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As áreas urbanas - dinâmicas internas

Geografia A (Ensino Médio - Portugal)

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AS ÁREAS URBANAS: DINÂMICAS


INTERNAS
Espaço urbano e espaço rural

Espaço urbano: espaço de grande concentração populacional e


construções que funciona como polo de atração e onde a terciarização é
uma característica fundamental.
Espaço rural: espaço com povoamento menos denso com casas térreas,
cujos habitantes trabalham sobretudo na agricultura.

Definir cidade

Atualmente, é a Assembleia da República e as Assembleias Regionais


das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira que conferem a
categoria de cidade aos aglomerados que combinam o total de 8000
eleitores com um determinado conjunto de equipamentos e
infraestruturas. É de salientar que nem sempre o processo de elevação
de um aglomerado à categoria de cidade segue estes critérios,
constituindo iniciativas de caráter fundamentalmente político-
administrativo, já que, ao abrigo do artigo 14 da lei no11/82 de 2 de
Junho, “importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica
poderão justificar uma ponderação”.

As cidades apresentam, porém, alguns aspetos comuns que permitem


caracterizá-las:

→ Estão dotadas de certos equipamentos sociais e culturais


(hospitais, escolas, cinemas, transportes públicos, teatros, etc.)

→ Apresentam uma forte concentração de imóveis

→ Movimento intenso de pessoas e veículos

→ Exercem influência económica, cultural, social e político-


administrativa na área envolvente.

Os transportes e a organização do espaço urbano

A tendência para o aumento da taxa de urbanização em Portugal é, em


parte, o resultado da evolução verificada nos transportes, que veio

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melhorar a acessibilidade em todo o território nacional. Ao aumentar a


mobilidade, aumenta também o número de ligações entre cidades e o
restante território, além de que liga a própria cidade e a sua periferia,
levando ao crescimento dos subúrbios e ao despovoamento dos centros.

As áreas funcionais de uma cidade

→ Áreas terciárias: caracterizam-se pelo predomínio do comércio, que


garante a oferta de bens necessários à satisfação das necessidades da
população e das empresas, e os serviços públicos e privados, onde se
incluem a administração pública, a educação, os transportes ou as
atividades de lazer. NO CBD, concentra-se um grande número de sedes
bancárias, companhias de seguros, escritórios de grandes empresas, o
que o torna o centro financeiro da cidade. Nesta áreas, a procura é maior
que a oferta o que faz com que seja necessária a construção em altura.

→ Áreas residenciais: dispersa-se por toda a cidade, segregada em


função do nível socioeconómico da população. As classes sociais de
rendimentos mais elevados procuram os subúrbios, menos poluídos e
congestionados. As residências de população mais carenciada ocupam,
regra feral, os espaços mais degradados e insalubres das cidades,
muitas vezes de construção ilegal, pelo que não dispõem de
infraestruturas e equipamentos não oferecendo conduções de habilidade
condigna.

→ Áreas industriais: Os estabelecimentos fabris tendem a situar-se na


periferia das cidades, onde existe uma menor renda locativa, mais
espaços, menos congestionamentos. No interior das cidades subsistem
as industrias não poluentes, pouco exigentes em espaço, consumidoras
de matérias-primas pouco volumosas e que, para subsistirem,
necessitam de estar próximas da clientela, em lugares de grande
acessibilidade.

O preço do solo urbano

O preço do solo é tanto maior quanto menor for a distância ao centro,


uma vez que é aí que se cruzam os eixos de comunicação, constituindo
a área de maior acessibilidade no interior do espaço urbano e, por isso,
a mais atrativa para muitas atividades do setor terciário que aí tendem a
instalar-se. A concentração de atividades resulta uma forte competição

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pelo espaço, verificando-se, frequentemente, uma procura superior à


oferta. Criam-se, assim, as condições de especulação imobiliária com a
subida do preço dos solos. Além da distância ao centro, outros fatores
podem condicionar a ocupação do solo, existindo áreas que, apesar de
muito afastadas do centro, podem ser objeto de grande procura,
assistindo-se, portanto, à subida do preço dos terrenos. Como causas
dessa situação, podem apontar-se a proximidade de boas vias de
comunicação, a existência de um bom serviço de transportes
públicos, um meio ambientalmente bem conservado.

Expansão urbana

O crescimento das cidades caracteriza-se, numa primeira fase designada


por fase centrípeta, pela concentração de população e das atividades
económicas no seu interior. Esta situação vai conduzir à alteração das
condições de vida urbana, o que se traduz, quase sempre, na diminuição
da qualidade de vida da população. A falta de habitação, a poluição
sonora e atmosférica, a insuficiência de espaços verdes e de lazer e o
aumento do trânsito são exemplos de alguns dos problemas com que a
população passa a debater-se e que estão na origem do movimento no
sentido contrário. Assiste-se, então, à deslocação da população e das
atividades económicas para a periferia das aglomerações urbanas. Este
movimento corresponde à fase centrífuga do crescimento das cidades,
ou seja, à fase de desconcentração urbana.
O espaço da periferia vai sendo ocupado de uma forma tentacular, pois a
expansão faz-se ao longo das vias de comunicação, urbanizando-se
progressivamente, segundo um processo a que se dá o nome de
suburbanização. A deslocação da população e das atividades
económicas resulta da conjugação de vários fatores, nomeadamente do
desenvolvimento dos transportes públicos suburbanos e do aumento do
número de automóveis particulares, responsável pela maior mobilidade
da população, tornando possível a separação entre o local de trabalho e
o local de residência. Aponta-se, também, a maior disponibilidade dos
terrenos da periferia e o menor valor do solo como importantes fatores de
atração para a instalação de atividades económicas exigentes em
espaço, assim como para a aquisição de habitação.

O crescimento das cidades para além dos seus limites torna cada vez
mais difícil estabelecer as fronteiras do espaço urbano e do espaço rural,
podendo observar-se, para além da cintura formada pelos subúrbios,

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áreas onde atividades e estruturas urbanas se desenvolvem, misturando-


se com outras de caráter rural, processo conhecido pela designação de
periurbanização.

A rurbanização constitui uma nova tendência de deslocação da


população urbana para os espaços rurais, em busca de condições de
vida com mais qualidade do que as que encontra nas cidades e nos
subúrbios. Reflete-se em alterações significativas de aspetos sociais e
culturais que caracterizam os meios rurais.

As áreas metropolitanas

As AM detém um elevado potencial polarizador do território, uma vez


que o seu dinamismo

económico atrai população e emprego. O dinamismo funcional e


territorial assenta numa densa rede de transportes intermodal, onde se
concretizam intensos fluxos de pessoas e bens, motivados, para além do
trabalho, por razões ligadas ao ensino, à cultura ou ao desporto. Os
movimentos pendulares

constituem um dos aspetos relevantes desses fluxos que atingem o seu


auge nas horas de ponta e que traduzem uma organização territorial
nova, em que não se verifica coincidência entre o local de residência e o
local de trabalho.

As Áreas Metropolitanas surgiram devido:

• Ao forte êxodo rural, em particular, a partir da década de 60 do


século XX;
• Ao reforço do processo de suburbanização particularmente à volta
de Lisboa e do Porto;
• À instalação de atividades económicas e aumento da oferta de
emprego;
• À criação de infraestruturas de transporte e de equipamentos
públicos.

Os problemas urbanos

→ Saturação das infraestruturas nomeadamente nas


carências nos equipamentos sociais de educação e saúde,
elevada produção de lixos domésticos, que obriga a um

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tratamento e eliminação dos mesmos, deficiente limpeza das


ruas, contaminação dos aquíferos e cursos de água.

→ Redução da mobilidade e da acessibilidade devido à


insuficiência dos sistemas de transportes públicos, ao intenso
tráfego automóvel que desencadeia frequentes
congestionamentos, ao estacionamento caótico, tudo isto
fatores que provocam poluição atmosfera, sonora, fadiga e
stress.

→ Aumento da pobreza e da exclusão social devido à


desqualificação da população, aliado a um nível baixo de
salários e aos fracos apoios da segurança social, baixas
reformas e pensões de velhice, abandono de idosos, etc.

→ Despovoamento e envelhecimento do centro predomínio


dos habitantes mais envelhecidos, sem recursos económicos
para reabilitar os edifícios, desinteresse dos proprietários pela
conservação dos edifícios, fraca qualidade do parque
habitacional do centro, despovoamento.

→ Habitação clandestina e bairros de lata que traduzem


uma segregação espacial e ética, geradora de vários tipos de
marginalidades. Assim, assiste-se a uma degradação estética
da paisagem urbana provocada pelos edifícios devolutos,
reduzindo o interesse turístico.

O planeamento urbano

Uma política coerente de desenvolvimento urbano tem como


preocupações centrais:

→ A qualidade de vida e sustentabilidade das cidades

→ Viabilidade económica cas cidades

→ Atenuação dos desequilíbrios territoriais.

→ Valorização do património e das manifestações culturais

→ A coesão social e a promoção da cidadania

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O planeamento urbano surge, então, como um processo que visa a


resolução dos problemas nas áreas urbanas, mas também a sua
prevenção.

De entre os vários instrumentos de planeamento, destacam-se os


instrumentos de gestão territorial de caráter municipal:

• Plano diretor municipal (PDM): plano de ordenamento,


estabelece o modelo de estrutura espacial do território
municipal, estratégia de desenvolvimento e ordenamento
(classificação e qualificação do solo).
• Plano de urbanização (PU): plano de zonamento, define
a organização espacial de parte determinada do território
municipal integrada no perímetro urbano.

• Plano de pormenor (PP): plano de implantação,


desenvolve e concretiza propostas de organização espacial
de qualquer área específica do território municipal, definido
com detalhe a correção e aforma de conceção, servindo de
base aos projetos de execução.

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