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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES


Departamento de Geografia – DGC
Componente Curricular: Geografia do Nordeste
Professor: Leandro Vieira Cavalcante

ATIVIDADE – FICHA DE LEITURA – TEXTO 1


Nome completo: Rone José dos Santos Costa

A partir da leitura do Texto 1, procure responder as questões abaixo enunciadas sobre a


formação territorial do Nordeste, utilizando de suas próprias palavras e de seu
entendimento acerca do assunto, mas se for necessário citar as autoras utilizar as aspas
para indicar suas contribuições. As respostas deverão ser pessoais, não podendo ser
copiadas de outros locais.

SERÁ NECESSÁRIO LER PRIMEIRO O TEXTO PARA POSTERIORMENTE


RESPONDER ÀS QUESTÕES. Lembrar de anexar esta atividade em PDF na Turma
Virtual do SIGAA. A atividade vale até 1 ponto na média final da Unidade I.

Texto 1 - ROCHA, Aristotelina Pereira Barreto et al. A formação do espaço nordestino.


In: Geografia do Nordeste. 2. ed. Natal: Editora da UFRN, 2011. p. 7-35.

Questões propostas:
1. Quais os principais vetores de ocupação e formação territorial do Nordeste
apresentados pelas autoras do texto? Cite cada um deles e apresente suas principais
características.
Os principais vetores de ocupação e formação territorial do Nordeste também
recebem o nome de economias fundantes, as quais tinham caráter agrário e exportador
(menos a pecuária), são elas: cana-de-açúcar, pecuária, algodão e cacau.
A produção de cana-de-açúcar foi responsável pelo segundo grande ciclo
econômico após a exploração do pau-brasil, e pela reocupação do território da zona da
mata. O sistema de plantation era utilizado, a parti do latifúndio, monocultura,
exportação e mão de obra escravizada. Vale destacar que as condições físicas da
geografia do litoral leste do Nordeste possibilitaram a adaptação da cana na zona da
mata, com o clima que faz da porção um trecho de altos índices pluviométricos.
A pecuária foi a atividade responsável por desbravar o sertão e o agreste, com
foco na produção de carne para o consumo interno, sendo mais específico, para o
consumo das grandes cidades localizadas no litoral. Essa atividade impulsionou o
surgimento de vilas e cidades nas margens dos rios e entroncamentos dos caminhos do
gado. Inicialmente era centrada em mão de obra escrava que depois passou a ser livre,
surgindo a figura dos vaqueiros. Entre seus impactos ambientais destaca-se a devastação
da caatinga e a compactação do solo.
O algodão foi uma atividade que perdurou por décadas no sertão, agreste e
interior do Maranhão, acontecendo junto com a pecuária nas duas primeiras regiões. Seu
cultivo permitia o consórcio com outros cultivos de subsistência, possibilitando que
pequenos camponeses o produzissem, assim como os grandes latifundiários. Teve forte
relação com a revolução industrial, sendo exportado como matéria-prima para a
Inglaterra. Forneceu base para a industrialização do Nordeste e impulsionou a ocupação
do sertão. Seu declínio aconteceu devido várias crises, como o baixo preço e a praga do
bicudo.
O cacau desenvolveu-se no litoral sul da Bahia, seguindo o sistema de latifúndio
e monocultura, a produção era voltada para a exportação e participou do crescimento da
cidade de Ilhéus.
2. A partir da leitura do texto, é possível afirmar que houve um processo homogêneo de
formação territorial do Nordeste? Justifique.
O processo de formação territorial do Nordeste não foi algo homogêneo.
Seguindo o mesmo raciocínio das diferentes economias fundantes – cana-de-açúcar,
pecuária, algodão e cacau, onde cada uma desempenhou papel chave na ocupação, o
mesmo vale para a formação territorial do Nordeste.
Por exemplo, a formação e desenvolvimento do sertão foi logicamente mais
tardia que a formação e desenvolvimento da zona da mata, esta sendo a primeira a ser
explorada, ocupada e moldada para exportação do açúcar. Por outro lado, o sertão
recebe como principal função a atividade pecuária, onde o gado era criado solto, a
princípio por meio de mão de obra escrava – que posteriormente foi substituída pelos
vaqueiros, com o objetivo de fornecer alimento (a carne de gado) para o litoral, ou seja,
para o consumo interno.
Sendo assim, percebe-se como a formação territorial do nordeste foi
heterogênea, já que a atividade econômica é distinta entre as regiões, a dinâmica
espacial também é distinta, modificando diretamente a formação territorial.
3. Com base na leitura do texto e em seus conhecimentos, discorra sobre o papel das
atividades da pecuária e do algodão para o processo de formação territorial do interior
do Nordeste, tomando como exemplo a região do Seridó.
A atividade pecuária foi a responsável pelo desbravamento do interior do
Nordeste, os grandes rebanhos eram criados soltos e tendiam ao curso dos principais
rios, tendo em vista a maior oferta de pasto em suas margens. A cultura do algodão
também atuou no sertão de maneira sobreposta à criação do gado, as duas atividades
econômicas perduraram por várias décadas. A cotonicultura desempenhou um papel
chave no desenvolvimento econômico do interior do Nordeste, por sua cultura
possibilitar o consórcio com outros cultivos de subsistência, o algodão era produzido
tanto em grandes latifúndios como por pequenos camponeses.
Nesse contexto, na região que hoje é o Seridó potiguar existem duas cidades que
remetem bem a herança das atividades da pecuária e algodão: Currais novos e Ouro
Branco. O nome dado a primeira cidade citada remete aos três currais novos construídos
para o gado, junto com uma casa para o coronel Cipriano Lopes Galvão, que deixava
Pernambuco em 1755.
Seguindo o mesmo raciocínio, a cidade de Ouro Branco recebe esse nome pelos
belíssimos Campos de algodão presentes na região. Assim, ambas as cidades tiveram
suas origens marcadas pelo desenvolvimento das atividades econômicas que aqui se
instalaram. A influência foi tamanha que se perpetuou na história através dos nomes das
cidades, fato que justifica a importância e o papel chave que a pecuária e o algodão
tiveram na formação e desenvolvimento territorial do Seridó potiguar.

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