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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES


Departamento de Geografia – DGC
Componente Curricular: Geografia do Nordeste
Professor: Leandro Cavalcante

ATIVIDADE – FICHA DE LEITURA – TEXTO 2


Nome completo: Rone José dos Santos Costa

A partir da leitura do Texto 2, procure responder as questões abaixo


enunciadas sobre a dinâmica regional do Nordeste, utilizando de suas próprias
palavras e de seu entendimento acerca do assunto, mas se for necessário citar
o autor utilizar as aspas para indicar suas contribuições. As respostas deverão
ser pessoais, não podendo ser copiadas de outros locais.

SERÁ NECESSÁRIO LER PRIMEIRO O TEXTO PARA POSTERIORMENTE


RESPONDER ÀS QUESTÕES. Lembrar de anexar esta atividade em PDF na
Turma Virtual do SIGAA. A atividade vale até 1 ponto na média final da
Unidade I.

Texto 2 - ANDRADE, Manuel Correia de. O Nordeste e a questão regional. 2.


ed. São Paulo: Editora Ática, 1993.

Questões propostas:
1. A partir da leitura do texto, que principais elementos evidenciam a
diversidade geográfica do Nordeste? (Resposta pessoal).
O texto apresenta uma série de pontos importantes que justificam o porquê do
nordeste ser uma região geograficamente diversa, seja na esfera física, seja na
esfera humana. Pelo ponto de vista físico, o Nordeste apresenta variedade em
solos, climas, geologia, relevo e vegetação, o que favorece a variedade de
cultivos e manejos. Pelo ponto de vista humano, os cenários sociais da
população da região (majoritariamente urbana) são contrastantes, isso se dá
pelo histórico processo de formação dos centros urbanos (migração do campo
para a cidade), medidas e mecanismos de combate e enfrentamento a seca, e
a forte ausência de um planejamento regional firmado no desenvolvimento
econômico, político e social do Nordeste.
2. De acordo com o autor do texto, responda de modo resumido:
a) O que é o Nordeste?
O termo Nordeste surge a partir da divisão oficial do Brasil em grandes regiões
em 1941 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, sendo assim uma
região de planejamento na qual o governo federal procurava descentralizar o
poder dos Estados e integrar o país, ou seja, as regiões desempenhariam um
papel mediador entre o país e os Estados.
b) Qual a questão regional do Nordeste?
A questão regional do Nordeste que o texto trabalha está associado a
existência de desníveis econômicos que as áreas do território estão sujeitas.
As áreas que concentram a atividade industrial são as mais desenvolvidas e
consomem das áreas menos desenvolvidas matéria-prima e mão de obra
barata, provocando assim desigualdades no desenvolvimento econômico. Um
exemplo que o próprio texto traz é sobre o Sudeste, região referencia em
receber indivíduos de vários estados, através da migração interna. Esse fato
cria uma situação de dominação entre as regiões, além de possíveis
rivalidades regionais e movimentos separatistas.
c) Qual a importância do Nordeste?
De acordo com o texto, a extensão territorial do Nordeste corresponde a
aproximadamente 18% do país, abrigando cerca de 26% da população do
Brasil. A importancia da região está associado a sua esfera economica e social,
sendo uma forte produtora de açúcar, algodão e com um razoável rebanho,
além dos recursos minerais como sal marinho e petróleo.
3. De acordo com o autor do texto, apresente resumidamente as principais
características:
a) Dos aspectos demográficos do Nordeste:
Com sua população concentrada majoritariamente na zona urbana, o Nordeste
abriga cerca de 28,6% da população do país. seu povoamento tem início a
partir na produção de cana-de-açúcar, essa prática desempenhar papel
importante na fixação da população na porção próxima ao litoral. aqui no
Sertão a atividade responsável pelo avanço e fixação da população foi a
pecuária, seguida pela cultura do algodão.
b) Dos aspectos econômicos do Nordeste:
A ideia que o Nordeste é pobre devido sua antiquada e pequena produção
industrial não condiz com a realidade. Essa interpretação de pobreza vinculada
ao nordeste é reflexo da má distribuição da renda entre as classes dominantes
e o povo, da apropriação dos recursos regionais por grupos econômicos de
outras regiões (até internacionais), da grande concentração da propriedade
latifundiária e do próprio sistema econômico nacional que tornou a região
Nordeste fornecedora de mão de obra pouco qualificada e barata, e pelo
fornecimento de matéria-prima para regiões mais desenvolvidas
economicamente. A agricultura do Nordeste contou com variedades na
produção durante o passar do tempo, como: cacau, algodão, arroz, café, fumo,
mamona, milho, sorgo e pecuária. Além de sua forte reserva de recursos
minerais, principalmente petróleo, sal marinho e gipsita para a produção de
cimento, entre outras potencialidades.
c) Dos aspectos sociais do Nordeste:
Observou-se um crescimento superior da população urbana em relação à
população rural por volta de 1960, quando os grandes proprietários passaram a
estimular a transferência dos moradores da realidade rural para a realidade
urbana. Surge assim os bairros e periferias mais pobres em cidades
razoavelmente pequenas, fato que era próprio das grandes e médias cidades.
Houve um certo aumento de oportunidades profissionais e sociais com a
política de expansão capitalista, patrocinada pelos governos militares, criando
uma gama de serviços e oportunidades de emprego para profissionais
qualificados no interior, o que facilitou a localização e contato com as cidades
de pequeno porte.
d) Dos aspectos políticos do Nordeste:
É logicamente fácil associar que a numerosa população do Nordeste converta-
se a um grande número de eleitores do Brasil, correspondendo a 28,5% em
meados dos anos 80. Pela divisão política da região, a bancada de deputados
estaduais é proporcional à quantidade de habitantes, o que contribui tanto para
possíveis conflitos partidários, quanto para poder de pressão ao reivindicar e
defender seus interesses. Destaca-se também como o poder central pressiona
os grupos dominantes do Nordeste que, salvo algumas exceções, priorizam
seus interesses em detrimento das demandas da própria região e população.

4. Discorra sobre o processo de formação territorial do Nordeste, conforme


apresentado pelo autor, indicando as principais características de cada
momento histórico.
Séculos XVI e XVIII:
A produção do território entre os séculos XVI e XVIII tem início com a
colonização portuguesa, a partir da ocupação e inserção do território
conquistado no círculo comercial, fornecendo produtos voltados para o
mercado europeu. No primeiro momento houve a extração do pau-brasil, na
qual o manejo não necessitava da apropriação da terra, nem de trabalho sob
coação.
No segundo momento houve a ocupação da terra, escravização dos nativos,
divisão das sesmarias e tráfico escravo afim de abastecer a colônia com mão
de obra barata. Em seguida as economias fundantes foram implantadas
através do sistema de plantation: a cana-de-açúcar na zona da mata, pecuária
e o algodão desbravando os sertões e o cacau no recôncavo baiano.
A renovação agrícola do século XIX:
Nos últimos anos do século XVIII Portugal enfrentava a crise de seu sistema
colonial pelas ameaças da França e a dependência inglesa. Nesse contexto, a
família real foge para o Brasil, acontece a abertura dos portos, provocando a
elevação dos preços dos produtos tropicais e das forças produtivas.
Acontece que, com a família real estabelecida onde hoje é o Rio de Janeiro,
provocaria um controle nacional do território pela elite sulista, e por
consequência, a transferência de recursos do Nordeste para a região que o
posterior desenvolvimento ficaria responsável pela mineração e produção de
café.
Os avanços, apesar de simples, na agricultura envolviam o arado a tração
animal, inserção de novas espécies de cana, uso de bagaço de cana como
combustível e os engenhos a vapor. Tais aperfeiçoações melhorariam a
qualidade do açúcar, aumentando seu potencial de competição econômica com
o das Antilhas.
Industrialização a nível regional:
A implantação de indústrias de certo porte aconteceu por dois ramos, um
envolvendo a cana-de-açúcar pela implantação de engenhos centrais, no qual
os proprietários visavam controlar a parte agrícola e a industrial (produção de
açúcar e sal); e o segundo ramo foi a indústria de tecido, com o Nordeste tendo
problema na exportação de algodão os comerciantes instalaram fábricas que
produziam tecidos de qualidade inferior e preços baixos, possibilitando que a
camada mais pobre da população consumisse esse produto.
O desenvolvimento dessas indústrias possibilitaram o surgimento de atividades
industriais delas dependentes, como também o crescimento e controle do
mercado regional.
A industrialização moderna:
A industrialização moderna aconteceu após Segunda Guerra Mundial, com a
política de aproveitamento de energia hidroelétrica pela construção da usina de
Paulo Afonso no rio São Francisco, já que o Nordeste precisava de muita
energia mas por um baixo custo.Houve a criação do Banco do Nordeste em
1952, com objetivo de levar crédito ao setor agrícola e industrial.
O Governo desenvolveu políticas de valorização do vale do São Francisco com
novas técnicas, incentivos nas atividades agrícolas e desenvolvimento na
irrigação. A Sudene é criada em 1959 com o objetivo de racionalizar a
intervenção na região, buscando modernizar, dinamizar e incorporar o nordeste
na economia brasileira.

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