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O que é a malha urbana/planta ?

A malha urbana (ou planta) é a forma como se distribuem os edifícios e ruas no espaço
urbano.
As características da morfologia urbana resultam de um conjunto de fatores :
- Históricos;
-Topográficos;
-Económicos;
-Socioculturais;
-Tecnológicos, etc

Tipos de Planta
I. Planta irregular
 Traçado anárquico típico das cidades muçulmanas, com ruas geralmente estreitas e
tortuosas, por vezes a terminarem em becos e pátios interiores e,
consequentemente sem saída;
 Existência de bairros densos, calçadas e escadaria, que impedem ou dificultam a
circulação moderna do tráfego.
Em Portugal, este tipo traçado esá patente, por exemplo, em dois bairros lisboetas –
Alfama e Mouraria – e também cidades como Évora e Faro.

II. Planta radiocêntrica


 Possui um núcleo central em volta do qual se desenvolvem artérias sensivelmente
circulares e intersetadas por vias radiais de acesso ao centro;
 Apresenta uma facilidade nos trajetos diretos entre qualquer ponto;
 Tem uma considerável adaptabilidade a locais de relevo mais acidentado.
Em Portugal encontramos este tipo de planta em algumas cidades como: Évora, Faro e
Castelo Branco.

III. Planta ortogonal


 Traçado geométrico regular, com ruas direitas e perpendiculares entre si;
 Apresenta uma melhor adaptação às áreas planas;
 Tem uma maior facilidade na circulação do tráfego urbano;
 Vantagens na divisão administrativa e no loteamento dos quarteirões.
Em Portugal, encontramos exemplos do traçado ortogonal em cidades como: Espinho, Vila Real de
Santo António, Viana do Castelo, Angra de Heroísmo e Figueira da Foz.

Nota: Uma cidade pode evidenciar mais do que um tipo de malha urbana, devido a fatores como
diferentes épocas do crescimento urbano e a distintos contextos sociais.
As fases da expansão urbana
A expansão urbana é um processo que decorre no tempo e no espaço e que se caracteriza
pelo aumento da população a viver nas cidades e pela extensão geográfica das áreas
urbanas.
O crescimento do espaço urbano processa-se em duas fases:

1. Centrípeta - A concentração/densificação da população e das atividades


económicas no centro da cidade.
 Período de crescimento da cidade resultante da concentração demográfica e
funcional;
 As cidades exercem uma atração sobre a população e sobre as atividades
económicas dos setores secundário e terciário.

2. Centrífuga - A desconcentração/desdensificação da população e das atividades


económicas.
 Período de desconcentração demográfica e funcional, que tem promovido
crescente procura das periferias para a construção de habitações, imdústrias e
atividades económicas.`
Em Portugal, a expansão urbana é um fenómeno recente, com início nos anos 50,
assumindo uma forte expressão na década de 1980, com um modelo de organização
espacial nos centros urbanos de Lisboa e do Porto.
Tal deveu-se, entre outros fatores:

 Ao aumento do preço do solo no centro da cidade;


 Ao desenvolvimento dos transportes coletivos urbanos e suburbanos
 Aos elevados preços da habitação
 A existência de vastos espaços sem ocupação

A fase centrífuga engloba a suburbanização, que é um processo relacionado com o


desenvolvimento de subúrbios em torno das grandes cidades e aáreas metropolitanas.
O processo da suburbanização deu origem ao surgimento das chamadas:
 Cidades-satélite
-Função residencial e funcional capaz de satisfazer as necessidades da populção
e gerar emprego para muito dos seus habitantes;
-Dotadas de infraestruturas e equipamentos de apoio;
-Dependentes económica e financeiramente da cidade principal mais próxima.
 Cidades-dormitório
-Número de atividades económicas muitas vezes insuficiente para dar emprego à
população ativa que nelas reside;
-Não possuem equipamentos e infraestruturas que permitam satisfazer as
necessidades diárias da população;
-São as que mais contribuem para o aumento dos movi44mentos pendulares.
Os problemas associados à suburbanização

 O congestionamento das vias de acesso áreas centrais das cidades;


 O estresse, nervosismo e cansaço, em consequência do aumento do tempo
gasto no trânsito;
 O aumento das despesas com transportes, quer público, quer particular;
 A destruição de solos com aptidão agrícola;
 A desorganização urbanística

As características das áreas periurbanas e rurbanas

A periurbanização consiste num processo de expensão urbana, que caracteriza-se:


 Pela descontinuidade dos espaços costruídos;
 Por uma forte mobilidade pendular;
 Por uma elevada dependência funcional em relação à cidade centro;
 Por uma elevada interdependência.

O processo de rurbanização é entendido como um processo de êxodo da população da


cidade para o meio rural, que na maioria das vezes, está relacionado com a procura de
melhores condições de vida.

Características das áreas metropolitanas


A Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a Área Metropolitana do Porto (AMP) são áreas
que se distinguem claramente do restante território nacional por vários fatores, entre os
quais:
 A elevada densidade populacional;
 A importância estratégica que apresentam a nível económico, cultural, social e
ambiental;
 O elevado fluxo de pessoas e bens que potenciam.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML)

A AML é constituída por 18 municípios.


A atratividade territorial e o efeito polarizador desta área metropolitana justificam-se por
fatores como:
 Englobar a capital do país e ser a principal área urbana nacional;
 Reunir uma maior concentração geográfica de recursos estratégicos para
desenvolvimento;
 Apresentar um importante património cultural e uma base económica
diversificada.
A demografia...
A nível demográfico, a AML concentra cerca de 25% da população nacional.
Apresentam assimetrias intrametropolitanas :
- Amadora, Lisboa, Vila Franca de Xira, Moita e Barreiro registaram maiores perdas
populacionais;
- Seixal e Sesimbra, registaram um aumento da população residente.

As atividades económicas...
A AML constitui-se como o principal polo de emprego e o motor da economia portuguesa.
Apresente o maior número de pessoas em idade ativa e tem remuneração média mensal
mais elavada do país.
Verifica-se que :
 Há uma elevada concentração de atividades económicas associadas ao setor
terciário e quaternário;
 Uma concentra-se um conjunto de serviços relacionados com as tecnologias digitais,
grandes sedes empresariais, atividades administrativas e de serviços de apoio,
comércio, imobiliárias, seguras e turismo;
 Maior concentração da indústria nos municípios periféricos.

A formas de uso e ocupação do solo...


Vasta área, onde apresenta espaços edificados, uma elevada quantidade, diversidade e
qualidade dos recursos naturais, sendo que 18% do território corresponde a áreas
protegidas.
A urbanização apresenta um padrão de distribuição mais concentrado do que na AMP.

A mobilidade...
Em 2017, o automóvel foi o principal meio de transporte usado nas deslocação realizadas
pelos residentes na AML ( 58,9%).

A Área Metropolitana do Porto (AMP)


É constituída por 17 municípios contíguos. Possui cerca de 17% do total da população
residente em Portugal.
Estas são as diferenças entre os municípios:
- As maiores perdas populacionais observam-se nos municípios do Porto, Matosinhos, Maia
e São João de Madeira;
- Os municípios que registaram maiores ganhos populacionais foram os municípios mais
periurbanos e rurbanas, como Póvoa de Varzim, Valongo, Paredes e Arouca.
As atividades económicas...
Concentra cerca de metade da riqueza gerada na região Norte do país.
O setor terciário predomina na AMP, como o comércio grossista e a retalho, à hotelaria,
alojamento/restauração e similiares.
Setor secundário, predominam as indústrias de bens de consumo, tradicionais, trabalho
intensivo e pouco exigentes em qualificação da mão de obra.
Recentemente foram implantadas novas e modernas unidades industriais.

A forma de uso e ocupação do solo...


Na AMP, predomina o padrão industrial disperso (difuso);
Tendência de ocupação do solo difuso .
A urbanização apresenta um padrão de distribuição mais disperso do que na AML.

A mobilodade...
O automóvel foi, em 2017, o principal meio de transporte usado nas deslocações
realizadaspelos residentes na AMP.

Os principais problemas urbanos

Urbanísticos:
 Degradação do parquet habitacional e existência de construção clandestina;
 Elevada pressão urbanísticas;
 Despovoamento dos CBD e degradação dos bairros antigos;
 Carência muito graves de infraestruturas e congestionamento das redes viárias e de
transportes;
 Crescimento excessivo dos perímetros urbanos e consumo de solo agrícola e natural;
 Aumento dos preços de imobiliário.

Ambientais:
 Aumento da poluição atmosférica, sonora e visual;
 Aumento da poluição, provocada pelo lixo doméstico e industrial;
 Uso de alcatrão, que potencia a impermeabilização dos solos e agrava os efeitos de
inundações urbanas;
 Ausência de espaços verdes.

Sociais:
 Fenómenos de gentrificação e turistificação;
 Segregação espacial e formação de guetos.
Medidas de recuperação da qualidade de vida urbano

A reabilitação urbana...
Visa, de forma articulada:
 Promover a melhoria da qualidade de vida;
 Fomentar a integração funcional;
 Garantir que as funções existentes são mantidas, bem como o estatuto
socioeconómico dos moradores.

A requalificação urbana...
Teve como objetivos:
 A valorização do património;
 A requalificação de espaços públicos nos centros das cidades;
 Reconversão de áreas urbanas degradadas.

A renovação urbana...
A demolição total ou parcial de edifícios e estruturas de uma área.
Esta associada a uma mudança:
- de estatuto socioeconómico, na medida em que se procede à reconstrução de novo e
modernos edifícios, ocupados, agora, por classes mais favorecidas.
-de estatuto funcional, pois, por exemplo, as antigas lojas são substituídas por funções
terciárias de nível superior.

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