Disserte sobre as características da agropecuária brasileira em seu
desenvolvimento desigual combinado, além de falar sobre os conflitos agropecuários ao longo do tempo.
O desenvolvimento da agropecuária brasileira ocorreu de forma desigual, enquanto
algumas regiões apresentam uma agropecuária moderna e tecnificada, outras ainda mantêm manejos tradicionais. Um exemplo disso é o contraste entre a produção agropecuária encontrada no centro-sul, mais avançada e com alta produtividade, enquanto regiões como o norte/nordeste sofrem com as questões climáticas. Além disso, os conflitos agropecuários no território brasileiro ao longo do tempo abrangem a grilagem de terras, os atuais conflitos ligados ao agronegócio e movimentos sociais do campo, como o MST, a luta pela demarcação de terras indígenas e quilombolas, além de discussões acerca da utilização de agrotóxicos e seus impactos na saúde coletiva e no meio ambiente. Por fim, as políticas públicas voltadas ao campo nem sempre se estabelecem de forma efetiva, muita vezes corroborando com a manutenção de privilégios aos latifundiários em detrimento de populações menos favorecidas.
2. Como se deu o processo de industrialização no Brasil segundo o texto
trabalhado em aula e qual sua relação com a urbanização. A industrialização no Brasil tem início no século XIX, após a abolição da escravatura e inserção do trabalho assalariado. Com a crise gerada pela Primeira Guerra Mundial, o Brasil adotou uma política protecionista, estimulando a produção interna, resultando no surgimento de novos ramos industriais. As indústrias se concentraram no centro-sul, impulsionadas pela exportação de café e pela infraestrutura ferroviária. A partir dos anos 1920, a produção industrial diversificou-se, expandindo-se para o nordeste, já nas décadas de 1950 em diante, houve mudanças no processo industrial, com maior associação ao capital internacional. Já durante a ditadura militar, a produção foi intensificada, levando ao "Milagre Econômico", mas a crise do petróleo nos anos 1970 resultou em fracasso. Por fim, a dependência do capital internacional agravou desigualdades sociais e regionais, gerando crises e recessão. Já no que tange a urbanização, esta é marcada por um crescimento rápido da população urbana nas últimas décadas, abrangendo tanto grandes metrópoles quanto cidades de médio porte, o que culmina no processo de periferização em várias cidades, com crescimento desordenado e falta de infraestrutura. No Brasil são encontradas profundas desigualdades socioespaciais, com concentração de renda e serviços nas grandes cidades, enquanto áreas periféricas e rurais são negligenciadas. Além disso, o processo de urbanização também gera impactos ambientais significativos, como degradação de áreas verdes e poluição. A industrialização exerce influência significativa na urbanização do Brasil, concentrando atividades econômicas e empregos nas áreas urbanas, o que atrai um grande contingente populacional em busca de trabalho e melhores condições de vida, resultando no crescimento de aglomerações urbanas. Além disso, a presença de indústrias atrai investimentos nos demais setores, como serviços e comércio, o que contribui para o desenvolvimento e diversificação da economia urbana. Contudo, a concentração industrial pode gerar desigualdades regionais e problemas ambientais, como poluição, apresentando desafios ao processo de urbanização.
3. Quais as características da matriz energética e elétrica brasileira?
A matriz energética brasileira possui as seguintes características:
A energia hidrelétrica é a principal fonte de energia do Brasil, aproveitando o
potencial hídrico do país e representando a maior parcela da matriz energética do país. Além disso, há uma presente busca pelo uso de energias renováveis, como o uso do etanol no setor de transportes, contudo, o consumo de lenha e biomassa tradicional ainda é significativo. Atualmente ocorrem discussões sobre quais rumos o país deve seguir em relação a matriz energética.
4. Como se estrutura e se distribui as redes de transporte no Brasil?
As redes de transporte no Brasil são estruturadas e distribuídas de acordo com a demanda, tanto de circulação de pessoas como de mercadorias. O país possui uma extensa malha rodoviária, que é a principal forma de transporte utilizada, conectando as diferentes regiões do país. Além disso, existem redes ferroviárias, hidroviárias e aéreas, que constituem o sistema de transporte. A localização destas redes é influenciada por fatores geopolíticos e geoeconômicos, os pontos de distribuição são escolhidos de forma estratégica para facilitar o fluxo de grandes volumes de mercadorias. Os nós logísticos, como terminais intermodais e plataformas logísticas, são localizados em áreas de maior fluxo de materiais, visando facilitar a circulação e distribuição de mercadorias. No entanto, essa distribuição não é uniforme, resultando em desigualdades de acesso aos serviços de transporte e impactando o desenvolvimento econômico e social entre as diferentes regiões do país.
5. Qual a importância das redes e nós nos transportes e energia?
No caso dos transportes, as redes de transporte, como estradas, ferrovias, portos e aeroportos, conectam diferentes pontos geográficos, permitindo a circulação de pessoas e mercadorias. Os nós, por sua vez, são os pontos de conexão e distribuição dentro dessas redes, como terminais de ônibus, estações ferroviárias e portos. Eles são responsáveis por facilitar o fluxo de passageiros e cargas, garantindo a integração e a eficiência do sistema de transporte. Já no setor de energia, as redes e nós desempenham um papel crucial na distribuição e fornecimento de eletricidade. As redes de energia elétrica, como linhas de transmissão e distribuição, conectam usinas de geração de energia aos consumidores finais. Os nós, nesse contexto, são os pontos de conexão e distribuição de energia, como subestações e centros de distribuição. Eles são responsáveis por garantir a entrega confiável e segura de eletricidade aos consumidores.
6. Quais características da formação econômica e espacial brasileira?
A redefinição territorial do trabalho leva à emergência de novos processos de regionalização, de acordo com a espacialização do trabalho no território, deste modo, o desenvolvimento da realidade econômica-espacial do Brasil passa por três grandes períodos. Economia agrária exportadora - do século XVI ao início do século XX, a economia nacional era formada por diversas economias regionais, onde cada uma representava um núcleo de acumulação ligado ao mercado internacional e a concentração de renda pertencia às elites do país. Período marcado pelos ciclos exportadores, como café, cana de açúcar, mineração, etc. Período de industrialização - Entre 1930 e 1950, nova fase do desenvolvimento industrial, marcada pelo setor de bens intermediários e bens de capital. Os mercados a que se destinavam eram as indústrias de bens de consumo, obras de infra-estrutura e construção civil. Capital monopolista - A partir da década de 1960, com a expansão das multinacionais após a segunda guerra, empresas transnacionais se tornam presentes no território brasileiro. Com a internacionalização da economia capitalista norte americana, ocorre no país a expansão do capitalismo para a periferia, ou seja, o centro do Brasil se torna a periferia do mundo, causando efeitos no espaço geográfico e nas formas de regionalização.
Os imperativos do agronegócio: Histórias de trabalhadores e camponeses no processo de reorganização das relações de trabalho no campo e na luta pela reforma agrária (Oeste do Paraná, 1970-2020)