Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CHAPECÓ

CURSO DE ENFERMAGEM

BRIAN GLANERT ANTONELLI SILVA

TEXTO 6: HISTÓRIA REGIONAL: FLORESTA OMBRÓFILA MISTA E


OCUPAÇÃO HUMANA

A PAISAGEM INFLUENCIA A SOCIEDADE, E ESTA INFLUENCIA A PAISAGEM

Chapecó

2021
A PAISAGEM INFLUENCIA A SOCIEDADE, E ESTA INFLUENCIA A PAISAGEM

A região da fronteira sul, desde os primórdios de sua desbravação pelos


indígenas, e posteriormente pelos europeus e caboclos, sempre ofereceu condições
propícias para o desenvolvimento da sociedade, em relação às questões
econômicas e produtivas. Porém, as transformações nesta paisagem começam a
ocorrer mais intensamente após a implementação da pecuária, com a criação de
gado bovino e suínos, por exemplo. Este desenvolvimento econômico, que tinha
como principal precursor os campos naturais do sul, acabou de alastrando, e a
floresta, no início vista como um empecilho ao aumento da produção pecuária,
sofreu as consequências dessa expansão ao decorrer do fluxo migratório de
posseiros que se alocavam nas margens entre os campos e as florestas,
aumentando assim o desmatamento e as queimadas, que resultaram no
alargamento das fronteiras de produção animal.
Em um primeiro momento, as técnicas de produção pecuária não eram nada
evoluídas. Uma das únicas atitudes dessa atividade, caracterizada como uma
pecuária extensiva que objetivava o pastejo do gado em uma determinada área
vasta, era a queima da palha seca visando o rebrote, portanto, não havia cultivo de
pastagens nesse período. No entanto, tal atividade é vista, contemporaneamente,
como tipicamente danosa à natureza, tanto para a fauna quanto para a flora. Ou
seja, as queimadas poderiam prejudicar o próprio pasto, diminuindo a diversidade e
mantendo somente plantas mais resistentes ao fogo, assim como animais silvestres,
que não eram retirados das áreas de queimadas como o gado, e acabavam sendo
consumidos pelo fogo. Portanto, o desenvolvimento da região dos campos,
adjacente à floresta ombrófila mista (Mata das araucárias), foram manejadas
inadequadamente desde o início de seu extrativismo, sendo o desenvolvimento das
atividades da época fortemente influenciados pelas características da paisagem, e
estas atividades, por sua vez, influenciando negativamente a paisagem conforme se
expandiram.
Outro ponto importante a se destacar foi o desmatamento da floresta
ombrófila mista, em um primeiro momento para a expansão dos campos e das
fronteiras pecuárias, e seguidamente como atividade extrativista da madeira, que
apresentava grande quantidade e variedade nesta floresta, com foco especial na
araucária. Com aspecto econômico inegável, as serrarias e a extração de madeira
fizeram parte da história da fronteira sul, em seu desenvolvimento e em seu
povoamento. Com técnicas precárias em tecnologias, essas serrarias fomentaram a
extração da madeira para fins comerciais. Nesse contexto, vale destacar que a
ocupação e o desenvolvimento da área da fronteira sul, assim como em quase todo
o território nacional, ou até mesmo terrestre, foi influenciado diretamente pelo
extrativismo, e consequentemente, esse extrativismo influenciou as regiões
ocupadas, com consequências positivas para o desenvolvimento econômico da
região, e negativas para a paisagem que a constitui. Com atividades de baixa
técnica e tecnologia, os impactos negativos são presentes até hoje, quando se
compara o tamanho da floresta ombrófila mista antes do extrativismo, e agora.
REFERÊNCIAS

RADIN, J. C.; VALENTINI, D. J.; ZARTH, P. A. (org.). História da Fronteira Sul. Chapecó: Editora
UFFS, 2016. 352 p.

Você também pode gostar