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Áreas urbanas

- A taxa de urbanização em Portugal, apesar de ter aumentado devido ao êxodo


rural e à imigração, é inferior à média da União Europeia.
- Uma característica das cidades-dormitório é estas não apresentarem funções
urbanas significativas e sim apenas residenciais, ou seja, os habitantes que residem
numa cidade- dormitório trabalham na cidade central.
- O território português é composto por 159 cidades, sendo que no continente estas
destacam-se no norte e no litoral ocidental e nas regiões autónomas no litoral. A
bipolarização (AMP E AML) é um fator desta distribuição.

O2 – Saber os conceitos de espaço urbano; cidade, lugar urbano e centro urbano.

- Cidade: é difícil estabelecer uma definição única e universal de cidade, visto que os
critérios utilizados variam de país em país, em função da organização político-
administrativa e territorial de cada um deles.
- Centro urbano: aglomerado populacional de certa importância, com predomínio de
atividades ligadas ao setor secundário e terciário. Em Portugal, engloba todas as
sedes de distrito e os aglomerados populacionais com mais de 10 000 habitantes.
- Espaço urbano: área de forte concentração populacional e grande densidade de
construções, que funciona como polo de atração e onde a terciarização é um
fenómeno evidente.
- Lugar urbano: no caso de Portugal, é um lugar que possui igual ou mais de 2000
habitantes.

O3 – Caracterizar uma área urbana- características associadas ao conceito de cidade:


● Área com densidade populacional elevada;
● Grande concentração de edifícios, com predomínio da construção em altura
(rentabilizando o preço do solo);
● Elevada concentração de atividades económicas (sobretudo do setor terciário-
terciarização económica);
● Lugar de concentração do poder político;
● Modo de vida urbano;
● Elevada mobilidade;
● Elevado preço do solo.

O4 – Conhecer os artigos da Lei nº11/82 referentes aos requisitos necessários para
que uma vila se eleve a cidade.
O artigo 13 da Lei Nº11/82 revela que para que uma vila seja elevada à categoria de cidade,
necessita de ter, no mínimo, 8 000 eleitores em aglomerado populacional contínuo e, pelo
menos, metade de um conjunto de equipamentos coletivos estipulados na lei, tais como
farmácias, corporação de bombeiros, escolas básicas e secundárias, transportes públicos,
urbanos e suburbanos, entre outros.
No entanto, importantes razões de natureza histórica e arquitetónica podem determinar a
elevação da cidade sem que os requisitos anteriores sejam cumpridos.

O5 – Critérios de definição de cidade.


Os critérios de definição de uma cidade dividem-se em demográfico, funcional, jurídico-
administrativo e morfológico. A estes critérios evidenciam-se limites.
- Relativamente ao critério demográfico, está em causa a população absoluta, a
densidade populacional, o número mínimo de habitantes (ou eleitores) por km2.
- A nível funcional, destacam-se as atividades económicas do setor terciário
desempenhadas pelos habitantes e a influência das funções urbanas.
- Em relação ao critério jurídico-administrativo, este é representado por decisões
legislativas, e rege-se através da lei 11/82 de 2 de junho (artigo 13).
- No caso morfológico, deve-se avaliar a fisionomia do lugar (forma como estão
organizadas as áreas, ex: praças, monumentos), aquilo que observamos.

fragilidades???? critério demográfico. saber fragilidades PÁGINA 79

O6 – Saber as funções urbanas.


● Político-administrativa (administração central, orgãos do governo);
● Terciária (comércio e serviços);
● Residencial;
● Defensiva (existência de castelos e de muralhas construídos para a defesa da
cidade);
● Industrial;
● Turística;
● Cultural;
● Religiosa.

O7 – Explicar a distribuição e localização das diferentes áreas funcionais numa


cidade.
● Áreas terciárias: o CBD é a área onde o solo atinge os preços mais elevados.
Caracteriza-se por boa acessibilidade por transportes coletivos, construção em
altura, forte terciarização do espaço, fraca representatividade da função residencial,
pela grande concentração de população flutuante e pela existência de um
zonamento vertical e horizontal. Com o tempo, o congestionamento das áreas
centrais originais leva à procura por parte das atividades terciárias de localizações
alternativas noutros locais da cidade, e vão-se formando, assim, novas entralidades.
As novas formas comerciais, de que são exemplo os centros comerciais e os
hipermercados, tendem a localizar-se, sobretudo, em áreas periféricas, onde o preço
do solo é mais baixo e onde a abundância de espaço é maior e em locais de boa
acessibilidade, o que lhes permite ter um elevado número de consumidores.
● Áreas residenciais: estão, regra geral, segregadas de acordo com a classe ou o
nível de rendimentos da população residente, sendo possível estabelecer-se a
seguinte diferenciação social genérica: áreas residenciais da classe alta, áreas
residenciais da classe média e áreas residenciais da classe baixa.
● Áreas industriais: nas últimas décadas, a migração das indústrias para as áreas
periféricas é explicada, por diversos fatores, entre os quais os elevados custos do
solo urbano, o forte congestionamento do trânsito, a interdição de circulação de
veículos pesados nas áreas centrais, a necessidade de grande espaço e a maior
facilidade de deslocação das matérias-primas e dos produtos finais. Algumas
indústrias ainda estão associadas ao centro- zonamento vertical.

O8 – Saber o conceito de renda locativa e explicar a sua variação nas áreas urbanas.
Renda locativa - corresponde ao preço do solo. Este é mais elevado no centro da cidade,
porque, tendencialmente, o centro corresponde à área de maior centralidade e de maior
acessibilidade. De um modo geral, à medida que nos afastamos do centro, a renda locativa
diminui, devido ao decréscimo da acessibilidade, ao aumento dos terrenos disponíveis e à
diminuição da procura.

O9 – Saber o conceito de gentrificação e o que este provoca.

● Gentrificação/nobilitação urbana, devido à fixação das novas classes médias/altas


nos centros, incrementando a especulação fundiária e contribuindo para um
desalojamento e expulsão dos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos.
● Aumento da população flutuante, em determinados bairros populares e históricos
das áreas centrais das cidades mais importantes, motivada pelo incremento do fluxo
de estudantes universitários provenientes de outros países e pela designada
gentrificação turística.

O10 – Identificar problemas dos centros urbanos.


O crescimento dos espaços suburbanos acarreta problemas, tais como:
● O congestionamento das vias de acesso às áreas centrais das cidades;
● O stresse, nervosismo e cansaço, em consequência do aumento do tempo gasto
no trânsito;
● A desorganização urbanística, que acaba por conferir à paisagem um aspeto
caótico e pouco aprazível.
● aumento do preço do solo
● densificação
● escassez de espaço
● Poluição
● Crescimento muito rápido do centro em população e em atividades.
● Aumento dos rendimentos familiares e, consequentemente, do consumo.
● Terciarização do centro.
● Aumento da renda locativa.
● Sobrelotação das infraestruturas.
● Degradação da qualidade de vida urbana.
O11 – Explicar a migração das atividades económicas do centro das cidades para as
urbanizações periféricas.
Em Portugal, a expansão urbana assumiu uma forte expressão em 1980, com um modelo
de organização espacial nas periferias dos grandes centros de Lisboa e do Porto. Tal
deveu-se, entre outros fatores:
● ao aumento do preço do solo no centro da cidade
● ao desenvolvimento dos transportes coletivos urbanos e suburbanos, que
permitiu uma fácil e rápida ligação entre os diferentes lugares da periferia e,
sobretudo, entre esta e a cidade
● Congestionamento.
● aos elevados preços da habitação (renda locativa), o que fez com que os centros
ficassem cada vez mais desprovidos de residentes e que as cidades se espraiassem
para as periferias
● à existência de vastos espaços sem ocupação: as atividades económicas que
consomem grandes espaços, como as unidades industriais, os centros comerciais,
os armazéns, encontram nos subúrbios vastos terrenos desocupados, ideais para se
instalarem.
Este processo de desconcentração e desdensificação urbana em direção à periferia das
cidades conduziu ao fenómeno de suburbanização (desenvolvimento de subúrbios em
torno das grandes cidades), que se caracteriza pelo processo de expansão das cidades
para o exterior dos seus limites, através de várias transformações e configurações de
crescimento urbano.

O12 – Explicar os 3 processos de urbanização (periurbanização, rurbanização e


suburbanização) no processo de expansão urbana.
O espaço da periferia vai sendo ocupado de forma tentacular, pois a expansão faz-se ao
longo das vias de comunicação, urbanizando-se progressivamente, segundo um processo a
que se dá o nome de suburbanização. A deslocação da população e das atividades
económicas resulta da conjugação de vários fatores:
- Escassez de habitação no interior das cidades e elevado valor da renda locativa.
- Desenvolvimento dos transportes públicos coletivos e das vias de comunicação.
- Maior disponibilidade de terrenos na periferia com menor valor do solo.
Muitos aglomerados suburbanos, antigos povoados rurais, foram-se, assim, expandindo e
ganhando vida própria. A construção de modernas vias de comunicação, a ligar os vários
centros urbanos dos subúrbios entre si e ao centro principal, fizeram crescer as relações de
complementaridade entre eles. No caso português, este processo de crescimento urbano foi
marcado, também, pela aquisição de casa própria, o que tem alimentado um processo de
metropolização policêntrico. Esta nova realidade conduziu, assim, à rutura de uma imagem
de subúrbios caracterizada pelo caos urbanístico, pela função quase exclusiva de
"dormitório", pela insuficiência de infraestruturas e pela dominância de residentes
pertencentes a classes económicas de menor recurso.
A periurbanização consiste num processo de expansão urbana, caracterizado por baixa
densidade, que vai ocupando áreas rurais com atividades e funções relacionadas com a
residência, o comércio, a indústria e os serviços.
O crescimento das cidades para além dos seus limites torna cada vez mais difícil
estabelecer as fronteiras do espaço urbano e do espaço rural, podendo observar-se, para
além da cintura formada pelos subúrbios, áreas onde atividades e estruturas urbanas se
desenvolvem, misturando-se com outras.
A rurbanização, por sua vez, é um processo de desconcentração que envolve um
movimento de pessoas e empregos das grandes cidades para pequenas povoações e áreas
rurais localizadas para além dos limites das cidades. Implica, não só a expansão física das
cidades, como também a introdução de novos hábitos e vivências, bem como a progressiva
mudança das mentalidades por parte dos ex-citadinos.

O13 – Conhecer as fases de expansão de uma cidade.


O crescimento do espaço urbano processa-se em duas fases: fase centrípeta, ou de
densificação, em que se verifica a concentração da população e das atividades económicas
no centro da cidade; e fase centrífuga, ou de desdensificação, que corresponde a um
período de desconcentração demográfica e funcional, que tem promovido a crescente
procura das periferias para a construção de habitações e para a implantação da indústria e
de atividades terciárias. A fase centrífuga engloba a suburbanização, a periurbanização e a
rurbanização.

O14 – Saber as vantagens e desvantagens da expansão urbana.


Vantagem- A expansão urbana está diretamente relacionada com o desenvolvimento dos
transportes coletivos de passageiros e das redes viárias e com o aumento do emprego.
Desvantagem- Na periferia e ao longo dos principais eixos de acesso à cidade surgem
novas áreas residenciais e verifica-se a progressiva ocupação do espaço rural envolvente
por conjuntos habitacionais, indústrias, serviços e comércio, ou seja, a descaracterização
das áreas rurais.

Em suma, as cidades expandiram-se para além das suas antigas muralhas e modernizaram
os espaços, indo ao encontro do novo modo de vida urbano. Surgiu um urbanismo de cariz
mais geométrico e utilitário, com amplas ruas retilíneas que favoreciam a circulação das
pessoas e dos novos meios de transporte, como o metropolitano ou os carros elétricos. A
malha urbana concentrava o trabalho, o lazer, a atividade económica e financeira que
conviviam diariamente. Construíram-se teatros, óperas, parques ou jardins e a
movimentação prolongava-se para além da luz do dia. A iluminação deu vida às cidades à
noite. As cidades também se prolongaram para a periferia, as ligações ferroviárias
permitiram o vai vem diário de um conjunto impressionante de pessoas. A cidade teve de
ser pensada e estruturada, já não crescia de forma aleatória.

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