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Resumo de filosofia - questão aula 1p

● o que diz uma boa definição de arte?

- diz o que é a arte e distingue-a do que não é arte; é necessário identificar


características que todas as obras possuam (condição necessária) e que só as
obras de arte possuam (condição suficiente);

● porque motivos é importante definir o que é arte?

- para saber a postura que devemos assumir perante certos objetos. se um


objeto é arte, devemos interagir com ele de forma especial.

● teorias essencialistas e não essencialistas

- teorias essencialistas (E): algo é arte em virtude das suas propriedades


intrínsecas, tais como, as teorias: representacionista; expressivista e formalista;

- teorias não essencialistas (NE): algo é arte em virtude das suas propriedades
extrínsecas, tais como, as teorias: institucional e historicista;

● teoria representacionista - E

- tese: “algo é uma obra de arte se for a imitação de alguma realidade”,


defendida por Platão e Aristóteles;
- quanto mais semelhanças existiam entre a obra de arte e aquilo que era
imitado, mais valor tinha essa obra;
- objeções: a representação não é condição necessária nem suficiente da arte,
pois há coisas classificadas como arte e que não imitam nem representam nada
(como a arquitetura) e há coisas que representam algo e não são consideradas
obras de arte (como os sinais de trânsito e símbolos religiosos);

● teoria expressivista - E

- tese: “algo é arte se e só se expressa emoções de forma autêntica e eficaz, de


modo a contagiar as outras pessoas com o mesmo tipo de sentimentos”,
defendida por Lev Tolstoi;
- a arte tem por finalidade transmitir e partilhar sentimentos entre o artista que
cria a obra e o público que a aprecia;
- o público é contagiado com o mesmo tipo de sentimentos do artista, sendo
esses exprimidos de forma consciente ou intencional;
- Collingwood: é incorreto designar como arte a música, o cinema ou o teatro,
quando estes têm por objetivo o entretenimento; porquê? procura provocar
emoções previamente concebidas no público; a arte do entretenimento não é
arte autêntica e sim uma forma de ofício;

- objeções: muitas vezes não é possível saber o que sentiram determinados


artistas;
- a apreciação de uma obra não pode depender dos sentimentos do artista;
- a autenticidade emocional exigida ao artista desqualifica quase todas as
grandes obras de arte da história;

● teoria formalista - E

- tese: “algo é arte se e só se for criado intencionalmente para possuir e exibir


de forma significante”, defendida por Clive Bell;
- forma significante: é um arranjo especial de linhas, cores, volumes, etc. que só
obras de arte possuem e constitui a essência da arte;
- para Clive Bell a forma significante provoca uma emoção estética que não é
como a alegria ou medo mas sim uma emoção especial suscitada apenas por
uma obra de arte;
- a emoção estética só é sentida por pessoas que têm sensibilidade estética e
há quem não a tenha de todo; sem sensibilidade estética estar diante de uma
pintura ou de uma escultura é como estar num concerto e ser surdo;
- objeções: o autor é acusado de ser elitista pois defende que nem todos tem
sensibilidade estética para sentir emoção estética, já que não são capazes de
conhecer a forma significante do objeto que estão a contemplar;
- perante a uma obra de arte idêntica a um objeto comum, o autor não nos
permite justificar a diferença de estatuto entre eles;
- é uma teoria circular, as explicações de forma significante e emoção estética
remetem uma para a outra;

● teoria institucional - NE

- tese: “algo é arte se for um artefato e se for considerado arte por alguém que
faz parte do uma certa instituição social - o mundo da arte”, defendida por Dickie
- artefato: não tem de ser um objeto produzido pelo próprio artista, pode ser
escolhido por ele e podem ser coisas retiradas da natureza e colocadas noutro
contexto;
- George Dickie pretende apenas dizer o que é ou não arte e não distinguir a
boa arte da má arte; limita-se a indicar as características que as obras de arte
possuem;
- objeções: há obras artísticas de autores que não fazem parte do mundo da
arte, autores que nunca publicaram nada em vida só foram reconhecidos após a
sua morte;
- ninguém parece ser capaz de estabelecer muito bem as regras e os
procedimentos do mundo da arte, se um dos principais conceitos da teoria é
pouco claro, esta não parece ser uma definição de arte satisfatória;

● teoria histórico-intencional (NE)

- tese: “um item é arte se e só se alguém pretende que ele seja encarado como
outras obras de arte foram encaradas no passado”, defendida por Jerrold
Levinson;
- todas as obras de arte se relacionam de modo intencional com as anteriores;
- logo, um objeto é uma obra de arte se o seu autor tiver um direito de
propriedade sobre esse objeto e tiver a intenção séria de que esse objeto seja
encarado como obra de arte, ou seja, seja encarado da mesma forma que
objetos que já fazem parte da lista de obras de arte foram ou são corretamente
encarados;
- objeções: é possível realizar obras de arte e não deter o direito de propriedade
(como os graffitis);
- se algo é uma obra de arte, se for visto como o foram obras anteriores, como
surgiu a primeira obra de arte?

● cetismo acerca da possibilidade de definir arte

- existem razões para pensar que as teorias essencialistas não conseguem


definir arte adequadamente;

- Morris Weitz é um dos filósofos que pensa desta forma e afirma que: os
artistas valorizam muito a liberdade e a criatividade; experimentam
frequentemente novas possibilidades e coisas diferentes; a arte vai estando em
permanente construção;

- para Weitz, arte é um conceito aberto e não fechado e que tem mudado ao
longo da história e pode continuar a mudar; tal como as atuais teorias, as futuras
também não encontrarão a essência da arte;

- posição cética de Weitz: não é possível definir arte.

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