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Organização das áreas urbanas

Espaço rural e espaço urbano


 A forma como a população ocupa o espaço, origina uma multiplicidade das
paisagens, com características muito distintas. Distingue-se o espaço rural do
espaço urbano, através da intensidade da concentração demográfica, das
atividades dominantes, das acessibilidades e da mobilidade da população
 No decurso da expansão urbana, fenómeno caracterizado do mundo em que
vivemos, a divisão espaço rural/espaço urbano é cada vez mais difícil de
estabelecer. O crescimento populacional e o aumento da mobilidade têm
conduzido à difusão espacial da população, das atividades económicas e do
modo de vida urbano. A progressiva expansão dos espaços urbanos, define
espaços de transição, suportes de população urbano-rurais.
Contudo, as cidades destacam-se no espaço geográfico por um certo conjunto de
características.

Definição de Cidade (muda de país para país, e podem sofrer alterações)


 Apresentam uma forte concentração de imóveis e infraestruturas (água,
saneamento e energia)
 Estão dotadas de equipamentos sociais e culturais (hospitais, escolas,
transportes públicos, cinemas, teatros, etc.)
 Apresentas preços de solo elevados
 Registam um intenso movimento de pessoas e veículos
 Exercem influência económica, social, cultural e político-administrativa à escola
local, regional nacional ou internacional

Critérios demográficos
 População absoluta – é um dos critérios mais vulgarmente utilizado. Cada país
determina um número mínimo de habitantes, a partir do qual um glomerado
pode ser considerado cidade. Não é um critério universal.
 Densidade populacional – de uma maneira geral, nas cidades o valor da
densidade populacional é elevado. Contudo, este critério também não
universal, registando-se disparidades entre países.
 Critério funcional – um aglomerado populacional só pode ser considerado
cidade se a maior parte da sua população estiver empregada nos setores
secundário e terciário. Também este critério não é universal.
 Critério Jurídico-administrativo – a categoria de cidade é conferida aos
aglomerados que combinem o total de 8000 eleitores com um determinado
conjunto de equipamentos e infraestruturas (farmácias, hospitais/centros de
saúde, bombeiros, museu e biblioteca, hotéis, transportes públicos, parques ou
jardins públicos, etc.)

A melhoria dos transportes públicos aumentou a mobilidade da população e conduziu


á expansão territorial das áreas residenciais e das atividades económicas, ligadas aos
setores secundário e terciário, tornando difícil a delimitação geográfica das cidades.
Para além deste processo de urbanização, assiste-se ainda à difusão do modo de vida
urbano, o que dificulta mais o estabelecimento da fonteira que separa a cidade dos
espaços urbanizados na sua periferia.
Áreas urbanas – reúnem, de uma forma geral, os recursos e as organizações
institucionais fundamentais para a implementação de estratégias de desenvolvimento
territorial. Constituem-se, assim, como espaços atrativos para a fixação da população e
das atividades económicas.

O processo de urbanização
No nosso país, a tendência geral, tem sido a da concentração populacional em lugares
urbanos (aglomeração com dois mil ou mais habitantes).
O aumento da taxa de urbanização traduz-se pelo crescimento populacional em
territórios com características urbanas, assim como pela formação de novas
centralidades dispersas pelo território, algumas delas localizadas no interior.
A concentração populacional tem vindo a acentuar-se, principalmente, nos conselhos
onde a proporção de população residente em lugares com dois mil ou mais habitantes
é mais elevada, por oposição aos restantes que exibiram, em geral, um crescimento
negativo.

A organização interna das cidades


No espaço urbano, as várias atividades económicas, assim como a residência da
população, não se distribuem ao acaso. É possível identificar regularidades espaciais
nessa distribuição, podendo individualizar-se áreas funcionais, isto é, áreas que
apresentam uma certa homogeneidade ao nível funcional, que resulta de uma certa
especialização num conjunto de atividades que aí se desenvolvem e que lhes conferem
características próprias.
A individualização destas áreas resulta da variação da renda locativa (preço do solo,
por um conjunto de fatores), a qual, por seu lado, é condicionada pela acessibilidade
(grau relativo de facilidade que se alcança determinado lugar a partir de outro).
O preço do solo varia com a distância ao centro, diminuindo com o seu afastamento. O
centro constitui a área com maior acessibilidade no espaço urbano, por ser para aí que
convergem os principais eixos de transporte, com particular relevância os dos
transportes públicos. Por isso, é a área mais atrativa para a instalação de variadas
atividades do setor terciário, cuja rentabilidade depende da proximidade de uma vasta
clientela. Desta situação, resulta uma forte competição pelo espaço, o que conduz a
elevados preços do solo e à especulação fundiária, já que, com frequência, a procura
de solo é superior à oferta.
À medida que aumenta a distância ao centro, a diminuição do preço do solo
proporciona a ocupação de espaço por atividades ligadas à indústria e à residência.
A ocupação do solo urbano, traduz um modelo teórico de organização espacial que
pode ser alterado por diversos fatores:
 O congestionamento e a degradação dos centros antigos
 A modernização das infraestruturas em áreas não centrais
 A valorização do solo junto dos acessos à rede de autoestradas
 A valorização paisagística e turística de áreas não centrais

Na organização interna do espaço urbano, distinguem-se três tipos de áreas


funcionais:
 Áreas terciárias – dominam atividades ligadas ao comércio e serviços
 Áreas residenciais – vocalizadas para a habitação
 Áreas industriais – predominam atividades ligadas à indústria

 As áreas terciárias

Independentemente da sua dimensão, a área central das cidades destaca-se pelo


dinamismo que apresenta e pela elevada terciarização das atividades que aí se
desenvolvem. Expressando a importância da cidade, esta área é designada por CBD
(central business district) ou Centro/Baixa.
Há várias atividades do setor terciário que se podem encontrar nas áreas centrais,
destacam-se:
 O comércio muito especializado, associado à transação de bens raros, de bens
de luxo, com frequência importados, assim como o comércio a retalho de bens
vulgares, que serve a população que se desloca, trabalha ou reside nessa área
 Os serviços de nível superior e mais especializados ligados à administração
pública, à banca, à cultura, à restauração e à hotelaria ou a atividades liberais
Nestas áreas, a elevada competição pelo espaço determina a sua escassez, conduzindo
ao predomínio de construções em altura, com grande volumetria.
A procura destas áreas por atividades do setor terciário, acompanhada pelo aumento
do preço do solo, tem conduzido ao decréscimo da função residencial, que tende a
tornar-se residual. Nessas áreas onde o imobiliário é mais antigo, caracterizam-se por
uma forte degradação dos edifícios, ocupados, essencialmente, por pessoas idosas e
de baixos recursos.
Outro aspeto característico das áreas centrais é a existência de uma população
flutuante, oriunda de áreas mais periféricas, que converge para o centro durante o dia,
em busca de diversificados bens e serviços aí disponíveis ou porque aí se localizam
numerosos postos de trabalho. Esta situação explica a intensidade do tráfego, tanto de
peões como de veículos, durante o dia e nos dias úteis da semana, em contraste com o
reduzido número de pessoas que aí circula durante a noite e ao fim de semana.

Diferenciação funcional das áreas centrais


Nas áreas centrais, a distribuição das diferentes atividades apresenta uma
diferenciação funcional, caracterizada por um zonamento, quer no plano vertical, quer
no plano horizontal.
 Zonamento vertical – os pisos térreos são ocupados dominantemente por
atividades que exigem uma grande proximidade aos consumidores (comércio);
os pisos superiores são utlizados para outras funções, sendo que os
intermédios ocupados geralmente com armazéns e escritórios e os últimos com
habitação.
 Zonamento horizontal – existem áreas de forte especialização, destacando-se o
centro administrativo, a área de comércio a retalho, a área de comércio
grossista, a área de hotéis e restauração e a área de cultura e lazer.

As novas centralidades
Em muitas cidades, tem-se assistido à descentralização de diversas atividades do setor
terciário. Na realidade, a expansão do setor terciário é condicionada pelos
constrangimentos impostos pelas áreas centrais:
 Falta de infraestruturas compatíveis com as exigências as numerosas atividades
terciárias
 Elevado preço do solo
 Dificuldade de deslocação e de estacionamento

Em alternativas ao centro, têm surgido novas centralidades resultantes da:


 Construção de novas vias de comunicação
 Melhoria no sistema de transportes públicos
 Maior oferta de espaço disponível
 Redução do preço do solo
Nesta ótica de dinâmica funcional, tem-se assistido à construção de gigantescos
hipermercados e centros comerciais em áreas periféricas. Estes representam uma
alternativa aos centros tradicionais para a localização de muitos tipos de comércio e
serviços, do consumo de bens pessoais ao cinema.
Muitos serviços têm sido, também, atraídos para novas localizações com maior
acessibilidade e mais espaço, instalando-se em imóveis construídos para esse efeito,
na periferia das cidades antigas, junto a novas vias de comunicação, onde dispõem de
equipamentos e infraestruturas próprios, bem como serviços complementares. É o
caso dos parques de escritório.

Declínio das áreas centrais


A descentralização das atividades fragilizou as áreas centrais, não como os centros
económicos e como centros sociais, mas também como locais de encontro e de
intercâmbio de informação. O desenvolvimento dos fatores de descentralização
determinou a alteração das suas características funcionais, demográficas, económicas
e sociais.
Neste contexto é importante definir um conjunto de estratégias para revitalizar as
áreas centrais antigas, garantindo a sua atratividade. Entre elas destacam-se:
 Criação de ruas e praças pedonais, para facilitar a circulação e a fruição do
espaço
 Implementação de projetos que potenciem a afluência de turistas ao centro
 Desenvolvimento de transportes e estacionamento mais eficiente
 Renovação do edificado e atração de novas atividades
 Implementação de programas e estratégias de revitalização do comércio,
restauração, lazer, etc.

As áreas residenciais
A função residencial encontra-se disseminada por todo o espaço urbano. A análise da
distribuição e organização das áreas residenciais revela, contudo, a existência de
fatores contrastes, que evidenciam a classe socioeconómica dos seus residentes.
Destacam-se na individualização destas áreas residenciais, fatores como o preço do
solo, o desenvolvimento dos transportes públicos, a proximidade de vias de
comunicação, a qualidade ambiental e paisagística e o prestígio ou a má imagem
associados a determinados locais.
As classes sociais com um rendimento dos mais elevados e escolhem, para residir, as
áreas mais aprazíveis da cidade e onde os preços do solo atingem valores elevados. As
residências podem inserir-se em bairros de moradias unifamiliares ou em edifícios de
vários andares. Tem em comum o aspeto arquitetónico cuidado, os materiais de
construção de boa qualidade e as superfícies amplas. O comércio que serve estas áreas
é, geralmente, pouco concentrado e, frequentemente, de luxo.
a classe média ocupa a maior parte do espaço urbano e as áreas residenciais
apresentam aspetos muito diversificados. Os blocos de habitação plurifamiliares
apresentam uma certa uniformidade do ponto de vista arquitetónico e dos materiais
de construção, de menor qualidade relativamente ao das habitações das classes de
maiores rendimentos. Localizam-se, geralmente, em áreas bem servidas de
transportes públicos, com equipamentos sociais diversificados e comércio de
proximidade. Assiste a crescente expansão das áreas residenciais da classe média para
a periferia, para áreas de boa acessibilidade, principalmente por parte de famílias
jovens. Isso acontece pois os preços do solo são mais baixos, que possibilitam
habitação de melhor qualidade a menor custo, assim como a vulgarização do uso do
automóvel particular nas deslocações, sem esquecer o desenvolvimento dos
transportes públicos urbanos. A junção destes fatores permite o afastamento entre o
local de trabalho e a residência.
As residências da população mais carenciada ocupam os espaços mais degradados e
insalubres das cidades. As áreas residenciais não dispõem, por vezes, de
infraestruturas, como água canalizada esgotos e eletricidade, nem de equipamentos
sociais que forneçam condições de habitabilidade condignas. este tipo de alojamento
pode encontrar-se nas áreas mais centrais da cidade, em imóveis mais degradados que
foram sendo abandonados pela população mais jovem e com mais recursos, ou em
áreas mais periféricas, ocupando solos expectantes, insalubres e, muitas vezes, sem
condições de segurança para habitação (Bairros de lata). Muitos desses bairros
apresentam-se, contudo, degradados, resultando daí uma perda da qualidade de vida
da população que o habita e potenciando formas de exclusão de segregação social.
Assim, têm vindo a ser desenvolvidas numerosas ações de recuperação dessas áreas,
que incluem, intervalos aspetos, a instalação de escolas, de centros de convívio e de
centros de assistência social. Em casos mais graves e específicos, tem-se optado pela
demolição dos bairros degradados e pelo realojamento da população noutros bairros
melhores.
A delimitação de áreas residenciais com base no grupo socioeconómico dos seus
habitantes tem vindo a conhecer algumas alterações, já que se assiste à partilha do
mesmo espaço por grupos diferenciados. É o caso das áreas residenciais das áreas mais
centrais, onde a recuperação de imóveis degradados, mas de valor arquitetónico e
histórico, está a atrair uma população mais jovem e com mais recursos. São as
denominada nobilitação e gentrificação dos centros históricos.

As áreas industriais
A localização industrial no interior do perímetro urbano resultava da proximidade à
mão de obra e a todo um conjunto de serviços de apoio, como bancos, companhias de
seguros, e escritórios de contabilidade, entre outros. no entanto no urbanizado de
Portugal, a industrialização, ocorreu em meios rurais, como foi o caso das indústrias
têxteis do Vale do Ave.
Atualmente, vários fatores têm contribuído para uma redefinição da localização
industrial nos centros urbanos, nomeadamente:
 O elevado preço do solo nas áreas centrais
 A necessidade de utilização de grandes espaços de instalação
 O caráter poluidor de muitas indústrias, incompatível com as atuais exigências
ambientais
 O congestionamento das vias de transporte no interior da cidade e a
dificuldade de estacionamento
 A construção de novas vias de transporte na periferia, com melhoria da
acessibilidade
 A criação de áreas e parques industriais nas periferias, assim como de parques
empresariais

Assim, tem-se assistido à deslocação das indústrias das áreas mais centrais para a
periferia, onde podem beneficiar da proximidade da mão de obra e de numerosos
serviços de apoio que aí foram aparecendo, acompanhando a expansão da cidade.
Também a construção de espaços devidamente planeados, Infraestruturados e com
localizações estratégicas, como é o caso das áreas e dos parques industriais, tem
incentivado a migração da indústria para a periferia. O afastamento das indústrias para
as áreas periféricas pode não ser total, já que a segmentação do processo produtivo
permite a localização no centro da cidade de alguns estabelecimentos de uma
determinada empresa, como é o caso da direção e da gestão.

Os antigos espaços industriais abandonados são, regra geral, reconvertidos em


espaços com novas funcionalidades ligadas à residência, ao comércio, aos serviços, à
cultura e ao lazer.
Contudo, no interior das cidades ainda permanecem algumas indústrias, com
características específicas:
 Pouco poluentes
 Pouco consumidoras de espaço
 Exigentes no contato frequente com o cliente
 Produtoras de bens raros, de elevado valor

Novos processos de organização das cidades


A clássica definição de áreas funcionais está a perder importância. A mistura funcional
e social demonstra a emergência de novas lógicas organizativas do espaço urbano, que
decorre do reforço de novos fatores de localização, nomeadamente ligados à evolução
dos meios de transporte e de comunicação. Assiste-se à emergência daquela que se
designa por “cidade fragmentada”, caracterizada pela:
 Policentrismo – o centro tradicional perde importância e criam-se novas
centralidades marcadas por elevada acessibilidade e que constituem novos
polos de comércio e serviços, com grande capacidade atração de clientela.
 Existência de enclaves – espaços que contrastam com as características globais
das áreas onde se enquadram. É o caso da presença de condomínios fechados
em áreas mais degradadas e carenciadas ou de parques de escritórios em áreas
residenciais.
 Com existência de espaços funcionalmente distintos – espaços onde se
aglutinam funções distintas. Certos empreendimentos imobiliários concentram,
simultaneamente, comércio, habitação, escritórios, hotéis e áreas de lazer.
 Fragmentação social – grupos sociais muito distintos, partilham o mesmo
espaço. Esta partilha não significa, contudo, proximidade ou interação entre os
diferentes grupos. Esta situação é particularmente nítida NOS centros
históricos, onde é nobilitação dos espaços atraiu novos residentes, mas onde os
grupos mais carenciados continuam a persistir.

A expansão urbana

O aumento da população urbana tem, assim, conduzido ao crescimento das cidades e


à sua expansão para a periferia. Este processo desenrolou-se em duas fases:
1ª Fase – Fase Centrípeta
Concentração da população e de atividades económicas no interior do perímetro
urbano, originando uma configuração urbana compacta e de limites definidos. Resulta
da inexistência de transportes coletivos, o que obriga à aproximação entre o local de
residência e o local de trabalho.
2ª Fase – Fase Centrífuga
Desconcentração urbana, caracterizada pela deslocação da população do centro para a
periferia, originando uma urbanização sem limites definidos e ocupando grandes
extensões territoriais.

Fatores que estão na origem da Fase Centrífuga:


 Aumento populacional, devido ao crescimento do saldo natural e do saldo
migratório
 Concentração de atividades do setor terciário no centro, levando à saída dos
residentes para a periferia
 Menor custo do solo na periferia
 Melhoria dos transportes coletivos e das infraestruturas de transporte
 Vulgarização do acesso ao transporte individual
 Boa infraestruturação (redes de energia, saneamento, telecomunicações) em
âmbitos territoriais onde antes era praticamente impossível localizar e
organizar uma atividade
A expansão urbana é marcada pela evolução dos transportes e das redes viárias. A
forma como a cidade se expande reflete o modo d transporte dominante em cada
período.

Os subúrbios e as áreas periurbanas

A suburbanização
O processo de expansão das cidades para as áreas periféricas designa-se por
suburbanização. Teve um crescimento muito significativo devido ao êxodo rural,
responsável pelo aumento da população nas áreas urbanas do litoral, particularmente
em torno de Lisboa e do Porto, como resultado da industrialização.
Este crescimento foi reforçado pelo processo de reorganização e desconcentração das
cidades que então se começou a verificar. Tratou-se, numa primeira fase, de um
crescimento pouco planeado que deu origem ao aparecimento de bairros-dormitório.
São espaços praticamente desprovidos de outras funções para além da residencial,
caracterizados por blocos de habitações plurifamiliares, integrados em cinturas de
forte densidade de construção.
À medida que a expansão urbana progrediu, um leque variado de atividades
económicas foi sendo implantado, tentando responder às necessidades de uma
população cada vez mais numerosa. Muitos aglomerados suburbanos, antigos
povoados rurais, foram-se, também, expandindo e ganhando vida própria. A
coalescência destes crescimentos originou a conurbação em vastíssimos de territórios,
onde agora se verificam os mais diversos padrões de urbanização.
A construção de modernas vias de comunicação, a ligar os vários centros urbanos
entre si e é o centro principal, assim como o aumento da taxa de motorização, que
fizeram crescer as relações de complementaridade entre eles e a ajudaram ao
aparecimento de novas centralidades, especialmente no cruzamento das principais
vias de comunicação. Assistiu se deste modo ao desenvolvimento de um processo de
urbanização policêntrico.
Mais recentemente, a melhoria do nível de vida das famílias teve consequências na
forma de ocupação do espaço, devido:
 À vulgarização da utilização do automóvel
 Ao desenvolvimento de novos padrões de consumo
 À opção crescente por habitação própria e unifamiliar
assim assiste-se a um aumento generalizado dos perímetros urbanos caracterizados
pela diminuição da densidade populacional.
O processo de expansão para a periferia acarreta de, frequentemente, problema:
 Ambientais – destruição dos solos agrícolas e florestais; aumento da poluição e
dos resíduos; diminuição de espaços verdes
 Económicos – aumento dos gastos com combustíveis nas deslocações
pendulares (se o emprego não for também para periferia)
 de saúde – desgaste físico e psicológico como resultado dos movimentos
pendulares, por vezes, de grande amplitude
 de imagem e idem entidade – sentimentos de falta de identidade da população
e desorganização urbanística que podem potenciar conflitos sociais e situações
de marginalidade
Nalguns casos mais recentes, o planeamento cuidado orientou o crescimento de
alguns subúrbios. Conjugando boas acessibilidades, qualidade ambiental e oferta de
serviços diversificados, criaram-se novas centralidades com elevado poder atrativo,
que promoveram a fixação de população residente de classes economicamente mais
favorecidas. esta nova realidade conduz à rutura da imagem de subúrbios associada à
desorganização urbanística, a insuficiência de infraestruturas, a função exclusiva de
“dormitórios” e a predominância de residentes de menores recursos.

A periurbanização
O crescimento das cidades para lá dos seus antigos limites dificulta o estabelecimento
de fronteiras entre o que é espaço urbano e o que é espaço rural, podendo observar-
se, além da cintura formada pelos subúrbios, áreas onde atividades e estruturas
urbanas se desenvolvem, misturando-se com outras de carácter rural. Este processo é
conhecido por periurbanização.
Estes espaços caracterizam-se pelo:
 Declínio da atividade agrícola
 Fragmentação da propriedade agrícola
 Implantação de atividades e emprego
 Ocupação difusa do espaço pelas construções
 Incremento de atividades ligadas ao comércio e aos serviços
 Predomínio de baixas densidades de ocupação do espaço
 Aproximação entre o modo de vida urbano e o modo de vida rural

A rurbanização
Nos países desenvolvidos, assiste-se a uma nova forma de expansão urbana,
abrangendo áreas mais vastas, conhecida como rurbanização. Trata-se de uma forma
de progressão urbana mais difusa que, invadindo os meios rurais, não se traduz,
contudo, na urbanização contínua do espaço. Constitui uma nova tendência de
deslocação da população urbana em busca de condições de vida com mais qualidade
do que as que encontrei nas cidades e nos subúrbios. Reflete, essencialmente, na
alteração dos padrões sociais e culturais dos meios rurais.

As Áreas Metropolitanas
a intensificação do processo de suburbanização em Portugal, particularmente no litoral
e em torno das cidades de Lisboa e do Porto, conduziu ao crescimento de aglomerados
periféricos e determinou as novas dinâmicas territoriais. Este processo de expansão
associou-se à criação de áreas metropolitanas, que constituem amplas áreas
urbanizadas, englobando uma grande cidade, a qual exerce um efeito polarizador
sobre as restantes aglomerações urbanas. neste espaço desenvolve-se um complexo
sistema de inter-relações entre o núcleo central e a urbanização envolvente.
As áreas metropolitanas formam, assim, um sistema urbano policêntrico, ligado por
relações de complementaridade, que se for são a coesão do território e promovem
uma maior eficácia de funcionamento e dinamismo económico. As áreas
metropolitanas destacam-se pelos seguintes aspetos:
 Polarização do território – o seu dinamismo económico atrai população e
emprego
 Fluxos de pessoas e bens – intensos movimentos de pessoas e bens, quer
interurbanos quer intraurbanos, motivados, para além do trabalho, por razões
ligadas ao ensino, à cultura ao desporto, etc.
 Movimentos pendulares – resultam da separação entre local de trabalho e o de
residência e atingem o seu auge nas horas de ponta
 Diminuição da população nas áreas mais centrais da cidade principal
 Desconcentração das atividades ligadas aos setores secundário e terciário
As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto
As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto foram criadas administrativamente em
1991, tendo em vista a articulação de investimentos e de serviços entre os conselhos
que as integravam. Entretanto, em 2003, nova legislação veio introduzir alterações na
criação destas áreas, definindo dois tipos:
 Grandes Áreas Metropolitanas (GAM) – devem integrar, pelo menos, nove
concelhos e 350000 habitantes
 Comunidades Urbanas (ComURB) – devem integrar, pelo menos, três concelhos
contíguos e 150000 habitantes
A criação das GAM e das ComURB obedece aos princípios da descentralização e da
subsidiariedade, consagrados na Constituição portuguesa. São entidades coletivas de
direito público, de natureza associativa e de âmbito territorial (com base nas NUTS III),
que têm em vista o planeamento e o desenvolvimento sustentável das realidades
urbanas emergentes em Portugal. No entanto, as Áreas Metropolitanas ficam muito
aquém do cumprimento destes objetivos, não têm orçamento e competências
próprias, nem órgãos diretamente eleitos. Padecem, por isso, de défice de
legitimidade política e de eficácia na gestão territorial.
A Área Metropolitana do Porto (AMP) integra 17 municípios, distribuídos pelo Grande
Porto, pelo Entre Douro e Minho e Vouga e pelo Ave.

Dinâmica Demográfica
As duas Áreas Metropolitanas concentram mais de 40% da população residente em
Portugal, o que demonstra o seu caráter polarizador.
Nas últimas décadas, ambas as Áreas Metropolitanas aumentaram a sua população
residente, apesar de se ter verificado uma diminuição nos concelhos principais, Lisboa
e Porto.
As alterações nas acessibilidades, nomeadamente com a construção da Ponte Vasco da
Gama e da via ferroviária na Ponte 25 de abril, aproximaram Lisboa e Setúbal,
contribuindo para a dispersão do povoamento na periferia, para a expansão das
residências secundárias e para uma grande diversidade da ocupação dos territórios
periurbanos, o que originou um sistema metropolitano policêntrico.
Nas Áreas Metropolitanas, registam-se os maiores valores de densidade populacional
nos concelhos de Lisboa e do Porto e nalguns concelhos contíguos.
Dinâmica económica
As Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram cerca de metade do emprego
em Portugal, o que traduz a sua importância no contexto económico nacional,
permitindo considerá-las verdadeiros polos dinamizadores da economia. Esta situação
resulta de alguns fatores:
 Localização das duas maiores cidades do país, nomeadamente a capital
 Concentração de recursos essenciais ao desenvolvimento, nomeadamente,
mão de obra qualificada, capital, infraestruturas e equipamentos
 Localização de sedes de empresas e organismos internacionais
 Existência de vasto património cultural
 Sistema produtivo diversificado
A atividade industrial marca o desenvolvimento e a dinâmica económica das Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Contudo, assinalam-se diferenças entre as duas
áreas.
Uma das maiores diferenças entre a estrutura de emprego das duas Áreas
Metropolitanas é a concentração do emprego público na AML e particularmente
Lisboa.
Existe uma distinção entre os perfis de industrialização das duas Áreas Metropolitanas.
Assim, a AML constitui a região mais industrializada do país, não só pelo elevado
número de população empregue, como pelo contributo em termos de valor
acrescentado bruto. Nesta área, a indústria caracteriza-se pela:
 Diversidade do tecido industrial, com destaque para a indústria química,
siderúrgica, construção e reparação naval e veículos de transporte
 Concentração de indústrias de bens de equipamento
 Predomínio de indústrias de capital intensivo
 Utilização de mão de obra muito qualificada e especializada
 Grande dimensão das empresas

As unidades industriais tendem a concentrar-se nos conselhos mais periféricos, uma


vez que o processo de implantação foi orientado pela construção dos grandes eixos de
circulação rodoviária e ferroviária.
Relativamente à AMP a atividade industrial destaca-se pela:
 Especialização nos ramos da indústria tradicional ligada ao têxtil, calçado e
mobiliário
 Concentração de indústrias de bens de mão de obra
 Utilização mais intensiva de mão de obra
 Penetração mais lenta de tecnologias inovadoras
 Predomínio de pequenas e médias empresas
As unidades industriais tendem a dispersar-se pela Área Metropolitana, observando-
se, contudo, uma tendência crescente para localizações orientadas segundo os
principais eixos viários.
Nos últimos anos, tem se registado o decréscimo do emprego neste setor e a
consequente perda de alguma da sua importância. Esta evolução pode ser explicada:
 Pela restruturação do setor
 Pelo processo de desconcentração da localização das unidades produtivas

Mobilidade da População
Relativamente aos movimentos pendulares da população, destacam-se os concelhos
de Lisboa e Porto pela intensidade do movimento de entrada, ao contrário do que se
passa com outros concelhos das duas Áreas Metropolitanas, onde prevalece o
movimento de saída de população, por razões de trabalho ou de estudo.
A mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto tem vindo a aumentar e é
marcada pela crescente utilização do transporte individual, que promove interações
espaciais com territórios envolventes cada vez mais distantes.

Problemas Urbanos

As questões urbanísticas e ambientais

A concentração de infraestruturas, equipamentos e serviços nas cidades, significa


grande mobilidade, promove a diversidade de atividades desportivas e empresariais e
criam oportunidades de emprego, ou seja, proporcionam qualidade de vida às pessoas
que aí vivem.
A avaliação de qualidade de vida da população baseia-se na apreciação de indicadores
agrupados em domínios. Esses domínios são: As condições ambientais (espaços
verdes, clima, ruído, etc.), as condições materiais coletivas (equipamento culturais,
desportivos, educativos ou sociais e de saúde, comércio etc.), as condições económicas
(mercado de trabalho, mercado de habitação, etc.) e as condições sociais (população,
educação, segurança, saúde, etc.).
Nas últimas décadas, a população urbana tem sido superconcentrada e a formação e
expansão dos subúrbios (zonas que ficam nos arredores da cidade) tem causado um
descompasso entre as infraestruturas e as necessidades da população, levando a uma
série de problemas urbanos, ambientais, sociais e económicos.
Nós vamos apresentar esses problemas, sendo o primeiro deles:
 A degradação das áreas residenciais- algumas habitações situadas nas áreas
centrais da cidade e até em zonas mais rurais, apresentam-se degradadas,
principalmente por causa de serem mais velhas. As causas da degradação são o
abandono das casas; os proprietários com idade avançada que não fazem
obras, ou não têm dinheiro para isso; etc.
 Muitas das casas abandonadas/ desocupadas e até mesmo em risco de queda,
são ocupadas por uma população mais pobre, que por esse motivo, também
não vão renovar as casas. Essa população empobrecida dá origem a
construções clandestinas (barracas) e posteriormente, a bairros.

 Sobrelotação das infraestruturas físicas- o crescimento da população em


cidades não tem sido acompanhado pelo crescimento adequado das
infraestruturas e equipamentos necessários, e isso causa uma série de
problemas. Alguns dos problemas que nós mais encontrámos aqui e
Mangualde são, por exemplo, a falta de locais de estacionamento, à frente da
escola, na praça dos autocarros e até mesmo no hospital de Viseu. Por falar em
hospital, todos nós vimos o estado em que os hospitais ficaram por causa da
pandemia, pessoas a dormirem em macas nos corredores e agora os cuidados
intensivos cheios. Ou também, por exemplo a insuficiência e ineficácia dos
meios de transporte (Berrelhas, principalmente)

 Poluição Sonora- Nem tudo é considerado poluição sonora. A OMS define como
ruído níveis sonoros superiores a 65 decibéis. O ruído é uma das causas
principais para da diminuição da qualidade. Os transportes, as atividades
comerciais e industriais, o tráfego etc, são exemplos das principais causas de
ruído nas cidades.

 Poluição do ar- o ar é um recurso natural que não é preciso ser racionalizado a


nível de quantidade, mas sim a nível de qualidade. Nós falamos muito da
qualidade do ar, e do quão preocupante é se o ar não for “tratado” da forma
correta. É obvio que a poluição atmosférica atinge especialmente centros
urbanos, com tráfego intenso (que é uma das causas da poluição do ar). Para
além do tráfego, temos também as queimadas e os incêndios e a
industrialização. (falar dos exemplos da Costa Ibérica; e do incêndio da A25).
 Impermeabilização dos solos- A impermeabilização do solo refere-se à perda da
capacidade de absorção de água do solo. Esse processo ocorre principalmente
nas cidades, por causa da pressão urbana, devido ao alcatroamento de ruas, à
construção de edifícios, e à cimentação dos quintais e jardins das casas.
Portanto, uma camada é formada no solo que evita que a água seja absorvida,
logo, há um aumento do escoamento superficial e cheias.

 O último problema que vamos falar é o aumento da temperatura- A forte


pressão urbana e a impermeabilização dos solos tem levado à redução
substancial dos espaços verdes, o que contribui para a alteração do microclima
urbano, através do aumento da temperatura. Assim, assiste-se à formação de
“ilhas de calor”, no interior das grandes cidades.

 “Ilhas de Calor” - Resultam da utilização de materiais de construção com forte


capacidade de absorção (alcatrão, caso nunca tenham reparado, no verão, por
absorver o calor, ele solta uma espécie de ondinhas); Agrava-se pela
concentração de gases poluentes, do tráfego urbano, pela forte densidade de
construção e pela circulação do ar.

 Aumento da fadiga e do stress – o modo da vida urbano conduz ao


agravamento das condições de vida das populações urbanas, nomeadamente a
um aumento da fadiga e do stress, em consequência das horas que se passam
nas filas do trânsito, da dificuldade em arranjar estacionamento perto do local
de trabalho, na falta de tempo para as refeições e da demora não acesso aos
serviços públicos

 Pobreza e a exclusão social – a precariedade do emprego e do desemprego


prolongado, em consequência da atual crise, tem levado ao acréscimo das
bolsas de pobreza, dos tumultos urbanos e da a exclusão social. Esta situação,
vivida em áreas centrais de muitas cidades, é agravada por um vasto conjunto
de fatores: o desemprego; o maior número de idosos com fracos recursos
económicos, que vivem sozinhos; aumento de assalariados com baixas
remunerações, associadas a fracas qualificações; proliferação de minorias
étnicas, que vivem em condições precárias; aumento de famílias
monoparentais com privação de se recursos; existência de jovens em risco
(toxicodependentes); aumento dos excluídos de famílias, da escola e do
trabalho que evoluam o número dos sem abrigos. Nas sociedades ocidentais
modernas, muito urbanizadas, a pobreza e a exclusão social reformam se
mutuamente: o desemprego gera pobreza e esta impede o acesso a bens e
serviços, contribuindo para a exclusão social.

 Cimento demográfico – nas últimas décadas, o centro das cidades têm sido alvo
de um esvaziamento populacional contínuo. À saída das gerações mais jovens
das áreas centrais em direção às periferias urbanas onde encontram melhores
acessibilidades e melhor qualidade de habitação (e preços mais baixos), tem
provocado o contínuo envelhecimento dos centros das cidades. Assim, nestas
áreas, ficam os mais velhos, com mobilidade reduzida e com fracos recursos
económicos, gerando deste modo problemas e degradação do edificado.

 Insegurança e criminalidade – num contexto da crise económica e da


degradação das condições socioeconómicas das populações, tem-se registado
maior insegurança e maiores índices de criminalidade e do sentido de
insegurança dos cidadãos, como: taxas de desemprego elevadas; problemas de
exclusão social; taxas de abandono escolar elevados; problemas da integração
de imigrantes e minorias étnicas; presença considerável de famílias
desestruturadas; insuficiente oferta de infraestruturas e equipamentos sociais;
diz qualificação urbanística; densidades populacionais elevadas, conjugadas
com elevadas densidades de construção (particularmente onde se localizam
alguns dos bairros sociais problemáticos). Estes fatores têm influência direta ou
indireta no surgimento ou intensificação da insegurança e da criminalidade.

Propostas da melhoria das condições de vida urbana

Política nacional de ordenamento do território e urbanismo


a melhoria das condições de vida urbana resulta da aplicação de políticas de
ordenamento do território e urbanismo, assente num sistema de gestão territorial
organizado de acordo com 3 escalas de intervenção (nacional, regional e municipal),
cuja interação se estabelece através de um conjunto de instrumentos de gestão
territorial (IGT).
Estes instrumentos devem orientar a ocupação, o uso e a transformação dos solos para
efeitos urbanísticos, no sentido de permitir não só a prevenção como a resolução dos
problemas urbanos, garantindo uma melhor qualidade de vida.
Assim, o estado português, central e municipal, tem proposto e aplicado políticas de
ordenamento do território que se fazem sentir na melhoria do desenvolvimento
regional e local, nomeadamente, através da valorização das cidades. Nesse sentido
têm sido utilizados diversos instrumentos de gestão territorial num quadro de
interação coordenada, em 3 âmbitos:
 Âmbito nacional – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
(PNPOT)
 Âmbito regional – Plano Regionais de Ordenamento do Território (PROT)
 Âmbito municipal – Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT)
 Plano Diretor Municipal (PDM)
 Plano de Urbanização (PU)
 Plano de Pormenor (PP)
Estes planos são os que interferem de forma mais direta na organização do espaço
urbano.

 Plano Diretor Municipal (PDM) – é Um instrumento de gestão territorial que


estabelece as linhas orientadoras de ocupação do território municipal tendo em linha
de conta: os objetivos de desenvolvimento; a distribuição das atividades económicas; E
as carências habitacionais ou de equipamentos e as redes de transporte e
comunicações.

 Plano de Urbanização – o plano de urbanização concretiza, para uma


determinada área do território municipal, a política de ordenamento no território e
urbanismo, fornecendo o quadro de referência para a aplicação das políticas urbanas e
definindo a estrutura urbana, o regime de uso do solo e os critérios de transformação
do território.
Os planos de urbanização têm por objetivo: definir os una mento das funções
urbanas; delimitar categorias de espaços em função do uso definidos no PDM;
identificar as áreas a recuperar ou a reconverter; fixar os índices e parâmetros
urbanísticos; traçar a estrutura da rede viária e das infraestruturas principais e
estabelecer subunidades operativas de planeamento e gestão que serviram de
base ao desenvolvimento de Planos de Pormenor.

 Plano de Pormenor – este Envolve e concretiza propostas de ocupação de


qualquer área do território municipal, estabelecendo regras sobre: a implantação das
infraestruturas; o desenho dos espaços de utilização coletiva; a forma de edificação e a
sua integração na paisagem; A localização e inserção urbanística dos equipamentos de
utilização coletiva e organização espacial das demais atividades de interesse geral.

Revitalização urbana
os problemas urbanos referidos anteriormente são, ao mesmo tempo, causa e
consequência da progressiva degradação urbanística, arquitetónica, social e ambiental
das cidades. Torna-se necessário revitalizar os espaços urbanos através de novas
dinâmicas e de propostas de requalificação, reabilitação e renovação urbanas
devidamente integradas NOS instrumentos de gestão do território.
Requalificação urbana – alteração Funcional de edifícios ou espaços através de obras
de intervenção que implicam a redistribuição da população e das atividades.
Renovação urbana – demolição total ou parcial de edifícios e eu infraestruturas de uma
determinada área. Muitos edifícios são, assim, reocupados por classes sociais de
estatuto mais elevado podendo ser também exercidas novas funções.
Reabilitação urbana – processo de recuperação integrada de uma determinada área
que se pretende manter, salvaguardando as funções aí existentes. Envolve não só a
reabilitação urbanística, mas também a revitalização social.

Programas específicos de planeamento urbano


Com o objetivo de responder aos desafios numerosos e complexos enfrentados pelas
áreas urbanas, Portugal tem implementado um vasto número de programas e de
medidas de apoio ao desenvolvimento, enquadrados por políticas da União Europeia.

 PRAUD (Programa de recuperação de áreas urbanas degradadas) – promover,


em parceria com as autarquias, operações de reabilitação ou renovação das áreas
urbanas degradadas; promover a criação de gabinetes técnicos pluridisciplinares com o
apoio das câmaras municipais, para assegurar em todas as operações de reabilitação;
como participar NOS custos de reabilitação ou renovação das áreas urbanas
degradadas.
 URBAN 1 e URBAN 2 (Programa de reabilitação Urbana) – apresentar E aplicar
estratégias inovadoras de revitalização socioeconómica sustentável.
 PER (Programa especial de Realojamento) – promoção Da habitação de custos
controlados ou habitações sociais.
 POLIS e POLIS XXI (Programa Nacional de requalificação urbana e de valorização
ambiental das cidades) – organizar ações integradas da requalificação urbana e
valorização ambiental; orientar intervenções de em cidades com áreas classificadas
como património mundial; promover medidas complementares para melhorar as
condições urbanas e ambientais das cidades.

O POLIS foi criado para concretizar as orientações estratégicas nacionais e


comunitárias em matéria de requalificação do território. Este projeto teve como
principal objetivo a melhoria da qualidade de vida nas cidades, através da realização
de operações de requalificação fortemente ancoradas em espaços ambientais e
patrimoniais, desenvolvidas com base em parcerias entre as autarquias locais e
administração central. Pode dizer-se que a requalificação dos espaços de utilização
coletiva e a valorização dos centros históricos norteou grande parte das intervenções
do POLIS.
O PER Foi criado em 1993 para realojar agregados familiares residentes em barracas
ou habitações similares nas áreas metropolitanas De Lisboa e do Porto. Das mais de
48000 famílias a realojar, estão Hoje realojados quase 35000 agregados.
O PRAUD Traduziu se no apoio técnico e financeiro dos municípios através de
operações de reabilitação ou renovação das áreas de vocação urbana.

Regeneração urbana
O despovoamento dos centros urbanos, a descaracterização das periferias, a saturação
das áreas de forte concentração de atividades económicas, o desordenamento e os
problemas ambientais são uma realidade atual. Os programas de requalificação,
renovação e reabilitação a que assistimos NOS últimos anos não resolveram o
problema de degradação dos centros das cidades. Por isso, surge o conceito de
regeneração urbana virgula referindo-se é um conjunto de intervenções sócio
urbanísticas em áreas urbanas marcadas pela degradação dos edifícios e do espaço
Público, pela insuficiência de equipamentos sociais elementares e por processos
crescentes de exclusão social.

Aumento e melhoria dos espaços verdes


os espaços verdes constituem importantes espaços de lazer para os residentes das
áreas urbanas, ao mesmo tempo que reforçam o equilíbrio urbanístico e a proteção
ecológica ou ambiental do meio. A vegetação do jardins permite: a produção de
oxigénio e a purificação do ar; a amenização climática; a redução do impacte das
chuvas; a redução da poluição sonora; a atração da avifauna.

Melhoria da mobilidade
Os sistemas de mobilidade urbana exigem ISTO sustentabilidade nas suas diversas
vertentes: ambiental social e económico-financeira. A resposta a esta problemática
exige a articulação coordenada de políticas transversais e a promoção de atitudes e
comportamentos mais ecológicos, que contribuam para alterar o atual cenário de
mobilidade urbana. a melhoria dos transportes públicos, implementada através de
diferentes estratégias, tem sido um dos setores mais trabalhados a nível urbano.
As principais vantagens da utilização a veículos a gás natural concentram-se na
redução na emissão de partículas poluentes e de gases de efeito estufa, na diminuição
da poluição sonora e na minimização dos custos de manutenção.
A implementação do transporte público apresenta muitos benefícios para o
incremento de uma mobilidade sustentável, a nível local e global, ao promover: a
diminuição da poluição; a segurança; a redução da fatura energética; a melhoria da
qualidade da vida; a criação de emprego e a inclusão social.

Recolha e tratamento dos resíduos


a implementação do serviço de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos
(RSU) é importante pelas razões:
 de salubridade pública: os RSU podem provocar efeitos nefastos na saúde
através da contaminação mas recursos hídricos superficiais e subterrâneos, por
substâncias químicas presentes NOS resíduos, e levar à proliferação de agentes
transmissores de doenças
 de estética e bem-estar: o despejo indevido de RSU gera incômodos à
população, odores, poluição e impacto visual negativo
 de sustentabilidade económica ou financeira e da qualidade de vida: os RSU,
uma vez recolhidos, podem ser aproveitados e valorizados, através da
reutilização e reciclagem de materiais recuperáveis (papel ou cartão,
embalagens de plástico e metal, vidro, etc.)

A organização do estacionamento
A falta de lugares para estacionar no interior das cidades têm levado os municípios à
procura de soluções variadas, que passam por uma fiscalização e controlo mais
apertado das situações de estabelecimento selvagem e pela criação de parques de
estacionamento. Estes têm sido construídos nas áreas centrais das cidades, de forma
subterrânea, hinos pontos de acesso às redes de transporte Público, localizadas
principalmente na periferia das cidades. A melhor organização do estabelecimento nas
cidades pode resultar da aplicação de algumas medidas: a criação de um tarifário
ajustado às diferentes realidades socioeconómicas da cidade; incentivo à utilização de
transportes públicos nas áreas de maior procura de estacionamento i criação de um
tarifário ajustado aos perfis de atualização: mais barato nas áreas de menor procura e
mais caro com uma duração menor nas áreas de maior procura e mais bem servidas de
transporte coletivo.

Políticas de envelhecimento ativo


o envelhecimento ativo permite que as pessoas realizem o seu potencial de bem-estar
físico, social e mental ao longo da vida e que participem na sociedade, ao mesmo
tempo que lhes são proporcionadas proteção, segurança e cuidados adequados
quando deles necessitam. Em termos práticos, uma cidade amiga das pessoas idosas
adapta as estruturas e serviços para que estes sejam acessíveis e promovam a inclusão
de idosos com diferentes necessidades e graus de capacidade como mais-valias para a
sociedade.

Criação de emprego e atração de jovens


O desemprego sentido, na atualidade, nas cidades portuguesas poderá ser combatido
através de programas de apoio ao empreendedorismo jovem, concedendo
oportunidades de criação de empresas, muitas delas situadas no centro da cidade,
contribuindo também para a sua revitalização demográfica. As atividades relacionadas
com o turismo (hotelaria, restauração, comércio, serviços) têm sido muito importantes
na criação de emprego nas cidades grandes.

Melhoria da segurança e da integração social


A atuação dos recursos policiais permite restabelecer o sentimento de segurança e boa
vivência nas cidades, salvaguardando direitos e liberdades. Por outro lado, as
instituições e organizações sociais, e especialmente as responsáveis pela saúde e
reinserção social, devem promover ações com objetivos de integração e coesão
sociais, visando o desenvolvimento social urbano.

Construção de áreas de lazer e complexos desportivos


Na humanização dos espaços de vivência urbana é importante construir complexos
desportivos, áreas de lazer, bibliotecas municipais e outros espaços que promovam
bem-estar e o convívio saudável.
Concretamente o desporto pode ser um meio de mudança e progresso locais.

Desenvolvimento urbano sustentável


Atualmente, por toda a Europa, verifica-se um crescente interesse pela implementação
de políticas urbanas sustentáveis. Simultaneamente, verificam-se iniciativas, incluindo
URBACT e EUROCITIES, Destinadas e promover o intercâmbio de boas práticas no
desenvolvimento urbano sustentável.

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