nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia desde os anos 1980, mas ignorou os impactos socioambientais e a exclusão de indígenas, quilombolas e outras comunidades. O desenvolvimento priorizou o lucro em vez da qualidade de vida local e levou à degradação ambiental
O seminário discutiu as contradições do projeto Matopiba entre o avanço agrícola e o silenciamento de grupos sociais que já ocupavam a região. O Matopiba promoveu o crescimento da agricultura nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia desde os anos 1980, mas ignorou os impactos socioambientais e a exclusão de indígenas, quilombolas e outras comunidades. O desenvolvimento priorizou o lucro em vez da qualidade de vida local e levou à degradação ambiental
Seminário Urbanismo na Bahia - URBBA[22] com o tema Matopiba?
Contradições e resistências no cerrado, no agrário e no urbano
DATA: 24/11/2022 HORÁRIO: 10:30h
ESTUDANTES: Wescley Gabriel Pereira Dias Brito Tema: Mesa 2: Matopiba? Contradições e resistências. PALESTRANTES: DISCUSSÃO ABORDADA: As contradições apresentadas em relação ao Avanço e Investimento governamental com o intuito de avançar às demandas regionais do assim então chamado Matopiba que é uma extensão de terra formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia é uma região onde aconteceu um grande avanço agrícola por conta do interesse dessas terras para o cultivo principalmente de grãos. A partir da década de 1980 essa região de fronteiras teve grande interesse dos produtores agrícolas por conta da terra fetil, topografia plana e os lençóis freáticos presentes no cerrado tornando assim a área de interesse geoeconômica. Nesse sentido o avanço agrícola invade um espaço de grupos sociais distintos e povoados como: indígenas, quilombolas, as quebradeiras de coco, geraizeiros, vazanteiros e comunidades de fecho de pasto grupos étnicos que já ocupavam a região e utilizavam da terra. Explorando e gerando conflitos com esses grupos sociais e degradando a terra com o incentivo de produção de grãos.
QUESTIONAMENTOS LEVANTADOS DURANTE O EVENTO:
● Avanço agrícola ● silenciamento de grupos sociais. ● Investimento governamental. ● Desenvolvimento social ● crescimento exagerado de cidades ● Exploração violenta dos recursos naturais pela agroindústria. ● apagamento cultural. A PARTIR DA REFLEXÃO SOBRE O TEMA DO EVENTO, ELABORE 3 IDEIAS QUE LEVANTADAS PELO GRUPO QUE CONTRIBUEM NA SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.
Matopiba é uma extensão de terra formada pelos estados do Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia é uma região onde aconteceu um grande avanço agrícola por conta do interesse dessas terras para o cultivo principalmente de grãos. A partir da década de 1980 essa região de fronteiras teve grande interesse dos produtores agrícolas por conta da terra fetil, topografia plana e os lençóis freáticos presentes no cerrado tornando assim a área de interesse geoeconômica. O processo histórico de ocupação das terras do cerrado se dá principalmente com o intuito de ocupar terras que antes vistas como "desocupadas", para o cultivo e exploração agrícola fazendo com que essa região pudesse se tornar alvo de especulação e incentivo do uso da terra com uso intensivo de maquinário, insumos e tecnologias. Já que a região popularmente chamada de “chapadões” ou “gerais” são consideradas aptas para o uso de máquinas por serem planas e de baixo custo em consideração as terras do Centro-Sul. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) o território é composto por:“337 municípios em 31 microrregiões geográficas, que somam cerca de 73 milhões de hectares”. É uma das principais áreas de produção de milho, soja e algodão. O processo de desenvolvimento para o Matopiba aconteceu de maneira muito progressista, que a região seria a salvação para a economia nacional e que a matéria prima produzida nesta região seria um importante fator para pagar a dívida nacional. Nesse sentido foram investidas grandes ações para a exploração e ocupação deste território com intuito de fornecer desenvolvimento e crescimento no quesito regional. As fronteiras passariam a ser um elemento de união para a causa de avanço e progresso da porção setentrional do cerrado brasileiro. Mas contudo no decorrer da exploração, uma parte significativa da área natural deste território foi degradada, elementos da fauna e flora foram explorados e destruídos com esse avanço da agricultura, que por sua vez se dizia o progresso. Não foi pensado e estudado os grupos populacionais que existiam na região como indígenas, quilombolas, as quebradeiras de coco, geraizeiros, vazanteiros e comunidades de fecho de pasto grupos étnicos que já ocupavam a região e utilizavam da terra. Esta análise traz uma problemática entre a relação desse possível progresso programado pelo governo e as populações tradicionais que já ocupam esses espaços. Gerando assim conflitos e embates sociopolíticos e regionais sobre a exploração da terra e o pertencimento dela. Além das questões ambientais, essa área foi extremamente devastada e explorada perdendo assim uma vasta área de terreno natural. O Matopiba é uma proposta governamental que promete progresso, avanço, desenvolvimento e tudo oque está relacionado. Mas falha miseravelmente quando quebra as relações com as comunidades tradicionais que precisam da terra para se manter, e também com o meio ambiente onde aconteceu a exploração de maneira agressiva e grande extrativismo dos recursos naturais. Com toda a historicidade regional e sua importância entender como esse processo se dá, nos faz pensar como o espaço e o território se tornou alvo de exploração e perdeu seu sentido de pertencimento, como a vasta degradação desse espaço destruiu as culturas regionais e as vivências locais. Grande parte desse investimentos foram voltados para o desenvolvimento de muitas cidades, mas também para o colapso de outras. O questionamento fica posto no momento em que não se tem uma proposta governamental de alinhar os interesses de todos, em contrapartida os conflitos que são gerados por essa normativa. Um ponto importante para se trazer é a problemática socioeconômica regional. Tentar solucionar o problema requer uma ação previamente estudada, entender os espaços e como eles funcionam, compreender o vasto território degradado, e as comunidades que foram silenciadas, para aí sim poder ter um espaço para se desenvolver o avanço agrícola nas regiões do cerrado.