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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Franciane França
Letícia Moreira Barbosa

EVOLUÇÃO DA MOEDA COMO UNIDADE DE


TROCA

Taubaté – SP

2019
Franciane França
Letícia Moreira Barbosa

EVOLUÇÃO DA MOEDA COMO UNIDADE DE


TROCA

Trabalho de Graduação, modalidade de Trabalho de


Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de
Gestão e Negócios da Universidade de Taubaté para
obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador (a): Prof. Ms.Paulo Dias Raposo Filho

Taubaté – SP
2019
FRANCIANE FRANÇA
LETÍCIA MOREIRA BARBOSA

EVOLUÇÃO DA MOEDA COMO UNIDADE DE TROCA

Trabalho de Graduação, modalidade de Trabalho de


Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de
Gestão e Negócios da Universidade de Taubaté para
obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador (a): Prof. Ms.Paulo Dias Raposo Filho

Data: ________________________________________

Resu ltado: ___________________________________


COMISSÃO JULGADORA

Prof. Me Júlio Cesar Gonçalves Universidade de Taubaté

Assinatura __________________________________________________________

Prof. Me Paulo Dias Raposo Filho Universidade de Taubaté

Assinatura __________________________________________________________

Prof. Me. Marcus Vinícius Souza dias Universidade de Taubaté

Assinatura __________________________________________________________
“Deixe o futuro dizer a verdade, e avaliar cada um de acordo com
seus trabalhos e conquistas”

(TESLA, NIKOLA)
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, segundo aos nossos pais e familiares pelo incentivo
constante nos momentos bons e ruins, principalmente quando tivemos vontade de desistir e
eles nos apoiaram a continuar.

Ao Prof. Paulo Dias Raposo Filho, nosso orientador, o qual foi fundamental com seus
conhecimentos para desenvolvermos um excelente trabalho.

A todos os professores que estiveram conosco nesses quatro anos de lutas e conquistas, pelo
constante apoio, incentivo e críticas, ajudando-nos a crescer mais em nossos relacionamentos
pessoais e profissionais.

A nossos colegas de classe que contribuíram com suas ideias, experiências e conhecimentos
em alguns trabalhos que realizamos juntos.

Aos Profs. Drs. e Msc. da banca, pelas importantes sugestões que muito acrescentaram na
conclusão deste trabalho.
.
EPÍGRAFE

"Ninguém pode nos convencer a nada, a não ser a nossa própria experiência."
(MARCELO ALEXANDRE, 2011).
RESUMO

O objetivo do trabalho é desenvolver uma revisão histórica, abordando a evolução da moeda e


dos sistemas financeiros, do tradicional papel moeda até o advento das criptomoedas. Foi
efetuada pesquisas bibliográficas como metodologia de estudo, visando a coleta de informações
necessárias para o desenvolvimento do tema proposto, pela análise de informes econômicos de
órgãos oficiais, e evidenciação de projeções de cenários. A substituição do papel moeda pode
ser verificada pelo aumento significativo das transações por meio eletrônico, da modernização
e informatização das operações dos agentes financeiros, da globalização dos mercados, da
eliminação de fronteiras geográficas, e das reduções de restrições comerciais. As Criptomoedas
também chamadas “moedas virtuais” ou “moedas criptográficas” são representações digitais de
valor que não são emitidas por Banco Central ou nenhuma outra autoridade monetária. O seu
valor decorre da confiança depositada nas suas regras de funcionamento e na cadeia de
participantes. A pioneira das moedas virtuais foi o Bitcoin, por volta de 2008, durante o auge
da crise financeira norte-americana, com o intuito de proporcionar um livre mercado, e a partir
dai muitos avanços foram feitos, principalmente na área de criptografia. Já nesta última década,
com o boom das mídias sociais, pode se observar que diversos setores da economia, empresas
e instituições que no início não vislumbravam a ascensão de criptomoedas, foram adaptando-
se e aceitando que essas podem ser utilizadas como meio de troca. Analisando a linha evolutiva
da moeda, conclui-se que o dinheiro em espécie está se tornando cada vez mais impalpável,
principalmente a partir do advento das moedas digitais. Pela recente acensão, não é possivel
conclusões definitivas sobre os cenários que são desenhados ao mercado de criptomoedas, mas
não há como abjurar os impactos que estão sendo já observados e o potencial de crescimento
econômico existente, e que, mesmo se não houver maior disseminação da tecnologia entre os
consumidores, não é possível interromper a força deste mercado.

Palavras-chave: Moedas, Criptomoedas; Sistema Financeiro.


ABSTRACT

The goal of this project is do a historical review, taked as theme the coin and financial system
evolutions, the paper coin until the discovered of cryptocoins. Was made bibliographic searches
like the study method, looking taking important imformations to develop the proposed theme
by information analysis of economical reports from public institutions, and highlight backdrops
projections. The substitution of paper coin can be verify by increases numbers of eletronic
transitions , technology in banks operation, globalization , no geographic limits , decrease of
commercial restrictions. The cryptocoins, can be called as “Virtual coins” or cryptographic
coins, it is a digital representation of value that cannot be make by central banks or any financial
system. Your value became from the trust the users has on the operations laws and on the user’s
chain. The firs cryptocoin was the Bitcoin, around 2008, during the North American financial
crises, with the free market as the main goal, from that fact many advanced were made, mainly
on the cryptography area. In this last decade, with the boom of social media, can be observed
many economic sessions, enterprises and institutions that in the beginning didn’t saw the advent
of cryptocoins as a good invention, were adapting their vision of cryptocoins as a currency
trading, analyzing the evolution line of the currency, can be concludes that the paper money is
becoming more and more abstract, mainly after the digital coins advent. By the recent rise, is
not possible taking definitive decisions about the scenario of cryptocoins market, but cannot be
denied the obvious impacts and economical growth, that even if this currency does not has a
large acceptation, it’s impossible interrupt the strength of this market.

Key words: Currency, Cryptocoins, Financial System


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Rede de blockchain ............................................................................................ 33
Figura 2 – Hash................................................................................................................... 34
Figura 3 – Linha evolutiva da moeda .................................................................................. 45
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Transações realizadas por dia ........................................................................... 36


Gráfico 2 – Preço de mercado ............................................................................................ 37
Gráfico 3 – Volume semanal de BTC na Argentina ............................................................ 42
Gráfico 4 – Volume de transação por moeda ....................................................................... 43
Gráfico 5 – Evolução das transações bancárias por canal (em bilhões de transações) ........... 47
Gráfico 6 – Composição Das Transações Bancárias Por Canal (Em %) ............................... 48
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Estrutura do sistema financeiro nacional .......................................................... 25


Quadro 2 – Divisão do mercado financeiro nacional .......................................................... 27
Quadro 3 – Principais moedas ............................................................................................. 30
Quadro 4 – Análise comparativa ......................................................................................... 35
Quadro 5 – Caminho do dinheiro ....................................................................................... 38
Quadro 6 – Fluxo do Bitcoin .............................................................................................. 39
Quadro 7 – Funcionalidades da moeda virtual .................................................................... 44
Quadro 8 – Fintech x Banco............................................................................................... 50
Quadro 9 – Cenários futuros .............................................................................................. 51
Quadro 10 – Criptoativos como investimento .................................................................... 51
Quadro 11 – Três linhas de pensamento quando se trata dos aspectos regulatórios das
criptomoedas....................................................................................................................... 53
LISTA DE ABREVIATURAS

ARPANET – Advanced Research Projects Agency Network

BACEN – Banco Central

BCV – Banco de Crédito e Varejo

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BTC – Bitcoin

B3 –Bolsa de valores oficial do Brasil

CMN – Conselho Monetário Nacional

CNPC – Conselho Nacional De Previdência Complementar

CNSP – Conselho Nacional De Seguros Privados

CVM – Comissão De Valores Mobiliários

ETH – Ethereum

FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos

FED – Federal Reserve Board

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMD – Instituto Metrópole Digital

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PREVIC – Superintendencia Nacional De Previdência Complementar

SFN – Sistema Financeiro Nacional

SIN – Sistema Interligado Nacional

SUSEP – Superintendencia De Seguros Privados

XRP – Ripple
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 17
1.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 18
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 18
1.2 Problema ....................................................................................................................... 18
1.3 Relevância do estudo ..................................................................................................... 18
1.4 Delimitação do estudo .................................................................................................... 19
1.5 Metodologia ................................................................................................................... 19
1.6 Organização do trabalho ................................................................................................. 19
2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 21
2.1 Contextos históricos da moeda e do sistema financeiro nacional ..................................... 21
2.1.1 História da moeda ....................................................................................................... 21
2.1.2 Capitalismo ................................................................................................................. 21
2.1.3 Intervencionismo ......................................................................................................... 24
2.1.4 Sistema Financeiro Nacional (SFN) ............................................................................. 24
2.1.4.1 Mercado Financeiro .................................................................................................. 26
2.2 Evolução do Mundo Digital ........................................................................................... 27
2.2.1 Mercado Virtual .......................................................................................................... 28
2.2.2 Moeda Eletrônica X Moeda Virtual ............................................................................. 29
2.3 Nova Fase na História da Moeda ................................................................................... 29
2.3.1 A Origem das Moedas Virtuais .................................................................................... 32
2.3.1.1 Como Funcionam ..................................................................................................... 32
2.3.1.2 Análise Comparativa da Moeda Virtual com a Corrente ........................................... 35
3 MOEDAS VIRTUAIS E O SISTEMA FINANCEIRO...................................................... 38
3.1 Impacto das criptomoedas no sistema financeiro ............................................................ 41
3.2 Posicionamentos do Bitcoin no mercado brasileiro ......................................................... 42
3.3 Funções da moeda virtual ............................................................................................... 43
4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA ......................... 45
4.1 Fintech ........................................................................................................................... 49
4.1.2 Fintech x Bancos ......................................................................................................... 49
4.2 Cenários para as criptomoedas ....................................................................................... 50
4.2.1 Moedas Virtuais Como Forma de Inclusão .................................................................. 52
4.2.2 Regulamentação da moeda .......................................................................................... 53
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 57
17

1 INTRODUÇÃO

Em geral no senso comum, segundo o relatório do Banco de Cabo Verde – BCV (2019),
os termos: moeda e dinheiro compartilham do mesmo significado, porém essa crença não
representa a realidade, pois a moeda é o meio utilizado para a realização de uma troca enquanto
o dinheiro são as notas e moedas metálicas, as quais são geralmente utilizadas como objeto de
troca.
Atualmente o dinheiro está tornando-se cada vez mais ilusório, isso acontece, pois, esse
objeto de troca acompanha a evolução da sociedade. (CANNUCCIARI, 2017).
Após a revolução da internet, nada mais justo que a existência de moedas virtuais que
trazem à tona a teoria austríaca dos ciclos econômicos, desenvolvida em 1912 por Ludwig von
Mises, a qual menciona que as interferências feitas pelo Banco Central não são saudáveis, pois
elas ocasionam um cenário econômico fictício, ou seja, quando o Banco Central injeta dinheiro
na economia, as taxas de juros abaixam ilusoriamente fazendo com que as empresas tomem
decisões que não condizem como real estado no mercado (SHOSTAK, 2009), porém há autores
que não concordam com essa teoria, como diz Tullock (2015):

“...Primeiro, deve-se notar que se as pessoas de negócios agora estão construindo mais
fábricas do que eram antes, o que é o que Rothbard diz na teoria austríaca, então, de
fato, economias que estão disponíveis para construção das fábricas devem ter
aumentado. Na verdade, eles têm. O que aconteceu é que o governo por medidas
inflacionárias está transferindo certa quantidade de dinheiro dos cidadãos em geral
para as contas de investimento e, portanto,o dinheiro para a construção dessas fábricas
adicionais é disponibilizado...” (TULLOCK, 2015)

Essa discussão traz em pauta também os ideais libertários e conservadores, ou seja,


esse é um tema que vem dividindo os economistas e até mesmo a população.
A existência desse tipo de moeda só foi possível pelo ambiente em que o mundo se
encontra hoje, ou seja, o advento da moeda virtual que permite a relação de compra e venda
sem intermediações se dá à tecnologia, mas para que essas ideias possam ser compreendidas
com clareza é melhor que se comece dos primórdios da moeda.
Este estudo tem a aspiração de colaborar com o entendimento e as reflexões
relacionados ao tema moedas virtuais, uma vez que as informações, principalmente sobre
tecnologia, mudam e se renovam a cada momento. A pretensão é de que esse trabalho possa
18

contribuir de alguma forma, sem esgotar o tema, com a mensagem de que a moeda não foi uma
descoberta estática, ela evolui junto com a sociedade e por esse motivo seus conceitos podem
e devem ser debatidos e alterados para que essa evolução possa ser contínua.

1.1 Objetivo Geral

O objetivo desse trabalho é contextualizar a evolução da moeda e da estrutura do


mercado financeiro e analisar como o advento das criptomoedas vem impactando esse mercado
e quais são as tendências futuras.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Identificar como o sistema financeiro nacional é afetado com a criação das moedas
virtuais;
 Descrever e revisar os principais eventos na história da moeda, do escambo a
criptomoeda;
 Comparar as principais caracteristicas da moeda virtual com a de curso forçado;
 Contextualizar os principais cenários futuros para as criptomoedas.

1.2 PROBLEMA

Tendo em vista que o advento das moedas virtuais é relativamente recente, este estudo
pretende explorar o avanço do conceito do dinheiro ao longo do tempo e contextualizar como
o tema impactou o sistema financeiro.

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Atualmente o assunto moedas virtuais têm sido pauta de muitos jornais e revistas, pois
trata-se de uma inovação que propõe a ascensão da moeda e uma mudança na estrutura do
sistema financeiro nacional e internacional.
19

1.4 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

Os resultados obtidos por essa pesquisa foram oriundos da análise dos principais fatos
históricos até o período de novembro de 2019, destacando estudos elaborados por órgãos
oficiais do mercado financeiro.

1.5 METODOLOGIA

Para realizar esta pesquisa bibliográfica foram utilizadas fontes primárias com o intuito
de captar informações de livros, artigos, órgãos públicos, como: FEBRABAN, BACEN e CVM,
e outros trabalhos acadêmicos. Utilizando-se o método dedutivo, partiu-se do estudo geral
acerca da história da moeda, trazendo conteúdos específicos que trataram dos principais
acontecimentos da pecúnia, gerando assim novos conhecimentos a serem utilizados e
discutidos, afinal a moeda não é uma descoberta imutável.
Conforme Gil (1999), “a partir de material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos”, sendo que tem como principal vantagem, ainda de acordo com Gil
(1999) “o fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Segundo Cervo et al. (2007), “a bibliográfica, procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada
independente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental”.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em 5capítulos, de forma que a sequência das informações
ofereça um perfeito entendimento de seu propósito.
No Capítulo 1, apresenta-se uma introdução abordando as seguintes questões: objetivos,
importância do tema, delimitação do local onde o estudo foi desenvolvido, da metodologia e
como está organizado.
20

O Capítulo 2, trata da revisão bibliográfica do tema, analisando contextos históricos e


evidenciando as principais definições e variáveis relacionadas, necessárias para fundamentar a
pesquisa.
O Capítulo 3, trata das bases para os desenvolvimentos da pesquisa proposta, onde pode
se encontrar: Moedas virtuais e o sistema financeiro, Impacto das criptomoedas no sistema
financeiro, Posicionamento do Bitcoin no mercado brasileiro e Funções da moeda virtual.
O Capítulo 4, trata dos resultados obtidos no desenvolvimento mostrando a
contextualização da evolução histórica da moeda e cenários futuros das criptomoedas.
No Capítulo 5, são realizadas as conclusões, considerações finais e sugestões para
futuros estudos.
21

2 REVISÃO DA LITERATURA

A moeda acompanha o desenvolvimento da sociedade desde os seus primórdios, por


esse motivo, ela não pode ser tratada como uma descoberta estagnada e nessa etapa do projeto
ela será contextualizada na história, juntamente com o surgimento do modelo de sistema que
perdura até os dias de hoje no Brasil, para que assim esse tema possa ser discutido.

2.1 Contextos históricos da moeda e do sistema financeiro nacional

Desde antes de Cristo a moeda está presente nas sociedades (DIAS, 2017) e nesse
capítulo serão abordados, resumidamente, os fatos que culminaram no layout de moeda e de
estrutura financeira que vigoram hoje no Brasil.

2.1.1 História da moeda

A origem da moeda está ligada a troca e esta que conhecemos hoje é resultado de uma
longa evolução. Nas sociedades primitivas havia a prática do escambo, nessa modalidade quem
pescasse mais peixe que o necessário para o grupo, por exemplo, trocava esse excesso por outra
mercadoria com outro grupo e assim por diante.
Com o passar dos tempos esse tipo de moeda foi sendo descontinuada devido a
impossibilidade do acúmulo de riquezas e assim foi trocada por objetos. Com o advento do
metal este passou a ser um objeto de troca, pois não era qualquer grupo que conseguia manusear
esse tipo de elemento,pois necessitava de domínio das técnicas de fundição, o conhecimento
dos locais onde o metal poderia ser encontrado, entre outros e por esse motivo houve a
valorização dos objetos feitos desse material e assim ele tornou-se a moeda de troca mais
utilizada, até que no século VII a.C.,onde as primeiras moedas com características atuais
surgiram. (DIAS, 2017)
As moedas refletem as crenças e as culturas de seus povos, por esse motivo as
impressões cunhadas nas moedas atuais são diferentes das utilizadas pelos povos anteriores.
Até o século XIX, a capacidade de troca das moedas era de acordo com o que elas eram
fabricadas, ou seja, as moedas de ouro eram de maior valor do que as de prata e cobre. No final
22

desse mesmo século, o valor da moeda passou a ser de acordo com o que nela era gravada,
como se faz ainda hoje. (BANCO CENTRAL, 2019)
Durante a idade média as pessoas guardavam suas riquezas com ourives e estes, por sua
vez, emitia um recibo, o qual muitas vezes era utilizado como forma de pagamento.
Segundo Amato (2009), a circulação de moeda no Brasil passou a ser reconhecida, ainda
que informal, por volta do ano de 1557, durante o reinado de D. Sebastião.
Já no ano de 1640, no reinado de D. João IV, o Brasil recebeu as primeiras manifestações
de moeda própria em seu território. (AMATO, NEVES E RUSSO, 2009)
As moedas de metais nobres eram cunhadas em Portugal até o ano de 1965, quando foi
criada a primeira casa da moeda brasileira, no estado da Bahia, e tempos mais tarde, devido a
expansão do comércio, foram criadas outras casas da moeda em São Paulo, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Cuiabá e Pernambuco. (SANTANA, 2015)
Os precursores das cédulas que se conhece hoje passaram a ser emitidos pouco depois
da criação do Banco Central, em 1808. Com o passar dos tempos, as técnicas de impressão
foram avançando e a credibilidade da cédula foi crescendo.
Segundo Cannucciari (2017), o dinheiro permitiu que as pessoas se especializassem,
transformando caçadores em soldadores, por exemplo.
Os seres humanos levaram a pecúnia a níveis incríveis de complexidade, das moedas de
ouro a pedacinhos de informações codificadas em zero e um, graças ao capitalismo.
(CANNUCCIARI, 2017).

2.1.2 Capitalismo

Antes do advento do capitalismo, o status social de um homem era inalterável, ou seja,


se uma pessoa nascesse em uma família pobre assim ela seria até o fim de sua vida e se nascesse
em uma família rica, assim permaneceria também.
Segundo Cotrim (2013), o capitalismo é um sistema econômico e social baseado no
acúmulo de capital e na propriedade privada e surgiu no século XV, após o fim do sistema
feudal.
Com o enfraquecimento do poder dos antigos reinos germânicos causado pelas invações
externas, o comércio foi prejudicado devido ao bloqueio das estradas e do mar mediterrânio,
23

com isso a população se deslocou para os campos devido a falta de segurança que encontravam
nos centros urbanos e assim ocorreu a formação de um novo sistema social, politico e
econômico denominado feudalismo. Esse sistema consistia no empoderamento dos donos de
terras rurais, que concediam aos mais pobres o direito de usar as terras, mas esses seriam
obrigados a entregar parte da produção aos senhores proprietários. (COTRIM, 2013)
Conforme Cotrim (2013), com o fim das invasões e o acontecimento das cruzadas houve
um crescimento demográfico por toda a europa e o comércio começou a vigorar, houve um
aumento na circulação das moedas, principalmente nas cidades. Este fator desarticulou o
sistema de trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo.
O desenvolvimento do capitalismo consiste no fato de que cada empresário tem o direito
de servir o melhor e/ou mais barato a seu cliente e em um tempo relativamente curto, esse
método, transformou a face do mundo, possibilitando um crescimento mundial. (MISES, 2009)
Na Inglaterra do século XVIII, o território não podia dar sustento a seis milhões de
pessoas, num baixíssimo padrão de vida, porém, nos dias atuais, com o capitalismo, mais de
cinquenta milhões de pessoas desfrutam de um padrão de vida que chega a ser superior ao que
desfrutavam os ricos no século XVIII.
De acordo com Cotrim (2013), o crescimento da atividade comercial não se restringiu
apenas ao comércio local, mas também o internacional e por esse motivo o governo criou
algumas práticas econômicas. O período que corresponde a essas práticas econômicas, meados
do século XV e meados do século XVIII, é nomeado pelos economistas como Mercantilismo.
O termo mercantilismo foi cunhado por seus críticos no século XVIII, ou seja, muito
tempo depois de aparecer como prática econômica. (COTRIM, 2013)
Consta que a palavra teria sido usada pela primeira vez pelo economista Adam Smith
(1723-1790) para se referir, de maneira depreciativa, às políticas econômicas intervencionistas
dos governos da época. Disse o Autor Gilberto Cotrim em seu livro: História Global 1.
Algumas das práticas Mercantilistas intervencionistas foram estabelicidas para o
fortalecimento do papel do estado na economia, são elas: Metalismo, balança comercial
favorável, protecionismo, intervencionismo estatal, industrialismo e comercialismo.
24

2.1.3 Intervencionismo

A palavra intervenção vem do latim interventione que significa a interferência do poder


central em qualquer unidade da Federação. (FERREIRA, 2010)
Dentro do campo econômico há autores que defendem essa intervenção, como é o caso
do John Maynard Keynes, que diz que essa prática é necessária desde que exista o cumprimento
de uma política fiscal, para que não haja crescimento e descontrole da inflação. (TERRA,
FILHO, 2011)
Já o autor Ludwig von Mises em sua obra Intervencionismo Uma Análise Econômica
diz :
“Num sistema de economia de mercado obstruída, ou intervencionismo, o governo e
os empresários atuam de forma distinta no campo econômico. O dualismo – mercado
e autoridade – também está presente num sistema em que as trocas efetuadas no
mercado são de alguma forma afetadas pela autoridade do estado. Entretanto,
enquanto numa verdadeira economia de mercado o exercício da autoridade se limita
a prevenir distúrbios que podem ocorrer numa relação de troca, no caso do
intervencionismo o governo interfere no próprio funcionamento do mercado por meio
de ações isoladas, emitindo ordens e proibições.”

2.1.4 Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O sistema que conhecemos hoje teve início, mais precisamente, em 31 de dezembro de


1964, como advento da lei 4595/64, conhecida como a Lei da Reforma Bancária, onde foi
constituída a estrutura do SFN, a qual passou a contar com: CMN (Conselho Monetário
Nacional), BACEN (Banco Central), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) entre outras intuições financeiras. (CVM, 2013)

“Art.192, o sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o


desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em
todas as partes que o compõem abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado
por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital
estrangeiro nas instituições que integram.” (BRASIL, 2003).

Já em 14 de julho de 1965, foi publicada a Lei 4.728, a qual no art.1º menciona: “Os
mercados financeiro e de capitais serão disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional e
fiscalizados pelo Banco Central da República do Brasil.” (BRASIL, 1965)
25

Devido, principalmente a criação das leis mencionadas acima, atualmente nosso sistema
é dividido em três níveis: órgãos normativos; entidades supervisoras e operadores, conforme
pode-se ver no quadro abaixo:

Quadro 1 – Estrutura do sistema financeiro nacional


Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadores
Instituições financeiras, intermediários
BACEN - Banco Central financeiros e administradores de
CMN - Conselho
recursos de terceiros.
Monetário Nacional
CVM - Comissão de Bolsa de mercadorias e futuros e Bolsa
Valores Mobiliários de valores
Resseguradores, Sociedades
CNSP - Conselho SUSEP -
seguradoras e de capitalização,
Nacional de Seguros Superintendência de
Entidades abertas de previdência
Privados Seguros Privados
complementar.

PREVIC -
CNPC - Conselho
Superintendência Entidades fechadas de previdência
Nacional de Previdência
Nacional de Previdência complementar (fundos de pensão).
Complementar
Complementar

FONTE: CVM (2013) – Adaptado pelas autoras

Órgãos normativos são aqueles responsáveis pela administração geral financeira, não
participando da execução, são eles a CMN (Conselho Monetário Nacional), CNSP (Conselho
Nacional De Seguros Privados) e CNPC (Concelho Nacional De Previdência Complementar).
(CVM, 2013)
As entidades supervisoras são responsáveis pelas funções executivas, como a
fiscalização das intuições que está sob a responsabilidade da entidade normativa, são elas:
BACEN, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), SUSEP (Superintendencia de Seguros
Privados) e PREVIC (Superintendencia Nacional de Previdência Complementar).
Já os operadores são os responsáveis por executar as normas estabelecidas, como por
exemplo os bancos privados, as corretora de valores, entre outros. (CVM, 2013)
Como essa pesquisa é voltada ao mercado financeiro, será explanado apenas os órgãos
principais para o funcionamento deste.
26

O órgão máximo do sistema financeiro é o CMN, criado pela lei 4595/64, o qual cria
normas para o sistema e autoriza a emissão de novas moedas.
O BACEN é responsável, principalmente, por fiscalizar os operadores, emitir o papel
moeda e manter a estabilidade do sistema financeiro. (CVM, 2013)
Já a CVM instituída pela Lei nº 6.385/76 para disciplinar, normalizar e fiscalizar a
atuação das companhias abertas, dos intermediários financeiros e dos investidores.
(SANTANA, 2015).
Os intermediários financeiros e os operadores, tem funções básicas, como: conceder
empréstimos e receber depósitos, porém alguns não captam recursos dessa forma, como o
BNDES – Banco do Desenvolvimento Econômico e Social. (FILHO, 1998).

2.1.4.1 Mercado Financeiro

Esse é o ambiente no qual são realizadas todas as operações financeiras, ou seja, de


acordo com a CVM (2013), o Mercado Financeiro é o conjunto de instituições e instrumentos
que viabilizam o fluxo financeiro entre os poupadores e os tomadores na economia.
Segundo Menger (1871), esse fluxo se dá devido a utilidade marginal que determinada
pessoa tem pelo seu dinheiro, ou seja, tudo depende da utilidade, como por exemplo, se um
empresário vende uma determinada camisa para um cliente é porque o cliente “valora” mais a
camisa do que o dinheiro dele, naquele momente, e o empresário “valora” mais o dinheiro do
que a camisa e por isso há a troca.
Para que esse sistema funcionasse perfeitamente foi dividido em mercados para que as
atividades financeiras fossem alocadas em seus devidos lugares, facilitando assim a
administração, conforme pode-se observar no quadro2,adaptado pelas autoras desta pesquisa:
27

Quadro 2 – Divisão do mercado financeiro nacional

Mercado monetário Mercado de câmbio


Onde são tratadas as trocas de moedas
Onde é tratada a liquidez da economia , a qual
internacionalmente e esse mercado é regulado e
é controlada pelo BACEN (Banco central).
fiscalizado pelo Banco Central do Brasil.
Mercado de crédito Mercado de capitais

Onde as financeiras captam os recursos dos


Onde são negociados os títulos mobiliários, o
agentes superavitários e emprestam para os
qual é coordenado pela CVM.
deficitário.

FONTE: CVM (2013) – Adaptado pelas autoras

A diferença entre o mercado de crédito e o de capitais costuma não ser percebida, masé
facil notar que para as trocas realizadas dentro do mercado de crédito é necessária a
intermediação de uma instituição financeira. (CVM, 2013)
Já nas trocas realizadas no mercado de capitais, o poupador pega os recursos financeiros
diretamente do tomador e a intermediação de uma instituição financeira pode ser facultativa ou
mínima.

2.2 Evolução do Mundo Digital

Anos atrás se uma pessoa quisesse adquirir algo era necessário que ela fosse ao local,
escolhesse e então comprasse. Já nos dias de hoje consegue-se comprar sem sair de casa e
muitas das vezes por um preço mais acessível, ou seja, a evolução do mundo digital trouxe a
essa geração uma imensidão de possibilidades e tudo isso graças a estudos e evoluções
cientificas e tecnológicas que ocorreram durante as guerras.

“Castells (2004) afirma que durante os anos da Guerra Fria, os investimentos em


tecnologias e ciências pioneiras receberam total atenção do governo e aprovação da
opinião pública, especialmente depois do programa espacial soviético se ter tornado
uma ameaça – após o lançamento do satélite Sputnik- para a segurança nacional nos
Estados Unidos da América.” (CASTELLS 2004, apud JUNKES, 2014)
28

Os vestígios da maior rede de comunicação que conhecemos hoje ocorreram em 1969


com a ARPANET, qual foi considerada obsoleta em fevereiro de 1990, período o qual a internet
deixou de focar particularmente no ambiente militar, fazendo com que muitos provedores de
serviços da Internet criassem suas próprias redes, situação que possibilitou um alcance global.
(JUNKES, 2014)
Com o passar dos anos, essa rede foi se aprimorando até que chegasse aos moldes que
conhecemos hoje, ou seja, evolução do mundo digital trouxe grandes oportunidades, tal como
a criação do mercado virtual.

2.2.1 Mercado Virtual

Nos dias atuais, o ambiente empresarial, o qual dispõe de um ambiente virtual, é em sua
maioria conhecido como e-commerce. Esse ecossistema chama a atenção dos empresários, pois
é de fácil acesso, longo alcance e baixo custo.

“Comércio eletrônico é a realização de toda a cadeia de valores dos processos de


negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de
comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio.” (ALBERTIN,
2000)

Segundo pesquisa realizada pelo PNAD, o percentual de domicílios que utilizavam a


internet subiu de 69,3% para 74,9%, de 2016 para 2017, ou seja, o acesso dos brasileiros a esse
ambiente virtual cresce exponencialmente fazendo com que esse meio seja cada vez mais
cobiçado pelos donos de negócios. (IBGE, 2017)
A compra feita nesse meio é em sua maioria com moeda eletrônica, a qual não tem
relação com a virtual, mas sim com a de curso forçado, como por exemplo, os cartões de crédito
e débito.
“Segundo Applegate e MCFarlan e MCKenney, nos anos 90, o comércio virtual está
criando uma nova lógica de negócio, sendo possível encontrar numerosos exemplos
para ligar diretamente os empresários aos clientes finais.” (ALBERTIN, 1998)

A utilização do ambiente eletrônico encurta a cadeia, ou seja, você como empresa tem
contato direto com seu colaborador, eliminando a etapa dos pontos de distribuição, por
exemplo, ocasionando uma diminuição nos custos.
29

2.2.2 Moeda Eletrônica X Moeda Virtual

É comum que o conceito da moeda eletrônica e virtual sejam confundidos, pois ambas
se encontram no ambiente digital, porém a eletrônica é regulada por uma autoridade
governamental, e tem total relação com o dinheiro de curso forçado. Esse tipo de moeda é
armazenado em dispositivos eletrônicos permitindo ao usuário final realizar pagamentos.
(SANTANA, 2015)
“As chamadas moedas virtuais são representações digitais de valor que não são
emitidas por Banco Central ou outra autoridade monetária. O seu valor decorre da
confiança depositada nas suas regras de funcionamento e na cadeia de participantes.”
(BANCO CENTRAL, 2017)

Portanto, as moedas eletrônicas são as mais utilizadas em compras pela internet e


também nos estabelecimentos físicos. Isso ocorre quando os pagamentos efetuados são via
cartão de débito, crédito ou por aplicativos, como pay pal. Diferente das moedas virtuais que
não dependem do valor das moedas vigentes.

2.3 Nova Fase na História da Moeda

Segundo Ulrich (2014), e como pode-se notar na história, por muitos séculos a moeda
em todos os países era essencialmente a mesma coisa, commoditys, por muitas vezes sendo ouro
e prata. Devido a esse universalismo monetário era permitida a prática do chamado livre
mercado, porém no século XX, os governos nacionalizaram a moeda e por esse motivo esse
órgão passou a ser o arbitrador final dos caminhos que o dinheiro tomaria.
Atualmente a população pode contar com o advento dos mais de dez tipos de
criptomoedas, as quais são incorpóreas, sem custo de fabricação e as transações não dependem
de um intermediário.Dentre essas moedas a que mais se destacam são: Bitcoin,
Litecoin,Ethereum, Libra e Ripple.
30

Quadro 3 – Principais moedas

MOEDA SIGLA DIFINIÇÃO FONTE


Bitcoin é uma moeda virtual que operar
sem a necessidade de uma autoridade
Bitcoin BTC central ou banco; as transações com Bitcoin.org
Bitcoins são gerenciadas coletivamente
pelos usuários da rede.
Como outros blockchains, Ethereum é uma
plataforma que tem uma criptomoeda
nativa chamada Ether que é um dinheiro
digital altamente programável. Mas ao
Ethereum ETH contrário de outros blockchains, o ethereum.org
Ethereum pode fazer muito mais. O
Ethereum é programável, o que significa
que os desenvolvedores podem usá-lo para
criar novos tipos de aplicativos.

Moeda desenvolvida pelo facebook que


poderá ser usada para transferências e
Libra LIBRA compras entre usuários e serviços presentes techcrunch
na rede social, Messenger ou WhatsApp,
além de serviços e varejistas certificados.

Como outros blockchains, Ripple é uma


Ripple XRP plataforma que tem uma criptomoeda Ripple
nativa chamada Ripple
Litecoin é uma moeda ponto-a-ponto
baseada na Internet que permite
pagamentos instantâneos com um custo
Litecoin LITECOIN próximo à zero para qualquer indivíduo no litecoin.org
mundo. Litecoin é uma rede de pagamentos
mundial, totalmente descentralizada e sem
autoridades centrais

FONTE: Adaptado pelas autoras

“Enquanto o Bitcoin foi criado para ser usado exclusivamente como moeda, a ideia
por trás do Ethereum é diferente: criar um sistema para aplicações de blockchain. Sua
plataforma foi desenhada de forma a conseguir abarcar smart contracts (contratos
inteligentes), tokens e outras criptomoedas. A ideia foi publicada em 2013, por Vitalik
Buterin, e o sistema começou a funcionar em 2014, encabeçado pela Ethereum
Foundation.” (FRABASILE, 2018).
31

O autor Ulrich (2014), comparaa descoberta das moedas virtuais com o lançamento dos
e-mails, que antigamente para que as pessoas pudessem se comunicar elas enviavam cartas
umas às outras,ou seja, precisavam que um terceiro entregasse a informação ao destino, mas
com o e-mail esse intermediário não era mais necessário, pois uma pessoa poderia contatar a
outra diretamente.
Antes da criação dessas moedas, existia a possibilidade de transferências e pagamentos
fora do ambiente bancário, com a utilização de algumas plataformas como o paypal que é uma
espécie de carteira virtual, onde ficam armezanados os dados bancários do usuário, ou do cartão
de crédito, com isso, a pessoa pode realizar uma compra online apenas utilizando o login e a
senha do paypal, assim evita de compartilhar seus “dados monetários” com os sites de compras.
Porém você ainda continua utilizando o dinheiro, que de alguma forma passa pelos bancos e
necessita que um terceiro armazene e codifique seus dados para que então você possa ter uma
compra segura. (ULRICH, 2014)
Ulrich (2014) ainda acredita que essa moeda quebra “A Trindade Impossível”, que é
um dilema em economia internacional que afirma que é impossível uma autoridade monetária
adotar as três seguintes políticas simultaneamente: câmbio fixo, liberdade no fluxo de capitais
e uma política de juros independente.
Como pioneira no mercado de moedas virtuais tem-se o Bitcoin. Já como a mais recente
tem-se a Libra, a qual é uma criptomoeda desenvolvida pelo facebook junto a parceiros, como:
MasterCard, Visa, PayPal, Bay, Lyft, Uber, Mercado Pago, Spotify, entre outros.
Segundo Demartini (2019), todas as empresas envolvidas estão reunidas em uma
associoação sem fins lucrativos, a qual é responsável por manter o financiamento da Libra.
O sistema da moeda em questão será testado no ano de 2019, e o lançamento público
está previsto para o primeiro semestre de 2020. (DEMARTINI, 2019)
A Libra foi pensada para ser um complemento a moeda corrente, de acordo com
Demartini (2019) uma das ideias principais da moeda é que o usuário continue consumindo
normalmente com a moeda corrente de seu país e utilize a criptomoeda como uma forma mais
segura de compras e transações online.
32

2.3.1 A Origem das Moedas Virtuais

No ano de 2008, o Bitcoin, a pioneira no segmento,foi criado pelo não identificado,


conhecido por Satoshi Nakamoto, com o objetivo de proporcionar a sociedade um livre
mercado. O Bitcoin foi efetivamente viabilizado em 2009 e as primeiras moedas foram gastas
em 2010. (SANTANA, 2015)
O criador da moeda, no início, aparecia muitas vezes via e-mail para recrutar pessoas
capazes de trabalhar com essa moeda, mas com o passar do tempo ele desapareceu. O silêncio
só foi rompido quando jornalistas passaram a perseguir um cidadão o qual tinha parte de seu
nome parecido com o pseudonimo utilizado pelo criador. (CANNUCCIARI, 2017)
Alguns dos “colaboradores” do Bitcoin em um documentário publicado na Netflix dizem
que essa é uma moeda que todos podem ter acesso.
Segundo manchete publicada pela revista Época Negócios no dia 07/06/2018, apenas
53% da população mundial movimenta uma conta bancária, ou seja um pouco menos da metade
da sociedade mundial não tem acesso a um banco.Porém muitos desses tem acesso a um celular,
pelo qual se consegue fazer transações com as moedas virtuais.

2.3.1.1 Como Funcionam

As transaçãoes são realizadas com duas chaves básicas, sendo uma pública e uma
privada.
Conforme exemplifica Ulrich (2014), quando a Maria decide transferir Bitcoins ao João,
ela cria uma mensagem, chamada de “transação”, que contém a chave pública do João,
assinando com sua chave privada. Olhando a chave pública da Maria, qualquer um pode
verificar que a transação foi de fato assinada com sua chave privada, sendo assim, uma troca
autêntica, e que João é o novo proprietário dos fundos.
Todas as transações realizadas com Bitcoin são gravadas no blockchain que é uma
plataforma que funciona como um livro razão, ou seja, nela são gravadas todas as transações
realizadas com essas moedas. (ULRICH, 2014)
33

No blockchain pode-se registrar informações como quantia de moedas transacionadas,


quem enviou, quem recebeu, quando a transação foi feita e em qual lugar do livro está
registrada. Nota-se então, que a transparência é um dos principais atributos do blockchain.
Os blocos são depedentes uns dos outros, ou seja, a rapidez de uma transação por
exemplo depende da criticidadeque você dá a ela na sua exchange, e da “fila de espera” para
validação.

Figura 1 – Rede de blockchain

Fonte: CARDOSO (2017)

Por não ter uma autoridade central responsável pelo controleda impressão da moeda,
muitos se perguntam como é feito esse processo no mundo das moedas virtuais, o qual funciona
baseado na busca de códigos chaves, assim como ainda é feita a pesquisa por números primos.
A criação da moeda não é descontrolada, como a maioria das pessoas pensam hoje,
existe um número finito de criação, 21 milhões, para ser mais exato. Esse invento depende da
resolução de problemas complexos de matemática para que se chegue a um bloco de algotimos
aceito pelo hash, e para isso algumas grandes empresas, denominadas mineradoras, dispõe de
vários computadores com um poder altissimo de processamento para que esse bloco seja
encontrado, ou seja, quanto mais moedas forem criadas mais dificil se torna a criação de mais.
(ULRICH, 2014)
34

Figura 2 – Hash

Fonte: PISA (2012)

Segundo Feofiloff (2018), o hash é uma tecnologia encontrada no blockchain,


responsável por transformar cada chave em um índice da tabela pré-existente. Na figura 2,
segundo Nakamoto (2008), a ferramenta hash é um servidor de data e hora que funciona
executando um poder de processamento de um bloco de itens com carimbo. Esse registro prova
que os dados devem ter existido para entrar no hash, portanto cada um deles inclui o seu registro
anterior, formando uma corrente, com carimbo adicional reforçando os anteriores, ou seja ele
funciona com um validador sem a permissão dele os dados não são inclusos no bloco
correspondente.
É importante ressaltar que os mineradores, assim chamados osque trabalham na criação
e manutenção da moeda virtual, são recompensados com Bitcoins recém-criados por auxiliar
na rede, e a cada quatro anos essa recompensa cai pela metade.
Após serem criadas, cada unidade de Bitcoin tem o seu valor correspondente nas moedas
correntes de cada país, de acordo com a Teoria Monetária de Mises, a qual explica os fenômenos
monetários por meio das leis das trocas de mercado. É por meio dos intercâmbios de mercado
que o dinheiro surge, e é pela lei da oferta e demanda que seu valor ou poder de compra é
determinado (ULRICH, 2014), e para que as pessoas tenham acesso e possam comprar as
moedas criadas é necessário,geralmente, que tenham conta em uma exchange e para isso essa
instituição financeira precisam de alguns dados pessoais como: documentos, conta bancária e
entre outros.
35

É importante ressaltar que a ferramenta não garante anonimato total, ou seja caso haja
algo suspeito em seu pseudônimo o governo pode chegar até você devido aos dados informados
a corretora. (ULRICH, 2014)

2.3.1.2 Análise Comparativa da Moeda Virtual com a Corrente

Como pode-se notar no quadro 4, as moedas correntes e virtuais se complementam, ou


seja, ambas não precisam ser vistas, necessariamente, como rivais, mas sim como aliadas.

Quadro 4 – Análise comparativa

Principais Moeda
Bitcoin Definições
ocorrências corrente
A moeda corrente por ser física sofre
Alteração espacial e
X alterações no seu layout, o que não ocorre com
temporal
o dinheiro virtual.
Todas as unidades de Bitcoin são idênticas
Homogeneidade X devido sua formação ser baseada em equações
matemáticas.
As transações realizadas com o dinheiro
Intermediário
X virtual não necessita da intermediação de um
Financeiro
terceiro.
Ambas podem ser transferidas de um usuário
Transferibilidade X X
para o outro.
Por ser digital as unidades de Bitcoin podem
Fácil Manuseio e
X ser armazenadas em celulares, computadores
Transporte
ou cartões.
Uma unidade de moeda virtual pode ser
Divisibilidade X dividida em quantas partes forem necessárias,
caso o valor de um inteiro esteja muito alto.
Ambas podem ser trocadas por objetos,
Meio de troca X X
alimentos, ou seja, podem comprar algo.

FONTE: ULRICH (2014) – Adaptado pelas autoras

Como nota-se no quadro 4, a moeda de curso forçado tem algumas características


divergentes da virtual, porém ambas podem ser usadas como meio de troca e ser facilmente
transferidas. Portanto, é importante salientar que há a incidência de taxas para ambas quando o
36

assunto é transferibilidade. A grande diferença encontra-se no valor dessas taxas,


principalmente quando a troca é feita internacionalmente.
Os sistemas financeiros tentam criar uma barreira para a utilização das moedas virtuais,
porém se estas trabalhassem junto às correntes, aumentariam as movimentações, pois as taxas
de transações das moedas virtuais são menores, impulsionando a população a se envolver mais,
gerando um crescimento significativo e assim afetando a economia de uma maneira positiva.
Ambas têm a função de unidade de troca, ou seja, podem ser utilizadas como forma de
pagamento. É importante ressaltar que para que as criptomoedas realizem essa função é
necessário que os estabelecimentos optem por aceitá-las, diferente das moedas correntes, pois
estas têm o curso forçado.
Ainda conforme observado quadro 4, a única ocorrência encontrada apenas nas moedas
correntes é a de intermediário financeiro, pois conforme mencionado nos subcapítulos acima as
cryptocurrency não necessitam de um terceiro em seu fluxo para que este seja realizado com
êxito.
“Uma das funções de uma moeda é que ela deve servir como unidade de conta, ou
seja, uma pessoa pode efetuar uma compra utilizando preços estabelecidos por meio
dessa unidade de conta.” (SANTANA, 2015)

Atualmente alguns estabelecimentos no Brasil já aceitam o Bitcoin como forma de


pagamento, essa aceitação pode ser mensurada no gráfico abaixo, o qual demonstra as
transações de Bitcoins realizadas por dia, ou seja, o volume de movimentação dessa moeda no
mercado.

Gráfico 1 – Transações realizadas por dia

FONTE: BLOCKCHAIN (2019)


37

Segundo pesquisa da Blockchain (2019), gráfico 1, tem-se a análise do período de dois


anos das transações diárias com Bitcoin, ressaltando de que modo o crescimento da utilização
desse dinheiro como meio de troca vem oscilando com o aparecimento de novas moedas virtuais
no mercado.
Segundo Calado, Antogiovanni (2019), o Brasil é responsável por apenas 0,16% do
volume de negociação de Bitcoin no mundo.
Acredita-se que o Bitcoin apresenta a função de reserva de valor, ou seja, ao realizar
uma aplicação o usuário visa uma valorização futura, porém a sua alta volatilidade e baixa
liquidez não permite que este seja um bom ativo de preservação. (ULRICH, 2014)
A volatilidade da moeda em questão pode ser percebida no gráfico abaixo, o qual mostra
o preço do Bitcoin no mercado nos dois últimos anos.

Gráfico 2 –Preço de mercado

FONTE: BLOCKCHAIN (2019)

Conforme informações da Blockchain (2019) pode-se analisar no gráfico 2, durante o


ano de 2018 não ocorreu nenhum aumento excessivo de preço do Bitcoin como observado em
2017 e durante o período da pesquisa, no ano de 2019, não houve muita oscilação. A
volatilidade do Bitcoin ocorre pelo fato de ter muito dinheiro nas mãos de poucas pessoas. Isso
é consideravelmente bom, se a negociação continuar sendo realizada nas exchanges. Portanto,
só haverá estabilidade desse mercado se o uso do Bitcoin for disseminado como a moeda real.
(GUIA DO BITCOIN, 2019)
38

3 MOEDAS VIRTUAIS E O SISTEMA FINANCEIRO

Como pode-se notar, o comportamento dos usuários do sistema financeiro vem


tornando-se cada vez mais informatizado. Porém as concretizações das ações realizadas no
ambiente digital ainda, em sua maioria, dependem do padrão monetário convencional, ou seja
precisa-se de um intermediário. (SICHEL, CALIXTO, 2018)
O caminho que o dinheiro tem que percorrer, no SFN, até que esteja acessível para a
população é longo se comparado ao fluxo das moedas virtuais.

Quadro 5 – Caminho do dinheiro

Banco Central

Fabricante

Intuição Custodiante

Instituições Financeiras

Correntistas

FONTE: BANCO CENTRAL (2017)

No sistema convencional, o Banco Central solicita a impressão de dinheiro ao fabricante


escolhido e depois de fabricado o dinheiro é encaminhado para uma instituição custodiante,
contratada para realizar a logística e recolher as notas fora do padrão, e por fim, o dinheiro é
encaminhado para as instituições financeiras, as quais disponibilizam o valor a seus correntistas
para saques e empréstimos. (BANCO CENTRAL, 2017)
39

Quadro 6 – Fluxo do Bitcoin

Computadores

Algoritmo

População

FONTE: ULRICH (2014)

Já o Bitcoin, por exemplo, possui um fluxo mais enxuto pois depende única e
exclusivamente de computadores capazes de resolver problemas matemáticos e encontrar o
algoritmo correto aceito pelo blockchain, e por fim, são disponibilizadas ao público. (ULRICH,
2014)
Após a análise de ambos os quadros, pode-se concluir que as moedas virtuais não
dependem de nenhum órgão governamental para sua criação e distribuição, ou seja a estrutura
existente hoje no sistema financeiro brasileiro não seria necessário caso a moeda virtual se
tornasse corrente.
Autores como Ulrich, acreditam que as moedas virtuais possam complementar o sistema
financeiro dos países, conforme visto nos capítulos anteriores, ou seja, se ambas trabalhassem
juntas o SFN não teria mais o controle de 100% do sistema, mas a população teria acesso a
taxas menores, como de transferências e inflação.
Alguns analistas acreditam que a moeda virtual não poderá vigorar por muito tempo,
pois é uma unidade monetária sem lastro, porém a proposta apresentada pelos criadores da
criptomoeda Libra é de que esta seja uma stablecoin, ou seja, uma unidade estável baseada em
moedas como o dólar, euro, a libra esterlina, o franco suíço e o iene. (DEMARTINI, 2019)
Como citado no tópico 2.3, a ideia principal dessa moeda virtual é ser um complemento
da corrente, isto é, a população continuará utilizando o dinheiro local para suas compras
cotidianas e esta criptomoeda como uma forma mais segura de se realizar transações online.
É importante ressaltar que atualmente o dólar é tido como a principal unidade de conta
internacional, porém ele não tem nenhuma base ou lastro para seu valor, o qual depende das
decisões tomadas pelo FED, o Banco Central americano. (ULRICH, 2015)
40

Voltando à Libra, o funcionamento proposto é um pouco diferente das criptomoedas


tradicionais, pois quando houver a troca da moeda corrente pela virtual, o dinheiro utilizado
será encaminhado para um fundo que gerará juros para os responsáveis e manterá a tecnologia
em funcionamento. Quando o contrário ocorrer, ou seja, a Libra for trocada pela moeda local,
a criptomoeda “devolvida” será destruída para assim evitar o fracionamento e a falta de fundos
para devolver ao usuário.
Todas as questões citadas acima, a respeito da Libra, são planejamentos realizados pelo
Facebook e seus parceiros, como: Mastercard, Uber, Paypal, entre outros, para o primeiro
semestre de 2020, isto é, provavelmente em um futuro próximo as moedas virtuais, digitais e
correntes poderão ser utilizadas em harmonia no sistema financeiro, sendo ele nacional ou
internacional. (DEMARTINI, 2019)
Quando, e se o mundo econômico chegar nesse equilíbrio até mesmo o modo em que as
pessoas costumam viajar hoje será afetado, pois a troca de dinheiro não será mais necessária se
os estabelecimentos daquela localidade aceitarem a moeda virtual como unidade de troca.
Ou seja, as moedas virtuais causaram no sistema financeiro uma necessidade de
evolução e observando essa brecha as fintechs apareceram para desburocratizar e tornar o
sistema financeiro mais acessível e fácil a qualquer público, principalmente a geração
tecnológica.
As moedas virtuais ainda não podem contar com a regulamentação de muitos governos,
como o brasileiro, por exemplo. Alguns analistas acreditam que a falta de uma diretriz a ser
seguida faz com que seu uso seja realizado de forma errônea, muita das vezes, e por esse motivo
o aparecimento dessa modalidade monetária em atividades ilícitas vem preocupando algumas
autoridades. (SICHEL, CALIXTO, 2018)
A chave para o funcionamento de um sistema é a confiança de que os integrantes agirão
de acordo com as normas pré-estabelecidas.

“Pode-se observar, desta forma, a profunda alteração pelo que passa a sociedade
global. Mecanismos clássicos, que dotavam o Estado nacional de um monopólio,
como a moeda, estão sendo questionados e colocados em prova, face ao processo
inovador do uso da Internet. Não se trata de desconhecer o fenômeno, porém de
reconhecer a necessidade uma regulamentação, que viabilize a adoção de meios de
pagamento virtuais.” (SICHEL, CALIXTO, 2018)
41

3.1 Impacto das criptomoedas no sistema financeiro

A argumentação sobre o impacto que a tecnologia das moedas virtuais causa no sistema
financeiro, por ser muito recente, ainda não foi suficientemente explorado pela literatura
convencional da economia.
O fato de as criptomoedas serem transacionadas pela internet torna o controle sobre
capitais por parte do governo, para esse nicho, complexo, e isso faz com que essas moedas
possam circular sem fronteiras pelo mundo sem necessitar de qualquer câmbio, desde que os
estabelecimentos comerciais, de seu interesse, aceitem as moedas virtuais como unidade de
troca. (ALMEIDA, 2016)
De acordo com Krawisz (2014), as moedas virtuais, principalmente o Bitcoin, causaram
uma desmonetização, que é o fato das pessoas deixarem de utilizar um bem como moeda.
Pode-se notar o impacto que as criptomoedas podem causar no sistema financeiro quando
se fala de dívidas públicas, pois muita das vezes para realizar a quitação destas, há a emissão
de títulos públicos, porém se a população aderir as moedas virtuais não poderá contribuir com
o tesouro, se a Nação não aceitar esta moeda como unidade de troca.

“Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos pelo
Governo Federal para obtenção de recursos junto à sociedade, com o objetivo
primordial de financiar suas despesas.” (TESOURO NACIONAL)

Sem contar com a inflação que não poderá ser aplicada a esse mercado, pois ele é
movimentado pela internet, sem a intervenção governamental, e por esse motivo pode ser uma
válvula de escape em tempos de crise econômica, como pode ser observado recentemente na
Argentina, onde o volume de transações realizadas com moedas virtuais foi intenso, conforme
gráfico 3. (BAMBROUGH, 2018)
42

Gráfico 3 – Volume semanal de BTC na Argentina

FONTE: COINDANCE (2019)

Segundo dados emitidos pela Coindance (2019), um site estatístico, observa-se no


gráfico 3, que a população da Argentina, país que também se encontra em crise econômica, vem
acreditando mais no sistema empregado pelas moedas virtuais.
As moedas virtuais impactam o sistema financeiro devido a não necessidade do controle
governamental para a existência e manutenção delas, pois assim como citado nos capítulos
anteriores para que exista uma moeda e tenha a função “unidade de troca” os integrantes do
sistema e a população precisam confiar nesse conjunto, ou seja, de acordo com a teoria da
utilidade marginal, um fabricante tem de valorar mais uma moeda do que seu produto e o
consumidor o inverso, porém essa moeda depende da crença da sociedade.

3.2 Posicionamentos do Bitcoin no mercado brasileiro

Segundo Prado (2017), atualmente o mercado brasileiro detém uma quantidade


irrelevante de BTC se comparado com o cenário mundial, como se pode notar no gráfico 4:
43

Gráfico 4 – Volume de transação por moeda

FONTE: BITCOINCHARTS (2019)

No gráfico 4, vê-se que mais da metade do volume das transações com Bitcoins são
realizadas em dólar.
Apesar de ser um mercado relativamente novo, as criptomoedas apresentam pontos
similares as correntes, pois para que uma seja classificada como tal, é necessário que tenha
algumas funcionalidades como: meio de troca, meio de pagamento e reserva de valor, como
citado em capítulos anteriores. (PRADO, 2017)

3.3 Funções da moeda virtual

Além das funções básicas de uma moeda, alguns analistas acreditam que existem três
funções que podem explicar o aumento do volume de BTC, conforme quadro 7 (PRADO,
2017):
44

Quadro 7 – Funcionalidades da moeda virtual

Funções Descrição
Ao utilizar a criptomoeda para este tipo de transação
é possível transferir o valor em apenas 10 minutos,
enquanto o método convencional pode demorar 2
dias úteis ou mais. Além disso, ao utilizar o BTC são
Envio de remessas para o exterior
pagas apenas as taxas cobradas pelo depósito,
compra, venda e retirada. Evitando assim, as tarifas e
spreads cobrados nas operações cambiais pelas
instituições financeiras.

A falta de regulação do Bitcoin na legislação


brasileira gera brechas para a utilização da
criptomoeda com o objetivo de burlar o sistema.
Apesar disso, como atualmente Bitcoin não é
reconhecido como moeda no Brasil, a Receita
Federal definiu que nos casos que o contribuinte
Burlar fiscalização e pagamentos de tenha BTCs equivalentes a
impostos mais de BRL 1.000, eles devem ser declarados ao
preço de compra no IR como ‘outros
bens’. Além disso, a apuração e recolhimento dos
rendimentos com Bitcoin devem ser
efetuados em todos os meses nos quais a soma das
vendas exceder BRL 35 mil, utilizando-se o
Programa de Apuração dos Ganhos de Capital.

Investidor de médio e longo prazo


Os que acreditam no potencial da criptomoeda e sua
rede e observam o crescimento de valor ano a ano.
Traders (Investidor de curto prazo)
Investimento Este tipo de investidor enxerga na alta volatilidade do
valor da moeda e na
ineficiência do mercado de Bitcoin brasileiro
oportunidades de gerar ganhos em
curtíssimo prazo

FONTE: PRADO (2017) – Adaptado pelas autoras


45

4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA

A linhagem evolutiva demonstra que com o passar dos tempos, a moeda foi tornando-
se cada vez mais impalpável, principalmente a partir do advento dos cartões de crédito, como
pode-se notar na figura 3:

Figura 3 – Linha evolutiva da moeda 2008

1920

1501

1156

7 d.C.

390 a.C

700 a.C

3 mil a.C

FONTE: BANCO CENTRAL – Adaptado pelas autoras

Na figura 3, encontra-se a evolução da moeda, de acordo com o Banco Central, inicia-


se pela moeda mercadoria, a qual passou a ser mais procurada pela sua utilidade, circulando
como elemento de troca por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor.
A moeda em formato de objetos metálicos, destaca-se, pois sua produção exigia domínio
das técnicas de fundição, tornado assim os utensílios de metal muito apreciados. As moedas
46

comcaracterísticas das atuais, também conhecidas como moedas antigas, são pequenas peças
de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, istoé, a marca de quem
as emitiu garantindo assim o seu valor. Ouro, prata e cobre, são exemplos dos primeiros metais
utilizados na cunhagem. O ouro por sua vez equivalia as moedas de maiores valores, reservando
a prata e o cobre para os valores menores. Moedas de papel, foram originadas por recibos
utilizados por ourives, onde estes comprovantes serviam como forma de pagamento.
O sistema monetário é o conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país. Este
sistema é regulado por meio de legislação própria, eorganizado a partir de um valor que lhe
serve de base, o qual é conhecido como lastro.
O cheque é considerado como uma moeda bancária, que consiste nos depósitos à
vistaexistentes nos bancos ou em outras instituições creditícias.O uso de moedas e cédulas estão
sendo substituídos cada vez mais por pequenos cartões de plástico, conhecidos como cartões de
crédito, esses podem ser utilizados na compra de bens e serviços,inclusive em lojas
virtuais.Inclui-se nessa linhagem evolutiva as moedas virtuais, as quaissão representações
digitais de valor que não são emitidas por Banco Central ou outra autoridade monetária. O seu
valor decorre da confiança depositada nas suas regras de funcionamento e na cadeia de
participantes. (BANCO CENTRAL, 2019)
Atualmente a população opta cada vez mais por manter suas cédulas nos bancos e
utilizar cartões para efetuar compras, pois segundo pesquisa realizada pelo Banco Central
(2019), 67% dos entrevistados utilizaram o cartão de crédito como forma de pagamento entre
os anos de 2017 e 2018. Essa porcentagem não tem uma grande variação entre homens e
mulheres, jovens e idosos, mas sim entre as classes sociais, pois classes A/B (85%) em
comparação às classes C/D/E (63%). (BANCO CENTRAL, 2019)
No ano de 1995 foram efetuadas as primeiras atividades bancárias, como transferências
e pagamentos, por exemplo, realizadas através do que chamamos hoje de internet banking, uma
rede bancária mundial. (DINIZ, 2006)
47

Gráfico 5 – Evolução das transações bancárias por canal (em bilhões de transações)

FONTE: FEBRABAN (2019)

Conforme gráfico 5, com a pesquisa realizada pela FEBRABAN (2019) os smartphones


são um dos grandes causadores do aumento da utilização dessa tecnologia bancária, pois no ano
de 2018 o número de transações por meio do mobile banking foi de 31,3 bilhões, praticamente
o dobro do resultado de 2016 (18,6 bilhões).
48

Gráfico 6 – Composição Das Transações Bancárias Por Canal (Em %)

FONTE: FEBRABAN (2019)

No gráfico 6, conforme levantamento da FEBRABAN (2019) observa-se que a fatia da


internet e mobile banking, com o passar dos anos está cada vez maior, ou seja, a moeda digital
está ganhando força, pois as transações realizadas por canais digitais representaram 60% no ano
de 2018, mostrando um aumento significativo em relação aos canais tradicionais, os quais
representaram 24% no mesmo ano.
Além dos cartões de crédito, os quais disponibilizaram o uso das moedas digitais, o
mercado das criptomoedas também é um fato evolutivo importante, pois isso demonstra que a
moeda pode ser tudo aquilo que as pessoas acreditem ser um bom objeto de troca, conforme a
lei da utilidade marginal de Menger (1871), explicitada no capítulo dois.
Com a moeda em constante evolução o sistema financeiro, para acompanhar a
economia, precisou se atualizar também e isso está sendo possível, principalmente, graças as
Fintechs.
49

4.1 Fintech

As Fintechs são empresas que usam tecnologia de maneira intensiva para oferecer
produtos na área de serviços financeiros de uma forma inovadora. (ROMER, 2016)
Esse negócio tem ganhado força devido ao amadurecimento do ecossistema de inovação
e investimento nos últimos anos, pois segundo Moura (2019) a B3 chegou a um milhão de CPFs
cadastrados, isso mostra o aumento do interesse do brasileiro no setor de investimentos.
Com a chegada das Fintechs, como exemplo o Picpay e o Nubank, houve um aumento
na busca por alternativas que diminuíssem alguns processos burocráticos no sistema financeiro.
(CONEXÃO FINTECH, 2017)

“Empresas Fintechs são, na maioria dos casos, criadas com o propósito de romper os
paradigmas do tradicional sistema financeiro, que aproveita pouco ou de forma
ineficiente os recursos tecnológicos à sua disposição. Em outras palavras, são novas
soluções tecnológicas para o mercado financeiro que resolvem uma dor ou melhoram
a experiência do usuário – seja empresa ou consumidor.” (CONEXÃO FINTECH,
2017)

Pode-se notar o quanto a tecnologia está impactando a relação das pessoas com o sistema
financeiro e com a moeda. Nos dias atuais a presença das pessoas mais jovens nos bancos físicos
é quase nula, pois com o advento da tecnologia, a presença dos bancos digitais, das moedas
digitais e virtuais, essa geração não vê necessidade de se apresentar fisicamente nas instituições
financeiras.
Com o advento das criptomoedas, as fintechs aproveitaram a oportunidade para entrar
nesse negócio para facilitar as transações dos investidores com a criação do: Mercado Bitcoin
e Pague com Bitcoin. (TORO, 2019)
Pelo avanço da tecnologia e a criação de startups o sistema financeiro está tornando-se
cada vez mais eletrônico acompanhando a evolução das moedas e o modo com que essa geração
lida com a economia.

4.1.2 Fintech x Bancos

Nos dias atuais as fintechs estão entrando cada vez mais na vida da sociedade e de acordo
com dados compartilhados pela Consultoria Cantarino Brasileiro, cerca de 59% dos usuários
50

de bancos digitais tem até 29 anos enquanto esses são apenas 35% dos usuários de bancos
tradicionais. (FRABASILE, 2018)

Quadro 8 – Fintech x Banco

Características Fintech Banco


Agilidade X
Tecnologia X X
Estrutura física para atendimento X
Recursos Humanos enxuto X
Taxas de transferências X X
Atendimento amigável X

FONTE: FINTECH (2018) – Adaptado pelas autoras.

No quadro 8, de acordo com estudo da Fintech (2018), fica demonstrado que um dos
motivos pelos quais as gerações atuais estão migrando para os bancos digitais é a agilidade. É
importante ressaltar que as Fintechs investem bem mais pesado em tecnologia do que os bancos
convencionais, assim essas startups vem ganhando cada vez mais os jovens brasileiros, os
quais, tecnologicamente, não podem contar com os sistemas padrões, pois segundo pesquisa
divulgada pela IMD/fundação Dom Cabral, o Brasil encontra-se na 57º posição quando o
assunto é competitividade digital. (BASILIO, 2019)

4.2 Cenários para as criptomoedas

Com a evolução desta pesquisa observou-se que o futuro das moedas virtuais ainda não
é algo certo, por esse motivo alguns analistas e empresários especulam possíveis cenários para
a cryptocurrency, conforme pode ser observado no quadro 9.
51

Quadro 9 – Cenários futuro

Cenários futuros
Integrarão naturalmente o mercado financeiro tradicional
Serão utilizadas para lavagem de dinheiro
Inclusão social e empresarial
Escape para países em crise
Investimento

FONTE: Adaptado pelas autoras

Apesar do receio quanto à solidez desse mercado e das dúvidas sobre o quanto a
regulamentação pode desenvolver as criptomoedas, Chamati (2018), acredita que no futuro o
segmento vai integrar naturalmente o mercado financeiro tradicional.
Chamati (2018) compara o advento das moedas virtuais com o do MP3, pois ao ser
lançado a primeira associação que se fazia com esse aparelho era a pirataria, porém nos dias
atuais grande parte da população tem acesso a músicas por meio de plataformas digitais, como
por exemplo o spotify e o deezer, ou seja, as criptomoedas podem propiciar essa transformação
no sistema financeiro.
Chamati (2018) cita que a possibilidade da utilização dessas moedas para atividades
ilegais como lavagem de dinheiro, porém essa prática também ocorre no sistema convencional,
ou seja, infelizmente não seria novidade se fosse noticiada a utilização de uma moeda, seja ela
qual for, na prática de atividades no mercado negro, por exemplo.

Quadro 10 – Criptoativos como investimento

YTD 12 meses 36 meses


Bitcoin 166% 67% 1880%
Dólar -0,8% 1,6% 12,7%
IBOVESPA 12,1% 43,8% 98%
Petrobrás 18% 88% 206%
Amazon 24,1% 14,9% 165%

FONTE: CALADO, ANTOGIOVANNI (2019)


52

Ao comparar o desempenho do BTC com outros ativos, no quadro 10, nota-se o motivo
pelo qual ele vem sendo bastante procurado pelos fundos de investimento, pois apesar de sua
instabilidade ele ainda apresentou um resultado bem acima dos demais ativos.
É importante ressaltar que os dados apresentados no quadro 10 são oriundos de análises
com uma base diária e teve-se como referência o dia 22 de junho de 2019.

“Os criptoativos são ativos virtuais, protegidos por criptografia, presentes,


exclusivamente em registros digitais, cujas operações são executadas e armazenadas
em uma rede de computadores.” (CVM, 2018)

4.2.1 Moedas Virtuais Como Forma de Inclusão

Existem evidências que exploram a crença de que futuramente as moedas virtuais serão
utilizadas como forma de inclusão, ou seja, um complemento das correntes.
Os países subdesenvolvidos ou que passam por crises econômicas vem apresentando
um salto no volume de criptomoedas transacionadas, pois a moeda virtual por não ter
intermediários, elimina qualquer custo que poderiam ser acarretados com a utilização destes,
facilitando e barateando as transações. (MACIEL, 2018)
A utilização dessas moedas por pequenos negócios que almejam o cenário internacional,
também é uma alternativa futura, pois muita das vezes esses empresários têm dificuldade em
utilizar cartões de crédito como forma de recebimento internacional devido as taxas, por esse
motivo a utilização das virtuais seria um bom negócio. (MACIEL, 2018)
Um contraponto com o apresentado acima é que embora esse seja um assunto que vem
sendo discutido internacional e incessantemente, as moedas virtuais não são reconhecidas por
muitos governos, ou seja, não há a obrigatoriedade de pagamento via moeda virtual, caso que
ocorre com as moedas correntes, assim a utilização das moedas virtuais como unidade de troca
depende única e exclusivamente da aceitação e acordo entre as partes envolvidas. (CAMARA,
2014)
As moedas em questão podem também ser utilizadas para viabilizar operações
financeiras onde os bancos são falhos, como por exemplo, a instalação de uma unidade em
localidades mais pobres. A adoção do Bitcoin pode ajudar a atingir públicos, os quais as
instituições tradicionais têm dificuldades de acessar. (DARLINGTON, 2014)
53

Segundo Faé (2014), a volatilidade dessas moedas é um ponto, o qual prejudica a


evolução e a utilização desta como unidade de conta. Porém, por outro lado as cryptocurrency
podem ser uma resposta a governos opressores onde pessoas com motivos legítimos podem
manter privacidade nas operações. Logo, o surgimento de possibilidades descentralizadas pode
existir no sentido de inibir os abusos de alguns Estados.

4.2.2 Regulamentação da moeda

A regulamentação é um assunto muito debatido entre os países. Segundo Faé (2014),


existem três pensamentos a respeito da regulamentação das moedas virtuais.
Existem jurisdições que notam a existência da moeda. Também têm aquelas que
discutem um pouco sobre os aspectos monetários da relação das criptomoedas e as correntes e
por fim, as que monitoram para a elaboração de possíveis regulamentações, conforme mostra
quadro 11. (FAÉ, 2014)

Quadro 11 – Três linhas de pensamento quando se trata dos aspectos regulatórios das criptomoedas

Jurisdições Possíveis ações


Alguns países usam é a publicação de uma nota de alerta,
normalmente pelos bancos centrais, que visa emitir um parecer
Reconhecimento do
sobre os riscos aos investidores e utilizadores e também sobre
fenômeno
a supervisão do mercado, sem a intenção de regulá-lo no
momento.
Visa criar implicações jurídicas, mas sem entrar no mérito dos
Aspectos monetários aspectos monetários das criptomoedas. Essa ação é utilizada
pelos países normalmente em primeiro momento até que se
discuta apropriadamente às questões monetárias envolvidas.
Alguns países utilizam, cria implicações jurídicas se baseando
Monitoramento também nos aspectos monetários das criptomoedas. Nesse
caso, em alguns países, as criptomoedas são declaradas
proibidas e passam a ser ilegais nos países.

FONTE: FAÉ (2014) – Adaptado pelas autoras


54

Normalmente o desenvolvimento das regulamentações segue os passos estabelecidos no


quadro 11: primeiramente é gerado um alerta para o reconhecimento do fenômeno e depois
passam a ser elaboradas e divulgadas consequências jurídicas para o fato que tiver em questão.
Segundo Calado e Antogiovanni (2019) a primeira ação reguladora no Brasil foi a
proibição da compra dessas moedas por fundos imobiliários de acordo com o Ofício Circular
nº 1/2018/CVM/SIN, de 12 janeiro de 2018, porém em setembro de 2018 a CVM permitiu
oficialmente a aquisição de criptoativos por meio de investimento indireto.
55

5 CONCLUSÃO

O escambo como forma de moeda de troca era utilizado com demasia na idade média,
porém nos dias atuais essa prática ainda é comum, assim como a utilização de moedas metálicas,
papel moeda, cheques e cartões de crédito, por esse motivo é importante ressaltar que as
evoluções ocorridas na pecúnia não são excludentes, ou seja o fato de uma moeda virtual existir
não inibe a utilização de cédulas monetárias emitidas pelo Banco Central, por exemplo.
É notória mudança de comportamento da geração atual, esta alteração se dá devido à
tecnologia, que trouxe consigo a comodidade de realizar transações bancárias, pedir comida e
comprar remédio, roupas, sapatos, joias, entre outros itens, sem a necessidade de deslocamento
do usuário.
Para acompanhar e adaptar-se a essas mudanças a economia passou a dispor de
instrumentos mais digitais, principalmente após a criação dos cartões de crédito, do internet
banking e mobile banking.
Nota-se que há uma mudança comportamental na sociedade quando se analisa o
crescimento de startups como as Fintechs, as quais buscam ampliar o alcance financeiro dos
seus usuários, pois estas detêm ferramentas que possibilitam as pessoas terem acesso a
modalidades de investimentos financeiros não disponibilizados facilmente pelas agências
convencionais, sem contar com o fato de que o usuário não tem a necessidade de comparecer a
uma agência para realizar a abertura de uma conta, ou seja, a possibilidade da diminuição do
número de agências bancárias existentes hoje é real.
Atualmente a moeda passa por mais uma ascensão, pois a partir de 2008 o mundo
conheceu moedas virtuais, as quais propiciam transações monetárias sem a necessidade de
agentes financeiros governamentais reguladores. Essas transações e trocas realizadas com
moedas criptografadas não utilizam as moedas correntes, como os cartões de crédito, por
exemplo, ou seja, para que se possa utilizar das criptomoedas é necessário adquiri-la através de
uma Exchange.
É de clara evidência que mesmo se a população não aderir a tecnologia apresentada
nesse dinheiro virtual, esta não será descartada, pois algumas instituições viram no blockchain,
uma oportunidade de melhoria em seus negócios.
56

Por ser um assunto recente na economia não se tem convicções prévias nos meios
literários convencionais, porém muitos economistas projetam cenários futuros para essas
moedas criptografadas, como: serem uma alternativa para pequenos negócios com intenção de
atingir o mercado internacional; um complemento das moedas correntes auxiliando na falha
que o sistema tradicional apresenta, principalmente em regiões de difícil acesso; uma fuga para
países em crise econômica e/ou com inflação descontrolada, uma forma de investimento, entre
outros.
O fato é que essas moedas vieram para mexer com o universo financeiro que se tem hoje
e mostrar que a tecnologia pode contribuir e muito para os sistemas.
A pesquisa concluiu que a tendência de as moedas virtuais complementarem o sistema
existente hoje é mais provável do que os outros cenários apresentados. Essa conclusão se dá
devido a história da moeda, na qual observa-se que todas as alterações, até hoje, foram
inclusivas, isto é, segundo Menger (1871) o ato da troca depende da utilidade marginal dada
pelos envolvidos, ou seja, se ao realizar uma troca, o usuário valorar mais uma moeda metálica
do que o produto que ele detém, por exemplo, então a troca será realizada.
O campo da ciência para exploração do tema ‘moedas virtuais ‘é vasta e ainda existem
muitas premissas para futuras pesquisas, devido este ser um assunto recém-chegado na
economia, ficando como sugestão o desenvolvimento de pesquisas como: o imposto de renda
sobre as criptomoedas, como novas moedas se concretizarão no sistema financeiro, a
conversibilidade da moeda, a volatilidade das moedas virtuais e regulamentação.
57

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