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MERCADO FINANCEIRO
RENTABILIDADE
9,0%
8,0%
7,0%
6,0%
5,0%
4,0%
3,0%
2,0%
1,0%
0,0%
JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
PROFESSOR:
M.Sc. BRENO XAVIER DE BRITO
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Breno Xavier de Brito
Sumário
Introdução ........................................................................................................................... 3
1 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA .................................................................................. 4
1.1 - Escambo.................................................................................................................. 4
1.2 - Moeda-Mercadoria ................................................................................................. 4
1.3 - Metal ....................................................................................................................... 5
1.4 - Moeda em Formato de Objetos .............................................................................. 6
1.5 - Moedas Antigas ...................................................................................................... 6
1.6 - Ouro, Prata e Cobre ................................................................................................ 7
1.7 - Moeda de Papel ...................................................................................................... 7
1.8 - Formatos Diversos .................................................................................................. 8
1.9 - Sistema Monetário .................................................................................................. 8
1.10 - Cheque .................................................................................................................. 9
2 - INTRODUÇÃO À ADM . FINANCEIRA DOS EMPREENDIMENTOS .................................... 10
2.1 – Definição .............................................................................................................. 10
2.2- Objetivos da Função Financeira ............................................................................ 10
2.3 - O Papel da Administração Financeira na Empresa .............................................. 10
2.4 - Meta da Administração Financeira ...................................................................... 11
2.5 - Áreas de Decisões Financeiras ............................................................................. 14
3 - O ADMINISTRADOR FINANCEIRO .................................................................................. 17
3.1 - Atribuições do Administrador Financeiro de uma Organização .......................... 17
3.2 - As Funções do Administrador Financeiro ............................................................ 18
3.3 - A Meta do Administrador Financeiro ................................................................... 18
4 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) ....................................................................... 20
4.1 - Estrutura Funcional............................................................................................... 20
4.2 - Conselho Monetário Nacional (CMN) ................................................................ 20
4.3 - Banco Central do Brasil ....................................................................................... 22
4.4 - Banco do Brasil (BB) ........................................................................................... 39
4.5 - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ................. 39
4.6 - Sistema Financeiro da Habitação (SFH) .............................................................. 39
4.7 - Instituições Financeiras - o MNI .......................................................................... 39
5 - POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL, CAMBIAL E DE RENDAS ............................................ 44
5.1 – Dinâmica do Mercado .......................................................................................... 44
5.2 - Política Monetária................................................................................................. 45
5.3 - Política Fiscal ....................................................................................................... 46
5.4 - Política Cambial ................................................................................................... 48
5.5 - Política de Rendas ................................................................................................ 51
6 - MERCADO FINANCEIRO ................................................................................................ 52
6.1 - Operações de crédito ............................................................................................ 52
6.2 - Mercado monetário e de crédito ........................................................................... 52
6.3 - Mercado de capitais .............................................................................................. 52
6.4 - Mercado de câmbio .............................................................................................. 63
12 - GLOSSÁRIO RESUMIDO................................................................................................ 67
13 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 75
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Breno Xavier de Brito
Introdução
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Breno Xavier de Brito
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1 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA
Para que possamos estudar a administração financeira, devemos entender o papel do principal recurso que
será administrado, a moeda. Parece simples que, ao termos em nossas mãos moedas e papéis que nos permitem
adquirir algo que desejamos, ela seja simplesmente fruto de nosso trabalho.
Por causa de sua importância em nossa vida, é importante compreendermos o caminho percorrido ao longo
dos anos por esta que é, sem dúvida, uma das maiores invenções da humanidade.
1.1 - Escambo
1.2 - Moeda-Mercadoria
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras.
Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e
servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas–mercadorias.
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Disponível em www.bcb.gov.br
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Breno Xavier de Brito
O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utili-
zados; apresentava vantagens de locomoção própria,
reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse
o risco de doenças e da morte.
O sal foi outra moeda–mercadoria; de difícil obten-
ção, principalmente no interior dos continentes, era mui-
to utilizado na conservação de alimentos.
1.3 - Metal
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Breno Xavier de Brito
Por apresentar vantagens como a possibilidade de
entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de
transporte e beleza, o metal se elegeu como principal
padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas.
A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de
barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, bra-
celetes etc.
O metal comercializado dessa forma exigia aferição de
peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca.
Mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado,
recebendo marca indicativa de valor, que também apon-
tava o responsável pela sua emissão. Essa medida agili-
zou as transações, dispensando a pesagem e permitindo
a imediata identificação da quantidade de metal oferecida
para troca.
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Breno Xavier de Brito
São cunhadas na Grécia moedas de prata e, na Lídia, são utilizados pequenos lingotes ovais de uma liga de
ouro e prata chamada eletro.
As moedas refletem a mentalidade de um povo e de
sua época. Nelas podem ser observados aspectos polí-
ticos, econômicos, tecnológicos e culturais. É pelas
impressões encontradas nas moedas que conhecemos,
hoje, a efígie de personalidades que viveram há muitos
séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a ter
sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o
Grande, da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.
A princípio, as peças eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham seus bordos irre-
gulares, não sendo, como hoje, peças absolutamente iguais umas às outras.
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego destes metais se
impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos cos-
tumes religiosos. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam
ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no poder mágico
destes metais e no dos objetos com eles confeccionados.
A cunhagem de moedas em ouro e prata se mante-
ve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas
por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do
metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda na
qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era
trocada por mercadorias neste mesmo valor.
Durante muitos séculos os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o
cobre para os valores menores. Estes sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando o cuproní-
quel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular
pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido.
Com o advento do papel-moeda a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessá-
rios para troco. Dentro desta nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda. Sur-
gem, em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividade do numerário de
troco.
Na Idade Média, surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos
de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados
para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel.
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Breno Xavier de Brito
No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Bra-
sil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques.
Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as
moedas, os governos passaram a conduzir a emissão
de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o
poder de pagamento.
Atualmente quase todos os países possuem seus
bancos centrais, encarregados das emissões de cédu-
las e moedas.
A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza
papel especialmente preparado e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final
grande margem de segurança e condições de durabilidade.
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário. Este sistema, regulado
através de legislação própria, é organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é sua unidade mone-
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Breno Xavier de Brito
tária.
Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema
monetário de base centesimal, no qual a moeda divisioná-
ria da unidade representa um centésimo de seu valor.
Normalmente os valores mais altos são expressos em
cédulas e os valores menores em moedas. Atualmente a
tendência mundial é no sentido de se suprirem as despe-
sas diárias com moedas.
As ligas metálicas modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior à das cédulas, tornando-as
mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de troco.
Os países, através de seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de
moedas e cédulas em circulação, chamado meio circulante, é constantemente renovado através de processo de
saneamento, que consiste na substituição das cédulas gastas e rasgadas.
1.10 - Cheque
Com a supressão da conversibilidade das cédulas e moedas em metal precioso, o dinheiro cada vez mais se
desmaterializa, assumindo formas abstratas.
Uma destas formas é o cheque, que, pela simplicidade de seu uso e pela segurança que oferece, está sendo,
progressivamente, adotado por número sempre maior de pessoas nas atividades de seu dia-a-dia.
Esse documento, pelo qual se ordena o pagamento de
certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada,
visa, primordialmente, à movimentação dos depósitos
bancários.
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida
em favor do credor, para exercer seu direito em uma insti-
tuição financeira.
O importante papel que esse meio de pagamento ocupa, hoje, na economia, deve-se às inúmeras vantagens
que proporciona, agilizando a movimentação de grandes somas, impedindo o entesouramento do dinheiro em
espécie e diminuindo a necessidade de troco, por ser um papel preenchido à mão, com a quantia de que se quer
dispor.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias e serviços que pode com-
prar. É uma espécie de título que dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufru-
ir, através do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.
A moeda não foi, pois, genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade e sua evolução reflete, a cada
momento, a vontade do homem de adequar seu instrumento monetário à realidade de sua economia.
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Breno Xavier de Brito
2 - INTRODUÇÃO À ADM . FINANCEIRA DOS EMPREENDIMENTOS
2.1 – Definição
A definição anterior deixa bem claro que o objetivo básico implícito nas decisões de ad-
ministração financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indiví-
duos ou instituições caracterizados como proprietários/acionistas ordinários, no caso de uma
sociedade anônima.
Entretanto, é feita uma ressalva: a rentabilidade máxima, desde que não seja compro-
metida a liquidez da empresa.
A existência de um conflito entre esses dois objetivos, dos quais o de rentabilidade
deve ter primazia sobre o de liquidez, que o condiciona e restringe, manifesta-se em termos de
um dilema entre aplicar todos os fundos disponíveis (o que deve levar à maior rentabilidade total
possível para uma dada empresa), e manter inativos alguns fundos para, por exemplo, proteção
ou defesa contra riscos de não se poder pagar alguma dívida. Parece claro, entretanto, que o
dinheiro que permanece inativo, embora útil como proteção contra riscos, não produz retorno
algum.
Assim, cada momento econômico exige conhecimentos e ferramenta que possibilitem a
administração mais eficaz e eficiente dos recursos disponíveis, ou de sua captação, pois os in-
vestimentos podem significar grandes oportunidades de retorno ou riscos para sobrevivência das
organizações.
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Breno Xavier de Brito
A extensão da importância da função financeira dependem, em grande parte, do tama-
nho da empresa. Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente realizada pelo de-
partamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financei-
ra normalmente leva à criação de um departamento financeiro separado - uma unidade organi-
zacional autônoma, ligada diretamente ao presidente da companhia, através de um vice-
presidente de Finanças. Reportando ao vice-presidente de Finanças estão o tesoureiro e o con-
troller. O tesoureiro geralmente é o responsável por conduzir atividade financeiras, tais como a
administração de caixa, a elaboração de planos e decisões sobre investimento de capital, admi-
nistração das atividades de crédito e administração da carteira de investimentos. O controller
geralmente conduz as atividades contábeis relacionados com impostos, processamento de da-
dos, contabilidade de custos e contabilidade financeira.
Em pequenas e micro-empresas a função financeira restringe-se a um termo denomina-
do “administração das disponibilidades”, ou seja, a determinação das necessidades de caixa a
curto e médio prazo e os recursos que serão necessários para supri-los.
Pela inexperiência, ou mesmo ausência, de conhecimentos financeiros e da aplicação de
suas ferramentas, muitos administradores tomam decisões baseadas apenas em seu “feeling”,
comprometendo a rentabilidade dos investimentos da organização.
Assim, qualquer que seja o tamanho da organização, ou a complexidade de sua estrutu-
ra de gestão, a função financeira deve possuir um papel de destaque, devido a sua importância
para a sobrevivência da empresa.
Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-
la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no
seu patrimônio ou riqueza pessoal. Esse raciocínio se aplica a administração financeira aplicada
as organizações com fins lucrativos. A administração dos recursos financeiros amplia-se para
outras dimensões, seja para fins pessoais, de organizações sem fins lucrativos ou governos.
Assim, pode-se admitir que o objetivo primordial de cada empresa é o de maximizar a
2
riqueza de seus proprietários. Essa riqueza é representada pelo valor de mercado da empresa ,
2
Valor Patrimonial x Valor de Mercado
Por Antonio Carlos Berwanger
Na análise de empresas, o investidor pode muitas vezes se deparar com alguns termos com os
quais não está familiarizado. A confusão muitas vezes continua na determinação do valor de
uma empresa. Valor patrimonial ou valor de mercado? Qual deles deve ser observado na hora
de avaliar uma empresa?
Ao contrário do que muitos pensam, valor patrimonial e valor de mercado são na realidade coi-
sas muito diferentes. Apesar de ambos darem uma medida específica de valor para a empresa.
Vamos começar pelo valor de mercado. Sua definição é muito simples: é o valor que o mercado
dá para a empresa. Ele é atingido multiplicando o número total de ações pelo valor delas. Ou
seja, seu valor depende diretamente da variação do preço das ações da empresa na bolsa de
valores. O valor de mercado varia de um pregão para o outro, de acordo com a evolução do pre-
ço de suas ações na bolsa.
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Breno Xavier de Brito
ou seja, pelo preço que seria alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital
social.
Poder-se-ia imaginar que tal valor seria determinado pela diferença entre os ativos e as
dívidas que corresponde ao patrimônio líquido. Tal raciocínio estaria incorreto, porque a expres-
são monetária do patrimônio líquido decorre de registros contábeis dos valores históricos de
transações realizadas. Esta assertiva continua válida mesmo quando é efetuada a correção mo-
netária de determinados itens do balanço que corresponde apenas da restauração dos valores
históricos em face da perda de poder aquisitivo da moeda.
Ao estimar o valor de alguns ativos intangíveis, como marca e patentes, participação de
mercado, perspectivas de crescimento ou vantagens competitivas em relação a concorrência,
pode-se ter uma idéia, mesmo que inexata, do valor real de mercado de uma organização.
A meta da administração financeira coincide com o objetivo básico dos proprietários ou
acionistas. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da em-
presa, principalmente através da valorização dos ativos intangíveis citados anteriormente.
Neste ponto, alguns poderiam supor que a administração financeira teria por objetivo a
obtenção do maior lucro dentro do menor prazo possível. A idéia de maximização dos lucros não
satisfaz por seu conteúdo imediatista, ou seja, as decisões influenciam as organizações por um
longo período de tempo,podendo ser cruciais para seu futuro, podendo uma ação que busque o
lucro a curto prazo comprometer a situação competitiva da empresa no médio ou longo prazos.
Na verdade, a meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acio-
nistas, que constitui algo mais amplo e profundo que a maximização dos lucros.
A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos:
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Breno Xavier de Brito
o
1 .) Perspectiva de longo prazo: A empresa deve ser perpetuada, e para tanto, tem de
realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, propaganda, que poderão sacrifi-
car a rentabilidade atual, visto se tratarem de despesas, em troca de maiores benefícios
no futuro.
o
2 .) Valor do dinheiro no tempo: Os projetos de investimento envolvem fluxos de de-
sembolsos e de entradas de caixa. Existem diversas técnicas para avaliar tais projetos e
algumas delas transformam os fluxos futuros de caixa em valores atuais, através da apli-
cação de determinada taxa de desconto. Essa taxa de desconto deve refletir um custo
de oportunidade dos recursos. Tal custo de oportunidade corresponde a uma taxa mí-
nima de retorno exigida do projeto para que o valor de mercado da empresa não se alte-
re. Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a serem imple-
mentados visará aumentar ou, pelo menos, manter o valor de mercado da empresa. A
moeda, como qualquer outro ativo, pode sofrer o processo de valorização, ou seja, seu
valor presente ser maior que o valor passado, ou, o que é mais comum, de depreciação,
mais conhecido como inflação, que faz com que o valor futuro seja menor (em poder de
compra), que o presente.
o
3 .) Retorno do capital próprio: Os acionistas esperam ser remunerados através de di-
videndos e, principalmente, pela valorização de suas ações. O investidor só consegue o
retorno de seus investimentos se a organização apresentar resultado positivo em suas
atividades, obtendo lucros e, também, distribuindo-os na forma de dividendos.
o
4 .) Risco: O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a
expectativa de maior retorno. Risco é o fator proporcional a probabilidade de que um in-
vestimento seja mal-sucedido.
o 3
5 .) Dividendos : Deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos,
independentemente das flutuações dos lucros, minimizando os efeitos negativos que
3
Entenda os Famosos Dividendos e Juros sobre Capital Próprio
Por Antonio Carlos Berwanger
Toda companhia aberta, que são aquelas empresas que têm ações na bolsa, possui diversos
acionistas. Estes recebem, ao fim de cada exercício contábil (normalmente, um ano), a sua parte
na divisão dos lucros que a empresa teve no período, o chamado dividendo.
É importante frisar que eles são distribuídos a partir do lucro líquido apresentado pela empresa
no período. O pagamento de dividendos é obrigatório e proporcional ao número de ações que
cada acionista possui. Tal benefício é livre de tributação.
As empresas distribuem os dividendos após a dedução do Imposto de Renda. Portanto, toma-se
como base o lucro líquido para a distribuição.
Juros sobre capital próprio funcionam de outra maneira. Ao contrário dos dividendos, a em-
presa não paga os juros de acordo com o desempenho que obtido no período. Os juros sobre
capital próprio são distribuídos com base nas reservas de lucros da empresa, ou seja, os lucros
apresentados nos anos anteriores e que ficaram retidos na empresa.
Por exemplo, uma empresa que normalmente destina um montante próximo a R$ 300 mil a seus
acionistas pode ter um ano ruim e maus resultados. Com lucro líquido inferior, a empresa terá
um montante em dinheiro menor a distribuir em forma de dividendos, por exemplo R$ 100 mil. Se
tal empresa tem grandes reservas de lucros e um bom caixa, de maneira que não necessite de
tais recursos, ela tem a opção de distribuir também, os juros sobre o seu capital próprio, e assim
garantir uma remuneração melhor a seus acionistas. Ou seja: ao invés de receber apenas os R$
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Breno Xavier de Brito
possam afetar as cotações das ações. Essa política, porém, deve obedecer a premissa
da sobrevivência da organização e da preservação de sua capacidade de investimentos
futuros.
A empresa não deve desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos
periódicos, equilibrando a satisfação dos acionistas, a valorização do mercado e a perpe-
tuação da organização.
100 mil relativos a dividendos, eles receberão rendimentos derivados dos juros sobre capital
próprio.
As empresas auferem vantagens no pagamento de juros sobre capital próprio. No demonstrativo
de resultado, esse pagamento é descontado da empresa sob a forma de despesas financeiras.
Quanto maior as despesas da empresa, menor o lucro. Como o Imposto de Renda incide sobre o
lucro, ela consegue pagar menos imposto.
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Breno Xavier de Brito
Enquanto as decisões de investimento envolvem importantes aspectos de natureza não
financeira, as decisões de financiamento constituem responsabilidade exclusiva do administrador
financeiro.
As decisões de financiamento visam montar a estrutura financeira mais adequadas às
operações normais e aos novos projetos a serem implantados na empresa, afinal, para toda
aplicação existe uma origem, devendo ser analisada qual fonte proporcionará menores riscos e
maiores retornos para a organização.
As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à composição das
fontes de recursos, como segue:
Qual deveria ser a proporção entre recursos permanentes e temporários?
Quanto de recursos próprios e quanto de financiamentos a longo prazo?
O reinvestimento de lucros seria suficiente para atender as necessidades de recursos
próprios?
O mercado reagiria bem ao lançamento de novas ações?
Qual seria o impacto dos custos financeiros provocados pelos financiamentos a longo
prazo e pelos empréstimos a curto prazo?
Em vez de comprar ativos fixos, não deveríamos arrendá-los?
Estas e outras questões correlatas envolverão análises profundas das alternativas exis-
tentes e de suas implicações futuras.
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Breno Xavier de Brito
Uma empresa bem sucedida sempre terá novos planos de investimentos que implicam
na necessidade de recursos adicionais. Parte dessas necessidades poderá ser atendida com a
retenção de lucros e o restante terá de ser financiado através de outras fontes.
Uma política de dividendos adequada favorece a manutenção dos preços das ações em
níveis elevados, e isto poderá garantir o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no
mercado.
Exercícios
01) Provão 1996 - Considere que um sistema contábil compreende classificação, registro e aná-
lise de todos os fatos e transações ocorridas em uma empresa, permitindo, assim, uma análise
dinâmica da sua situação econômico-financeira, e que o planejamento e controle de resultados
envolve a formalização de:
um plano de resultados a curto prazo, contendo as implicações financeiras esperadas;
um plano de resultados a longo prazo, contendo as metas a serem alcançadas.
Assim, o sistema contábil deve estar integrado ao programa de planejamento e controle de
resultados. Por quê ? Justifique a resposta.
DISCIPLINAS/CONTEÚDOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO:
Administração Financeira e Orçamentária, Teorias de Administração, Matemática, Contabili-
dade e Estatística.
HABILIDADES AFERIDAS: Comunicação e expressão correta na interpretação da realidade;
raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e estabelecer relações; compreen-
são do todo administrativo e suas relações com o ambiente externo; capacidade de ordenar ati-
vidades e programas, de decidir entre alternativas, de identificar e dimensionar riscos.
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Breno Xavier de Brito
3 - O ADMINISTRADOR FINANCEIRO
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Breno Xavier de Brito
Todas as decisões da empresa possuem aspectos financeiros vitais. Daí dizer-se tam-
bém estarem todos os aspectos de uma empresa sob as vistas da administração finan-
ceira. Embora isso seja um exagero, sem dúvida é a função financeira a que mais cla-
ramente possui uma visão global da empresa. Tal fato se verifica mais nitidamente ainda
quando a administração da empresa usa orçamentos globais, pois nesse caso o plane-
jamento e o controle em termos operacionais e financeiros, de curto e médio prazos, fi-
cam sob a supervisão efetiva de um setor da administração financeira - o setor de orça-
mentos.
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Breno Xavier de Brito
4 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
Bancos de Investimento
Bancos de Desenvolvimento
Bolsas de Valores
Comissão
CMN de Valores Mobiliários Agências de Fomento ou de Desenvolvimento
Conselho
Monetário Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobili-
Nacional ários
Outros interme-
diários Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
ou Auxiliares Mobiliários
Financeiros
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Superintendência Sociedades Corretoras de Câmbio
de Seguros Privados
Representações de Instituições Financeiras Estrangei-
ras
Fundos Mútuos
Entidades
Administradoras Clubes de Investimentos
de Recursos de
Carteiras de Investidores Estrangeiros
Terceiros
Administradoras de Consórcio
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Breno Xavier de Brito
Fonte: www.bcb.gov.br
4
Fonte www.bcb.gov.br
22
Breno Xavier de Brito
exclusividade os depósitos das instituições financeiras, que recolhiam suas reservas voluntárias
ao Banco do Brasil, além de diversas outras disfunções.
Em 1985 então, tomou-se a decisão de buscar o reordenamento financeiro governamental,
com a separação das contas e funções do BC, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Já a partir
de 1986, foi extinta a conta movimento, e o fornecimento de recursos do BC ao Banco do Brasil
passou a ser claramente identificado nos orçamentos de ambas as instituições, eliminando-se os
suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central.
Num processo que se estendeu até 1988, as funções de autoridade monetária foram sendo
transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o BC, enquanto as atividades atípicas
exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública
federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
A Constituição de 1988 consagra dispositivos importantes para a atuação do BC, como o
do exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e o da necessidade de apro-
vação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após argüição pública, dos designados
pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores. Além disso, vedou ao BC
a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional. A Constituição de 1988
prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Na-
cional, que deverá substituir a Lei 4.595, abrangendo vários e importantes aspectos da estrutu-
ração e atuação do Banco Central.
Em 1998 o Banco Central retomou o processo de Planejamento Institucional, com a reali-
zação de um encontro de planejamento no nível estratégico, contando com a participação do
Presidente e diretores, e de trinta e um encontros de planejamento no nível tático, que contaram
com a participação do corpo gerencial das unidades especial, centrais e regionais.
No encontro de nível estratégico foram definidos a missão do Banco, seus macroprocessos
e os objetivos estratégicos para o horizonte de três anos, além das diretrizes balizadoras das
ações do Banco, conforme listados a seguir:
Missão: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional.
Macroprocessos:
a) formulação e gestão das políticas monetária e cambial;
b) regulamentação e supervisão do Sistema Financeiro Nacional;
c) prestação de serviços de suporte às transações financeiras e ao meio circulante.
Objetivos Estratégicos (para um horizonte de 3 anos):
a) promover o aperfeiçoamento do sistema financeiro;
b) atuar no mercado internacional de capitais, na gestão do passivo externo;
c) rever o relacionamento com organismos multilaterais de desenvolvimento;
d) aperfeiçoar a administração do meio circulante;
e) aperfeiçoar as políticas de natureza administrativa;
f) aperfeiçoar a política de comunicação do Banco.
Diretrizes:
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Breno Xavier de Brito
-consistência;
-credibilidade;
-eficiência;
-independência;
-profissionalismo;
-transparência.
Funções
Para atingir os objetivos propostos nos macroprocessos, tendo em vista o conjunto de atri-
buições legais e regulamentares, as funções do Banco Central são:
a) formulação, execução e acompanhamento da política monetária;
b) controle das operações de crédito em todas as suas formas;
c) formulação, execução e acompanhamento da política cambial e de relações financeiras
com o exterior;
d) organização, disciplinamento e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional e ordenamen-
to do mercado financeiro;
e) emissão de papel-moeda e de moeda metálica e execução dos serviços do meio circulan-
5
te .
Cada um destes itens será discriminado a seguir:
1 – Política monetária
5
Entenda os Famosos M1, M2, M3 e M4
Por Antonio Carlos Berwanger
É uma coisa corriqueira para qualquer pessoa lidar com moedas, notas, caderneta de poupança.
E quem nunca ouviu falar nos fundos de investimento e títulos da dívida pública? Pois é, todos
estes são ativos financeiros.
Ativos financeiros podem tanto ter a forma de dinheiro, como podem identificar a posse sobre
algum direito. Por exemplo, ao se colocar dinheiro na poupança, o investidor recebe uma cader-
neta de poupança. A posse de uma caderneta de poupança identifica que o investidor possui
direito sobre tal montante e da mesma maneira, o banco tem um débito com o investidor, uma
dívida.
Os ativos financeiros são classificados de acordo com sua liquidez. Liquidez é a capacidade
deste ativo se transformar efetivamente em dinheiro. Os ativos mais líquidos são aqueles que
mais rápido se transformam em dinheiro, aqueles dos quais o investidor pode dispor mais facil-
mente. O ativo mais líquido da economia é a moeda.
Os ativos mais líquidos são também os que mais circulam na economia e por isso mesmo são os
meios de pagamento: moedinhas, notas e depósitos à vista (cheques). O agregado monetário na
forma destes ativos é chamado de M1.
Depois dos meios de pagamento, o ativo mais líquido, aquele que pode mais rapidamente ser
transformado em dinheiro são os títulos da dívida pública. Existe um mercado muito desenvolvi-
do destes títulos e, portanto é muito fácil vendê-los quando preciso. O agregado monetário, alo-
cado no conjunto dos meios de pagamento mais os títulos da dívida pública são conhecidos co-
mo M2.
M3, por sua vez, é igual ao M2 mais o montante alocado nas cadernetas de poupança, menos
líquidas que os títulos da dívida pública. Elas são, contudo mais líquidas que os títulos de dívida
privados, que somados ao M3, formam o M4.
24
Breno Xavier de Brito
A política monetária tem por objetivo controlar a expansão da moeda e do crédito e exercer
controle sobre a taxa de juros, procurando adequá-los às necessidades de crescimento econô-
mico e estabilidade dos preços. Para tanto, utiliza-se de instrumentos clássicos:
operações de mercado aberto;
reservas compulsórias; e
assistência financeira de liquidez.
Dos instrumentos disponíveis para a execução da política monetária, o mais intensamente
utilizado refere-se às operações de mercado aberto, por sua maior versatilidade em acomodar as
variações diárias da liquidez. O segundo instrumento, mediante alterações das exigências de
reservas compulsórias sobre depósitos, é aplicado de modo a influenciar a disponibilidade das
reservas bancárias e controlar a expansão dos agregados monetários, atuando sobre a sua mul-
tiplicação. E, finalmente, a taxa cobrada na assistência financeira de liquidez determina o custo
do não-cumprimento dessas exigibilidades compulsórias, influenciando a atuação dos agentes
financeiros. Na operacionalização desses instrumentos, o BC age sobre a disponibilidade e o
custo das reservas bancárias, determinando, em última instância, as condições monetárias e
creditícias prevalecentes na economia.
Para melhor entendimento da atuação do Banco Central, é importante ter uma visão geral
sobre a política monetária e, particularmente, compreender o mecanismo de funcionamento das
reservas bancárias, descrito resumidamente a seguir.
As operações realizadas por qualquer agente econômico com uma instituição financeira uti-
lizam papel-moeda, cheques ou outras formas modernas de transferência eletrônica de fundos.
A cada operação, a conta de depósitos dos agentes econômicos na instituição se modifica.
Assim como as pessoas físicas, jurídicas ou governos mantêm depósitos à vista numa insti-
tuição financeira, através da qual realizam pagamentos e recebimentos, inclusive fazendo apli-
cações financeiras, os bancos, de forma equivalente, têm uma conta-corrente no BC, através da
qual recebem créditos e débitos das demais instituições financeiras, do Tesouro Nacional e do
próprio Banco Central, ou seja, é por essa conta que as instituições financeiras realizam suas
operações.
Se alguém abre uma conta-corrente ou uma conta de poupança, ou adquire um título priva-
do, pode fazê-lo com papel-moeda. Se o volume de sua operação eleva o encaixe da instituição
financeira acima do nível por ela julgado adequado, essa instituição repassará esse montante ao
Banco Central, uma vez que o papel-moeda é utilizado apenas como intermediário de troca.
Da mesma forma que alguém, ao fazer um depósito em moeda no banco, recebe um crédito
na conta-corrente, os bancos que entregarem papel-moeda ao BC recebem um depósito corres-
pondente na sua conta de reservas bancárias. Se, ao invés de depósito, alguém realiza um sa-
que, recebe um débito na conta-corrente. Analogamente, quando os bancos requisitam numerá-
rio ao BC, são debitados em sua conta de reservas bancárias.
25
Breno Xavier de Brito
Se, ao invés de operar com papel-moeda, um indivíduo realiza uma operação financeira
qualquer com cheque, e este é depositado em um banco distinto daquele onde seu emitente
mantém conta, a transferência de fundos entre os dois bancos ocorrerá na manhã do dia seguin-
te, após a compensação que ocorre durante a noite. Seja esse cheque emitido em pagamento a
terceiros pela compra de um título qualquer ou visando a abertura de uma nova conta-corrente, o
procedimento será o mesmo. Nas operações financeiras realizadas através de cheque, o resul-
tado é uma mera transferência de saldo da conta de reservas bancárias da instituição financeira
que foi sacada para a conta de reservas bancárias da instituição em que o cheque foi deposita-
do.
Isso permite perceber que, diariamente, o saldo da conta de reservas bancárias de cada ins-
tituição financeira é afetado positiva ou negativamente, dependendo das operações realizadas,
seja pela própria instituição financeira, seja pela sua clientela. Através do mercado monetário, as
instituições tratam de ajustar entre si seus desequilíbrios, utilizando mecanismos do próprio mer-
cado.
É importante observar, portanto, que a movimentação financeira da sociedade, aí incluídas
as instituições financeiras não-bancárias, é capaz de influenciar o saldo das reservas bancárias
das instituições financeiras bancárias individualmente, mas é incapaz de alterar o somatório dos
saldos de reservas bancárias. Ou seja, o nível dessas reservas não é influenciado, no curtíssimo
prazo, pelas operações financeiras. Como a base monetária é a soma do papel-moeda emitido
pelo Banco Central com o saldo da conta de reservas bancárias, ela também não é afetada no
prazo muito curto, o que significa dizer que o sistema não consegue criar nem destruir reservas
enquanto ocorrer apenas a transferência de recursos entre os agentes econômicos.
Na ocorrência cotidiana de perdas e ganhos de saldos de reservas bancárias entre as insti-
tuições financeiras, surgem excessos e deficiências quanto à exigibilidade do BC, ou seja, os
saldos das contas podem exceder ou estar abaixo do recolhimento mínimo de reservas estipula-
do para cada conta. Isso justifica a troca de reservas bancárias entre as instituições pelo prazo
de um dia (overnight), com lastro em títulos federais, dado que, no dia seguinte, novas movimen-
tações financeiras afetarão os saldos das instituições bancárias.
De vez que o sistema como um todo não é capaz de criar ou destruir reservas bancárias, o
que explica porque o saldo consolidado das instituições não é afetado, resta ao BC exercer o
controle da liquidez, uma vez que é a única instituição com poder de criar ou destruir reservas
bancárias no curtíssimo prazo (em prazos maiores, uma alteração nos parâmetros da preferên-
cia do público por retenção de moeda pode também contribuir para a criação ou destruição de
reservas bancárias).
27
Breno Xavier de Brito
recolhimentos ou liberações de depósitos compulsórios em geral, de Fundos de Aplica-
ções Financeiras (FAF) e de Fundos de Investimento Financeiro (FIF), de recursos cap-
tados por entidades do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e de de-
pósitos a prazo, aceites cambiais e cédulas pignoratícias de debêntures;
saques ou depósitos sobre a média móvel do recolhimento obrigatório.
Reservas Compulsórias
Para praticar a política monetária através das reservas compulsórias, a autoridade monetá-
ria exige que algumas instituições financeiras — especificamente bancos comerciais, bancos
múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas — sejam obrigadas a manter uma parcela
de seus recursos à vista no Banco Central, constituindo as reservas bancárias compulsórias.
Essa prática universal impede que as instituições financeiras receptoras de depósitos à vista
possam emprestar recursos ao público indefinidamente, exigindo que os depósitos à vista sejam
um múltiplo de seus encaixes denominados reservas obrigatórias e reservas voluntárias.
Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista e o float bancário (recursos em trân-
sito de terceiros, depósitos sob aviso, cobrança e arrecadação de tributos e cheques administra-
tivos) representam o mais tradicional instrumento de política monetária, no que diz respeito à
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Breno Xavier de Brito
modificação estrutural que provoca no nível global das reservas bancárias. Esse instrumento
decorre da exclusiva capacidade de criar moeda escritural que têm as instituições financeiras
captadoras de recursos à vista ao conceder crédito em conta-corrente a seus clientes. Ao reali-
zar crédito em conta-corrente, uma instituição bancária cria meios de pagamento que, ao serem
utilizados pelo tomador de crédito, geram depósito em outra instituição financeira, que passa a
dispor da capacidade de gerar novo crédito a outro cliente, e assim por diante.
A repetição desse mecanismo mostra a capacidade de multiplicar a moeda no setor bancá-
rio. No intuito de reduzir essa capacidade, o Banco Central exige que certa parcela dos depósi-
tos à vista e de outras rubricas contábeis da rede bancária permaneça depositada na autoridade
monetária.
Esse mecanismo impositivo define os saldos médio e mínimo que os bancos devem manter,
em espécie, depositados no BC.
Como os depósitos à vista, os saldos depositados no BC não recebem remuneração. Por-
tanto, as instituições bancárias atendem à exigência imposta pelo instrumento de controle mone-
tário dentro do estritamente necessário, uma vez que os depósitos mantidos no BC representam
um custo que deve ser minimizado pela rede bancária.
As instituições podem ficar sujeitas a recolhimento, ao BC, de até 100% dos depósitos à vis-
ta e até 60% de outros títulos contábeis, por subscrição ou compra de títulos federais ou por
recolhimento em espécie. Obedecidos esses limites, o Banco Central pode adotar percentagens
diferenciadas em função das regiões geo-econômicas, das prioridades que atribuir às aplicações
e da natureza das instituições financeiras. A partir de julho de 1994, com a entrada em vigor do
Real como nova unidade monetária, o BC redefiniu as regras sobre a matéria.
Outro instrumento de política monetária que o Banco Central pode utilizar é a concessão de
assistência financeira a instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimos de
liquidez destinados a atender a eventuais problemas de liquidez experimentados pelas institui-
ções, de natureza circunstancial e de caráter breve. Trata-se de um instrumento clássico de polí-
tica monetária, que se relaciona com uma das funções básicas do BC, que é a de servir como
emprestador de última instância.
O empréstimo de liquidez tem como propósito maior evitar que eventuais desequilíbrios de
alguma instituição financeira possam repercutir no sistema. Dessa forma, a instituição que, num
determinado dia, não compuser reservas suficientes para saldar suas exigibilidades, deve recor-
rer ao Banco Central. O empréstimo é concedido por um dia, baseado em garantias reais e às
taxas de juros mais punitivas do mercado.
A partir de novembro de 1995, com a criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e
ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), o sistema financeiro passou a con-
tar com uma nova modalidade de empréstimo de liquidez. O programa consiste, basicamente, na
concessão de linhas especiais de assistência financeira para instituições com programas de
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Breno Xavier de Brito
reorganização administrativa, operacional ou societária, que resultem em transferência de con-
trole acionário (fusão ou incorporação).
O Banco Central divulga as decisões do Conselho Monetário Nacional, baixa normas com-
plementares e executa o controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito em todas
as suas modalidades. Nesse sentido, de acordo com os objetivos estabelecidos pela política
econômica, pode atuar inclusive no contingenciamento do crédito ao setor público, monitorando
o cumprimento de limites para o seu endividamento por intermédio do sistema financeiro. Seme-
lhante procedimento pode ser adotado para o setor privado.
A taxa de câmbio que representa o preço, em moeda nacional, da unidade monetária es-
trangeira é formada pela oferta e demanda daquela divisa, isto é, pelo mercado de câmbio, cujos
agentes são, do lado da oferta, os turistas estrangeiros, os exportadores de bens e serviços, os
receptores de investimentos externos e os tomadores de empréstimos e financiamentos do exte-
rior. Do lado da demanda os agentes são os turistas brasileiros, os investidores brasileiros no
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Breno Xavier de Brito
exterior, os importadores de bens e serviços, as empresas que repatriam investimentos externos
ou pagam lucros e dividendos sobre eles e aquelas que amortizam ou pagam juros sobre em-
préstimos e financiamentos no exterior.
A alteração de reservas no Banco Central dá-se basicamente por suas transações de com-
pra e venda de divisas no mercado de câmbio, em decorrência do resultado entre exportações e
importações e entre compras e vendas financeiras. Porém, o acréscimo ou decréscimo verificado
nas reservas internacionais não é exatamente igual às compras ou vendas efetuadas via leilões.
Isso porque existem operações diretas do BC, como o pagamento de encargos da dívida externa
nele depositada, ou daquela relativa ao Fundo Monetário Internacional - FMI, os créditos e débi-
tos no âmbito dos Convênios de Créditos Recíprocos - CCR e as receitas de aplicações das
reservas, entre outras.
Compete privativamente ao Banco Central, segundo a Lei nº 4.595, ser o depositário das re-
servas oficiais de ouro, de moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque - DES. Assim, o
BC mantém aquelas reservas aplicadas no mercado financeiro internacional em depósitos a
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Breno Xavier de Brito
prazos fixos diferenciados, em títulos governamentais estrangeiros, em ouro e em outros ativos
financeiros de alta segurança e liquidez. Para o bom gerenciamento das aplicações, leva-se em
conta todos os compromissos que o BC tem no curto, médio e longo prazos, assim como a pre-
visão de receitas e despesas do mercado de câmbio como um todo.
Um outro aspecto a ser considerado diz respeito ao nível mínimo que o BC tem que garantir
para as reservas internacionais do País. O Senado Federal, conforme estabelecido na Resolu-
ção nº 82, de 18.12.90, fixou como nível mínimo aquele que assegure recursos suficientes para
manter a média mensal das importações dos últimos 12 meses, durante um período mínimo de
quatro meses.
Capitais estrangeiros são os bens ou recursos ingressados no País cuja propriedade per-
tence a residentes no exterior.
Os capitais estrangeiros são aplicados no País basicamente como investimentos e créditos.
Os investimentos representam ações do capital social de empresas instaladas no Brasil, que
podem ser adquiridas diretamente ou via bolsas de valores.
33
Breno Xavier de Brito
O Brasil é membro de vários organismos financeiros internacionais e deles participa como
subscritor de capital e tomador de empréstimos. O BC é o órgão de ligação entre o governo bra-
sileiro e esses organismos, entre os quais podem ser mencionados: o Fundo Monetário Interna-
cional (FMI); o Grupo Banco Mundial — do qual fazem parte o Banco Internacional de Recons-
trução e Desenvolvimento (BIRD), a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), a Cor-
poração Financeira Internacional (CFI) e a Agência Multilateral de Garantia ao Investimento (MI-
GA); o Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento — composto pelo próprio BID, pela
Corporação Interamericana de Investimentos (CII), e o BID também administra o Fundo Multilate-
ral de Investimentos (FUMIN); o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, composto pelo pró-
prio BAD e pelo Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD); o Fundo Financeiro para o Desen-
volvimento da Bacia do Prata (Fonplata); o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola
(FIDA); e a Organização Mundial do Comércio (OMC). No desempenho desta tarefa, o Banco
Central analisa e fornece os fundamentos técnicos para negociações de recomposição ou de
aumento de capital — encontram-se no BC as contas em moeda nacional e moedas estrangeiras
para as transações com esses organismos — assim como processos de adesão a novos orga-
nismos, como é o caso da Corporação Andina de Fomento (CAF), cuja adesão brasileira, em
outubro/95, encontra-se no Congresso Nacional para ser ratificada. Além disso, informam-se às
empresas brasileiras as oportunidades de exportação decorrentes de projetos a serem financia-
dos pelos organismos em todo o mundo.
O Tratado de Assunção, que foi assinado em 26.03.91, pelos presidentes do Argentina, Bra-
sil, Paraguai e Uruguai, prevendo a constituição, ocorrida em 31.12.94, de um mercado — o
Mercado Comum do Sul - Mercosul — entre os quatro países, estabelece que o Banco Central é
membro do Grupo Mercado Comum, o qual, na qualidade de órgão executivo, coordena os tra-
balhos dos subgrupos técnicos.
O Banco Central do Brasil assumiu a coordenação do Subgrupo nº 4 - Políticas Fiscal e Mo-
netária Relacionadas com o Comércio, vinculado ao Grupo Mercado Comum do Mercosul, que
cuida dos temas afetos aos bancos centrais: regime cambial, movimentação de capitais, sistema
financeiro, seguros, mercado de capitais e promoção e proteção de investimentos.
Encerrada a primeira fase do processo de integração, com a entrada em vigor, em 01.01.95,
da Zona de Livre Comércio e União Aduaneira parciais, o Mercosul promoveu mudanças em sua
estrutura institucional, visando a consolidação do referido processo. A nova estrutura técnica
manteve o Subgrupo nº 4 — agora sob a denominação de Assuntos Financeiros — e passou a
incluir entre os seus temas, além daqueles já mencionados, o de indicadores macroeconômicos,
antes ao encargo do extinto Subgrupo nº 10 — Coordenação Macroeconômica, então coordena-
do pelo Ministério da Fazenda.
Ao longo da primeira fase do processo de integração, maior ênfase foi dada ao campo do
comércio de bens. No que se refere aos serviços, avanços importantes foram alcançados no
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Breno Xavier de Brito
levantamento das principais assimetrias nas legislações dos estados-partes. Nesta segunda fase
do processo, procurar-se-á avançar nos temas relacionados com os serviços financeiros.
3.6 - Negociação da Dívida Externa
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Breno Xavier de Brito
de Crédito Rural (MCR), a Consolidação das Normas Cambiais (CNC) e o Plano Contábil das
Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF).
A atividade de fiscalização, por sua vez, desenvolve-se de modo direto — vistoria nas insti-
tuições para verificar sua solidez e a observância dos aspectos legais e regulamentares das
operações, registros e controles — e de modo indireto — feita internamente e de modo sistemá-
tico com base nas informações prestadas pelas instituições ao BC e utilizando-se da fixação
prévia de parâmetros operacionais e de desempenho.
A fiscalização direta é realizada por equipes técnicas, a partir de planejamento ou programa
de fiscalização contemplando diretrizes básicas da atividade, que podem ser redimensionadas
em função de demandas extras, como a verificação de anormalidades ou procedimentos não
usuais ocorridos no Sistema Financeiro. O acompanhamento indireto consiste no monitoramen-
to, por meio de sistema computadorizado, de instituições e conglomerados financeiros, indepen-
dentemente de qualquer programação, tendo como objetivo principal colher informações sobre
sua situação econômico-financeira e comportamental.
Na prática, as duas formas se complementam, uma vez que o acompanhamento indireto
possibilita ajustar o programa de fiscalização direta quando detectadas ocorrências anormais.
Além disso, as equipes de fiscalização são supridas com dados e informações relevantes sobre
as instituições, o que é útil para o direcionamento de seu trabalho. Após a conclusão da fiscali-
zação, eventuais irregularidades detectadas são inseridas nos sistemas de informações do Ban-
co Central, sob forma de ajustes, retroalimentando os dados de cada empresa para fins de a-
companhamento indireto.
Atualmente, o BC fiscaliza mais de três mil instituições, abrangendo cerca de 23 mil depen-
dências, englobando bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de inves-
timento e de desenvolvimento, financeiras, sociedades corretoras e distribuidoras, sociedades de
arrendamento mercantil, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e emprés-
timo, fundos mútuos, cooperativas de crédito e empresas administradoras de consórcios. São
fiscalizadas ainda operações de crédito rural e agroindustrial, tarefa que muitas vezes exige vis-
torias nas propriedades e empreendimentos financiados. Além disso, denúncias e reclamações
do público em geral, solicitações de outros órgãos do Executivo e dos poderes Legislativo e Ju-
diciário exigem ações imediatas da fiscalização, tanto para levantar informações como para apu-
rar irregularidades. A fiscalização também faz o acompanhamento de mais de uma centena de
dependências de bancos brasileiros no exterior, localizadas em trinta e oito países.
Para facilitar as tarefas de fiscalização, o BC tem equipes técnicas que desenvolveram e a-
primoram permanentemente o Manual da Fiscalização (MF), utilizado pelos fiscalizadores como
instrumento de suporte ao seu trabalho, além de outros manuais normativos já mencionados.
Com base no Sisbacen (Sistema de Informações do Banco Central), cujo uso é franqueado
às instituições do Sistema Financeiro Nacional, a fiscalização utiliza intensivamente inúmeras
informações através de diversos sistemas aplicativos que possibilitam o acesso a dados contá-
beis com o intuito de diagnosticar situações de anormalidade ou de risco e acompanhar, tanto
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Breno Xavier de Brito
individualmente como de forma comparativa, o comportamento das instituições com base em
indicadores econômico-financeiros. Outros sistemas aplicativos permitem também obter informa-
ções relativas ao cadastro de instituições e de pessoas físicas que atuem na condição de admi-
nistradores no Sistema Financeiro Nacional, à movimentação das reservas bancárias e opera-
ções de empréstimos de liquidez, ao registro e controle do trânsito de processos, às taxas e índi-
ces praticados ou utilizados pelo mercado e ao controle de ocorrências de irregularidades prati-
cadas por instituição financeira. Encontram-se ainda em fase de desenvolvimento aplicativos que
visam consolidar notícias e informações internas e externas sobre as instituições, calcular e a-
companhar limites operacionais e a concentração das aplicações (maiores devedores) e das
captações (maiores depositantes).
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Breno Xavier de Brito
6 – Outras atribuições
O Banco Central desempenha uma série de outras atribuições que, por sua natureza e es-
pecificidade, não se confundem com as descritas até aqui. Contudo, elas têm grande importância
na vida econômica nacional, merecendo, portanto, breve descrição.
Em primeiro lugar, por determinação constitucional, o BC exerce a função de banqueiro do
governo, detendo a chamada “Conta Única” do Tesouro Nacional, que contabiliza as disponibili-
dades de caixa da União. Essas disponibilidades são compostas por recursos de origem tributá-
ria, recolhidos pelas instituições financeiras na função de intermediárias na arrecadação de tribu-
tos e pagamentos à ordem do Tesouro Nacional, pelo resultado líquido dos leilões primários do
Tesouro Nacional e pelo resultado positivo do BC. Este último destina-se ao resgate de dívida do
Tesouro Nacional.
O Banco Central tem também algumas outras funções que o tornam o principal organismo
regulador em campos específicos. Assim, cabe ao BC:
regulamentar, autorizar e fiscalizar as atividades das sociedades conhecidas como con-
sórcios, fundos mútuos ou outras formas associativas assemelhadas que objetivem a
aquisição de bens de qualquer natureza;
normatizar, autorizar e fiscalizar as sociedades de arrendamento mercantil, as socieda-
des de crédito imobiliário e as associações de poupança e empréstimo, bem como regu-
lar todas as suas operações;
normatizar as operações do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), consolidar suas
informações por meio do Registro Comum das Operações Rurais (RECOR) e adminis-
trar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);
acompanhar as operações de endividamento de estados e municípios, através de Sis-
tema de Registro das Operações de Crédito com o Setor Público, inclusive para os fins
de fiscalização do cumprimento dos limites e condições estabelecidos em resoluções do
Senado Federal;
desenvolver trabalho de comunicação social tanto de caráter técnico, através de publi-
cações como o Boletim (mensal), Relatório (anual) e Nota à Imprensa, como de orienta-
ção, através de serviços de atendimento ao público, instalado em todos os escritórios
regionais.
Resumidamente, podemos defini-lo como o órgão financeiro central do país, entidade autár-
quica, vinculada ao Ministério da Fazenda; é um órgão executivo, cabendo-lhe fazer cumprir as
disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas emanadas do Conselho
Monetário Nacional.
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Breno Xavier de Brito
4.2.3 - Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
É o líder do sistema dos Bancos de Fomento; principal órgão de execução da política de in-
vestimento do Governo Federal.
Juntamente com as empresas filiadas (FINAME), é responsável pela expansão e moderni-
zação do sistema produtivo nacional.
Seus recursos são próprios e os decorrentes de empréstimos, doações de entidades nacio-
nais, estrangeiras, além de organismos internacionais como o Banco Interamericano de Desen-
volvimento.
Através do Banco Nacional de Habitação (BNH), foi o grande responsável pelo gerencia-
mento do sistema habitacional até a sua liquidação, através do decreto lei 2.291 de 1986; poste-
riormente suas atribuições foram delegadas à Caixa Econômica Federal.
O MNI (Manual de Normas e Instruções), preparado e editado pelo Banco Central, estabele-
ce entre outras, as normas operacionais de todas as instituições financeiras.
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Breno Xavier de Brito
No agrupamento das instituições financeiras, os bancos comerciais por suas múltiplas fun-
ções, constituem a base do sistema monetário, devido aos serviços prestados, são, dúvida, a
mais conhecida das instituições financeiras.
Podemos agrupar as instituições financeiras, segundo as peculiaridades de funções de cré-
ditos em segmentos a saber:
1o.) - Instituições de crédito a curto prazo
bancos comerciais;
caixas econômicas;
cooperativas de crédito.
2o.) - Instituições de crédito de médio e longo prazo
bancos de desenvolvimento;
bancos de investimento.
3o.) - Instituições de crédito para financiamento de bens de consumo duráveis
sociedades de crédito, financiamento, investimento;
caixa econômica federal.
4o.) - Sistema Financeira de Habitação
caixas econômicas;
associações de poupança e empréstimo;
sociedade de crédito imobiliário.
5o.) - Instituições de Intermediação no Mercado de Capitais
sociedades corretores (CCVM);
sociedades distribuidores (DTVM);
insvestidores instituicionais;
6o.) - Instituições de Seguro e Capitalização
seguradoras;
corretoras de seguro;
entidades abertas e fechadas de previdência privada;
sociedades de capitalização.
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Breno Xavier de Brito
Os Bancos Comerciais atuam em faixa específica do mercado financeiro, atendendo basi-
camente as operações de curto e médio prazo, além de arrecadações de impostos, taxas, con-
tribuições, ordens de pagamento e recebimentos diversos.
Atualmente, como sua principal atividade, integram o sistema brasileiro de poupança e em-
préstimo e o sistema financeiro da habitação, sendo, juntamente com os bancos comerciais, as
mais antigas instituições do sistema financeiro nacional.
São instituições que atuam, basicamente, no setor primário da economia, com o objetivo de
permitir uma melhor comercialização de produtos rurais e criar facilidades para o escoamento
das safras agrícolas para os centros consumidores, sendo de destacar que os usuários finais do
crédito que concedem são sempre os cooperados.
As cooperativas de crédito tiveram seus poderes ampliados pela circular 2.173 de 06.05.92,
do Bacen, que lhes deu opções antes restritas aos Bancos Comerciais. E a partir daquela data,
tais entidades podem adotar uma correção monetária do balanço patrimonial sistemáticas de
suas demonstrações financeiras. Com seus patrimônios corrigidos, elas poderão participar do
mercado praticando juros reais, que, mesmo menores que os dos bancos, não serão tão pater-
nalistas como os anteriormente oferecidos aos seus associados.
São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra, venda e distribuição
de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Elas fazem a intermedia-
ção com as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituição depende de autorização do BC
e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM e, como tal, operam nos recintos
das bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de ações; administram
carteiras e custodiam valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos de investi-
mento; operam no mercado aberto e intermediam operações de câmbio.
Suas atividades tem uma faixa operacional mais restrita que a das corretoras, já que elas
tem acesso as bolsas de valores e de mercadorias. Suas atividades básicas são constituídas de:
subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários para revenda;
intermediação da colocação de emissões de capital no mercado; operações no mercado aberto,
desde que satisfaçam as condições exigidas pelo BC.
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Breno Xavier de Brito
Na esfera deste mercado gravitam ainda os agentes autônomos de investimento, que são
pessoas físicas credenciadas pelos BI (Bancos de Investimentos), financeiras, CCVM e DTVM,
que, sem vínculo empregatício e em caráter individual, exercem, por conta das instituições cre-
denciadas a colocação de títulos e valores mobiliários, quotas de fundos de investimento e ou-
tras atividades de intermediação autorizadas pelo BC.
Em síntese podem ser agrupados em: fundos mútuos de investimentos, entidades fechadas
de previdência privada, fundações e seguradoras.
Fundos Mútuos de Investimentos: São constituídos sob a forma de condomínio aberto e
representam a união de recursos de valores mobiliários, com o objetivo de propiciar a
seus condôminos a valorização de quotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo
tempo que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capi-
tal permanente das empresas.
Entidades Fechadas e Abertas de Previdência Privada: São instituições restritas a de-
terminado grupo de trabalhadores, mantidas através da contribuição periódica de seus
associados e de sua mantenedora que, com o objetivo de valorização de seu patrimônio,
são obrigados, por força da lei n. 6.435/77, regulamentada pela resolução de 11.01.83,
aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado acionário.
Seguradoras: A chamada lei da reforma bancária (lei n. 4.595/64), que reformulou o sis-
tema financeiro nacional, enquadrou as seguradoras como instituições financeiras, su-
bordinando-as a novas disposições legais, sem contudo, introduzir modificações de pro-
fundidade na legislação específica aplicável a atividade.
Assim, as seguradoras são obrigadas a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado
acionário.
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Os bancos múltiplos surgiram através da resolução n. 1.524/88, emitida pelo BC por decisão
do CMN, a fim de racionalizar a administração das instituições financeiras. Como o próprio nome
diz, permite que algumas dessas instituições, que muitas vezes eram empresas de um mesmo
grupo, possam constituir-se em uma única instituição financeira, com personalidade jurídica pró-
pria e, portanto, com um único balanço, um único caixa e, conseqüentemente, significativa redu-
ção de custos . Em termos práticos, mantêm as mesmas funções de cada instituição em sepa-
rado, com as vantagens de contabilizar as operações como uma só instituição.
As carteiras de um banco múltiplo envolvem carteiras comercial (regulamentação dos BC),
carteira de investimento (regulamentação dos BI), carteira de crédito imobiliário (regulamentação
dos SCI), carteira de aceite (regulamentação das SCFI), e carteira de desenvolvimento (regula-
mentação dos BD). Mas recentemente foi incluída a carteira de leasing.
Para configura a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das cartei-
ras mencionadas, sendo uma delas, obrigatoriamente comercial ou de investimento.
Exercícios
43
Breno Xavier de Brito
5 - POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL, CAMBIAL E DE RENDAS
Vamos analisar agora a dinâmica do mercado financeiro no que concerne aos objetivos
maiores da política monetária e, por conseqüência, da política econômica global do Governo.
GOVERNO
TESOURO EXTERIOR
TITULOS
DO
TESOURO 1 R$ US$
T
2
BC
C
3
TÍTULOS DO BC
T R$ C
MERCADO INTERBANCÁRIO
5 6 7
PÚBLICO
44
Breno Xavier de Brito
Fonte: FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro no Brasil – Produtos e Serviços: Qualyti-
mark, São Paulo – 2000.
1. O Governo emite títulos através de seu caixa – o Tesouro – de forma a cobrir o seu défi-
cit.
2. Os dólares provenientes do saldo da balança de pagamentos são registrados no BC co-
mo reservas e aplicados no exterior. Esses mesmos dólares são transformados em reais
pelo BC, para serem entregues no Brasil a quem de direito e imediatamente emitidos tí-
tulos pelo Tesouro, de forma a evitar aumento de liquidez na economia.
3. O BC coloca junto aos bancos seus títulos e os títulos do Governo.
4. Os bancos captam recursos entre si, através da emissão de CDI, e com estes recursos
compram ativos.
5. Os bancos compram recursos junto ao público, dando em troca os títulos privados
CDB/RDB/LC para compra de CDI ou títulos do Governo, de acordo com as oportunida-
des das taxas ou devolvendo ao público na forma de empréstimos.
6. Os bancos trocam recursos com o público através das contas correntes, utilizando-os em
oportunidades de negócios com títulos ou devolvendo-os ao público na forma de em-
préstimos.
7. Os bancos recebem recursos do público através da compra de cotas dos fundos, dire-
cionando estes recursos para aquisição de títulos públicos e privados.
Ela pode ser definida como o controle da oferta da moeda e das taxas de juros que ga-
6
rantam a liquidez ideal de cada momento econômico.
6
Entenda a Famosa Base Monetária
Por Antonio Carlos Berwanger
A Base Monetária é usualmente entendida como a quantidade de moeda que circula na econo-
mia. Este conceito não é totalmente correto. O Banco Central é o responsável pela criação e
destruição da Base Monetária. Portanto, a Base Monetária é igual ao estoque de moeda emitida
pelo Banco Central desde seu início. Na prática porém, esta emissão não ocorre voluntariamente
em benefício de um agente econômico, mas sim em resposta a uma operação em que o Banco
Central receberá algo em troca. Vamos explicar isto melhor:
A Base Monetária é o passivo do Banco Central. Não é um direito, mas uma obrigação. Por e-
xemplo: um exportador que acaba de receber o pagamento da venda de seu produto em dólares
procura o Banco Central para trocar seus dólares por reais. Os dólares que o Banco Central
recebe vão aumentar as reservas internacionais do país, que tornam-se propriedade, são o ativo,
do Banco Central. Da mesma maneira, esta emissão feita ao exportador aumenta a Base Mone-
tária, o passivo, compromisso do Bacen.
O exemplo contrário é o do importador que possui reais e deseja obter dólares para efetuar os
pagamentos necessários no exterior. Neste caso, o Banco Central cederá divisas, diminuindo o
seu ativo, e ao mesmo tempo adquirirá reais, caindo o montante de suas obrigações (passivo).
A Base Monetária é contabilmente igual ao papel moeda em poder do público mais as reservas
bancárias compulsórias dos bancos comerciais recolhidas pelo Banco Central. Consideram-se
papel moeda em poder do público tanto o dinheiro que está efetivamente nas mãos dos cidadãos
quanto o que está no caixa dos bancos para suprir os saque que serão feitos.
45
Breno Xavier de Brito
O executor dessas políticas é o Banco Central e os instrumentos clássicos utilizados são:
depósito compulsório; redesconto ou empréstimo de liquidez; mercado aberto (open market);
controle e seleção de crédito.
O depósito compulsório regula o multiplicador bancário, imobilizado de acordo com a taxa de
recolhimento de reserva obrigatória fixada pelo CMN, uma parte maior ou menor dos depósitos
bancários e os recursos de terceiros que nela circulem (títulos em cobrança, tributos recolhidos,
garantias de operações de crédito), restringindo ou alimentando o processo de expansão dos
meios de pagamento.
As reservas bancárias compulsórias recolhidas pelo Banco Central são obrigações dos bancos
comerciais, que devem legalmente separar uma parte pré-determinada dos depósitos à vista do
público, sob a forma de depósito compulsório que é remetido ao Banco Central.
O que faz a Base Monetária se alterar?
Um depósito à vista de um agente particular não altera a Base Monetária. Este depósito deixa a
forma de papel moeda em poder do público e passa para a forma de reservas bancárias compul-
sórias no Bacen e reservas bancárias no caixa dos bancos. Portanto, neste caso, não houve
variação da Base Monetária.
Por outro lado, se a empresa recebe dólares em decorrência de uma exportação e procura o
Banco Central para trocá-los por moeda nacional, o Banco Central recolhe os dólares, aumen-
tando seu ativo, e cede reais à empresa, aumentando a Base Monetária.
7
Entenda como funcionam as contas do Governo
Por Catherine Vieira
Repórter, InvestShop.com
Em tempos de metas rígidas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as contas
públicas estão mais do que nunca na mira dos analistas econômicos. Mas o que tem você a ver
com a balança comercial, o superávit primário e o déficit em conta corrente? Na verdade, muita
coisa. A linha de condução que o Governo dá às suas contas é absolutamente determinante
para prever os cenários no curto e médio prazo e se programar para tempos que podem ser de
vacas gordas ou magras, de recessão ou desenvolvimento, de investimento seguro ou de risco.
O cenário hoje das contas do Governo é visto como positivo pelos analistas. Isso porque desde o
fim do ano passado a dívida líquida, que é a soma da dívida interna com a dívida externa, dimi-
nuiu. Isso foi possível graças a alguns ajustes feitos com as reformas administrativa e da Previ-
dência, com o aumento da arrecadação devido à criação de novos tributos e com a retomada do
crescimento econômico, para citar os fatores mais decisivos. Com o corte que o BC determinou
na Selic, o cenário para a dívida interna fica ainda mais favorável, pois o Governo deve econo-
mizar cerca de R$ 5 bilhões só no pagamento dos juros.
Tudo isso colabora para o cumprimento das metas acertadas com o FMI, o que ajuda na capta-
ção de dinheiro e gera efeitos positivos sobre o balanço de pagamentos. É claro que todo esse
cenário positivo pode ser afetado por uma grande crise econômica como as da Ásia e da Rússia
ou uma reviravolta na economia americana, mas por ora, o chamado risco país do Brasil conti-
nua controlado. Muito complicado? Então entenda em detalhes como funcionam as contas do
Governo:
Balança Comercial – É a diferença entre a exportação e a importação de bens e serviços. Nor-
malmente, a conta é feita separadamente para os serviços, que englobam o pagamento de juros,
46
Breno Xavier de Brito
Tem forte impacto sobre a política monetária e, especificamente, o crédito, na medida em
que os prazos de recolhimentos de impostos afetem o fluxo de caixa dos agentes econômicos.
Do ponto de vista de sua integração com as políticas monetária e cambial, uma política fiscal
adequada permitirá neutralizar o endividamento interno do Tesouro através de um superávit fis-
fretes, royalties etc e por isso têm um peso muito grande. Esta é a chamada conta-serviço ou
balanço de serviços.
Conta-corrente - É o resultado da balança comercial mais a conta-serviço e mais as transferên-
cias unilaterais (doações, remessas e outros valores que não terão retorno). No Brasil, como a
conta-serviço é muito alta, há um constante déficit em conta corrente. O desafio do Governo é
diminuí-lo.
Conta-Capital - É onde são computadas as entradas e saídas de capital como empréstimos,
amortizações de dívidas, investimentos diretos e financiamentos.
Balanço de pagamentos - Somando-se a conta-corrente mais a conta capital, encontra-se o
resultado do balanço de pagamentos. Como há déficit constante na conta-corrente, é preciso
captar muita entrada de recursos para criar saldo positivo na conta capital e amenizar o déficit do
balanço de pagamentos.
Captação externa – Quanto mais a dívida cresce, mais dependentente o país fica da captação
de dinheiro externa. A soma do déficit em conta corrente mais as amortizações (valores que
serão pagos para abater a dívida) correspondem ao valor mínimo que o Brasil precisa captar por
meio de empréstimos no exterior. Hoje, essa conta fica em torno de US$ 50 bilhões.
Risco país - Como precisa captar dinheiro no exterior, o país precisa manter o déficit em um
nível sustentável para não afugentar os investidores estrangeiros. Isso é chamado por alguns
economistas de risco país ou risco Brasil: se o déficit é muito grande e o país vai perdendo ca-
pacidade de pagamento, o risco Brasil é considerado maior, ou seja, os investidores consideram
o país como um investimento de muito risco, explica o coordenador da pós-graduação da UFRJ,
Francisco Eduardo. Isso é medido pelo tamanho do déficit em conta-corrente em relação ao PIB.
Crescimento da dívida - No Brasil, o déficit cresceu muito depois do Plano Real e já chegou a
5% do PIB no pós-crise da Ásia. Quando se chega a esse ponto, o Governo geralmente toma
medidas para diminuir a sua vulnerabilidade, como renegociar a dívida externa e as metas com o
Fundo Monetário Internacional. O déficit em conta corrente hoje é em torno de US$ 23 bilhões.
Já chegou a ser de US$ 30 bilhões.
Equílibrio – De acordo com o professor do Ibmec, Carlos Thadeu de Freitas, a saída para os
países que devem muito – e o Brasil está entre eles – é exportar mais. "Não dá para cortar muito
as importações porque isso afeta o crescimento e os preços internos. É importante também co-
meçar a substituí-las. Isso já está acontecendo porque o dólar ficou muito caro", lembra ele. "A-
lém disso, é preciso manter a taxa de câmbio flutuante, buscar o equilíbrio fiscal e adotar uma
política monetária saudável com juros básicos nem muito altos e nem muito baixos"
Contas internas – De acordo com Carlos Thadeu, a solução é aumentar a poupança interna, ou
seja fortalecer a economia e equilibrar as contas públicas, para ficar menos vulnerável e gerar o
superávit primário. Com isso, é possível diminuir a dívida líquida, que é a soma da dívida interna
mais a externa menos as reservas cambiais.
Superávit Primário – O resultado das receitas do Governo menos as despesas sem contar as
despesas com pagamento de juros, gera o superávit (se for positivo) ou o déficit (se for negativo)
primário. Com algumas medidas como aprovação das reformas administrativa e da Previdência,
a desvalorização da moeda e a criação de impostos como a CPMF, que geraram aumento da
arrecadação, o Governo tem conseguido, a partir do fim do ano passado, obter superávit primá-
rio.
Taxas de juros – A queda recente determinada pelo Banco Central para a taxa básica (Selic)
também afeta as contas. Se por um lado, torna o Brasil menos atrativo para os investidores es-
trangeiros, por outro reduz essa necessidade de recursos externos para financiar o déficit porque
diminui o custo do Governo com o pagamento de juros nas dívidas internas.
Fatores externos – Cumprir as metas acertadas com o FMI, diminuir o tamanho da dívida líqui-
da e fortalecer a economia interna são fatores determinantes, mas que mesmo funcionando po-
dem não ser suficientes para gerar crescimento e manter o cenário favorável. Uma crise econô-
mica como a que aconteceu na Ásia e na Rússia afeta determinantemente a economia dos paí-
ses dependentes do capital externo, como o Brasil.
47
Breno Xavier de Brito
cal que, inclusive, gerasse recursos para a aquisição dos dólares gerados pela política cambial
da balança comercial e financeira positiva.
8
Entenda o Famoso Balanço de Pagamentos
Por Antonio Carlos Berwanger
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Breno Xavier de Brito
reduzidas se usadas constantemente para cobrir os déficits. Quando isso ocorre, muitas vezes o
país é obrigado a recorrer a empréstimos de regularização junto ao FMI, para poder honrar seus
compromissos e resguardar parte de suas reservas.
Superávit do Balanço de Pagamentos, por sua vez, é considerado bastante positivo pelo
mercado. Ou as exportações do país cresceram, ou ele está vendendo mais seus serviços ao
exterior, ou mais capitais estão entrando para investimentos.
49
Breno Xavier de Brito
território. Serviços governamentais e demais serviços, como royalties e direitos autorais
e de publicidade, completam o Balanço de Serviços de Não Fatores.
3. Transferências Unilaterais: As transferências unilaterais são doações e remessas de di-
nheiro de imigrantes para seus familiares nos seus países de origem, assim como re-
messas de dinheiro de brasileiros no exterior para suas famílias aqui.
4. Transações em Conta Corrente: O Saldo das Transações Correntes é a principal conta
do Balanço de Pagamentos. Ela é a soma dos resultados da Balança Comercial, da Ba-
lança de Serviços e das Transferências Unilaterais. É também a conta mais valorizada
pelo mercado, pois leva em consideração a capacidade que o país tem de efetivamente
acumular reservas. O superávit desta conta significa que entraram dólares que efetiva-
mente ficarão no país. Não há pagamentos de volta para estes.
Porém, o professor Carlos Thadeu faz um alerta: "O Brasil é um país naturalmente im-
portador de capitais. Precisa importar máquinas e tecnologia, para crescer. Não se deve
esperar que o país passe a ter superávit em Transações Correntes", afirma. A entrada
de capitais, investimentos diretos e financiamentos externos é importante para o desen-
volvimento da economia do país. Mas, em contrapartida, o país envia grandes remessas
de lucros, dividendos e, principalmente, juros para o exterior.
Isto não significa, porém, que o Brasil deva ter grande déficit em Transações Correntes.
Quando isso ocorre, faz-se necessária a entrada de grandes montantes de capitais ex-
ternos para financiar este déficit e os investidores passam a ter dúvida quanto à capaci-
dade do país cumprir seus compromissos. "O país deve manter um déficit controlado",
complementa Carlos Thadeu. Assim, consegue seu objetivo de importações e ao mesmo
tempo, se mantém atraente à entrada de capitais externos.
5. Movimento de Capitais Autônomos: A conta seguinte do Balanço de Pagamentos é o
Movimento de Capitais Autônomos. Estes movimentos se dão na forma de empréstimos,
financiamentos, investimento externo direto, amortização de empréstimos obtidos, rein-
vestimentos e capitais de curto prazo.
Como o próprio nome diz, é todo o dinheiro que saiu ou entrou no país ao sabor do mer-
cado, por mera vontade dos investidores, seja para investimentos em bolsas e fundos,
seja em investimentos de prazos mais longos.
Esta é outra conta muito importante para o país. O Brasil consegue ter um grande supe-
rávit nesta conta, principalmente pela entrada de grandes montantes de capitais em in-
vestimentos externos diretos. Estes investimentos são representados por remessas de
empresas estrangeiras para o país para a construção de novas fábricas, por exemplo.
Quando uma estatal é privatizada e comprada por empresa estrangeira, o dinheiro que
entra para o pagamento também é contabilizado como investimento direto. Este superá-
vit possibilita ao país manter um déficit controlado em transações correntes, como já ex-
plicado acima.
50
Breno Xavier de Brito
6. Saldo do Balanço de Pagamentos: O Saldo do Balanço de Pagamentos é a soma do
Saldo das Transações Correntes com o Movimento de Capitais Autônomos e Erros e
Omissões (um valor estimado para anular as imperfeições que normalmente ocorrem).
7. Capitais Compensatórios:A última conta do Balanço de Pagamentos é o Movimento de
Capitais Compensatórios. Esta conta inclui a conta de caixa do Banco Central, que mede
a variação de reservas internacionais (em moeda estrangeira) do país, empréstimos de
regularização e atrasados comerciais.
O Saldo do Balanço de Pagamentos tem o mesmo valor absoluto e sinal contrário ao
Movimento de Capitais Compensatórios. Isto se ocorre porque, como explicado anteri-
ormente, para cada valor que entra nas contas existe uma contrapartida no mesmo mon-
tante. Esta contrapartida, na maioria das vezes, se dá na conta caixa do Bacen, que me-
de a variação das reservas.
O Movimento de Capitais Compensatórios mostra de onde sai o dinheiro quando o Ba-
lanço de Pagamentos é deficitário e para onde vai o dinheiro quando o país obtém supe-
rávit. Nesta conta podemos verificar a variação das reservas internacionais do país, que
aumentam quando o país atinge superávit e diminuem quando o país obtém déficit.
É a que o Governo exerce, estabelecendo controles diretos sobre a remuneração dos fato-
res diretos de produção envolvidos na economia, tais como: salários, depreciações, lucros, divi-
dendos e preços dos produtos intermediários e finais.
Exercícios
51
Breno Xavier de Brito
6 - MERCADO FINANCEIRO
As operações de crédito são as ações desenvolvidas pelas empresas para captação de re-
cursos financeiros. Podem ser divididas em curto (normalmente menos de 1 ano) e médio e lon-
go prazo (acima de 1 ano):
curto prazo: operações de desconto e empréstimo através de emissão de nota promis-
sória, crédito rotativo ou contas integradas, crédito direto ao consumidor (CDC e CDCI),
hot money, crédito em conta corrente (cheque especial), conta garantida, factoring;
médio e longo prazo: debêntures, leasing, financiamentos do BNDES, entre outras.
Opera com títulos de médio e longo prazo e com participação no capital da empresas. É
subdividido em dois segmentos:
Mercado de recursos para financiamentos a médio e longo prazos;
52
Breno Xavier de Brito
Mercado de ações, a termo e futuro.
O mercado de recursos para financiamento a médio e longo prazo trabalha com recursos
para financiamento de infra estrutura econômica industrial e comercial, atividade rural e constru-
ção civil. Para isso, a empresa deve possuir uma política de investimentos, ou seja, planejar o
desenvolvimento futuro da empresa, elevar a produtividade dos fatores e aumentar a competiti-
vidade. Diante dessa situação devemos ainda:
1. Dimensionar o fluxo de caixa de cada proposta
Avaliar os fluxos de caixa;
definir a taxa de retorno
avaliar o risco.
2. Definir o motivo do investimento:
Ampliação;
reposição/modernização de ativos fixos;
arrendamento e/ou aquisição de ativos fixos.
3. E as alternativas disponíveis:
Imobilização;
mercado financeiro;
mercado de capitais.
Após estas considerações, decidiremos se buscaremos no mercado de recursos de longo
prazo, ou outras medidas, através de:
retenção de lucros (capital próprio);
deduções de juros e taxas ao prazo de descontos (entre a antecipação e o vencimento)
integralização de ações;
repasse de recursos internos (BNDES);
poupança captada no exterior por instituições financeiras nacionais (Resolução 63 - Ba-
cen);
9
debêntures ;
9
Entenda as famosas debêntures
Por Julio Brant, InvestShop.com
Quem nunca precisou da ajuda na hora em que está apertado ou sem dinheiro? Todos sabemos
as formas de se conseguir um empréstimo: através dos bancos, financeiras ou mesmo pedindo a
um amigo. Mas com uma empresa a coisa não é tão simples assim. Apesar das inúmeras formas
de captação - como empréstimo de instituições financeiras ou abertura de capital -, muitas em-
presas optam pela emissão de debêntures na hora de buscar dinheiro no mercado, seja para
investir ou para quitar dívidas.
A debênture é bem parecida com uma ação. Mas, enquanto o portador de uma debênture é um
credor da empresa, o acionista é um sócio. Além disso, a debênture garante ao seu comprador
uma renda fixa. No caso da ação, a renda é variável. Quem adquiriu uma debênture, emprestou
dinheiro e quer recebê-lo com juros. A garantia da debênture é o patrimônio da empresa.
A correção desse título é feita de acordo com a taxa de juros, ou seja, uma debênture pode ser
prefixada ou pós-fixada, corrigida por um indexador (exemplo: taxa de juros + IGP-M). Depen-
dendo do estatuto da empresa emissora e do acordo feito com os credores, esse título pode ser
considerado debênture conversível, ou seja, ela pode ser convertida em ações da empresa. As
53
Breno Xavier de Brito
leasing, etc.
Uma das opções do mercado de capitais consiste na abertura do capital da empresa, que
poderá ser, então, negociado nas bolsas de valores. O mercado de ações está subdividido em:
Segmento não institucionalizado: não está sujeito a regulamentação e ao controle das
autoridades (negociação direta);
Segmento institucionalizado: é regulamentado e controlado, as negociações são feitas
por intermédio da Bolsa de Valores, compõe-se das seguintes partes:
1. Mercado primário/mercado de balcão: mercado organizado, porém sem um local deter-
minado, as negociações são realizados por telefone (operadores);
2. Mercado secundário/mercado secundário da bolsa: são efetuadas nas Bolsas de Valo-
res, mas comente com ações de empresas registradas na Bolsa de Valores e na CVM.
As Bolsas de Valores, são associações civis, sem fins lucrativos, que reinvestem seus lucros
no desenvolvimento da estrutura do mercado, através de projetos que venham contribuir para o
crescimento e consolidação do Mercado de Ações.
As instituições sócias das Bolsas de Valores são as Sociedades Corretoras de Valores. Atu-
almente existem no mercado aproximadamente 261 Sociedades Corretoras de Valores. Na Bo-
verj 77 corretoras membros e na Bovespa também 77 corretoras membros. As 107 corretoras
restantes são filiadas às demais Bolsas de Valores.
Se uma pessoa física ou jurídica desejar comprar uma Sociedade Corretora, o primeiro pas-
so será adquirir um Título Patrimonial de emissão da Bolsa, ou de uma das sociedades correto-
ras que esteja disposta a vendê-lo.
A venda do título é feita através de leilão público e o possível comprador (es) deverão apre-
sentar suas intenções de compra, a viva-voz, em público pregão, em dia e horário a ser estabe-
lecido pela Bolsa em um edital veiculado com a devida antecedência em jornal de grande circu-
lação.
As Bolsas de Valores possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, sujeitas a
fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as diretrizes emanadas pelo Conselho
Monetário Nacional.
regras de emissão de debêntures são sempre determinadas pela empresa, ou seja, prazo de
vencimento, remuneração, conversão, todos esses pontos são negociados entre empresa emis-
sora e credor.
54
Breno Xavier de Brito
6.3.2 - Ações10
Ações são títulos representativos de contas (partes) em que se divide um Capital Social.
São certificados que conferem ao seu possuidor uma parcela de participação na empresa. Este
título pode ser transferido a qualquer tempo pelo proprietário e podem ser divididas em:
ordinárias: dão direito a voto, ou seja, a administração real da empresa, e suas respon-
sabilidades são de acordo com o montante de ações que possuem. Podem ser nomina-
tivas, endossáveis e escriturais.
preferenciais: não dão direito a voto, e tem prioridade no recebimento de dividendos ou
reembolso de capital, em caso de dissolução da empresa. Podem ser nominativas e
nominativas endossáveis.
No mercado de negociação, as ações são ainda subdividas de acordo com os critérios abai-
xo:
ações de primeira linha: São aquelas de grande liquidez e participação relevante em
termos de volume no mercado, sujeita e movimentos especulativos (cotações influencia-
10
Ao escolher uma ação, o investidor não deve verificar apenas liquidez e perspectivas de ga-
nhos de mercado, mas também se a empresa distribui bons dividendos. Essa variável vem ga-
nhando cada vez mais importância com tendência de queda dos juros. Antigamente, com juros
de 40% ao ano, um dividend yield - que mede o ganho com dividendos proporcionalmente ao de
mercado - de 10% não era tão relevante.
"Atualmente, com juro bem menor, um ganho de 8% ou 10% representa muito, já que podem,
inclusive, render mais do que uma aplicação em renda fixa", explica o responsável pela área de
investimentos do Lloyds Asset Management, Luiz Codorniz.
Segundo levantamento feito pela Economática, entre as empresas que mais pagaram dividend
yield no ano passado estão Eternit (70,3%), Souza Cruz (27,4%), Ripasa (19,9%), Fosfértil
(16,9%), Cesp (15,8%), Telemig (13,5%) e Copene (11,5%). Mas vale ressaltar que esse resul-
tado nem sempre revela as melhores aplicações do mercado.
O economista e professor da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Antonio Gonçalves, explica
que é importante escolher papéis que oferecem diversas vantagens. "Não adianta receber exce-
lentes dividendos e ficar nas mãos com um papel sem liquidez ou vice-versa, por exemplo. To-
das as variáveis devem ser analisadas", explica.
O mesmo conselho é dado pelo presidente da Associação Nacional dos Investidores do Mercado
de Capitais (Animec), Waldir Corrêa. "O investidor precisa observar a cotação do papel no pre-
gão, a política de distribuição de dividendos, a administração da empresa e até mesmo se a em-
presa está planejando novos investimentos", aconselha.
Com a melhora da economia brasileira e o crescimento das empresas, muitos investidores estão
aplicando parte de seus recursos em empresas que oferecem liquidez e pagam bons dividendos
como uma espécie de "hedge", ou seja, para se proteger de eventuais perdas da bolsa de valo-
res.
"Se o mercado acionário continuar crescendo, o investidor ganha não só com a valorização das
ações em bolsa, mas também com o pagamento de bons dividendos. Se o preço da ação cair,
pelo menos ele recebe os dividendos e perde menos, ou seja, se protege", explica o analista da
Máxima Asset Management, André Querne.
Já o chefe de Research do banco Brascan, Ricardo Mattei, não aconselha o investidor a esco-
lher ações baseado no pagamento de dividendos. "Quando a empresa anuncia quanto de divi-
dendo irá pagar, o preço da ação cai. Por exemplo, se o preço da ação é R$ 10 e a empresa diz
que pagará R$ 3 de dividendo, a ação passa a valer no mercado R$ 7. Assim, o que o investidor
ganha de dividendo, perde de ação", complementa.
55
Breno Xavier de Brito
das principalmente por fatos macroeconômicos: consumo, resultado de câmbio, merca-
dos externos, acontecimentos políticos, entre outros), dentre as quais destacam-se as
BLUE CHIPS Telebrás (agora privatizada e subdividida), Vale do Rio Doce, Eletrobrás e
Petrobrás.
ações de segunda linha: São aquelas de boa liquidez e de participação tradicional no
mercado acionário. Geralmente são empresas com menor porte de patrimônio e menor
faturamento que as empresas cujas ações são de primeira linha. Alguns exemplos: Usi-
minas, CSN, Souza Cruz, Belgo Mineira.
ações de terceira linha: São aquelas de empresas de menor porte patrimonial em alguns
casos de menor liquidez (menor comercialização na bolsa), porém que tem potencial de
crescimento. Ex: Inepar, Lojas Americanas, Duratex.
O desempenho da Bolsa de Valores é estabelecido através de um índice específico que re-
cebe o seu nome. O índice mais conhecido no mercado é o Bovespa (quadro 3, pág. 57), da
Bolsa de Valores de São Paulo. Este índice, assim como qualquer outro, é composto por uma
determinada carteira de ações, que é reformulada ao fim de cada trimestre com base no desem-
penho apresentado. Este desempenho leva em consideração Fundos que intencionam acompa-
nhar o desempenho do “índice Bovespa” e procuram compor suas carteiras com ações que
compõe o índice. Ex: Telebrás, Petrobrás, Eletrobrás e Telesp.
56
Breno Xavier de Brito
Quadro 2 - Tabela de dividendos
Dividend Yield = (Dividendos + juros s/cap próprio pagos no período de 12 meses) / Pre-
ço da ação na data da amostra
Fazem parte da amostra somente ações listadas na Bolsa de SP
Cada empresa está representada somente por sua ação mais líquida (ON ou PN)
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Breno Xavier de Brito
Quadro 3 - Carteira Teórica do Ibovespa para Janeiro a Abril/2001
Código Ação Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2)
58
Breno Xavier de Brito
O objetivo de quem opera no Mercado a Termo é o de assegurar um preço satisfatório tanto
para a compra como para a venda do ativo.
No caso de compra a Termo, o investidor acredita que os ativos que ele deseja adquirir es-
tão com o preço subavaliados (baixos) no Mercado à Vista.
O mesmo raciocínio pode ocorrer para quem vende os ativos a Termo. O investidor acredita
que o preço da venda a Termo está superavaliado (caro) em relação ao preço do Mercado á
Vista.
As operações a Termo são contratados por prazos determinados, entre comprador e vende-
dor, para liquidação futura e a um preço fixo.
Todas as ações aceitas para negociação em Bolsa podem ser objeto de um contrato a Ter-
mo.
No mercado futuro, o investidor pode comprar ou vender ativos financeiros para entrega fu-
tura, numa data de vencimentos pré-determinada. Há vencimentos em aberto para todos os me-
ses. Os vencimentos serão sempre nas terceiras segundas-feiras de cada mês.
Para entrar numa posição a futuro, o investidor não paga nada. Ele apenas deverá fazer um
depósito de margem diariamente, de acordo com a flutuação das cotações, pagar ou receber
ajustes diários, que nada mais são do que uma antecipação do resultado. O valor reduzido da
margem permite ao investidor assumir posições com um desembolso inicial menor, suficiente
para cobrir os seus riscos.
Durante a vigência do contrato, o investidor pode aumentar ou diminuir sua posição, negoci-
ando contratos no mercado, independentemente da contraparte inicial. Ele assim fica livre para
ajustar sua posição ou estratégia em decorrência da evolução das condições de mercado.
No vencimento, as posições em aberto remanescentes devem ser liquidadas por entrega, is-
to é, são liquidadas mediante a transferência de ações do vendedor para o comprador e de di-
nheiro do comprador para o vendedor, pelo último preço de ajuste do mercado.
Em uma operação a futuro, o investidor pode assumir uma posição compradora, de um con-
trato a futuro, ou uma posição vendedora de um contrato a futuro, da ação de uma empresa “x”
podendo assumir a posição de vendedor coberto ou vendedor a descoberto.
Caso o investidor comprador a futuro deseje sair de sua posição compradora, basta ele rea-
lizar uma operação de venda a futuro da mesma ação para a mesma data (operação inversa),
zerando sua posição e apurando Lucro ou Prejuízo na operação.
O mesmo ocorre com o vendedor a Futuro, que para sair de sua posição vendedora desco-
berta, tem que realizar uma operação de compra a Futuro, da mesma ação, para a mesma data
(operação inversa), zerando a sua posição e apurando Lucro ou Prejuízo na operação.
O vendedor coberto, pode adotar o mesmo procedimento ou liquidar a operação na data do
vencimento.
59
Breno Xavier de Brito
6.3.6 - Mercado de opções de ações
É o mercado onde não se negociam ações e sim direitos sobre elas. São direitos de uma
parte comprar ou vender a outra, até determinada data, uma quantidade de ações a um preço
pré-estabelecido. Neste mercado podem ser negociadas Opções de Compra e Opções de Venda
de Ações.
11
Certificado de Depósito Interbancário - CDI
Por Julio Brant, InvestShop.com
Suas principais “mercadorias” são as ações negociadas em bolsas de valores. Oferece pos-
sibilidade de obtenção de grandes rentabilidades, o risco, por outro lado, é alto.
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Breno Xavier de Brito
Quadro 4 – Exemplos de fundos de investimento e suas características
Defensivo Conservadores Agressivos
Produtos CDB/RDB FAQ R.F. FAQ Cambial Fundo Ações FIQ Ações Plus
Investidores que Investidores que Investidores que
desejam aplicar aceitam as aceitam varia-
recursos em Investidores que flutuações (posi- ções muita
Investidores que
investimentos buscam prote- tivas/negativas) elevadas (posi-
procuram nego-
de Renda Fixa ção contra vari- do mercado tivo/negativas)
ciar a rentabili-
Público-Alvo com expectativa ações da taxa acionário, em em seus inves-
dade e o prazo
de risco e retor- de câmbio (R$ busca de uma timentos, em
de suas aplica-
no superiores contra US$ rentabilidade busca de uma
ções
aos fundos DI, comercial) próxima a do melhor rentabi-
no médio e índice Bovespa lidade a longo
longo prazo Médio prazo
Objetivo de
Composta por
Qutoas de FIF potencializar a
ações que inte-
que tenham rentabilidade,
Quotas de FIF gram o índice
carteira com- investimento em
que tenham Bovespa. Não
Títulos nomina- posta por títulos ações de em-
carteira com- será feito o uso
tivos pré ou de Renda Fixa presas com alto
posta por títulos de mercados
pós-fixados de com cláusula de potencial de
ou operações derivativos
Renda fixa de correção cam- valorização e
de renda fixa, como forma de
emissão do bial ou protegi- em operações
Carteira protegidas ou proteção das
HSBC, em que dos pelo uso de no mercado
não de variação flutuações do
a taxa e o prazo derivativos. futuro e de
cambial. Pode mercado, po-
são negociados Pode apresen- opções de a-
apresentar dendo ser usa-
no momento da tar variações ções. O admi-
variações nega- do com o objeti-
aplicação negativas em nistrador poderá
tivas nas quo- vo de melhorar
função da taxa executar opera-
tas. a aderência em
de juros sobre o ções de alavan-
relação a do
dólar. cagem do fun-
índice Bovespa.
do.
Mensal, com
Cálculo dos
crédito no ven- Diário Diário Diário Diário
rendimentos
cimento
prazo mínimo
de 30 dias e
Indicado para médio prazo médio prazo longo prazo longo prazo
prazo máximo
de 360 dias
Taxa de admi-
não tem 3% ao ano. 3% ao ano. 4% ao ano 4% ao ano
nistração
Imposto de
Renda (sobre o
20% 20% 20% 10% 10%
rendimento
bruto)
Quando da
Quando da
aplicação, o seu
aplicação, o seu
valor é trans-
Conversão em valor é trans-
não tem formado em Idem Idem
cotas formado pelo
quotas pelo
valor da quota
valor da quota
da data.
da data.
63
Breno Xavier de Brito
Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (Dólar Flutuante): Instituiído pela Resolu-
ção 1.552, de 22/12/88, do CMN, legitimando um segmento de mercado que era até en-
tão considerado ilegal, enquadrando neste segmento as operações de compra e venda
de câmbio a clientes e outras operações entre instituições financeiras como definidas
pelo BC.
Estas operações são, basicamente, a troca (conversão) da moeda de uma país pela de ou-
tro. Em relação ao estabelecimento operador, elas se classificam como:
compra: recebimento de moeda estrangeira contra entrega de moeda nacional;
venda: entrega de moeda estrangeira contra recebimento de moeda nacional;
arbitragem: entrega de moeda estrangeira contra recebimento de outra moeda estran-
geira.
As necessidades destas conversões podem surgir em função de:
exportação: venda ao exterior de mercadorias e serviços com preço ajustado para pa-
gamento em moeda estrangeira;
importação: compra de mercadorias e serviços com preço ajustado para pagamento
em moeda estrangeira;
transferências: movimentação financeira de capitais de entrada ou saída do país.
Todas as operações de câmbio tem um enorme reflexo sobre o balanço de pagamentos, vis-
to que este é o resultado do somatório destas operações. Este balanço é o registro sistemático
de todas as transações econômicas que os residentes no país fazem com o resto do mundo
durante o período anual, não levando em conta o ocorrido nos outros anos. Pode ser exemplifi-
cado como um livro caixa.
A Resolução 63 de 21 de agosto de 1967, do Banco Central, que regulamenta os emprés-
timos do credor internacional a um banco estabelecido no Brasil, que por sua vez repassa os
recursos às empresas brasileiras, estabelece os movimentos dos capitais estrangeiros das se-
guintes formas:
empréstimos: sua característica básica é a de ser um capital transitório e restituível;
investimentos: consistem no chamado capital fixo ou capital de risco;
financiamentos: estão relacionados à compra ou venda de mercadorias, bens ou má-
quinas a médio ou longo prazo, vinculando-se, portanto, à exportação ou importação.
O controle da movimentação de divisas é um controle feito pelo BC, cujo objetivo principal é
evitar sua evasão, ou seja, que a moeda permaneça no exterior em nome de terceiros, em de-
trimento do país.
Nossa legislação proíbe o uso de moedas estrangeiras nas transações internas, bem como
o seu depósito em contas correntes junto aos bancos do país. Por este motivo, os pagamentos
e recebimentos relativos às operações cambiais são efetuados entre estabelecimentos
bancários, sem que ocorra transferência física da moeda.
64
Breno Xavier de Brito
As principais linhas de negociação neste mercado são: o Finamex; o Proex; as Export No-
tes; as Debêntures Cambiais e as Cartas de Crédito. Outra linha de crédito bastante utilizada
são os chamados ACC/ACE, que são adiantamentos sobre contratos de exportação.
Exercícios
01) Provão 1996 - 0 mercado de capitais tem o papel de canalizar as poupanças dos empresta-
dores de última instância (famílias, empresas, etc.) para os tomadores de última instância (con-
sumidores, empresas produtivas, Governo, etc.) e é formado por um amplo sistema de Bolsas de
Valores e instituições financeiras, operando na compra e venda de papéis (ações, títulos da dívi-
da pública, etc.) a longo prazo.
Quais as vantagens e as dificuldades das empresas na utilização do mecanismo de capta-
ção de recursos através de Bolsa de Valores, para sua capitalização e expansão das suas ativi-
dades?
DISCIPLINAS/CONTEÚDOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO
Administração Financeira e Orçamentária. Teorias de Administração, Economia, contabilida-
de e Direito.
HABILIDADES AFERIDAS
Comunicação e expressão corretas na interpretação da realidade; raciocínio lógico, crítico e
analítico para operar com valores e estabelecer relações com diferentes contextos organizacio-
nais e sociais; compreensão do todo administrativo e suas relações com o ambiente externo;
capacidade de ordenar atividades e programas, de decidir entre alternativas, de identificar e di-
mensionar riscos.
02) Provão 2000 - A Construtora Amapá esperava obter R$ 3,00 de lucro por ação no ano de 1999. Essa
expectativa baseava-se na análise da tendência dos lucros históricos da empresa, e nas condições esperadas
na economia e na indústria. O índice médio preço/lucro para empresas do mesmo setor é 5. Supondo que os
investidores aceitem essas informações como adequadas, o valor das ações da empresa é, em reais, de:
(A) 0,60 (B)1,67 (C) 3,00 (D) 5,00 (E)15,00
03) Provão 2001 - A Agropecuária Petrolina S/A teve lucros por ação de R$ 6,00 no ano passado
e pagou dividendo de R$ 3,00 por ação. Os lucros retidos totais aumentaram em 30 milhões de
reais durante o ano, enquanto o valor patrimonial por ação no fim do ano foi de R$ 50,00. A
Companhia não tem ações preferenciais e nenhuma nova ação foi emitida durante o ano. Se a
dívida de fim de ano da Petrolina foi de 500 milhões de reais, o índice de endividamento (Dívi-
da/Ativos) de fim de ano para com os ativos da empresa é:
(A) 0,0 (B) 0,5 (C) 0,6 (D) 1,0 (E) 2,0
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Breno Xavier de Brito
12 - GLOSSÁRIO RESUMIDO
Ágio. Se uma obrigação estiver sendo negociada acima de seu valor de face, diz-se que está
sendo negociada com ágio.
Análise de cenários. Análise do efeito de diversos cenários sobre o projeto, cada cenário envol-
vendo uma dada combinação de fatores.
Balanço. Uma demonstração financeira indicando o valor contábil de uma empresa numa certa
data. Reflete a equação Ativos = Passivos + Patrimônio Líquido.
Captar. Obter ou receber dinheiro por empréstimo, com a promessa ou o entendimento de de-
volvê-lo.
Carteira. Posição combinada em mais de uma ação, obrigação, ativo imobiliário ou qualquer
outro por um investidor.
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Breno Xavier de Brito
Contas a pagar. Dinheiro devido pela empresa aos fornecedores.
Custo fixo. Um custo cujo valor total não varia de um dado período e para certos níveis de ativi-
dade. Não depende do volume de bens e serviços produzidos durante o período.
Custo variável. Um custo que varia diretamente com o volume de atividade e é igual a zero
quando a produção é nula.
Debênture. Uma obrigação sem garantia real, geralmente com prazo de pelo menos 15 anos.
Uma obrigação apoiada no crédito geral da empresa emitente.
Déficit. O montante pelo qual uma soma em dinheiro é inferior ao montante exigido; uma dife-
rença positiva entre passivos e ativos, entre prejuízos e lucros, ou entre despesas e receitas.
Depreciação. Uma despesas não desembolsada, tal como o custo de instalações ou equipa-
mentos, lançada contra os lucros para amortizar o custo de um ativo ao longo de sua vida útil
estimada.
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Breno Xavier de Brito
Estoque. Um ativo circulante, formado por matéria-prima a ser utilizada na produção, bens em
elaboração e produtos acabados.
Factoring. Venda das contas a receber de uma empresa a uma instituição financeira conhecida
como factor.
Fluxo de caixa. Caixa gerado pela empresa e pago aos credores e acionistas. Pode ser classifi-
cado em (1) fluxo de caixa das operações, (2) fluxo de caixa de variações do ativo imobilizado e
(3) fluxo de caixa de variações de capital de giro líquido.
Fluxo de caixa das operações. Lucro antes de juros e depreciação menos impostos. Mede o
montante de dinheiro gerado pelas operações, ignorando os gastos de investimento ou as ne-
cessidades de capital de giro.
Fluxo real de caixa. Um fluxo de caixa é expresso em termos reais se o poder corrente de com-
pra do fluxo de caixa, isto é, na data 0, é dado.
Fluxo total de caixa da empresa. Entrada total de caixa menos saída total de caixa.
Fluxos de caixa incrementais. Diferença entre os fluxos de caixa de uma empresa com e sem
um projeto.
Hedge de compra. Proteção do custo futuro de uma compra mediante a aquisição de um con-
trato futuro para compensar as variações desfavoráveis do preço de um ativo.
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Breno Xavier de Brito
Hedge de venda. Proteção do valor de um ativo com a venda de um contrato futuro.
Hedging. Assumir uma posição em dois ou mais títulos negativamente correlacionados (assumir
posições contrárias) para reduzir risco.
Juros compostos. Jur0s que são calculados tanto sobre o principal inicial quanto sobre os juros
auferidos sobre o principal inicial em períodos anteriores. Os juros obtidos num período na ver-
dade passam a fazer parte do principal, num período seguinte.
Juros sobre juros. Juros auferidos sobre o reinvestimento de cada pagamento de juros sobre o
dinheiro aplicado.
Letra do Tesouro. Dívida de curto prazo com deságio, com vencimento em menos de um ano.
As letras do Tesouro são emitidas semanalmente pelo governo federal e são virtualmente livres
de risco.
Liquidação. Encerramento de uma empresa. A liquidação envolve a venda dos ativos da em-
presa pelo seu valor residual. Os resultados da venda, depois de descontados os custos de tran-
sação, são distribuídos aos credores segundo a ordem de prioridade estabelecida.
Liquidez. Refere-se à facilidade e rapidez com as quais os ativos são convertidos em dinheiro.
Também conhecida como negociabilidade.
Liquidez contábil. A facilidade e a rapidez com as quais os ativos podem ser transformados em
dinheiro.
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Breno Xavier de Brito
Margem de contribuição. Montante contribuído por unidade de produto, como um motor de
avião a jato, ao lucro do projeto depois do imposto de renda; (Preço de venda - Custo variável) x
( 1 - Tc), onde Tc é a alíquota do imposto de renda da empresa.
Margem de lucro. Lucro dividido por receita operacional total. A margem de lucro líquido (lucro
líquido dividido por receita operacional total) e a margem de lucro bruto (lucro antes de juros e
impostos dividido pela receita operacional total) refletem a capacidade da empresa de produzir
um bem ou serviço a um custo mais alto ou mais baixo.
Mercado de balcão. Uma rede informal de corretores e distribuidores que negociam vendas de
títulos (não se trata de uma bolsa no sentido formal).
Mercado de câmbio. Mercado no qual se negocia hoje a troca futura das principais moedas;
utilizado para se proteger contra riscos de variações significativas de taxas de câmbio.
Mercado de leilão. Um mercado no qual todos os negociantes de um certo bem se reúnem num
local para comprar ou vender um ativo. A Bolsa de Valores de New York é um exemplo de tal
tipo de mercado.
Mercado primário. Mercado no qual são oferecidas emissões de novos títulos ao público.
Mercados financeiros. Mercados que lidam com fluxos de caixa no tempo, nos quais a poupan-
ça de emprestadores é alocada às necessidades de financiamentos de tomadores.
Mercados monetários. Mercados financeiros de títulos de renda fixa com prazo inferior a um
ano.
Mercados secundários. Mercado, de bolsa ou balcão, no qual são negociados títulos já existen-
tes.
Negócio a vista. Um acordo quanto à taxa de câmbio de hoje para liquidação em dois dias.
Nota. Dívida não garantida, geralmente com prazo de vencimento inferior a 15 anos.
Oferta pública inicial (OPI). A venda original dos títulos de uma empresa ao público. Também
conhecida como emissão de títulos não amadurecidos.
Opção. Um direito - mas não uma obrigação - de comprar ou vender ativos-objeto a um preço
fixo durante um período determinado.
Orçamento de caixa. Uma previsão de recebimentos e pagamentos esperados por uma empre-
sa no ano seguinte. É uma ferramenta de planejamento financeiro a curto prazo.
Orçamento de capital. Planejamento e gestão de gastos com ativos de longa duração.
Patrimônio líquido. Os direitos residuais dos acionistas sobre os ativos da empresa, calculado
subtraindo-se o passivo total do ativo total.
Prejuízo operacional líquido. Perdas que uma empresa pode aproveitas para reduzir impostos.
Principal. O valor de uma obrigação a ser pago no vencimento. Também conhecido como valor
face ou valor par.
Prioridade. A ordem de pagamento. No caso de falência, deve haver pagamento aos titulares de
dívidas prioritárias antes de que os titulares de dívidas subordinadas recebam qualquer coisa.
Procuração. Uma outorga de autoridade pelo acionista transferindo seus direitos de voto a outra
pessoa.
Risco de mercado. Risco sistemático. Este termo enfatiza o fato de que o risco sistemático in-
fluencia, de alguma forma, todos os ativos existentes no mercado.
Risco de taxa de juros. A possibilidade de que uma mudança da taxa de juros resulte na varia-
ção do valor de um título.
Risco diversificável. Um risco que afeta especificamente um único ativo ou um pequeno grupo
de ativos. Também conhecido como risco específico ou não sistemático.
Risco financeiro. O risco adicional assumido pelos acionistas da empresa quando a empresa é
financiada tanto com capital de terceiros quanto capital próprio.
Risco operacional. O risco assumido pelos acionistas, quando a empresa é financiada somente
com capital próprio.
Risco sistemático. Qualquer risco que afeta um grande número de ativos, cada um deles em
grau maior ou menor. Também conhecido como risco de mercado ou risco comum.
Sociedade. Forma de organização de empresas na qual duas ou mais pessoas formam uma
empresa. Numa sociedade geral, cada sócio é responsável pelas dívidas da sociedade. A socie-
dade limitada permite a alguns sócios ter responsabilidade limitada.
Swap. Troca entre dois títulos ou moedas. Um tipo de swap envolve a venda (ou compra) de
uma moeda estrangeira com um acordo simultâneo de recompra (ou venda) da mesma moeda.
Taxa de desconto. Taxa utilizada para calcular o valor presente de fluxos de caixa futuros.
Taxa de juros. O preço pago por tomar dinheiro emprestado. É a taxa de troca de poder de con-
sumo corrente por poder de consumo futuro, ou o preço de dólares correntes em termos de dóla-
res futuros.
Títulos hipotecários. Uma dívida garantida por uma hipoteca sobre ativos reais do tomador.
Underwriter. Um banco de investimento que compra uma emissão de títulos da empresa emi-
tente e a revende aos investidores.
Underwriting com spread. Diferença entre o preço de compra do underwriter e o preço do lan-
çamento. O spread é uma remuneração pelo serviço do comsórcio de underwriting.
Underwriting por compromisso firme. Uma operação de underwriting na qual o banco de in-
vestimento se compromete a adquirir toda a emissão e assume toda a responsabilidade financei-
ra pelas ações não vendidas.
Valor de face. Valor de uma obrigação que aparece na frente do certificado. Também chamado
valor par ou principal.
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Valor residual. Geralmente refere-se ao valor da propriedade de um arrendador ao final do pra-
zo do contrato de arrendamento.
Warrant. Um título que dá a seu portador o direito - mas não a obrigação - de comprar ações
ordinárias de uma empresa a um preço fixo dentro de um certo período.
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13 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a
FURTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro - Produtos e Serviços. 8 . edição. Rio de Janeiro-RJ.
Qualitymark Editora Ltda. 1996.
a
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 3 . edição. São Paulo-SP. Harper
& Row do Brasil. 1997.
Ministério da Educação. Exame Nacional de Cursos – Provão. Exames de 1996, 1997, 1998,
1999, 2000. Disponível em www.mec.gov.br., acesso em 2002.
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REVISTA EXAME, Os Melhores Fundos de Investimento de 1999. Editora Abril, 1999.
a
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SANDRONI, Paulo. Dicionário de administração e finanças. São Paulo, Ed. Best Seller, 1996.
ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D. Princípios de adminis-
tração financeira. São Paulo, Atlas, 1998.
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