Você está na página 1de 19

ESCOLA SECUNDÁRIA CENTRO CLTURAL ISLAMICO ABUBACAR

MANGIRA - NAMPULA

Trabalho de Geografia

12ª Classe, Turma: B3/3

Tema:

Critérios de definição de Cidade

Docente:

_____________________

Nampula, Setembro de 2023


1
Nome dos Elementos do Grupo:

 Nahimana Sarah nº 11
 Sheeiniz R. S. A. Correia nº 13

Tema:

Critérios de definição de Cidade

Trabalho de carácter avaliativo da


disciplina de Geografia, 12ª Classe
Turma: B3/3, Leccionado pelo:
Docente: _____________________

Nampula, Setembro de 2023


2
Índice
Introdução..........................................................................................................................4

Cidade................................................................................................................................5

Critérios de definição de cidade........................................................................................5

Critério demográfico.........................................................................................................5

Número total de habitantes................................................................................................5

Critério funcional...............................................................................................................6

Breve história da evolução das cidades.............................................................................6

Taxa de urbanização..........................................................................................................7

Classificação das Cidades..................................................................................................7

Funções das Cidades..........................................................................................................9

Estrutura urbana – modelos de estrutura urbana.............................................................10

Extensão física da área urbana e sua organização...........................................................11

Localização das principais actividades urbanas e tendências de evolução.....................11

A cidade como polo organizador do espaço....................................................................12

Relação campo-cidade.....................................................................................................12

Planeamento urbano e sua importância...........................................................................14

Importância do planeamento urbano na gestão ambiental..............................................14

Principais problemas das cidades....................................................................................15

Consequências dos problemas urbanos...........................................................................17

Conclusão........................................................................................................................18

Bibliografia......................................................................................................................19

3
Introdução

A origem das cidades, em geral, remete a períodos da Antiguidade, sendo que as


primeiras cidades teriam surgido entre quinze a cinco mil anos, dependendo das
diversas interpretações sobre o que delimita exactamente um antigo assentamento
permanente e uma cidade. As primeiras verdadeiras cidades são por vezes consideradas
grandes assentamentos permanentes nos quais os seus habitantes não são mais
simplesmente fazendeiros da área que cerca o assentamento, mas passaram a trabalhar
em ocupações mais especializadas na cidade, onde o comércio, o estoque da produção
agrícola e o poder foram centralizados. Sociedades que vivem em cidades são
frequentemente chamadas de civilizações. O ramo da história direccionada ao estudo da
natureza histórica das cidades e do processo de urbanização é a história urbana.

4
Cidade

Cidade é uma área densamente povoada onde se agrupam zonas residenciais, comerciais
e industriais. O significado de cidade (zona urbana, ambiente urbano) opõe-se ao de
campo (zona rural). Cidade é a sede do município (cada divisão administrativa
autónoma dentro de um Estado) a área onde existe concentração de habitantes.

Uma cidade caracteriza-se por um estilo de vida particular dos seus habitantes, pela
urbanização (infra-estrutura, organização, serviços de transporte etc), pela concentração
de actividades económicas dos sectores secundário, terciário etc. As actividades
primárias (agricultura, pecuária) são desenvolvidas na zona rural.

Uma cidade consiste em um núcleo populacional caracterizado por um espaço amplo


onde ocorrem relações e fenómenos sociais, culturais e económicos. Existem vários
modelos de cidade, com grandes diferenças entre eles, e por esse motivo é difícil chegar
a uma definição concreta para cada um desses modelos.

Critérios de definição de cidade

Os diversos conceitos existentes de cidade colocam-nos grandes dificuldades em defini-


la. Apesar das várias tentativas, mais ou menos generalizantes por parte dos geógrafos,
sociólogos e historiadores, etc., nunca se chegou a uma definição universal e
satisfatória, pois as cidades assumem as mais variadas formas no espaço e no tempo,
sendo problemática a identificação de algumas características gerais que as aproximam.
Existem, pois, vários critérios para a definição de uma cidade, e vamos indicá-los de
seguida.

Critério demográfico

Este critério tem em conta um determinado número de habitantes e a densidade


populacional.

Número total de habitantes

Em geral, as cidades possuem um número bastante elevado de habitantes; porém, há


casos em que as localidades com designação oficial de cidade têm um número reduzido
de habitantes comparativamente a outras com a mesma designação. Deste modo, para
que um dado aglomerado urbano seja considerado Cidade, deverá possuir um número

5
inicial de habitantes. Porém, tal número é de tal modo diferente de pais para pais, que só
deve ser aceite no pais onde é aplicado.

É por isso que mesmo em diferentes países do mesmo continente, como na Europa, na
América do Norte e na Ásia, encontram-se aglomerados com estatuto de cidade e cujo
total de população varia imensamente. Nesta conformidade, a Islândia e a Dinamarca,
consideram cidade um aglomerado que possua 200 e 250 habitantes, respectivamente; o
Canadá, 1000, a França e os EUA 2500, na Áustria 500, na Grécia 10 000 e 30 000 pira
o Japão. Isto levou à necessidade de os países tentarem concertar posições por forma a
encontrar consensos sobre o número padrão aplicável aos países de urna certa região.

Critério funcional

O critério funcional tem por base o tipo de actividades e funções existentes na cidade.

Regra geral, na cidade predominam as funções dos sectores secundários e terciários


variados, escasseando pessoas com trabalho no sector primário (agricultura e pecuária,
etc.). Contudo, existem localidades que possuindo todas as características de cidade,
nomeadamente a morfologia, quantidade e densidade de habitantes, tem a maioria da
sua população empregada nas tarefas do campo.

Por isso o critério funcional tem em conta a influência exercida pela cidade sobre as
áreas envolventes e o tipo de actividades a que a sua população se dedica.

Breve história da evolução das cidades

O surgimento das cidades foi uma consequência da evolução da agricultura,


especialmente da revolução do Neolítico, que permitiu a sedentarização dos homens
num determinado lugar.

Antes do Homem se ocupar da agricultura não havia Cidades, quanto muito, existiam
aldeias, sem carácter de fixação permanente, isto é, os homens eram caçadores e
recolectores, dependendo grandemente dos ciclos naturais para a sua alimentação.

A revolução urbana desencadeou-se na Palestina, na Mesopotâmia entre o Tigre e o


Eufrates, no actual Iraque (ver mapa), no vale do Indo e no vale do Nilo: a região do
crescente fértil, por volta de 3500 a. C. Tais cidades surgiram em pontos diversificados,
mas sempre nos vales dos rios, pois estes proporcionavam terras férteis, irrigação e

6
comunicação, garantindo assim a produção necessária de alimentos para abastecê-las.
Temos Ménfis, no vale do Nilo, Tebas na Grécia, Mohenjo-Daro, no vale do Indo,
Pequim, no rio Amarelo, etc.

Taxa de urbanização

Nos Estados Unidos da América a população urbana era de 6.1% em 1800, no princípio
do século XX, 39,7% e hoje ultrapassa os 70%. Em países recentes como a Austrália e a
Nova Zelândia, a população actual urbana é de 85%.

Antes de 1800 existiam no mundo 21 cidades com mais de 100 000 habitantes. Em
1972, o Seu número tinha aumentado para 537, das quais metade localizava-se na Asia e
90 na América do Norte. No início do século XX, o mundo contava com 16 cidades de
mais de um milhão de habitantes, e hoje estas cidades são cerca de 200.

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a urbanizar-se (em 1850 já possuía mais de
50% de população urbana), e a urbanização acelerada dos países desenvolvidos
industrializados ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. A urbanização foi
pois mais intensa nos países que realizaram a Revolução Industrial e que hoje
constituem os países desenvolvidos.

Os países em vias de desenvolvimento também registam elevado crescimento


populacional urbano, contudo, este é recente e acontece depois da Segunda Guerra
Mundial. O século XX caracterizou-se pela urbanização destes países. O ritmo acelerou-
se a partir de 1950, devido ao aumento das taxas de crescimento populacional, e em
muitos desses países a industrialização foi propiciada pelos investimentos das empresas
multinacionais. Formaram-se grandes cidades para onde as populações do meio rural se
deslocaram em busca de melhores condições de Vida, nomeadamente emprego,
conforto e ascensão social.

Classificação das Cidades

A ideia que se tem de cidade é imprecisa, e por isso torna-se difícil definir ou
estabelecer critérios claros para classifica-las. Mesmo assim, há pelo menos algumas
variáveis que são geralmente encontradas nos estudos da Geografia Urbana, da
Sociologia Urbana, da Arquitetura e Urbanismo e áreas a fim, que se tornam, sobretudo,
um rumo que facilita a compreensão das relações socioculturais, políticas e econômicas

7
que se desenvolvem nestes vastos territórios que muitas vezes adentram as zonas rurais
transformando-as parcial ou totalmente.

Pois bem, quando se analise a cidade, verificam-se algumas características que as


diferenciam dos pequenos povoados e dos espaços rurais, entre elas, aponta-se as
seguintes variáveis:

– Tamanho: Que não necessariamente está ligado a dimensão de seu perímetro, mas
sim a quantidade de habitantes, que é variável de país para país. Nos Estados Unidos da
América por exemplo, contabiliza-se aproximadamente 2.500 pessoas. Na Suécia por
volta de 200 pessoas, nos Países Baixos (Holanda do Norte e Sul), nada menos que 20
mil pessoas. A diferença entre esses exemplos é gigantesca e muda-se com o tempo e
com as novas estruturas que vão aderindo. Mas em geral, sabe-se que nas cidades são
encontradas mais pessoas que nas áreas rurais.

– Aparência: Pode-se definir por aparência tudo aquilo que se traduz de forma mais
moderna possível: avenidas largas, viadutos, grandes edifícios, áreas de lazer, etc. Que
também é variável em diversos territórios, mas que em geral são pensadas e construídas
para abrigar o alto índice de circula de pessoas e automóveis, concentração de serviços e
capital.

– Densidade Demográfica: A quantidade de pessoas por quilómetros quadrados. Em


aspectos gerais, muitas cidades sofrem com a conturbação, ou seja, muitas pessoas
ocupando espaços relativos pequenos.

– Actividades Económicas: Onde há a predominância das actividades secundárias:


Indústria. E das actividades terciárias: Comércio e Serviços.

– Formas de vida: Sabe-se que a vida urbana é complexa devido a todos os problemas
que o próprio ser humano constrói e desenvolve nas cidades, principalmente aquelas
onde o planejamento é deixado de lado. Muitos pesquisadores ainda indicam que as
relações sociais dentro desse espaço são dissolvidas, predominando-se os aspectos
ligados ao individualismo. Onde a marginalização se faz muito presente. No entanto, a
possibilidade no acesso a informação e a cultura são maiores depende dos país e da
região.

8
Com isso exposto, pode-se dizer que existem três tipos predominantes de cidades: As
cidades mundiais, onde suas influências ultrapassam as escalas cartográficas do país,
como New York, São Paulo, Tóquio, Paris, Londres. As cidades nacionais, geralmente
capitais e grandes cidades de um Estado-nação, Barcelona, Melbourne, Mumbai,
Buenos Aires.

Funções das Cidades

Considera-se como “função da cidade” à actividade principal que leva a considerar esta
ou aquela cidade “especializada” nessa mesma actividade. É claro que em todas as
cidades existem inúmeras actividades (todas as cidades têm um pouco de todas as
funções), contudo, há sempre uma delas que mais se destaca, e pela qual a cidade é
conhecida e ganha fama. Função político-administrativa – Esta é por excelência a
actividade que caracteriza qualquer capital de Estado, pois costuma ser na capital do
país, que se encontram a sede do Governo, bem como os centros de decisão das grandes
empresas, banca, seguros, comunicações, embaixadas, etc…

Função comercial – É talvez a função urbana por excelência. Muitas das cidades
actuais com esta função, têm a sua origem na Idade Média, onde em certas localidades
se realizavam feiras, que foram adquirindo importância e levaram à fixação de
populações, que foram aumentando, até se tornarem em centros urbanos com
importância (ex. Frankfurt, Bruxelas).

Função industrial – Com a Revolução Industrial surgiram inúmeras cidades…. muitas


delas entraram em declínio, com o esgotamento das matérias-primas e fontes
energéticas que as “alimentavam”, mas a maioria das cidades que foram fruto da
expansão industrial, ainda tem como principal função, a indústria.

Função político-administrativa (capital de um país ou região onde está a autoridade


administrativa). Pode-se citar, como exemplo de cidades político-administrativas,
Brasília (Brasil), Pretória (África do Sul), Washington (EUA), Ottawa (Canadá), entre
outras.

Função cultural – Esta função relaciona-se com a edificação (também remontando à


Idade Média) de universidades, conventos ou abadias, pois era o clero (naquela época)
que detinha a literacia. Actualmente, para além de locais com famosas universidades, há

9
ainda a acrescentar a cidades com esta função, locais de investigação e centros de
estudo: Coimbra, Oxford, Cambridge, Salamanca.

Função turística (lazer) – Engloba todas as cidades que reúnam boas condições
climáticas quer para actividades de Verão, quer para actividades de desportos de
Inverno, locais propícios ao divertimento e ainda locais termais. Côte D’Azur,
“algarve”, Saint Moritz, Nice, Monte Carlo, Las Vegas,

Função religiosa – Surgiram em locais de “aparições”, de importantes mosteiros,


catedrais, etc… Estes locais são considerados importantes centros de fé e atraem
milhares de peregrinos (gerando assim enormes receitas a outros serviços – alimentares,
alojamento, comerciais, etc..).

Função defensiva (Como era o caso das cidades fortificadas da idade média). A maior
parte destas cidades surgiu também na Idade Média, com as cidades-fortalezas,
construídas preferencialmente no cimo de elevações, onde era edificado um castelo e
rodeado por muralhas. Muitas das actuais cidades derivam deste factor: Bragança,
Leiria, Roma, Toledo, Almeida, Elvas e outras.

Estrutura urbana – modelos de estrutura urbana

A estrutura urbana é a relação urbanística existente no interior do espaço urbano entre as


diferentes partes que compõem a cidade: constituída de cidades antigas e de sucessivas
zonas habitualmente agregadas concentricamente, a partir do núcleo inicial onde se
fundou a cidade.

Assim, a organização interna da cidade é feita mediante o recurso a várias teorias. Tais
teorias visam explicar a maneira como o solo urbano se encontra organizado, quer seja
em função da história do desenvolvimento da cidade, acessibilidade ou do valor do solo.

Assim, São três as teorias principais, a saber:

 A teoria dos círculos ou zonas concêntricas ou Modelo de Burgess, criada em


1925;
 A teoria dos sectores ou Modelo de Hoyt, criada em 1939;
 A teoria dos Centros Múltiplos ou a cidade multinucleada, também chamada de
Modelo de Harris e Ullman, criada em 1945.

10
Extensão física da área urbana e sua organização

As cidades e localidades exercem uma certa atracção à sua volta devido à existência de
bens e serviços não disponíveis noutros locais (lugar central). Diz-se então que urna
certa localidade ou região tem funções centrais quando disponibiliza bens centrais para
tal acontecer. Assim:

Bem central – é o serviço ou artigo que só é adquirível num determinado lugar que é
central em relação ao conjunto da população que o procura.

Função central – é qualquer actividade económica terciária que assegura o


fornecimento de um bem central.

Lugar central – é o lugar onde se exercem as funções centrais que servem a sua área
complementar.

Funções raras – estão ligadas actividade económica terciária que só se encontra em


lugares centrais (ex: hotel, bancos, etc.).

Função vulgar – actividade económica terciária que se encontra em geral em todos os


lugares centrais com diversos estabelecimentos (ex: tabernas, mercearias, padarias, etc.).

Localização das principais actividades urbanas e tendências de evolução

O meio urbano possui espaços caracterizados por usos diferenciados do solo, advindo
dai diferentes localizações de actividades na cidade.

Algumas áreas são ocupadas principalmente por residências; outras, por escritórios e
casas comerciais; outras, por indústrias e ainda outras agregam vários usos. Se
observarmos atentamente, notaremos que a localização das principais actividades (ou
diversos usos) não é aleatória. A maior parte do comércio e dos serviços está localizada
no centro da cidade, enquanto as indústrias estão geralmente localizadas numa área
isolada da cidade, portanto na periferia. As pequenas indústrias, por sua vez, estão mais
perto da residência dos trabalhadores.

A população mais pobre, na sua maior parte, está localizada na periferia da cidade, e
muita das vezes, nas áreas de piores condições ambientais, particularmente no que toca
a salubridade. Os mais ricos também ocupam lugares determinados, como por exemplo,

11
as áreas centrais de localização privilegiada, ou então ocupam áreas nobres da periferia,
com todo o conforto e segurança.

Com o crescimento das cidades, os usos tendem a ser conflituantes entre si e a saturar a
capacidade de suporte das infra-estruturas urbanas e do meio ambiente. Deste modo, as
várias utilizações não só se juntam para compartilhar benefícios, como também para
compartilhar impactos negativos. Assim, o dono de uma oficina de reparação de
motores não reclama do barulho produzido pelo latoeiro, pois para além de partilharem
ruido (poluição sonora), partilham também clientes e vice-versa. Contudo, uma escola,
um hospital e uma casa de jogos electrónicos ou uma discoteca ruidosa, um aeroporto,
não podem partilhar a mesma vizinhança.

Essas afinidades e conflitos de actividades urbanas são as razões principais para


realização do planeamento urbano, ou seja, a divisão do espaço urbano em áreas de uso
conforme as afinidades e os conflitos dos mesmos, ou da capacidade de suporte do meio
físico e da infra-estrutura urbana.

A cidade como polo organizador do espaço

A cidade é por excelência o local onde ocorrem as trocas materiais e espirituais. Estas
trocas ocorrem, pois, por um lado a localização das cidades permite e favorece a
distribuição de produtos agrícolas, produção e distribuição de produtos manufacturados
e industriais, e por outro, devido ao consumo de bens e serviços variados. Estas trocas
materiais ligam-se as trocas espirituais, pois a cidade é igualmente a sede do poder
administrativo, por sua vez representativo do sistema económico, político e social; as
cidades são igualmente os locais privilegiados da função educativa e de actividades
recreativas, lúdicas e de lazer, que implicam público muito numeroso.

Relação campo-cidade

As relações campo-cidade não são um problema novo, mas um problema que já se


verifica desde há séculos, e que ganhou urna importância considerável com o advento
da Revolução Industrial, nos dias que correm, a morfologia, a estrutura e o dinamismo
de muitas cidades são expressão da Vida rural. Por isso, os laços que se estabelecem
entre os habitantes da cidade e do campo estendem-se para além dos arredores da
cidade. A cidade tem um forte poder de atracção definitivo ou temporário sobre os
habitantes do campo e ao mesmo tempo, um poder de escoamento que se manifesta num

12
espaço periférico ao núcleo de atracção. Estes poderes de atracção podem ser resumidos
nos seguintes pontos:

Atracção de imigrantes – resultantes das migrações diárias ou pendulares (o vaivém


diário dos que trabalham na cidade e vivem no campo), e mesmo das migrações
definitivas, sobretudo dos jovens que tanto procuram emprego, saúde, educação e outros
atractivos que a cidade aparentemente oferece.

Fluxo de comunicação – os fluxos de comunicação representados pela frequência de


transportes públicos (autocarro, comboio, barco, metro), de chamadas telefónicas,
distribuição de jornais diários, permitem uma ligação estreita entre a cidade e o campo,
diminuindo, por conseguinte, aparentemente, a distância entre estas duas áreas.

Influência sobre a agricultura — o campo fornece diariamente uma vasta gama de


produtos agrícolas diários, principalmente hortícolas, leite, mandioca, batata-doce,
lenha, frutos Silvestre e outros.

Por outro lado, a Cidade é fornecedora de materiais manufacturados diversos, como


instrumentos agrícolas, tractores, enxadas, catanas, ancinhos e similares cuja utilidade
revela-se importante para o incremento da A cidade é igualmente difusora de capitais e
ideias. Finalmente, a agricultura como produtora de matérias-primas os laços de
solidariedade entre o campo e a cidade.

Influência comercial – a área da influência urbana verifica-se e avalia-se pelo poder de


fluxos comerciais que se afastam na direcção do campo a partir das vendas a grosso e a
retalho através dos mercados, feiras e centros comerciais.

Influência da cidade como pólo de emprego de serviços especializados — a cidade


pode oferecer oportunidades de emprego e especificamente de serviços especializados
aos cidadãos qualificados e acaba atraindo significativamente quer cidadãos das áreas
circunvizinhas, quer outros provenientes de regiões distantes destas, à procura de
emprego.

Influencia intelectual — as cidades Oferecem as maiores e melhores oportunidades de


formação, ensino e educação devido à existência de escolas, sobretudo escolas de nível
universitário.

13
Estes centros universitários exercem a sua influência para além das fronteiras urbanas,
constituindo pólos de atracção.

Influência recreativa e cultural – devido existência de cinemas, teatros, bibliotecas,


campos desportivos, a cidade torna-se um pólo de atracção para as populações rurais.

Influência administrativa – a cidade actua como um local aglutinador de vários


serviços administrativos como notários, finanças, tribunais, que exercem uma influência
proporcional ao grau hierárquico das funções disponibilizadas e que deixam o meio
rural na sua dependência.

Influência no estilo de vida rural – quando os citadinos passam férias ou fins-de-


semana no campo, estes são um poderoso meio de difusão de estilos de Vida urbanos,
como por exemplo, a maneira de vestir, de falar, de comer, o que leva o habitante rural a
o Citadino, e dai tentar a sua sorte emigrando para a cidade. Outra influência que daqui
resulta é a alteração do estilo de Vida e padrões culturais dos habitantes do meio rural, o
que concorre para a aculturação e homogeneização das pessoas e dos estilos de Vida ou
dos valores culturais.

Planeamento urbano e sua importância

Planeamento urbano é o processo de criação e desenvolvimento de programas que


visam melhorar e revitalizar certos aspectos, como por exemplo a qualidade de Vida das
populações dentro de uma área urbana, nomeadamente, Vilas ou cidades. O
planeamento urbano tido com os processos de produção, estruturação, e apropriação do
espaço urbano.

Esta actividade é de importância capital pois tem em vista aconselhar os municípios,


Vilas e outros assentamentos urbanos, sugerindo possíveis medidas que podem ser
tomadas com o objectivo de minimizar e melhorar os problemas decorrentes do uso do
espaço (congestionamento de trânsito, construções de áreas comerciais e habitacionais,
parqueamento de viaturas, etc.).

Importância do planeamento urbano na gestão ambiental

Um planeamento urbano bem desenvolvido dentro de uma cidade é muito importante


para a gestão ambiental adequada, pois valoriza a conservação ambiental e aumenta a

14
qualidade de Vida das pessoas, garantindo a sobrevivência das pessoas nas grandes
cidades.

Assim, o planeamento urbano tem grande importância no controle do crescimento


desordenado dentro das cidades, onde o mesmo contribui para o agravamento da
degradação do ambiente.

O uso correcto do espaço, juntamente com um planeamento adequado, pode evitar o


crescimento desordenado dentro das cidades, onde cada um constrói ou destrói onde
quer, sem pensar no que está fazendo ou destruindo.

O planeamento urbano visa, portanto, mostrar como é a cidade hoje e como ela deve ser
no futuro. Este plano mostra a maneira como o solo urbano deve ser utilizado pelas
infra-estruturas públicas e como deve ser expandido, melhorado ou criado. Deve
igualmente definir áreas que podem ser adensadas, com edifícios de maior altura, áreas
que devem permanecer com média ou baixa densidade, ou aquelas áreas que não devem
ser urbanizadas, tais como áreas de preservação permanente.

Principais problemas das cidades

As actividades industriais geraram, ao longo dos últimos séculos, problemas antes


nunca enfrentados pela sociedade humana. Muitos deles acarretam em sérios danos
ambientais, nas zonas urbanas ou nas zonas rurais, dada sua proporção e seu alcance

Alguns dos principais (e mais graves) problemas das cidades.

1. Ilha de calor

Esse problema é causado pelo excesso de edificação no ambiente urbano,


impermeabilização do solo e poucas árvores nas cidades. A cidade em si já é um
ambiente quente, e essas ações provocam absorção de calor, formando ilhas de calor.

2. Poluição

Nas cidades, a palavra “poluição” deve vir no plural, pois existem poluições em vários
locais e de várias formas: lixo, outdoors, barulho, veículos, indústrias. Poluição sonora,
visual e do ar são as mais comuns e degradantes para a vida nas cidades.

15
3. Chuva ácida

A poluição do ar intensifica a acidez das chuvas. A chuva ácida acontece devido ao


lançamento de gases poluentes na atmosfera pelas indústrias e automóveis. Gases como
dióxido de enxofre e dióxido de nitrogénio entram em contacto com as nuvens, e esse
contacto forma ácido sulfúrico, que cai em forma de precipitação. Essa chuva pode
queimar plantações, corroer monumentos históricos, causar mortes de peixes, provocar
doenças respiratórias, entre outros efeitos.

4. Inversão térmica

A inversão térmica é um processo natural, mas que se agrava com as emissões de


poluentes, causando e/ou agravando problemas respiratórios. Nas cidades, a inversão
térmica é mais comum nos dias frios de inverno, quando o ar frio está próximo da
superfície e recebe poluentes pela manhã.

5. Ocupação de áreas irregulares

Esse é um problema social e ambiental. A urbanização acelerada em algumas áreas do


globo, com a péssima infra-estrutura das cidades, fez com que pessoas ocupassem áreas
perigosas, como margens de rios, debaixo de viadutos, e encostas de morros. No
período chuvoso, a população dessas áreas sofre com enchentes, inundações,
alagamentos e, no caso dos morros, deslizamentos, podendo ter vítimas fatais.

6. Mobilidade

O aumento no número de veículos nas grandes cidades tem cada vez mais preocupado
as autoridades. Com esse aumento, a população urbana gasta muito tempo indo de um
local para o outro, o que pode atrapalhar nas relações profissionais e desgasta quem
passa mais tempo indo para o trabalho e voltando para casa do que no próprio trabalho

7. Violência

Considerada um problema social, a violência nas médias e grandes cidades deve ser
tratada com seriedade pelas autoridades públicas. Assaltos, homicídios, brigas de
trânsito, brigas domésticas, agressão a moradores de rua, entre outros, são algumas das
violências cometidas nos ambientes urbanos. A falta de segurança pode ser associada ao
desemprego, baixos índices educacionais e desigualdade social.

16
8. Favelização

A falta de moradia criada pelo crescimento desordenado das cidades faz surgir grandes
áreas periféricas que não têm o mínimo de assistência e infra-estrutura por parte do
poder público, como saneamento básico, colecta de lixo, escolas, postos de saúde etc.
Essas áreas, construídas por meio de ocupações irregulares, são conhecidas como
favelas, com baixas condições sanitárias e muita gente vivendo em pequenos espaços.
Para saber mais sobre esse grave problema urbano, leia: Favelização.
Consequências dos problemas urbanos

Os problemas urbanos geram consequências nefastas para quem convive diariamente


com eles. As poluições, chuvas ácidas e ilhas de calor afectam a qualidade de vida na
zona urbana, principalmente nos grandes centros, onde os níveis desses eventos são
maiores. Problemas respiratórios são agravados, como asma, bronquite, sinusite,
elevando o número de pessoas que buscam atendimento médico.

O lixo é uma questão ambiental e social. Seu armazenamento, de forma indevida,


fomenta destinos inadequados, como lixões, descartes irregulares e entupimento de
bueiros. Além desses impactos ambientais, devemos observar o consumo, pois classes
mais favorecidas geram mais lixo, ou seja, mais impactos negativos.

Para a população urbana, o barulho também é um fator agravante. A poluição sonora


(buzinas, motores de veículos grandes como caminhões e ônibus, propagandas em alto-
falantes) traz desconfortos e desvalorização imobiliária. Muitos se mudam para áreas
mais afastadas dos centros urbanos, buscando condomínios fechados com paz e
segurança.

Contudo, nem todos têm as condições para buscar moradias mais seguras e tranquilas. A
falta de moradia digna para todos pode levar as pessoas a irem morar na rua, com
baixíssimas condições sanitárias e alimentícias, sendo um problema social.

17
Conclusão

Ao concluirmos o trabalho, deu-nos a compreender que as cidades podem ser


classificadas a partir de seu grau de influência económica e também política. Nesse
sentido, leva-se em conta os mais diversos índices, como renda per capita, Produto
Interno Bruto, índice populacional etc. Tal classificação é chamada de Hierarquia das
Cidades ou Hierarquia Urbana. Em razão de os critérios sobre a classificação
hierárquica das cidades serem bem variados, existem vários tipos de hierarquias
urbanas, com padronizações diferentes. Utilizaremos aqui as divisões mais
comummente adoptadas. As cidades podem ser divididas em cidades locais, centros
regionais, cidades médias, cidades metropolitanas, metrópole e cidades globais.

18
Bibliografia

Bridge, Gary e Watson, Sophie (2002). A Companion to the City. [S.l.]: Blackwell
Publishers. ISBN 0-631-23578-7

MANSO, Francisco Jorge; VICTOR, Ringo. Geografia 12ª Classe – Pré-


universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

Mumford, Lewis (1968). The City in History: Its Origins, Its Transformations, and Its
Prospects. [S.l.]: Harvest Books. ISBN 0-15-618035-9

Poettering, Jorun e Gefferson Ramos Rodrigues (2016). "Em benefício do povo". Obras,
governo e sociedade na cidade colonial. Rio de Janeiro: Mauad

19

Você também pode gostar