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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE

EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso(s) de Pedagogia– modalidade EAD

AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA 1– 2022.2

Disciplina: Geografia na Educação 2


Coordenador (a): Lincoln Tavares Silva
Aluno (a): ____________________________________________________ Matr.:_____________________
Polo: ___________________________________________

Caro/a Estudante,
Objetivamos com a AD que você responda as questões a partir de pesquisas e leituras que venha a fazer, além
do livro da disciplina e dos textos complementares que se encontram postados na plataforma. Como você terá
um tempo para fazê-la, sugerimos que possa entendê-la como um trabalho de pesquisa.
Assim, a AD1 será mais uma forma de estudo para a avaliação presencial.
Aplique-se e bom trabalho! As respostas desta avaliação podem ser enviadas até o dia 28-08-2022

1ª questão: (3 pontos)
A partir das nossas aulas, explique a influência negativa da monocultura e da estrutura em
latifúndios na organização agrária de nosso país. Associada a sua explicação busque e apresente
reportagem(ns) como suporte à aulas para estudantes de Ensino Fundamental e/ou da EJA, que
permitam associar as influências negativas apresentadas, ao cenário de fome, que voltou a existir
nos últimos anos, atingindo grande parte de nossa população.

RESPOSTA:

2ª questão: (4 pontos) As três primeiras aulas de nossa disciplina enfocam a ocupação do


território brasileiro, indicando um modelo que influencia nosso país até os dias atuais. A partir da
leitura deste material, dos textos complementares e do texto “Cosmovisão indígena e modelo de
desenvolvimento”, publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e disponível em
https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2020/01/Porantim376_JunJul_Encarte-2015.pdf, estabeleça,
de forma didática, pelo menos duas diferenças entre este modelo adotado pelos
conquistadores europeus e as formas como os povos e nações indígenas de nosso país
realizavam e realizam seus vínculos de ocupação no mesmo território.
3ª questão: (3 pontos) O papel da conjunção sociedade-natureza, retratado nas aulas 4, 5 e 6
possui, na verdade, diversas faces. Porém, a sociobiodiversidade que possuímos em nosso
território não pode ser vista como algo eterno e indestrutível. Os diferentes interesses em tirar
vantagens desta riqueza e do patrimônio ambiental existente geram conflitos pela hegemonia de
sua apropriação e uso. Com base nas leituras recomendadas nas aulas, nos vídeos indicados
e no texto adaptado a seguir, responda ao que se questiona ao final da questão.

Ao destruir o meio ambiente, governo Bolsonaro boicota

a economia brasileira.
Greenpeace Brasil - 10 de junho de 2020. © Marizilda Cruppe / Greenpeace

Acordos comerciais que o próprio governo considera importantes estão


ameaçados. Veja lista de empresas e lideranças internacionais que se
manifestam contra política antiambiental no país. Exoneração de servidores,
cortes de orçamento e mudanças na regra de fiscalização de madeira são algumas
das críticas internacionais à política de Bolsonaro.

Há quem defenda que economia e ecologia são caminhos opostos e


impossíveis de serem conciliados. Este é um conceito mais do que equivocado.
Ambas as palavras têm a mesma etimologia, isto é, “oikos”, do grego, casa. Mais do
que casa, neste caso, nosso lar, nosso planeta, nossa morada comum. Assim como
o volume de chuvas na Amazônia influencia a agricultura no restante do país, a
produtividade está intrinsecamente ligada ao cuidado com os recursos naturais.
Portanto, ao promover a destruição do meio ambiente, o governo Bolsonaro acaba
por causar estragos na economia do país que preside.
Não é apenas a sociedade brasileira que tem denunciado e combatido os
graves retrocessos que a política antiambiental de Bolsonaro e sua equipe vem
impondo às florestas e aos povos que nela vivem, desde que assumiu a Presidência
da República. Juntamente com parlamentares, representantes do Ministério Público,
organizações não governamentais, movimentos sociais, cientistas, imprensa e ex-
ministros de Meio Ambiente do país, importantes atores internacionais também
têm se pronunciado contra este governo que pretendia passar
despercebida sua boiada da destruição.
O governo Bolsonaro deixa o Brasil em uma posição muito vulnerável política
e economicamente, colocando em xeque acordos diplomáticos e comerciais que o
próprio governo considera importantes, como negociações comerciais com os Estos
Unidos e o tratado entre Mercosul e União Europeia, atualmente em discussão.
Além disso, diversas empresas e associações globais ameaçam parar de comprar
produtos brasileiros por falta de garantia de que não estariam manchados com a
destruição das florestas.
Tais pronunciamentos são a forma que empresas e lideranças políticas têm
de expressar sua rejeição ao que está acontecendo no Brasil e pressionar por
mudanças.

“Quem joga contra o Brasil não são empresas, governantes de outros países ou
grupos que denunciam políticas contra o meio ambiente. É o próprio governo
Bolsonaro que, ao promover tais políticas e gerar tamanhos constrangimentos
internacionais está, lamentavelmente, boicotando o país que governa”, alerta Luiza
Lima, da campanha de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil.

Confira, abaixo, as principais manifestações internacionais recentes de repúdio à


política do governo Bolsonaro, que joga contra a democracia, contra o meio
ambiente e contra a economia do Brasil:

1. Moção do parlamento holandês

Na semana passada (junho de 2020), o parlamento holandês aprovou uma moção


contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, alegando,
entre outros motivos, que ele não traz mecanismos de proteção à Amazônia e de
combate ao desmatamento ilegal. Desta forma, o parlamento da Holanda se une aos
da Áustria e Bélgica em aprovar moções contrárias ao acordo. No ano passado,
representantes dos governos irlandês e francês já haviam indicado que votariam
contra o tratado, em função de regras ambientais insatisfatórias propostas.

De maneira geral, é forte o clima de desconfiança dos europeus em relação ao


governo brasileiro. Um estudo recém-publicado pelo parlamento europeu faz
diversas críticas à maneira como Bolsonaro tem conduzido a pauta ambiental,
citando exoneração de servidores, cortes de orçamento e mudanças na regra de
fiscalização de madeira.

Sobre este último ponto, o Greenpeace, junto com o Instituto Socioambiental (ISA) e
a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente
(Abrampa), entrou com uma ação judicial contra o governo na última sexta-feira
(05/06). A ação tem o objetivo de reverter uma canetada do Ibama que pretende
facilitar a exportação de madeira nativa sem fiscalização, a pedido de madeireiras.

2.Declaração do Comitê da Câmara dos Estados Unidos

O Comitê de Orçamento e Assuntos Tributários (“Ways and Means”) da Câmara dos


Deputados dos Estados Unidos foi mais um grupo a colocar freios nos planos
comerciais brasileiros. Sob o argumento de que o governo Bolsonaro não respeita
os direitos humanos e o meio ambiente e que a floresta amazônica “está sob séria
ameaça”, o comitê se opõe à intenção do presidente Donald Trump de fortalecer
laços econômicos com o Brasil. Em carta escrita ao representante comercial dos
Estados Unidos, os deputados disseram: “Nós nos opomos fortemente a buscar
qualquer tipo de acordo comercial com o governo Bolsonaro no Brasil. O
aprimoramento do relacionamento econômico entre os EUA e o Brasil, neste
momento, iria minar os esforços dos defensores dos direitos humanos, trabalhistas e
ambientais brasileiros para promover o estado de direito e proteger e preservar
comunidades marginalizadas”. “É uma grande ironia: Bolsonaro está melando
negociações com um país que ele mesmo se gaba tanto de ter relações próximas”,
diz Luiza Lima.

3. Carta assinada por 40 associações e empresas globais

O recado da comunidade internacional também está sendo enviado ao Congresso


Nacional brasileiro, para que tome decisões em respeito ao interesse da coletividade
e não se coloque ao lado do governo Bolsonaro na destruição do meio ambiente no
Brasil. Na véspera do dia em que o Projeto de Lei 2.633/20 (o PL da Grilagem)
estava previsto para ser votado na Câmara dos Deputados em um movimento
encabeçado pelo governo e por ruralistas, mais de 40 associações e empresas
globais dos ramos alimentício, finanças, varejo e hospitalidade, dentre elas Burger
King, Nando’s e Tesco, enviaram uma carta pedindo a deputados e senadores
brasileiros que votassem contra o projeto (que acabou saindo da pauta de votação
por ora, por pressão de diferentes setores da sociedade). Elas alegam que o PL da
Grilagem coloca em risco a capacidade das organizações de continuar a comprar do
Brasil no futuro. Um trecho da carta diz: “Queremos continuar a comprar e investir no
Brasil, bem como a ajudar a garantir que a proteção da Amazônia possa ser
economicamente produtiva para todos. Pedimos que o governo brasileiro
reconsidere sua posição, e esperamos continuar a trabalhar com parceiros no Brasil
para demonstrar que o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental não são
mutuamente exclusivos.”

Vale lembrar que o PL da Grilagem é a versão atual da Medida Provisória (MP)


910/19, assinada por Bolsonaro em dezembro de 2019. O texto sofreu alterações na
Câmara dos Deputados, mas o governo continua apoiando a sua essência: permitir
que terras públicas invadidas e desmatadas ilegalmente na Amazônia sejam
legalizadas.

“A Câmara dos Deputados, ao decidir avançar com medidas como as que


beneficiam a grilagem, coloca o parlamento brasileiro como corresponsável, junto ao
presidente Bolsonaro, no incentivo à destruição da Amazônia”, afirma Luiza.

4. Carta assinada por membros do parlamento europeu

Também por causa do PL da Grilagem, integrantes do parlamento europeu enviaram


carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Para os
parlamentares europeus, o projeto de lei beneficia quem invade terras da União e
causa desmatamentos criminosos. Eles demonstraram preocupação com a agenda
ambiental do Brasil, citando tanto o PL da Grilagem quanto o PL 191/20, que abre
Terras Indígenas para mineração e outras atividades exploratórias de alto impacto.
Para os parlamentares, esses são exemplos claros de projetos propostos pelo
próprio governo brasileiro e que incentivam ainda mais a destruição na Amazônia,
além de desrespeitar os direitos dos povos. Segundo eles, nosso planeta não pode
pagar por isso, especialmente durante crises globais de perda de biodiversidade e
do clima.

“Gostaríamos de considerar o Brasil nosso parceiro em um esforço conjunto por um


mundo melhor. Um mundo que protege os direitos humanos, respeita a
biodiversidade, o clima e apóia sociedades prósperas. Não conseguiremos isso com
mais desmatamento à custa dos direitos humanos. Enquanto nosso mundo está
passando por uma pandemia global sem precedentes, precisamos agir pensando no
presente e no futuro”, diz um trecho da carta.

5.Carta assinada por congressistas estadunidenses

Congressistas dos Estados Unidos também se manifestaram contra o PL da


Grilagem em carta endereçada a Rodrigo Maia. Liderados por Deb Haaland,
primeira indígena a se eleger para o Congresso dos Estados Unidos, e assinada por
outros 18 deputados do Partido Democrata, a carta mostra preocupação “com o fato
de o governo brasileiro ter mudado leis estabelecidas há muito tempo e
desconsiderado direitos humanos, a fim de se alinhar com os interesses da indústria
quando se trata de mineração, agricultura e projetos de infraestrutura, que levaram a
violentos ataques contra os povos indígenas em grande parte impune”.

Fonte: adaptado de https://www.greenpeace.org/brasil/blog/ao-destruir-o-meio-


ambiente-governo-bolsonaro-boicota-a-economia-brasileira/, acesso em 30 de junho
de 2020.

Após a leitura, responda ao que se pede nesta questão:

a) Apesar da riqueza ambiental e do grande interesse comercial e econômico sobre a


biodiversidade brasileira, indique dois óbices apontados pelos parceiros globais do Brasil,
para firmar compromissos comerciais como nosso país no contexto retratado pela
reportagem.

b) Indique, associando a leitura dos capítulos 5 e 6 ao texto ora apresentado, dois potenciais
recursos naturais que possuímos e os riscos que seu uso desordenado pode causar,
trazendo prejuízos de ordem social ou ambiental ao país e ao mundo.

Para enriquecer ambas as respostas, você pode associar outras reportagens, passíveis de utilização para
turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ou para estudantes da Educação de Jovens e Adultos,
trazendo novas contribuições às suas reflexões.

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