Você está na página 1de 3

Capítulo II: Do meio natural ao meio técnico-científico-informacional

1. Problemas da periodização
História do território brasileiro = soma e síntese das histórias de suas regiões.
Espaço acumula defasagens e superposições de divisões do trabalho – sociais e
territoriais.
Normalmente sociólogos e historiadores só levam em conta as relações sociais na hora
de periodizar.
Levar em conta técnicas e suas cristalizações nos objetos geográficos.
Periodização em ciclos (pau brasil, açúcar, ouro e diamantes, café...) não é realista,
pois, a exportação de um produto continuava no ciclo seguinte como um produto
menos expressivo.
Território como fala privilegiada da nação.
Objetivo de apresentar a sucessão de meios geográficos no Brasil.
3 grandes momentos na história da organização do território brasileiro: os meios
naturais, os meios técnicos e o meio técnico-científico informacional.
Meio natural: tempo lento da natureza comandando as ações humanas
Meio técnico científico: Brasil dos anos 70, caraterizado por uma revolução das
telecomunicações.

2. A sucessão dos meios geográficos no Brasil


2.1. Os meios naturais
Toda ação humana supõe uma técnica.
Caçadores coletores, surgimento da agricultura...
Natureza comandava, direta ou indiretamente, as ações humanas.
Precariedade das técnicas, o corpo do homem era o principal agente de transformação

2.2. Os sucessivos meios técnicos


Divisões territoriais do trabalho são substituídas, transformadas... Sempre sobra um
vestígio das divisões do passado.
Emergência do espaço mecanizado – “próteses”.
Lógica e tempos humanos se impondo à natureza.
Primeiro momento: território brasileiro como um arquipélago contendo um
subsistema que é um arquipélago mecanizado.
Depois: circulação mecanizada, industrialização.
Terceiro momento: integração do mercado e do território por meio das vias de
transporte. Agrava as diversidades regionais, as disparidades regionais tornam-se
estruturais.

2.2.1. O Brasil arquipélago: a mecanização incompleta


Demanda exterior – criação de zonas econômicas
Cada região se ligava diretamente às demandas internacionais. Não havia a integração
do mercado interna.
Portos, ferroviais e estradas de rodagem: constituíram os primeiros sistemas de
engenharia no território.
Crescimento das cidades foi desigual devido às oscilações das economias regionais ou
de seu papel político.
Inexistência de uma rede urbana nacional
Maiores cidades presidem a uma economia de produção voltada para o estrangeiro.

2.2.2. O meio técnico da circulação mecanizada e dos inícios da industrialização


Período de transição entre o meio colonial pré-técnico e a efetiva integração nacional.
Entre o começo do século XX e a década de 1940.
Estabelecimento de uma rede brasileira de cidades. Começo da integração nacional e
da hegemonia de São Paulo.
Momento da mecanização do território brasileiro e também de sua motorização:
extensão das ferroviais e integração com os portos para escoamento da produção
voltada para o mercado internacional.
Essas redes eram construídas menos para a integração nacional e mais para anteder às
demandas internacionais.
Urbanização e aumento populacional.

2.2.2.1. A formação da Região Concentrada e a urbanização interior


A partir da década de 1930: industrialização no centro sul do Brasil, sobretudo São
Paulo.
Necessidade de integrar o mercado nacional para a industrialização crescente.
Integração da região no entorno de São Paulo, que se torna uma metrópole regional –
redes de transporte densa.
Migração.

2.2.3. A integração nacional


Consolidação da hegemonia paulista
Criação de uma demanda nacional a partir do desenvolvimento da industrialização
paulista – matérias primas e produtos agrícolas para sustentar o nível de vida paulista.
Crescimento das cidades do interior: atendimento às demandas das metrópoles
regionais.
Construção da rede de estradas: integração nacional e expansão do mercado de
consumo da indústria crescente – favorece São Paulo e aumenta a polarização
regional.

2.3. Meio técnico-científico-informacional


2.3.1. O período técnico científico
Pós segunda guerra mundial – ideologia do consumo e do desenvolvimento
econômico, necessidade de integrar o país por meio das redes de transporte.
Início do surgimento das multinacionais.
A partir dos anos setenta: modernização das comunicações e da rede de transporte =
condições de fluidez do território.
Revolução nos transportes – anos 1950 e 1960
Revolução das telecomunicações – anos 70
Anos 70: modernização da agricultura, desenvolvimento do capitalismo agrário,
expansão das fronteiras agrícolas.
Agravamento da tendência à concentração e à centralização da economia

2.3.2. O meio técnico-científico-informacional com a globalização


sa

Você também pode gostar