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Tráfico de animais silvestres, e as redes

sociais, tudo a ver


O tráfico de animais silvestres sempre existiu, estimulado por vários países e
centenas de traficantes. Recentemente, um estudante em Brasília foi picado
por uma cobra naja, o que reavivou este tema. O Brasil „importa‟ e „exporta‟
animais silvestres, apesar de ambas atividades serem proibidas. E as redes
sociais, e as modernas tecnologias, como o WhatsApp, contribuem de maneira
eficaz para o tráfico. E antes de mais nada, se existe o tráfico, é porque existe
demanda. Pessoas desinformadas „se acham‟, ao exibirem animais exóticos
para seus conhecidos.

Pedro Henrique, que está preso depois de ter o braço necrosado, é investigado
por tráfico, assim como outras pessoas em Brasília. Mas não é só. O
site www.souecologico.com dá conta que “Mais de 700 animais silvestres, entre
gambás, cobras, micos, capivaras, jacarés, pinguins e diversos tipos de aves,
como gaviões e corujas, foram resgatados neste ano pela prefeitura na cidade
do Rio de Janeiro.”

Para „o coordenador de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da secretaria,


Fábio Belchior, os animais foram recolhidos nas ruas e em casas, condomínios
e estabelecimentos comerciais, geralmente perto de áreas verdes‟.

Foram recolhidos nas ruas, em casas, e condomínios, além de


estabelecimentos comerciais. Porque esta gente inescrupulosa „gosta‟ de
bichos exóticos para se considerarem bacanas. 700 animais só no Rio, e em
seis meses. Multiplique isso por 26 Estados, durante um ano, e terá uma ideia
da quantidade de que falamos.
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, que foi picado, também é investigado por tráfico
de animais. Imagem, reprodução.

O Facebook e o tráfico
Matéria da Folha de S. Paulo informa que o tráfico de animais silvestres conta
com ajuda da tecnologia, “o Facebook virou a maior feira ilegal de animais no
país, segundo fiscalização do Ibama, mas o instituto diz não conseguir apoio
efetivo da rede social para prevenir a prática.” Tanto é verdade que, em 2015, o
Ibama mandou ofício à direção da rede…

Dener Giovanini, da RENCTAS, declarou ao sputniknews.com: “O Brasil tem


ocupado cada vez mais uma posição de destaque nesse cenário internacional
como país importador. Isso se deve muito à migração do tráfico de animais
silvestres para as redes sociais. As redes sociais hoje se tornaram o principal
meio dos traficantes.”

„Quase 1/5 das espécies são alvos do tráfico de


animais silvestres‟
Novo estudo liderado pelo ecólogo brasileiro Brunno Oliveira, da Universidade
da Flórida diz que “muitas espécies com status grave de ameaça de extinção
estão entre as mais procuradas por traficantes.”

A matéria é de O Globo, e foi publicada em outubro de 2019. Segundo o jornal,


“estudo que analisou dados de mais de 30 mil espécies de vertebrados
terrestres (aves, mamíferos, répteis e anfíbios) constatou que quase um quinto
delas (18%) tem sido alvo de tráfico de animais silvestres.”

Como foi feito o novo estudo


O Globo: “os pesquisadores cruzaram bancos de dados de grande volume
da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), que monitora
populações de espécies, com registros da Cites (Convenção sobre o Comércio
Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de
Extinção).”

O Brasil e o novo estudo sobre tráfico de


animais silvestres
Segundo O Globo, “O Brasil preocupa principalmente por causa da captura de
aves ao longo do Rio Amazonas e na costa sudeste da Mata Atlântica, além de
anfíbios em toda a bacia Amazônica. Oliveira identificou vários pássaros sul-
americanos do gênero Tangará, que são muito cobiçados por colecionadores
por causa de sua penugem com cores vivas e variadas, e são potencial alvo de
traficantes no Brasil.

Nós identificamos 46 espécies de Tangará com nossos modelos como tendo


alta probabilidade de serem comercializados no futuro. Atualmente essas
espécies não são listadas nos apêndices da Cites nem ameaçadas segundo a
IUCN. E todos esses pássaros ocorrem no bioma Mata Atlântica.

Tráfico de animais silvestres: ameaça maior do


que se imaginava para a biodiversidade global
O Globo: “Segundo os pesquisadores, o cruzamento de dados das duas
instituições indica que o problema do tráfico de animais silvestres é uma
ameaça maior do que se imaginava para a biodiversidade global, já prejudicada
com a perda de habitat de muitas espécies. Os dados do novo estudo, dizem
os pesquisadores, são ferramentas para que autoridades de proteção
ambiental possam proteger espécies mais alvejadas antes de estas entrarem à
beira da extinção.”
Ilustração: O Globo.

“Crimes e infrações contra o meio ambiente


na rede social Facebook”
Segundo o documento, em 2014 houve 60 denúncias, que saltaram para 170
em 2015. O Ibama diz que 95% das denúncias de crimes ambientais pela rede
estavam relacionadas ao Facebook.

Para minimizar o problema, o Ibama solicitou que um representante fosse à


Brasília a fim de tratar de estratégias para o combate de ilícitos ocorridos na
rede social. Mas o…

Facebook ignora pedido do Ibama contra tráfico


de animais silvestres
Resultado? “Durante nove meses, entre 2017 e 2018, o Ibama pesquisou,
separou e copiou inúmeras páginas no Facebook e outras redes sociais, nas
quais era oferecido um total de 1.277 animais – 85% estavam em cativeiro e
em 30% dos casos a venda foi comprovada.”

E prossegue a Folha: “Em apenas uma das páginas, o Ibama contou 274
animais oferecidos para venda, principalmente iguanas. Se todos fossem
vendidos teriam rendido R$ 53 mil.”
Ibama tenta nova conversa com o Facebook
“O Ibama tentou novamente uma conversa com o Facebook, desta vez
apelando à Embaixada dos Estados Unidos. A empresa enviou representante
mas não alterou substancialmente sua política. Na reunião, argumentou sobre
risco de invasão de privacidade dos usuários da rede.”

Roberto Cabral Lopes, coordenador de operações do Ibama declarou…

Tentamos abrir um diálogo, mas tem sido difícil. O que precisamos é de um


procedimento ativo do Facebook na prevenção. Se ele consegue identificar a
foto de uma pessoa pelo rosto, não consegue identificar um pássaro ou um
réptil que está sendo vendido ilegalmente?

Se o Face não faz sua parte, faça você!


O que nos resta fazer? Denunciar as páginas e ou grupos que vendem
animais pela rede. Esse é um trabalho de todos nós. Sabe-se do apelo que
animais causam nas redes sociais.

Difícil esquecer a invasão e semi destruição do laboratório Royal, São Roque,


em 2013, para „salvar beagles‟ (deixando os ratinhos de lado…). Portanto, a
partir de agora, salve todos, incluso ratos. Ao ver uma página no Face
vendendo animais, denuncie, ligue para (61) 3316-1015, ou mande correio
para imprensa@ibama.gov.br.

Tráfico de animais silvestres, terceira maior


atividade ilícita do mundo
Não passa semana sem que vejamos matérias sobre o tráfico de drogas.
Natural, o problema assola o mundo. De tempos em tempos, conforme as
guerras evoluem, entra na pauta o tráfico de armas. Natural, é problema
mundial. Pior, no tráfico de animais silvestres, “o Brasil participa com 15% do
mercado.”
Ararinha azul, símbolo de tráfico de animais silvestres (Foto:news.mongabay.com)

Quanto movimenta no mundo o tráfico de


animais silvestres?
“A criminalidade da vida selvagem é grande negócio. Administrada por redes
internacionais, a vida selvagem é traficada de forma muito parecida com
drogas e armas. Por sua natureza, é quase impossível obter dados sobre o
valor do comércio ilegal de vida selvagem.” A afirmação é do WWF.

Departamento de Estado dos EUA: US$ 10


bilhões por ano!
Mas o Departamento de Estado dos EUA não se omite. Estima o valor em nada
menos que US$ 10 bilhões por ano. “O tráfico de animais é considerado o
terceiro comércio ilícito mais valioso do mundo, depois de drogas e armas. É
estimado em US$ 10 bilhões. As aves são o mais comum.

O Departamento de Estado estima que entre dois milhões e cinco milhões de


aves selvagens, de beija-flores a papagaios e harpias, são comercializadas
ilegalmente em todo o mundo a cada ano.(www.smithsonianmag.com).”

Estimativa da RENCTAS
A RENCTAS, uma bela ONG nacional, estima o valor entre “10 a 20 bilhões de
dólares.”
Vamos pegar o meio termo, e considerar apenas US$ 10 bilhões de dólares.
Se o Brasil representa de 10%, a 15% deste mercado, nossa fatia representa
US$ 1,5 bilhão ao ano. Isso é o que valeriam cerca de 12 milhões de animais
selvagens (você lerá abaixo). Mais que muitos segmentos da economia.

Convenção sobre o Comércio Internacional de


Espécies Ameaçadas
“Desde 1973, a compra e venda de vida selvagem foi regulamentada
pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas
(CITES). O objetivo é impedir que o comércio ameace a sobrevivência de 5.000
animais e 28.000 espécies de plantas. A aplicação da CITES recai em países
individuais, muitos impõem regulamentos adicionais sobre comércio de vida
selvagem.”

“Nos Estados Unidos, a Lei de Conservação de Aves Selvagens de 1992


proibiu a importação da maioria das aves capturadas. Em 2007, a União
Europeia proibiu a importação de todas as aves selvagens. O Equador e quase
todos os outros países da América do Sul proíbem a captura comercial e
exportação de papagaios selvagens capturados (www.smithsonianmag.com)”.

Brasil, Equador e América Latina


E sobre o Brasil, e América Latina, informa o mesmo site, “a América Latina é
vulnerável ao tráfico de vida selvagem devido à extraordinária biodiversidade.
O Equador tem cerca de 1.600 espécies de aves; todo o território dos Estados
Unidos tem cerca de 900”.

“É difícil encontrar dados precisos sobre o comércio ilegal de animais. O Brasil


é o país latino-americano com a informação mais abrangente; seu Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) cita estimativas de que pelo
menos 12 milhões de animais selvagens são caçados todos os anos
(www.smithsonianmag.com)”.

Quais tipos de animais?


“O que é mais notável neste comércio é a variedade de espécies. Aves –
papagaios, araras e aves canoras – estão entre os mais traficados. Répteis,
incluindo iguanas e cobras são populares no comércio de animais de
estimação.”

” Tartarugas são colhidas por seus ovos, conchas, por sua carne; jacarés, por
suas peles. Impressionante é o imenso volume e os altos preços para iguarias
de frutos do mar tiradas ilegalmente – variando de barbatanas de tubarão,
bexigas de natatórias, pepinos do mar cujo tráfico envolve até a Yakuza, e
carne da concha rainha. Variedade notável de outros animais também é
traficada, incluindo jaguares, tatus, macacos, sapos, escorpiões e aranhas
(news.mongabay.com.).”

Cobras, uma das espécies favoritas no tráfico de animais silvestres(Foto:


/www.hipercultura.com)

Tartarugas
O www.smithsonianmag.com, diz que “Milhões de tartarugas, crocodilos,
cobras e outros répteis também são traficados. Assim como mamíferos e
insetos.”

A RENCTAS lembra que, “Milhões de borboletas mortas abastecem o mercado


mundial, movimentando cerca de US$ 100 milhões por ano (Fitzgerald, 1989).”
Tráfico de animais silvestres; como são
levados?
Para o news.mongabay.com, “Animais arrancados de seu habitat sofrem. São
contrabandeados em garrafas térmicas e meias de nylon, enfiados em tubos de
papel higiênico, rolos de cabelo e calotas.

“Dê vodka e coloque no bolso”


“Em um mercado no Equador, ofereceram um periquito. Perguntei como
colocaria em um avião. “Dê vodka e coloque no bolso”, disse ele. “Ficará
quieto.” Conservacionistas dizem que a maioria dos animais capturados morre
antes de chegar a um comprador. No noroeste da Guiana, vi 25 araras azuis e
amarelas – certamente contrabandeadas da Venezuela – transportadas da
selva em pequenas jaulas lotadas.”

“Quando observei um vulto policial em um mercado em Belém, uma das 38


aves confiscadas era uma coruja em uma caixa de papelão escondida sob
mobília no fundo da banca do mercado. Em um centro de resgate em frente a
Quito, vi uma tartaruga com dois buracos de bala na carapaça. Seus donos a
usaram para a prática de tiro ao alvo. Noventa por cento dos animais morrem
em trânsito.”

Tráfico de animais silvestres; para onde


vão?
De acordo com o www.smithsonianmag.com, “Animais roubados na América
Latina geralmente acabam nos Estados Unidos, Europa ou Japão. Muitos
nunca deixam seus países nativos, instalados em hotéis e restaurantes,
tornam-se animais domésticos.”

“Na América Latina, manter os animais – papagaios, macacos e tartarugas – é


tradição. Em partes do Brasil, animais silvestres domesticados são chamados
xerimbabos, significa “algo amado”. Em pesquisas recentes, 30% dos
brasileiros e 25% dos costarriquenhos disseram que mantiveram animais
selvagens como „de‟ estimação.”
Tráfico no Brasil
Sobre o tráfico no Brasil diz a RENCTAS, “Há quadrilhas organizadas e
especializadas no tráfico de animais que são bem estruturadas para a venda
ilegal. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno, o restante,
exportado.”

Quem fica com eles?


News.mongabay.com: “as aves estão entre os animais mais numerosos
encontrados no mercado negro da América Latina. No Brasil, cerca de 80% são
aves. Os principais alvos são os psitaciformes (papagaios e araras), coletados
por sua plumagem colorida. E os passeriformes (pássaros empoleirados),
escolhidos por seu canto exótico. Embora haja mercado para penas de aves e
outras partes de aves, a maioria do comércio ilegal é para animais vivos de
estimação.”

Para a RENCTAS, o tráfico nacional é direcionado para…

Animais para zoológicos e colecionadores particulares; para fins científicos;


e para comercialização internacional em “pet shops”

O aquarismo, praticado por inconsequentes, é um sério problema (Foto:


http://www.petguide.com/)
Mas não são só pessoas que gostam de ter
animais silvestres
Traffic.org: “estudo do TRAFFIC demonstrou, madeira para móveis e habitação
para ingredientes em processos de fabricação, como gomas e resinas roupas e
ornamentos – couro, peles, penas, etc. Esporte – da falcoaria à caça de
troféus. Cuidados de saúde – tudo, desde remédios de ervas, remédios
tradicionais, a ingredientes para produtos farmacêuticos industriais, estima-se
que 80% da população mundial conte com cuidados de saúde primários em
medicamentos tradicionais. Religião – muitos animais e plantas ou derivados
são usados para fins religiosos; coleções – muitos espécimes da vida selvagem
e curiosidades são coletados por museus e particulares.”

E os animais marinhos ou aquáticos


traficados, quais são?
Traffic.org: “Em 2009, o TRAFFIC chamou a atenção para os riscos impostos
aos tubarões de permitir a pesca em águas profundas nas águas regidas
pela Organização Regional de Gestão das Pescas do Pacífico Sul (SPRFMO).
O uso de tais técnicas foi posteriormente banido.”

Tubarões
O news.mongabay.com estima que “todos os anos 73 milhões de tubarões
morrem para abastecer o mercado global de sopa de barbatana de tubarão,
uma iguaria servida em casamentos e banquetes chineses como um símbolo
de status e riqueza.” O mesmo site aponta outra espécie preferida, “pepinos-
do-mar, criaturas tubulares com pele coriácea, encontrados na costa da
América Latina, também são considerados uma iguaria culinária na China,
onde podem ser vendidos por US$ 300 por libra (mais uma vez, o Brasil está
incluso no tráfico de pepinos-de-mar).

Observação do mar sem fim


Diversas espécies de cetáceos, como orcas, e outros, também são traficados
para parques temáticos (arghh!), e outros… De tão medíocre, algumas
companhias de aviação se negam a transportá-los. Também os cavalos
marinhos são muito apreciados no aquarismo.

Concha rainha, ou búzios


Concha rainha, ou búzios “(Lobatus gigas), gigantesco caracol marinho,
valorizado por sua carne. Os estoques esgotados de concha resultaram em
uma infinidade de restrições legais entre os países do Caribe, que os
contrabandistas contornam.”

“Análise da Defenders of Wildlife, a concha rainha é o item top negociado ilegal


da América Latina para chegar aos Estados Unidos, compreendendo 18% das
remessas apreendidas pelas autoridades dos EUA (news.mongabay.com). “

A concha Rainha é mais uma vítima do Tráfico de animais silvestres

Peixes
“Americanos mantêm cerca de 340 a 500 milhões de peixes, três vezes mais o
número de cachorros e gatos combinados. O comércio de peixes cresce a cada
ano. Só nos EUA a venda de peixes tropicais movimenta pelo menos US$ 215
milhões por ano. O país importa 125 milhões de peixes ornamentais por ano,
avaliados em US$ 25 a US$ 30 milhões – Fitzgerald, 1989
(http://www.renctas.org.br). Saiba mais sobre o comércio de peixes
ornamentais.
Tráfico de animais silvestres, (Foto: wildaid.org).

Alemanha, Japão, Holanda e Inglaterra e seu


papel no tráfico de animais silvestres
Alemanha, Japão, Holanda e Inglaterra são os grandes importadores dos 350
milhões de peixes ornamentais comercializados (95% dos peixes de aquário
são provenientes de água doce) anualmente em todo o mundo.

É estimado que o mercado para peixes de aquário movimente US$ 600


milhões; e ainda cresce cerca de 10% a 15% anualmente. Os países da Ásia
são os principais abastecedores, com destaque para Singapura, que exporta
mais de 150 milhões de espécimes por ano. O restante vem da América Latina,
particularmente Brasil, Colômbia, Peru e Jamaica. E uma pequena porção da
África- Fitzgerald, 1989 (http://www.renctas.org.br).

Cartéis da droga do México e o tráfico de animais


silvestres
Do mesmo site: “Os cartéis de drogas mexicanos estão profundamente
envolvidos no mercado ilegal de totoaba, no tráfico de peixes ameaçados de
extinção no Golfo da Califórnia ou no Mar de Cortez, entre a Península de Baja
e o continente do México.

Totoaba (espécie de peixe proibida de ser capturada no México…) é valorizada


por suas bexigas natatórias, usadas para fazer uma sopa, e peixes individuais
que podem ser vendidos por US$ 10.000 a US$ 20.000 cada no mercado
asiático.”

Mar Sem Fim


O Mar Sem Fim informa: o mesmo acontece no Pará, com a pescada
amarela, e devido ao mesmo motivo, bexigas natatórias!

A quem está ligado o tráfico de animais


silvestres?
“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades
ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras preciosas. Na América do Sul,
cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna
silvestre.”

“Muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. São


encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles (Toufexis, 1993;
Le Duc, 1996; Polícia Federal Brasileira, dt. ind.). Vários registros ao redor do
mundo confirmam essa ligação ( http://www.renctas.org.br).”

Consequências do tráfico de
animais silvestres
Doenças: Quando os animais são comercializados ilegalmente, não passam
por controle sanitário, podendo transmitir doenças graves, desconhecidas, para
as criações domésticas e para o homem, acarretando sérias consequências
sanitárias para o país importador. Vide a pandemia do novo coronavirus.

Economia: O comércio ilegal de animais silvestres pode ser economicamente


devastador. Movimenta quantia incalculável na economia ilegal do país, sem
deixar parcela alguma para os cofres públicos.

Ecologia: A ação antrópica tem acelerado o processo de extinção levando as


espécies ao extermínio. Após a perda do habitat, a principal ameaça à fauna
silvestre é a caça, seja para subsistência ou comércio (Ávila-Pires, 1972;
Coimbra-Filho, 1972; Sick e Teixeira, 1979; Redford, 1992; Aveline e Costa,
1993; IBGE, 1997; Cullen Jr. et al., 2000).

Como acabar com o tráfico de animais


silvestres no Brasil?
Não é fácil, como se vê pelos números que o expediente arrecada. É preciso
vontade política, pressão da opinião pública, informação, e mais ações dos
órgãos fiscalizadores. E se possível, torcer para que a estúpida „moda‟ de ter
um animal exótico, deixe de ser moda… Outras, mais difíceis, ao menos estão
todas roteirizadas no país, seja pelos órgãos competentes, Ibama, como por
ONGs emblemáticas como a RENCTA, e seus detalhados relatórios. É preciso
ação por quem de direito. Ainda que não consigam acabar com esta
modalidade, como se vê com as armas ou drogas, pelo menos estaríamos
cumprindo a imposição ética de nossa geração para com as futuras gerações.

MESQUITA, João Lara. Tráfico de animais silvestres, e as redes sociais.


2020. Disponível em: <https://marsemfim.com.br/trafico-de-animais-silvestres-
assunto-esquecido/>. Acesso em: 11 de Agos. de 2020.

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