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de Educação
e Ciências Sociais
1. Introdução: .............................................................................................. 2
2. Caracterização da imprensa local/regional: ............................................. 3
3. A importância da existência de PME consolidadas: ................................ 5
4. Apoios a nível europeu: ........................................................................... 7
5. O regime de incentivos: ........................................................................... 9
6. Descrição e análise dos dados empíricos: ............................................ 12
7. O impacto dos apoios: ........................................................................... 18
8. Conclusões: ........................................................................................... 19
Anexos ...................................................................................................... 20
Bibliografia ................................................................................................. 36
Índice de anexos
Anexo 1 ..................................................................................................... 20
Anexo 2 ..................................................................................................... 35
1
1. Introdução:
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2. Caracterização da imprensa local/regional:
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lugar de secretário de Estado da Comunicação Social no primeiro Governo de
António Guterres, “um sector que, a par com alguma gente nova com arrojo e
com ideias, tinha muita gente acomodada, muita gente que estava à frente de
jornais regionais para manter uma tradição familiar, sem nenhuma visão
empresarial”. O mesmo governante é citado quando afirma que “Também tive a
noção de que havia um sistema de auxílios do Estado que afastava a imprensa
regional da procura da qualidade. O Porte Pago a 100% fazia com que
houvesse muitos jornais que tinham uma tiragem ditada pela relação com os
anunciantes e não pela relação com os leitores. Eram jornais praticamente
gratuitos, em grande parte”.
Como conclusão, Paulo Ferreira considera que mais do que incentivar o
desenvolvimento da imprensa local e regional, as políticas (ou a falta delas)
definidas para este sector pelos vários Governos têm sido um factor de
constrangimento à sua evolução. Esta conclusão é sustentada pela tese de que
as empresas proprietárias que investem seriamente num produto jornalístico de
qualidade, produzido por profissionais, é seriamente prejudicado por uma
concorrência mantida artificialmente à custa de apoios com dinheiro público.
Esta tese, como facilmente se constata por uma análise do anexo 1, pelo
menos no que respeita à primeira década do presente milénio, acaba por não
ter expressão já que das 298 publicações apoiadas apenas uma dezena
recebeu apoios acima dos 100 mil euros. Todos os outros valores, se forem
divididos pelo período em apreço, mostram que não é pelo montante envolvido
que uma publicação fará maior ou menor concorrência aos seus parceiros
regionais/locais uma vez que a maioria, ao não ter uma estrutura
profissionalizada nos seus diversos sectores, dificilmente torna esses apoios
num efeito multiplicador.
Reportando-me novamente ao Manual de Gestão de Marketing de
Empresas de Media Regionais e Locais é sublinhado pelo autor o baixo
número de jornalistas existentes nas publicações e, repare-se neste valor, 74%
das empresas considera ter muitas necessidades formativas em diversas
áreas, o que evidencia a necessidade de integrar novas competências.
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3. A importância da existência de PME consolidadas:
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Se as entidades proprietárias continuarem a pensar a sua existência de
forma redutora, apenas dentro da comunidade local onde se inserem,
provavelmente o seu futuro está comprometido. Pelo contrário, se abrirem os
seus horizontes e passarem a entender a sua existência num quadro mais
abrangente, o futuro deverá ser mais risonho, numa sociedade mais informada
mas, fundamentalmente, melhor formada.
Importa então que as entidades proprietárias preparem o futuro das suas
publicações com base num planeamento estratégico que seja formalizado com
vista a produzir um resultado articulado, sob a forma de um sistema integrado
de decisões (Mintzberg, 1994).
Henry Mintzberg no seu livro “The rise and fall of strategic planning”
(1994) refere que o plano estratégico constitui a ferramenta de gestão que visa
ajudar a Organização a ter um melhor desempenho, na medida em que
mobiliza e orienta a energia, os recursos e o tempo de todos os membros da
organização na mesma direcção.
Aplicando este princípio a um meio de comunicação social é
fundamental o estabelecimento do modelo de negócio. Faustino (s/d) preconiza
que a empresa deve definir o que faz e a quem se destinam os seus produtos,
que produtos ou serviços são esses e o que os torna diferentes dos seus
concorrentes e ainda que identifique a forma como se geram rendimentos e a
partir de quem.
Este é pois o dilema do legislador quando constata que a maior parte
das entidades proprietárias apresenta um baixo nível de qualificação e cultura
empresarial.
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4. Apoios a nível europeu
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Estado: dimensão de mercado; desenvolvimento económico; comportamento
das audiências; e ambiente político e social geral.
Feliciano Barreiras Duarte, ex-Secretário de Estado Adjunto do Ministro-
Adjunto do Primeiro-ministro, afirma que os seis países (Suécia, Noruega,
Áustria, França, Holanda e Finlândia) objecto de estudo para a obra atrás
referida apresentam sistemas de apoio à comunicação social diferentes do
modelo seguido em Portugal assentando na relação com o sucesso
empresarial dos produtos jornalísticos.
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5. O regime de incentivos:
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Por último, o incentivo à Formação e Qualificação dos Recursos
Humanos tinha como objectivo promover acções de formação e qualificação
dos recursos humanos nas áreas da comunicação social e da organização e
gestão de empresas do sector, consubstanciando-se no financiamento parcial,
a fundo perdido, dos custos das referidas acções.
Em 2005 ocorreu nova alteração legislativa com a publicação do
decreto-lei nº 7/2005 de 6 de Janeiro que se mantém em vigor.
Este passou a englobar incentivos financeiros directos, que se destinam
a apoiar o financiamento das empresas jornalísticas e de radiodifusão, bem
como de projectos no âmbito da comunicação social; outros incentivos que se
destinam a apoiar a formação e a integração dos profissionais da comunicação
social, a promoção da leitura e o desenvolvimento da sociedade da informação
e do conhecimento.
Passaram a existir os seguintes Incentivos Financeiros Directos:
Incentivo à Iniciativa Empresarial e Desenvolvimento Multimédia; Incentivo à
Qualificação e ao Desenvolvimento dos Recursos Humanos; Incentivo à
Investigação e à Edição de Obras sobre Comunicação Social; Incentivos
Específicos.
A partir de 31 de Março de 2007, os incentivos à iniciativa empresarial e
desenvolvimento multimédia e à qualificação e ao desenvolvimento dos
recursos humanos foram substituídos por um único incentivo à consolidação e
ao desenvolvimento das empresas de comunicação social regional e local. Esta
alteração pode ser entendida como uma nova perspectiva sobre o
desenvolvimento e gestão das empresas que passou então a ser visto de
forma global por oposição à desarticulação existente até aí.
Com a publicação do decreto-lei nº 35/2009 de 9 de Fevereiro e por via
da aplicação do programa SIMPLEX 2008, os encargos administrativos com a
apresentação das candidaturas foram reduzidos não pela substituição da
apresentação de estudos de viabilidade económica pela prestação de
informações, nos formulários de candidatura, relativas a indicadores
económicos e financeiros a aprovar por despacho, mas também a substituição
da apresentação de documento comprovativo do respeito das normas legais ou
convencionais aplicáveis às relações de trabalho, emitido pela Autoridade para
as Condições do Trabalho, por declaração do candidato assumindo o
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cumprimento dessas normas legais ou convencionais. Para o mesmo efeito,
visando facilitar a demonstração da classificação das publicações de âmbito
regional, prevê-se a substituição da prova da edição de “conteúdos jornalísticos
[...] vocacionados para outros municípios, além daquele onde (a candidata)
está sediada” e da “distribuição superior a 40 % fora do município onde está
sediada”, por declaração do candidato, sujeita a fiscalização, de que são
cumpridas todas as obrigações e requisitos legais.
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6. Descrição e análise dos dados empíricos:
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Entre os anos 2004 e 2010 a tendência foi sempre de descida do
montante dos apoios concedidos com uma oscilação no ano 2007 que
apresenta um montante equivalente ao de 2005. Ainda assim a constatação é
de que em 2010 os apoios pouco passaram dos 86 mil euros correspondentes
a quatro projectos aprovados e implementados.
O montante de 322,26 euros é o valor mais baixo concedido a uma
publicação, “A Voz de Loulé”, o que levanta a questão da utilidade dos
Incentivos Directos e da forma como as entidades proprietárias os viam e,
consequentemente, aplicavam. Montantes desta ordem não contribuem de
forma alguma para melhorar a gestão de uma empresa de comunicação social,
modernizando-a ou apostando na qualificação dos seus colaboradores. Se por
um lado os proprietários das publicações cumpriram todos os requisitos para
merecer a aprovação da candidatura cabe à entidade gestora dos dinheiros
públicos uma utilização consentânea com os objectivos gerais das várias linhas
de apoio. Ainda que se tratem de verbas diminutas o volume global das
candidaturas com montantes abaixo dos 1.500 euros alcança os 8.834,72
euros no intervalo 2000-2010, um montante superior a grande parte dos
projectos implementados.
No período temporal em análise a maioria das publicações teve apoio do
Estado apenas uma vez, seguindo-se aquelas que em dois momentos viram os
seus projectos serem objecto de aprovação. Mas há também exemplos de
publicações que no espaço de dez anos tiveram dinâmica para elaborar três ou
mesmo quatro projectos de investimento distribuídos pelas diversas áreas de
apoio revelando um forte sentido de oportunidade para se consolidarem
empresarialmente, apostando na profissionalização e preparando dessa forma
o seu futuro.
A maior parte dos fundos aplicados nos Incentivos Directos foram
direccionados para a Modernização Tecnológica. Existem várias razões para
este facto que importam sublinhar: equipamentos profissionais de preço
elevado que as empresas não adquiririam se o tivessem de fazer sem apoios;
equipamentos anteriormente classificados como tendo baixa importância;
empresários ou entidades proprietárias anteriormente pouco informadas sobre
os processos de produção. Pode mesmo questionar-se se a Modernização
Tecnológica não foi a base para um salto qualitativo das publicações e para o
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despertar de projectos editoriais que até então estavam confinados a práticas
de gestão completamente amadoras.
Existe outro aspecto que talvez seja importante referir. Por uma questão
de proximidade, uma fatia significativa dos equipamentos adquiridos, ou das
páginas de Internet construídas pelas publicações apoiadas foram-no a
empresas da sua área de influência. Quer isto dizer que os apoios directos do
Estado também contribuíram de alguma forma para que outras PME
aumentassem o seu negócio. Obviamente que essa relação comercial entre as
publicações e quem lhes vendeu o equipamento ou prestou o serviço se
estende para além do primeiro momento uma vez que os contratos de
manutenção fazem que esse relacionamento perdure no tempo. Alguns terão
mesmo passado a ser considerados como parceiros de desenvolvimento ou
então foram estabelecidas relações comercias através da inserção de
publicidade na publicação.
Ao longo de dez anos uma dezena de publicações (“A Voz da Quarteira”,
“A Verdade”, “Terras da Feira”, “Região Sul”, “Póvoa Semanário”, “Mensageiro
de Santo António”, “Jornal Nordeste”, “Jornal Carteia”, “Expresso do Ave”,
“Diário de Coimbra”) mudaram de empresa proprietária, ora por alteração do
nome e do pacto social da mesma ora por aquisição por entidade diferente.
Também aqui se levantam questões de ordem económica: poderão estes
títulos, apesar de terem sido apoiados, não ter evoluído o suficiente para serem
rentáveis? Ou terão os mesmos evoluído de forma positiva chamando a
atenção de empresas interessadas na sua aquisição? Poderemos ainda
questionar se a alteração do pacto social e do nome da entidade proprietária,
que na prática se manteve, não se tratou de uma forma de continuar a
concorrer aos apoios públicos que colocam de parte, por exemplo, as
publicações confessionais ou partidárias.
Com a abertura em 2001, com a publicação do decreto-lei nº 56/2001 e
a portaria nº 204/2001, de 14 de Março, o Estado passou a atribuir Incentivos
para a produção de conteúdos na Internet.
Ora, os projectos apresentados e aprovados nesse mesmo ano foram
implementados em 2002 e assim sucessivamente.
Em 2004 existiam mais 22 publicações na Internet do que no ano
anterior. Mas em 2003 foram aprovadas apoios a 29 candidaturas o que quer
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dizer que pelo menos alguns deles não se tratavam de novos projectos mas
sim uma remodelação da presença já existente.
Mas nos dois anos seguintes os dados inverteram-se. Em 2005
passaram a existir mais 48 publicações na Internet quando o número de
projectos aprovados foi de 32 e no ano seguinte entraram na Internet mais 49
publicações enquanto que as candidaturas aprovadas foram 8 sendo que a
linha de apoio passou a destinar-se à Iniciativa Empresarial e Desenvolvimento
Multimédia.
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O número de entidades apoiadas mostra-se proporcional ao montante
das verbas aplicadas pelo Estado com especial relevo para o ano 2001 com
126 projectos a serem aprovados.
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no caso da aquisição de equipamentos que as empresas integraram como
activos. Ora, dependendo das razões do encerramento, esses mesmos
equipamentos passaram a integrar a listagem de bens a alienar para suprir
eventuais dívidas a fornecedores ou colaboradores, o que mereceria uma
análise mais aprofundada.
Ao longo do período em apreço foram investidos pelo Estado 770 mil
euros em projectos de comunicação que entretanto fecharam as suas portas.
De notar que apenas nos distritos de Vila Real, Beja e Évora, assim como nas
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira não existiram encerramentos de
publicações.
Por aferir fica o aspecto da eventual criação de postos de trabalho nas
entidades apoiadas. Este é um dos critérios para a atribuição dos incentivos
mas nos dados disponibilizados pelo Gabinete para os Meios de Comunicação
Social não é possível descortinar se efectivamente essa foi uma aposta das
entidades proprietárias das publicações.
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7. O impacto dos apoios:
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8. Conclusões:
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Anexo 1
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26
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Anexo 2
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Bibliografia:
Carvalho, A., Faustino, P., & Martins, M. (coord.). (2010). Estudo de impacto
dos Incentivos directos concedidos pelo Estado aos órgãos de comunicação
social regional e local, Media XXI: Lisboa.
Mintzberg, H. (1994). The rise and fall of strategic planning. Freeman: New
York.
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Vieira, J. (2009). O jornalismo de proximidade na era digital: Análise funcional
do jornal da Mealhada. Universidade Fernando Pessoa: dissertação de
mestrado.
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