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ARQUEOLOGIA

Resolvido mistério sobre a origem da


Vênus de Willendorf, de 30 mil anos
Pesquisadores analisaram o interior da estatueta pela primeira
vez e concluíram que a rocha que serviu como matéria-prima não
veio da Áustria, como se pensava antes

2 min de leitura

Redação Galileu
03 Mar 2022 - 10h50 | Atualizado em 03 Mar 2022 - 10h50

Vênus de Willendorf foi esculpida há 30 mil anos durante o Paleolítico


Superior (Foto: Creative Commons)

Esculpida há cerca de 30 mil anos, a estatueta Vênus de


Willendorf é um dos exemplos mais importantes da arte antiga
na Europa. Até hoje, acreditava-se que sua origem era a Áustria,
onde o artefato foi descoberto em 1908, porém, um novo estudo
aponta que a rocha que originou a obra veio, na verdade, da
Itália.

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A revelação que pode alterar nossa percepção sobre arte pré-


histórica foi publicada em 28 de fevereiro na revista Scientific
Reports. A Vênus foi originalmente desenterrada por um
trabalhador na vila austríaca de Willendorf, mas o novo estudo
mostra que a pedra usada como matéria-prima para a
estatueta de 11 centímetros não é encontrada na localidade.
Surpreendentemente, ela veio do norte italiano, onde existem
rochas de oólitos, grãos redondos do tamanho dos de areia.

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Isso foi concluído a partir de microtomografias de alta resolução


em um trabalho conduzido por uma equipe de pesquisa liderada
pelo antropólogo Gerhard Weber, da Universidade de Viena,
Áustria.

A Vênus de Willendorf. Esquerda: vista lateral. Parte superior direita:


cavidades na anca e perna direita. Parte inferior direita: furo para formar o
umbigo ampliado (Foto: Kern, A. & Antl-Weiser, W. Venus)

Em sua avaliação minuciosa, os pesquisadores analisaram,


pela primeira vez, o interior da Vênus. Eles obtiveram imagens
com resolução de até 11,5 micrômetros — uma qualidade só
vista em microscópios. Assim, notaram que o objeto não era
uniforme em seu interior e puderam comparar seu material com ASSINE
rochas de países como Áustria, França, Itália e Alemanha.

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Imagens derivadas de tomografias computadorizadas da Vênus (Foto:


Gerhard Weber, Universidade de Viena)

Nenhuma das amostras coletadas em um raio de 200


quilômetros de Willendorf se assemelhava remotamente ao
oólito da Vênus. Mas a rocha correspondeu como sendo
idêntica a uma coleta realizada perto do Lago Garda, no norte
da Itália. Isso significa que o artefato viajou mais de 650
quilômetros até chegar ao seu destino, passando do sul dos
Alpes até o rio Danúbio, ao norte da cadeia montanhosa. 

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Segundo os pesquisadores, a Vênus teria sido carregada em


um longo trajeto feito a pé por caçadores-coletores do
Paleolítico. "O povo de Gravettian [cultura de ferramentas da
época] procurava e habitava locais favoráveis. Quando o clima
ou a situação das presas mudavam, eles se moviam
preferencialmente ao longo dos rios", conta Weber, em
comunicado.

Vênus de Willendorf fluorescente (Foto: Gerhard Weber, Universidade de


Viena)

Figuras femininas parecidas com a estatueta, associada a ritos


de fertilidade, foram achadas anteriormente em outros locais,
como no sul da Rússia, onde as Vênus são mais jovens.
Resultados genéticos também mostraram que as pessoas na
Europa Central e Oriental estavam conectadas umas às outras
na época. Weber diz que pretende utilizar seus achados na nova
rede de pesquisa de sua equipe para esclarecer melhor a
história inicial da região alpina.

03 Mar 2022 - 10h50 | Atualizado em 03 Mar 2022 - 10h50

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