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Áreas metropolitanas
Lisboa e Porto.
Forte concentração demográfica e de atividades económicas.
Áreas suburbanas
Desconcentração da área central e deslocação de população e atividade económicas para a
periferia.
Áreas periurbanas
Desurbanização.
Declínio da cidade-centro.
Áreas rurbanas
Desconcentração do crescimento urbano.
Progressão urbana difusa.
Suburbanização: Processo de crescimento da cidade através da ocupação progressiva do espaço
rural, que regista um crescimento da sua população total, de atividades económicas e de habitações.
Resulta do processo de desconcentração e de densificação da cidade principal.
Fatores que explicam:
Melhoria a nível de transportes públicos
Disponibilidade de terrenos na periferia
Renda locativa muito elevada no centro
A desconcentração urbana contribuiu para que aumentasse os movimentos pendulares o
que diminuiu o nível de qualidade de vida da pop.
Periurbanização
Áreas para lá da coroa suburbana, que se encontram numa posição de transição entre
espaços estritamente rurais e áreas suburbanas (periurbanização).
Mistura de estruturas urbanas com outras de caráter rural, que dificultam a definição de
uma fronteira entre a cidade e o campo.
Rurbanização
Movimento de pessoas e empregos das grandes cidades para pequenas povoações e pequenas vilas
situadas a maior distância (rurbanização).
Coexistência de uma população que se dedica a atividades agrícolas e uma população urbana com
hábitos de consumo e estilos de vida urbanos.
Construção de vias de comunicação
1. A construção de estradas, autoestradas e vias ferroviárias aumentaram as acessibilidades
das áreas mais afastadas e os movimentos pendulares da população.
Oferta de atividades terciárias
1. A existência de comércio que atrai e promove a fixação de população e de outras atividades
económicas.
Qualidade ambiental e paisagística
1. Menor pressão urbanística;
2. Níveis de poluição mais baixos e ambiente menos congestionado;
3. Habitações com qualidade arquitetónica e de caráter histórico;
4. Disponibilidade de espaço e preços mais acessíveis.
Características das áreas periurbanas
1. Declínio da atividade agrícola
2. Fragmentação da propriedade agrícola
3. Implementação de unidades industriais
4. Ocupação difusa do espaço pela habitação
Consequências da expansão urbana
1. Intensos movimentos pendulares.
2. Sobrelotação dos transportes urbanos e suburbanos.
3. Elevados custos e tempo despendido nas deslocações diárias.
4. Ausência de planeamento do território e surgimento de construções ilegais.
5. Elevados custos com a construção de infraestruturas de saneamento e de distribuição de
energia e água.
6. Insuficiência de serviços e equipamentos coletivos
Áreas metropolitanas
Constituem: amplas áreas urbanizadas, que englobam uma grande cidade e esta, por sua vez, exerce
um efeito polarizador sobre as restantes aglomerações urbanas, com as quais estabelece relações de
interdependência económica e funcional.
Formam: sistema urbano policêntrico, ligado por relações de complementaridade, que fortalecem a
coesão do território e fomentam uma gestão estratégica de desenvolvimento territorial.
Caracterizam-se por:
1. Elevado dinamismo económico e funcional.
2. Intenso fluxo de pessoas e bens.
3. Intensos movimentos pendulares.
4. Decréscimo de população residente na cidade principal.
5. Desconcentração das atividades industrial e terciária da cidade principal.
Áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto
Criadas administrativamente em 1991
Em 2003 – definiu-se o regime jurídico das áreas metropolitanas: Lei nº 10 de 13 de Maio.
Revogado – Criação das comunidades intermunicipais: Lei nº 45/2008.
Funções urbanas
Anteriormente: Estrutura monocêntrica, polarizada pela grande cidade.
Atualmente: Estrutura policêntrica, com relações de complementaridade e solidariedade territorial.
Rede viaria
Anteriormente: Estrutura radioconcêntrica.
Atualmente: Estrutura reticular, em expansão e que favorece as interligações.
Constituída por 17 concelhos, repartidos pelas NUTS III: Área Metropolitana do Porto
e Tâmega e Sousa.
Concentra 17% da população nacional (cerca de 1 737 395 habitantes).
Concentra cerca de metade da riqueza gerada na região Norte.
Área de concentração do setor secundário que absorve uma parte significativa da
população ativa.
perfis de industrialização distintos
Concentração de indústrias de bens de consumo.
Utilização de mão de obra intensiva e pouco qualificada.
Predomínio de pequenas e médias empresas.
Concentração de indústrias têxteis, de calçado e mobiliário, com alguma especialização, e
associadas à exportação.
Crescente aposta na inovação científica e tecnológica: Parque da Ciência e Tecnologia do
Porto, Parque da Ciência e Tecnologia da Maia (Tecmaia) e Europarque (Sta. Maria da Feira).
Padrão de localização concentrado à volta do concelho do Porto e padrão disperso no
restante território.
Dinâmica demográfica
Ambas as AM’s registaram um aumento de população residente ao longo das décadas
Efeito polarizador das AM’s – concentram 45% da população portuguesa.
A área metropolitana do porto e de lisboa tem vindo a perder pop nos últimos anos.
Variação demográfica
Perda de população---Municípios centrais
Elevados custos do solo.
Elevados valores da habitação.
Saída da população para a periferia, onde beneficia de boa acessibilidade em relação ao centro.
Ganho populacional---Periferia
Amplos espaços para construção.
Menor custo da habitação.
Elevada acessibilidade ao centro.
Intensificação dos processos de suburbanização e periurbanização.
Áreas metropolitanas do porto e de lisboa
Fatores naturais:
Localização junto ao litoral.
Acessibilidade natural.
Relevo plano ou pouco acidentado.
Clima ameno.
Fatores sociais
Concentração demográfica.
Concentração de população ativa.
Predomínio de população jovem.
Disponibilidade de mão de obra.
Fatores socioeconómicos
Concentração de mão de obra qualificada.
Localização de sedes de empresas e organismos internacionais.
Sistema produtivo diversificado.
Acessibilidade aos mercados nacional e internacional.
Existência de infraestruturas e serviços diversificados.
O setor terciário é o mais relevante nas áreas metropolitanas. Destaca-se em Lisboa que concilia a
função administrativa na qualidade de capital do país.
AML: empresas de grande dimensão; empresas de capital intensivo; produção de bens de
equipamento – volume de negócios e de VAB elevados
AMP: pequenas e médias empresas; mão de obra intensiva; produção de bens de consumo
tradicionais – volume de negócios e VAB inferiores
A indústria transformadora: assimetrias nacionais
Forte contraste entre o litoral e o interior.
Concentração da atividade industrial e do pessoal ao serviço nas AM’s.
Predomínio do setor secundário na região Norte – concentra cerca de metade do emprego
nesse território.
Predomínio de indústrias intensivas em mão de obra na região Norte.
Predomínio de indústrias intensivas em tecnologia na AML.
A indústria transformadora: assimetrias regionais
Diferenças no volume de negócios da indústria transformadora localizada no litoral/interior
e entre a AML e a AMP.
Predomínio do setor secundário na região Norte.
Norte: concentração de indústrias de bens de consumo, tradicionais: têxteis, calçado,
madeira e cortiça.
Centro: especialização na produção de artigos de borracha e materiais plásticos.
AML: especialização na indústria alimentar, metalurgia, máquinas e tecnologia.
Alentejo: indústria transformadora com pouca expressividade. Destaque para a produção de
tecnologia, equipamento elétrico, reparação de equipamentos e produção de minerais não
metálicos.
Algarve: destaque para a indústria alimentar e reparação/manutenção e instalação de
máquinas.
Os problemas urbanos
Urbanísticos:
Degradação do parque habitacional: a migração da função residencial para a periferia das grandes
cidades, na sequência do processo de suburbanização, levou à degradação dos centros históricos.
Por outro lado, as rendas fixas e de longa duração, de valor baixo, não permitem aos proprietários
dos edifícios realizar obras de recuperação. Noutros casos, os proprietários (moradores) são pessoas
idosas que não têm capacidade financeira para realizar obras de conservação ou de melhoria.
Falta de habitação e sobrelotação dos edifícios: o êxodo rural e as vagas de imigrantes nos anos 70
e 80 do século XX provocaram uma falta de habitação e de resposta das infestruturas, conduzindo ao
aparecimento de construções ilegais.
Saturação das infraestruturas e equipamentos: resultante do contínuo crescimento populacional
nas áreas urbanas e da incapacidade de resposta das infraestruturas físicas e dos equipamentos
sociais.
proliferação de habitação clandestina: a falta de resposta à crescente procura de habitação e os
elevados valores de renda originaram o aparecimento de construções ilegais, habitadas por famílias
de parcos rendimentos.
Deficiência nas infraestruturas de saneamento básico e de fornecimento de água potável.
Ambientais:
Poluição sonora: os níveis de ruído constituem um problema de saúde pública e afetam a qualidade
de vida das populações.
Poluição atmosférica: produzida por diversas fontes (atividades económicas, transportes, produção
de resíduos e o modo de vida urbano) compromete a qualidade do ar nas grandes aglomerações
urbanas e a saúde humana.
Ocupação e impermeabilização dos solos: facilitada pela falta de ordenamento do território. A
construção em solos com várias aptidões (agrícola, florestal…), leitos de cheia, encostas íngremes e
zonas ribeirinhas, contribuiu para a diminuição da infiltração e para o aumento do escoamento
superficial – aumento do risco de inundação.
Produção de resíduos urbanos e falta de sistemas de tratamento de resíduos. Aumento de
temperatura – “ilhas urbanas de calor”. Resulta das:
modificações na geometria urbana, nas principais entradas e saídas energéticas da cidade
bem como na densidade dos edifícios cuja rugosidade afeta a velocidade do vento;
utilização de materiais de construção (alcatrão, betão e fibrocimento) que reduzem a
refletividade das construções e aumentam a absorção de energia solar;
climatização e iluminação artificial de edifícios e ruas;
impermeabilização dos solos;
poluição causada pela atividade humana.
Socioeconómicos:
Pobreza e exclusão social.na sequencia de: crises económicas que geram desemprego,
precariedade de emprego e bolsas de pobreza.
Afetam, particularmente:
- Idosos com baixas reformas ou pensões;
- Trabalhadores mal remunerados;
- Minorias étnicas e imigrantes ilegais;
- Famílias monoparentais;
- Jovens em risco, toxicodependentes e sem-abrigo.
Insegurança e criminalidade.
Sociais
Fadiga e stress. Devido a: ritmo de vida muito intenso; longas horas em filas de trânsito ausência de
descanso, de convívio social (…).
Despovoamento, envelhecimento e solidão.
expansão da terciarização e o valor do solo que originaram a expulsão de residentes jovens para
as periferias;
ausência de espaços verdes que fomentem o convívio social.
Planeamento urbano:
Processo fulcral que promove a prevenção e a resolução dos problemas nas áreas
urbanas.
Visa a recuperação da qualidade de vida nas cidades, valorizando-as.
Os diferentes instrumentos de gestão territorial (IGT) estão enquadrados pela lei de
bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de
urbanismo.
Revitalização urbana, ao nível do edificado, das atividades económicas e do espaço público, através
da:
Reabilitação urbana
Programas de reabilitação de edifícios que contam com apoio apoios fiscais e de natureza financeira:
PRAUD - Programa de Recuperação das Áreas Urbanas Degradadas (ex.:)
RECRIA
Urban I e Urban II
Jessica
IFRRU
Requalificação urbana
Consiste na alteração funcional do edificado ou de espaços e, consequentemente, a redistribuição
da população e/ou das atividades económicas ali existentes.
Polis- Programa Nacional de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades. Iniciativa
da Administração Central para reforçar a melhoria da qualidade urbana das cidades portuguesas, em
parceria com as autarquias locais.
Objetivo: melhorar a qualidade de vida urbana e revalorizar a paisagem, através de operações
urbanísticas essencialmente de carácter ambiental e/ou patrimonial.
Renovação urbana
Inclui a demolição total ou parcial de edifícios e/ou infraestruturas degradados, num dado território
urbano, sendo substituídos por um novo padrão urbano, moderno e atrativo, servido por melhores
acessibilidades e equipamentos que são reocupados por classes sociais de estatuto mais elevado e
por funções terciárias de nível superior (ex.: Parques das Nações em Lisboa).
Responsável pela eliminação dos bairros degradados de barracas, predominantes nas duas áreas
metropolitanas.
PER – Programa Especial de Realojamento
Gentrificação ou nobilitação urbana
Processo de substituição social verificada nos centros históricos, áreas tradicionalmente
habitadas por populações com baixos recursos, provocando alterações nas caraterísticas
desses locais.
A reabilitação urbana teve implicações ao nível da valorização fundiária e imobiliária do
centro da cidade, refletindo-se na sua composição sociodemográfica. Atraiu uma população
mais jovem, urbanita, cosmopolita, socialmente bem posicionada e portadora de um estilo de
vida urbano.
Estratégias para revitalização das áreas centrais
Implementação de programas e iniciativas de revitalização e requalificação urbana.
Renovação do edificado para atração de novas atividades económicas
Criação de ruas e praças pedonais, para facilitar a circulação e permitir e fruição do espaço
em segurança
Criação dos transportes públicos e urbanos e suburbanos
Criação de espaços de estacionamento mais eficiente
Uma rede urbana é o conjunto das aglomerações urbanas que se situam numa determinada área e
se diferenciam pela sua dimensão e pela sua função, ligadas entre si por eixos de comunicação e
fluxos.
Um sistema urbano corresponde ao conjunto de cidades e das respetivas áreas de influência que
estabelecem entre si relações de ordem hierárquica, quer de dependência quer de
complementaridade.
No continente:
conjunto de cidade que cresceram junto à costa, em estreita relação com o desenvolvimento
dos portos marítimos e aeroportos;
destaque para o Funchal (Madeira) e Ponta Delgada (Açores).
Sistema urbano policêntrico: Rede urbana constituída por várias aglomerações urbanas,
equilibradas sob o ponto de vista demográfico e funcional, com especializações diferenciadas que
interagem e cooperam entre si, através de relações de complementaridade.
Cidades médias
Segundo a Comissão Europeia, são cidades que têm entre 100 mil e 250 mil habitantes.
Grandes cidades: > 250 mil habitantes.
Cidades pequenas: < 100 mil habitantes.
Valores que não se aplicam a Portugal porque tem um grau de urbanização menor.
Têm uma dimensão ótima (demográfica, económica e social) o que que permite criar e
beneficiar das vantagens das economias de aglomeração.
Impulsionam o desenvolvimento e a valorização dos recursos regionais e locais.
Contribuem para a dinamização económica e social (travam o desemprego e o
envelhecimento demográfico) das áreas menos desenvolvidas.
São fundamentais para o desenvolvimento de um sistema urbano equilibrado.
Promovem um desenvolvimento sustentável que já não se encontra nas grandes
cidades nem existe nas cidades de pequena dimensão.
No caso português:
localizam-se, sobretudo, no litoral, em torno das duas áreas metropolitanas;
no interior, localizam-se sobretudo na região Centro, ligadas a alguns sistemas urbanos que
se encontram em formação.
no interior, destacam-se cidades como Bragança, Vila Real, Viseu, Covilhã, Castelo Branco,
Évora, Faro (…).
Programas implementados: PROSIURB (1994-1999), Polis XXI (2007-2013), Estratégia
Cidades Sustentáveis (2014-2020).
UM SISTEMA URBANO EQUILIBRADO
Requer cidades de média e pequena dimensão, distribuídas de forma mais homogénea, que
estabelecem relações de articulação e complementaridade entre as diferentes aglomerações.
Fundamental:
melhoria das redes rodoviária e ferroviária, que favoreçam as ligações e a circulação no
interior de forma mais célere;
valorização dos recursos endógenos e as potencialidades regionais, para atrair
investimentos;
promoção da revitalização dos centros urbanos através da reabilitação, da requalificação e
da renovação urbanas;
criação de parcerias de cooperação territorial para promover sinergias entre os polos
universitários e empresas.
A valorização das cidades médias contribui para um :
abrandamento do crescimento das grandes aglomerações que integram as AM’s de Lisboa e do Porto,
bem como o efeito polarizador que exercem;
reforço das relações entre o meio urbano e o meio rural envolvente;
aumento da competitividade regional e nacional que permitirá a sua afirmação internacional.
No caso português:
evidenciam-se várias cidades de média dimensão no interior do país que integram subsistemas
urbanos: