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Estudo de Coleções
Para que essa informação chegasse a terra esses homens receberam instrução,
o que era mais uma novidade. Todo o processamento dessa informação possibilitou que
as cartas de marear tivessem cada vez mais rigor e despertassem o interesse de outras
potências europeias.
Palavras-chave
Astrolábio, Navegação, Ciência, Evolução, Descoberta
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Abstract
This paper aims to show the two faces of the same object the Aveiro astrolabe
exposed at the Navy Museum and showed at the 360º exposition – science discovering.
During the next pages we try to explain what’s an astrolabe, how it appears and
his importance as navy instrument but also his meaning in the scientific, economic and
social features of the XV to XVII centuries.
By an hand, his utilitarian feature shows clearly the supremacy of the Portuguese
and Spanish people in the development of navy techniques that allowed longer trips
without seeing land or using the asters to sail.
By another hand, the value associated to this technological development that was
reached. It means to identify all the immense possibilities that the sailors found in their
trips. It was new trade opportunities, new products that arrived to Europe or products
already known that came by land and now came by sea appeared in grater abundance,
were new plants and animals that were brought with several aims (amusement,
medicine, trade, etc.) but it was also the way cartography developed greatly due to the
sailors and pilots that, arriving from their trips, told everything they had seen and shared
all their notes and calculations.
To this information to come to land this men received formation, something that
was completely new. All this information processing allowed that the sealing carts were
more and more rigorous and wake up the interest of another European countries.
Keywords
Astrolabe, Navigation, Science, Evolution, Discovery
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1. Introdução
Estudar a peça de uma coleção que é utilizada numa exposição que não a sua
de origem é um desafio tremendo. Apresentar os dois lados da mesma peça leva-nos
por caminhos que até agora nunca tínhamos equacionado mas que nos obrigam a
conhecer profundamente a peça, a perceber a sua origem e funções e a interpretá-la
em ambos os locais.
Com o passar do tempo e o amadurecer das leituras, começa a ficar tudo mais
claro e é então que entendemos que aquilo que num local é apresentado, e bem, num
contexto meramente científico, noutro nos transporta para raciocínios que só à distância
de mais de 500 anos começam a ser devidamente valorizados, não só pela comunidade
científica nas áreas da astronomia e matemática, mas também pela sociedade que
começa a perceber que esse avanço científico da época que foi o Astrolábio, permitiu
que chegassem até nós novos produtos, que o ensino profissional fosse proporcionado
a pessoas de fracas posses económicas, e que se começasse a valorizar a rapidez com
que circulava a informação e a formação.
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2. Desenvolvimento
Os descobrimentos marítimos protagonizados pelos Portugueses antecederam
de pouco a Revolução Científica. Para eles concorreram o desenvolvimento tecnológico
tanto dos meios navais (nomeadamente a Caravela) como dos meios de orientação no
mar (por exemplo, o astrolábio náutico).
Para medir a altura dos astros, os antigos navegantes começaram por usar o
quadrante e o astrolábio náutico. Provavelmente, o astrolábio náutico surgiu da
adaptação do astrolábio planisfério.
2 régua móvel que faz parte de um instrumento com que se determinam direções em topografia
3cada uma das lâminas metálicas colocadas nas extremidades da alidade, que tem ao meio uma fenda por
onde passam os raios visuais para estabelecer alinhamentos
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se a alidade de maneira que a luz do Sol passasse pelos dois orifícios ao mesmo tempo.
Tomava-se nota das leituras dos quadrantes graduados indicados pela alidade, que
dava a altura do Sol. A vantagem de usar o astrolábio náutico para observar o Sol era
este não ser observado diretamente, não havendo, portanto, perigo para a vista do
piloto. Além disso, como ficava suspenso era mais fácil colocá-lo na posição correcta,
por não sofrer os balanços do piloto.
O nome dos Astrolábios náuticos deriva do nome do navio ou do local onde foram
achados ou onde se encontram. (Garrido, 2006, pp. 16)
4ponto da esfera celeste que, relativamente a cada lugar da Terra, é encontrado pela vertical levantada
desse lugar
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Isto mesmo foi sublinhado pelo curador da exposição, Henrique Leitão, em
declarações publicadas na Newsletter da Fundação Calouste Gulbenkian. Este
responsável destacou o papel dos povos ibéricos na transformação da ciência do
conceptual para o real, dando como exemplo o desenvolvimento da cartografia que só
foi possível graças a um grande plano de formação de técnicos intermédios, que indo a
bordo dos barcos que descobriam um mundo novo, à chegada aos portos ibéricos,
despejavam grandes quantidades de informação sobre o que viram mas, sobretudo,
sobre o que mediram e registaram.
A escolha desta peça foi, inicialmente, apenas um impulso sobre algo que
desperta a curiosidade. Rapidamente essa curiosidade foi sendo saciada e ao mesmo
tempo alimentada em busca de mais e mais informação que explicasse e
fundamentasse todos os aspetos tocados, já que as implicações de poder navegar para
maiores distâncias sem ter em linha de vista a costa, fez com que um novo mundo de
oportunidades se abrisse à frente dos olhos dos navegadores.
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3. Discussão
Em nossa opinião, o astrolábio, na exposição 360º assume um papel de
protagonista da saga da expansão tecnológica e, consequentemente, de todas as outras
áreas que eclodiram devido às viagens marítimas (económica, medicinal, social,
cultural, etc.).
Ora, temos assim, duas histórias para contar, dois lados da mesma peça, duas
interpretações legítimas, dois contextos distintos.
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4. Conclusão
Face ao exposto julgamos que é admissível dizer-se que qualquer peça de uma
coleção tem mais do que o lado que é apresentado habitualmente.
Não conseguindo afirmar qual dos lados deve ser trabalhado em primeiro lugar,
considera-se que ambos são de elevada importância para contar a história do objeto. E
inventariação e respetiva catalogação são o primeiro passo para que seja considerada
uma peça de coleção, mas o descobrir o seu significado e interpretá-lo é igualmente
importante em termos patrimoniais.
A nossa história não se conta só com factos mas também com o que eles
representaram na altura em que ocorreram e que repercussões têm no presente e no
futuro.
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Bibliografia
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