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GEOGRAFIA (03/2023)

Planta irregular

 Traçado anárquico típico das cidades muçulmanas, com ruas geralmente estreitas e tortuosas, por vezes a
terminarem em becos e pátios interiores e, consequentemente, sem saída.

 Existência de bairros densos, calçadas e escadaria, que impedem ou dificultam a circulação moderna do
tráfego.

Planta radiocêntrica

 Um núcleo central em volta do qual se desenvolvem artérias sensivelmente circulares e intersetadas por vias
radiais de acesso ao centro.

 Uma maior facilidade nos trajetos diretos entre qualquer ponto.

 Considerável adaptabilidade a locais de relevo mais acidentado.

Planta ortogonal

 Um traçado geométrico regular, com ruas direitas e perpendiculares entre si.

 Uma melhor adaptação às áreas planas, principalmente quando existe um elemento linear de orientação, tal
como a proximidade da linha de costa, de um curso de água ou até de uma linha férrea.

 Uma maior facilidade na circulação do tráfego urbano.

 Vantagens na divisão administrativa e no loteamento dos quarteirões.

Gentrificação/nobilitação urbana – movimento de chegada de grupos de estatuto socioeconómico mais elevado,


geralmente jovens e de classe média-alta, a áreas centrais desvalorizadas da cidade levando à valorização social,
económica e ambiental dessas áreas.

Expansão urbana – fenómeno de crescimento urbano dos aglomerados, ou seja, de alargamento dos perímetros
urbanos e ocupação do espaço com o povoamento, que, sendo aglomerado em torno das cidades e vilas, pode
também ser traduzido pelo fenómeno de urbanização do território.

População urbana – população que vive nas duas áreas metropolitanas, em todas as sedes de município e ainda nas
localidades com 2000 e mais habitantes, adotando um critério misto que combina a posição administrativa com a
demográfica.
Centrípeta - densificação, concentração da população e das atividades económicas no centro da cidade.

 Período de crescimento da cidade resultante da concentração demográfica e funcional.

 As cidades exercem uma atração sobre a população (oriunda dos meios rurais e de outros países) e sobre as
atividades económicas dos setores secundário e terciário.

Centrífuga - desdensificação, desconcentração da população e das atividades económicas.

 Período de desconcentração demográfica e funcional, que tem promovido a crescente procura das periferias
para a construção de habitações e para a implantação da indústria e de atividades terciárias.

Em Portugal, a expansão urbana é um fenómeno relativamente recente, com início nos anos 50 do sec. XX,
assumindo uma forte expressão na década de 80, com um modelo de organização espacial nas periferias das
grandes cidades dos centros urbanos de Lisboa e do Porto.

- aumento do preço do solo no centro da cidade;

- desenvolvimento dos transportes coletivos urbanos e suburbanos, que permitiu uma fácil e rápida ligação entre os
diferentes lugares da periferia e, sobretudo, entre esta e a cidade;

- elevados preços da habitação, o que fez com que os centros ficassem cada vez mais desprovidos de residentes e
que as cidades se espraiassem para as periferias;

- existência de vastos espaços sem ocupação: as atividades económicas que consomem grandes espaços, como as
unidades industriais, os centros comerciais, os armazéns, etc., encontram nos subúrbios vastos terrenos
desocupados, ideais para se instalarem.

Suburbanização -processo relacionado com o desenvolvimento de subúrbios em torno das grandes cidades e áreas
metropolitanas; gerado pelo crescimento demográfico (aumento da pop. total) e pela reestruturação interna das
cidades.

. modelo de expansão urbana compacto e radical a partir do centro da cidade

. progressiva densificação dos espaços intersticiais

. relação de complementaridade (vias de comunic. Ligam os centros urb. Entre si e entre estes o centro principal)

. novas centralidades

Cidades-satélites

 apresentam uma função residencial e funcional capaz de satisfazer as necessidades da população, sendo
geradoras de emprego, para muitos seus habitantes.

 dotadas de infraestruturas e equipamentos de apoio que lhes conferem um dinamismo socioeconómico


importante.

 continuam dependentes económica e financeiramente da cidade principal mais próxima (como é o caso de
Almada e Amadora, dependentes de Lisboa, e Maia e Matosinhos, dependentes do Porto).
Cidades-dormitório

 o número de atividades económicas é muitas vezes insuficiente para dar emprego à população ativa que
nelas reside.

 não possuem equipamentos e infraestruturas que permitam satisfazer as necessidades diárias da população.

 são as que mais contribuem para o aumento dos movimentos pendulares.

Fatores que explicam o fenómeno da suburbanização

A desconcentração urbana implicou um aumento da mobilidade das famílias que se traduziu em intensos
movimentos pendulares e contribuíram para a redução da qualidade de vida da população.
Áreas periurbanas – áreas para lá da coroa suburbana, que se encontram numa posição de transição entre espaços
estritamente rurais e áreas suburbanas (periurbanização).

Áreas rurbanas -movimento de pessoas e empregos das grandes cidades para pequenas povoações e pequenas vilas
situadas a maior distância (rurbanização).

 Mistura de estruturas urbanas com outras de caráter rural, que dificultam a definição de uma fronteira entre
a cidade e o campo

 Aumento da acessibilidade

 Coexistência de uma população que se dedica a atividades agrícolas e uma população urbana com hábitos
de consumo e estilos de vida urbanos

Consequências da expansão urbana

. Ausência de planeamento do território e surgimento de construções ilegais.

. Elevados custos com a construção de infraestruturas de saneamento e de distribuição de energia e água.

. Insuficiência de serviços e equipamentos coletivos.

Área metropolitana - conjunto formado por uma grande cidade (que exerce um efeito polarizador) e todo o espaço
envolvente e interdependente, mais ou menos urbanizado.

Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto

. Polos dinamizadores da economia nacional (55% do PIB nacional) . Elevada densidade populacional

. Bipolarização da estrutura económica (46% do emprego no país) . Importância estratégica

A.M.P. – 17 municípios

A.M.L. – 18 municípios (9 na margem Norte e 9 na margem Sul)

Fatores naturais Fatores sociais Fatores socioeconómicos


Concentração de mão de obra
qualificada.

Localização junto ao litoral. Concentração demográfica. Localização de sedes de empresas e


organismos internacionais.
Acessibilidade natural. Concentração de população ativa.
Sistema produtivo diversificado.
Relevo plano ou pouco acidentado. Predomínio de população jovem.
Acessibilidade aos mercados
Clima ameno. Disponibilidade de mão de obra. nacional e internacional.

Existência de infraestruturas e
serviços diversificados.
Área Metropolitana do Porto

- Localiza-se no litoral-norte de Portugal continental.

- Ocupa uma área de 2040 km2, que corresponde a 2,21% do país.

- Concentra 17% da população nacional (cerca de 1 737 395 habitantes).

- Concentra cerca de metade da riqueza gerada na região Norte.

- Área de concentração do setor secundário que absorve uma parte significativa da população ativa.

Área Metropolitana de Lisboa

- Localiza-se no centro-sul de Portugal continental.

- Ocupa uma área de 3015 km2, que corresponde a 3,3% do território nacional.

- Concentra 28% da população nacional (aproximadamente 3 milhões de habitantes).

- Área de concentração económica do país, quer ao nível de empresas quer ao nível de emprego e de população
ativa.

- Pólo de atração de mão de obra e de empregos qualificados.

- Inclui a capital do país, que origina a concentração e o desempenho da função administrativa.

Perda de população nos municípios centrais

 Elevados custos do solo.

 Elevados valores da habitação.

 Saída da população para a periferia, onde beneficia de boa acessibilidade em relação ao centro.

Ganho populacional na periferia

 Amplos espaços para construção.

 Menor custo da habitação.

 Elevada acessibilidade ao centro.

 Intensificação dos processos de suburbanização e periurbanização.

AML - perfil de industrialização

Concentração de indústrias de bens de equipamento.

Utilização de mão de obra muito qualificada e especializada.

Níveis de produtividade elevados e empresas de grande dimensão.

Diversidade do tecido industrial, com destaque para a indústria de capital intensivo: química, petroquímica,
siderúrgica, farmacêutica, construção e reparação naval... as também indústria alimentar, de bebidas e de tabaco.
Associação do tecido industrial aos serviços de armazenagem e distribuição e ao comércio grosso, em parques
industriais.

Padrão de localização disperso, pelos concelhos periféricos da AM, ao longo do traçado dos grandes eixos de
circulação rodoviária e ferroviária.

AMP – perfil de industrialização

Concentração de indústrias de bens de consumo.

Utilização de mão de obra intensiva e pouco qualificada.

Predomínio de pequenas e médias empresas.

Concentração de indústrias têxteis, de calçado e mobiliário, com alguma especialização, e associadas à exportação.

Crescente aposta na inovação científica e tecnológica: Parque da Ciência e Tecnologia do Porto, Parque da Ciência e
Tecnologia da Maia (Tecmaia) e Europarque (Sta. Maria da Feira).

Padrão de localização concentrado à volta do concelho do Porto e padrão disperso no restante território.

AM’s – diferenças no volume de negócios do setor secundário

AML – empresas de grande dimensão; empresas de capital intensivo; produção de bens de equipamento – volume
de negócios e de VAB elevados.

AMP – pequenas e médias empresas; mão de obra intensiva; produção de bens de consumo tradicionais – volume
de negócios e VAB inferiores.

A indústria transformadora - assimetrias nacionais

 Forte contraste entre o litoral e o interior.

 Concentração da atividade industrial e do pessoal ao serviço nas AM’s.

 Predomínio do setor secundário na região Norte – concentra cerca de metade do emprego nesse território.

 Predomínio de indústrias intensivas em mão de obra na região Norte.

 Predomínio de indústrias intensivas em tecnologia na AML.

A indústria transformadora - assimetrias regionais

 Norte: concentração de indústrias de bens de consumo, tradicionais: têxteis, calçado, madeira e cortiça.

 Centro: especialização na produção de artigos de borracha e materiais plásticos.

 AML: especialização na indústria alimentar, metalurgia, máquinas e tecnologia.

 Alentejo: indústria transformadora com pouca expressividade. Destaque para a produção de tecnologia,
equipamento elétrico, reparação de equipamentos e produção de minerais não metálicos.

 Algarve: destaque para a indústria alimentar e reparação/manutenção e instalação de máquinas.


Problemas urbanísticos

 degradação do parque habitacional e existência de construção clandestina. Estes fenómenos derivam da


crescente desarticulação do mercado habitacional (com rendas muito baixas em habitações (ocupadas)
antigas, e muito elevadas nas novas (e geralmente, vocacionadas para habitação de luxo);

 elevada pressão urbanística, que se traduz na dificuldade significativa de acesso à habitação, por haver
escassez ou desadequação da oferta habitacional face às necessidades existentes ou por essa oferta ser a
valores superiores aos suportáveis pela generalidade dos agregados familiares;

 despovoamento dos CBD e degradação dos bairros antigos;

 carências muito graves de infraestruturas e congestionamento das redes viárias e de transportes (sobretudo
nos dois maiores polos urbanos, mas cada vez mais generalizadas a outros centros urbanos);

 crescimento excessivo dos perímetros urbanos e consumo de solo agrícola e natural;

 aumento dos preços do imobiliário, muitas vezes associado à especulação imobiliária.

Problemas ambientais

 aumento da poluição atmosférica, sonora e visual;

 os grandes centros industriais, o uso de automóveis e o funcionamento de fábricas emitem gases poluentes
para a atmosfera, que retêm calor e contribuem para o aumento do efeito de estufa. Geram também
problemas de saúde para população, como doenças respiratórias e outras;

 os anúncios e placares iluminados, o excesso de luzes, os fios elétricos e outros são também uma forma de
poluição que pode influenciar a saúde das populações.

 aumento da poluição, provocada pelo lixo doméstico e industrial;

 muitos dos resíduos têm como destino os aterros sanitários que, não obstante o cumprimento de todos os
requisitos técnicos de construção e exploração, têm como consequências o mau odor, a proliferação de
doenças, a contaminação de solos, entre outras;

 uso de alcatrão, que potencia a impermeabilização dos solos e agrava os efeitos das inundações urbanas;

 ausência de espaços verdes.

Problemas sociais

 fenómenos de gentrificação e turistificação, em resultado da instalação de estabelecimentos turísticos onde


a sua presença já tem um peso excessivo em relação ao total de alojamentos residenciais;

 segregação espacial de diferentes estratos populacionais e formação de guetos potenciadores de conflitos


étnico-raciais ou focos de marginalidade
Qual a importância do planeamento e do ordenamento do território?

 a reabilitação e revitalização dos centros históricos e dos elementos do património cultural;

 a recuperação ou reconversão de áreas degradadas;

 a alteração dos modos e formas de utilização dos transportes;

 a melhoria das condições de vida e de trabalho das populações;

 a eficiência do uso da energia em todas as atividades, edifícios e infraestruturas neles existentes;

 a gestão do ciclo da água;

 a redução do efeito de ilha de calor urbana

Planeamento urbano - processo fulcral que promove a prevenção e a resolução dos problemas nas áreas urbanas e
visa a recuperação da qualidade de vida nas cidades, valorizando-as. Os diferentes instrumentos de gestão territorial
(IGT) estão enquadrados pela lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de
urbanismo.

Estratégias para revitalização das áreas centrais

. Implementação de programas e iniciativas de revitalização e requalificação urbana.

. Renovação do edificado para atração de novas atividades económicas.

. Criação de espaços de estacionamento mais eficiente.

. Melhoramento dos transportes públicos urbanos e suburbanos.

. Criação de ruas e praças pedonais, para facilitar a circulação e permitir a fruição do espaço em segurança.

Reabilitação urbana - conjunto de ações que visam regenerar e conservar o património edificado ou o ambiente
urbano. Para além da recuperação de edifícios históricos e de paisagens urbanas, incluem ainda a modernização e
melhoria de equipamentos e respeito pelas normas e regras ambientais de segurança, mantendo a função original
dos espaços.

Envolve a conservação, o restauro, a recuperação e a readaptação dos edifícios e dos espaços urbanos, com os
objetivos de melhorar as suas condições de uso e habitabilidade, respeitando a sua identidade urbana,
arquitetónica, social, cultural, ambiental e o estatuto socioeconómico dos moradores (ex.: bairro da Mouraria em
Lisboa, e o bairro da Sé no Porto).

 Promove a melhoria da qualidade de vida de quem trabalha e vive no local, através da reabilitação das áreas
degradadas, da proteção e valorização do património cultural e da modernização das infraestruturas básicas.

 Fomenta a integração funcional e a diversidade económica e sociocultural dos espaços.

 Promove uma intervenção em que as funções existentes são mantidas, bem como o estatuto
socioeconómico dos moradores.

 A reabilitação urbana está associada a programas como o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e
Revitalização Urbanas (IFFRU 2020).
Requalificação urbana - processo interventivo para a valorização e competitividade da cidade e consiste na
“(operação de renovação, reestruturação ou reabilitação urbana, em que a valorização ambiental e a melhoria da
qualidade do espaço urbano são normalmente abordadas numa dupla perspetiva: de resolução de problemas
ambientais e funcionais e a criação de fatores que favoreçam a identidade, a habitabilidade, a atratividade e a
competitividade das cidades ou áreas urbanas específicas".

Consiste na alteração funcional do edificado ou de espaços e, consequentemente, a redistribuição da população


e/ou das atividades económicas ali existentes.

Polis - Programa Nacional de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades.

 Valorização do património;

 Requalificação de espaços públicos no centro das cidades;

 Reconversão de áreas urbanas degradadas.

Renovação urbana - visa substituir bairros urbanos empobrecidos e áreas degradadas por projetos de grande
dimensão, incluindo habitação, serviços, sistemas de transporte, áreas de recreio, etc.

 Associada a uma mudança de estatuto socioeconómico, na medida em que se procede à reconstrução de


novos e modernos edifícios, ocupados, agora, por classes mais favorecidas.

 Associada a uma mudança de estatuto funcional, pois, por exemplo, as antigas lojas são substituídas por
funções terciárias de nível superior (bancos, comércio de luxo, etc.)

 Responsável pela demolição dos bairros degradados de barracas, predominantemente nas áreas
metropolitanas.

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