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Áreas metropolitanas

• As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como as várias


comunidades intermunicipais existentes em Portugal, são exemplos de
organizações administrativas territoriais policêntricas e de cooperação
territorial entre diferentes municípios. Pela sua importância, é
fundamental compreender como se definem, quais as suas características,
como evoluíram e quais as suas potencialidades.

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Áreas metropolitanas
• Com a expansão urbana, o espaço rural envolvente vai sendo
progressivamente ocupado por população, atividades
económicas e infraestruturas, formando-se com o tempo, uma
extensa área edificada resultante da aglutinação de povoações
separadas.

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Áreas metropolitanas
• As áreas metropolitanas foram instituídas em 1991 como espaços

individualizados, mas só em 2013, é que se estabeleceu o regime jurídico das

entidades intermunicipais em Portugal, onde estão incluídas, quer as áreas

metropolitanas, quer as chamadas comunidades intermunicipais, correspondentes

às NUTIII.

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Municípios da AML e AMP, 2021 Comunidades Intermunicipais

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Áreas metropolitanas
Conjunto formado pela grande cidade, incluindo as vilas e cidades mais pequenas, e o espaço

periférico, mais ou menos urbanizado, que resulta do crescimento e da coalescência de vários

aglomerados urbanos próximos (conurbação), que se encontra na área de influência da cidade

maior, com uma estreita relação de interdependência e complementaridade entre si ao nível

dos fluxos económicos e demográficos. A nível nacional, distinguem-se duas grandes áreas

metropolitanas – Lisboa e Porto – polarizadoras de todo o sistema urbano – bipolarização

urbana.
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Fases de expansão urbana (no tempo e no espaço)

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Atribuições das áreas metropolitanas

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Comunidades Intermunicipais
• As comunidades intermunicipais são associações livres de municípios, mediante a criação de

uma entidade sub-regional superior (supramunicipal), à qual os municípios associados

delegam parte das funções ou competências que lhes são conferidas pela lei, com o objetivo de

prestar serviços a todos eles, visando, sobretudo, resolver problemas comuns e que, por

conseguinte, sejam de âmbito geográfico transmunicipal.

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Comunidades Intermunicipais
• Por esta razão, estas entidades supramunicipais são um exemplo de economia de

escala (diminuição do custo unitário de um serviço ou bem em função do aumento do número

de utilizadores pagantes), pois em sentido lato, é mais fácil implementar estratégias quando

estas são concertadas entre vários concelhos, alcançando um território e um número de

usufruidores mais alargado.

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Comunidades Intermunicipais
• Dadas as suas competências intermunicipais – no planeamento das redes da oferta

educativa, unidades de saúde, transporte escolar, promoção do turismo sub-

regional, na gestão de projetos financiados com fundos europeus e na gestão de

programas de captação de investimento – as comunidades intermunicipais são,

efetivamente, um exemplo de complementaridade, interdependência e cooperação

territorial.

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AMP
Área Metropolitana
do Porto

AML
Área Metropolitana
de Lisboa
AML
Municípios da Área
Metropolitana de
Lisboa

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3 015 km2, cerca de 3,3% do território nacional;

palco da maior concentração demográfica e económica do país;

cerca de ¼ da população nacional, (próxima dos 3 milhões de habitantes – 2 870


770 habitantes, em 2021);
Área
Metropolitan
25% da população ativa portuguesa;
a de Lisboa

30% das empresas nacionais – polos de inovação e de desenvolvimento tecnológico,


indústrias competitivas e o crescimento de um terciário especializado, nomeadamente o
setor da I&D (Investigação e Desenvolvimento);

33% do emprego e contribui com mais de 36% do PIB nacional.

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I – Área Metropolitana de Lisboa
Para além de uma extensa costa oceânica e frente ribeirinha dos rios Tejo e Sado, a AML

apresenta um grande potencial de património cultural e natural, encontrando-se dotada de

uma diversidade paisagística única, o que configura um importante recurso turístico para a

região. A AML afirma-se, cada vez mais, como uma das regiões mais competitivas para o

turismo, assente no enorme manancial de recursos que dispõe, entre eles, as City-Breaks

(férias na cidade) ligadas ao turismo cultural, de congressos e mesmo de cruzeiros, com

valorização internacional crescente.

Lisboa

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I – Área Metropolitana de Lisboa
Do ponto de vista das infraestruturas, é de destacar a existência de dois

grandes portos, o de Lisboa e o de Setúbal, que ganham uma relevância

importante na posição estratégica do país e da sua localização e

posicionamento face aos fluxos de transporte marítimo, permitindo fazer a

charneira entre o Norte da Europa, o Mar Mediterrâneo e os continentes

africano e americano.

Lisboa

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1. Espinho – NUTS III Grande Porto;

2. Gondomar – NUTS III Grande Porto; II – Área Metropolitana do Porto


3. Maia - NUTS III Grande Porto;

4. Matosinhos - NUTS III Grande Porto;

5. Valongo - NUTS III Grande Porto

6. Vila do Conde - NUTS III Grande Porto;

7. Vila Nova de Gaia - NUTS III Grande Porto.

8. Porto - NUTS III Grande Porto

9. Póvoa de Varzim - NUTS III Grande Porto;

10. Arouca – NUTS III Entre Douro e Vouga;


11. Oliveira de Azeméis – NUTS III Entre Douro e
Vouga;
12. Santa Maria da Feira – NUTS III Entre Douro e
Vouga;
13. São João da Madeira – NUTS III Entre Douro e
Vouga;
14. Vale de Cambra – NUTS III Entre Douro e Vouga

15. Santo Tirso -– NUTS III Ave;

16. Trofa – NUTS III - Ave;

17. Paredes -– NUTS III Tâmega. 18


cerca de 2 040 km2, aproximadamente 9,58%
da superfície da região Norte;
2,21% do território nacional;

Área segundo palco da maior concentração


Metropolitan
a do Porto demográfica e económica do país;
1 736 491de habitantes, em 2021 ;

contribui com mais de 25% para o PIB


nacional.
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I – Área Metropolitana do Porto
É a segunda maior área metropolitana a nível nacional e a sub-

região que se destaca pela dinâmica demográfica e económica

na Região Norte de Portugal. Esse papel resulta do facto de

incluir infraestruturas fundamentais como o aeroporto, o porto de

mar, a rede rodoviária, a rede ferroviária, uma universidade e um

tecido produtivo historicamente importantes.

Porto

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DINÂMICA DEMOGRÁFICA

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As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto registaram, ao longo das décadas, um aumento da
população residente, facto que lhes confere um carácter polarizador, pois concentram cerca de 45% da
população residente no país.

Evolução da população residente nas áreas metropolitanas, em Portugal, Proporção da população residente nas áreas
entre 1991-2021 metropolitanas, face ao país, em 2021

A Área Metropolitana de Lisboa tem registado, década após década, um crescimento


populacional positivo, enquanto a Área Metropolitana do Porto registou uma ligeira
diminuição na última década. 22
Variação da população residente, por municípios da
Área Metropolitana de Lisboa, 2011-2021

Ganhos:
Seixal e Sesimbra.

Perdas:
Amadora, Lisboa, Vila Franca de Xira,
Moita e Barreiro.

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Variação da população residente, por municípios da
Área Metropolitanasdo Porto, 2011-2021

Ganhos:
Póvoa de Varzim, Valongo, Paredes e
Arouca.

Perdas:
Porto, Matosinhos, Maia e São João
da Madeira.

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A variação demográfica está relacionada com a estrutura policêntrica que as
áreas metropolitanas foram adquirindo.

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Densidade populacional

O carácter polarizador das


áreas metropolitanas também
permite constatar que a sua
densidade populacional é
superior à nacional (112,2
hab/km2),

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Características da população

As áreas metropolitanas caracterizam-se por uma


população mais jovem e, de um modo geral, também
mais instruída e altamente qualificada, sobretudo nos
concelhos centrais, o que representa um ponto forte que
as torna mais competitivas e empreendedoras em
domínios como a inovação cultural, tecnológica e
económica.
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ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS
As duas áreas metropolitanas nacionais apresentam vantagens do ponto de vista físico (localização
no litoral, com acessibilidade natural, amenidade do clima, relevo pouco acidentado, sobretudo a
AML, etc.) e demográfico, bem como no que respeita às estruturas produtivas, o que faz delas
polos dinamizadores da economia nacional.

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ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS
A bipolarização da concentração das atividades
económicas demostra a importância das duas áreas
metropolitanas no tecido económico do país. Porém, quando
comparadas, evidencia-se disparidades que revelam o maior
peso económico na AML, o que se reflete também no ganho
médio mensal dos trabalhadores por contra de outrem –
superior à média nacional na maioria dos concelhos de
Lisboa, que também se destacam face aos da AMP. 29
ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS

A área metropolitana de Lisboa concentra uma parte


significativa dos recursos da estrutura económica do
país, que se exprimem na proporção de emprego,
na produtividade, na geração de valor acrescentado,
na capacidade de atrair investimento.
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ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS

Quando se juntam a AML e a AMP, verifica-se que


concentram mais de metade do emprego, do PIB e
do VAB nos serviços, do volume de negócios das
sociedades, do emprego em grandes empresas, etc.

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ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS

Assim, as duas áreas metropolitanas, pelo peso que


detêm na economia nacional, sobretudo a AML,
funcionam como polos dinamizadores da
economia do país.

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ATIVIDADES ECONÓMICAS NAS ÁREAS METROPOLITANAS

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O dinamismo económico das áreas
metropolitanas deve-se, em parte, à atividade
industrial que, nestas duas grandes
aglomerações urbanas, beneficia de algumas
vantagens:
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Vantagens:
complementaridade entre diferentes ramos industriais;

existência de infraestruturas e serviços diversos;

disponibilidade de mão de obra, tanto pouco


qualificada como especializada;

acessibilidade aos mercados nacional e internacional.

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Vantagens do padrão disperso:
reduz os movimentos pendulares;

fixa a mão-de-obra da população;

reduz o impacto da poluição;

melhora o nível de vida das populações das áreas onde se instalam as novas
indústrias;
atenua as assimetrias socioeconómicas regionais;

reduz o desequilíbrio do binómio população/emprego;

descongestiona as vias de acesso.

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