GEOGRAFIA

Cidades

Distingue- se o espaço rural do espaço urbano, através de algumas características muito distintas, como a
intensidade da concentração demográfica, as atividades dominantes, as acessibilidades e a mobilidade da
população.

Definição de cidade

Não existe um consenso universal em torno do conceito de cidade, mas existe um conjunto de características
que se lhes associam:
 Forte concentração de imoveis e infraestruturas (água, saneamento)
 Estão dotadas de equipamentos sociais e culturais (hospitais, escolas, cinemas)
 Apresentam preços do solo elevados
 Intenso movimento de pessoas e veículos
 Exercem influencia económica, social, cultural, político-administrativa à escala local, regional e/ou
internacional.

Critérios para definir uma cidade

 Critério demográfico: População absoluta (cada país determina um nr mínimo a partir do qual um
aglomerado pode ser considerado cidade) e densidade populacional.
 Critério funcional: um aglomerado só pode ser considerado cidade quando maior parte da população
estiver empregada nos setores secundário e terciário.
 Critério jurídico-administrativo: é cidade quando tem 8000 eleitores e um determinado conjunto de
infraestruturas.

Urbanização: processo de desenvolvimento das cidades.

Lugar urbano: aglomeração com 2000 ou mais habitantes.

População urbana
Taxa de urbanização X 100
População total

Organização interna das cidades

No espaço urbana as atividades económicas e as residências não se distribuem ao acaso, é possível identificar
regularidades nesta distribuição, podendo individualizar-se áreas funcionais (áreas que apresentam uma
certa homogeneidade em termos de funções) A individualização destas áreas resulta da Renda locativa-
preço do solo, determinado por um conjunto de fatores como a acessibilidade, infraestruturas, proximidade
de equipamentos sociais, qualidade ambiental, paisagística, ...
Especulação fundiária- aumento do preço do solo em resultado da procura elevada.
1. Áreas terciárias:
área central das cidades destaca-se pela elevada terciarização (aumento das atividades ligadas ao
setor terciário). É designada por CBD (central business district) ou “centro ou Baixa”. Predomina
 função comercial, onde é possível encontrar ministérios, tribunais, comércio específico, hotéis,
espaços de cultura.
Cada vez mais se verifica uma migração das atividades terciárias devido:
- Elevado congestionamento funcional
- Escassez de espaço para a expansão
- As dificuldades de estacionamento

Diferenciação funcional: distribuição de determinadas funções em áreas +/- homogenias

Zonamento vertical zonamento horizontal

O centro das cidades tem perdido população devido:

- Construção de novas vias de comunicação
- Melhoria dos transportes
- Redução do preço do solo e maior oferta de espaço
- Aumento da poluição e do congestionamento no trânsito
2. Áreas residenciais:
- Classe social + favorecida (existência de vivendas/apertamentos de luxo, elevada acessibilidade,
jardins, baixos níveis de poluição)
- Classe social média (áreas + baratas, mas com boa acessibilidade)
- Classe social + desfavorecida (habitações antigas, bairros de habitação social, bairros de construção
clandestina, sem condições mínimas de habitualidade)
Solos expectantes- espaços abandonados, mas que podem ter um potencial de utilização e transformação
elevado.
Fenómeno de gentrificação- transferência da população com elevados rendimentos para bairros antigos -
> Nobilitação- revalorização das áreas centrais decorrente da recuperação de imoveis.

3. Áreas industriais: Localiza-se sobretudo nas periferias devido à grande necessidade de espaço, a
necessidade de se localizar em áreas de grande acessibilidade, aos elevados níveis de poluição.
Novos processos de organização das cidades
 Policentrismo: o centro da cidade perde importância e criam-se novas centralidades.
 Existência de enclaves: dentro de uma área toda recuperada existe uma degrada, enclave.
 Coexistência de espaços funcionalmente distintos: na mesma cidade existem funções
completamente diferentes
 Fragmentação social: grupos sociais muito distintos partilham o mesmo espaço.

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Expansão urbana

1º fase- centrípeta  concentração da população no interior

2º fase- centrifuga  desconcentração urbana

Suburbanização- processo de expansão das cidades para as áreas periféricas. Deve-se sobretudo:
a) Ao desenvolvimento dos transportes e das vias de comunicação
b) À intensificação do trânsito automóvel e poluição atmosférica
c) Elevado custo de habitação nas cidades e existência de espaços sem ocupação na periferia.
Consequências
A terciarização dos centros fez com que as pessoas procurassem a periferia, o que faz com que as
pessoas fiquem mais longe do posto de trabalham e aumentem os movimentos pendulares (causando
congestionamento, stress, poluição e o surgimento de cidades satélite e cidades-dormitório).
Periurbanização- espaço exterior à cintura suburbana, onde não existe uma distinção nítida entre a
cidade e o campo. Está associada:
a) Existência de boas vias de comunicação, rodoviárias e ferroviárias
b) Existência de comercio, qualidade arquitetónica e histórica, que atrai e fixa pop.
c) Qualidade ambiental e paisagística (espaços verdes)
Características:
- Implantação dispersa de habitação urbana em meio rural
- Abandono progressivo da agricultura
- Implantação de unidades industriais e incremento da atividade comercial

Rurbanização- chegada de características urbanas ao espaço rural.

Área metropolitana: conjunto formado por uma grande cidade e todo o espaço envolvente e
interdependente, +/- urbanizado.
As áreas metropolitanas destacam-se pelos seguintes aspetos:
- Polarização do território (atraem população)
- Fluxos de pessoas e bens intensos
- Movimentos pendulares
- Desconcentração das atividades do setor secundário e terciário

Dinâmica demográfica: Tanto a AML como a AMP concentram mais de 40% da população
residente em Portugal e nas ultimas décadas verificaram um aumento da população, excepto nos
concelhos principais Lisboa e Porto em que a população diminuiu devido às alterações das
acessibilidades (construção das pontes 25 Abril e Vasco da Gama, o que permitia as pessoas morarem na
periferia e trabalharem em Lisboa)

Dinâmica económica: É nas áreas metropolitanas que encontra cerca de metade do emprego em
Portugal – devido concentração dos recursos essenciais, nomeadamente mão de obra qualificada,

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 localização de organismos internacionais, existência de vasto património cultural – o que traduz a sua
importância a nível económico.

Problemas urbanos (consequências do crescimento urbano)

1) Socioeconómicos
- Aumento do desemprego - aumento da pobreza
- Aumento da criminalidade - aumento dos conflitos sociais
2) urbanísticos
- Falta de habitação e sobrelotação/degradação dos edifícios
- Ausência de espaços verdes e água potável
- Falta de sistemas de tratamento de lixos
- Excesso de superfícies impermeáveis construídas pelo homem (betão, asfalto)
3) ambientais
- Aumento da poluição
- Escassez dos espaços verdes
- Construção em leitos de cheia e em solos de elevada aptidão agrícola
- Elevado grau de impermeabilização dos solos

 Soluções para os problemas

I. Renovação urbana: demolição total ou parcial dos edifícios e construção de novos imoveis
modernos e com outas funções ocupados por classes sociais mais favorecidas.
II. Reabilitação urbana: manter um bairro com todas as suas características funcionais, melhorando as
suas condições externas e internas e dinamizando as atividades para a área ficar mais atrativa.
(PRAUD E RECRIA)
III. Requalificação urbana: adaptação, tendo em conta a necessidade do momento, da estrutura física
dos imoveis ou espaço urbano para um uso diferente daquele para que foi concebido, mas sem
alterações significativas. Está relacionada com o pograma POLIS (programe de requalificação
urbana e valorização ambiental das cidades)

Política nacional de ordenamento do território

A melhoria das condições vida urbanas, resolução dos problemas urbanos e melhoria da qualidade de vida,
deve resultar essencialmente da aplicação de politicas de ordenamento do território e urbanismo assente num
sistema de gestão territorial organizado de acordo com 3 escalas de intervenção com diversos instrumentos
de gestão territorial.

01. Âmbito nacional – programa nacional da política de ordenamento do território (PNPOT)

02. Âmbito regional – planos regionais de ordenamento do território (PROT)
03. Âmbito municipal – planos municipais de ordenamento do território (PMOT)
- Plano diretor municipal (PDM)
- Plano de urbanização (PU)
- Plano de pormenor (PP)

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PDM: estabelece as linhas de
orientadoras de ocupação do
território municipal tendo em
conta...
+ os objetivos de
desenvolvimento
+ a distribuição das atividades
económicas
+ as carências habitacionais
+ os equipamentos e as redes de
transportes e comunicações
PU: Fornece um quadro de
referência para a aplicação das
políticas urbanas e define a
estrutura urbana. Tem como
objetivos...
+ definir o zonamento das funções
urbanas
+ identificar áreas a recuperar
+ fixar os índices e parâmetros
urbanísticos
+ traçar a estrutura da rede viária e
das infraestruturas principais
...
PP: desenvolve e concretiza
propostas de ocupação de qualquer
área do território nacional,
estabelecendo regras sobre...
+ a implantação das infraestruturas
+ o desenho dos espaços de
utilização coletiva
+ a forma de edificação
+ a localização dos equipamentos
coletivos
+ organização espacial das
atividades de interesse geral

Programas específicos de planeamento urbano

Programa
PRAUD (programa de recuperação de áreas urbanas
degradas) traduz se no apoio técnico e financeiro aos
municípios através de operações de reabilitação e
renovação de áreas urbanas.
objetivos
- Promover em parceria com as autarquias, operações de
reabilitação ou renovação de áreas urbanas degradadas
- Promover a criação de gabinetes técnicos
pluridisciplinares para assegurarem todas as operações
de reabilitação
- Comparticipar os custos de reabilitação ou renovação
das áreas urbanas

URBAN I e URBAN II (programa de reabilitação - Apresentar e aplicar estratégias inovadoras de

urbana)
PER (programa especial de realojamento)
POLIS e POLIS XXI (programa de requalificação
urbana e valorização ambiental das cidades)
revitalização socioecónomica sustentável
- Promoção da habitação de custos controlados ou
habitações sociais
- Organizar operações integradas de requalificação
urbana e valorização ambiental
- Orientar intervenções em cidades com áreas
classificadas como património cultural
- Apoiar iniciativas que visem aumentar os espaços
verdes, promover áreas pedonais, ...

Regeneração urbana
Conjunto de intervenções socio- urbanísticas em áreas urbanas marcadas pela degradação do edificado e do
espaço publico, pela insuficiência de equipamentos sociais elementares e por processos crescentes de
exclusão social. Foram assim aprovados vários projetos de regeneração urbana no âmbito da politica das
cidades POLIS XXI.

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- aumento e melhoria dos espaços verdes
- Melhoria da mobilidade (implementação do transporte publico)
- recolha e tratamento de resíduos
- Organização do estacionamento
- Políticas de envelhecimento ativo
- Criação de emprego e atração de jovens
- Melhoria da segurança e intervenção social
- Construção de ares de lazer e complexos desportivos
- Desenvolvimento urbano sustentável