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METODOLOGIA DO ENSINO DE

ATIVIDADES AQUÁTICAS
sUMÁRIO
UNIDADE 1 - METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS ...................1

TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À NATAÇÃO .....................................................................................3


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA NATAÇÃO .............................................................5
2.1 A NATAÇÃO NO BRASIL ...........................................................................................................6
2.1.1 O Brasil nas Olimpíadas ......................................................................................................8
3 BENEFÍCIOS DA NATAÇÃO ..........................................................................................................12
4 ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO ...............................................................................................17
4.1 CARACTERÍSTICAS DO CONTATO COM O MEIO LÍQUIDO ............................................18
4.2 ASPECTOS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS .....................................................................................18
4.3 ASPECTOS SOCIAIS E PSICOLÓGICOS ...................................................................................19
4.4 ASPECTOS TÉCNICOS ................................................................................................................19
4.5 ASPECTOS PEDAGÓGICOS .......................................................................................................20
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................23
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................25

TÓPICO 2 - FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES


DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHO .........................................................29
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................29
2 PROPRIEDADES DA ÁGUA ...........................................................................................................29
2.1 HIDRODINÂMICA .......................................................................................................................29
2.1.1 Viscosidade ............................................................................................................................30
2.1.2 Propulsão ...............................................................................................................................30
2.1.3 Temperatura ..........................................................................................................................31
2.2 HIDROSTÁTICA ..........................................................................................................................31
2.2.1 Densidade relativa ...............................................................................................................32
2.2.2 Pressão hidrostática ..............................................................................................................33
3 FLUTUAÇÃO .......................................................................................................................................33
3.1 CENTRO DE GRAVIDADE E A FLUTUAÇÃO ........................................................................34
3.2 O EQUILÍBRIO NA FLUTUAÇÃO .............................................................................................34
3.3 ASPECTOS PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DA FLUTUAÇÃO .....................................35
4 RESPIRAÇÃO......................................................................................................................................36
5 MERGULHOS .....................................................................................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................43
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................45

TÓPICO 3 - NATAÇÃO RECREATIVA .............................................................................................49


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................49
2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO COMPONENTE
LÚDICO PARA A NATAÇÃO RECREATIVA ..............................................................................51
3 ATIVIDADES LÚDICAS/RECREATIVAS EM AMBIENTE AQUÁTICO ..............................54
4 NATAÇÃO RECREATIVA A PARTIR DO MÉTODO HALLIWICK .......................................64
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................66
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................67

VII
UNIDADE 2 - METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS ...................71

TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO AOS NADOS CRAWL E COSTAS ................................................73


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................73
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO NADO CRAWL .....................................................75
3 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO NADO COSTAS ...................................................77
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................79

TÓPICO 2 - NADO CRAWL ................................................................................................................83


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 POSICIONAMENTO DO CORPO .................................................................................................84
2.1 O ALINHAMENTO HORIZONTAL .........................................................................................84
2.2 ALINHAMENTO LATERAL .......................................................................................................86
2 PERNADA ............................................................................................................................................87
2.1 FASE DESCENDENTE ..................................................................................................................89
2.2 FASE ASCENDENTE ....................................................................................................................89
3 BRAÇADA ...........................................................................................................................................89
3.1 FASE AÉREA ..................................................................................................................................90
3.1.1 Saída da mão .........................................................................................................................90
3.1.2 Recuperação ...........................................................................................................................90
3.1.3 Entrada da mão na água ......................................................................................................91
3.2 FASE AQUÁTICA ..........................................................................................................................92
3.2.1 Extensão .................................................................................................................................92
3.2.1.1 Posição inicial ............................................................................................................92
3.2.1.2 Posição fnal ...............................................................................................................92
3.2.2 Agarre .....................................................................................................................................92
3.2.2.1 Postura inicial ............................................................................................................92
3.2.2.2 Postura fnal ...............................................................................................................93
3.2.3 TRAÇÃO ................................................................................................................................93
3.2.3.1 Posição Inicial ............................................................................................................93
3.2.3.2 Posição fnal ...............................................................................................................94
3.2.4 Empurre .................................................................................................................................94
3.2.4.1 Fase inicial ..................................................................................................................95
3.2.4.2 Fase fnal .....................................................................................................................95
4 RESPIRAÇÃO......................................................................................................................................95
4.1 INSPIRAÇÃO .................................................................................................................................96
4.2 EXPIRAÇÃO ...................................................................................................................................96
5 COORDENAÇÃO ...............................................................................................................................97
5.1 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS ....................................................................................97
5.1.1 Coordenação de alcance ou distância por braçada ..........................................................97
5.1.2 Coordenação de superposição ............................................................................................98
5.2 COORDENAÇÃO ENTRE BRAÇOS E RESPIRAÇÃO ............................................................98
5.3 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E PERNAS ...............................................................99
5.4 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E O TRONCO..........................................................99
6 SAÍDAS E VIRADAS .........................................................................................................................100
6.1 SAÍDA DE AGARRE ....................................................................................................................100
6.2 SAÍDA DE TRACK OU DE ATLETISMO ...................................................................................102
6.3 SAÍDA DE COMPETIÇÃO ...........................................................................................................104
6.4 VIRADA OLÍMPICA DO CRAWL ...............................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................115

VIII
TÓPICO 3 - NADO COSTAS ..............................................................................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 POSICIONAMENTO DO CORPO .................................................................................................119
3 PERNADA ............................................................................................................................................120
4 BRAÇADA ...........................................................................................................................................120
4.1 ENTRADA ......................................................................................................................................120
4.2 APOIO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA BAIXO .............................................................121
4.3 TRAÇÃO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA CIMA...........................................................122
4.4 FINALIZAÇÃO OU SEGUNDA VARREDURA PARA BAIXO .............................................124
4.5 SEGUNDA VARREDURA PARA CIMA ....................................................................................125
4.6 RECUPERAÇÃO ............................................................................................................................127
5 RESPIRAÇÃO......................................................................................................................................127
6 COORDENAÇÃO ...............................................................................................................................127
6.1 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DE BRAÇOS
PERNAS NO NADO COSTAS .....................................................................................................128
6.2 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DOS BRAÇOS NO NADO COSTAS ..............128
6.3 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DAS PERNAS NO NADO COSTAS ...............129
7 SAÍDAS E VIRADAS .........................................................................................................................129
7.1 A SAÍDA DO NADO COSTAS ....................................................................................................129
7.2 VIRADA DO NADO COSTAS .....................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138

UNIDADE 3 - METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO ..................................................143

TÓPICO 1 - NADO PEITO ..................................................................................................................145


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 PERNADA DO NADO PEITO .........................................................................................................146
2.1 FASE DE VARREDURA PARA FORA ........................................................................................146
2.2 FASE DE VARREDURA PARA DENTRO ..................................................................................147
2.3 FASE DE SUSTENTAÇÃO E DESLIZAMENTO.......................................................................148
2.4 FASE DE RECUPERAÇÃO ..........................................................................................................148
3 BRAÇADA DO NADO PEITO ........................................................................................................149
3.1 FASE DE APOIO DA BRAÇADA OU VARREDURA PARA FORA ......................................149
3.2 TRAÇÃO OU VARREDURA PARA DENTRO ........................................................................151
3.3 RECUPERAÇÃO ...........................................................................................................................151
4 RESPIRAÇÃO NO NADO PEITO ..................................................................................................151
5 COORDENAÇÃO NO NADO PEITO ...........................................................................................152
5.1 COORDENAÇÃO BRAÇOS/PERNAS ......................................................................................152
6 ESTILOS DE NADO PEITO .............................................................................................................152
6.1 ESTILO PLANO OU CONVENCIONAL ...................................................................................153
6.2 ESTILO ONDULANTE, GOLFINHO OU EUROPEU .............................................................153
7 SAÍDA DO NADO PEITO ................................................................................................................153
8 VIRADA DO NADO PEITO ............................................................................................................155
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................158

TÓPICO 2 - NADO BORBOLETA ......................................................................................................163


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 POSICIONAMENTO DO CORPO NO NADO BORBOLETA .................................................163
3 PERNADA NO NADO BORBOLETA ............................................................................................165
4 BRAÇADA NO NADO BORBOLETA ............................................................................................166

IX
4.1 ENTRADA ......................................................................................................................................166
4.2 FASE APOIO OU VARREDURA PARA FORA .........................................................................166
4.3 FASE DE TRAÇÃO OU VARREDURA PARA DENTRO ........................................................167
4.4 FASE DE FINALIZAÇÃO OU VARREDURA PARA CIMA ...................................................168
4.5 FASE DE RECUPERAÇÃO ..........................................................................................................169
5 RESPIRAÇÃO NO NADO BORBOLETA ......................................................................................170
6 COORDENAÇÃO NO NADO BORBOLETA ...............................................................................170
6.1 COORDENAÇÃO BRAÇOS/PERNAS NO NADO BORBOLETA .........................................170
7 SAÍDA NO NADO BORBOLETA ...................................................................................................171
7.1 APROXIMAÇÃO ...........................................................................................................................172
7.2 TOQUE/ROTAÇÃO/IMPULSO E DESLIZAMENTO ..............................................................172
7.3 MOVIMENTOS INICIAIS DO NADO ......................................................................................172
8 VIRADA NO NADO BORBOLETA................................................................................................172
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................175
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176

TÓPICO 3 - REGRAS COMPETITIVAS ...........................................................................................181


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................181
2 AS REGRAS PARA COMPETIÇÕES DE NATAÇÃO .................................................................181
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................218
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................223

X
UNIDADE 1

METODOLOGIA DO ENSINO DE
ATIVIDADES AQUÁTICAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo dessa unidade você será capaz de:

• conhecer a história da natação;

• conhecer a história da natação no Brasil;

• conhecer a história do Brasil nas Olimpíadas;

• diferenciar os termos natação e nadar;

• identifcar os benefícios da natação para os seres humanos;

• compreender aspectos da adaptação ao meio líquido;

• entender as propriedades da água;

• aprender os fundamentos da futuação, da respiração e dos mergulhos;

• estudar a natação recreativa;

• compreender a importância do brincar e do lúdico para a natação recreativa;

• conhecer atividades lúdicas/recreativas para o ambiente aquático;

• estudar a natação recreativa a partir do método Halliwick.

PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está dividida em três tópicos. No fnal de cada um deles, você
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

TÓPICO 2 – FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES


DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

TÓPICO 3 – NATAÇÃO RECREATIVA


1
UNIDADE 1
TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A prática de atividades físicas regulares tem sido enfatizada como
um componente indispensável para a manutenção de um estilo de vida ativo
e saudável, pois resultam em benefícios biopsicossociais aos que as praticam
(NAHAS, 2006).

Neste sentido, a natação é considerada por muitos autores como um


dos exercícios mais completos, quer pelos seus efeitos terapêuticos, quer pelos
benefícios utilitários ou pela ludicidade que o meio aquático proporciona.
Todos são unânimes em afrmar que a água é um excelente meio auxiliar para o
desenvolvimento global do ser humano. Através da natação, o indivíduo poderá
melhorar o desenvolvimento total do corpo, incluindo a coordenação motora,
a força muscular, a resistência dos sistemas cardiovascular e respiratório, bem
como o seu nível geral de atitude. Neste sentido, a natação, ou as atividades
aquáticas, são objeto de estudo em muitas vertentes, por exemplo, a educativa, a
terapêutica, a desportiva e a recreativa. Devido a este fato, existe uma diversidade
muito ampla de defnições e metodologias descritas sobre o assunto em questão.

Reis (1983 apud DAMASCENO, 1992, p. 22) defne a natação como "a
técnica de deslocar-se na água, por intermédio da coordenação metódica de
certos movimentos", e nadar "como se deslocar na água a seu nível ou através
da força e adaptações naturais do próprio nadador". Para Andries Junior (2008,
p. 30), “entendemos que o nadar se refere a formas variadas e diversifcadas de
manifestação do sujeito na água; essas manifestações têm aspectos culturais e
mudam de um lugar para outro, não têm intenção de resultados esportivos. Já
a natação carrega um caráter esportivo, busca através de movimentos técnicos e
preestabelecidos, resultados e vitória”. Para Araújo Júnior (1993), nadar e natação
também signifcam ação, exercício, arte, autopropulsão e autossustentação, mas
deve-se acrescentar a isso o respeito pela individualidade, espontaneidade,
criatividade e liberdade, fazendo com que a natação solicite exercícios tanto no
aspecto físico quanto no intelectual, o que torna o processo de aprendizagem uma
única unidade.

Alguns autores preferem adotar a defnição da natação mais voltada para


o esporte de alto rendimento, o qual está sempre atrás de um melhor desempenho
e tempos cada vez menores. Assim, para Damasceno (1992, p. 19), “a natação é
um desporto estruturado e regulamentado que busca obter registros de tempo
cada vez mais inferiores através de um treinamento metódico, individualizado e

3
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

específco, supondo-se para o mesmo fm, pelo menos, o domínio apropriado das
técnicas, conhecimento de ritmo, além de urna boa preparação física”. Bonacelli
(2004, p. 82) diz que "a natação competitiva busca, preferivelmente, o rendimento
na luta contra o cronômetro, no excesso de treinamento, visando uma adaptação
superior na padronização dos movimentos".

Em relação à metodologia de ensino da natação, a diversidade entre


os autores continua. De acordo com Damasceno (1992), o primeiro manual de
aprendizagem da natação foi escrito por Nikolaus Wynmann em 1538. Depois
disso, surgiram muitos outros trabalhos, produzindo uma grande diversidade
sobre o assunto. Hoje em dia, muitos autores defendem a ideia de que o processo
de aprendizagem da natação deve ser iniciado com a adaptação dos alunos ao
meio líquido, para depois serem ensinados os nados propriamente ditos. Nesta
direção, Andries Junior (2008) entende que o homem, como os animais, tem as
suas habilidades naturais dentro das atividades físicas, sendo-lhe, de um modo
geral, relativamente fácil correr, saltar, trepar e arremessar.

Para o nadar essa facilidade não acontece, pois isso é uma habilidade
adquirida, sendo preciso que se passe por um processo de adaptação e
aprendizagem. Conforme Damasceno (1992), as adaptações na terra são bem
diferentes das adaptações na água e, por isso, o homem deve passar por um
novo processo de adaptação das estruturas de base para aprender a nadar. De
acordo com Andries Júnior (2008), as fases que se deve dominar antes de iniciar
a aprendizagem dos nados são: os primeiros contatos com a água, a respiração,
a futuação, a propulsão e a entrada na água. Após estas fases é que serão
introduzidos os nados propriamente ditos.

Todavia, “nadar” não é apenas o nadar indo e vindo, numa piscina artifcial
e regulamentada, tal qual é ensinado e treinado nas escolas e nos clubes em geral.
A natação é muito mais que nadar rapidamente em linha reta, é a múltipla, pura
e simples relação com a água e com o próprio corpo. De acordo com Burkhardt
e Escobar (1985), deve-se compreender a natação como contribuição no processo
de educação integral dos indivíduos. Além disso, os autores salientam que o
movimento humano sistematizado em exercícios terapêuticos, defnidos como
movimento do corpo ou das partes do corpo para aliviar sintomas ou melhorar
as funções, é prática secular em diversas civilizações para corrigir problemas
variados, como postura, respiração e equilíbrio mental.

Para Cateau e Garof, (1990, p. 61), “saber nadar é ter resolvido,


quantitativamente, em qualquer eventualidade, o triplo problema que se coloca
permanente: melhor equilíbrio, melhor respiração e melhor propulsão, no
elemento líquido". E continua: "Praticar a natação é ter gosto e a possibilidade,
ou ainda a obrigação de expressar-se no elemento líquido, dentro de uma certa
periodicidade, tomando consciência das próprias limitações e capacidade
de progresso, propondo-se um ou mais objetivos e escolhendo a maneira de
executá-los".

4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

Todos os exercícios físicos podem ser considerados uma necessidade aos


seres humanos, porém a natação é considerada uma abrangente atividade física
e formativa, pois possibilita a superação do medo e da insegurança, funcionando
como agente modifcador de comportamento. Isto porque a natação trabalha,
sobremaneira, com as emoções. Uma das emoções evidentes é o medo. A
pedagogia tradicional da natação considera que um estado emocional particular,
o medo, acompanha necessariamente o primeiro ou os primeiros contatos do
aprendiz de natação com a água. Se existe uma área na qual a ênfase tenha sido
sempre colocada às emoções, é certamente a da natação (MAZARINI, 1992).

Por ser uma atividade altamente recreativa, quer seja pelo seu aspecto
lúdico que tanto bem-estar proporciona aos seus participantes, permitindo obter
a inteira cooperação de alunos, habitualmente, com muitos medos e tensão, a
natação tem sido um elemento fundamental no desenvolvimento social dos
indivíduos, especialmente das crianças e jovens. Todavia, a natação não é só uma
excelente forma de exercícios e recreação, mas, também, um meio de sobrevivência.
É essencial, quando se ensina a natação, ganhar a confança do aluno e permitir-
lhe muitas oportunidades para que ele esteja cômodo e relaxado na água. Com
as instruções adequadas e com a prática, o indivíduo pode aprender a utilizar a
natação com prazer através de sua vida. Há oportunidades ilimitadas para que
os indivíduos participem da natação por meio de competições ou somente por
entretenimento e recreação.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA NATAÇÃO


A natação é um dos esportes mais antigos praticados pelo homem.
Historicamente, pode-se inferir que a natação era praticada desde a Pré-História
e por absoluta necessidade utilitária. O homem buscava seu alimento nos rios
e nos mares, em momentos de perigo, buscava refugiar-se transpondo cursos
d'água ou talvez permanecendo nele, e é bem possível também que tenha se
utilizado da infuência saudável e higiênica que ela traz, e a usasse para se banhar
(PÁVEL; FERNANDES FILHO, 2004). Pressupõe-se, a partir desta informação,
que os homens primitivos estavam sempre próximos aos rios e que, em algum
momento, pescando, caçando ou com fnalidades locomotivas, eles entravam na
água e se deslocavam dentro dela. Pode-se falar, assim, da existência de um nado
primitivo, como mostra um desenho encontrado em uma gruta do deserto da
Líbia, de aproximadamente 9000 anos, representando a arte de nadar (ANDRIES
JÚNIOR, 2008).

Povos como os sumérios, os babilônicos e os assírios, que tinham como


base econômica a agricultura, davam preferência para a vida próxima aos rios,
onde tinham terra mais fértil. Sendo assim, pode-se dizer que estes povos deram
continuidade ao processo de nadar, como comprova uma pintura mural etrusca
do século IV a.C., que mostra uma pessoa mergulhando de uma encosta para a
água. Ainda há dados na arqueologia que demonstram que na Índia, há 5000 anos

5
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

a.C., já existiam piscinas aquecidas (ANDRIES JÚNIOR, 2008). De acordo com o


autor, por volta de 3200 a.C., se desenvolveu a civilização egípcia às margens
do rio Nilo, que era usado como meio de transporte. Há registros deste povo
em hieróglifos, mostrando uma pessoa nadando em movimentos alternados de
braços e pernas, sugerindo o nado crawl.

No período clássico surge a civilização grega, considerada como sendo


o berço da civilização ocidental, entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo,
possuindo um litoral navegável e excelentes portos naturais. Com o grande
número de guerras e possuindo tantos mares e rios como obstáculos naturais
para invadir novos territórios, a natação era utilizada na Grécia e em Roma como
parte do treinamento dos soldados do império (ANDRIES JÚNIOR, 2008). O autor
ainda completa: "Platão acreditava que quem não sabia nadar não era educado.
Em Roma, a natação era vista como símbolo de distinção social; era ensinada às
crianças".

Durante muitos anos, na Idade Média, a natação deixou de ser praticada,


pois se acreditava que o que realmente importavam eram as coisas do espírito.
A valorização do corpo somente retoma suas forças durante o Renascimento,
tendo como fator de disseminação dessa ideia o aspecto educativo do movimento
(ANDRIES JÚNIOR, 2008).

Enquanto exercícios terapêuticos na água, as atividades em meio líquido


encontram-se mencionadas em obras tão antigas como a de Aureliano, da Roma
Antiga no fnal do século V, na qual o autor recomenda a natação no mar ou
em nascentes quentes, e a do médico Jacques Delpcch (1777-1838), que escreveu
sobre a correlação postural com aparelhos e enfatizou o valor da natação para a
coluna vertebral, a saber: quando o corpo futua na posição horizontal, o peso
deixa de estar colocado sobre a coluna vertebral. A densidade e a temperatura
da água são mais convenientes que as do ar. Com ação, semelhante a remo, dos
braços, há uma verdadeira, embora ligeira, tração sobre a coluna vertebral ao
longo do seu eixo (BURKHARDT; ESCOBAR, 1985).

A natação se organizou na Inglaterra em 1837, quando foi realizada a


primeira competição pela Sociedade Britânica de Natação, tendo como único
estilo: o peito. Nas Olimpíadas, a natação teve papel de destaque junto ao atletismo
e, em 1896, em Atenas, foram disputadas provas de nado crawl e peito. Em 1904,
o nado costas foi incluído, e o borboleta surgiu em 1940, como uma evolução do
nado peito (ANDRIES JUNIOR, 2008).

2.1 A NATAÇÃO NO BRASIL


De acordo com Krug e Magri (2012), há indícios de que, há muitos anos,
os índios que habitavam determinadas regiões do Brasil utilizavam a natação,
apresentando-se como ótimos nadadores e canoeiros. Em 1557, quando Mem

6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

de Sá desembarcou no Brasil, foi atacado por índios da retaguarda e, ao tentar


contra-atacá-los, os mesmos fugiram para o mar valendo-se do nado. Ocorreu,
então, um combate sobre as águas. Os índios de Felipe Camarão caçavam os seus
adversários a nado, o que favorecia as suas lutas no meio aquático.

Podemos perceber que os nossos primeiros habitantes se valiam dos


recursos naturais existentes para sobreviver, utilizando-se daquilo que lhes era
disponível, ou seja, da caça e pesca para alimentação; das cavernas e vegetação
para abrigo; dos rios para não só matar a sede como, também, para a natação.
Pela utilidade que esta prática representava, passou a fazer parte da própria
vida, sendo incorporada aos costumes tribais da época (ARAÚJO JÚNIOR, 1993).
Partindo-se dessa visão histórica da natação, pode-se perceber que a flosofa que
nos orienta tem muito a ver com uma prática que, antes de ser utilitária, é saudável
e possibilita, certamente, a uma grande massa de comunidade, momentos de
recreação e lazer com a utilização do meio líquido (ARAÚJO JÚNIOR, 1993).

Há uma lenda que envolve a história da natação no Brasil, se trata da lenda


de Moema, a saber: “Diogo Álvares Correa naufragou ao norte da Baía de Todos-
os-Santos, e foi capturado pelos indígenas. Sobreviveu porque estes o acharam
muito magro. Enquanto os índios o deixavam engordar, chegou certo dia um
barril à praia. Diogo encontrou nele uma espingarda e matou um pássaro. Com
este feito, os índios chamaram-no de Caramuru (Homem do Fogo). Tratado com
distinção, casou-se com Paraguassu, flha do cacique. Entretanto, uma das índias
da aldeia, Moema, havia se apaixonado por ele. Mais tarde, Caramuru foi para
a Europa com a esposa, mas, muitas índias, que por ele haviam se apaixonado,
seguiram a embarcação a nado. Moema foi uma delas e o seguiu até morrer”
(KRUG; MAGRI, 2012, p. 65).

Em termos ofciais, há registros da inserção da natação no Brasil a partir de


31 de julho de 1897. Nesta data, os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo
fundaram a União de Regatas Fluminense, no Rio de Janeiro. Posteriormente,
sua nomenclatura foi alterada para Conselho Superior de Regatas e Federação
Brasileira das Sociedades do Remo. No ano seguinte ao da sua fundação, em
1898, o Clube de Natação e Regatas promoveu o primeiro campeonato brasileiro,
na distância aproximada de 1.500 metros, entre a fortaleza de Villegaignon e a
praia de Santa Luzia. Esta prova foi repetida até 1912. Em 1913, na Enseada de
Botafogo, a Federação Brasileira de Sociedade de Remo promoveu a primeira
competição; Abraão Saliture foi o campeão nos 1.500 metros de nado livre.
Também foram realizadas as provas de 100 metros para estreantes, 600 metros
para sêniores e 200 metros para juniores (KRUG; MAGRI, 2012).

Em 1915 foi inserida a prova de 600 metros no Campeonato Carioca de


Natação e a partir de 1916, a Confederação Brasileira de Desportos começou a
patrocinar o Campeonato Brasileiro de Natação. Em 1920 foi realizada a primeira
competição com seis provas olímpicas, na qual os cariocas foram os campeões.
Em 1919, foi inaugurada a primeira piscina de competições no Brasil, sendo
esta a do Fluminense, no Rio de Janeiro. Em 1923, surgiram, em São Paulo, a

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UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Associação Atlética de São Paulo e o Clube Atlético Paulistano. Antes disso, os


cariocas nadavam na enseada de Botafogo e os paulistas no rio Tietê (KRUG;
MAGRI, 2012).

Desde 1908, quando Abraão Saliture venceu as provas de 100 e de


500 metros em Montevidéu, o Brasil ocupou lugar de destaque na natação da
América do Sul, mantendo esta posição por muitos anos. Em 1919, os brasileiros
venceram quatro provas no primeiro Campeonato Sul-americano, realizado no
Rio de Janeiro. Em 1929, esta competição foi ofcialmente regularizada, ocorrendo
em 1941 em Viña del Mar, em 1950, em Montevidéu, e em 1952 em Lima, nas
quais o Brasil empatou seus resultados com a Argentina. Em 1954, a competição
aconteceu em São Paulo e em 1960 em Cáli, em ambas, o Brasil foi campeão
na categoria masculino. Em 1935, 1941 e 1946, a competição foi realizada no
Rio de Janeiro, em 1947 em Buenos Aires, em 1954 em São Paulo e em 1958 e
1960 em Cáli. Nestas sete disputas, o Brasil foi campeão na categoria feminino.
Faz-se importante ressaltar que Maria Lenk (1915-2007) foi a primeira mulher
sul-americana a participar de uma olimpíada, sendo grande incentivadora da
modalidade de natação e precursora do nado borboleta e do nado sincronizado
no Brasil (KRUG; MAGRI, 2012).

Hoje, a natação é um dos esportes mais praticados no Brasil, tendo,


aproximadamente, 65 mil atletas federados. No país, a modalidade era controlada
pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), porém, em 1977 a confederação
foi desfeita. No dia 21 de outubro deste mesmo ano foi criada a Confederação
Brasileira de Natação (CBN), que fcou até 1988, ano em que foi fundada a
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) (MASSAUD, 2004).

UNI

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) responde pelos


quatro esportes olímpicos: a natação, o polo aquático, o nado sincronizado e os saltos
ornamentais. Além disso, responde pela natação em águas abertas, as chamadas
“travessias”. A CBDA é uma entidade que abrange 27 federações, 1.171 clubes filiados e 640
eventos anuais (MASSAUD, 2004).

2.1.1 O Brasil nas Olimpíadas


O Brasil começou a participar das provas de natação, nas Olimpíadas,
a partir de 1920, na Antuérpia. Nestas Olimpíadas, a delegação brasileira foi
composta por 21 atletas, adquirindo destaque na prova de tiro. Em 1924, as
Olimpíadas foram realizadas em Paris e o Brasil possuía uma delegação composta
por 11 pessoas, porém, estas competiam nas provas apenas nos momentos de

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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

folga da Exposição Universal. Em 1928, nas Olimpíadas de Amsterdam, o Brasil


não participou em decorrência da crise fnanceira do país (KRUG; MAGRI, 2012).

Em 1932, nas Olimpíadas de Los Angeles, o Brasil fcou em sétimo lugar,


no revezamento 4x100 metros, com a equipe composta pelos atletas Isaac Novaes,
Manuel Vilar, Benevenuto Nunes e Manuel Silva. Nesta edição das Olimpíadas,
Maria Lenk, brasileira, foi a primeira mulher sul-americana a participar de uma
olimpíada. Participaram da delegação 58 nadadores, dos quais, 45 viajaram até Los
Angeles em um navio mercante e 13 viajaram por conta própria. Na composição
da equipe estavam atletas como Havelange, Foisselle, Lenk, Novaes e De Paula
(KRUG; MAGRI, 2012).

Em 1936, em Berlim, Piedade Coutinho fcou em quinto lugar na prova dos


400 metros livre; Willy Oto Jordan conquistou o sexto lugar nos 200 metros nado
peito e a equipe de revezamento 4x200 metros masculino, composta por Sérgio
Rodrigues, Willy Oto Jordan, Aram Boghossian e Rolf Kestner, fcou em oitavo
lugar. A equipe de revezamento 4x100 metros nado livre feminino, composta por
Piedade Coutinho, Talita Rodrigues, Maria Angélica Leão da Costa e Eleonora
Schimidt, fcou com o sexto lugar (KRUG; MAGRI, 2012).

Destaca-se que, em 1939, na preparação para as Olimpíadas, Maria Lenk


bateu o recorde mundial nas provas de 400 metros e 200 metros nado peito.
Contudo, a Olimpíada não aconteceu devido à Segunda Guerra Mundial. A
próxima edição das Olimpíadas aconteceu em 1948, na cidade de Londres, na
Inglaterra. Neste ano, o Brasil contou com uma delegação composta por 73 atletas.
Piedade Coutinho conquistou a vitória nos 200 metros nado peito, 12 anos após
a sua primeira participação nas Olimpíadas de 1936. Em 1952, as Olimpíadas
ocorrem em Helsinque, na Finlândia, e o Brasil participou com uma delegação de
112 atletas. Um destes, Tetsuo Okamoto, mais conhecido como “Peixe Voador”,
se destacou pela conquista do terceiro lugar nos 1.500 metros nado livre. Sobre a
Olimpíada de 1956, que foi realizada em Melbourne, na Austrália, não há registro
das informações sobre os resultados da delegação brasileira (49 atletas que
participaram dos jogos) (KRUG; MAGRI, 2012).

Em 1960, na Olimpíada de Roma, na Itália, Manuel dos Santos conquistou


o terceiro lugar nos 100 metros livres após uma chegada polêmica devido à batida
de mãos de forma simultânea com outro nadador, o qual fcou com o segundo
lugar. Como o Brasil não tinha tradição de bons resultados na natação, era
previsto que, em vista do ocorrido, o nadador brasileiro fcaria com o terceiro
lugar. Em 1961, Manuel dos Santos bateu recorde mundial dos 100 metros livres.
Contudo, este recorde foi considerado irregular por muitas pessoas devido à alta
concentração de sal na água, superior ao limite permitido nas piscinas. Neste
mesmo ano, o atleta foi campeão em Tóquio, no Japão, superando os maiores
velocistas do mundo. Em seguida, em Osaka, Manuel dos Santos percorreu 100
metros em 55 segundos, o melhor tempo já alcançado em competições até aquela
época. Em 20 de setembro do mesmo ano, no Clube Regatas Guanabara, no Rio de
Janeiro, o atleta nadou 100 metros em 53,6 segundos, marcando um novo recorde

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UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

mundial. Este tempo permaneceu como recorde mundial até 1964, quando o
francês Alain Gotvales percorreu 100 metros em 52,9 segundos (KRUG; MAGRI,
2012).

Em 1964, os Jogos Olímpicos aconteceram em Tóquio, no Japão. O Brasil


participou com uma delegação composta por 69 integrantes, contudo, não
apresentou resultados expressivos. Em 1968, nos Jogos Olímpicos da Cidade do
México, no México, o Brasil contou com uma delegação de 82 integrantes, obtendo
o quarto lugar na prova de 100 metros nado peito. Em 1972, nas Olimpíadas de
Munique, na Alemanha, o Brasil participou com 12 atletas da natação, entre eles,
destacam-se José Sylvio Fiolo, de 22 anos, Cristina Bassani, de 13 anos, e Rui
Aquino, de 19 anos. Fiolo almejava, após os Jogos Olímpicos, cursar Educação
Física e nadar nos Estados Unidos, porém, ao retornar da Olimpíada, estava com
idade avançada em relação aos adversários. Fiolo conquistou o sexto lugar nos
100 metros nado peito e o quinto lugar no revezamento 4x100 metros medley
(KRUG; MAGRI, 2012).

Na Olimpíada de 1976, que ocorreu em Montreal, no Canadá, o Brasil


conquistou o quarto lugar nos 400 e nos 1.500 metros livres com o nadador Djan
Madruga. Em 1980, os Jogos Olímpicos foram realizados em Moscou, na União
Soviética, onde os nadadores brasileiros Cyro Delgado, Marcus Matioli, Jorge
Fernandes e Djan Madruga conquistaram a medalha de bronze na prova de 4x100
metros livre. Em 1984, na Olimpíada realizada em Los Angeles, nos Estados
Unidos da América, Ricardo Prado conquistou o segundo lugar nos 400 metros
medley e o quarto lugar nos 200 metros costas. Em 1988, em Seul, na Coreia, o
Brasil participou, porém, não conquistou vitórias expressivas (KRUG; MAGRI,
2012).

Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, na Espanha, Gustavo Borges


conquistou a medalha de prata nos 100 metros nado livre. Em 1996, em Atlanta,
o mesmo atleta de natação conquistou a medalha de bronze para o Brasil nos 100
metros livre e a medalha de prata nos 200 metros livre. Nesta mesma Olimpíada,
o atleta Fernando Scherer obteve a medalha de bronze para o Brasil nos 50 metros
livre (KRUG; MAGRI, 2012).

No ano 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, o atleta


Gustavo Borges, do Brasil, conquistou a medalha de bronze no revezamento
4x100 metros livre, tornando-se um dos maiores esportistas da história do país,
pois foi o primeiro brasileiro a conquistar quatro medalhas olímpicas. Entretanto,
Gustavo Borges fcou de fora da fnal da prova dos 100 metros livre, que era a
sua especialidade. Nesta mesma Olimpíada, Fernando Scherer, também atleta de
natação brasileiro, teve uma contusão no tornozelo durante o seu treinamento,
conquistando apenas a medalha de bronze no revezamento 4x100 metros livre
em companhia de Edvaldo Valério, Carlo Jaime e Gustavo Borges. Nos 50 metros
livre, Fernando Scherer não se classifcou para a semifnal. O atleta também
disputou o revezamento 4x100 metros medley, não conseguindo vaga para a
semifnal (KRUG; MAGRI, 2012).

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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

Ainda nas Olimpíadas de 2000, em Sydney, Rogério Romero, aos 31 anos,


disputou a sua quarta olimpíada, chegando à fnal e conquistando o sétimo lugar.
Apontado como a maior revelação da natação brasileira, Alexandre Massura não
conseguiu repetir, em Sydney, o bom resultado que havia tido no Pan-Americano de
Winnipeg. Nas duas provas de que participou, 100 metros costas, sua especialidade,
e revezamento 4x100 medley, não conseguiu chegar à prova fnal. Leonardo Costa,
por sua vez, no Pan-Americano de 1999, ganhou o ouro, garantindo a sua vaga na
Olimpíada de 2000, nos 200 metros costas. O atleta fez o tempo de 1min59s33, em
Winnipeg, batendo o americano Aaron Peirson, que era o atual líder do ranking.
Em Sydney, o norte-americano deu o troco e o brasileiro não chegou à fnal nas
duas provas que disputou, 200 metros costas e revezamento 4x200 metros nado
livre. Luiz Lima fcou em sexto lugar nas eliminatórias dos 400 metros livre e emo 18
nas eliminatórias dos 1.500 metros livre. Edvaldo Valério, revelação do Troféu José
Finkel, aparece como a esperança brasileira para as próximas Olimpíadas. Seu bom
desempenho assegurou a medalha de bronze no revezamento 4x100 metros livres.
Nas outras provas de que participou, 50 metros livre e revezamento 4x200 metros
nado livre, não se saiu muito bem e foi eliminado na fase classifcatória. Fabíola
Molina, a única representante feminina da natação brasileira nas Olimpíadas de
Sydney, foi eliminada na fase classifcatória dos 100 metros borboleta e dos 100
metros costas. Carlos Jaime fez uma boa prova no revezamento 4x100 metros livre
e conquistou a medalha de bronze para o Brasil. Eduardo Fischer nadou o estilo
peito no revezamento 4x100 metros medley, além dos 100 metros peito, mas não
conseguiu passar da fase classifcatória em ambas. Rodrigo Rocha Castro competiu
na equipe de revezamento 4x200 metros, contudo, também não conseguiu passar
das eliminatórias. Além disso, o atleta participou dos 200 metros costas, sendo
eliminado na semifnal (KRUG; MAGRI, 2012).

Nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, na Grécia, foram a mulheres que se


destacaram na delegação brasileira de natação. Com as três fnais que alcançaram,
elas superaram o desempenho masculino pela primeira vez desde os jogos de
Berlim, em 1938. Os destaques foram Joanna Maranhão, que chegou à fnal dos
400 metros medley, e Flávia Delaroli, que chegou à fnal dos 50 metros livres. Elas
superaram uma lacuna de 56 anos sem mulheres brasileiras em fnais olímpicas.
Outro resultado positivo foi o da equipe de revezamento 4x200 metros livre,
onde conquistaram o sétimo lugar. Nesta edição das Olimpíadas, a participação
masculina do Brasil não teve o sucesso das outras edições. Os destaques foram
Thiago Pereira e Gabriel Mangabeira, únicos fnalistas masculinos. Foi a primeira
vez, desde as Olimpíadas de Seul, em 1988, que a natação não trouxe medalhas
para o Brasil e, por isso, o resultado não pode ser considerado satisfatório (KRUG;
MAGRI, 2012).

Em 2008, em Pequim, na China, a delegação brasileira foi composta por


27 nadadores. No feminino, o destaque foi para o número de participantes,
12, entre elas, quatro atletas de maratona aquática. No masculino, a primeira
medalha de ouro em Olimpíadas foi conquistada por César Cielo na prova dos
50 metros nado livre, a mais rápida disputada em competições de natação. O
mesmo atleta conquistou para o Brasil a medalha de bronze nos 100 metros nado

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UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

livre (KRUG; MAGRI, 2012). Nas Olimpíadas de 2012, em Londres, na Inglaterra,


César Cielo trouxe para o Brasil a medalha de bronze conquistada na prova dos
50 metros livre. Na mesma Olimpíada, o atleta Thiago Pereira conquistou, para
o país, a medalha de prata na prova de 400 metros medley. Na última edição das
Olimpíadas, realizada no Rio de Janeiro, a conquista do Brasil, na natação, foi
na maratona dos 10 km feminino, na qual a atleta Poliana Okimoto conquistou a
medalha de bronze.

3 BENEFÍCIOS DA NATAÇÃO
Apesar da literatura conter diversas defnições para a natação e métodos
bem diversifcados para seu ensino, todos os autores concordam em um ponto:
este é um esporte excelente devido ao seu caráter formativo e totalizador.
Qualquer corpo no meio aquático esforça-se para superar as perturbações
causadas pela água, o que caracteriza uma de suas vantagens em relação aos
outros esportes (DAMASCENO, 1992). Para Araújo Júnior (1993), a natação é
considerada uma das atividades físicas mais completas que existe na atualidade
e, através dela, se obtém benefícios que auxiliam o praticante a ter uma vida mais
saudável, buscando a otimização e o desenvolvimento das capacidades físicas,
fexibilidade, força, resistência muscular, e da capacidade cardiorrespiratória.
Além disso, dependendo da forma como for praticada, a natação pode vir a ser
uma atividade de integração das pessoas que a praticam, muito mais voltada ao
aspecto socializador, usada com prazer, onde e quando o ser descobre e aprimora
a sua personalidade (ARAÚJO JÚNIOR, 1993). Nesse sentido, Carvalho et al.
(2008) também apresentam algumas fnalidades da natação, são elas: obtenção
das habilidades básicas fundamentais, conhecimentos sobre a segurança no
ambiente aquático e boa conduta social.

Para Cateau e Garof (1990), saber nadar é ter resolvido, qualitativa e


quantitativamente, em qualquer eventualidade, o triplo problema que se coloca
permanente: melhor equilíbrio, melhor respiração e melhor propulsão, no elemento
líquido". E continua: "Praticar a natação é ter gosto e a possibilidade, ou ainda a
obrigação de expressar-se no elemento líquido, dentro de uma certa periodicidade,
tomando consciência das próprias limitações e capacidade de progresso, propondo-
se um ou mais objetivos e escolhendo a maneira de executá-los.

Para Araújo Júnior (1993), nadar e natação também signifcam ação,


exercício, arte, autopropulsão e autossustentação, mas deve-se acrescentar a
isso o respeito pela individualidade, espontaneidade, criatividade e liberdade,
fazendo com que a natação solicite exercícios tanto no aspecto físico quanto no
intelectual, o que torna o processo de aprendizagem uma única unidade.

O trabalho com programas de natação e atividades aquáticas


proporciona ao indivíduo envolver-se mais plenamente, melhorando tanto a sua
participação e interação social, como também o desenvolvimento da linguagem

12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

e do autoconceito. Neste sentido, a natação, como uma modalidade desportiva


considerada de grande utilidade por proporcionar benefícios orgânicos e sociais,
se bem desenvolvida, segundo o ponto de vista de Pável (1992), provoca uma
grande procura por um número expressivo de pessoas. As aulas de natação
oferecem um novo ambiente social, vivência de situações que são importantes na
formação do indivíduo, como ganhar e perder, circunstâncias de aprendizagem
diversifcadas, como aulas individuais e em grupo, uma gama de informações
que passam pelas regras básicas do esporte à prática da modalidade como um
todo, pela aquisição de novos hábitos e gestos motores, pelas trocas interpessoais
e muitos outros fatores motivacionais.

No esporte aquático, o indivíduo se vê confrontado com um meio


multidimensional, no qual ele pode explorar, descobrir e realizar possibilidades
ainda desconhecidas. As atividades destinadas a desenvolver a noção espacial,
a percepção do corpo como objeto e a noção do próprio corpo podem ser
perfeitamente integradas na exploração dentro da água (ADAMS et al., 1985),
A atividade na água, ou o movimento de nadar, signifca um momento de
liberdade e independência, momento este em que consegue movimentar-se
livremente. O movimento livre lhe propicia a possibilidade de experimentar
suas potencialidades, de vivenciar suas limitações, isto é, conhecer a si próprio,
confrontar-se consigo mesmo, quebrar as barreiras com o seu “eu” próprio. A
partir do momento em que a pessoa descobre suas potencialidades, descobrindo
sua capacidade de se movimentar na água, sem auxílio, inicia seu prazer
em desfrutar a água, aumentando sua autoestima, sua autoconfança e sua
independência (GRASSELI; PAULA, 2002). O fato de poder ser independente na
água, de atingir as habilidades que podem ser impossíveis ou difíceis no solo, só
pode ter efeitos psicológicos favoráveis e duradouros, que elevam a confança e
a autoestima, e isso pode ser transferido para a vida em terra (CAMPION, 2000).

A água apresenta propriedades físicas que facilitam para o indivíduo sua


locomoção sem grande esforço, pois sua propriedade de sustentação (empuxo)
e eliminação quase que total da força da gravidade podem, segundo Campion
(2000), aliviar o estresse sobre as articulações que sustentam o peso do corpo,
auxiliando no equilíbrio estático e dinâmico, propiciando, dessa forma, maior
facilidade de execução de movimentos que, em terra, seriam muito difíceis de
serem executados. Segundo Mazarini (1992), os exercícios no meio líquido
oferecem aos participantes a oportunidade de executarem livremente os mais
diferentes movimentos, graças à futuação do corpo. Essa movimentação poderá
ser benefciada ainda mais, se a temperatura da água for mantida em torno de 28
a 34 graus centígrados. A água aquecida proporciona um aumento da circulação
sanguínea e da sensibilidade neurossensorial, que, juntamente com a diminuição
dos efeitos da gravidade, são responsáveis pela melhora do tônus muscular
postural. Nesse caso, favorecem uma adequada mobilidade articular e uma
melhora da elasticidade muscular.

Segundo Cateau e Garof (1990), uma das propriedades do tecido muscular


é a de reagir a certo número de estimulações, e o meio aquático proporciona

13
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

diversos estímulos com características mecânicas, térmicas, químicas, acústicas,


ópticas, de infuxo nervoso, levados aos músculos pelos nervos motores. Tsutsumi
et al. (2004) afrmam que com o desenvolvimento da musculatura, há juntamente
a melhora da postura corporal.

De acordo com Adams et al. (1985), o calor da água favorece o relaxamento


dos músculos e anima o indivíduo a continuar explorando a movimentação dentro
da água. Este relaxamento melhora o tônus postural e resulta em movimentos
mais efcientes. O aumento da capacidade para o relaxamento, combinado com a
diminuição da ação da gravidade, melhora a mobilidade e aumenta o potencial
motor nos indivíduos. A força de empuxo é uma propriedade física da água,
assim descrita pelo princípio de Arquimedes: "Um corpo imerso parcial ou
completamente dentro de um líquido em repouso, recebe um impulso de baixo
para cima, igual ao peso do volume do líquido deslocado". O autor ressalta que esta
propriedade contribui de diversas maneiras para favorecer os movimentos dos
indivíduos, pois a diminuição da gravidade reduz a resistência aos movimentos
do corpo, além disso, a amplitude dos movimentos do nadador aumenta dentro
da água, em consequência do princípio de Arquimedes.

Para Dufeld (1985), quando na água fcamos em posição vertical, a


pressão sofrida pelas articulações é mínima. A redução do peso nas articulações
vai facilitar o principal aspecto da aplicabilidade de natação na correção das
deformidades posturais (MAZARINI, 1992). Para Carmona (2001), a sensação
da água envolvendo todo nosso corpo pode ter efeitos táteis cinestésicos e
proprioceptivos incríveis, auxiliando na construção de nossa imagem corporal.

Lopes e Pereira (2004) afrmam que a prática da natação pode ocasionar


redução não só de pequenos distúrbios neuromotores, como também facilitar
a aquisição do conhecimento de novas habilidades. A estimulação das
potencialidades motoras e cognitivas dos indivíduos no meio aquático favorece
seu autoconhecimento, sua conscientização corporal, o que facilita também o
aprendizado de novas habilidades, partindo-se do conhecimento por ele iniciado.
Para Reis (1987), gera-se melhoria da coordenação de movimentos a partir de
sensações e percepções decorrentes da prática da natação. Velasco (1994) diz que
o meio aquático é um meio rico para esse tipo de vivência e propício para que a
pessoa organize as informações e sensações recebidas em seu cérebro, transferindo-
as para o movimento realizado na água, enriquecendo suas experiências motoras.

Vale destacar que os aspectos motivacionais e as propriedades terapêuticas


da água estimulam o desenvolvimento da aprendizagem cognitiva e o poder de
concentração, pois o aprendiz busca compreender o movimento do seu próprio
corpo explorando as várias formas de se movimentar, adaptando suas limitações
às propriedades da água (LÉPORE et al., 1999).

Campion (2000) chama atenção para os benefícios no sistema de regulação


térmica, salientando que quando o corpo está exposto a um estímulo frio, por
exemplo, em água de temperatura fria, estes vasos se contraem, evitando que seja

14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

liberado calor interno; ao contrário, se o estímulo de calor é maior que a temperatura


interna, há uma vasodilatação para que o calor seja liberado e a temperatura se
mantenha em equilíbrio. Com as mudanças constantes de temperatura interna da
água, este mecanismo é constantemente acionado, fazendo com que o organismo
adquira uma maior resistência contra mudanças bruscas de temperatura externa,
proporcionando ao indivíduo, também, maior resistência contra as doenças
provocadas pelas intempéries do meio.

"As atividades em meio aquático constantes da natação trarão ainda


modifcações sensíveis na capacidade pulmonar do indivíduo, provocando assim
efeitos estimulantes sobre o coração e a circulação dos praticantes" (BELLENZANI;
MAZARINI, 1986, p. 18). De acordo com Maglischo (1986), ocorre aumento da
capacidade de funcionamento do sistema cardiopulmonar, gerando maior aporte
sanguíneo para o corpo e, consequentemente, maior trabalho fsiológico.

Campion (2000) explica que a natação proporciona grandes benefícios ao


sistema circulatório e coração, pois a pressão e a resistência exercidas pela água
sobre o corpo, juntamente com esforço exigido na execução dos movimentos, agem
diretamente sobre o sistema, uma vez que provocam o aumento do metabolismo,
promovendo o fortalecimento da musculatura cardíaca, o aumento do volume
do coração e uma consequente melhoria no sistema circulatório; já no sistema
respiratório provocará o fortalecimento dos músculos respiratórios, aumento do
volume máximo respiratório e consequente melhoria, também, na elasticidade da
caixa torácica.

As atividades desenvolvidas com a água na altura do peito provocam


o aumento da pressão hidrostática durante a respiração nas paredes peitorais
e abdominais, havendo, assim, uma resistência na respiração, aumentando a
capacidade respiratória, assim como também exercícios respiratórios imersos na
água (MASSAUD, 2004). O autor destaca os baixos riscos de lesão e a sensação
de bem-estar devido às substâncias químicas liberadas após a prática da natação.

Damasceno (1992, p. 24) listou, resumidamente, os principais benefícios


da natação para os seres humanos:

• Musculatura e aparelho locomotor:


• Melhor capilarização da musculatura;
• Aumento da secção transversal;
• Desenvolvimento geral da musculatura, levando a uma melhor postura.
• Coração e circulação:
• Aumento do volume do coração;
• Hipertrofa;
• Menor frequência cardíaca;
• Maior transporte de oxigênio;
• Menor esforço cardíaco;
• Maior elasticidade dos vasos sanguíneos.
• Sistema respiratório:

15
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• Maior absorção de 02 máxima (maior volume nos pulmões);


• Maior difusão de 02;
• Mais hemoglobina;
• Maior irrigação sanguínea da musculatura envolvida;
• Auxilia no combate às doenças do aparelho respiratório.
• Metabolismo:
• Mobilização de muita energia para execução dos movimentos;
• Sistema nervoso:
• Desenvolve o Sistema Nervoso de forma global.

Faz-se pertinente destacar que a natação proporciona, aos seus praticantes,


um desenvolvimento global e equilibrado, não ocorrendo em cada parte deste
separadamente. Para Damasceno (1992, p. 32), a natação promove:

• Percepção e controle do próprio corpo;


• Equilíbrio postural;
• Lateralidade bem defnida;
• Independência dos segmentos em relação ao tronco e uns em relação aos
outros;
• Controle e equilíbrio das contrações ou inibições estreitamente associadas ao
esquema corporal e ao controle da respiração.

Dentre a grande diversidade de benefícios que a natação pode trazer


ao indivíduo, damos destaque para a estruturação do esquema corporal. Para
Damasceno (1992, p. 30), o esquema corporal é a "experiência do corpo com a
maneira com que este se põe no meio ambiente". Portanto, o autor diz que para
que um indivíduo se adapte ao meio, ele primeiro deve conhecer e dominar o
seu próprio corpo. Já para Bonacelli (2004, p. 96), o esquema corporal se defne
como a "representação que a pessoa tem do próprio corpo, num certo espaço,
num certo tempo". É a relação com o mundo e consigo mesmo na generalidade
(BONACELLI, 2004).

Segundo Cateau e Garof (1990), o esquema corporal que refete o


equilíbrio entre as funções psicomotoras e sua maturidade (depende de um
conjunto funcional organizado através da relação mútua organismo-meio) é
o núcleo central da personalidade, motivo pelo qual a metodologia do ensino
esportivo deve permitir ao aluno a exploração e manejo do meio com atividades
motoras que contribuam para a estruturação desta imagem corporal. A construção
dos esquemas específcos no meio aquático depende dos aspectos psicomotores
que dizem respeito ao conhecimento do próprio corpo, do mundo exterior e de
alguns fatores de execução, como força, resistência, fexibilidade e velocidade.
Assim, a natação permite ao indivíduo a exploração e manejo do meio, através
de atividades motoras, que contribuem para a estruturação do seu esquema
corporal. Ela ajuda cada um a ter noção perceptiva do espaço à sua volta, pois
exige a execução de movimentos em diferentes posições (DAMASCENO, 1992).

16
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

De acordo com Bonacelli (2004), é muito importante o conhecimento


do próprio corpo quando se está no meio líquido, pois quando realizamos um
movimento fora da água, podemos ver este movimento, mas quando estamos na
água, ao nadar, isto é praticamente impossível. Então, a necessidade de conhecer
o próprio corpo é bem maior. Vale lembrar, também, que na natação se exige que
o aluno redobre sua atenção a todo o momento para estabilizar sua postura dentro
da água e desenvolver os exercícios. Isso permite que sua capacidade mental seja
ampliada, favorecendo a aquisição de novas posturas e desenvolvimento global
de seu corpo (LOPES; PEREIRA, 2004).

Lopes e Pereira (2004, p. 205) afrmam que a prática da natação pode


ocasionar redução não só de pequenos distúrbios neuromotores, como também
facilitar a aquisição do conhecimento de novas habilidades. A estimulação das
potencialidades motoras e cognitivas dos indivíduos no meio aquático favorece
seu autoconhecimento, sua conscientização corporal, o que facilita também
o aprendizado de novas habilidades, partindo-se do conhecimento por ele
iniciado. Araújo Júnior (1993, p. 33) ainda diz: "além disso, o aspecto segurança
faz com que o 'nadador' se sinta à vontade dentro do meio líquido, propiciando o
desenvolvimento da autoconfança para enfrentar algum tipo de difculdade que
eventualmente possa encontrar". Assim, a natação pode ser considerada como
um esporte completo que possibilita o desenvolvimento total dos indivíduos que
a praticam. Ela pode ser praticada por qualquer pessoa, independentemente do
sexo, da idade e da condição física ou mental.

4 ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO


Não sendo o ambiente próprio do ser humano, qualquer atividade
dentro da água exige uma série de condutas adaptativas à sua especifcidade,
representada pelos problemas de equilíbrio, respiração e propulsão. A superação
destes problemas permite a aquisição da habilidade de "nadar", ou seja, manter-se
sobre a água e ir por ela sem tocar no fundo. Esta habilidade, portanto, comprova
a completa ambientação do indivíduo no meio aquático, mas também coloca
em evidência que a habilidade de nadar pode ser executada sem preencher os
requisitos dos nados esportivos. Assim, o processo de ambientação se organiza
em níveis que conduzem a execução de um nado de características utilitárias
(BURKHARDT; ESCOBAR, 1985).

Segundo Cateau e Garof (1990), a boa adaptação ao meio líquido é


o resultado de um número considerável de dias e horas em que o grupo ou o
indivíduo passa na água, não sendo uma adaptação espontânea e instantânea.
Segundo os autores, para o primitivo, da mesma forma que para o principiante,
aprender a nadar representa uma sucessão de problemas que se apresentam a
ele em ordem defnida e imutável, porque estão ligados, de início, ao equilíbrio
vertical do bípede e à necessidade de sobreviver à experiência. "Devemos a George
Herbert observações notáveis pela exatidão e precisão feitas ao longo de suas

17
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

peregrinações sobre o comportamento do homem primitivo que tinha de resolver


um problema de aprendizagem da natação. Essas observações constituem uma
preciosa contribuição ao estudo do comportamento psicológico do não nadador
a ponto de servir de base à orientação de toda a pedagogia moderna" (CATTEAU;
GAROFF, 1990, p. 32).

4.1 CARACTERÍSTICAS DO CONTATO COM


O MEIO LÍQUIDO
O contato com o meio líquido gera inúmeros benefícios ao ser humano,
dos quais se pode destacar a remoção das impurezas da pele, a desobstrução dos
poros, facilitando a transpiração e a eliminação de toxinas. Ademais, os exercícios
no meio líquido reduzem o peso corporal entre oito e doze kg devido à ação da
gravidade, desta forma, a natação é uma excelente atividade física para as pessoas
que possuem excesso de peso, problemas articular ou ligamentar, uma vez que
diminui o impacto nos tornozelos, nos joelhos e na articulação coxofemoral
(KRUG; MAGRI, 2012).

A prática da natação exige o aumento do ritmo respiratório do nadador,


assim, faz com que o sistema respiratório passe a reagir às mudanças em um
curto período de tempo, promovendo a melhora da efciência e da capacidade
respiratória. Assim, a natação reeduca movimentos e educa o ritmo da respiração.
Além disso, aumenta a potência do coração, auxilia na recuperação de membros
lesionados, de entorses, atrofas, fraturas, bem como no tratamento de asma.
Além disso, a prática desta modalidade esportiva ajuda no desenvolvimento
das musculaturas dos ombros, do dorso, das pernas e da caixa torácica devido
à utilização de forças em diferentes direções, com o uso de diferentes grupos
musculares nos variados tipos de nados. Ainda, pode-se destacar a reeducação
dos movimentos de membros atingidos pela poliomielite. Por fm, trata-se de um
componente educativo e de segurança para as pessoas (KRUG; MAGRI, 2012).
Entretanto, para que estes benefícios sejam desfrutados pelos praticantes, alguns
pré-requisitos devem ser considerados, a saber: condições de temperatura,
claridade, tratamento químico e profundidade. Estas condições são fundamentais
para que o aprendiz se sinta e tenha um aprendizado seguro, de acordo com as
suas necessidades. Ademais, os aspectos físico-fsiológicos, sociais, psicológicos e
técnicos devem ser contemplados.

4.2 ASPECTOS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS


A condição orgânica, dos músculos, do coração, dos pulmões e dos órgãos
em geral necessitam de avaliação prévia ao início da prática da natação. Quanto
maior for a dedicação do sujeito à prática esportiva, seja nas aulas, em treinamentos,
ou em competições, quando altas demandas energéticas são solicitadas, a

18
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

resistência, a fexibilidade, a futuabilidade e a efciência mecânica serão cada vez


mais acompanhadas, avaliadas e estimuladas (KRUG; MAGRI, 2012).

No início da aprendizagem, o aspecto que mais facilita ou difculta é a


futuabilidade do corpo do indivíduo na água. Isto possui relação direta com a
posição dos segmentos corporais, com a composição corporal (densidade) e com
a inter-relação das forças de impulsão hidrostática (empuxo) e de gravidade, as
quais permitirão que o corpo futue mais ou menos paralelo à linha da superfície
da água. Os corpos que futuam bem na água são considerados de futuabilidade
positiva, ao passo que os corpos que não futuam bem na água são considerados de
futuabilidade negativa. Neste sentido, há indícios de que haja diferenças entre os
sexos, sendo que as mulheres parecem apresentar melhor futuabilidade em função
do seu biótipo e do percentual de gordura, enquanto os homens apresentam melhor
desempenho em termos de força e potência (KRUG; MAGRI, 2012). As autoras
acrescentam que a posição do corpo mais paralela à linha da superfície da água
contribuirá para um melhor resultado em termos de propulsão, isto é, mais rápido
será o deslocamento do corpo na água, pois quanto menor for a intensidade da
resistência hidrodinâmica oposta à direção de deslocamento do sujeito, maior será
a velocidade de nado, conforme a intensidade da força aplicada.

4.3 ASPECTOS SOCIAIS E PSICOLÓGICOS


Não é comum que os seres humanos apresentem aversão à água, a menos
que isto seja provocado por uma experiência negativa, porém, para “nadar”, é
necessário que o indivíduo tenha uma motivação, uma vez que o aprendizado
da natação depende muito do fator motivacional, o qual pode ser desencadeado
pela expectativa de sucesso ou pelo medo do fracasso. Para isto, metas atingíveis
devem ser estabelecidas e os objetivos devem estar de acordo com a idade, com as
possibilidades e com as potencialidades do aprendiz. Isto defnirá a maturidade
e a prontidão para o envolvimento nos distintos níveis, o que, atrelado à atenção
do indivíduo, poderá resultar em muitos avanços. Para tanto, o trabalho do
professor é imprescindível desde o início da aprendizagem, pois é ele quem
planejará os procedimentos didático-metodológicos, conforme o perfl do aluno,
organizando a progressão das etapas de ensino e lidando com a ansiedade e com
o medo do aprendiz no meio líquido. Por sua vez, o interesse do indivíduo que
está aprendendo pelos ensinamentos disponibilizados pelo professor é de suma
importância para que haja uma aprendizagem de sucesso (KRUG; MAGRI, 2012).

4.4 ASPECTOS TÉCNICOS


Os fatores técnicos são de fundamental importância para favorecer a
aprendizagem da natação, visto que ela depende muito do conhecimento do
professor, da sua experiência, além do seu empenho e da adequação dos objetivos

19
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

em função das etapas e dos respectivos conteúdos de aprendizagem. Para o ensino


da natação, a literatura apresenta a possibilidade da utilização de diferentes
métodos de ensino, são eles: global, parcial ou partes progressivas. Cada um deles
parece ser mais indicado para o ensinamento de determinadas técnicas ou nados.
Para tanto, o professor deverá ter absoluto domínio da área, dos métodos e das
técnicas a serem utilizadas, bem como controle das condições de aprendizagem,
ou seja, do local, das condições de prática, da frequência semanal e da duração
das aulas, da temperatura da água, do número de aprendizes ou de sujeitos em
treinamento, das condições e do nível de cada um deles, da assiduidade, da
responsabilidade e do interesse dos mesmos. Estes são alguns dos aspectos que
estão envolvidos no ensino ou no treinamento da natação (KRUG; MAGRI, 2012).

Faz-se pertinente destacar que as experiências iniciais devem ser ricas,


contemplando diferentes gestos propulsivos, visando favorecer a aprendizagem
por meio de diversifcadas possibilidades, de retenção e de transferências
positivas. Esta variedade de oportunidades é importante no início de qualquer
aprendizagem. Para a escolha do primeiro estilo da natação a ser ensinado, deve-
se observar as potencialidades do aprendiz, assim será mais perceptível a sua
evolução na aprendizagem do nado (KRUG; MAGRI, 2012).

4.5 ASPECTOS PEDAGÓGICOS


Ensinar a nadar é fácil, mas nadar não o é. Por isso, o aprendiz deve ser
iniciado gradativamente, seja qual for a sua idade ou sexo. O ensino deve ser
lento, gradual em intensidade, complexidade e, principalmente, do conhecido
para o desconhecido. Motive mesmo no último minuto da sua aula, pois é
importante que o aluno tenha a vontade de voltar. Além disso, sempre garanta
a segurança do seu aluno (FARIAS, 1988). Para o autor, é essencial que alguns
cuidados sejam tomados durante a realização das atividades para o ensino da
natação, quais sejam:

• Sempre apresente e coloque os exercícios de maneira clara, despertando, assim,


a atenção, o interesse e a vontade de realizá-los;
• Sempre que possível, demonstre ou facilite a compreensão do movimento com
explicações claras;
• Nunca coloque movimentos difíceis no início das aulas, ou aqueles para os
quais os alunos não estão preparados;
• Procure iniciar as atividades com exercícios gradativos;
• Dose sempre as repetições mais ou menos pela maioria;
• Nunca coloque os alunos diretamente de frente para o Sol;
• Se o local possuir ducha, oriente os alunos para que passem por ela antes de
entrarem na piscina;
• Corrija os erros com muito cuidado, mas sempre de uma forma global, para
não ferir os menos capacitados;

20
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À NATAÇÃO

• Retifque os erros de forma elogiosa, por exemplo: "está certo, mas procure
fazer deste modo";
• Sinta sempre no rosto e no desempenho dos alunos as respostas às suas
atividades;
• Faça demonstrações lentas, chamando atenção para os pontos mais importantes;
• Observe a fadiga dos alunos;
• Respeite as individualidades (FARIAS, 1988, p. 12).

Para dar início ao processo de adaptação ao meio líquido, o primeiro


passo é tirar o medo dos alunos em relação à água. Para tanto, Farias (1988, p. 15)
sugere os seguintes procedimentos pedagógicos:

• Verifcar a temperatura da água com os pés e mãos:


• Aproximar-se da borda da piscina lentamente, procurando conhecê-la;
• Sentar na borda da piscina e molhar os pés;
• Sentar na borda da piscina e jogar água no seu próprio corpo;
• Sentar na borda da piscina, jogar água no seu companheiro;
• Sentar na borda da piscina, jogar água na sua cabeça;
• Sentar na borda da piscina, jogar água no peito do companheiro;
• Sentar na borda da piscina e bater os pés lentamente;
• Sentar na borda da piscina e bater os pés rapidamente;
• Sentar na borda da piscina e com bastante agilidade de mãos e pés, tentar
molhar o companheiro;
• Pegar água com as mãos em forma de concha e tentar molhar os companheiros;
• Sentar na borda da piscina, pegar água com as mãos, encher a boca e tentar
molhar o companheiro;
• Sentar na borda da piscina e repetir algumas das atividades (as que foram mais
aceitas).

Após ter conseguido que a maioria não tenha mais receio de brincar com
a água fora da piscina, você irá colocá-los na água. Faça com que cada um desça
as escadas lentamente até conseguir tocar no fundo da piscina, caso ela seja rasa
ou de iniciação, se for de maior profundidade, coloque futuadores em todos,
caso necessário. Se forem crianças que não possam tomar pé, segure-os com
leveza e segurança. Em uma piscina de iniciação, onde todos possam fcar de pé
com o tronco fora da água, Farias (1988, p. 16) sugere a realização dos seguintes
procedimentos:

• Realizar passeios exploratórios pela piscina em pequenos grupos;


• Realizar passeios pela piscina, procurando encontrar objetos deixados pelo
professor no fundo dela;
• Faça jogos de correr em duplas, ao longo da piscina;
• Realize estafetas (jogos de ir e pegar objetos, trazendo-os de volta ao lugar
determinado);
• Mande andar e correr de costas, realizando meia-volta para os dois lados;
• Jogos com bolas (minivôlei, minibasquetebol).

21
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Caso a aula ocorra em uma piscina funda, onde nenhum dos alunos possa
alcançar os pés no fundo da mesma, as orientações de Farias (1988, p. 17) são as
seguintes:

• Coloque futuadores em todos e deixe-os brincar um pouco na borda;


• Realize pequenos passeios pela piscina com um ou dois alunos, os outros
permanecem na borda;
• Utilize as raias ou estique uma corda sobre a piscina, oriente para que se
locomovam de um lado para outro da mesma, sempre em segurança;
• Procure formar círculos, quadrados, retângulos e outras formações;
• Oriente a todos para que tentem futuar na horizontal, de lado (direito e
esquerdo);
• Pergunte quem é capaz de ir até o outro lado da piscina (a tarefa-chave na
motivação é "quem é capaz"), ela realiza milagres, tente;
• Procure jogar bola em duplas, elogiando os progressos dos alunos;
• Tente jogar bola com os alunos, dando maior atenção aos menos capacitados;
• Diga para que tentem transportar a bola segurando com as mãos, de um lado
ao outro da piscina:
• Pergunte quem é capaz de transportar a bola, sem colocar as duas mãos dentro
da água.

22
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você viu que:

• A natação é considerada um dos esportes mais completos, pois promove


benefícios ao desenvolvimento global do ser humano.

• Natação signifca a técnica de deslocar-se na água, por intermédio da


coordenação metódica de certos movimentos, e nadar signifca se deslocar na
água a seu nível ou através da força e adaptações naturais do próprio nadador.

• Pelo viés do alto rendimento, a natação é um desporto estruturado e


regulamentado que busca obter registros de tempo cada vez mais inferiores
através de um treinamento metódico, individualizado e específco, supondo-
se para o mesmo fm, pelo menos, o domínio apropriado das técnicas,
conhecimento de ritmo, além de urna boa preparação física.

• As fases que se deve dominar antes de iniciar a aprendizagem dos nados


são: os primeiros contatos com a água, a respiração, a futuação, a propulsão
e a entrada na água. Após estas fases é que serão introduzidos os nados
propriamente ditos.

• A natação é um dos esportes mais antigos praticados pelo homem.


Historicamente, pode-se dizer que a natação era praticada desde a Pré-História.

• Enquanto exercícios terapêuticos na água, as atividades em meio líquido


encontram-se mencionadas desde a Roma antiga, no fnal do século V.

• Como modalidade esportiva, a natação se organizou, na Inglaterra, em 1837,


quando foi realizada a primeira competição pela Sociedade Britânica de
Natação, tendo como único estilo o peito. Nas Olimpíadas a natação teve papel
de destaque junto ao atletismo e, em 1896, em Atenas, foram disputadas provas
de nado crawl e peito. Em 1904, o nado costas foi incluído, e o borboleta surgiu
em 1940, como uma evolução do nado peito.

• O Brasil começou a participar das provas de natação, nas Olimpíadas, a partir


de 1920, na Antuérpia.

• Há indícios de que, há muitos anos, os índios que habitavam determinadas


regiões do Brasil utilizavam a natação para fns de sobrevivência.

• Em termos ofciais, há registros da inserção da natação no Brasil a partir de


31 de julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo
fundaram a União de Regatas Fluminense, no Rio de Janeiro.

23
• A prática da natação resulta em inúmeros benefícios em diferentes aspectos
do corpo humano, tais quais coração e circulação, musculatura e sistema
locomotor, sistema respiratório, metabolismo e sistema nervoso.

• A primeira etapa de ensino-aprendizagem da natação é a adaptação ao meio


líquido, a qual envolve aspectos físico-fsiológicos, sociais, psicológicos e
técnicos.

• A natação pode ser realizada por inúmeros motivos, entre eles estão a saúde, a
performance, a reabilitação e o lazer, isto porque a prática da natação carrega
consigo infnitos benefícios.

24
AUTOATIVIDADE

1 Explique a diferença entre os termos “natação” e “nadar”, descrevendo as


suas defnições:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

2 Descreva o conceito de natação como um esporte de alto rendimento:


__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

3 Quais os aspectos que devem ser abordados antes de iniciar o ensino dos
“nados”, propriamente ditos?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

4 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à natação, e marque V para


aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas:

( ) A natação possibilita, aos seus praticantes, benefícios ao desenvolvimento


total do corpo, incluindo a coordenação motora, a força muscular, a
resistência dos sistemas cardiovascular e respiratório.
( ) O ensino da natação pode contemplar aspectos de cunho educativo,
terapêutico, desportivo e recreativo.
( ) O “nadar” é uma habilidade adquirida, sendo preciso que se passe por
um processo de adaptação e aprendizagem.
( ) Uma boa adaptação em meio líquido é o resultado de um número
considerável de dias e horas em que o grupo ou o indivíduo passa na
água, não sendo uma adaptação espontânea e instantânea.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.
25
5 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à história da natação, e marque
V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas.

( ) A natação, como uma modalidade de alto rendimento, é um dos esportes


mais antigos praticados pelo homem.
( ) A natação era praticada desde a Pré-História por absoluta necessidade
utilitária.
( ) Pressupõe-se que os homens primitivos estavam sempre próximos aos
rios e que, em algum momento, pescando, caçando ou com fnalidades
locomotivas, eles entravam na água e se deslocavam dentro dela.
( ) A natação se organizou, enquanto modalidade esportiva, na Inglaterra em
1837, quando foi realizada a primeira competição pela Sociedade Britânica
de Natação, tendo como único estilo o peito.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

6 No que se refere à história da natação no Brasil e no mundo, leia atentamente


as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta:

a) ( ) Nas Olimpíadas, a primeira participação da modalidade de natação se


deu pela disputa nas provas de nado peito e nado borboleta.
b) ( ) O nado peito surgiu como uma evolução do nado borboleta.
c) ( ) Há indícios de que, há muitos anos, os índios que habitavam
determinadas regiões do Brasil utilizavam a natação como esporte de
alto rendimento, fazendo treinamentos diariamente.
d) ( ) Em termos ofciais, há registros da inserção da natação no Brasil a partir
de 31 de julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e
Flamengo fundaram a União de Regatas Fluminense, no Rio de Janeiro.
e) ( ) Desde 1897, com a criação da União de Regatas Fluminense, a
Confederação Brasileira de Desportos começou a patrocinar o
Campeonato Brasileiro de Natação.

7 A natação é um dos esportes mais praticados no Brasil, tendo,


aproximadamente, 65 mil atletas federados. No que concerne à história do
Brasil nas Olimpíadas, assinale a alternativa incorreta.

a) ( ) Na edição das Olimpíadas realizada no Rio de Janeiro, em 2016, César


Cielo conquistou a medalha de ouro na prova dos 50 metros nado livre.
b) ( ) O Brasil começou a participar das provas de natação, nas Olimpíadas,
a partir de 1920, na Antuérpia.
c) ( ) Em 1932, nas Olimpíadas de Los Angeles, Maria Lenk, brasileira, foi a
primeira mulher sul-americana a participar de uma olimpíada.

26
d) ( ) O Brasil não participou das Olimpíadas de Amsterdam, em 1928, em
decorrência da crise fnanceira do país.
e) ( ) A primeira medalha de ouro em Olimpíadas foi conquistada por César
Cielo, na prova dos 50 metros nado livre, nas Olimpíadas realizadas
em Pequim, na China, em 2008.

8 Explique qual é a função da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos


(CBDA):
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

9 A natação é considerada um dos esportes mais completos que existe na


atualidade, pois possibilita o desenvolvimento total dos indivíduos que a
praticam. Ela pode ser praticada por qualquer pessoa, independentemente
do sexo, da idade e da condição física ou mental. Considerando os inúmeros
benefícios da natação nos diferentes aspectos do corpo humano, correlacione
as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Aumento do volume do coração; hipertrofa;
(a) Musculatura e menor frequência cardíaca; maior transporte
aparelho locomotor de oxigênio; menor esforço cardíaco; maior
elasticidade dos vasos sanguíneos.
( ) Mobilização de muita energia para execução
(b) Coração e circulação
dos movimentos.
(c) Sistema respiratório ( ) Desenvolve o sistema nervoso de forma global.
( ) Maior absorção de 02 máxima (maior
volume nos pulmões); maior difusão de 02; mais
(d) Metabolismo hemoglobina; maior irrigação sanguínea da
musculatura envolvida; auxilia no combate às
doenças do aparelho respiratório.
( ) Melhor capilarização da musculatura; aumento
(e) Sistema nervoso da secção transversal; desenvolvimento geral da
musculatura, levando a uma melhor postura.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.

a) ( ) b, d, e, c, a.
b) ( ) b, a, c, d, e.
c) ( ) c, a, b, e, d.
d) ( ) d, e, c, b, a.
e) ( ) e, b, a, d, c.

27
10 A primeira etapa para aprendizagem da natação está na adaptação ao meio
líquido. No que concerne à adaptação ao meio líquido, assinale a alternativa
incorreta.

a) ( ) A aprendizagem da natação deve ser iniciada com o ensino das habilidades


para o desenvolvimento do nado costa, pois, em decúbito dorsal, os
sujeitos conseguem futuar melhor.
b) ( ) No início da aprendizagem, o aspecto que mais facilita ou difculta é a
futuabilidade do corpo do indivíduo na água.
c) ( ) O trabalho do professor é imprescindível desde o início da aprendizagem,
pois é ele quem planejará os procedimentos didático-metodológicos,
conforme o perfl do aluno, organizando a progressão das etapas de ensino
e lidando com a ansiedade e com o medo do aprendiz no meio líquido.
d) ( ) Para o ensino da natação, a literatura apresenta a possibilidade da
utilização de diferentes métodos de ensino, são eles: global, parcial ou
partes progressivas. Cada um deles parece ser mais indicado para o
ensinamento de determinadas técnicas ou nados.
e) ( ) Antes da entrada na piscina, o professor deverá fazer algumas perguntas
ao aluno, por exemplo: por que você procurou a natação?; você já praticou
a natação alguma vez?; você sabe nadar?; você tem medo da água?; o que
você sabe nadar? Essa é uma forma de o professor saber em qual nível
se encontra o aluno para determinar o tipo de trabalho que precisará ser
desenvolvido.

28
UNIDADE 1
TÓPICO 2

FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO:


PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO,
FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

1 INTRODUÇÃO
A água tem propriedades físicas que precisam ser conhecidas pelo
profssional que atua nela, pois são essas propriedades que irão causar muitos
efeitos no corpo da pessoa que tiver em contato com esta. Estar na água é
muito diferente de estar no solo. Apesar de nós, seres humanos, termos estado
durante nove meses dentro de um meio líquido, ao nascer somos obrigados a
nos adaptarmos ao meio aéreo, transformando muitas coisas no nosso corpo,
a começar pela respiração. Assim, devemos reaprender muitas coisas quando
voltamos a ter contato com a água.

De acordo com Massaud (2004), existem muitas diferenças entre estarmos


na água ou estarmos no ar. Algumas dessas diferenças são óbvias: a água é
molhada, o ar não; podemos sentir a água, mas normalmente não sentimos o
ar; podemos inspirar e expirar no ar, mas quando nosso rosto está dentro da
água não podemos inspirar; os movimentos dentro da água fcam mais lentos
que fora dela; percebe-se um empuxo, ou força de ascensão – futuabilidade à
medida que se desce mais fundo na água. Portanto, ao estarmos na água devemos
reaprender como nos equilibrar, girar, deitar, levantar, se deslocar etc., porque
o método para esses movimentos será diferente. Mas essas diferenças, muitas
vezes, poderão tornar-se grandes vantagens. Nesta perspectiva, apresentar-se-ão
as propriedades da água com o intuito de facilitar a compreensão do que acontece
com o corpo humano quando está em meio líquido. Em seguida, serão abordados
os fundamentos da respiração, da futuação e dos mergulhos em meio aquático.

2 PROPRIEDADES DA ÁGUA

2.1 HIDRODINÂMICA
A hidrodinâmica é a disciplina da mecânica que estuda os corpos em
movimento (dinâmico) na água ou em fuidos em movimento (PALMER, 1990).
A hidrodinâmica emprega conceitos de densidade, de pressão e de viscosidade,
considerando os fenômenos de turbulência no interior dos fuidos (MASSAUD,
2004).
29
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

2.1.1 Viscosidade
Viscosidade é um tipo de atrito (fricção) que ocorre entre as moléculas
de um líquido e que causa resistência ao fuxo do líquido. Essa fricção exprime
a facilidade com a qual o líquido fui, e por essa razão só é observável quando
o líquido está em movimento. Qualquer líquido com alta viscosidade, como o
óleo, fui lentamente, e aquele com baixa viscosidade, como a água, fuirá mais
rapidamente e oferecerá menor resistência (MASSAUD, 2004).

A viscosidade atua como uma resistência ao movimento, pois as moléculas


do fuido tendem a aderir à superfície do corpo em movimento através dele. A
fricção da pele na água é de 790 vezes maior que a fricção no ar, fator este que
difculta os movimentos e requer um gasto maior de energia comparado aos
mesmos movimentos fora da água, no ar. De acordo com Massaud (2004), quando
um corpo se move em meio líquido, os elementos deste, que estão em contato
com o limiar sólido, prendem-se a ele. Eles não deslizam ao longo dele, como se
poderia esperar. Os elementos que estão próximos do limiar passam pelos que
estão presos. Este movimento relativo coloca em ação as forças de resistência
da viscosidade que se opõem ao movimento, causando fricção ou rompimento
(MASSAUD, 2004).

Ao nadar, os corpos carregam “capas” de água a distintas velocidades de


movimento (MASSAUD, 2004). De acordo com o autor, se estas capas de água em
movimento, que estão atrás dos corpos, tocam nas bordas ou no fundo por meio
da chamada viscosidade dinâmica, signifca que a resistência de atrito aumenta.
Assim, nadar nas raias mais próximas das paredes da piscina, ou em piscinas
pouco profundas, resulta na diminuição da velocidade.

A velocidade da água é determinada por um coefciente que possui


oscilação de magnitude, conforme a temperatura. Por exemplo: a zero grau o
coefciente é de 1,83; 10 graus, 1,33; a 20 graus, 1,03 e a 30 graus, 0,84. Desta forma,
nadar em um ambiente aquático com a temperatura da água entre 25 e 28 graus
favorece o alcance de bons resultados de tempo em relação ao nadar em água
com baixas temperaturas (MASSAUD, 2004). Segundo o autor, a viscosidade da
água a 25 graus é cerca de 30% inferior a 10 graus. A água não acelera a uma
velocidade infnita porque possui a viscosidade, caso contrário, os rios, correndo
pelos vales pela ação da gravidade, iriam fuir a uma velocidade cada vez maior,
atingindo centenas de quilômetros por hora, tendo resultados desastrosos.

2.1.2 Propulsão
O termo propulsão, conforme Palmer (1990), signifca impulsionar ou
empurrar para frente, estando isto relacionado com a necessidade de superar a
resistência natural ou a fricção da água. A diferença de fricção da pele no ar para
a água é 790 vezes maior, por isso, os movimentos realizados dentro da água

30
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

demandam um maior gasto energético quando comparados aos movimentos fora


dela. Além disso, o ritmo dos movimentos dentro da água se torna mais lento
(MASSAUD, 2004).

Para atingir o objetivo de “nadar”, o nadador precisa desenvolver uma


força motora, ou uma força de sustentação, que lhe permitirá se movimentar para
frente, para trás, para os lados ou manter-se futuando. Ou seja, se faz necessário
articular um ou um conjunto de membros para que se criem as forças necessárias
para a propulsão ou para a futuação (PALMER, 1990). Ao fazer uma ação na água,
seja por meio de movimentos dos membros inferiores, dos membros superiores ou
do tronco, imediatamente, o nadador terá uma reação por intermédio da qual se
deslocará para frente. Nesta ação, inúmeros fatores estarão envolvidos, gerando
a força propulsiva. Assim, ocorre o deslocamento horizontal dentro da água. Os
movimentos para se vencer a resistência da água resultam em muitos benefícios
para os músculos do corpo, pois, por meio da propulsão das pernas, trabalham-
se os músculos dos membros inferiores e, por meio das braçadas, trabalha-se os
músculos dos braços e do tronco. Além de não prejudicar as articulações, estes
movimentos contribuem para a fexibilidade dos membros (MASSAUD, 2004).

2.1.3 Temperatura
Os efeitos fsiológicos do exercício na piscina estão intimamente relacionados
com a temperatura da água. O sistema de termorregulação do indivíduo deve estar
efciente para suportar mudanças em relação à temperatura. Existe muita discussão
sobre a temperatura ideal de uma piscina. Segundo Velasco (1997, p. 23), esta
questão é muito individual, pois há pessoas que possuem muito desempenho em
água mais quente e outras já preferem a mais fria. Neste sentido, o autor destaca que
"devemos atender a essas necessidades de forma individual, principalmente com
os bebês e os defcientes, pois estes são mais perceptíveis e sensíveis em nível tátil-
bórico com a água e o seu desempenho motor é quase que relacionado diretamente
a esse fator" (VELASCO, 1997, p. 23). Embora a maioria dos autores indique que
a temperatura deve estar entre 30° e 35° no caso de realização de exercícios que
não produzem muito calor corporal, principalmente nas aulas para bebês de 0 a 2
anos, bem como para os grupos de adaptação em meio líquido (MASSAUD, 2004).
Para o autor, a condutibilidade da água produz um processo de desgaste térmico
no corpo do nadador, sendo que a queda da temperatura do corpo é 25 vezes
maior na água do que no ar. Assim, nadar em água abaixo de 20 graus aumenta
consideravelmente o gasto energético dos indivíduos.

2.2 HIDROSTÁTICA
A hidrostática é a disciplina da mecânica que estuda a futuação e a
futuabilidade (PALMER, 1990). Para o autor, o termo futuabilidade signifca
a capacidade de futuar, isto é, se um corpo possui uma boa futuabilidade

31
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

(futuabilidade positiva), ele futuará bem na água, mas, se o corpo possuir uma
futuabilidade ruim (futuabilidade negativa), apresentará difculdades para
futuar na água. Para futuar na água é necessário que o objeto, neste caso, o
corpo humano, possua uma densidade menor do que a densidade da água. Neste
sentido serão apresentados os conceitos de peso, massa e densidade, segundo
Palmer (1990) e Massaud (2004):

→ Peso: todo objeto, inclusive o corpo humano, possui características de peso.


O peso é relativo à atração gravitacional em direção ao centro da Terra
(gravidade), e quanto maior for a substância existente em um objeto, maior a
atração gravitacional, e, portanto, maior o peso.

→ Massa: é a quantidade de substância, ou material, contida num objeto. Neste


sentido, uma massa de substância altamente concentrada vai pesar mais do
que uma massa com baixa concentração, contida num mesmo volume.

→ Densidade: é a relação entre a massa total e o volume de um objeto que


defne sua densidade e também determina suas características específcas de
futuabilidade no fuido em que é necessário futuar. A densidade de um objeto
é seu peso dividido pelo seu volume. A densidade também varia de acordo
com a temperatura da água. A densidade da água fresca em unidades atuais é
de 1000kg/m3. Se um objeto tem uma densidade menor que isto, ele futuará e,
se for maior, ele afundará.

UNI

A água do mar é mais densa que a água potável e, por isso, proporciona maior
futuabilidade (MASSAUD, 2004).

2.2.1 Densidade relativa


Densidade relativa é a relação entre volume e massa, determinando se
um objeto vai ou não futuar. Segundo o princípio de Arquimedes, quando um
corpo é submerso em um líquido, ele sofre uma força de futuabilidade igual
ao peso do líquido que desloca. A densidade relativa da água é aceita como
uma proporção de 1. Portanto, qualquer objeto com densidade menor que 1 irá
futuar. A densidade relativa do corpo humano varia com a idade, sendo que
uma criança nova possui uma densidade relativa total de aproximadamente 0,86;
adolescentes e adultos jovens possuem densidade relativa de 0,97. A densidade
relativa do corpo humano varia com a idade, sendo que uma criança nova possui
uma densidade relativa total de aproximadamente 0,86; adolescentes e adultos
jovens possuem densidade relativa de 0,97; decrescendo novamente para adultos
de idosos (MASSAUD, 2004).
32
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

O comportamento de um líquido é controlado pela natureza e velocidade


do fuxo. O movimento pode ser tanto em linha reta como turbulento. Durante
o fuxo em linha reta, ocorre um movimento contínuo do fuido. Há apenas uma
pequena fricção entre as camadas do fuido. O fuxo turbulento é um movimento
irregular do líquido e este tipo de fuxo cria ocasionais movimentos rotatórios
denominados redemoinhos. Esse movimento irregular produz um aumento na
fricção entre as moléculas do fuido e entre o objeto e o fuido (MASSAUD, 2004).
Segundo o autor, a resistência ao fuxo turbulento é maior que a resistência ao
fuxo alinhado. O grau de turbulência depende da velocidade do movimento e a
forma do corpo infuencia na produção da turbulência.

2.2.2 Pressão hidrostática


As moléculas de um líquido exercem um impulso sobre cada parte da
área de superfície de um corpo imerso. Este impulso por unidade de área é a
pressão do líquido. A Lei de Pascal estabelece que a pressão do fuido é exercida
igualmente sobre todas as áreas de um corpo imerso a uma dada profundidade.
A pressão é diretamente proporcional à profundidade e à densidade do fuido.
A pressão da água é mais evidente no tórax da pessoa quando entra na piscina,
onde a água resiste à expansão e ela opõe-se à tendência do sangue de fcar nas
porções inferiores do corpo, o que ajuda a reduzir inchaços. A pressão hidrostática
também ajuda a estabilizar as articulações instáveis (MASSAUD, 2004).

3 FLUTUAÇÃO
O matemático grego Arquimedes foi o descobridor dos fundamentos da
futuação. Conforme Massaud (2004, p. 25), tal descoberta sustenta-se na seguinte
teoria: “em um dia em sua banheira começou a pensar sobre a futuabilidade,
porque, quando se deitava na água, esta sustentava o seu peso e ele futuava.
Repentinamente a resposta veio a ele: “Eureca!” (Eu encontrei!), ele gritou e saiu
correndo pela estrada, nu”. A partir disto, seu raciocínio legendário foi resumido
da seguinte forma:

Quando ele entrou na água, percebeu que ela aumentava nas laterais
da banheira, então, notou que este aumento em profundidade se devia
ao volume ou massa de seu corpo, deslocando uma certa quantidade
de água, e percebeu que esta quantidade de água deslocada era igual
à porção de seu corpo que estava submerso no momento. À medida
que afundava mais na banheira, a água deslocava-se mais para cima
até que repentinamente ele futuou e a água parou de se elevar. O peso
do volume da água deslocada era igual ao peso do corpo que futuava
nela (MASSAUD, 2004, p. 26).

33
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

A futuação e a densidade relativa estão muito relacionadas. O corpo,


quando está total ou parcialmente imerso em um fuido em repouso, experimenta
um empuxo de baixo para cima ao volume deslocado, o que permite sua futuação.
O empuxo é uma força que atua na direção oposta à da força da gravidade,
minimizando a sua ação. Para que um corpo na água atinja o equilíbrio, estas duas
forças opostas devem estar alinhadas (metacentro). Se os centros não estiverem na
mesma linha vertical, as duas forças atuando sobre o corpo farão com que ele gire
até atingir uma posição de equilíbrio estável. O "alívio de peso" do corpo devido
ao empuxo da futuação constitui uma das principais vantagens da piscina, pois,
sentindo-se mais leves, as pessoas se movimentam mais facilmente e sentem
menos o peso nas articulações (MASSAUD, 2004).

3.1 CENTRO DE GRAVIDADE E A FLUTUAÇÃO


De acordo com Massaud (2004), há diferenças entre o centro de gravidade
em termos do sexo masculino e feminino. O autor explica que algumas das
explicações para isto são as seguintes: as mulheres possuem ossos menores e
mais delgados do que os homens e tendem a apresentar os quadris mais largos,
enquanto os homens possuem o tronco mais profundo e os ombros mais largos
em relação às mulheres. Além disso, as pernas e os pés dos homens são maiores
e mais pesados. Estes aspectos fazem com que o centro de gravidade dos homens
seja mais ao alto do seu corpo, em relação ao centro de gravidade das mulheres.

Para o autor supracitado, é possível que o centro de futuação exerça maior


infuência nas características de futuação humana do que, de fato, os centros
de gravidade, tanto dos homens quanto das mulheres. Assim, as características
físicas do corpo masculino fazem com que o centro de futuação dos homens seja
mais alto do que o das mulheres. Por ter o centro de futuação baixo, as mulheres
tendem a futuar naturalmente na posição horizontal. Os homens, por sua vez,
por apresentarem as pernas mais pesadas e menor deslocamento corporal para
baixo, tendem a futuar mais verticalmente.

3.2 O EQUILÍBRIO NA FLUTUAÇÃO


Massaud (2004, p. 27) defne equilíbrio como “o estado de um corpo cuja
situação de repouso ou movimento permanece inalterada em relação a um sistema
de eixos de referência”. Na natação, entende-se que o corpo está em equilíbrio
quando, ao futuar em posição dorsal ou ventral, consegue se manter na posição
sem necessitar de auxílio. Isto porque futuar signifca a ação de manter um corpo
na superfície de um fuido. Para tanto, este corpo precisa ter uma densidade igual
ou superior à unidade. Por exemplo, quando um nadador, que tenha total domínio
da técnica do nado, está realizando uma prova de natação, pode-se dizer que ele
está em equilíbrio, pois estará se mantendo com um padrão de movimentos em
relação aos eixos longitudinal e transversal (MASSAUD, 2004).

34
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

3.3 ASPECTOS PEDAGÓGICOS PARA O


ENSINO DA FLUTUAÇÃO
Para o ensino da futuação, inicialmente, o professor deve mostrar as
diversas formas de futuar na água na horizontal, na vertical e lateralmente, pois
isto possibilitará aos alunos uma melhor posição no meio líquido (FARIAS, 1988).
Segundo o autor, durante o ensino de como futuar, o importante é mostrar aos
alunos que o relaxamento no meio líquido é fator de suma importância, pois só
conseguiremos futuar naturalmente se estivermos bem relaxados.

De acordo com Farias (1988, p. 22), as primeiras orientações para o ensino


da futuação aos alunos são as seguintes:

• Primeiramente demonstrar como deve fcar o corpo na posição horizontal


dentro da água (braços abertos, pernas levemente afastadas e em decúbito
dorsal, isto é, de barriga para cima).

O relaxamento é a chave da futuação. Assim, caso alguns alunos não


consigam futuar, segure seus pés ou coloque futuadores nas pernas, isto facilitará
muito suas tarefas de ensinar a futuar.

• Amarre uma corda de uma extremidade a outra da piscina, no nível da água;


oriente os alunos para que coloquem os pés sobre a corda tentando relaxar e
futuar de costas. O corpo permanecerá estendido.
• Oriente a todos para que respirem o mais normalmente possível, facilitando o
relaxamento.
• Dois a dois, um segura nos pés do outro, arrastar o companheiro em decúbito
dorsal pela piscina.
• Oriente os alunos para que tentem futuar em decúbito dorsal sem movimento
das pernas ou braços.
• Após ter conseguido mostrar a futuação horizontal de costas, você deve
mostrar a futuação ventral; utilize os mesmos exercícios da futuação dorsal.
• Dentro da futuação, você deve ensinar a futuação vertical e futuação lateral.
• Perguntar quem consegue futuar somente com as mãos em movimento, na
posição de pé.

Mostre aos alunos como deve ser a futuação vertical aparente (pernas
movimentando-se alternadamente de cima para baixo e de baixo para cima, como
se estivesse pedalando uma bicicleta). Os movimentos dos braços em círculos
horizontais, alternados ou simultaneamente. Logo após o trabalho de futuação
vertical e horizontal introduza a futuação lateral, procurando utilizar exercícios
que possibilitem aos alunos sentirem como devem futuar lateralmente, no lado
esquerdo e direito. As aulas de futuação devem ser feitas com um trabalho de
respiração frontal, possibilitando melhor relaxamento. Outro aspecto no ensino de
futuar é a imersão, que é a colocação do aluno abaixo da superfície da água, com
bloqueio respiratório. Este trabalho é muito importante, pois dará ao aluno noção
de futuação, totalmente imerso no meio líquido. Utilize atividades baseadas no
trabalho da respiração, por exemplo:
35
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• Dentro da piscina, prender o ar e tentar futuar, colocando o corpo dentro da água;


• Inspirar, prender o ar afundando, tentar fcar de cócoras dentro da água;
• Instrua os alunos para que inspirem o ar, afundem aos poucos, tentando futuar
(pergunte o que aconteceu);
• Diga aos alunos para inspirarem, prenderem o ar, afundarem e soltarem todo
o ar, permanecendo um pouco imerso (pergunte o que aconteceu) (FARIAS,
1988, p. 22).

4 RESPIRAÇÃO
A respiração em meio líquido possui características diferentes da respiração
na terra. Por isso, em meio aquático, surge a necessidade de transformação desta
respiração, da passagem de uma forma para outra (CATTEAU; GAROFF, 1990).
Segundo os autores, na respiração em condições habituais, a inspiração é ativa e
a inspiração, passiva. Em repouso, ou se o trabalho é moderado, a necessidade
é reduzida e se acomoda ao circuito nasal. Na água, a expiração se torna ativa e
a inspiração se torna refexa, isto signifca criar um automatismo respiratório
fundamentalmente oposto ao automatismo inato. Este novo automatismo
se aprende progressivamente, ao fm de períodos durante os quais as trocas
respiratórias dependerão de um comando voluntário (CATTEAU; GAROFF, 1990).

De acordo com os autores supracitados, a inspiração só é possível no


momento da emersão das vias respiratórias e ela é tanto mais breve quanto mais
elevada é a cadência dos movimentos dos braços. Somente a abertura da boca
pode permitir que muitos litros de ar possam ser absorvidos em algumas frações
de segundo. A expiração não traz problemas, pois ela se ajusta à imersão dos
orifícios respiratórios, porém, o débito respiratório tem limites. Quanto mais
rapidamente o indivíduo nada, maior é a sua necessidade de oxigênio, tendo,
contudo, cada vez menos possibilidades de absorvê-lo, uma vez que a duração de
emergência das vias respiratórias varia em sentido contrário ao da frequência de
rotação dos braços (CATTEAU; GAROFF, 1990).

Os autores explicam que, fsiologicamente, a respiração mais adequada


é a chamada diafragmática, na qual a inspiração será feita durante o tempo em
que os braços tenham um mínimo de apoio sobre a caixa torácica. Com efeito, os
músculos motores dos braços são peritorácicos. Para conseguir deles um máximo
de potência, a caixa torácica deve fornecer-lhes um ponto de apoio sólido,
condição efetuada em bloqueio inspiratório.

Por possuir um duplo comando, automático e voluntário, de suas


trocas respiratórias, os seres humanos possuem a capacidade de interromper
momentaneamente as trocas respiratórias, seja durante a inspiração ou durante
a expiração, o que é menos frequente. Isto se chama apneia. A apneia serve
como um meio de defesa ou de transição. É uma preliminar que será necessário
explorar e ultrapassar. O desenvolvimento desejável das possibilidades de apneia
deve alterar não apenas o obstáculo da representação errônea, mas, também, o

36
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

obstáculo afetivo, o da emoção suscitada por toda situação nova que desencadeia
uma atitude de expectativa quanto à relação (CATTEAU; GAROFF, 1990).

Na iniciação da aprendizagem da natação, a respiração é o ponto crucial


da aprendizagem, pois sua correta execução possibilitará um avanço mais rápido
em termos da aprendizagem do nadar (MACHADO, 1998).

Neste sentido, no ensino da respiração em meio líquido, a maior


preocupação deve ser no ato de inspirar, pois a expiração é mais fácil de ser
aprendida. Durante o ensino da respiração aquática, os alunos devem ser
orientados para que inspirem pela boca em forma de "O" e expirem pelo nariz ou
pela boca, mas, a maneira mais fácil de soltar o ar é pelo nariz, pois se inspirarmos
pela boca e soltarmos pelo nariz, estaremos realizando movimentos diferentes,
que não confundirão os alunos. Importante é lembrar que o aluno é quem deve
achar a sua melhor maneira de respirar no meio líquido, mas cabe a você orientar
os menos capacitados, daí o motivo de mostrarmos as várias maneiras de expirar
e inspirar (FARIAS, 1988). O autor dá algumas sugestões para o ensino da
respiração em uma piscina rasa ou funda, a saber:

→Em piscina rasa:


• Mostramos, fora d'água, o mecanismo da respiração (inspirar pela boca em
forma de "O" e expirar pelo nariz);
• Procure verifcar se todos estão realizando, corrija os possíveis erros;
• Se possível, traga uma bacia para a aula, encha-a de água, coloque em cima
de um banco ou cadeira e faça com que todos executem a respiração aquática
várias vezes;
• Com água até os ombros, puxar o ar pela boca e soltar pelo nariz lentamente,
rosto fora da água;
• Dentro da água, tronco fexionado à frente, inspirar pela boca e soltar pelo
nariz com o rosto dentro da água (Figura 1);
• Dentro da água de pé, puxar o ar pela boca, fexionar as pernas afundando e
soltar o ar, prender no fnal da expiração (Figura 1);

FIGURA 1 – EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA O ENSINO DA RESPIRAÇÃO AQUÁTICA

FONTE: Farias (1988)

37
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• Dentro da água, executar a gangorra (Figura 2);

FIGURA 2 – EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA O ENSINO DA RESPIRAÇÃO AQUÁTICA


(GANGORRA)

FONTE: Farias (1988)

• Individualmente, inspirar, prender o ar, sentar no fundo da piscina colocando


a cabeça dentro da água e soltar o ar lentamente;
• Segurar na borda da piscina, inspirar, prender o ar, afundar, soltar o ar depois
de breve bloqueio.

FIGURA 3 – EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA O ENSINO DA RESPIRAÇÃO AQUÁTICA

FONTE: Farias (1988)

38
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

• Realizar respiração lateral (lado esquerdo e direito);


• Mãos nos joelhos com o tronco fexionado, realizar respiração bilateral.

É muito importante ensinarmos a respiração bilateral aos iniciantes para


que tenham uma maior noção e comodidade na respiração. Procure corrigir
os possíveis erros, pois a respiração defeituosa é um obstáculo nas fases de
aprendizagem do nado (FARIAS, 1988).

→ Em piscina funda:
• Realize primeiramente atividades de respirar segurando na borda;
• Segurando na borda, inspirar pela boca e soltar o ar pelo nariz próximo da água;
• Segurando na borda com as duas mãos, braços estendidos, realizar respiração
lateral;
• Segurando na borda, inspirar, prender o ar, colocar o rosto na água e expirar
lentamente pelo nariz;
• Segurando na borda, inspirar pela boca, afundar o máximo e soltar o ar pelo nariz;
• Após estender uma corda sobre a piscina, oriente os alunos para que a segurem,
inspirem, prendam o ar, afundem e soltem o ar após ter tocado o pé no fundo.

Tratando-se de uma piscina onde os alunos não possam fcar de pé, você
deve ter mais cuidado ao colocar as atividades, isto para que eles não tenham
experiências negativas que prejudiquem a aprendizagem. Dependendo da idade
dos alunos, explicar para que sempre conservem um pouco de ar para soltar
durante a subida.

Adapte algumas das atividades utilizadas nas piscinas rasas para as


de maior profundidade, mas sempre com muito cuidado. O tempo dedicado a
cada atividade ou fase deve ser proporcional ao rendimento dos alunos. Procure
sempre novas atividades, elas é que possibilitarão uma melhor adaptação à
respiração aquática. Ao passarmos para a fase seguinte, devemos verifcar se a
maioria dos alunos está conseguindo realizar a respiração aquática. Caso alguns
não consigam, devemos repetir algumas das atividades da respiração nas fases
seguintes com o intuito de fxar, melhorar e ensinar novamente (FARIAS, 1988).

5 MERGULHOS
Como parte do ensino da natação, deve-se inserir atividades que possam
fazer com que os alunos mergulhem da borda da piscina de uma forma simples,
isto chama-se “mergulhos elementares” (FARIAS, 1988). Para o ensino dos
mergulhos, há fatores, relacionados à segurança dos alunos, que o professor deve
considerar. Neste sentido, os alunos devem ser orientados no sentido de atentarem
à segurança antes, durante e após o mergulho (PALMER, 1990). Segundo o autor,
uma das questões mais importantes se refere à profundidade da piscina, pois o
aluno, entrando na água sem nenhuma resistência e quase que verticalmente a uma

39
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

velocidade, aproximada, de 15 km/h, fará uma trajetória descendente muito veloz


em direção ao fundo da piscina de dois metros de profundidade, por exemplo. Se
a direção do deslizamento submerso se mantém inalterada, o nadador baterá no
fundo da piscina. Isto não é comum, mas o professor deve certifcar-se de que o
aluno estará na posição correta para o mergulho, ou seja, com braços estendidos
acima da cabeça, frmando-se entre eles, a fm de protegê-la (PALMER, 1990). Além
disso, o autor chama a atenção para o cuidado com a posição de saída, se está
adequada, garantindo o equilíbrio e a segurança do indivíduo.

Na realização de atividades para o ensino dos mergulhos, o primordial é


mostrar aos alunos os vários tipos de mergulhos que possam ser dados de uma
borda para a água (FARIAS, 1988). Abaixo, seguem alguns exemplos de como
ensinar os mergulhos elementares, de acordo com Farias (1988, p. 26):

• Inicialmente coloque os alunos sentados na borda da piscina, instrua-os a


colocar os braços, estendidos acima da cabeça, mãos unidas e irem caindo para
frente lentamente (repetir várias vezes).

FIGURA 4 – EXEMPLO DE MERGULHO, PARTINDO DA BORDA DA PISCINA, DA POSIÇÃO SENTADA

FONTE: Palmer (1990)

• Agora você deve orientá-los para que fquem com as pernas levemente afastadas
(largura dos ombros), tronco fexionado, braços acima da cabeça, mãos unidas,
fexionar as pernas, e cair lentamente na água, tentando cair primeiramente
com as mãos sobre a água (a cabeça permanece entre os braços).

40
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO: PROPRIEDADES DA ÁGUA, RESPIRAÇÃO, FLUTUAÇÃO E MERGULHOS

FIGURA 5 – EXEMPLO DE MERGULHO, PARTINDO DA BORDA DA PISCINA, DA


POSIÇÃO EM PÉ

FONTE: Farias (1988)

• Na posição anterior, tentar mergulhar com as pernas mais estendidas,


procurando entrar com as mãos primeiramente na água.
• De pé na borda da piscina, pés naturalmente afastados, braços ao lado do
corpo, tentar mergulhar desequilibrando-se e antes de tirar os pés da borda,
colocar os braços acima da cabeça, mãos unidas – furando assim a água.

FIGURA 6 – EXEMPLO DE MERGULHO, PARTINDO DA BORDA DA PISCINA, DA


POSIÇÃO EM PÉ

FONTE: Farias (1988)

41
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Procure dar chances a todos de se expandirem nos mergulhos, deixando


com que criem novas formas de saltar na água, mas controle os abusos. Se alguns
dos seus alunos não conseguirem nadar da mesma maneira que a maioria, isto
não é motivo para preocupações, lembre-se das individualidades, traumatismos
aquáticos e outros fatores, que sem muito trabalho não teremos sucesso (FARIAS,
1988).

42
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:

• A água tem propriedades físicas que precisam ser conhecidas pelo profssional
que atua nela, pois são essas propriedades que irão causar muitos efeitos no
corpo da pessoa que estiver em contato com ela.

• A hidrodinâmica é a disciplina da mecânica que estuda os corpos em movimento


(dinâmico) na água ou em fuidos em movimento.

• Viscosidade é um tipo de atrito (fricção) que ocorre entre as moléculas de um


líquido e que causa resistência ao fuxo do líquido.

• A viscosidade atua como uma resistência ao movimento na água.

• O termo propulsão signifca impulsionar ou empurrar para frente, estando isto


relacionado com a necessidade de superar a resistência natural ou a fricção da
água.

• Para atingir o objetivo de “nadar” se faz necessário articular um ou um conjunto


de membros para que se criem as forças necessárias para a propulsão ou para
a futuação.

• A hidrostática é a disciplina da mecânica que estuda a futuação e a


futuabilidade.

• O termo futuabilidade signifca a capacidade de futuar.

• Se um corpo possui uma boa futuabilidade, ele futuará bem na água, isto se
chama de futuabilidade positiva.

• Se o corpo apresenta difculdades para futuar na água, ou seja, se possui uma


futuabilidade ruim, diz-se que o corpo possui futuabilidade negativa.

• Para futuar na água é necessário que o corpo humano possua uma densidade
menor do que a densidade da água.

• Para compreender os fundamentos da futuação é preciso entender, inicialmente,


os conceitos de peso, massa e densidade.

43
• Densidade relativa é a relação entre volume e massa, determinando se um
objeto, ou o corpo, vai ou não futuar.

• O corpo, quando está total ou parcialmente imerso em um fuido em repouso,


experimenta um empuxo de baixo para cima ao volume deslocado, o que
permite sua futuação.

• O empuxo é uma força que atua na direção oposta à da força da gravidade,


minimizando a sua ação. Para que um corpo na água atinja o equilíbrio, estas
duas forças opostas devem estar alinhadas.

• Há diferenças entre o centro de gravidade em termos do sexo masculino e


feminino.

• Na respiração em condições habituais, a inspiração é ativa e a inspiração é


passiva. Na água, a expiração se torna ativa e a inspiração se torna refexa.

• Na iniciação da aprendizagem da natação, a respiração é o ponto crucial da


aprendizagem, pois sua correta execução possibilitará um avanço mais rápido
em termos da aprendizagem do nadar.

44
AUTOATIVIDADE

1 O ambiente aquático é rico de propriedades, isto é, há inúmeras propriedades


físicas da água que interferem na ação direta ou indireta, não só do corpo, mas
em todo nosso universo de vida. Aponte quais são os dois grandes campos
da física mecânica que discutem as propriedades físicas da água, defnindo
cada um deles.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

2 Explique o signifcado da “viscosidade da água” e a sua relação com a


natação:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

3 O termo propulsão signifca impulsionar ou empurrar para frente, estando


isto relacionado com a necessidade de superar a resistência natural ou a
fricção da água. Explique de que forma o nadador conseguirá superar esta
resistência do meio líquido e atingir o objetivo de nadar:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

4 Um objeto, ou um corpo, somente futuará na água se a sua densidade for menor


do que a densidade da água. Para compreender plenamente esta afrmação, é
necessário que se tenha entendimento dos conceitos de peso, massa e densidade.
Considerando os conceitos destes termos, leia atentamente as frases a seguir e
marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) É a relação entre a massa total e o volume de um objeto que defne


sua densidade e também determina suas características específcas de
futuabilidade no fuido em que é necessário futuar. A densidade de um
objeto é seu peso dividido pelo seu volume. A densidade também varia
de acordo com a temperatura da água. A densidade da água fresca em
unidades atuais é de 1000kg/m3. Se um objeto tem uma densidade menor
que isto, ele futuará, e se for maior, ele afundará.
( ) Peso é a quantidade de substância, ou material, contida num objeto.

45
( ) Massa é a quantidade de substância, ou material, contida num objeto. Neste
sentido, uma massa de substância altamente concentrada vai pesar mais do
que uma massa com baixa concentração, contida num mesmo volume.
( ) Para futuar na água o corpo humano precisa possuir uma densidade
maior do que a densidade da água.
( ) Todo objeto, inclusive o corpo humano, possui características de peso.
O peso é relativo à atração gravitacional em direção ao centro da Terra
(gravidade), e quanto maior for a substância existente em um objeto, maior
a atração gravitacional, e, portanto, maior o peso.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, F, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

5 No que concerne aos aspectos que envolvem a hidrostática, leia atentamente as


frases a seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A água do mar é mais densa que a água potável e, por isso, proporciona
maior futuabilidade.
( ) O termo futuabilidade signifca a capacidade de futuar, isto é, se um corpo
possui uma boa futuabilidade (futuabilidade positiva), ele futuará bem
na água, mas, se o corpo possuir uma futuabilidade ruim (futuabilidade
negativa), apresentará difculdades para futuar na água.
( ) Quando um corpo é submerso em um líquido, ele sofre uma força de
futuabilidade igual ao peso do líquido que desloca.
( ) As moléculas de um líquido exercem um impulso sobre cada parte da área
de superfície de um corpo imerso. Este impulso por unidade de área é a
pressão do líquido. A Lei de Pascal estabelece que a pressão do fuido é
exercida igualmente sobre todas as áreas de um corpo imerso a uma dada
profundidade.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, V, V.
c) ( ) F, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

6 No que concerne aos fundamentos da futuação, leia atentamente as frases a


seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O corpo, quando está total ou parcialmente imerso em um fuido em


repouso, experimenta um empuxo de baixo para cima ao volume deslocado,
o que permite sua futuação.
46
( ) O empuxo é uma força que atua na direção oposta à da força da gravidade,
minimizando a sua ação. Para que um corpo na água atinja o equilíbrio,
estas duas forças opostas devem estar alinhadas.
( ) Flutuar signifca a ação de manter um corpo na superfície de um fuido.
( ) O alívio de peso do corpo devido ao empuxo da futuação constitui uma das
principais vantagens da piscina, pois, sentindo-se mais leves, as pessoas se
movimentam mais facilmente e sentem menos o peso nas articulações.
( ) Não há diferenças entre o centro de gravidade em termos do sexo masculino
e feminino.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, V, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, V, V, V, F.
e) ( ) V, F, F, V, F.

7 Sobre a respiração em meio aquático, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Não há grandes diferenças em relação às características da respiração


em meio líquido e na terra.
b) ( ) Na respiração em condições habituais, a inspiração é ativa e a
inspiração é passiva. Na água, a expiração se torna ativa e a inspiração
se torna refexa, isto signifca criar um automatismo respiratório
fundamentalmente oposto ao automatismo inato.
c) ( ) Quanto mais rapidamente o indivíduo nada, maior é a sua necessidade
de oxigênio.
d) ( ) Na iniciação da aprendizagem da natação, a respiração é o ponto crucial
da aprendizagem, pois sua correta execução possibilitará um avanço
mais rápido em termos da aprendizagem do nadar.
e) ( ) Por possuir um duplo comando, automático e voluntário, de suas trocas
respiratórias, os seres humanos possuem a capacidade de interromper
momentaneamente as trocas respiratórias, seja durante a inspiração ou
durante a expiração, o que é menos frequente. Isto se chama apneia.

8 Sobre o processo de ensino-aprendizagem da respiração em meio aquático,


leia atentamente as afrmações a seguir e, posteriormente, insira I às frases
que apresentam procedimentos corretos e II para aquelas que apresentam
procedimentos inadequados para o ensino da respiração em meio líquido.

( ) Durante o ensino da respiração aquática, os alunos devem ser orientados


para que inspirem pela boca em forma de "O" e expirem pelo nariz ou pela
boca.
( ) É muito importante ensinarmos a respiração bilateral (lado esquerdo e
direito) aos iniciantes para que tenham uma maior noção e comodidade na
respiração.

47
( ) Um dos primeiros ensinamentos para a aprendizagem da respiração
aquática consiste em orientar o aluno a inspirar pela boca e soltar pelo
nariz, colocando o rosto dentro da água.
( ) Inicialmente, os alunos devem realizar as atividades de respirar segurando
na borda da piscina, caso esta seja funda.
( ) Em uma piscina onde os alunos não possam fcar de pé, você deve ter
mais cuidado ao escolher as atividades, isto para que eles não tenham
experiências negativas que prejudiquem a aprendizagem.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) II, II, II, II, II.


b) ( ) I, II, I, II, I.
c) ( ) II, II, I, I, II.
d) ( ) I, I, I, I, I.
e) ( ) I, I, II, II, II.

9 Cite e explique o principal critério de segurança que deve ser observado pelo
professor durante o ensino dos mergulhos:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

10 Descreva os passos didáticos para o ensino do mergulho, partindo das


posições sentada e em pé:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

48
UNIDADE 1
TÓPICO 3

NATAÇÃO RECREATIVA

1 INTRODUÇÃO
Vimos nos capítulos anteriores que a natação pode ser realizada por
inúmeros motivos, entre eles estão a saúde, a performance, a reabilitação e o
lazer, isto porque a prática da natação carrega infnitos benefícios. Quando se
fala do ensino da natação para as crianças, o profssional deve considerar que
estará lidando com os aspectos da formação humana e do desenvolvimento das
habilidades cognitivas, motoras e afetivas (QUEIROZ, 1998). Nesta perspectiva,
considera-se o lúdico como um elemento essencial para se atingir resultados
positivos em termos do desenvolvimento global das crianças, a partir das
atividades em meio aquático.

As aulas de natação permeadas pelo componente lúdico permitem o


desenvolvimento de um trabalho, em ambiente aquático, que englobe o espaço,
considerando todas as propriedades da água e o brinquedo; o movimento, ou seja,
o corpo agindo no espaço e; a comunicação afetiva, isto é, as relações interpessoais
(QUEIROZ, 1998). Para o autor, o entrelaçamento destes aspectos durante as aulas
de natação leva a procedimentos pedagógicos criativos, nos quais o professor se
envolve e interage com o aluno de forma lúdica, favorecendo as vivências alegres
e prazerosas. Deste modo, o aluno é estimulado a participar e a aprender sobre os
ensinamentos da natação. Quanto mais motivado o aluno estiver, mais facilmente
ele conquistará a independência na água para aprender os fundamentos do nado.
Um pressuposto essencial para se chegar ao ato de “nadar” está circunscrito no
amadurecimento emocional do aprendiz. O professor, por meio da boa relação com
este aluno, lhe permite vivenciar momentos de bem-estar, de satisfação e de diversão,
favorecendo o desenvolvimento não apenas do aspecto emocional do sujeito, mas,
sim, o desenvolvimento integral. Nesta direção, é importante que o professor observe
em qual etapa do desenvolvimento está o seu aluno em termos das áreas cognitivas,
afetivas e motoras para, assim, poder oferecer os estímulos adequados.

A utilização do componente lúdico em meio aquático possui a intenção


de orientar e facilitar a capacidade de explorar e de descobrir os elementos que
envolvem o ambiente, dando condições para a criança desenvolver a capacidade
de usar o próprio corpo com certa autonomia e harmonia dentro deste ambiente
(QUEIROZ, 1998). Para o autor, o uso do lúdico nas aulas de natação se encontra
no bom diálogo entre as partes, ou seja, entre o professor e o aluno; o aluno e o
brinquedo e; o aluno e o espaço. Assim, “por iniciativa do professor, este contexto
deve ser envolvido pelo diálogo lúdico, de troca de afeto, de respeito aos limites
e ao incentivo, através dos elogios, criando, assim, uma atmosfera de prazer e
segurança. Assim, passo a passo, a criança alcança o êxito” (QUEIROZ, 1998, p. 21).
49
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Quanto mais valorizada a criança se sente, mais confança ela terá para
se movimentar no meio aquático e, consequentemente, mais ela progredirá na
aprendizagem das habilidades. Por isso, o elogio deve estar sempre presente nas
aulas de natação, porém, é preciso que o professor respeite as necessidades, as
possibilidades e o tempo de aprendizagem de cada aluno, uma vez que exigir
o desenvolvimento de habilidades que a criança ainda não consegue fazer pode
resultar em bloqueios ou em regressões do que já foi aprendido (QUEIROZ,
1998). Segundo o autor, o que faz, de fato, a criança progredir na aprendizagem
das habilidades aquáticas, “é a frequência da qualidade de experiências que
consegue captar durante a aprendizagem, que corresponderá ao domínio e
harmonização do movimento do corpo com o ato respiratório na água. Seria a
princípio o pequeno espaço que a criança conquista aos poucos com o seu fôlego
e sua movimentação na água” (QUEIROZ, 1998, p. 22).

No uso do lúdico em ambiente aquático, o principal brinquedo é a água, ou


seja, o próprio ambiente aquático. O corpo, por sua vez, é o mais importante. Desta
forma, há uma boa relação e/ou ambientação neste contexto quando se consegue
dominar o corpo na água. Mas, para que haja o envolvimento lúdico, é necessário
que o professor coloque a ludicidade neste contexto. Neste sentido, apontam-se
algumas estratégias para a criação de um contexto lúdico de aprendizagem:

Conversas bem-humoradas, interpretações de personagens conhecidos


dos alunos, teatro de bonecos, histórias, brincadeiras infantis,
brinquedo cantado e o próprio trato pessoal (tom de voz, olhar,
abraço), despertando primeiramente o motivo para que a criança goste
de fcar na água e goste também da companhia. No mais, toda essa
estimulação relacional tem o objetivo de motivar a criançada a fazer
uma determinada atividade motora com alegria e atenção (QUEIROZ,
1998, p. 22).

Como estratégias lúdicas no meio aquático, pode-se notar a possibilidade


de utilização dos brinquedos cantados, da contação de histórias, das músicas,
com o intuito de estimular a batida de pernas, a batida de braços, o salto da
borda, a respiração, a futuação e a imersão com alegria e descontração. Isto é, o
profssional envolve a criança por meio do faz de conta, utilizando materiais como
futuadores, alteres, tapetes futuantes, plataformas redutoras de profundidade e
barras de apoio para desenvolver as habilidades motoras e aquáticas, bem como
a adaptação ao meio líquido (BATAGLION, et al., 2017).

Outras possibilidades condizem na realização de atividades como acertar


bolas de diferentes tamanhos em uma cesta de basquete, modifcando-se a distância
do arremesso conforme a possibilidade de cada criança; assoprar bolas pequenas,
fazendo deslocamento pela piscina e podendo usar materiais de apoio como
futuadores e pranchas; e procurar e buscar brinquedos no fundo da piscina para
trabalhar a imersão e a apneia. Apesar de estas serem atividades aparentemente
mais técnicas, todas podem ser regidas pelo faz de conta, tornando-se lúdicas
(BATAGLION, et al., 2017). Queiroz (1998) exemplifca o uso do faz de conta nas
aulas de natação:

50
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

Imagine que somos uma tribo, caminhando por uma trilha na selva
muito perigosa. No jogo do faz de conta nada impede que a piscina
vire uma grande selva com todas as riquezas e situações que deverá
ter, explorando, ao máximo, a imaginação. O professor colocará
alguns obstáculos pela trilha imaginária: materiais didáticos, como
o tapete de borracha, o bambolê, que poderão se transformar numa
caverna ou até mesmo o tubo de PVC, material futuante que poderá
se transformar em um tronco caído de uma árvore. Os objetos aqui
mencionados só se transformarão na presença do imaginário de cada
criança. Portanto, a criança envolvida na fantasia vai interagindo com
estes objetos de uma maneira lúdica (QUEIROZ, 1998, p. 24).

A brincadeira caracterizada pelo procurar e pegar os brinquedos no fundo


da piscina é uma das que mais despertam expressões de satisfação, divertimento
e alegria nas crianças, pois o profssional sempre pode desenvolvê-la com uma
história motivadora diferente. Por meio desta imersão nas brincadeiras, o
profssional estimula o desenvolvimento de novas habilidades da criança, além
de motivar o uso das já aprendidas. Contudo, deve-se respeitar o tempo e as
possibilidades de cada criança (BATAGLION, et al., 2017).

Nesta acepção, entende-se a atividade lúdica como um veículo privilegiado


para o desenvolvimento motor da criança, o qual integra fatores de ordem
cognitiva, física e social (MENDES; DIAS, 2014). Destaca-se também que, apesar
de a aula de natação poder conter distintas atividades que visam desenvolver
diferentes habilidades, o profssional deve buscar planejá-la e organizá-la de
modo que siga uma sequência sem interrupções, ou seja, por meio da própria
história, fazer a transição de uma atividade para a outra. Isto caracterizará que o
profssional possui um olhar sensível ao gerenciamento do tempo das atividades,
o que é considerado de suma importância durante a aula, pois um dos fatores
essenciais para que ocorra o desenvolvimento da criança é a necessidade de ela
se envolver nas atividades. Para este fm, de acordo com Schmit et al. (2015), é
preciso que os profssionais planejem e ministrem as sessões, com especial atenção
para a otimização do tempo em atividade para que as crianças permaneçam
efetivamente engajadas e os tempos de transição sejam reduzidos.

2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO COMPONENTE


LÚDICO PARA A NATAÇÃO RECREATIVA
Quando se pensa em brincar, a primeira informação que, comumente,
vem à mente das pessoas é a característica prazerosa da atividade, isto porque o
prazer é um elemento essencial do brincar (FERLAND, 2006). Esta indissociação
entre o brincar e o prazer possui íntima relação com as características do lúdico,
quais sejam: a liberdade, a diversão, o entusiasmo, a alegria, a satisfação e o bem-
estar (HUIZINGA, 1971).

A temática do brincar comporta uma vasta e diversifcada bibliografa,


uma vez que várias abordagens conceituais sustentam os estudos sobre o tema.

51
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Neste sentido, o brincar tem sido investigado em áreas como a pedagogia,


a psicologia, a antropologia, a sociologia, a flosofa e a educação física
(KISHIMOTO, 1999; SANTIN, 2001; MARCELINO, 2003). Apesar da amplitude
de áreas de conhecimentos que se dedicam ao desenvolvimento de pesquisas
sobre o brincar, a defnição deste fenômeno não possui unanimidade entre os
autores (FERLAND, 2006). Para a autora, o fenômeno é conhecido por todos,
mas, ao tentar dar-lhe uma explicação teórica, ocorre uma descaracterização dele,
tendo em vista que os componentes que motivam ou que movem o brincar estão
no plano intrínseco dos seres humanos, ou seja, “é uma atitude subjetiva em que
o prazer, a curiosidade, o senso de humor e a espontaneidade se tocam; tal atitude
se traduz por uma conduta escolhida livremente, da qual não se espera nenhum
rendimento específco” (FERLAND, 2006, p. 18).

Santin (2001) corrobora com a autora supracitada ao apontar que o ser


humano pode possuir familiaridade e intimidade com as atividades de brincar,
mas quando busca formular e descrever ideias e conceitos sobre os elementos que
antecedem as manifestações lúdicas, se depara com os limites e a insufciência de
palavras e defnições, ou seja, “sabemos brincar, entretanto, temos difculdades e
nos sentimos perturbados quando queremos encontrar a energia primordial que
inspirou as criações lúdicas e nos impulsiona a sentir a necessidade de brincar”
(SANTIN, 2001, p. 14). Em decorrência disto, o autor aponta que há a sensação
de que o lúdico ainda é considerado um tema atípico ou pouco importante para
se estudar e/ou discutir no meio científco. No entanto, aos poucos, pode-se notar
que pesquisadores e autoridades governamentais estão percebendo a importância
do elemento lúdico para o desenvolvimento das crianças, bem como, para que
seja mantida a boa qualidade de vida de qualquer pessoa.

Se não existe consenso na literatura quanto à conceituação do elemento


lúdico, a concordância é geral no que se refere à sua importância para o
desenvolvimento da criança (FERLAND, 2006; DIAS et al., 2013; BATAGLION,
et al., 2017). O brincar envolve descoberta, fantasia e diversão em qualquer fase
da vida. No período da infância, particularmente, a brincadeira ganha uma
amplitude ainda mais evidente, pois é, muitas vezes, o momento em que a criança
manifesta emoções, medos, angústias e alegrias (BATAGLION, et al., 2017).

Entre os benefícios das atividades lúdicas, pode-se citar que elas


permitem a apropriação da realidade e o conhecimento dos objetos; favorecem
a formação de conceitos e o pensamento abstrato; desenvolvem a coordenação
motora e a linguagem; permitem a resolução de problemas e a sensação de
controle do ambiente; favorecem a descoberta de si; estimulam a socialização e a
autonomia (BATAGLION, et al., 2017). Ademais, de acordo com Dias et al. (2013),
tais atividades auxiliam no bom funcionamento dos aspectos fsiológicos, pois,
principalmente as atividades mais ativas, atuam como estimulantes nos sistemas
cardiovascular, respiratório e musculoesquelético, além de exercer importante
infuência sob a cognição. Assim, desempenham papel fundamental para o
crescimento e desenvolvimento saudável e geram impactos positivos na saúde
física e mental das crianças (DIAS et al., 2013).

52
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

O lúdico pode manifestar-se por meio do brinquedo (objeto) ou do brincar


(ação), pelo jogo (como elemento da cultura), como divertimento (gerando
sentimentos de alegria, prazer e satisfação), pelas atividades de lazer (ir ao cinema,
teatro, passear), portanto, é bastante comum observar a utilização dos termos
jogo, brinquedo, brincadeira, brincar, festa e lazer em substituição à palavra lúdico
(MARCELLINO, 2003). O elemento lúdico não é algo manipulável, não está em um
lugar específco e predeterminado, porém, ele pode ocorrer em qualquer momento,
ambiente e situação, basta alguém ter a vontade de brincar, sendo isto uma vivência
e uma fruição (SANTIN, 2001). Neste sentido, para aprender a brincar precisa-se
viver o presente da situação, uma vez que o brincar não é uma preparação para
nada, é fazer o que se faz em total aceitação. Assim, não são os movimentos que
caracterizam um comportamento específco como brincadeira, mas, sim, a atenção
sob a qual ela se realiza (BATAGLION, et al., 2017).

Nesta direção, quem participa da brincadeira se envolve e possui um


sentimento de compromisso e responsabilidade enquanto joga ou brinca, tal
qual a criança que se faz passar por um motorista ao simular que está dirigindo
um carro ou a menina que cuida da boneca, trocando fraldas e dando papinha,
fazendo-se passar pela mamãe de um bebê (HUIZINGA, 1971; KISHIMOTO,
1999). Estes são exemplos da brincadeira do faz de conta, que possui regras
internas que conduzem a brincadeira, porém, Kishimoto (1999) também cita os
jogos e as brincadeiras, nos quais estão presentes regras explícitas, como os jogos
de tabuleiro, os jogos de cartas, a amarelinha, entre outros. Neste caso, todos os
participantes estão cientes das regras que devem ser cumpridas com seriedade
enquanto durar o jogo.

O elemento lúdico não se circunscreve apenas ou, necessariamente, ao


desenvolvimento de uma atividade do ponto de vista material, por exemplo, de
um jogo, de um brinquedo, de uma música ou de uma pintura, em um espaço e
tempo determinados, mas, sim, como uma expressão humana. Nessa perspectiva,
ao objeto, ou à ação que se pretende lúdica, devem ser acrescidos valores
humanos, como a sensibilidade, a criatividade, a solidariedade, a ética, a estética,
o altruísmo, a alegria, entre outros (SANTIN, 2001). Não se pretende, porém,
separar o lúdico da possibilidade de seu componente material, mas, sim, que
ele possa ser captado pelos sentidos humanos, algo a ser visto, ouvido, tocado,
cheirado, saboreado. Assim, à ação deverão ser acrescidos valores humanos para
enfm tornar-se lúdica, pois o jogo não teria o mesmo sentido sem indivíduos
envolvidos pelo lúdico para brincar e, assim, obter o prazer no brinquedo, uma
vez que o jogo, a pintura, o brinquedo, ou qualquer outro objeto ou atividade, por
si só, não possuem vida (BATAGLION, et al., 2017).

Envolvidas pelo espírito lúdico, as crianças partilham seus conhecimentos


e crescem em suas aprendizagens em um ambiente desafador e instigante ao novo
(BATAGLION, et al., 2017). É por meio das vivências lúdicas que se dá a criação
de cultura da criança, uma vez que esta é adquirida e/ou ativada por operações
concretas que são representadas pela própria atividade lúdica (KISHIMOTO, 1998;
MARCELINO, 2002). Esta cultura é o conjunto da experiência lúdica acumulada
pela criança desde as primeiras brincadeiras vivenciadas, geralmente, com a mãe
e, posteriormente, com colegas e amigos, sendo as experiências iniciadas pela

53
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

observação (os mais novos visualizam os mais velhos antes de participarem pela
primeira vez do jogo ou da brincadeira) e, em seguida, pela manipulação/inserção
progressiva na atividade (KISHIMOTO, 1998). Para a autora, o desenvolvimento
da criança determina as experiências possíveis, mas não constrói, por si só, a
cultura lúdica, pois ela nasce das interações sociais e da exploração de brinquedos
desde os primeiros anos de vida.

Nesta perspectiva, Simon e Kunz (2015) sugerem que na fantasia da


brincadeira, a criança tem a liberdade de percorrer o caminho que quer e necessita
para atingir o seu objetivo primordial, que é ter uma experiência de sucesso na
atividade. Segundo os autores, favorecer a liberdade de imaginação, promovendo
atividades em diferentes lugares, com variados materiais e com propostas
diversifcadas, facilita a apreensão de realidades, situações e fenômenos pelas
crianças. Contudo, é preciso “ter cuidado para que a brincadeira não se torne
completamente livre e sem intenção alguma, nem completamente fechada ou
descontextualizada, apenas com propósitos externos à criança” (SIMON; KUNZ,
2015, p. 386). Isto é, a criança não deve estar presa a um roteiro, mas receber
estímulos que se entrelacem com o seu mundo.

Nesta lógica, ressalta-se a necessidade de sensibilização profssional


com vistas a identifcar a intencionalidade da criança durante o seu brincar e os
motivos pelos quais ela estabelece, ou não, relação com determinada atividade
ou contexto. Esta sensibilização poderá colaborar para a concretização da tarefa
essencial dos profssionais que trabalham com crianças, isto é, descobrir as
possibilidades e necessidades individuais. Isto se faz particularmente importante
no caso do ensino da natação para crianças.

Segundo Queiroz (1998), para as crianças de três a seis anos, por exemplo,
a natação deve ser caracterizada como um espaço de experimentação, para que
a criança vivencie situações variadas, de tensão e distensão, prazer e desprazer,
acompanhadas da expressividade motora. Isto fará com que a criança perceba o
seu próprio corpo, considerando tanto os aspectos motores, quanto os cognitivos
e, também, os afetivos. O autor acrescenta que, a partir dos sete anos de idade,
a criança apresentará maior interesse pelas atividades lúdicas permeadas por
regras. Nesta fase, é importante que a criança possa fazer as suas escolhas,
aprendendo, porém, a ter consciência e a respeitar as regras de cada atividade.
Assim, a atividade no meio aquático possibilitará o trabalho da autonomia e da
independência da criança.

3 ATIVIDADES LÚDICAS/RECREATIVAS EM AMBIENTE


AQUÁTICO
→ Mãe-peixe

A atividade será realizada na parte rasa da piscina. De um lado, fcam as


crianças que serão os peixinhos. No outro lado, fca a “mãe-peixe”, que pode ser

54
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

representada pelo professor. Em um canto reservado da piscina, fcará o tubarão,


à espreita. Assim, a mãe-peixe começa a brincadeira:

• Meus peixinhos, venham cá!

Os peixinhos respondem:

• Temos medo do tubarão!


• Mãe-peixe: O tubarão não faz mal!
• Peixinhos: Faz sim!
• Mãe-peixe: Vocês querem sardinha?
• Peixinhos: Não!
• Mãe-peixe: Vocês querem tainha?
• Peixinhos: Não!
• Mãe-peixe: Vocês querem minhoca?
• Peixinhos: Sim!

As crianças começam a correr pela piscina em direção à mãe-peixe; o


tubarão tenta pegar os peixinhos; quem chegar até a mãe-peixe, está salvo;
quem for pego pelo tubarão, ajuda-o na próxima rodada da brincadeira que é
desenvolvida até que todos os peixinhos sejam pegos (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 7 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “MÃE-PEIXE”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Voa ou não voa?

As crianças fcam em pé, dispostas em meia-lua, de frente para o professor.


O professor começa a brincadeira, perguntando se um determinado animal voa
ou não voa. Se voa, as crianças fazem, com os braços, movimentos iguais aos
de um pássaro; se não voa, as crianças tentam fazer a imersão parcial ou total,
dependendo do nível de adaptação, por exemplo:

55
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• Professor: Urubu voa?


• Crianças: Voa!

Então, as crianças movimentam os braços, imitando um pássaro.

• Professor: Elefante voa?


• Crianças: Não!

Então, as crianças fazem a imersão (fazendo bolinhas na água) (QUEIROZ,


1998).

FIGURA 8 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “VOA OU NÃO VOA?”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Os mágicos

Espalham-se pela piscina, na parte rasa, vários objetos que afundam.


As crianças tentam pegar no fundo os objetos imitando os mágicos falando
“ABRACADABRA”, antes de fazerem a imersão. Logo após a grande mágica,
o mágico (criança) mostra aos demais o objeto que ela pegou para que todos
possam aplaudir (QUEIROZ, 1998).

56
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

FIGURA 9 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “OS MÁGICOS”

FONTE: Queiroz (1998)

→ O trem

As crianças fcam dentro de boias redondas, uma ao lado da outra, junto à


borda. Cada criança receberá o nome de uma das partes que compõem um trem
(vagão, caldeirão, roda, apito, máquina, passageiros). Ao sinal do professor, uma
das crianças, que representará o maquinista, dirá: “o trem quer partir, mas falta
o “......”, e citará um dos elementos representados pelas crianças. Então, cada um
que for citado, segurará na boia da criança que está à sua frente, formando uma
coluna; o professor puxa pela frente, fazendo evoluções pela piscina e todos os
participantes cantam e imitam os movimentos do trem, por exemplo:

“O trem maluco
Quando sai de Pernambuco
Vai fazendo xiquexique
Até chegar no Ceará
Rebola – Bola
Você diz que dá que dá
Você diz que me dá bola
Mas bola você não dá
Rebola pai, mãe, flha
Eu também sou da família
Eu também sei rebolar
Um pouquinho de guaraná
Um pouquinho de coca-cola
Dois burricos na escola
Aprendendo o B-A-BA
Você diz que me dá bola
Mas bola você não dá”.

57
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

A brincadeira é fnalizada quando o trem chega à estação (QUEIROZ,


1998).

FIGURA 10 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “O TREM”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Escorrega

Da borda da piscina, coloca-se um tapete de borracha. Então, uma criança,


de cada vez, se posicionará, da forma que o professor pedir. Inicialmente, as
crianças escorregam sentadas, posteriormente, pode haver variação, escorregando
deitadas com a barriga para baixo, mergulhando de cabeça (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 11 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “ESCORREGA”

FONTE: Queiroz (1998)

58
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

→ O pulo do sapo

As crianças fcam sentadas na borda da piscina e o professor fca na água,


lateralmente, segurando um tapete futuante, afastado da borda. A criança solicitada
fcará agachada na borda. Ao sinal do professor, dará um pulo em direção ao tapete,
de forma que os pés da criança toquem o tapete, pulando na água em seguida. O
professor fcará atento aos pulos das crianças (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 12 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “O PULO DO SAPO”

FONTE: Queiroz (1998)

→ História da serpente

As crianças fcam dispostas em círculo, na parte rasa da piscina. O


professor fcará no centro do círculo com as pernas afastadas, cantando a música
“a história da serpente”:

“Essa é a história da serpente que desceu do morro para procurar um


pedaço do seu rabo

Você também é um pedaço

Um pedação do meu rabããão, ããão, ããão”.

Na hora que o professor falar “você também”, ele indicará uma criança.
Esta, passará por baixo das pernas do professor e, em seguida, se posicionará
atrás dele, segurando-o na cintura, formando o rabão até que o último passe por
baixo de todas as pernas, se possível (QUEIROZ, 1998).

59
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 13 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “HISTÓRIA DA SERPENTE”

FONTE: Queiroz (1998)

→ O janelão

Inicialmente, o professor conta uma breve história, na qual a porta da casa


das crianças está quebrada e, então, é preciso sair pela janela que será representada
por uma boia grande redonda de plástico. O professor colocará a boia em pé, de
frente para os alunos, segurando frmemente para não cair quando as crianças
passarem. Uma a uma, as crianças passarão por dentro da boia, fazendo a imersão
em seguida (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 14 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “O JANELÃO”

FONTE: Queiroz (1998)

60
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

→ Corrida dos garçons

Usando ainda a parte rasa da piscina, as crianças fcam organizadas para


a grande corrida dos garçons. Cada uma das crianças receberá uma prancha e,
sobre a prancha, um copo de plástico. Ao sinal (1, 2, 3 e já!), as crianças levam as
pranchas na palma da mão, como se fossem bandejas, até o outro lado, sem deixar
cair o copo sobre a bandeja. O adulto pode mudar o estímulo, solicitando que a
criança mude de mão, que venha com a prancha na cabeça etc. (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 15 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “CORRIDA DOS GARÇONS”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Jogo dos marujos

A superfície da borda representa a terra e a água representa o mar.


Inicialmente, o professor fará o papel de capitão para mostrar às crianças que
tipo de ordens podem ser dadas e os demais serão os marinheiros, que fcam um
ao lado do outro, em cima da borda. O professor fcará dentro da água, atento
quanto à segurança. Ao sinal do professor, os marinheiros devem pular da terra
para o mar, conforme as instruções do capitão:

• Marinheiros ao mar, gritando!


• Marinheiros ao mar, cantando!
• Marinheiros ao mar, dançando! (QUEIROZ, 1998).

61
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 16 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “JOGO DOS MARUJOS”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Boliche

Ficarão, sobre a borda da piscina, 15 garrafas de plástico, de modo


crescente (na frente, duas garrafas; atrás destas, mais três garrafas e assim
sucessivamente). Cada criança terá três chances de acertar as garrafas, de uma
distância preestabelecida, com uma bola pequena (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 17 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “BOLICHE”

FONTE: Queiroz (1998)

62
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

→ Arranca-rabo

Distribuem-se tiras de plástico (rabos) que as crianças colocarão presas à


sunga ou ao meio, sem amarrar. É importante delimitar uma área da piscina para a
realização da brincadeira. Ao comando “1, 2, 3 e já!”, todos procuram “roubar” os
rabos dos colegas, cuidando para ninguém roubar os seus. Ao sinal do professor,
conta-se quantos “rabos” cada criança conseguiu “roubar” (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 18 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “ARRANCA-RABO”

FONTE: Queiroz (1998)

→ Cestamania

Usar duas grandes “cestas” como alvos e uma bola de borracha para
lançar. A turma é dividida em duas equipes. As crianças de uma mesma equipe
passam a bola entre elas, até lançarem para a cesta. As crianças da outra equipe
tentam interceptar as jogadas, pegando a bola para a sua equipe tentar acertar na
cesta. Cada vez que uma equipe conseguir acertar a bola na cesta, esta marca um
ponto (QUEIROZ, 1998).

FIGURA 19 – EXEMPLO DA ATIVIDADE “CESTAMANIA”

FONTE: Queiroz (1998)

63
UNIDADE 1 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

→ Ao ataque

As crianças fcam junto à borda, enumeradas alternadamente pelos


números 1 e 2. O professor coloca uma bola no meio da piscina. Ao comando
de “número 1 ao ataque”, só as crianças enumeradas pelo número 1 saem em
busca da bola o mais rápido possível, para ver quem pega primeiro. Em seguida,
recomeça, ao comando de “número 2 ao ataque”. Algumas vezes o professor
surpreende os alunos falando “todos ao ataque”, e todos partem imediatamente
em busca da bola (QUEIROZ, 1998).

→ Chulégua

A turma é dividida em duas equipes. Em lados opostos, demarca-se


o gol, junto às bordas da piscina, com uma fta isolante colorida para melhor
visualização. As crianças fcam sentadas nas boias redondas, podendo se deslocar
somente desta maneira, passando a bola para os colegas, com o pé, até que alguém
consiga acertar o gol. Quando alguém fzer um gol, a bola retorna ao jogo com a
equipe que sofreu o gol, dando continuidade à partida (QUEIROZ, 1998).

4 NATAÇÃO RECREATIVA A PARTIR


DO MÉTODO HALLIWICK
As atividades no meio aquático possuem aspectos ao mesmo tempo
terapêuticos e recreacionais (DUFFIELD, 1985). Segundo o autor, quando estes
aspectos se baseiam no mesmo método, se tornam complementares uns dos
outros. Assim, é possível promover um programa de reabilitação contínua por
meio da recreação aquática. Neste sentido, recreacionalmente são envolvidos
maiores padrões de movimento, enquanto, terapeuticamente, estes padrões são
refnados. Esta abordagem é valiosa, especialmente, para o trabalho em meio
aquático com as crianças (DUFFIELD, 1985).

Na área de conhecimento da Educação Física, Adams et al. (1985) propõem


que os objetivos da educação física devem envolver os aspectos social, emocional,
interpretativo, orgânico e neuromuscular. Nesse sentido, a Educação Física pode
se apropriar do conteúdo da natação para alcançar os objetivos propostos por
Adams et al. (1985). Entre as diferentes metodologias para o ensino da natação,
há o “conceito Halliwick”, o qual é defnido como “uma abordagem para
ensinar todas as pessoas, em particular as pessoas com difculdades físicas e/ou
de aprendizagem, atividades aquáticas, movimentação independente na água
e a nadar” (IHA, 2014). Esse conceito tem infuenciado o ensino tradicional de
natação e técnicas de hidroterapia (GRESSWELL et al., 2010).

O Halliwick utiliza a evolução natural do desenvolvimento motor, de


forma a atender à ordem sequencial de aquisição motora infantil (CHU; PAN,
2012). Seus principais objetivos são o controle da respiração e do equilíbrio e

64
TÓPICO 3 | NATAÇÃO RECREATIVA

a liberdade de movimentos (IHA, 2010; GARCIA et al., 2012). Nesse conceito,


os aprendizes da natação, nomeados de “nadadores”, são ensinados a adquirir
independência na água. Para tanto, dividem-se os nadadores, de acordo com
suas habilidades aquáticas, em três níveis: 1o nível (Vermelho) – habilidades
ligadas à adaptação ao meio líquido, independência e controle da respiração;
2o nível (Amarelo) – habilidades ligadas ao controle do equilíbrio e rotações do
corpo em seus diversos eixos: transversal, sagital e longitudinal; 3 o nível (Verde)
– habilidades ligadas a movimentos, onde o nadador se desloca na água em
progressões simples e os nados adaptados (GARCIA et al., 2012).

Outra característica marcante relacionada ao conceito Halliwick é o


Programa dos Dez Pontos, compreendido como um processo de aprendizagem
estruturado de forma que o “nadador”, mesmo sem experiência prévia, progrida
na independência na água controlando movimentos corporais, melhorando
capacidades cardiorrespiratórias, equilíbrio e motricidade. Ato contínuo, o
“nadador” se torna mais confante e participativo no que tange aos aspectos sociais
e físicos (GARCIA et al., 2012). Atenta-se para o fato de que possuir independência
é importante para aprender a nadar, mas também pode possibilitar a inclusão
social por meio de atividades aquáticas.

Para o ensino da natação fundamentado no conceito Halliwick, o trabalho


em grupo se constitui como fundamental para o processo de aprendizagem, da
mesma forma que a relação entre os professores e os alunos, pois possibilita que
os nadadores tenham a oportunidade de interagir uns com os outros e, assim,
sintam-se motivados a aprender, a se comunicar e a socializar (IHA, 2010;
GOMIDE NETO et al., 2011).

ATENCAO

Entre os inúmeros benefícios de natação para pessoas com defciência,


encontram-se: a reeducação e estimulação de músculos paralisados, o fortalecimento da
musculatura que auxilia no controle postural, o alívio de dores, o trabalho de força sem
o atrito, a independência na mobilidade que podem ser transferidos para fora da água
(GOLDBY; SCOTT, 1993).

65
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico você viu que:

• A natação recreativa consta das aulas de natação permeadas pelo componente


lúdico.

• As principais características do componente lúdico são a liberdade, a diversão,


o entusiasmo, a alegria, a satisfação e o bem-estar.

• Quando se fala do ensino da natação para as crianças, o profssional deve


considerar que estará lidando com os aspectos da formação humana e do
desenvolvimento das habilidades cognitivas, motoras e afetivas. Nesta
perspectiva, considera-se o lúdico como um elemento essencial para se atingir
resultados positivos em termos do desenvolvimento global das crianças.

• O uso do lúdico nas aulas de natação se encontra no bom diálogo entre as


partes, ou seja, entre o professor e o aluno; o aluno e o brinquedo e; o aluno e o
espaço.

• No uso do lúdico em ambiente aquático, o principal brinquedo é a água, ou


seja, o próprio ambiente aquático.

• Como estratégias lúdicas no meio aquático, pode-se apontar a possibilidade de


utilização dos brinquedos cantados, da contação de histórias, das músicas, com
o intuito de estimular a batida de pernas, a batida de braços, o salto da borda,
a respiração, a futuação e a imersão com alegria e descontração.

• As atividades lúdicas desempenham um papel fundamental para o crescimento


e o desenvolvimento saudável e geram impactos positivos na saúde física e
mental das crianças.

• Entre os benefícios das atividades lúdicas, pode-se citar que elas permitem a
apropriação da realidade e o conhecimento dos objetos; favorecem a formação
de conceitos e o pensamento abstrato; desenvolvem a coordenação motora e
a linguagem; permitem a resolução de problemas e a sensação de controle do
ambiente; favorecem a descoberta de si; estimulam a socialização e a autonomia.

• O conceito Halliwick é uma abordagem para ensinar todas as pessoas,


em particular as pessoas com difculdades físicas e/ou de aprendizagem,
atividades aquáticas, movimentação independente na água e nadar. Seus
principais objetivos são o controle da respiração e do equilíbrio e a liberdade
de movimentos.

66
AUTOATIVIDADE

1 Explique o que signifca natação recreativa.


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2 Descreva quais são as principais características do componente lúdico:


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3 Explique por que os profssionais devem utilizar atividades e estratégias


permeadas pelo componente lúdico durante o ensino da natação,
principalmente, com as crianças.
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4 Sobre a natação recreativa, leia atentamente as frases a seguir e marque V


para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A utilização do componente lúdico em meio aquático possui a intenção de


orientar e facilitar a capacidade de explorar e de descobrir os elementos
que envolvem o ambiente, dando condições para a criança desenvolver
a capacidade de usar o próprio corpo com certa autonomia e harmonia
dentro deste ambiente.
( ) O uso do lúdico nas aulas de natação se encontra no bom diálogo entre
as partes, ou seja, entre o professor e o aluno; o aluno e o brinquedo e; o
aluno e o espaço. Sendo assim, “por iniciativa do professor, este contexto
deve ser envolvido pelo diálogo lúdico, de troca de afeto, de respeito aos
limites e ao incentivo, através dos elogios, criando, assim, uma atmosfera
de prazer e segurança.
( ) No uso do lúdico em ambiente aquático, o principal brinquedo é a água,
ou seja, o próprio ambiente aquático. O corpo, por sua vez, é o mais
importante. Mas, para que haja o envolvimento lúdico, é necessário que
o professor coloque a ludicidade neste contexto.
( ) Como estratégias lúdicas no meio aquático, pode-se apontar a
possibilidade de utilização dos brinquedos cantados, da contação de
histórias, das músicas, com o intuito de estimular a batida de pernas, a

67
batida de braços, o salto da borda, a respiração, a futuação e a imersão
com alegria e descontração.
( ) Nas atividades em que são utilizados materiais como futuadores, alteres,
tapetes futuantes, plataformas redutoras de profundidade e barras de
apoio para desenvolver as habilidades aquáticas, não há possibilidade
de inserir o componente lúdico.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V, F.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

5 Descreva um exemplo de como se pode utilizar uma atividade lúdica


permeada pelo uso do faz de conta nas aulas de natação.
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6 O que signifca possuir um bom gerenciamento do tempo das atividades


em ambiente aquático e por que isto é importante?
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7 Sobre a defnição de brincar e de lúdico, leia atentamente as frases a seguir


e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O brincar é uma atitude subjetiva em que o prazer, a curiosidade, o senso


de humor e a espontaneidade se tocam; tal atitude se traduz por uma
conduta escolhida livremente, da qual não se espera nenhum rendimento
específco.
( ) As características do brincar e do lúdico possuem intima relação, quais
sejam: a liberdade, a diversão, o entusiasmo, a alegria, a satisfação e o
bem-estar.
( ) O elemento lúdico não se circunscreve apenas ou, necessariamente,
ao desenvolvimento de uma atividade do ponto de vista material, por
exemplo, de um jogo, de um brinquedo, de uma música ou de uma
pintura, em um espaço e tempo determinados, mas, sim, como uma
expressão humana.

68
( ) Para serem consideradas lúdicas, as atividades não podem ser realizadas
com o uso de brinquedos, objetos ou outros materiais.
( ) Ao objeto, ou à ação que se pretende lúdica, devem ser acrescidos valores
humanos, como a sensibilidade, a criatividade, a solidariedade, a ética, a
estética, o altruísmo, a alegria, entre outros.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

8 Sobre a importância do brincar e do lúdico no ensino da natação,


principalmente para crianças, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Embora benefciem os aspectos psicossociais, o desenvolvimento de


brincadeiras e de atividades lúdicas não auxilia no bom funcionamento
dos aspectos fsiológicos.
b) ( ) Entre os benefícios das atividades lúdicas, pode-se citar que elas
permitem a apropriação da realidade e o conhecimento dos objetos;
favorecem a formação de conceitos e o pensamento abstrato;
desenvolvem a coordenação motora e a linguagem; permitem a
resolução de problemas e a sensação de controle do ambiente;
favorecem a descoberta de si; estimulam a socialização e a autonomia.
c) ( ) As atividades lúdicas, principalmente as mais ativas, atuam
como estimulantes nos sistemas cardiovascular, respiratório e
musculoesquelético.
d) ( ) As atividades lúdicas desempenham um papel fundamental para
o crescimento e o desenvolvimento saudável e geram impactos
positivos na saúde física e mental das crianças.
e) ( ) Na fantasia da brincadeira, a criança tem a liberdade de percorrer o
caminho que quer e necessita para atingir o seu objetivo primordial, que
é ter uma experiência de sucesso na atividade. Favorecer a liberdade
de imaginação, promovendo atividades em diferentes lugares, com
variados materiais e com propostas diversifcadas, facilita a apreensão
de realidades, situações e fenômenos pelas crianças.

9 Qual é o signifcado de “conceito Halliwick”?


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_________________________________________________________________

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10 Quais são os principais objetivos do “conceito Halliwick”?
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11 O conceito Halliwick utiliza a evolução natural do desenvolvimento


motor, de forma a atender à ordem sequencial de aquisição motora infantil.
Nesse conceito, os aprendizes da natação, nomeados de “nadadores”, são
ensinados a adquirir independência na água. Para tanto, dividem-se os
nadadores, de acordo com suas habilidades aquáticas, em três níveis. No
que se refere aos diferentes níveis de habilidades (1o nível, 2o nível, 3o nível),
correlacione os itens I, II e III de acordo com o nível a que se refere.

I - Habilidades ligadas ao controle do equilíbrio e rotações do corpo em seus


diversos eixos: transversal, sagital e longitudinal.
II - Habilidades ligadas a movimentos, onde o nadador desloca-se na água em
progressões simples e os nados adaptados
III - Habilidades ligadas à adaptação ao meio líquido, independência e
controle da respiração.

( ) 1o nível (Vermelho)
( ) 2o nível (Amarelo)
( ) 3o nível (Verde)

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) III, I, II.
b) ( ) I, II, III.
c) ( ) II, I, III.

70
UNIDADE 2

METODOLOGIA DO ENSINO DE
ATIVIDADES AQUÁTICAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• conhecer aspectos históricos do nado crawl e do nado costas;

• aprender aspectos técnicos do nado crawl;

• entender os princípios da pernada, da braçada, da respiração, da coorde-


nação e das saídas e viradas do nado crawl;

• conhecer aspectos gerais do nado costas;

• aprender aspectos técnicos do nado costas;

• entender os princípios da pernada, da braçada, da respiração, da coorde-


nação e das saídas e viradas do nado costas.

PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está dividida em três tópicos. No fnal de cada um deles, você
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO AOS NADOS CRAWL E COSTAS

TÓPICO 2 – NADO CRAWL

TÓPICO 3 – NADO COSTAS

71
UNIDADE 2
TÓPICO 1

INTRODUÇÃO AOS NADOS


CRAWL E COSTAS

1 INTRODUÇÃO
O estilo crawl da natação é conhecido no mundo todo por ser de mais fácil
aprendizagem, sendo atualmente a modalidade de nado praticada nas provas de
nado livre (CARVALHO, 2008). Isto porque o nado crawl se desenvolveu como o
mais rápido dos estilos competitivos (PALMER, 1990). De acordo com o autor, o
nado crawl, como estilo de natação, não é encontrado nos regulamentos ofciais da
Federation Internationale de Natation Amateur (FINA), mas o documento apresenta
o estilo livre. O motivo disto é que até o ano de 1990, todas as competições de
natação tinham características de estilo livre. Todavia, nas competições atuais
de estilo livre, os competidores são, excepcionalmente, nadadores de crawl
(PALMER, 1990).

Machado (1998) explica que o nome “estilo livre” signifca a liberdade


de nadar qualquer estilo nesta prova, porém é realizada em nado crawl por este
possibilitar uma maior velocidade no nado quando comparado com os demais
estilos, isto é, é a forma de propulsão que apresenta o melhor rendimento
(CATTEAU; GAROFF, 1990; MACHADO, 1998). Assim, o crawl é a forma de
nadar utilizada nas provas de nado livre, sem sofrer, no tocante à execução do
estilo, a ação fscalizadora dos chamados juízes de percurso. De acordo com
Carvalho (2008), o regulamento vigente de natação com respeito ao nado livre
apresenta as seguintes informações:

• SW5.1 Nado livre signifca que numa prova assim denominada, o competidor
pode nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou
revezamento quatro estilos, em que nado livre signifca qualquer nado diferente
do nado de costas, peito ou borboleta.
• SW5.2 Alguma parte do nadador tem que tocar a parede ao completar cada
volta e no fnal.

Neste sentido, permite-se, nas provas de estilo livre, nadar qualquer


estilo ou combinação de estilos, sendo uma porta aberta ao progresso na busca
de formas de nado mais rápidas (CARVALHO, 2008). Destaca-se que o crawl é a
forma mais rápida de nado até o momento.

73
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Segundo Cateau e Garof (1990, p. 123), “toda a evolução dos nados


esportivos parece caminhar no mesmo sentido, a saber, que os nados procuram
uma colocação ótima nas articulações dos membros superiores e inferiores, de
forma a pôr em jogo, numa profundidade ótima, ações de grande amplitude que
tendem a se afastar o mínimo possível do eixo de deslocamento”. Para o autor, o
rendimento no nado possui a interferência de inúmeros fatores, são eles:

• Da utilização máxima das massas musculares que têm o melhor rendimento;


• De um relaxamento muscular completo fora das fases propulsivas;
• De uma respiração fsiologicamente adequada;
• De uma resistência frontal reduzida;
• Da procura de melhor sincronização das ações de membros inferiores e
superiores.

Todas as etapas da evolução da técnica do crawl enfatizaram, alternativamente,


um ou vários destes aspectos para chegar à técnica moderna que tende a utilizar
todos eles (CATTEAU, GAROFF, 1990). Os autores ressaltam que os nadadores
Gotvellss, Schollander, Wenden, Rousseau e Spit, os quais já representaram os
melhores nadadores do mundo, apresentaram excelentes desempenhos devido
às técnicas e, especialmente, à precisão nos gestos que utilizavam, tal qual aparece
nos princípios supracitados. Nesta direção, o nadador que possuir a melhor técnica
sempre terá vantagem em termos de velocidade, por isso, melhorando a técnica, o
nadador, consequentemente, melhora o seu desempenho.

O nome crawl é de origem australiana. Seu surgimento veio através da


percepção de Dick Cavill, membro de família de nadadores australianos, ao observar
que o batimento simultâneo das pernas e braços atrasava a propulsão contínua.
Assim, Cavill descobriu que alternando o movimento das pernas e braços resultaria
em aumento da velocidade, melhorando a propulsão (CARVALHO, 2008).

Segundo o autor supracitado, “crawl” signifca “rastejar” em inglês, que foi a


primeira impressão de um técnico ao ver atletas nadando neste estilo. Sua principal
característica é a possibilidade de se incorporar mudanças que o tornem mais rápido,
ou seja, variações diversas são permitidas e até estimuladas, contribuindo para a
evolução do nado (CARVALHO, 2008). O crawl moderno é a modalidade de natação
que, atualmente, no que se refere à velocidade, se apresenta como capaz de conseguir
maior rendimento (CATTEAU; GAROFF, 1990).

De acordo com o autor, as principais características do nado crawl são as


seguintes:

• Posição ventral do corpo (barriga voltada para baixo);


• Movimentos alternados e coordenados das extremidades superiores e
inferiores;
• Rosto submerso, com água na altura da testa, olhando para frente e para baixo;
• Respiração lateral, com rotação da cabeça, coordenada com os membros
superiores para realizar a respiração;
74
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AOS NADOS CRAWL E COSTAS

• Um ciclo consiste numa braçada com o membro superior esquerdo e outra


braçada com o membro superior direito e um número variável de pernadas.

Com relação às provas nadadas nesse estilo, temos as distâncias de 50m,


100m, 200m, 400m, 800m (feminino) e 1.500m (masculino). A posição do corpo
permite trajetos subaquáticos bem orientados, com resultantes muito próximas
da direção do nado. A alternância, continuidade e fuidez das ações segmentares
implicam uma menor variação intracíclica da velocidade, o que contribui para a
economia do movimento (CARVALHO, 2008).

No que concerne ao nado costas, a única técnica possível de se utilizar nas


competições deste estilo de nado é o “nado costas” (CATTEAU; GAROFF, 1990).
De acordo com os autores, neste nado, alternado e simétrico, o nadador possui o
mesmo objetivo do nado crawl, ou seja, obter continuidade das ações propulsoras.
Apesar de o regulamento limitar pouco a técnica do nado costas, uma vez que
exige apenas que o nadador fque na posição em decúbito dorsal, os aspectos
anatômicos e, particularmente, os limites articulares dos membros superiores
restringirão o número de adaptações possíveis (CATTEAU; GAROFF, 1990).

As provas deste estilo de nado consistem no nado costas de 100 ou 200m


– 100 ou 220 jardas. A distância a ser percorrida pode implicar a alteração da
técnica adotada pelo nadador (CATTEAU; GAROFF, 1990).

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO NADO CRAWL


A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasceu o
crawl, é o "English Side Stroke", que nasceu na Inglaterra em 1840, e se caracteriza
por nadar sobre a água com uma ação alternada de membro superior, mas
sempre subaquática, enquanto os membros inferiores realizam um movimento
de tesoura (CARVALHO, 2008).

FIGURA 20 – ENGLISH SIDE STROKE

THE SIDE STROKE


Posição com deslize curto

Golpes com os joelhos Separação Pernada em forma


em direção ao quadril de pernas de tesoura

FONTE: Carvalho (2008)

75
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

Somente dez anos depois apareceu o "Single over" ou "Over singelo”,


o qual consiste no nado sobre o corpo, mas com uma recuperação aérea dos
membros superiores, dito estilo é nadado pela primeira vez pelo australiano
Wallis (CARVALHO, 2008). Posteriormente aparece o "Trudgen" (sobrenome do
primeiro nadador que o utiliza), que é "importado" da Europa, pelo dito nadador
inglês, após observar a sua realização por indígenas sul-americanos. O dito nado
tem como novidade que se nade sobre o abdômen, movendo alternativamente os
membros superiores fora da água, enquanto os membros inferiores realizam um
movimento semelhante ao pontapé de peito. Em 1890 este estilo tem uma nova
evolução, levada a cabo pelos nadadores australianos, que realizaram um nado
"Trudgen", mas com movimento do membro inferior de tesoura, denominando-
se esta nova técnica "Double over" ou "Dobro Over" (CATTEAU; GAROFF, 1990;
CARVALHO, 2008).

Mas, em 1893, o movimento de tesoura é substituído por um movimento


alternativo do membro inferior, dando a conhecer a forma mais rudimentar do
estilo "crawl" ou crol, adotado pela primeira vez pelo nadador Harry Wickham
(DUBOIS; ROBIN, 1992; 1997; REYES; CARVALHO, 2008); mas é o nadador Cavill
o que mais difunde este estilo, introduzindo-o no ano 1903 em uma competição
(DUBOIS; ROBIN, 1992; CARVALHO, 2008).

O crawl acaba de evoluir em 1920 quando o príncipe hawaiano Duke


Kahanamoku, graças à realização de uma batida de seis tempos, consegue obter
uma posição mais oblíqua que lhe permite bater todos os recordes (REYES, 1998;
CARVALHO, 2008). Desde esse momento, o estilo crawl sofre pequenas variações:
em 1928, Crabbe realiza um nado com respiração bilateral; em 1932, os japoneses
realizam um crawl com uma tração descontínua para favorecer a efcácia da batida,
e em 1955, John Weismüller realiza a tração subaquática com uma importante fexão
de cotovelo na metade do percurso (DUBOIS; ROBIN, 1992; CARVALHO, 2008).

FIGURA 21 - JOHNNY WEISSMÜLLER E DUKE KAHANAMOKU

FONTE: Carvalho (2008)

76
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AOS NADOS CRAWL E COSTAS

Na atualidade, a técnica de nado não tem variado muito desde a utilizada


pelo dito nadador; ainda que nos últimos anos o australiano Michael Klim, em
certos momentos da prova, realizou movimentos de crawl do membro superior
coordenados como batida de borboleta nos membros inferiores, como ocorreu
nos metros fnais da primeira pista do relevo 4 x 100m livres na Olimpíada de
Sydney (Austrália) em 2000 (CARVALHO, 2008).

3 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO NADO COSTAS


O nado costas é uma progressão do nado peito invertido, ou seja, uma
evolução do nado peito em decúbito dorsal (MASSAUD, 2004). Segundo o autor,
inicialmente o nado costas era realizado com braçadas simultâneas, mas com
o passar do tempo, os nadadores notaram que poderiam nadar mais rápido se
realizassem braçadas alternadas, recuperando os braços sobre a água, visto que,
com isso, não estariam desrespeitando as regras.

Entre os anos 1930 e 1960, o nado costas era praticado por meio de um estilo
que foi popularizado pelo nadador Adolph Kiefer (MASSAUD, 2004). Conforme
o autor, a braçada submersa era executada imediatamente abaixo da superfície
e para o lado, com o braço reto. Da mesma forma, a recuperação foi efetuada
para baixo e lateralmente, com o braço reto. Esse estilo mudou profundamente
na década de 1960, pois, com o uso de flmagens submersas, os especialistas
perceberam que os nadadores mais efcientes no estilo costas, na época, usavam
um padrão de puxada de tipo S. Assim, seus braços eram dobrados no início
da braçada e estendiam-se mais tarde. A recuperação, por sua vez, era realizada
exatamente acima da cabeça e não para o lado (MASSAUD, 2004).

O autor supracitado compreende que o nado costas, atualmente, é muito


parecido com o nado crawl, porém, é realizado em decúbito dorsal. No estilo costas
atual, os braços realizam movimentos alternados e para cada ciclo de braçada são
realizadas seis pernadas. O nado costas pode apresentar três fases propulsivas,
são elas: primeira varredura para cima, segunda varredura para baixo e segunda
varredura para cima (MASSAUD, 2004).

77
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você viu que:

• O termo nado crawl, como estilo de natação, não é encontrado nos regulamentos
ofciais da Federation Internationale de Natation Amateur, pois o documento
apresenta o termo estilo livre.

• O nome “estilo livre” signifca a liberdade de nadar qualquer estilo nesta prova.

• O nado crawl é a modalidade de nado praticada nas provas de nado livre, pois
é a forma mais rápida de nado.

• O nome crawl é de origem australiana e o termo “crawl” signifca “rastejar”, em


inglês.

• A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasceu o


crawl é o "English Side Stroke", que nasceu na Inglaterra em 1840. Dez anos
depois apareceu o "Single over" ou "Over singelo” e, posteriormente, aparece o
"Trudgen".

• Em 1890 houve uma nova evolução, vinda dos nadadores australianos que
realizaram o nado "Trudgen", surgindo um movimento do membro inferior
de tesoura, denominando-se esta nova técnica "Double over" ou "Dobro over".
Mas, em 1893, o movimento de tesoura foi substituído por um movimento
alternativo do membro inferior, dando a conhecer a forma mais rudimentar do
estilo "crawl".

• O nadador Cavill é quem mais difundiu o nado estilo crawl.

• As provas nadadas no estilo livre são as seguintes: de 50m, 100m, 200m, 400m,
800m (feminino) e 1.500m (masculino).

• O nado costas é uma progressão do nado peito invertido, ou seja, uma evolução
do nado peito em decúbito dorsal.

• Inicialmente, o nado costas era realizado com braçadas simultâneas, mas com
o passar do tempo, os nadadores notaram que poderiam nadar mais rápido se
realizassem braçadas alternadas.

• No estilo costas atual, os braços realizam movimentos alternados e para cada


ciclo de braçada são realizadas seis pernadas.

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AUTOATIVIDADE

1 Descreva a origem do nado crawl, bem como o signifcado deste termo:


_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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2 O nado crawl, como estilo de natação, não é encontrado nos regulamentos ofciais
da Federation Internationale de Natation Amateur (FINA), explique por que.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

3 Em competições de natação, o termo “nado livre” sempre permite que o


nadador utilize qualquer estilo de nado? Explique sua resposta:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

4 Leia atentamente as frases a seguir, referentes ao nado “estilo livre”, e


marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O estilo crawl da natação é, atualmente, a modalidade de nado praticada


nas provas de nado livre.
( ) Nas provas de estilo livre permite-se nadar qualquer estilo ou combinação
de estilos, sendo uma porta aberta ao progresso na busca de formas de
nado mais rápidas.
( ) Nas provas de medley individual ou revezamento quatro estilos, o nado livre
não permite que o nadador utilize os nados de costas, peito ou borboleta.
( ) Embora o nado crawl seja reconhecido como a forma mais rápida de nado
até o momento, este estilo nem sempre é utilizado pelos nadadores nas
provas de nado livre.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.
79
5 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à história do nado crawl, e
marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O nome crawl é de origem britânica e o termo “crawl” signifca “rastejar”,


em inglês.
( ) A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasce
o crawl é o "English Side Stroke", que nasce na Inglaterra em 1840. Dez
anos depois apareceu o "Single over" ou "Over singelo” e, posteriormente,
aparece o "Trudgen".
( ) Em 1890 houve uma nova evolução, vinda dos nadadores australianos
que realizaram o nado "Trudgen", surgindo um movimento do membro
inferior de tesoura, denominando-se esta nova técnica "Double over" ou
"Dobro over". Mas, em 1893, o movimento de tesoura é substituído por um
movimento alternativo do membro inferior, dando a conhecer a forma
mais rudimentar do estilo "crawl".
( ) O nadador Cavill foi quem mais difundiu o nado estilo crawl.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

6 O rendimento no desempenho do nadador possui a interferência de inúmeros


fatores, neste sentido, leia atentamente as assertivas a seguir e assinale a
alternativa incorreta:

a) ( ) Um bom desempenho no nado depende da utilização máxima das


massas musculares que têm o melhor rendimento.
b) ( ) Um bom desempenho do nadador signifca que não haverá relaxamento
muscular durante qualquer fase do nado.
c) ( ) Um bom desempenho no nado depende de uma respiração
fsiologicamente adequada.
d) ( ) Um bom desempenho no nado depende de uma resistência frontal
reduzida.
e) ( ) Um bom desempenho no nado depende da procura por uma melhor
sincronização das ações de membros inferiores e superiores.

7 O crawl moderno é a modalidade de natação que, atualmente, no que


se refere à velocidade, se apresenta como capaz de conseguir maior
rendimento. No que concerne às características do nado crawl, assinale a
alternativa incorreta:

a) ( ) O posicionamento correto do corpo no nado crawl é a posição dorsal do


corpo (barriga voltada para baixo).

80
b) ( ) Os movimentos do nado crawl são alternados e coordenados das
extremidades superiores e inferiores.
c) ( ) No nado crawl, o rosto do nadador fca submerso, com água na altura
da testa, olhando para frente e para baixo.
d) ( ) No nado crawl realiza-se a respiração lateral, com rotação da cabeça,
coordenada com os membros superiores para realizar a respiração.
e) ( ) No nado crawl um ciclo consiste numa braçada com o membro superior
esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número
variável de pernadas.

8 Em termos de competição, descreva quais são as provas ofciais de nado crawl:


_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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_________________________________________________________________

9 Em termos de competição, descreva quais são as provas ofciais de nado


costas:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

10 A primeira etapa para aprendizagem da natação está na adaptação ao meio


líquido. No que concerne à adaptação ao meio líquido, assinale a alternativa
incorreta:

a) ( ) O nado costas é uma progressão do nado peito invertido, ou seja, uma


evolução do nado peito em decúbito ventral.
b) ( ) No que concerne ao nado costas, a única técnica possível de se utilizar
nas competições deste estilo de nado é o “nado costas”.
c) ( ) No nado costas, o nadador possui o mesmo objetivo do nado crawl, ou
seja, obter continuidade das ações propulsoras.
d) ( ) No estilo costas atual, os braços realizam movimentos alternados e
para cada ciclo de braçada são realizadas seis pernadas.
e) ( ) Inicialmente, o nado costas era realizado com braçadas simultâneas,
mas, com o passar do tempo, os nadadores notaram que poderiam
nadar mais rápido se realizassem braçadas alternadas.

81
UNIDADE 2 TÓPICO 2

NADO CRAWL

1 INTRODUÇÃO
A técnica de crawl ou livre é a técnica mais rápida das quatro técnicas de
nado existentes em competição. Um ciclo de nado crawl consiste numa braçada
com o membro superior esquerdo e outra braçada com o membro superior direito
e um número variável de pernadas.

A técnica de crawl, ou livre, é a técnica mais rápida das quatro técnicas de


nado existentes em competição. Um ciclo de nado crawl consiste numa braçada
com o membro superior esquerdo e outra braçada com o membro superior direito
e um número variável de pernadas. Todavia, o nado crawl varia de acordo com a
individualidade dos nadadores. Deste modo, em relação à variação da propulsão
de pernas e ciclo da braçada, o nadador poderá realizar duas pernadas a cada
ciclo (duas braçadas), quatro pernadas para cada ciclo e seis pernadas para cada
ciclo (LIMA, 2009).

Conforme o autor supracitado, houve um período, mais precisamente no


início da década de 1970, em que se acreditava que os atletas fundistas deveriam
realizar duas pernadas para cada ciclo para alcançar uma ótima performance.
Isto porque, nas olimpíadas de Munique, em 1972, a nadadora australiana, Shane
Gould, venceu as provas de 400 metros e 800 metros livre, nadando por meio desta
técnica. Com isso, muitos técnicos passaram a forçar os seus nadadores a nadar
com a mesma técnica, ou seja, com duas pernadas para cada ciclo de braçada.

O brasileiro Djan Madruga, ao estrear nas olimpíadas de Montreal, em


1976, adotou a técnica de seis pernadas para cada ciclo de braçada, provando que
os fundistas poderiam nadar outra técnica, além daquela comumente utilizada,
ou seja, a de duas pernadas para cada ciclo de braçadas (LIMA, 2009). Para o
autor, geralmente os nadadores que utilizam duas pernadas para cada ciclo de
braçada são os nadadores que possuem uma ótima futuabilidade e, por isso,
não dependem das pernas para a sustentação, mas, sim, para a propulsão e o
equilíbrio.

É evidente que o nado crawl é o nado mais rápido para ser utilizado nas
competições devido ao movimento contínuo de braços e pernas. Após o aluno
ter adquirido uma boa adaptação ao meio líquido, o nado crawl costuma ser o
primeiro nado a ser ensinado (GOMES, 1995).

83
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

2 POSICIONAMENTO DO CORPO
A posição corporal no crawl é uma estrutura complexa, com todos os
elementos interagindo uns com os outros. Para ter um bom entendimento da
locomoção humana no meio aquático, é necessário conhecer que forças atuam
nele quando submerso na água (CARVALHO, 2008).

Segundo Pável (1993) e Carvalho (2008), na análise da posição do corpo,


há que se observar os seguintes movimentos oscilatórios:

• Rotação da cabeça para execução da inspiração, durante o fnal da ação


submersa do braço;
• Rotação dos ombros, para colocar a mão em uma posição mais cômoda de
apoio;
• Rolamento lateral do tronco e dos quadris, oferecendo apoio ao movimento
das pernas;
• Movimento de pernas, que exercem ao mesmo tempo propulsão e equilíbrio
corporal.

Nesse sentido, iremos, na descrição do posicionamento corporal, abordar


os seguintes aspectos: o alinhamento horizontal; o alinhamento lateral e a rotação
sobre o eixo longitudinal, a saber:

2.1 O ALINHAMENTO HORIZONTAL


Genericamente podemos afrmar que, ao longo da técnica global, o
posicionamento corporal deverá manter-se o mais próximo possível da posição
hidrodinâmica fundamental, o que permitirá minimizar a força de arrasto
hidrodinâmico a que o nadador se sujeita, assim como favorecer a produção de
força propulsiva pela ação dos segmentos motores (CARVALHO, 2008). Assim,
no nado crawl, o corpo deve estar o mais horizontal possível, com a cabeça em
posição natural no prolongamento do tronco e com as costas completamente
planas (MASSAUD, 2004).

84
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

FIGURA 22 – O ALINHAMENTO HORIZONTAL

FONTE: Massaud (2004)

FIGURA 23 – A POSIÇÃO DA CABEÇA

FONTE: Massaud (2004)

Para Carvalho (2008), durante o nado, o corpo deve manter-se o mais


horizontal possível, ao nível da água, com ligeira arqueação nas costas e com
os membros inferiores se movimentando de modo que o centro de ação dos pés
fque a uma profundidade que deve ser aproximadamente a mesma que a dos
quadris, de forma que apresente uma pequena superfície frontal de contato com
a água, reduzindo assim o arrasto hidrodinâmico.

Maglischo (1986) refere que a melhor forma de observar e avaliar o


alinhamento horizontal deverá ser sobre o plano sagital, isto é, visualizando o
nadador de lado, onde a profundidade e inclinação do corpo é perfeitamente
perceptível. Por outro lado, quanto maior for o comprimento total do corpo,
menor será o arrasto hidrodinâmico, pelo que se deverá privilegiar as posições
alongadas na água, não só no deslize após partidas e viradas, como durante o
nado propriamente dito (CARVALHO, 2008). Conforme o autor, os nadadores
mais longilíneos têm vantagens hidrodinâmicas, o que lhes permite reduzir o
arrasto e aumentar a propulsão. Ademais, conjuntamente com as características
antropométricas, o nível de fexibilidade dos nadadores também poderá afetar
a capacidade do nadador em adotar a posição mais hidrodinâmica. Nesta

85
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

perspectiva, os indivíduos hiperfexíveis conseguem, ao colocar o corpo numa


posição mais alongada, minimizar o arrasto devido à diminuição da turbulência
gerada perto dos pontos de pressão (ombros, bacia, joelhos e tornozelos)
(CARVALHO, 2008).

2.2 ALINHAMENTO LATERAL


Durante o nado, qualquer movimento segmentar que crie forças com
linhas de ação laterais em relação ao sentido de deslocamento do corpo provocará
uma reação aplicada noutro segmento corporal, que o desviará do alinhamento
corporal (CARVALHO, 2008). Assim, podem verifcar-se movimentos de
"ziguezaguear", com a anca e os membros inferiores oscilando lateralmente. Estas
oscilações no alinhamento lateral levarão ao aumento da resistência ao avanço,
devido ao aumento da superfície frontal de contato, conduzindo a um superior
custo energético e à redução da velocidade de nado (CARVALHO, 2008).

Para permitir que o nadador preserve um correto alinhamento lateral é


necessário aproximar as ações propulsivas do eixo longitudinal de deslocamento,
o que é facilmente conseguido através da rotação sobre o eixo longitudinal
(MAGLISCHO, 1993; MASSAUD, 2004; CARVALHO, 2008). Para os autores, é
possível compensar a tendência lateralizante dos trajetos propulsivos através do
papel equilibrador dos membros inferiores que exercem pressão sobre a água
em direções laterais, acompanhando a rotação sobre o eixo longitudinal e a ação
dos membros inferiores. No entanto, a cabeça não deve acompanhar a rotação
sobre o eixo longitudinal do bloco tronco/membros inferiores, devendo manter-
se sempre fxa (CARVALHO, 2008).

FIGURA 24 – O ALINHAMENTO LATERAL

FONTE: Massaud (2004)

86
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

Outro fator essencial para um correto alinhamento é "não cruzar os


apoios", isto é, não ultrapassar a linha média do corpo durante a trajetória
dos membros superiores (CARVALHO, 2008). Segundo o autor, este fato é
importante durante toda a ação dos membros superiores, mas tem especial
relevo no momento da entrada e na fase da recuperação, onde é de especial
importância que o nadador não a realize lateralmente. A melhor maneira para
avaliar o alinhamento é observar o nadador de frente (sobre o plano frontal),
de maneira que se possa visualizar o eixo longitudinal de deslocamento
(MAGLISCHO, 1993; CARVALHO, 2008).

FIGURA 25 – ALINHAMENTO LATERAL SOBRE O PLANO FRONTAL

Oscilações Contra Ausência de


laterais oscilações oscilações
FONTE: Catteu e Garoff (1990)

2 PERNADA
O movimento de pernas é uma oscilação solta dos membros inferiores,
que realizam ações curtas, alternadas e diferenciadas, iniciando um, antes que
o outro termine, que se dão principalmente no plano vertical, cuja importância
se faz no equilíbrio, na propulsão e na sustentação do corpo no estilo crawl,
mantendo o corpo, no seu conjunto, sempre estendido na posição horizontal,
além de constituir como um excelente meio de preparação cardiopulmonar
(CARVALHO, 2008). De acordo com o autor, o trabalho de pernas está longe de
alcançar o mesmo efeito propulsivo dos braços, este auxílio, entretanto, representa
uma grande percentagem no que diz respeito ao equilíbrio do corpo, podendo,
quando aplicadas erroneamente, prejudicar até 70% da força propulsiva.

O movimento alternado na direção vertical ocorre de modo que as ações


não percam a continuidade e que possam fundir-se de maneira tal, a ponto de
parecer um único movimento de revolução das moléculas de água, criando uma
força de sucção que auxilia a propulsão. A abertura entre as pernas no plano
vertical (para cima e para baixo) deverá ser mais ou menos igual à largura do
corpo, de 20 a 50 cm aproximadamente, dependendo da idade e do tamanho

87
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

do nadador (CARVALHO, 2008). Segundo o autor, os movimentos de batimento


de pernas se originam na articulação coxo-femural (quadril) com uma pequena
fexão do joelho e sendo no peito do pé o ponto de pressão que impulsiona a
água para trás. Os pés saem ligeiramente na superfície da água funcionando num
meio que contém ar e água, este procedimento permite boa cadência, entretanto,
é indispensável que os pés estejam em fexão plantar.

FIGURA 26 – A PERNADA DO NADO CRAWL

Fonte: Massaud (2004)

A efciência da pernada, conforme Carvalho (2008), está diretamente


ligada aos seguintes fatores:

• A completa soltura muscular que venha auxiliar para a chicotada que caracteriza
este movimento.
• O ritmo sem interferência de desaceleração e quebra de continuidade.
• A posição da perna, com os pés naturalmente voltados para dentro sem
movimentos forçados, visando o relaxamento muscular, para manter em
atividade a zona de revolução da água.
• Movimento solto do pé na posição indicada, com grande fexibilidade dos
tornozelos, para que a movimentação da água no nível dos dedos dos pés seja
a mais atuante possível.
88
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

De acordo com Massaud (2004) e Carvalho (2008), o movimento de


pernas realiza dois movimentos, um ascendente (positivo) e outro descendente
(negativo), a saber:

2.1 FASE DESCENDENTE


A fase descendente é o movimento ativo da pernada, ocorre de cima para
baixo, com leve fexão do joelho, com o pé ligeiramente voltado para dentro e o
tornozelo relaxado, oferecendo assim uma maior superfície motora (CARVALHO,
2008). Para o autor, no primeiro tempo, o joelho vai se abaixando e a perna
fexionando-se um pouco mais sobre a coxa. A perna fexionada vai estender-se
sobre a coxa que, por sua vez, vai manter-se apoiada na água e transmitir aos
quadris o componente ascensional do movimento, ou seja, reação de elevação do
quadril, mantendo o corpo do nadador numa posição plana e horizontal.

O valor motor do movimento das pernas está fundamentalmente ligado


à fexibilidade do tornozelo e também do ritmo. Se compararmos o mecanismo
motor das pernas com um movimento da cauda do peixe, somos tentados a
procurar acelerar o gesto toda vez que a superfície motora se aproxima do eixo, e
a desacelerá-lo quando ela se afastar do eixo (CARVALHO, 2008).

2.2 FASE ASCENDENTE


A fase ascendente é o movimento passivo, é o relaxamento da parte
ativa, com extensão total da perna, até que o calcanhar atinja a superfície da
água, mantendo o pé em posição natural (CARVALHO, 2008). De acordo com
o autor, partindo em extensão, com o pé no prolongamento da perna, na sua
posição mais baixa, o membro movido pelas massas musculares posteriores
(especialmente glúteos máximos e isquiotibiais) vai se elevar, encontrando a
resistência decrescente da massa de água superposta.

Quando essa resistência se atenuar, a ação dos isquiotibiais vai trazer


como consequência uma inevitável fexão da perna sobre a coxa, compensada
por um abaixamento do joelho. Essa fexão nunca é proposital nem comandada
pelo nadador, mas é anatomicamente lógica e dá ao movimento harmonia e
fexibilidade, além de aumentar a efciência propulsiva (CARVALHO, 2008).

3 BRAÇADA
A ação dos braços pode ser analisada de acordo com Cateau e Garof
(1990), considerando o seguinte:

89
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• Movimento de um braço (ciclo de braço): o ciclo de braçada pode ser dividido


em duas fases principais, a subaquática ou movimento propulsivo e a
recuperação, que é executada sobre a superfície da água.
• Movimento de um braço em relação ao outro (coordenações): Os braços
permanecem opostos um ao outro executando movimentos de rotação
alternados e diferenciados.

Neste tópico será descrito o movimento completo de um braço, no tópico


de coordenação será abordado o movimento de um braço em relação ao outro.
Um ciclo de braço pode ser subdividido da seguinte maneira:

• Fase aérea: mediante a qual o braço se move sobre a água, preparando-se para
a fase aquática. Caracteriza-se por ser um movimento de trás para frente em
relação ao sentido do nado. Esta fase se imbui de grande importância no gesto
total, por representar o descanso, o relaxamento muscular, além de armar para
o movimento seguinte. Levando-o à atuação que irá representar o ângulo ideal
de colocação na água. Esta fase nunca poderá ser representada por um gesto
conduzido e lento, mas, ao contrário, solto e veloz (CARVALHO, 2008).
• Fase aquática: é caracterizada por ser um movimento de frente para trás em
relação ao sentido do nado, essencialmente motor e inteiramente subaquático.
Esse movimento motor pode também ser subdividido em quatro fases:
extensão, agarre, tração e empurre (CARVALHO, 2008).

3.1 FASE AÉREA

3.1.1 Saída da mão


Tendo o braço terminado a fase de empurre, estando quase completamente
esticado ao longo da lateral do corpo, o ombro sai da água, levando o braço,
o cotovelo se dirige para cima, seguido do antebraço e da mão. A mão está
descontraída orientada para dentro, dirige-se para cima e parte dela está fora da
água (CARVALHO, 2008).

3.1.2 Recuperação
A recuperação do braço ocorre pela lateral do corpo e por cima da água
que obriga uma oscilação contrária, obedecendo à terceira Lei de Newton. Esta
oscilação deixa de existir graças ao cotovelo mais alto e palma da mão para baixo,
o que proporciona um braço fexionado e relaxado, com diminuição do braço de
alavanca, aumentando a força e diminuindo a resistência (CARVALHO, 2008).

O trajeto da mão se faz próximo à água e com o dorso relaxado e voltado


para frente e posteriormente para dentro, mas sempre próximo ao corpo. Esta

90
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

posição impede maior elevação. O movimento é relaxado até o momento da


passagem da mão pelo cotovelo, quando deverá ser arremessado para água, de
maneira solta e veloz, procurando uma entrada em um ângulo melhor possível,
com a ponta dos dedos entrando antes do antebraço e este se antecipando ao
braço. É importante ressaltar que o cotovelo é sempre mantido mais alto que a
mão para poder dirigir o braço, com entrada da mão na água antes do cotovelo e
oferecer um melhor descanso nesta fase (CARVALHO, 2008).

A transferência de momentum de força da fase de recuperação ajuda a


diminuir a resistência e aumenta a força durante a fase de impulso subaquático
do braço oposto. O ombro sairá da água, levando o braço, o cotovelo, depois
o antebraço e a mão. O primeiro a romper a superfície da água é o cotovelo,
seguido do braço, antebraço e da mão. Alguns nadadores realizam a passagem
da mão longe do ombro e menos ou mais oblíqua para o lado. Nesta forma, o
movimento é, incontestavelmente, menos econômico (a contração do deltoide
é tanto maior quanto mais o braço vai roçar a água); mas, algumas vezes tal
movimento é exigido por um relaxamento relativamente limitado da articulação
do ombro (CARVALHO, 2008).

A recuperação deve ser a mais plana possível, uma vez que a sua grande
elevação pode ocasionar uma queda curta na água, uma pancada desnecessária
na superfície ou um rolamento exagerado do tronco. O movimento é relaxado até
o momento da passagem da mão pelo cotovelo, quando deverá ser arremessado
para água, de maneira solta e veloz, procurando uma entrada em um ângulo
melhor possível, com a posta dos dedos entrando antes do antebraço e este se
antecipando ao braço (CARVALHO, 2008).

3.1.3 Entrada da mão na água


A mão entra com o punho ligeiramente fexionado, devido à ação dos
músculos fexores do carpo, com a palma um pouco para fora, dedos unidos com o
indicador entrando em primeiro lugar, polegar voltado para baixo exercendo uma
ação de pressão na água para baixo e para trás, sendo que o dedo mínimo estará
ligeiramente voltado para fora quando iniciarmos um movimento para baixo desse
dedo e uma condução da mão com a palma voltada para dentro, tentando manter
a pressão na ponta dos dedos e na palma da mão (CARVALHO, 2008).

O ângulo exato de inclinação da mão com o qual se consegue o máximo


de sustentação varia com a direção do fuxo. A mão penetra na água a pouca
profundidade, seguida do antebraço, do braço, depois do ombro que também
avança, no último momento, a fm de alongar na mesma medida o comprimento
do trajeto motor. Há, portanto, extensão geral oblíqua dos segmentos do membro
superior. Uma vez colocados os dedos na água, é aberta uma fenda, para onde se
dirigem o cotovelo e o ombro. O braço se encontra ligeiramente fexionado e à frente
de seu ombro. O cotovelo está dirigido para acima, a mão se encontra ligeiramente
fexionada para abaixo e para fora (CARVALHO, 2008).

91
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

3.2 FASE AQUÁTICA

3.2.1 Extensão
Compreende a entrada do braço na água, à frente do ombro e do corpo,
com a mão alcançando o seu ponto de apoio, que está à frente e para o fundo,
aproximando-se de uma posição abaixo do prolongamento do eixo do corpo, é a
base da fase propulsiva (CARVALHO, 2008).

3.2.1.1 Posição inicial


O braço se encontra ligeiramente fexionado e em linha com seu ombro.
O cotovelo está dirigido para acima e ligeiramente para fora. O pulso se encontra
muito ligeiramente fexionado para abaixo e para fora. A extensão do braço não
é completa, sua extensão máxima é seguida de uma ligeira fexão do cotovelo,
que permite à mão aproximar-se do eixo do corpo e ao mesmo tempo conserva os
músculos do braço em posição mais cômoda (CARVALHO, 2008).

Os ombros devem, neste estágio inicial da propulsão, ter começado seu


rolamento lateral, auxiliando no correto posicionamento do braço para o início
da tração. O apoio, com tração, deve ser feito com os dedos estendidos e unidos.
O braço que traciona permanece estendido neste estágio, mas o punho mantém
uma atitude ligeiramente fexionada em direção ao dedo mínimo (iniciada na
entrada) e também na direção natural da palma da mão, para se estabelecer uma
pressão propulsiva sobre a mão e o antebraço (CARVALHO, 2008).

3.2.1.2 Posição fnal


O braço se encontra quase totalmente estendido ligeiramente mais afora
do que a linha de seu ombro. O cotovelo se orienta para acima e para fora e está
mais alto do que a mão. O pulso está girado para abaixo e para fora e a mão olha
na mesma direção (CARVALHO, 2008).

3.2.2 Agarre

3.2.2.1 Postura inicial


O braço se encontra quase totalmente estendido e ligeiramente mais fora
do que a linha de seu ombro. O cotovelo se orienta para acima e para fora e está
mais alto do que a mão. O pulso está girado ligeiramente para fora. A mão olha
para abaixo e para fora (CARVALHO, 2008).
92
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

3.2.2.2 Postura fnal


O braço se encontra no ponto de máxima profundidade, quase esticado,
e para fora de seu ombro. O cotovelo em fexão olha para acima e para fora. O
pulso em ligeira fexão e rotação interna. A mão olha para dentro, para atrás e
para acima preparando a seguinte curva (CARVALHO, 2008).

3.2.3 TRAÇÃO

3.2.3.1 Posição Inicial


Segue-se logo após alcançar o ponto de apoio e termina quando a mão
atingiu a posição ao lado e junto dos quadris, pronta para a retirada da água. Nessa
fase, a mão, o antebraço e o braço exercem ação contra o líquido imprimindo-o
para trás e fazendo o corpo deslocar-se para frente. A profundidade da mão
muda quando ela se move para trás da água. A mão se apoia na água, e o mesmo
princípio que faz a asa do avião se erguer, fornece a força que faz o corpo avançar
à frente da mão (CARVALHO, 2008).

O padrão da puxada é um “S” alongado, com a mão procurando exercer


a sua ação numa linha o mais próximo possível do eixo do corpo, para que a mão
possa encontrar apoio na água e aumentá-lo, mantendo a mesma profundidade
até o início da fnalização. A propulsão do braço só pode acontecer quando houver
pressão sufciente criada nas superfícies propulsoras da mão e do antebraço para
sustentar a velocidade do nado, a pressão criada sobre sua mão e braço deve
ser sufciente para superar todas as diversas formas de atrito criadas pela água
(CARVALHO, 2008).

Precisamos saber que o nadador, para produzir uma força de elevação


para a frente, precisa mover sua mão em diferentes sentidos, de cima para
baixo e de um lado para o outro, para que haja uma diferença de pressão, esta
movimentação é ocasionada pela busca de água calma. A trajetória da mão
na água busca oferecer uma resultante (interação das forças de sustentação e
resistiva) orientada o mais próximo possível para frente (CARVALHO, 2008). Em
um fuido, a força de sustentação é sempre perpendicular à força resistiva e essa
é sempre contrária ao movimento.

A palma da mão deve estar voltada, o mais próximo possível,


imediatamente para trás, dirigindo, desta forma, as forças propulsivas de maneira
mais vantajosa. Os dedos devem estar unidos, ou quase unidos, e a mão deve
estar plana. Para que a palma da mão esteja voltada para trás, o punho terá que
ser inicialmente ligeiramente fexionado e, para se atingir um bom rendimento na
água, o cotovelo também deve estar fexionado e permanecer elevado acima da
mão. O cotovelo é mantido alto, com o antebraço ligeiramente fexionado sobre

93
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

o braço e penetra mais ou menos profundamente na água, conforme se trate de


um nadador de velocidade (pouco profundo) ou de meio fundo (mais fexionado)
(CARVALHO, 2008).

Devemos tentar o “apoio” e a pressão pelo músculo fexor do carpo, sendo


que o dedo mínimo estará ligeiramente voltado para fora quando iniciarmos um
movimento para baixo desse dedo e uma condução da mão com a palma voltada
para dentro, tentando manter a pressão na ponta dos dedos e na palma da mão
até o fm da empurrada. A fexão excessiva do cotovelo faz com que a mão fque
muito próxima ao corpo do nadador e, embora a tração seja mecanicamente mais
fácil, ela será menos efetiva (CARVALHO, 2008).

A boa dobra máxima dos cotovelos se aproxima de 90° na fase de impulso


da braçada agindo “paralelamente” ao eixo do corpo, sendo mais marcada no
momento da passagem da mão na vertical do ombro, apontando para a lateral da
piscina, criando um potente deslizamento da mão e do antebraço, proporcionando
uma aceleração progressiva durante a braçada.

Os dedos são posicionados de maneira a se moverem no plano vertical


e central do corpo. O movimento excessivo da mão cruzando este plano central
em qualquer direção tende a introduzir uma rotação longitudinal do corpo e
aumentar a superfície de atrito. A rotação interna (ou medial) dos braços, que
“coloca” o cotovelo em posição alta e avançada, deve ser compensada por uma
rotação externa do antebraço para que a direção da mão possa ser mantida, é item
fundamental para a propulsão do nado (CARVALHO, 2008).

3.2.3.2 Posição fnal


O braço se encontra entre o pescoço e a linha média do corpo, mais ou
menos embaixo de seu ombro. O cotovelo, em máxima fexão, mira para fora e
ligeiramente para cima. A mão se encontra no momento de menor profundidade
e deve terminar dirigida para fora, atrás e acima com o fm de preparar a seguinte
curva (CARVALHO, 2008).

3.2.4 Empurre
Podemos dizer que é o movimento do braço que vai desde a máxima
fexão do cotovelo, até sua extensão completa, que ocorre com o polegar passando
próximo da coxa da perna em ação, com a palma voltada para dentro. É o ponto
de maior velocidade na rotação dos braços (CARVALHO, 2008).

94
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

3.2.4.1 Fase inicial


A partir da máxima fexão do cotovelo, este é estendido a aproximadamente
135° visando aumentar a resistência e a força da alavanca e, consequentemente,
a potência do nado. A fase de fnalização é distinta da puxada e não apenas
uma continuação, pois, além da mudança de direção, ainda há a modifcação do
movimento. Este gesto terminal é de suma importância e deve, no aperfeiçoamento,
ser enfatizado até que se torne habitual ao nadador (CARVALHO, 2008).

Precisamos saber que o nadador, para produzir uma força de elevação para
a frente, precisa mover sua mão em diferentes sentidos, de cima para baixo e de
um lado para outro, para que haja uma diferença de pressão, esta movimentação
é ocasionada pela busca de “água calma”. A trajetória da mão na água busca
oferecer uma resultante (interação das forças de sustentação e resistiva) orientada
o mais próximo possível para frente (CARVALHO, 2008). Em um fuido a força
de sustentação é sempre perpendicular à força de resistência e essa é sempre
contrária ao movimento.

É de extrema necessidade a manutenção do cotovelo sempre mais alto


que a mão, não permitindo sua queda em nenhum momento, e para isto, o
nadador deverá ter a sensação de que envia o cotovelo para trás e para cima,
quando parte para o movimento da fnalização. A mão empurra a água para trás,
levando a palma diretamente para os pés, até cerca de 15 a 20 cm abaixo do nível
d’água, onde o antebraço realiza uma rotação lateral fazendo com que a palma da
mão fque voltada para dentro, sendo o dedo mínimo o primeiro a sair da água
(CARVALHO, 2008).

3.2.4.2 Fase fnal


O braço se encontra quase completamente esticado ao longo do lateral
do corpo. O cotovelo se dirige para acima e se encontra fora da água. A mão está
orientada para dentro, dirige-se para acima e parte está fora da água (CARVALHO,
2008).

4 RESPIRAÇÃO
A respiração do nado crawl é composta por duas fases, uma aquática
(expiração) e outra aérea (inspiração) (MASSAUD, 2004). Deve-se observar que
ao invés de se elevar a cabeça, deve-se girá-la para respirar, a elevação da cabeça
aumenta as forças de resistência corporal e causa um distúrbio no ritmo do nado
(CARVALHO, 2008). Contudo, conforme o autor, deve-se compreender que a
cabeça tende a se elevar quando há grande velocidade, é por isso que os nadadores
de velocidade têm a posição da cabeça mais alta, as costas mais arqueadas e, da

95
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

cabeça aos pés, a impressão que se tem do nadador em ação é a de um arco, devido
à alta velocidade de pernas e braços. Quando a movimentação é lenta, somente a
coroa da cabeça deve ser vista, os fundistas possuem as costas mais estendidas, a
cabeça menos alta, com o nível da água chegando aos cabelos. Quando o nadador
se desloca, principalmente em alta velocidade, podemos observar que a água
passa por cima da nuca, com a formação de uma marola à frente da cabeça, que
se abre em "V" para os lados e para trás, e entre as duas marolas forma-se a cava,
onde repousa o tronco do nadador (CARVALHO, 2008).

4.1 INSPIRAÇÃO
É conveniente que a tomada de ar pela boca quebre o menos possível a
continuidade da progressão por uma mudança do equilíbrio do corpo. O giro da
cabeça, para o lado escolhido, não precisa ser grande, pois, com o deslocamento
do nadador existe uma formação de marola à frente, forma-se ao lado da cabeça
uma cava que auxilia na inspiração (CARVALHO, 2008).

O nadador deverá manter uma das orelhas submersas e a boca livre para
inspiração, coincidindo com a mais alta posição do ombro durante a ação dos
braços. É preciso que a inspiração se efetue num mínimo de tempo possível, daí a
necessidade de abrir bem a boca para absorver o ar (CARVALHO, 2008).

A inspiração é executada depois de uma expiração forçada, é


necessariamente refexa e não exige a intervenção da vontade do nadador, e
coincide com o momento em que a mão oposta ao movimento respiratório entra
na água, e o fnal da ação motora da mão correspondente do lado da inspiração.
À medida que o braço volta para frente, a cabeça também vai voltando à posição
normal, girando em torno do pescoço, neste trajeto deve haver uma retenção da
respiração (apneia) (CARVALHO, 2008).

4.2 EXPIRAÇÃO
A expiração é forçada e progressiva, pois desenvolve-se no mínimo
durante um ciclo completo dos dois braços sob a água. É necessário que se faça
explodir o ar que se está expirando imediatamente antes do rosto deixar a água
para preparar a próxima tomada de ar. Para ser completa, a expiração deve expelir
o ar ligeiramente dentro da água, isto é, pela boca, nariz ou nariz/boca, sem ser
forte demais, a fm de não criar desvios excessivos de pressão no interior da caixa
torácica (CARVALHO, 2008).

Notemos que a expiração forçada é determinada pelos músculos


expiratórios, em particular os do abdome (grandes e pequenos oblíquos,
transversal e reto abdominal), exige que o nadador tenha uma musculatura
abdominal adequadamente desenvolvida.
96
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

5 COORDENAÇÃO
Quando falamos de coordenação de um estilo de natação estamos nos
referindo à forma de coordenar os movimentos do corpo para que, além de
atingir a máxima velocidade com a menor resistência, a fadiga apareça o mais
tarde possível, isto é, coordenar o movimento de ambos os braços, coordenar o
movimento dos braços com a respiração e coordenar o movimento de braços e
pés (CARVALHO, 2008).

5.1 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS


Para equilíbrio do corpo a ação se desenvolve na chamada “pegada
dupla”, que consiste num melhor aproveitamento da braçada, pois, na sua
execução, quando um dos membros está exercendo a fase de pressão, o outro está
na ação de puxada (CARVALHO, 2008). Pode-se dizer que se usam dois tipos de
coordenação e suas variantes, são elas: coordenação de alcance ou distância por
braçada e coordenação de superposição.

5.1.1 Coordenação de alcance ou


distância por braçada
Na primeira e mais usada, os braços se alternam em suas fases de
propulsão, bloqueando a ação propulsiva de um braço até que o outro não tenha
terminado sua braçada. Esta forma de encadeamento temporário tem duas
variantes, ou inclusive três, de acordo como se encontre um braço com respeito
ao outro. As três têm um aspecto em comum, sempre um braço traciona, o outro
recupera (CARVALHO, 2008).

Na menos aberta das três, o braço bloqueado inicia sua tração imediatamente
depois da fnalização da braçada, produzindo sempre um momento propulsivo
e fazendo que a velocidade do nadador seja mais constante. Esta forma é a mais
usada e a que mais benefícios a priori contém. A busca de uma propulsão constante
provoca que tenha uma curva de velocidade mais redonda, com a conseguinte
poupança de energia em recuperar a velocidade e as turbulências que se omitem,
ao fazer a desacelerações mais suaves (CARVALHO, 2008).

Na seguinte forma, o braço bloqueado adiante de seu ombro não inicia


o movimento para baixo e para fora até que o outro braço chegue à metade de
sua recuperação. Pode-se vê-la em Thorpe nos 400m livres de Atenas ou Phelps
na fnal de 400m estilos. É muito parecida à anterior descrita, a diferença está em
que se atrasa o início da braçada até que o corpo se encontra nivelado e o braço
na fase de recuperação. Para poder realizar corretamente esta coordenação deve-
se efetuar uma pernada o sufcientemente propulsiva para que no momento em
que nenhum braço produz propulsão, a velocidade não decaia demasiadamente.
Como positivo tem que o braço que inicia sua braçada se encontra na água mais
quieta (em função de seu corpo), fazendo mais efcazes as primeiras curvas que
realiza (CARVALHO, 2008).

97
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

A seguinte é muito difícil de observar, ao menos em nadadores de alto


nível. Consiste em realizar um relevo total no movimento dos braços. Só se
move um braço cada vez. Até que um braço não terminou as bases aquáticas e
aéreas, o outro braço não inicia seu trabalho. Esta maneira de nado tem poucas
vantagens e muitos inconvenientes. O único positivo que se poderia dizer, sempre
que se mantenha uma vigorosa pernada, que procure a máxima longitude de
nado por ciclo. Ainda que o preço seja uma frequência demasiadamente baixa
(CARVALHO, 2008).

5.1.2 Coordenação de superposição


A seguinte variante é bem mais fechada; a mão contrária entra quando
ainda a outra mão só completou a metade de seu percurso, esta mudança se
efetua embaixo do peito. Iniciando o movimento para abaixo e para fora quando a
outra mão se encontra ao fnal da varredura para cima e para dentro. A diferença
com a anterior forma de acoplamento (coordenação aberta) está em que elege
um diferente movimento para acima, para iniciar o movimento para embaixo do
outro braço. Na aberta, se elege o movimento último para cima e para fora e na
fechada se prefere o movimento acima e para dentro (CARVALHO, 2008).

Esta forma de nado é de importância às fases fnais da braçada, que são


com diferença as mais propulsivas. E só se produz um relevo na propulsão nesta
zona. Desta maneira, teoricamente, se pode obter uma maior velocidade, mas
com uma baixa efcácia, com um grande gasto energético e uma alta frequência.
A razão do exposto estriba em que quando um braço traciona nas zonas iniciais
da braçada, zonas pouco propulsivas, o outro braço está gerando o momento de
maior velocidade com respeito à água, pelo que a mão que se encontra ao início
da trajetória terá que deslocar água já em movimento (com respeito ao corpo),
sendo isto pouco efcaz (CARVALHO, 2008).

5.2 COORDENAÇÃO ENTRE BRAÇOS E RESPIRAÇÃO


O movimento da cabeça para inspiração ocorre no meio da puxada
(segunda curva do “S”) de um dos braços (o lado escolhido pelo aluno), enquanto
o outro braço encontra-se no movimento fnal da recuperação e próximo à pegada
(entrada da mão) (CARVALHO, 2008).

Quando da fnalização desse braço onde está ocorrendo a inspiração,


a cabeça estará totalmente voltada para essa lateral do corpo, sendo que o
outro braço já terá realizado a pegada, alongando-se à frente. A recuperação
do movimento da cabeça ocorre junto com a do braço, sendo que ela retornará
(pela água) mais rapidamente que ele e o outro braço estará iniciando a puxada
(CARVALHO, 2008).

98
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

5.3 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E PERNAS


Existem duas formas fundamentais de coordenação de pés e braços, o
crawl de seis tempos e o crawl de dois tempos. O crawl de quatro tempos é uma
forma intermediária. Os nadadores de velocidade tendem a utilizar o crawl de
seis tempos e os de fundo o de dois tempos, já que este último é mais econômico
quanto a gasto energético. No entanto, esta regra tem suas exceções nos dois
sentidos (MASSAUD, 2004; CARVALHO, 2008). Segundo o autor, em qualquer
caso, cada nadador deve ajustar seu ritmo de pernas segundo suas próprias
características e a sua comodidade.

FIGURA 27 – COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E PERNAS NO NADO CRAWL

FONTE: Massaud (2004)

FIGURA 28 – COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E PERNAS NO NADO CRAWL

FONTE: Massaud (2004)

5.4 COORDENAÇÃO ENTRE OS BRAÇOS E O TRONCO


O momento mais importante da coordenação ocorre quando o membro
superior entra na água e quando o outro membro superior está a completar
o alinhamento lateral interior, o que permite ao corpo rodar para o lado do
braço que vai iniciar a ação ascendente (membro superior “recuado”). Por outro
lado, a extensão para frente do membro superior que entra na água permite
que o corpo fque novamente alinhado enquanto a ação ascendente é realizada
(CARVALHO, 2008).

Além deste aspecto, o membro superior não deve começar a deslizar para
baixo antes que o outro membro superior tenha completado a ação ascendente,
mantendo-se o alinhamento do corpo nesta ação. Este fato vai causar diminuição
da velocidade na ação ascendente; contudo, este fato é preferível à redução da
propulsão, que ocorre se o membro superior se deslocar para frente “contra a água”

99
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

enquanto que o membro superior recuado se desloca para cima. Aparentemente,


a velocidade de nado perdida durante o período desacelerativo compreendido
entre o fm da ação ascendente do membro superior “atrasado” e o agarre do
membro superior “dianteiro” é compensada por uma maior propulsão durante a
ação ascendente (CARVALHO, 2008).

Há o movimento rotacional do tronco e da bacia para os membros superiores,


implicando um aumento da força propulsiva gerada pelos membros superiores. A
rotação do corpo sobre o eixo longitudinal do tronco e membros inferiores é uma
causa natural da utilização alternada dos membros superiores. Assim, o corpo do
nadador deverá acompanhar o movimento dos membros superiores, efetuando a
rotação dos ombros, tronco e membros inferiores como um todo, senão a bacia e os
membros inferiores oscilarão lateralmente (CARVALHO, 2008).

6 SAÍDAS E VIRADAS
De acordo com Massaud (2004), a literatura que aborda, especifcamente,
as saídas e viradas do nado crawl, se apresenta de forma bastante reduzida, ou
seja, são poucos os trabalhos que abordam este assunto. Contudo, o autor sugere
que seja dada uma maior atenção a este assunto, uma vez que os tempos de saída
representam, aproximadamente, 25% do tempo total consumido nas provas de
25 metros, 10% nas de 50 metros e 5% nas de 100 metros. Os nadadores de nado
crawl gastam entre 20% e 38% de seu tempo dando viradas, nas provas de piscina
curta, que variam de 50 a 1500 metros, respectivamente. Dados reunidos ao longo
de vários anos indicam que, na média, a melhora da técnica de saída pode reduzir
os tempos das provas em, pelo menos, 0,10 segundos e que, nas viradas, pode
diminuí-los em, pelo menos, 0,20 segundos por piscina nadada. Além disso,
a melhora no desempenho da técnica de chegada pode reduzir os tempos das
provas em, pelo menos, mais 0,10 segundos. Assim, duas horas de prática semanal
destas técnicas podem melhorar o tempo do nadador de 50 metros em piscina
curta em, pelo menos, 0,40 segundos; em um de 100 metros, 0,80 segundos e; em
distâncias maiores, a melhora será ainda mais signifcativa (MASSAUD, 2004).

6.1 SAÍDA DE AGARRE


Na saída de agarre, o nadador deverá estar posicionado sobre o bloco
de partida com os dois pés presos, com a fexão dos dedos na parte anterior do
bloco; fexionar o tronco, mantendo as pernas ligeiramente fexionadas com o
quadril alto e segurar com as mãos a parte anterior do bloco por entre os pés ou
seus lados. A cabeça deverá estar encaixada nos braços, com a visão voltada para
os pés (MASSAUD, 2004). Conforme o autor, ao sinal de partida do árbitro, o
nadador deverá executar os seguintes passos:

• Tracionar contra o lado inferior do bloco para fazer com que o seu corpo inicie
o desequilíbrio à frente.
• Lançar a cabeça e as mãos para cima e à frente, sob o queixo, iniciando a
projeção do corpo para o voo.

100
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

• Decolar num ângulo de 45 graus.


• Carpar ao passar pelo ponto mais elevado do voo, momento de se encaixar a
cabeça entre os braços.
• Na entrada da água, procurar fazer com que todo o corpo o faça no mesmo
ponto onde entraram as mãos.
• Manter as mãos sobrepostas, com os braços estendidos pressionando as orelhas,
mantendo o corpo em uma posição aerodinâmica.

Iniciar uma curta e rápida pernada do golfnho, aumentando


gradativamente; iniciar a primeira braçada um pouco antes de o corpo atingir
a superfície, de forma que isso ocorra quando o nadador estiver realizando a
varredura para cima.

FIGURA 29 – SAÍDA DE AGARRE – FASE I

paravertebral
dorsal largo

redondo
quadríceps maior

jarrete

gastrocnêmio
e sóleo
tríceps braquial

FONTE: Massaud (2004)

101
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 30 – SAÍDA DE AGARRE – FASE II

paravertebral

glúteo maior
deltóide anterior

jarrete peitoral maior

gastrocnêmia e sóleo quadríceps

tríceps braquial

FONTE: Massaud (2004)

6.2 SAÍDA DE TRACK OU DE ATLETISMO


As principais diferenças da saída de agarre para a de track ou de atletismo,
em seu posicionamento no bloco de partida, são que o nadador coloca um dos pés
perto da parte de trás do bloco enquanto o outro permanece na posição à frente e
o quadril do nadador fca posicionado mais para trás (MASSAUD, 2004). O autor
menciona algumas das vantagens dessa saída, a saber:

• Os nadadores podem entrar na água mais rápido, pois seu centro de


gravidade desloca-se quase que diretamente à frente, até chegar a um ponto
onde começa a cair.
• Os nadadores realizam dois impulsos na projeção do corpo na saída, em vez
de um.
• Reduz o tempo gasto pelo nadador até a entrada na água.
102
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

Embora descritas estas vantagens, Massaud (2004) diz que não existe uma
diferença signifcativa em relação às técnicas de saída de “agarre” e a de “track
ou de atletismo”. Porém, o autor indica que é extremamente importante que
os nadadores experimentem ambas, para verifcar qual delas lhe oferecerá um
melhor rendimento.

FIGURA 31 – SAÍDA TRACK OU DE ATLETISMO – FASE I

FONTE: Massaud (2004)

103
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 32 – SAÍDA TRACK OU DE ATLETISMO – FASE II

FONTE: Massaud (2004)

6.3 SAÍDA DE COMPETIÇÃO


Nas competições, as saídas devem ser realizadas a partir do bloco de
partida, no qual o nadador se posicionará de acordo com os comandos do árbitro
de partida, os quais são descritos abaixo, de acordo com Massaud (2004, p. 77):

• Posicionar-se de pé atrás do bloco de partida da raia em que for nadar.

104
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

FIGURA 33 – SAÍDA DE COMPETIÇÃO – FASE I

FONTE: Massaud (2004)

• Ao sinal do primeiro apito longo, o nadador estará autorizado a tomar posição


sobre o bloco, da forma que lhe convier, ou seja, poderá fcar em pé; ou com o
tronco fexionado semelhante à posição de partida; ou pronto para a partida
(posição da partida de agarre, onde os dois pés estarão presos à frente da
superfície superior do bloco, com um afastamento entre eles, de forma que se
possa segurar com as duas mãos entre os pés no bloco, mantendo as pernas
semifexionadas e o quadril o mais alto possível. Poderão ser utilizadas várias
técnicas de saída, ou seja, convencional, track e outras).

105
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 34 – SAÍDA DE COMPETIÇÃO – FASE II

FONTE: Massaud (2004)

• Ao comando do árbitro de “suas marcas”, todos os nadadores deverão se


posicionar com pelo menos um dos pés na parte superior e anterior do bloco
de partida. Os nadadores que já haviam se posicionado ao comando anterior
deverão permanecer imóveis. Assim que todos os nadadores estiverem
posicionados, imóveis, o árbitro dará o comando de partida.

106
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

FIGURA 35 – SAÍDA DE COMPETIÇÃO – FASE III

FONTE: Massaud (2004)

• A posição ideal de entrada do corpo na água é de forma que, por onde


entrarem as mãos, deverá entrar, progressivamente, o resto do corpo.

FIGURA 36 – SAÍDA DE COMPETIÇÃO – FASE IV

FONTE: Massaud (2004)

107
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• De acordo com a regra ofcial para competições, por exemplo, o Campeonato


Mundial Absoluto – Troféu Brasil de Natação – Troféu José Finkel, Campeonato
Sul Americano, Campeonato Mundial e outras, não poderá haver saída falta,
ou seja, saiu antes, desequilibrou e caiu na água, será automaticamente
desclassifcado.
• Terão direito a uma saída falta as seguintes competições: as competições não
ofciais, em que fque previamente determinado em seu regulamento, ou em
competições organizadas pela Federação Estadual, nas categorias de formação,
por exemplo, no Mirim, Mirim I e Mirim II, ou seja, crianças iniciantes no meio
competitivo dos sete aos nove anos, que esteja previsto no regulamento das
competições.

6.4 VIRADA OLÍMPICA DO CRAWL


É possível observar nadadores realizando duas técnicas diferentes nas
viradas olímpicas. Em uma delas, realiza-se a cambalhota de frente, com um
pequeno giro do corpo, realizando o impulso na borda, na posição dorsal e, girando
no decorrer do deslize submerso, até retomar a posição de nado. Na outra técnica,
o nadador realiza um giro maior do corpo no decorrer da cambalhota, realizando
o impulso na borda na posição lateral (MASSAUD, 2004). Segundo o autor, a
primeira técnica vem se apresentando como um método mais rápido em relação à
segunda, porém, indica a necessidade de que os nadadores experimentem ambas
as técnicas para, então, identifcar qual delas deverão utilizar.

As viradas do crawl são denominadas “olímpicas” e são desenvolvidas


por meio de uma cambalhota, na qual o nadador, ao se aproximar da borda da
piscina, executa os seguintes movimentos, de acordo com Massaud (2004, p. 87):

• Um aumento da velocidade do nado para facilitar a cambalhota;

FIGURA 37 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE I

FONTE: Massaud (2004)

108
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

• A união de seus braços ao longo de seu corpo, em que um dos braços, após a
fnalização da braçada, aguarda a chegada do outro;

FIGURA 38 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE II

gastrocnêmio
dorsal largo e sóleo

braquial

quadríceps
reto
abdominal

FONTE: Massaud (2004)

• A inversão das mãos com uma pernada de golfnho, executando a cambalhota.

FIGURA 39 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE III

tríceps braquial
gastrocnêmia e sóleo

FONTE: Massaud (2004)

109
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 40 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE IV

glúteo maior
jarrete

reto abdominal

deltóide médio
e posterior

FONTE: Massaud (2004)

• No momento em que os pés estiverem tocando na borda, os braços estarão


prontos à frente, para a realização do impulso, não devendo existir movimento
dos braços para ajeitar o corpo.

FIGURA 41 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE V

quaríceps
reto abdominal

gastracnêmio
e sóleo

glúteo maior

FONTE: Massaud (2004)

• Assim que os pés tocam a borda, executar a impulsão nela, realizando o


deslize em decúbito lateral, com os braços estendidos à frente, pressionando
as orelhas e mãos sobrepostas.
110
TÓPICO 2 | NADO CRAWL

FIGURA 42 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE VI

FONTE: Massaud (2004)

• A pernada de golfnho, até o máximo na distância de 15 metros submersos


(permitido pela regra).

FIGURA 43 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE VII

dorsal largo
tríceps gastrocnêmio e sóleo
braquial

reto abdominal quaríceps

FONTE: Massaud (2004)

FIGURA 44 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE VIII

gastrocnêmio e sóleo

tríceps braquial

FONTE: Massaud (2004)

111
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 45 – SAÍDA OLÍMPICA DO CRAWL – FASE IX

reto abdominal

jarrete deltóide médio


e posterior

glúteo maior

quadríceps

reto abdominal

gastrocnêmio e sóleo
glúteo maior
FONTE: Massaud (2004)

112
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, você viu que:

● Um ciclo de nado crawl consiste numa braçada com o membro superior


esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número variável
de pernadas.

● No nado crawl, o corpo deve estar o mais horizontal possível, com a cabeça em
posição natural no prolongamento do tronco e com as costas completamente
planas.

● Durante o nado crawl, qualquer movimento segmentar que crie forças com
linhas de ação laterais em relação ao sentido de deslocamento do corpo
provocará uma reação aplicada em outro segmento corporal, que o desviará do
alinhamento corporal. Porém, é possível compensar a tendência lateralizante
dos trajetos propulsivos, através do papel equilibrador dos membros inferiores
que exercem pressão sobre a água em direções laterais, acompanhando a
rotação sobre o eixo longitudinal e a ação dos membros inferiores.

● O movimento de pernas é uma oscilação solta dos membros inferiores, que


realizam ações curtas, alternadas e diferenciadas, iniciando um, antes que o
outro termine, que se dão principalmente no plano vertical, cuja importância
se faz no equilíbrio, na propulsão e sustentação do corpo no estilo crawl.

● A pernada do nado crawl possui duas fases, sendo uma a descendente e, a


outra, a ascendente.

● A braçada do nado crawl possui a fase aérea e a fase aquática.

● Na braçada do nado crawl é possível analisar o movimento de um braço, ou


seja, o ciclo de braço, como também o movimento de um braço em relação ao
outro.

● A respiração do nado crawl é composta por duas fases, sendo uma aquática
(expiração) e outra aérea (inspiração).

● Coordenação no nado crawl signifca coordenar o movimento de ambos os


braços, coordenar o movimento dos braços com a respiração e coordenar o
movimento de braços e pés.

113
● No nado crawl, existem diferentes técnicas de saída, dentre elas estão a saída de
agarre, a saída de track ou de atletismo.

● É possível observar nadadores realizando duas técnicas diferentes nas viradas


olímpicas. Em uma delas, realiza-se a cambalhota de frente, com um pequeno
giro do corpo, realizando o impulso na borda, na posição dorsal e, girando
no decorrer do deslize submerso, até retomar a posição de nado. Na outra
técnica, o nadador realiza um giro maior do corpo no decorrer da cambalhota,
realizando o impulso na borda na posição lateral.

114
AUTOATIVIDADE

1 Explique qual é a função do movimento da pernada no nado crawl.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 No que condiz um “ciclo” do nado crawl?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 A pernada do nado crawl possui duas fases, sendo uma a descendente e, a


outra, a ascendente, explique-as:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 A posição corporal no crawl é uma estrutura complexa com todos os elementos


interagindo uns com os outros. Considerando os elementos que constituem o
posicionamento corporal no nado crawl, leia atentamente as frases a seguir e
marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O posicionamento corporal deverá manter-se o mais próximo possível da


posição hidrodinâmica fundamental, o que permitirá minimizar a força de
arrasto hidrodinâmico a que o nadador se sujeita, assim como favorecer a
produção de força propulsiva pela ação dos segmentos motores.
( ) O corpo deve estar o mais horizontal possível, com a cabeça em posição
natural no prolongamento do tronco e com as costas completamente
planas.
( ) Massa é a quantidade de substância, ou material, contida num objeto.
Neste sentido, uma massa de substância altamente concentrada vai pesar
mais do que uma massa com baixa concentração, contida num mesmo
volume.
( ) Durante o nado crawl, qualquer movimento segmentar que crie forças com
linhas de ação laterais em relação ao sentido de deslocamento do corpo
provocará uma reação aplicada em outro segmento corporal, mas, isto não
provocará o desviar do alinhamento corporal.

115
( ) Um fator essencial para um correto alinhamento lateral é "não cruzar os
apoios", isto é, não ultrapassar a linha média do corpo durante a trajetória
dos membros superiores.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

5 A braçada do nado crawl possui a fase aérea e a fase aquática, sobre isto,
leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem
Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A fase aérea consiste em que o braço se move sobre a água, preparando-


se para a fase aquática. Caracteriza-se por ser um movimento de trás
para frente em relação ao sentido do nado. Esta fase se imbui de grande
importância no gesto total, por representar o descanso, o relaxamento
muscular, além de armar para o movimento seguinte. Levando-o à atuação
que irá representar o ângulo ideal de colocação na água. Esta fase nunca
poderá ser representada por um gesto conduzido e lento, mas, ao contrário,
solto e veloz.
( ) A fase aquática é caracterizada por ser um movimento de frente para
trás em relação ao sentido do nado, essencialmente motor e inteiramente
subaquático. Esse movimento motor pode também ser subdividido em
quatro fases: extensão, agarre, tração e empurre.
( ) Na fase aérea, a recuperação do braço ocorre pela lateral do corpo e por
cima da água que obriga uma oscilação contrária, obedecendo à terceira
Lei de Newton.
( ) Na fase aquática, o empurre é o movimento do braço que vai desde a
máxima fexão do cotovelo, até sua extensão completa, que ocorre com o
polegar passando próximo da coxa da perna em ação, com a palma voltada
para dentro. É o ponto de maior velocidade na rotação dos braços.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, V, V.
c) ( ) F, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

116
6 No que concerne à respiração do nado crawl, leia atentamente as frases a
seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A respiração do nado crawl é composta por duas fases, uma aquática


(inspiração) e outra aérea (expiração).
( ) O nadador deverá manter uma das orelhas submersas e a boca livre para
inspiração, coincidindo com a mais alta posição do ombro durante a ação
dos braços. É preciso que a inspiração se efetue num mínimo de tempo
possível, daí a necessidade de abrir bem a boca para absorver o ar.
( ) A inspiração é executada depois de uma expiração forçada, é necessariamente
refexa e não exige a intervenção da vontade do nadador, e coincide com o
momento em que a mão oposta ao movimento respiratório entra na água,
e o fnal da ação motora da mão correspondente do lado da inspiração.
( ) A expiração é forçada e progressiva, pois desenvolve-se no mínimo
durante um ciclo completo dos dois braços sob a água. É necessário que
se faça explodir o ar que se está expirando imediatamente antes do rosto
deixar a água para preparar a próxima tomada de ar.
( ) Para ser completa, a expiração deve expelir o ar ligeiramente dentro da
água, isto é, pela boca, nariz ou nariz/boca, sem ser forte demais, a fm de
não criar desvios excessivos de pressão no interior da caixa torácica.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, V, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) F, V, V, V, V.
e) ( ) V, F, F, V, F.

7 Sobre a coordenação no nado crawl, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Existem duas formas fundamentais de coordenação de pés e braços, o


crawl de seis tempos e o crawl de três tempos. O crawl de dois tempos é uma
forma intermediária. Os nadadores de velocidade tendem a utilizar o crawl
de seis tempos e os de fundo o de dois tempos, já que este último é mais
econômico quanto ao gasto energético que se refere.
b) ( ) Na coordenação entre os braços, se usam dois tipos de coordenação e suas
variantes, são elas: coordenação de alcance ou distância por braçada e
coordenação de superposição.
c) ( ) Na coordenação de alcance, os braços se alternam em suas fases de
propulsão, bloqueando a ação propulsiva de um braço até que o outro não
tenha terminado sua braçada.
d) ( ) Na coordenação de superposição, a mão contrária entra quando ainda a
outra mão só completou a metade de seu percurso, esta mudança se efetua
embaixo do peito. Iniciando o movimento para abaixo e para fora quando
a outra mão se encontra ao fnal da varredura para cima e para dentro.

117
e) ( ) O momento mais importante da coordenação ocorre quando o membro
superior entra na água e quando o outro membro superior está a
completar o alinhamento lateral interior, o que permite ao corpo rodar
para o lado do braço que vai iniciar a ação ascendente (membro superior
“recuado”). Por outro lado, a extensão para frente do membro superior
que entra na água permite que o corpo fque novamente alinhado
enquanto a ação ascendente é realizada.

8 Na saída de agarre o nadador deverá estar posicionado sobre o bloco de


partida e, ao sinal de partida do árbitro, o nadador deverá executar os passos
da saída. Leia atentamente as afrmações a seguir e, posteriormente, insira
I às frases que apresentam procedimentos corretos e II para aquelas que
apresentam procedimentos inadequados para a realização da saída de agarre:

( ) Tracionar contra o lado inferior do bloco para fazer com que o seu corpo
inicie o desequilíbrio à frente.
( ) Lançar a cabeça e as mãos para baixo e para trás, sob o queixo, iniciando a
projeção do corpo para o voo.
( ) Na entrada da água, procurar fazer com que todo o corpo o faça no mesmo
ponto onde entraram as mãos.
( ) Iniciar uma curta e rápida pernada do golfnho, aumentando
gradativamente; iniciar a primeira braçada um pouco antes de o corpo
atingir a superfície, de forma que isso ocorra quando o nadador estiver
realizando a varredura para cima.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) II, II, II, II.


b) ( ) I, II, I, II.
c) ( ) II, II, I, I.
d) ( ) I, II, I, I.
e) ( ) I, I, II, II.

9 Cite algumas diferenças entre a saída de agarre e a saída de track ou de


atletismo:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10 De acordo com a regra ofcial para competições, não poderá haver saída
falsa, ou seja, saiu antes, desequilibrou e caiu na água, será automaticamente
desclassifcado. Porém, em algumas competições há algumas exceções nessa
regra. Explique quais são essas exceções:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

118
UNIDADE 2
TÓPICO 3

NADO COSTAS

1 INTRODUÇÃO
O nado costas, geralmente, é o segundo a ser abordado no ensino da
natação. A iniciação do nado costas pode ser realizada paralelamente à do nado
crawl ou após a aprendizagem completa do mesmo (MARCON, 2002).

O nado costas, geralmente, é o segundo a ser abordado no ensino da


natação. A iniciação do nado costas pode ser realizada paralelamente à do nado
crawl ou após a aprendizagem completa do mesmo (MARCON, 2002). Este nado
exige uma boa futuação em decúbito dorsal, sendo o bom trabalho neste aspecto
essencial, pois, sem uma boa futuação, o aluno terá difculdades em aprender a
técnica do nado costas (GOMES, 1995).

Para Machado (1998), ao contrário do que muitas pessoas pensam, o


nado costas não é um nado que se aprende facilmente com correção, devido à
falta de condições perceptivas nos movimentos que fogem do nosso controle
visual, principalmente no que concerne à execução subaquática, além de uma
certa insegurança quanto à direção. Por isso, o treinador deve ter em mente
que está ensinando um aluno com suas condições e com seu biótipo. Neste
sentido, ensinando por fases, o treinador estará dando maior possibilidade de
compreensão e de percepção, oferecendo ao seu aluno uma gravura mental de
si mesmo para que ele tenha como meta um conceito de estilo ideal. No aspecto
técnico, é preciso que o aluno saiba que à medida que ele cresce e se fortalece, seu
estilo toma novo rumo e, para que sempre esteja em dia com este nado, o aluno
terá que dirigir-se a suas partes específcas. As explicações, por sua vez, devem
ser feitas fora da água, de modo confortável para que o aluno possa se concentrar.
O desenho do estilo auxilia muito e deve fcar sempre à vista do nadador. A cada
introdução de nova técnica, haverá uma coincidência com demonstrações fora e
dentro da água (MACHADO, 1998).

2 POSICIONAMENTO DO CORPO
No nado costas, o corpo deverá permanecer na horizontal em decúbito
dorsal, realizando movimentos de rolamento laterais, em seu eixo longitudinal
(MASSAUD, 2004). Conforme o autor, alguns nadadores possuem difculdades
para manter um bom alinhamento lateral devido à forma de execução dos
movimentos de braços alternados, geralmente os direcionando demasiadamente
para os lados, não apenas na recuperação, mas, também, na fase inicial da parte

119
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

aquática da braçada. Em relação ao alinhamento horizontal, alguns nadadores


mantêm a cabeça um tanto elevada, acarretando o abaixamento do quadril,
aumentando, assim, a força de arrasto. De acordo com Massaud (2004), a cabeça
deve permanecer apoiada na água, passando junto à parte posterior ou mediana
das orelhas.

3 PERNADA
Os movimentos de pernas do nado costas são realizados alternadamente
com trajetórias descendente, ascendente e laterais de acordo com o rolamento do
tronco (MASSAUD, 2004).

A trajetória descendente de pernada inicia-se com o dorso de um dos pés


alinhado com a superfície da água, com a perna estendida, posição que deverá
permanecer até o fnal da fase descendente. Ao fnal desta fase, ocorrerá uma
ligeira fexão da coxa sobre o tronco e da perna sobre a coxa, fazendo com que
haja uma pequena elevação do joelho (sem que este atinja a superfície) para uma
posterior extensão vigorosa da perna. Os pés deverão estar com fexão plantar
e em inversão, procurando aproveitar bem a pressão realizada pelo dorso e
pela perna (fase ascendente e lateral). Já no movimento descendente, a perna se
mantém estendida, com o pé em fexão plantar, realizando a pressão sobre a água
com a planta do mesmo (MASSAUD, 2004).
Para o autor, a pernada é muito importante para garantir a estabilização do
nado costas, uma vez que os movimentos diagonais de braços submersos tendem
a desalinhar o corpo, por isso, as pernadas diagonais, provavelmente, ajudam a
contrabalançar esses movimentos potencialmente prejudiciais dos braços. Neste
sentido, as pernas devem dar pernadas na direção geral de rotação do corpo, de
modo que a natureza diagonal dessas pernadas possa facilitar o rolamento do
corpo e cancele as tendências dos movimentos dos braços de empurrar o corpo
para cima, para baixo e para os lados (MASSAUD, 2004).

4 BRAÇADA

4.1 ENTRADA
A entrada do nado costas deve ser feita à frente da cabeça, entre a linha
central e desta e a linha da direção do ombro. O braço deve estar estendido, com
a palma da mão voltada para fora, de modo que a ponta do dedo mínimo seja a
primeira parte do braço a entrar na água. Ela deve deslizar para dentro da água, à
frente, de lado, com a palma da mão ligeiramente voltada para fora (MASSAUD,
2004). Conforme o autor, alguns treinadores são rigorosos em termos da exatidão
do ponto de entrada da mão na água, a qual deverá ser executada na direção do
ombro, tal qual representa a fgura a seguir.

120
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

FIGURA 46 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – ENTRADA

reto abdominal

jarrete tríceps braquial


glúteo maior
dorsal largo

FONTE: Massaud (2004)

4.2 APOIO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA BAIXO


O “apoio” ou “primeira varredura para baixo” consiste em uma puxada
para baixo e para o lado em direção ao fundo da piscina e com o braço estendido,
fexionando-se gradualmente até que a parte inferior de seu braço e a palma da
mão estejam voltadas para trás, contra a água, no momento do agarre (MASSAUD,
2004). A palma da mão, que ao entrar na água estava voltada para fora, deverá ir,
gradativamente, voltando-se para baixo, ou seja, em direção ao fundo da piscina,
mas não totalmente. Em geral, a mão estará a uma profundidade de 45 a 60 cm
e com uma abertura de, aproximadamente, 60 cm com relação ao ombro, por
ocasião do agarre. O braço, por sua vez, fexiona-se entre 30 e 40 graus durante
a varredura para baixo, e o ângulo do cotovelo fca entre 140 e 150 graus ao ser
realizado o agarre. A mão também deve estar alinhada com o antebraço devido
ao agarre (MASSAUD, 2004, p. 110). Para o autor, esta fase da braçada não é
tão importante quando comparada com as duas ou três fases seguintes. Por este
motivo, o nadador deve ter essa fase como um momento de alongamento e de
pouco gasto de energia.

121
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 47 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – APOIO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA BAIXO

quadríceps reto abdominal


bíceps braquial

fexor radial
do corpo

peitoral
maior fexor ulnar
dorsal largo do corpo

FONTE: Massaud (2004)

4.3 TRAÇÃO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA CIMA


Na “tração” ou “primeira varredura para cima” começará a existir uma
maior efciência propulsiva da braçada, a qual se inicia no agarre, ponto em que
o braço começará a dirigir-se em direção à superfície, com trajetória curvilínea,
fexionando-se o braço, até a mão atingir um ponto abaixo da superfície, onde
poderemos observar uma fexão do antebraço em relação ao braço (em torno de
90o a 110 o), fase em que a mão, cotovelo e ombro deverão estar alinhados com o
braço perpendicular ao corpo e cotovelo apontando para o fundo, aproximando-se
do fnal da tração (MASSAUD, 2004). Conforme o autor, a mão deve permanecer
alinhada com o antebraço durante todo esse movimento, além disso, a velocidade
da mão deve ganhar uma aceleração moderada durante todo esse movimento.

Ao observar um nadador praticando o nado costas na posição com a face


voltada para baixo, notará que a primeira varredura para cima no nado costas é
muito semelhante à varredura para dentro do nado crawl em termos do modo de
geração da força propulsiva (MASSAUD, 2004).

122
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

FIGURA 48 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – TRAÇÃO OU PRIMEIRA VARREDURA PARA CIMA I

reto abdominal

quadríceps peitoral
maior

bíceps braquial
jarrete
glúteo
maior fexor ulnar
do corpo
dorsal largo

FONTE: Massaud (2004)

123
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 49 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – TRAÇÃO OU PRIMEIRA VARREDURA


PARA CIMA II

FONTE: Massaud (2004)

4.4 FINALIZAÇÃO OU SEGUNDA VARREDURA PARA BAIXO


A “fnalização” ou “segunda varredura para baixo” é iniciada quando
a segunda varredura para cima está sendo fnalizada. Quando a mão passa o
topo da varredura para cima, o braço movimenta-se para baixo e para trás até
que esteja completamente estendido e abaixo da coxa. A mão deverá estar a 30
cm de profundidade, quando esse movimento se completar (MASSAUD, 2004).
Da passagem da tração para a fnalização haverá uma aproximação do braço e
cotovelo ao tronco, com a extensão do antebraço, projetando a mão em direção ao
fundo, fazendo com que haja um rolamento do corpo para o lado oposto a esse
braço e uma consequente saída do ombro do mesmo lado. A mão deve ser girada
para baixo e para fora durante esse movimento, mantendo as pontas dos dedos
voltadas para o lado durante todo o movimento, e ao completar a varredura, a
palma da mão deverá estar voltada para o fundo da piscina (MASSAUD, 2004). O
autor sugere que a velocidade das mãos deve diminuir durante a transição para
a segunda varredura para baixo, acelerando rapidamente, em seguida, durante

124
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

todo o movimento. O autor ainda acrescenta que alguns nadadores de alto nível,
após esta fase, antes de relaxar e liberar a mão da água, ainda conseguem fazer
uma rápida rotação medial do antebraço, criando mais uma fase propulsiva que
se denomina “segunda varredura para cima”.

FIGURA 50 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – FINALIZAÇÃO OU SEGUNDA VARREDURA


PARA BAIXO

FONTE: Massaud (2004)

4.5 SEGUNDA VARREDURA PARA CIMA


Assim que a segunda varredura para baixo estiver completa, a mão
movimenta-se para cima, para trás e para dentro, na direção da superfície. Essa
fase termina quando a mão atinge a altura da parte posterior da coxa. O braço
deverá permanecer o tempo todo estendido. Neste sentido, a posição da mão é
o aspecto mais importante deste movimento (MASSAUD, 2004). O autor explica
que os nadadores que usam essa fase da braçada para propulsão hiperestendem
sua mão ao nível do punho, de modo que a palma da mão fque inclinada para
trás e para cima, com seus dedos apontando para baixo, na direção do fundo da
piscina. Esse movimento é bastante parecido com as varreduras para cima dos
nados crawl e borboleta, exceto, logicamente, o decúbito.

125
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 51 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – SEGUNDA VARREDURA PARA CIMA I

FONTE: Massaud (2004)

FIGURA 52 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – SEGUNDA VARREDURA PARA CIMA II

FONTE: Massaud (2004)

126
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

4.6 RECUPERAÇÃO
A recuperação do nado costas deverá ser feita através da retirada do
braço estendido da água, de preferência com o polegar saindo primeiro, com a
palma da mão voltada para a perna. Os nadadores diminuem a pressão sobre
a água quando sua mão se aproxima das partes inferiores de sua coxa, porque
a mão começa a deslocar-se para frente nesse momento e eles não podem gerar
qualquer força propulsiva e, caso não o façam, correrão o risco de aumentar o
arrasto. Os braços deverão recuperar-se elevados por sobre a cabeça e não para o
lado e baixos, evitando-se desalinhamentos laterais. Devem estar o mais relaxado
possível durante esta fase, até a entrada, para então iniciar-se um novo ciclo
(MASSAUD, 2004).

FIGURA 53 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – RECUPERAÇÃO

tríceps braquial

quadríceps trapézio I e II

deltóide posterior

jarrete
dorsal largo
glúteo
maior

FONTE: Massaud (2004)

5 RESPIRAÇÃO
A inspiração do nado de costas deverá ser feita pela boca no momento em
que um dos braços estiver iniciando a recuperação e o outro, o apoio. A expiração,
por sua vez, deverá ser realizada, preferencialmente, pelo nariz, evitando, assim,
possíveis entradas de água pelo mesmo (MASSAUD, 2004). Segundo o autor,
talvez não seja necessário ensinar um ritmo respiratório aos nadadores, uma vez
que, com o rosto fora da água, pode-se respirar quando quiser e cada nadador
pode desenvolver o ritmo de respiração que seja mais efciente para si.

6 COORDENAÇÃO
O nado costas pode parecer fácil de se praticar devido à posição em
decúbito dorsal, que facilita a respiração, contudo, este estilo de nado necessita de
uma coordenação e da manutenção de uma posição perfeita para que o nadador
apresente um bom desempenho em sua propulsão (MACHADO, 1998).
127
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

6.1 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DE BRAÇOS/


PERNAS NO NADO COSTAS
A coordenação braços/pernas no nado costas deve ser realizada de forma
que o ponto máximo ascendente da pernada coincida com o empurrão fnal da
fnalização da braçada do mesmo lado (MASSAUD, 2004). De acordo com o autor,
a cada ciclo de braçada são realizados seis movimentos de pernas.

FIGURA 54 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – MOVIMENTOS DE BRAÇOS/PERNAS NO NADO COSTAS

FONTE: Massaud (2004)

6.2 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DOS


BRAÇOS NO NADO COSTAS
Segundo Massaud (2004), quando um dos braços entra na água, o outro
deverá estar completando a segunda varredura para cima. Enquanto o braço da
fase aquática estiver concluindo a segunda varredura para baixo e a segunda
varredura para cima (se houver), o outro, que recém-entrou na água, deverá
realizar a primeira varredura para baixo até o agarre, para evitar-se o ponto
de desaceleração, já que a primeira varredura para baixo não tem signifcância
propulsiva no nado (MASSAUD, 2004).

FIGURA 55 – BRAÇADA DO NADO COSTAS – MOVIMENTOS DOS BRAÇOS NO NADO COSTAS

FONTE: Massaud (2004)

128
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

6.3 A COORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DAS PERNAS


NO NADO COSTAS
No nado costas, a ação das pernas é mais importante em relação à sua
participação no nado crawl (CATTEAU; GAROFF, 1990). Isto porque a ação das
pernas contribui para a propulsão do nadador, além de atuar na estabilidade
do corpo, visto que no nado costas as ações motoras dos braços situam-se
alternativamente afastadas do eixo de deslocamento.

De acordo com Cateau e Garof (1990, p. 156), a coordenação dos


movimentos das pernas no nado costas compreende duas fases, a saber:

• Fase descendente, na qual o pé, a perna e a coxa, que estão em extensão,


penetram na água e o pé fca no prolongamento da perna.
• Fase ascendente, onde o pé dirige-se deliberadamente para dentro, apresentando
maior superfície propulsora. Tal rotação interna do pé é parcialmente transmitida
para o joelho. Assim, o movimento se inicia, o levantamento da coxa precede
o da perna, cujos músculos extensores não podem vencer bruscamente o peso
da massa de água. Na sequência do movimento, a perna recupera esse atraso
para chegar novamente estendida ao ponto morto alto, na superfície ou muito
pouco acima da superfície.

7 SAÍDAS E VIRADAS

7.1 A SAÍDA DO NADO COSTAS


A saída do nado costas não recebe a mesma importância que é dada aos
demais estilos de nado (MACHADO, 1998). Segundo o autor, o motivo pode ser a
posição da saída, que pode ser considerada cômoda, a qual possui como principal
preocupação impulsionar-se para trás. Porém, à medida que o nadador avança,
podem-se encontrar falhas decorrentes de uma saída mal executada.

Antigamente, na saída de competição do nado costas, o nadador, nas


provas de piscinas curtas (25 metros), podia colocar-se de pé na caneleta durante
a partida (MASSAUD, 2004). Segundo o autor, isto facilitava muito a projeção do
corpo do nadador sobre a água. Contudo, esta regra foi modifcada, obrigando os
nadadores a manterem seus pés abaixo do nível da água no momento da partida.

Nas competições, as saídas do nado costas devem ser realizadas do bloco


de partida, onde o nadador se posiciona, conforme os comandos do árbitro de
partida. Massaud (2204, p. 124) descreve as fases da saída do nado costas:

• Posicionar-se de pé atrás do bloco de partida da raia em que for nadar.

129
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 56 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE I

FONTE: Massaud (2004)

• Ao sinal do primeiro apito longo, o nadador estará autorizado a entrar na


piscina.
• Já com os nadadores dentro da água, o árbitro dará um novo apito, onde os
nadadores deverão tomar posição no bloco de partida, mantendo seus pés
abaixo do nível da água.

FIGURA 57 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE II

FONTE: Massaud (2004)

130
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

• Ao comando do árbitro de “às suas marcas”, todos os nadadores deverão se


posicionar, fexionando os braços e pescoço, a cabeça fcará encaixada entre
os braços e o quadril próximo aos pés. Neste momento da saída, o nadador
tentará colocar o seu corpo mais alto em relação à superfície, ou seja, mais
próximo ao bloco, para a realização do voo da partida ao comando do árbitro.

FIGURA 58 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE III

bíceps braquial
deltóide posterior

redondo
maior

trapézio IV

dorsal largo

jarrete

FONTE: Massaud (2004)

• Assim que todos os nadadores estiverem posicionados, imóveis, o árbitro dará


o comando de partida.
• Ao sinal de partida, o nadador deverá iniciar a extensão do pescoço (como
se tentasse olhar para a borda oposta à da saída) e elevação do quadril para,
logo em seguida, soltar suas mãos do bloco, lançando seus braços em direção
à cabeça e aproximando as mãos para a entrada da água. O corpo, durante o
voo, deverá fcar em uma posição semelhante à ponte (da ginástica olímpica),
em uma trajetória paralela à água sem subir muito.

131
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

FIGURA 59 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE IV

FONTE: Massaud (2004)

FIGURA 60 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE V

deltóide
posterior

quadríceps

paravertebral

jarrete glúteo
maior
gastrocnêmio
e sóleo

FONTE: Massaud (2004)

• A posição ideal de entrada do corpo na água é de forma que por onde


entrarem as mãos, deverá entrar, progressivamente, o resto do corpo.

132
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

FIGURA 61 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE VI

FONTE: Massaud (2004)

• No deslocamento submerso o corpo deverá atingir uma profundidade em


torno de 50 a 60 cm abaixo da superfície. Durante este deslocamento, o
nadador deverá executar a pernada de golfnho, com o corpo bem alinhado,
até o máximo 15 metros.

FIGURA 62 – SAÍDA DO NADO COSTAS – FASE VII

FONTE: Massaud (2004)

133
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

7.2 VIRADA DO NADO COSTAS


Para a realização da virada do nado costas, os nadadores se orientam
pelas bandeirinhas demarcatórias que fcam a cinco metros das duas cabeceiras,
sobre a mesma posição onde as balizas mudam de cor, para a mesma referência
em outros estilos de nado (MACHADO, 1998). De acordo com o autor, quando
o nadador passar pela demarcação, sentindo-se próximo da parede, executará
uma revolução no corpo, fcando de bruços, em posição de nado crawl, fará a
aproximação e realizará a virada como se fosse de nado livre, reto sobre o eixo
do corpo, e realizará a virada com um forte impulso na parede com ambas as
mãos para trás e unidas. Executará as “golfnhadas” e iniciará o nado, conforme
realizado no momento da saída. O nadador não pode esquecer que os braços
fcam unidos, comprimindo a cabeça, com as mãos se sobrepondo até o início
do nado (MACHADO, 1998). Ainda conforme o autor, quando é realizada a
propulsão, há um pequeno deslize, as pernas iniciam o movimento de golfnho,
a expiração é efetuada sob a água, um dos braços realiza uma poderosa braçada
que leva o corpo para a superfície e, iniciando nado completo, evitando respirar
até que o equilíbrio tenha sido dominado na segunda ou terceira braçada.

Segundo Massaud (2004), para realizar a virada do nado costas, ao se


aproximarem à borda, os nadadores, com o objetivo de virar e retornar, deverão
girar o corpo, passando da posição dorsal para a ventral, realizando um único
movimento de braço, semelhante à braçada de crawl, com a cambalhota, assim que
este atinja a coxa. O autor explica que estes movimentos deverão ser realizados
de forma contínua e o nadador deverá estar na posição dorsal, antes que os
pés deixem a parede da piscina, evitando-se uma possível desclassifcação. As
viradas do nado costas são parecidas com as viradas olímpicas de nado crawl e
são realizadas da seguinte maneira, conforme Massaud (2004):

• Realizar um aumento da velocidade do nado para facilitar a cambalhota.

FIGURA 63 – VIRADA DO NADO COSTAS – FASE I

FONTE: Massaud (2004)

134
TÓPICO 3 | NADO COSTAS

• Realizar a mudança da posição dorsal para ventral quando o nadador estiver


a uma distância da borda, ao fazer esta mudança, ele realiza somente um
movimento com um dos braços na posição ventral, enquanto o outro o
aguarda junto ao corpo, para logo a seguir realizar o giro.

FIGURA 64 – VIRADA DO NADO COSTAS – FASE II

dorsal largo bíceps braquial

quadríceps peitoral
maior fexor ulnar
reto abdominal do corpo
FONTE: Massaud (2004)

• Realizar a inversão das mãos com uma pernada de golfnho executando a


cambalhota.

FIGURA 65 – VIRADA DO NADO COSTAS – FASE III

quadríceps

gastrocnêmio e sóleo dorsal largo

tríceps braquial
FONTE: Massaud (2004)

135
UNIDADE 2 | METODOLOGIA DO ENSINO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS

• No momento em que os pés tocarem na borda (na mesma profundidade do


quadril), os braços estarão prontos à frente, para a realização do impulso, não
devendo existir movimentos de braços que ajeitar o corpo.

FIGURA 66 – VIRADA DO NADO COSTAS – FASE IV

FONTE: Massaud (2004)

• Assim que os pés tocarem a borda, executar a impulsão, realizando o deslize


em decúbito dorsal, com os braços estendidos à frente, pressionando as
orelhas e mãos sobrepostas.

FIGURA 67 – VIRADA DO NADO COSTAS – FASE V

reto abdominal quadríceps

gastrocnêmio
jarrete e sóleo
glúteo
maior

FONTE: Massaud (2004)

• Realizar a pernada de golfnho até, no máximo, a distância de 15 metros


submersos.

136
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você viu que:

● O nado costas, geralmente, é o segundo a ser abordado no ensino da natação.

● A iniciação do nado costas pode ser realizada paralelamente à do nado crawl


ou após a aprendizagem completa dele.

● No nado costas, o corpo deverá permanecer na horizontal em decúbito dorsal.

● Na pernada do nado costas há uma fase denominada descendente e outra


chamada ascendente.

● A pernada é muito importante para garantir a estabilização do nado costas.

● No nado costas a ação das pernas é mais importante em relação à sua


participação no nado crawl.

● A braçada do nado costas possui diferentes fases, são elas: entrada, apoio
ou primeira varredura para baixo, tração ou primeira varredura para cima,
fnalização ou segunda varredura para baixo, segunda varredura para cima e a
recuperação.

● A inspiração do nado de costas deverá ser feita pela boca e a expiração deverá
ser realizada, preferencialmente, pelo nariz.

● Algumas pessoas acreditam que o desenvolvimento do nado costas é mais


fácil, em relação aos demais estilos, devido à posição em decúbito dorsal, a
qual facilita a respiração. Todavia, no nado costas há uma alta demanda pela
coordenação do nadador para que que este apresente uma boa propulsão.

● Nas competições, as saídas do nado costas devem ser realizadas do bloco de


partida, onde o nadador se posiciona, conforme os comandos do árbitro de
partida.

● Para a realização da virada do nado costas, os nadadores se orientam pelas


“bandeirinhas” demarcatórias” e, ao se aproximarem da borda, passam da
posição dorsal para a ventral.

137
AUTOATIVIDADE

1 Descreva qual é o correto posicionamento do corpo para a realização do nado


costas.
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 Quais são as suas fases da pernada do nado costas? Explique-as:


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 No nado costas, a ação das pernas é mais importante em relação à sua


participação no nado crawl. Explique por quê.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 Sobre a braçada do nado costas, leia atentamente as frases e marque V para


aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A braçada do nado costas possui diferentes fases, são elas: entrada, apoio
ou primeira varredura para baixo, tração ou primeira varredura para
cima, fnalização ou segunda varredura para baixo, segunda varredura
para cima e a recuperação.
( ) A entrada do nado costas deve ser feita à frente da cabeça, entre a linha
central e desta e a linha da direção do ombro. O braço deve estar estendido,
com a palma da mão voltada para fora, de modo que a ponta do dedo
mínimo seja a primeira parte do braço a entrar na água. Ela deve deslizar
para dentro da água, à frente, de lado, com a palma da mão ligeiramente
voltada para fora.
( ) O “apoio” ou “primeira varredura para baixo” consiste em uma puxada
para baixo e para o lado em direção ao fundo da piscina e com o braço
estendido, fexionando-se gradualmente até que a parte inferior de
seu braço e a palma da mão estejam voltadas para trás, contra a água,
no momento do agarre. A palma da mão, que ao entrar na água estava
voltada para fora, deverá ir, gradativamente, voltando-se para baixo, ou
seja, em direção ao fundo da piscina, mas não totalmente. Esta pode ser
considerada a fase mais importante da braçada do nado costas.
( ) Na “tração” ou “primeira varredura para cima” começará a existir uma
maior efciência propulsiva da braçada, a qual se inicia no agarre, ponto
em que o braço começará a dirigir-se em direção à superfície, com trajetória
138
curvilínea, fexionando-se o braço, até a mão atingir um ponto abaixo da
superfície, onde poderemos observar uma fexão do antebraço em relação
ao braço (em torno de 90 o a 110 o), fase em que a mão, cotovelo e ombro
deverão estar alinhados com o braço perpendicular ao corpo e cotovelo
apontando para o fundo, aproximando-se do fnal da tração.
( ) A “fnalização” ou “segunda varredura para baixo” é iniciada quando a
segunda varredura para cima está sendo fnalizada. Quando a mão passa
o topo da varredura para cima, o braço movimenta-se para baixo e para
trás até que esteja completamente estendido e abaixo da coxa. Assim que a
segunda varredura para baixo estiver completa, a segunda varredura para
cima é iniciada. Assim, a mão movimenta-se para cima, para trás e para
dentro, na direção da superfície. Essa fase termina quando a mão atinge
a altura da parte posterior da coxa. O braço deverá permanecer o tempo
todo estendido.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, F, V, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

5 Explique como ocorre a fase denominada “recuperação” na braçada do nado


costas.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6 Explique o mecanismo da respiração do nado costas, considerando a


inspiração e a expiração.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7 Sobre a coordenação no nado costas, leia atentamente as frases e marque V


para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) Algumas pessoas acreditam que o desenvolvimento do nado costas é mais


fácil, em relação aos demais estilos, devido à posição em decúbito dorsal,
a qual facilita a respiração.
( ) No nado costas, o nadador necessita de uma coordenação e da manutenção
de uma posição perfeita para que apresente um bom desempenho em sua
propulsão.

139
( ) A coordenação braços/pernas no nado costas deve ser realizada de forma
que o ponto máximo ascendente da pernada coincida com o empurrão
fnal da fnalização da braçada do mesmo lado.
( ) Na movimentação dos braços, quando um dos braços entra na água, o
outro deverá completar a segunda varredura para cima. Enquanto o braço
da fase aquática estiver concluindo a segunda varredura para baixo e a
segunda varredura para cima (se houver), o outro, que recém-entrou na
água, deverá realizar a primeira varredura para baixo até o agarre, para
evitar-se o ponto de desaceleração.
( ) A ação das pernas contribui para a propulsão do nadador, além de atuar
na estabilidade do corpo, visto que no nado costas as ações motoras dos
braços situam-se alternativamente afastadas do eixo de deslocamento.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

8 Sobre a saída do nado costas, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Nas competições atuais, as saídas do nado costas devem ser realizadas


do bloco de partida, onde o nadador se posiciona da maneira que se
sinta melhor para obter uma efciente impulsão no momento da saída.
b) ( ) Antigamente, nas saídas de competição do nado costas, o nadador,
nas provas de piscinas curtas (25 metros), podia colocar-se de pé na
caneleta durante a partida, isto facilitava muito a projeção do corpo do
nadador sobre a água.
c) ( ) A principal preocupação do nadador na saída do nado costas é
impulsionar-se para trás.
d) ( ) Nas competições de nado costas, ao comando do árbitro de “às suas
marcas”, todos os nadadores deverão se posicionar, fexionando os
braços e pescoço, a cabeça fcará encaixada entre os braços e o quadril
próximo aos pés. Neste momento da saída, o nadador tentará colocar
o seu corpo mais alto em relação à superfície, ou seja, mais próximo ao
bloco, para a realização do voo da partida ao comando do árbitro.
e) ( ) Nas competições de nado costas, ao sinal de partida, o nadador
deverá iniciar a extensão do pescoço (como se tentasse olhar para a
borda oposta à da saída) e elevação do quadril para, logo em seguida,
soltar suas mãos do bloco, lançando seus braços em direção à cabeça
e aproximando as mãos para a entrada da água. O corpo, durante o
voo, deverá fcar em uma posição semelhante à ponte (da ginástica
olímpica), em uma trajetória paralela à água sem subir muito.

140
9 Explique por que a saída do nado costas não recebe a mesma importância que
é dada aos demais estilos de nado e por que isto pode acabar prejudicando o
desempenho do nadador.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10 Por estarem em decúbito dorsal, os nadadores não conseguem enxergar a


parede da piscina. Sendo assim, como identifcam o momento em que devem
realizar a “virada”? E de que forma a realizam? Explique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

141
142
UNIDADE 3

METODOLOGIA DO ENSINO DA
NATAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• conhecer aspectos históricos do nado peito;

• aprender aspectos técnicos do nado peito;

• entender os princípios da pernada, da braçada, da respiração, da coorde-


nação e das saídas e viradas do nado peito;

• conhecer aspectos históricos do nado borboleta;

• aprender aspectos técnicos do nado borboleta;

• entender os princípios da pernada, da braçada, da respiração, da coorde-


nação e das saídas e viradas do nado borboleta;

• aprender as regras competitivas da natação.

PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está dividida em três tópicos. No fnal de cada um deles, você
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – NADO PEITO

TÓPICO 2 – NADO BORBOLETA

TÓPICO 3 – REGRAS COMPETITIVAS

143
UNIDADE 3
TÓPICO 1

NADO PEITO

1 INTRODUÇÃO
De acordo com Mansoldo (2009), o nado peito é o nado mais antigo de que
se tem notícia em termos de sua utilização e de seu ensinamento. Para o autor,
sua grande utilização no passado foi com fns bélicos, pois a melhor maneira de
surpreender o inimigo no mar era fazer uma aproximação noturna no barco e,
com um pelotão de ataque armado de punhais seguros pela boca, nadar até a
outra embarcação e dizimar o inimigo. Pela posição do corpo, totalmente apoiado
na água, e pela possibilidade de manter a cabeça fora da água, o nado de peito
sempre foi o nado adotado pelos homens do mar, tanto pelos soldados gregos,
romanos e vikings, como pelos bucaneiros, isto é, piratas.

Os demais nados nasceram da evolução do nado peito. No caso do nado


crawl, por exemplo, conforme Mansoldo (2009), tudo começou quando um inglês
tentou nadar o nado peito, tirando um dos braços da água, até que ambos foram
tirados alternadamente e chegou-se ao nado crawl atual. O nado borboleta, por sua
vez, não fugiu à regra, tendo sido criado a partir de uma inovação na recuperação
aérea de ambos os braços. Lançada pelos húngaros, causou furor nas Olimpíadas
de 1952, em Helsinque, e, a partir da edição de 1956, em Melbourne, o nado peito,
tirando os dois braços da água, tornou-se o nado borboleta de hoje.

O nado peito é o nado mais lento dentre todos os nados, pois todos os
seus movimentos são realizados dentro da água, não havendo fase aérea de
recuperação (MANSOLDO, 2009). Segundo o autor, antigamente o nado peito
era chamado de nado clássico e guarda a tradição de um nado europeu, sendo
muito utilizado pelos senhores da terceira idade por ser um nado estável, sem
rolamentos, ter um grande campo visual e, em alguns casos, poder ser nadado até
com a cabeça fora da água.

A característica que mais chama a atenção no nado peito é a sua enorme


propulsão de pernas, tendo sido iniciado no passado com movimentos de tesoura.
Atualmente, sua movimentação em cunha, similar aos movimentos de perna
de rã, porém com os joelhos para dentro distantes o equivalente à largura do
quadril, transfere ao nadador um forte impulso, fazendo com que este nado tenha
um grande equilíbrio entre as forças de braços e pernas, aproximadamente 50%
(MANSOLDO, 2009). Sendo um nado de pernas e braços, ele tem praticamente o
mesmo resultado propulsivo, o nadador terá que se compenetrar em executar os
movimentos no tempo certo, para que um movimento não iniba o outro, agindo
assim, fca caracterizado um nado descontínuo, no qual ocorrem as braçadas

145
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

seguidas de golpes de pernada, cada um a seu momento. A prática da pernada do


nado peito atual é utilizada em larga escala em alguns esportes aquáticos, como o
nado sincronizado, em que o uso da pernada poderá ser simultâneo ou alternado,
e o polo aquático, cujo goleiro na maior parte do tempo faz uso da pernada do
nado peito para poder se sustentar e saltar na água. Tal pernada também é usada
em salvamento para resgate e transporte de vítimas de afogamento, tanto em
piscinas como em águas abertas (MANSOLDO, 2009).

2 PERNADA DO NADO PEITO


A pernada do nado peito passou por grandes mudanças no ano de 1968,
quando Counsilman demonstrou que a pernada utilizada até aquele momento, a
qual era realizada em forma de cunha, não era efetiva para projetar a água para
trás. Para provar isto, ele colocou água colorida entre as pernas dos nadadores e
solicitou que eles realizassem o movimento da pernada em forma de cunha. Assim,
Counsilman comprovou que não havia o deslocamento da água para trás, como
era o desejado pelos nadadores. Com a ajuda do nadador de nado peito “Chat
Jastremski”, eles revolucionaram a pernada deste estilo de nado, apresentando
a forma de ação das pernas no estilo de chicotadas estreitas, tal qual é utilizada
pela maioria dos nadadores do nado peito até a atualidade (MASSAUD, 2004).
O autor explica que esta forma de movimentação das pernas, em chicotadas,
possui semelhança com os movimentos de uma hélice, onde os pés palmateiam
para fora, para baixo e para dentro, assim como para trás. As solas dos pés são
as superfícies propulsivas principais, deslocando a água para trás como fólios e
não as empurrando para trás como remos. A pernada do nado peito é composta
por quatro fases, quais sejam: recuperação, varredura para fora, varredura para
dentro e sustentação e deslizamento.

2.1 FASE DE VARREDURA PARA FORA


Os pés devem estar fexionados e girados para fora nos tornozelos, de
modo que as plantas estejam voltadas para fora e para trás e executarão um
movimento circular com pressão simultânea no sentido lateral para fora, para
baixo (em direção ao fundo) e alguma coisa para trás, sendo que, quanto menos
os pés se deslocarem para trás, melhor será a efcácia da sustentação (pressão
realizada pelos pés na água), melhorando, assim, a propulsão (MASSAUD, 2004;
MAGLISCHO, 2010).

146
TÓPICO 1 | NADO PEITO

FIGURA 68 – FASE DE VARREDURA PARA FORA NA PERNADA DO NADO PEITO

glúteo médio
grácil
jarrete

quadríceps gastrocnêmio
e sóleo
FONTE: Massaud (2004)

2.2 FASE DE VARREDURA PARA DENTRO


No meio da trajetória da extensão das pernas, que foi iniciada na fase
anterior, chamada de agarre, os pés e as pernas movimentam-se, principalmente,
para dentro, para baixo e para trás. As solas dos pés deverão posicionar-se
voltadas para baixo e para dentro, até fcarem voltadas somente para dentro
ao completarem a fase. A pressão realizada pelos pés e sua velocidade devem
aumentar continuamente durante toda a fase, com o ponto de pico ocorrendo
imediatamente antes dos pés reduzirem a pressão contra a água, para dar início à
sustentação (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).

FIGURA 69 – FASE DE VARREDURA PARA DENTRO NA PERNADA DO NADO PEITO

glúteo médio

tibial anterior quadríceps


FONTE: Massaud (2004)

147
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

2.3 FASE DE SUSTENTAÇÃO E DESLIZAMENTO


Essa fase é a continuidade do movimento circular da varredura para
dentro, no qual, ao se liberar a pressão contra a água para baixo e para dentro,
um pouco antes da união dos pés, eles projetar-se-ão em direção à superfície,
fnalizando a ação propulsiva da pernada e iniciando a sustentação. As pernas
subirão até que estejam alinhadas com o corpo em uma posição imediatamente
abaixo da superfície. Então, inicia-se a fase de deslizamento das pernas. Neste
momento é importante que se mantenham as pernas em posição hidrodinâmica
para que não prejudique a ação propulsiva dos braços. Quando as pernas se
estenderem, os pés se unirão, com as plantas, uma voltada para a outra, por meio
da fexão plantar e inversão dos pés (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).

2.4 FASE DE RECUPERAÇÃO


O movimento de fexão das pernas, chamado de “recuperação”, deverá
ser um movimento mais descontraído, isto é, com menor gasto energético,
e a extensão, onde se realiza o apoio necessário ao deslocamento, deverá ser
executada com vigor, com potência (MASSAUD, 2004). Conforme o autor, os
pés devem deslocar-se para frente, juntos, em fexão plantar, permitindo que
os dedos estejam apontados para trás. Durante a recuperação, os pés e a perna
deverão deslocar-se à frente, dentro da linha do quadril, de modo que a perna
esteja na direção da coxa. Os calcanhares deverão aproximar-se dos glúteos para
possibilitar uma boa amplitude do movimento propulsivo, por meio da fexão dos
joelhos. Os joelhos poderão afastar-se um pouco, facilitando o movimento, mas,
não mais que a largura dos ombros, o que resultaria em um aumento signifcativo
do arrasto.

De acordo com Massaud (2004), a coordenação entre a recuperação das


pernas e a devolução da cabeça à água é muito importante para o desempenho dos
nadadores de peito, de estilo ondulante. Eles poderão reduzir signifcativamente
o arrasto durante a recuperação das pernas, mantendo a cabeça e os ombros acima
do nível da água, até que as pernas se recuperem completamente e comecem a
varredura para fora. Isto fará com que o ligeiro abaixamento do quadril possibilite
a recuperação das pernas sobre a coxa, com os pés dirigindo-se em direção ao
glúteo e evitando-se a fexão da coxa sobre o tronco.

148
TÓPICO 1 | NADO PEITO

FIGURA 70 – FASE DE RECUPERAÇÃO NA PERNADA DO NADO PEITO

glúteo médio

jarrete

tibial anterior quadríceps

FONTE: Massaud (2004)

3 BRAÇADA DO NADO PEITO

3.1 FASE DE APOIO DA BRAÇADA


OU VARREDURA PARA FORA
Conforme Massaud (2004), a braçada do nado peito caracteriza-se por
possuir ênfase na lateralidade dos movimentos. Isto porque, partindo com os
braços estendidos à frente da cabeça, mãos juntas, o início da braçada é realizado
com pressão para os lados e ligeiramente para o fundo, isto denomina-se “fase
de apoio da braçada ou varredura para fora”. Durante essa abertura dos braços,
as mãos, inicialmente voltadas para baixo, vão girando lentamente para fora até
ultrapassarem as linhas dos ombros, ponto em que elas, além da pressão lateral,
exercerão um movimento para baixo, alcançando o agarre. Durante essa fase, o
nadador não deve permitir que haja grande afastamento dos braços, para que
no momento de tração (movimento de aproximação dos braços ao corpo), as
mãos não ultrapassem a linha dos ombros e/ou do rosto. As mãos se deslocarão
inclinadas, tendo como bordo de ataque o dedo mínimo e o de fuga, o polegar.
Alguns nadadores, no início desta fase, realizam uma ligeira fexão do punho, o
que é aceitável, mas, ao alcançarem o agarre, suas mãos e seus antebraços deverão
estar alinhados (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).

149
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

No momento do agarre, ponto de transição da varredura para fora e da


varredura para dentro, os braços devem estar com uma fexão de 30 a 40 graus no
cotovelo, de forma que os braços e as mãos alcancem uma orientação retrógrada.
Os braços deverão movimentar-se para fora e para baixo por cerca de 50 a 80 cm,
antes de alcançarem essa orientação.

FIGURA 71 – FASE DE APOIO DA BRAÇADA OU VARREDURA PARA FORA NO NADO PEITO

trapézio I e II
bíceps braquial

peitoral
maior braquiorradial

reto abdominal

FONTE: Massaud (2004)

150
TÓPICO 1 | NADO PEITO

3.2 TRAÇÃO OU VARREDURA PARA DENTRO


Após o apoio da braçada, realiza-se a “tração” ou “varredura para dentro”,
a qual consiste em um movimento de pressão do antebraço, inicialmente para
dentro e para baixo, e também para dentro e para cima, onde existirá fexão do
antebraço sobre o braço e adução do braço junto ao corpo, com união das mãos.
Os cotovelos deverão manter-se elevados, e as mãos e antebraços giram para
baixo e para dentro, em torno deles. Na fnalização deste movimento da braçada,
as mãos deverão estar juntas, à frente da linha dos ombros (posição de reza),
alcançando um ângulo de 80 graus nos cotovelos. No decorrer da varredura para
dentro, as mãos deverão permanecer alinhadas com os antebraços. Nesta fase,
o bordo de ataque passa a ser o polegar e o de fuga, o dedo mínimo, ou seja, o
inverso da fase inicial da braçada. É nessa fase que as mãos atingirão a maior
velocidade, que deve ser máxima (MASSAUD, 2004). Segundo o autor, estudos
realizados com nadadores do estilo peito, em nível mundial, mostraram que nesta
fase os nadadores chegam a alcançar velocidade de 5/6 m/s, sendo esta a fase mais
potente e propulsiva da braçada. É no início desta fase que o nadador iniciará o
movimento de elevação para a respiração, para, durante ou após a recuperação
dos braços, devolver o rosto à água.

3.3 RECUPERAÇÃO
Finalizada a tração, inicia-se a última fase do ciclo da braçada, a qual
se denomina “recuperação” e onde se observa o direcionamento das mãos à
frente, próximas à superfície, ou sobre esta, e ao fnal desta ocorrerá ou não o
deslize, para logo a seguir, iniciar-se um novo ciclo de braçada (MASSAUD,
2004). Conforme o autor, existem basicamente três formas de se recuperar os
braços à frente, quais sejam: as mãos dos nadadores deslocam-se um pouco sob
a superfície; as mãos deslizam na superfície; as mãos deslizam na superfície sem
que os cotovelos saiam da água, com exceção da última braçada de uma prova.
Em todas essas formas, tem-se observado nadadores alcançando sucesso, o que
nos leva a acreditar que seria conveniente, na formação de atletas, a possibilidade
de experimentar as diferentes formas para se utilizar aquele que lhe dê o melhor
desempenho (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).

4 RESPIRAÇÃO NO NADO PEITO


Durante a pressão inicial da braçada (apoio), o nadador deverá realizar
a expiração. Quando o nadador realizar a tração, estará elevando o tronco e,
consequentemente, retirando o rosto da água, realizando a inspiração. No
momento do lançamento dos braços à frente, na recuperação, ele retornará o rosto
à água (MASSAUD, 2004). De acordo com o autor, os nadadores de peito realizam
uma respiração para cada ciclo de braçada, independentemente da distância da
prova: 50, 100 ou 200m.
151
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

5 COORDENAÇÃO NO NADO PEITO

5.1 COORDENAÇÃO BRAÇOS/PERNAS


De acordo com Massaud (2004), a coordenação no nado peito, de braços e
pernas, caracteriza-se por movimentos alternados, a saber:

• Apoio da braçada: pernas permanecem estendidas;


• Tração da braçada: pernas permanecem estendidas;
• Início da recuperação da braçada: início da fase lenta da recuperação das
pernas;
• Segunda metade da recuperação da braçada: fase rápida da recuperação das
pernas;
• Final da recuperação da braçada: ação, pressão das pernas (extensão).

Conforme o autor supracitado, há três classifcações para esta coordenação


de braços e pernas, quais sejam:

• Deslizante: o nadador, a cada ciclo de braçada e pernada, antes de iniciar o


novo ciclo, realiza um pequeno deslize, ou seja, mantém o seu corpo estendido
antes de iniciar um novo ciclo. Ocorrerá um pequeno intervalo entre o término
da pernada e o início da braçada seguinte. Esta forma de execução do nado
é indicada para nadadores iniciantes para facilitar a coordenação e melhor
execução das técnicas de braçada e pernada.
• Contínua: o nadador não fará mais a parada dos braços à frente, realizando o
deslize. Sempre ao fnalizar a recuperação da braçada, imediatamente após, ele
dará início a um novo ciclo, ou seja, assim que as pernas estiverem se unindo,
os braços estarão se abrindo.
• Superposição: a braçada começa antes que se tenha completado a pernada,
ou seja, no momento em que as pernas se unem, os braços estão no fnal na
varredura para fora, no agarre.

Em geral, os treinadores de natação concordam que a coordenação por


deslizamento é menos efetiva em relação às outras, pois os nadadores desaceleram
desde o momento em que terminam a pernada até o começo da fase propulsiva de
braço, que é iniciada no agarre (no momento do início da varredura para dentro).

6 ESTILOS DE NADO PEITO


Há dois estilos de nado peito utilizados pelos nadadores, a saber: estilo
plano ou convencional e estilo ondulante, golfnho ou europeu (MASSAUD,
2004).

152
TÓPICO 1 | NADO PEITO

6.1 ESTILO PLANO OU CONVENCIONAL


O estilo plano ou convencional do nado peito caracteriza-se por uma
posição horizontal do corpo, com os quadris permanecendo sempre o mais
próximo possível da superfície, durante todas as fases do nado. A respiração
é efetuada pelo levantamento e abaixamento da cabeça, evitando-se elevar o
tronco, para que não haja reação de abaixamento do quadril. Este estilo de nado,
conforme Massaud (2004, p. 157), caracteriza-se por:

• O nadador mantém-se na horizontal, durante o tempo todo na recuperação da


pernada.
• O nadador mantém seus ombros submersos.
• À medida que o nadador vai realizando a recuperação da braçada (submersa),
simultaneamente ele vai retornando o rosto à água.
• Devido à manutenção permanente da posição do corpo na horizontal, o nadador
necessita realizar um maior abaixamento das coxas (maior fexão da coxa sobre
o tronco), pressionando, assim, a água para frente (grande interferência do
fuxo laminar da água) e, consequentemente, criando um grande arrasto.

6.2 ESTILO ONDULANTE, GOLFINHO OU EUROPEU


O estilo ondulante, golfnho ou europeu do nado peito é a forma mais
utilizada atualmente nos grandes campeonatos. Este estilo, conforme Massaud
(2004, p. 157), é caracterizado por:

• O nadador não se mantém na horizontal e tende a elevar os quadris ao fnal


da pernada; a cabeça e os ombros saem fora da água, quando os nadadores
respiram, e os quadris sofrem um abaixamento devido a esta elevação.
• O nadador tende a realizar uma recuperação dos braços com as mãos bem
próxima à superfície ou sobre ela (recuperação aérea) e somente coloca o seu
rosto na água no fnal da recuperação da braçada.
• Devido à maior elevação do tronco e, consequentemente, ao abaixamento
do quadril, o nadador deste estilo realiza uma menor fexão da coxa sobre o
tronco, assim, tende a interferir menos no fuxo laminar da água, criando um
menor arrasto.

7 SAÍDA DO NADO PEITO


De acordo com Massaud (2004), o processo inicial de saída na prova
de nado peito é semelhante ao das provas de estilo livre. Segundo o autor, as
diferenças estão a partir do deslize realizado logo após a entrada na água, a saber:

• Após a entrada do nadador na água, ele deverá permanecer com o seu corpo
bem alinhado, com os braços estendidos à frente e com as mãos juntas e
sobrepostas.

153
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FIGURA 72 – FASE 1 DA SAÍDA DO NADO PEITO

FONTE: Massaud (2004)

• No momento em que sentir que a sua velocidade de deslocamento está


começando a diminuir, ele deverá realizar a primeira braçada, semelhante ao
movimento da fase aquática da braçada de golfnho, permanecendo com os
braços colados ao corpo até o momento em que sinta que a sua velocidade de
deslocamento submerso é signifcativa.

FIGURA 73 – FASE 2 DA SAÍDA DO NADO PEITO

FONTE: Massaud (2004)

• A seguir, o nadador, ainda submerso, fará a recuperação dos braços, sob o


corpo, mantendo mãos, antebraços, braços e cotovelos o mais próximo possível
do corpo, minimizando a resistência frontal criada por esta movimentação.
• A partir do momento em que as mãos estiverem passando sob o rosto, as
pernas iniciarão a sua preparação para a ação (recuperação). Assim que os
braços se estenderem à frente do corpo, o nadador deverá realizar a pernada,
deslizando em direção à superfície e iniciando o nado peito.

FIGURA 74 – FASE 3 DA SAÍDA DO NADO PEITO

FONTE: Massaud (2004)

154
TÓPICO 1 | NADO PEITO

• Todo este processo de deslocamento submerso, explicado acima, denomina-


se FILIPINA.

8 VIRADA DO NADO PEITO


Nas viradas do nado peito os ombros não necessitam estar paralelos ao
nível da água, bem como durante o percurso. A virada do nado peito é semelhante
à do nado borboleta, sendo que os nadadores de nado peito projetam mais para o
fundo seus corpos para executarem a “flipina”, tal qual descreve Massaud (2004,
p. 166):

• O nadador, ao se aproximar da borda para realizar sua virada, deverá ajustar


o ritmo de braçadas, de forma que toque na mesma com as duas mãos,
simultaneamente, e com os braços estendidos.

FIGURA 75 – FASE 1 DA VIRADA DO NADO PEITO

paravertebral

gastrocnêmio glúteo maior


e sóleo

jarrete
reto abdominal peitoral
maior

FONTE: Massaud (2004)

• Após o toque à borda, ele deverá retirar rapidamente um dos braços, numa
ação semelhante a uma cotovelada, por dentro da água e junto ao corpo,
direcionando este braço em direção à borda oposta à da virada. Durante o
movimento citado acima, paralelamente as pernas estarão fexionando e se
dirigindo à borda juntamente com o quadril.

155
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FIGURA 76 – FASE 2 DA VIRADA DO NADO PEITO

trapézio I e II

deltóide médio

reto abdominal

oblíquo menor

FONTE: Massaud (2004)

• O outro braço, que não havia saído da borda, deverá realizar uma ligeira ação
de pressão à borda, auxiliando a sua recuperação, fexionando-o sobre a cabeça.
Um pouco antes do braço passar sobre a cabeça, o nadador fará a respiração
para, logo a seguir, em decúbito lateral submerso, unir as mãos para realizar o
impulso na borda. É bom lembrar que no momento em que as mãos se juntarem
à frente do corpo, os pés estarão tocando na borda, na mesma profundidade de
quadril, com as pernas em um ângulo de aproximadamente 90o.

FIGURA 77 – FASE 3 DA VIRADA DO NADO PEITO

FONTE: Massaud (2004)

• A partir daí o nadador realizará o impulso na borda e a flipina, explicada na


saída do nado.
156
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você viu que:

• O nado peito é o estilo mais antigo de nado.

• Os demais nados surgiram a partir da evolução do nado peito.

• Dentre todos os nados, o nado peito é o mais lento.

• A característica que mais chama a atenção no nado peito é a sua enorme


propulsão de pernas.

• A pernada do nado peito possui quatro fases, são elas: recuperação, varredura
para fora, varredura para dentro e sustentação e deslizamento.

• A braçada do nado peito possui três fases, são elas: apoio da braçada ou
varredura para fora, tração ou varredura para dentro e recuperação.

• A respiração do nado peito é composta pelas fases de expiração e de inspiração.


Os nadadores de nado peito realizam uma respiração para cada ciclo de
braçada.

• Há três classifcações para esta coordenação de braços e pernas, quais sejam:


deslizante, contínua e superposição.

• Há dois estilos de nado peito utilizados pelos nadadores deste, a saber: estilo
plano ou convencional e estilo ondulante, golfnho ou europeu.

• O processo inicial de saída nas provas de nado peito é semelhante ao das


provas de estilo livre. As diferenças estão a partir do deslize realizado logo
após a entrada na água.

• A virada do nado peito é semelhante à do nado borboleta, sendo que os


nadadores de nado peito projetam mais para o fundo seus corpos para
executarem a chamada “flipina”.

157
AUTOATIVIDADE

1 A característica que mais chama a atenção no nado peito é a sua enorme


propulsão de pernas, tendo sido iniciado no passado com movimentos de
tesoura. Atualmente, a pernada do nado peito é desenvolvida por meio de
quatro fases distintas, quais são elas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 Descreva como ocorre a respiração no nado peito.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 Há dois estilos que podem ser utilizados pelos nadadores de nado peito,
quais são eles?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 Leia atentamente as frases a seguir, referentes ao nado peito, e marque V


para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O nado peito é o nado mais antigo de que se tem notícias em termos de sua
utilização e de seu ensinamento.
( ) O nado peito é o nado mais lento dentre todos os estilos de nado.
( ) A característica que mais chama a atenção no nado peito é a sua enorme
propulsão de pernas.
( ) O nado peito surgiu a partir da evolução do nado crawl.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

158
5 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à história do nado peito, e
marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A partir da edição das Olimpíadas de 1956, em Melbourne, o nado crawl


tirando os dois braços da água tornou-se o nado peito de hoje.
( ) A grande utilização do nado peito no passado foi com fns bélicos.
( ) Pela posição do corpo, totalmente apoiado na água, e pela possibilidade de
manter a cabeça fora da água, o nado de peito sempre foi o nado adotado
pelos homens do mar, tanto pelos soldados gregos, romanos e vikings,
como pelos piratas.
( ) Antigamente o nado peito era chamado de nado clássico e guarda consigo
a tradição de um nado europeu, sendo muito utilizado pelos senhores da
terceira idade por ser um nado estável, sem rolamentos, ter um grande
campo visual e, em alguns casos, poder ser nadado até com a cabeça fora
da água.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

6 A pernada do nado peito passou por grandes mudanças no ano de 1968.


Sobre isto, leia atentamente as assertivas a seguir e assinale a alternativa
incorreta.

a) ( ) Em 1968, Counsilman demonstrou que a pernada utilizada até aquele


momento, a qual era realizada em forma de cunha, não era efetiva para
projetar a água para trás.
b) ( ) Counsilman colocou água colorida entre as pernas dos nadadores e
solicitou que eles realizassem o movimento da pernada em forma de
cunha. Assim, ele comprovou que não havia o deslocamento da água
para trás, como era o desejado pelos nadadores.
c) ( ) Com a ajuda do nadador de nado peito “Chat Jastremski”, a pernada
do nado peito foi revolucionada, apresentando a forma de ação das
pernas no estilo de chicotadas estreitas, tal qual é utilizada pela maioria
dos nadadores do nado peito até a atualidade.
d) ( ) A forma de movimentação das pernas, em chicotadas, possui semelhança
com os movimentos de uma hélice, onde os pés palmateiam para fora,
para baixo e para dentro, assim como para trás. As solas dos pés são as
superfícies propulsivas principais, deslocando a água para trás como
fólios e não as empurrando para trás como remos.
e) ( ) Hoje a pernada do nado peito é composta por quatro fases, quais sejam:
entrada, varredura para fora, varredura para dentro e sustentação e
deslizamento.

159
7 A pernada do nado peito é composta por quatro fases. No que concerne às
características destas fases, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Na fase de recuperação, o movimento de fexão das pernas deverá ser


um movimento executado com vigor, com potência, demandando um
alto gasto energético.
b) ( ) Na fase de varredura para fora, os pés devem estar fexionados e
girados para fora nos tornozelos, de modo que as plantas estejam
voltadas para fora e para trás e executarão um movimento circular com
pressão simultânea no sentido lateral para fora, para baixo (em direção
ao fundo) e alguma coisa para trás.
c) ( ) Na fase de varredura para dentro, no meio da trajetória da extensão
das pernas, que foi iniciada na fase anterior, chamada de agarre, os pés
e as pernas movimentam-se, principalmente, para dentro, para baixo e
para trás. As solas dos pés deverão posicionar-se voltadas para baixo e
para dentro, até fcarem voltadas somente para dentro ao completarem
a fase.
d) ( ) A fase de sustentação e deslizamento é a continuidade do movimento
circular da varredura para dentro, no qual, ao se liberar a pressão contra
a água para baixo e para dentro, um pouco antes da união dos pés,
os mesmos irão projetar-se em direção à superfície, fnalizando a ação
propulsiva da pernada e iniciando a sustentação. As pernas subirão até
que estejam alinhadas com o corpo em uma posição imediatamente
abaixo da superfície. Então, inicia-se a fase de deslizamento das pernas.
e) ( ) Na fase de recuperação, os pés devem deslocar-se para frente, juntos,
em fexão plantar, permitindo que os dedos estejam apontados para
trás. Durante a recuperação, os pés e a perna deverão deslocar-se
à frente, dentro da linha do quadril, de modo que a perna esteja na
direção da coxa. Os calcanhares deverão aproximar-se dos glúteos para
possibilitar uma boa amplitude do movimento propulsivo, por meio da
fexão dos joelhos. Os joelhos poderão afastar-se um pouco, facilitando
o movimento, mas, não mais que a largura dos ombros.

8 A braçada do nado peito é composta por três fases. No que concerne às


características destas fases, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) No momento do agarre, ponto de transição da varredura para fora e


da varredura para dentro, os braços devem estar com uma fexão de
90 graus no cotovelo, de forma que os braços e as mãos alcancem uma
orientação retrógrada. Os braços deverão movimentar-se para fora e
para baixo por cerca de 80 cm, antes de alcançarem essa orientação.
b) ( ) A braçada do nado peito caracteriza-se por possuir ênfase na lateralidade
dos movimentos. Isto porque, partindo com os braços estendidos
à frente da cabeça, mãos juntas, o início da braçada é realizado com
pressão para os lados e ligeiramente para o fundo, isto denomina-se
“fase de apoio da braçada ou varredura para fora”.

160
c) ( ) A fase da “tração” ou “varredura para dentro” consiste em um
movimento de pressão do antebraço, inicialmente para dentro e para
baixo, e também para dentro e para cima, onde existirá fexão do
antebraço sobre o braço e adução do braço junto ao corpo, com união
das mãos. Os cotovelos deverão manter-se elevados, e as mãos e
antebraços giram para baixo e para dentro, em torno deles.
d) ( ) Finalizada a tração, inicia-se a última fase do ciclo da braçada, a qual se
denomina “recuperação” e onde se observa o direcionamento das mãos
à frente, próximas à superfície, ou sobre esta, e ao fnal desta ocorrerá
ou não o deslize, para logo a seguir, iniciar-se um novo ciclo de braçada.

9 Há três classifcações para a coordenação de braços e pernas no nado peito,


quais sejam: deslizante, contínua e superposição. Explique-as.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10 Há dois estilos de nado peito utilizados pelos nadadores deste, a saber: estilo
plano ou convencional (A) e estilo ondulante, golfnho ou europeu (B). Leia
atentamente as afrmações a seguir e, posteriormente, insira I nas frases que
apresentam procedimentos referentes ao estilo “A” e II para aquelas que
apresentam procedimentos referentes ao estilo “B”:

( ) Caracteriza-se por uma posição horizontal do corpo, com os quadris


permanecendo sempre o mais próximo possível da superfície, durante
todas as fases do nado.
( ) O nadador não se mantém na horizontal e tende a elevar os quadris ao fnal
da pernada; a cabeça e os ombros saem fora da água, quando os nadadores
respiram, e os quadris sofrem um abaixamento devido a esta elevação.
( ) À medida que o nadador vai realizando a recuperação da braçada
(submersa), simultaneamente ele vai retornando o rosto à água.
( ) O nadador mantém seus ombros submersos.
( ) O nadador tende a realizar uma recuperação dos braços com as mãos bem
próxima à superfície ou sobre ela (recuperação aérea) e somente coloca o
seu rosto na água no fnal da recuperação da braçada.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) II, II, II, II, II.


b) ( ) I, II, I, II, I.
c) ( ) II, II, I, I, II.
d) ( ) I, II, I, I, Il.
e) ( ) I, I, II, II, II.

161
UNIDADE 3
TÓPICO 2

NADO BORBOLETA

1 INTRODUÇÃO
O nado borboleta é o mais jovem dentre todos os existentes, tendo surgido,
ofcialmente, em 1956, por ocasião da Olimpíada de Melbourne, na Austrália. Sua
principal característica é a simultaneidade das ações motoras, na qual as pernas e
os braços atuam em paralelo, diferenciando-se dos demais nados (MANSOLDO,
2009). Segundo o autor, analisando-se essas ações motoras, não é difícil relacionar
os movimentos dos membros inferiores e dos membros superiores do nado
borboleta com a movimentação do nado crawl. Porém, seria um crawl duplo, onde
os membros inferiores e os membros superiores atuariam conjuntamente, cada um
no seu ciclo de trabalho. Melhor dizendo, em vez de os membros inferiores irem
para baixo e para cima alternadamente, o fariam de maneira conjunta, o mesmo
acontecendo com os membros superiores, que realizariam toda a movimentação
ambos ao mesmo tempo, respeitando a fase aérea e subaquática do nado.

Outro fato importante a ser comentado é o desgaste físico para a realização


do nado. Tal desgaste ocorre em função da característica dos movimentos
simultâneos de pernas e braços, que fazem com que o nadador tenha que tirar
ao mesmo tempo os dois membros superiores da água, conduzindo-os à frente
sem que toquem a superfície. Quando o nadador realiza tal movimentação, a
musculatura dorsal e dos ombros rapidamente fca fadigada, gerando o cansaço.
Destaca-se que quanto maior for a mobilidade articular da escápula, maior será
a facilidade e a economia de energia que o praticante promoverá. Para isto,
exercícios de fexibilidade e alongamento são parte integrante na execução correta
e efciente deste nado (MANSOLDO, 2009).

2 POSICIONAMENTO DO CORPO NO NADO BORBOLETA


No nado borboleta o corpo permanece na horizontal em decúbito ventral
e o nado caracteriza-se por ações simultâneas de braços e pernas. Durante o
desenvolvimento do nado borboleta, o corpo apresenta oscilações verticais
(movimento de enguia), que não devem ser excessivas para não aumentar o
arrasto (MASSAUD, 2004). De acordo com o autor, há três posições que o corpo
assume durante os ciclos de braçadas, as quais são imprescindíveis para a redução
do arrasto. Ainda conforme Massaud (2004), no nado borboleta:

163
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

• O corpo deverá estar o mais nivelado possível à superfície, durante as


varreduras para dentro e para cima, que são as fases propulsivas do nado. O
nadador conseguirá esse nivelamento procurando, durante a varredura para
dentro, elevar as pernas, e ao realizar a segunda pernada, não a executar muito
profundamente.
• O quadril deve deslocar-se para cima e para frente acima da superfície, durante
a primeira pernada, ou seja, a realizada no apoio ou varredura para fora, para
proporcionar a propulsão e o ajuste hidrodinâmico do corpo.
• A força da segunda pernada não deve ser tão grande a ponto de empurrar o
quadril sobre a superfície, porque isso iria interferir na recuperação dos braços,
mas deverá ser forte o sufciente para deixá-lo nivelado a esta.

FIGURA 78 – POSICIONAMENTO DO CORPO NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

• Em termos do posicionamento da cabeça, o rosto fca em contato com a água,


mantendo-se o nível da água na parte posterior da cabeça, ou seja, haverá
uma maior aproximação do queixo em direção ao pescoço (comparando-se ao
crawl) e um consequente abaixamento da cabeça.

FIGURA 79 – POSICIONAMENTO DA CABEÇA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

164
TÓPICO 2 | NADO BORBOLETA

3 PERNADA NO NADO BORBOLETA


A técnica da pernada utilizada no nado borboleta denomina-se “pernada de
golfnho”, pois devido à simultaneidade dos movimentos das pernas, formando uma
unidade, lembra a cauda de um golfnho (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).
Segundo os autores, os movimentos de pernas do nado borboleta são realizados
simultaneamente, com trajetórias descendente e ascendente. A trajetória descendente
da pernada inicia-se com o calcanhar dos pés alinhado com a superfície da água,
momento este em que ocorrerá uma ligeira fexão da coxa sobre o tronco e da perna
sobre a coxa, fazendo com que haja um pequeno abaixamento dos joelhos para uma
posterior extensão vigorosa da perna. Os pés deverão estar com fexão plantar e em
inversão, procurando aproveitar bem a pressão realizada pelo dorso dos pés e pelas
pernas. Este movimento deverá fazer com que os pés pressionem a água, até a uma
profundidade de, aproximadamente, 40 a 50 cm abaixo da superfície.

No movimento ascendente, por sua vez, as pernas se mantêm estendidas,


com os pés em fexão plantar realizando a pressão sobre a água, com a planta dos
mesmos (MASSAUD, 2004). De acordo com o autor, existem duas correntes que
falam sobre a ação deste movimento, quais sejam:

• Corrente 1: durante esta fase da pernada, haverá uma recuperação do movimento,


com o relaxamento na articulação do tornozelo e da musculatura da perna;
• Corrente 2: durante esta fase adquire-se propulsão, com a pressão das pernas e
da planta dos pés.

O autor supracitado considera que estas ações dependem da distância a


que se pretende nadar, pois se a distância for curta, 50 e 100 metros, é necessária
uma ação mais intensa de perna (propulsora), e com isso, a corrente 2 talvez seja
mais recomendada para a utilização nos primeiros 100 metros de uma prova de 200
metros borboleta, procurando reduzir o gasto energético.

FIGURA 80 – PERNADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

165
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

4 BRAÇADA NO NADO BORBOLETA

4.1 ENTRADA
A entrada do nado borboleta deve ser feita à frente da cabeça, com as
mãos na direção da linha dos ombros. O braço deve estar ligeiramente fexionado
(com rotação medial), com os cotovelos um pouco acima das mãos, de modo que
as pontas dos dedos sejam a primeira parte do braço a entrar na água. As mãos
devem deslizar para dentro da água, à frente, de lado, com as palmas das mãos
voltadas para fora (MASSAUD, 2004; MAGLISCHO, 2010).

FIGURA 81 – FASE DE ENTRADA DA BRAÇADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

4.2 FASE APOIO OU VARREDURA PARA FORA


O apoio ou varredura para fora no nado borboleta consiste em uma puxada
para o lado, com os braços estendidos, não deixando haver uma abertura muito
exagerada, até chegar ao agarre, onde o braço estará ligeiramente fexionado. Após
terem entrado na água, as mãos devem deslocar-se para dentro e para a frente,
durante um breve tempo, antes de fazerem o movimento curvilíneo para fora e para
a frente. Elas devem continuar esse movimento até que os braços estejam “fora” dos
ombros e fquem voltados para trás contra a água. Este é o momento do chamado
“agarre” (MASSAUD, 2004). Conforme o autor, esta fase deve caracterizar-se por
um suave alongamento dos braços para fora e à frente, com a fnalidade de colocar
as mãos e os braços em posição adequada para iniciar-se a aplicação de força a
partir do agarre, já que esse um terço inicial da braçada não é propulsivo.

FIGURA 82 – FASE DE APOIO OU VARREDURA PARA FORA NA BRAÇADA DO NADO BORBOLETA

bíceps braquial

quadríceps peitoral
reto abdominal maior
FONTE: Massaud (2004)

166
TÓPICO 2 | NADO BORBOLETA

4.3 FASE DE TRAÇÃO OU VARREDURA PARA DENTRO


Após o apoio ou varredura para fora, começa-se a fexionar os antebraços
em relação aos braços (mantendo-se os cotovelos altos), com uma trajetória das
mãos em direção à linha mediana do corpo e para o fundo. A varredura para dentro
tem uma trajetória semicircular dos braços, partindo do agarre até praticamente
se unirem sob o corpo, na direção dos ombros. Durante este movimento, de
fexão gradual dos braços, chega-se a obter um ângulo entre 90 e 100 graus, nos
cotovelos. As mãos vão realizando uma rotação interna durante esta fase, até
estarem voltadas para dentro e ligeiramente para cima (MASSAUD, 2004). De
acordo com o autor, as mãos aceleram gradativamente durante o movimento,
desde 2 m/s no agarre até velocidades de 3 a 4 m/s, ao fnal da varredura para
dentro. Esta é a primeira fase propulsiva da braçada do nado borboleta, na qual,
em algumas braçadas, há o início da elevação da cabeça para respirar (MASSAUD,
2004; MAGLISCHO, 2010).

FIGURA 83 – FASE DE TRAÇÃO OU VARREDURA PARA DENTRO NA BRAÇADA DO NADO


BORBOLETA

dorsal largo
redondo maior
glúteo maior

jarrete
peitoral
maior

reto abdominal

FONTE: Massaud (2004)

167
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

4.4 FASE DE FINALIZAÇÃO OU VARREDURA PARA CIMA


De acordo com Massaud (2004), a fase de fnalização ou varredura para
cima é um momento quando começará a existir uma maior efciência da braçada,
onde poderemos observar uma fexão do antebraço em relação ao braço, fase
em que as mãos, cotovelos e ombros deverão estar alinhados, sob o corpo (fnal
da varredura para dentro, e início desta). A partir daí haverá uma aproximação
do braço e do cotovelo ao tronco, seguida de vigorosa extensão do antebraço,
retirando-se, logo a seguir, as mãos da água, próximas ao quadril. As mãos do
nadador, que na fase anterior dirigiam-se para dentro, agora mudam de direção
e passam a se movimentar de forma semicircular para fora, para trás e para cima,
na direção da superfície da água. As palmas das mãos deverão permanecer com
uma inclinação voltada para fora e para trás durante essa fase, tendo, assim, o
dedo mínimo funcionando como bordo de ataque e o polegar como bordo de
fuga das mãos em formato de fólio. Não só as mãos auxiliam no processo de
deslocamento da água para trás, como também os antebraços, que deverão
estender-se um pouco durante a varredura para cima, mas manter-se fexionados
em cerca de 45 graus ao ser reduzida a pressão sobre a água. Não se deve fazer
uma extensão completa até que esteja em curso a fase de recuperação. Essa é a
segunda fase propulsiva da braçada (MASSAUD, 2004).

FIGURA 84 – FASE 1 DA FINALIZAÇÃO OU VARREDURA PARA CIMA NA BRAÇADA DO NADO


BORBOLETA

dorsal largo redondo maior

gastrocnêmio glúteo maior


jarrete
e sóleo

peitoral
maior

reto abdominal

FONTE: Massaud (2004)

168
TÓPICO 2 | NADO BORBOLETA

FIGURA 85 – FASE 2 DA FINALIZAÇÃO OU VARREDURA PARA CIMA NA BRAÇADA DO NADO


BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

4.5 FASE DE RECUPERAÇÃO


A fase de recuperação deverá ser realizada por meio da elevação dos
cotovelos, fexionando os antebraços em relação aos braços e projetando as mãos
à frente, com os braços passando lateralmente ao corpo, paralelos à superfície
da água. Durante a trajetória desse movimento de recuperação, desde a saída da
água até a entrada, o dedo mínimo deve permanecer acima e o polegar, abaixo
(MASSAUD, 2004). Conforme o autor, as palmas das mãos do nadador deverão
permanecer voltadas para dentro, durante a primeira metade da recuperação, e
realizar uma rotação para fora, durante a metade fnal. Os braços, por sua vez,
deverão estar o mais relaxado possível durante esta fase, até a entrada, para então
iniciar-se um novo ciclo.

Segundo Massaud (2004), alguns nadadores têm obtido êxito com o uso
de uma recuperação com os braços retos, no caso em que estes deixam a água
completamente estendidos e assim permanecem, até após ter sido efetuada a
entrada. Outros foram alçados à classe mundial usando uma técnica de fexão dos
cotovelos durante a segunda metade da recuperação. Outros ainda têm mantido
seus braços fexionados durante toda a recuperação. Qualquer dos dois últimos
métodos é recomendável, porque a entrada pode ser realizada com os cotovelos
fexionados, para ajudar a superar sua inércia durante a mudança de direção dos
braços, de dentro para fora, ao começar a varredura para fora (MASSAUD, 2004;
MAGLISCHO, 2010).

169
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FIGURA 86 – FASE DE RECUPERAÇÃO NA BRAÇADA DO NADO BORBOLETA


tríceps braquial
deltóide

reto anterior
reto abdominal
FONTE: Massaud (2004)

5 RESPIRAÇÃO NO NADO BORBOLETA


Durante o momento em que o rosto permanece dentro da água, o nadador
realizará a expiração, através da boca, nariz ou boca/nariz. A inspiração deve
ser realizada logo após a expiração, através de uma ligeira elevação da cabeça,
mantendo-se o queixo apoiado na água (respiração frontal) (MASSAUD, 2004).
Conforme o autor, alguns nadadores têm preferido a respiração lateral.

O nadador fará a inspiração, durante a varredura para cima, e, para isso,


ao realizar a varredura para dentro, começar a projetar sua cabeça para cima e
para frente. Após ter inspirado, ele, ao recuperar os braços, deverá devolver o
rosto e a cabeça à água, durante a primeira metade da recuperação, facilitando o
posicionamento do corpo e a recuperação dos braços (MASSAUD, 2004).

Para o autor supracitado, a respiração pode ser classifcada de acordo com


o número de braçadas realizadas para cada inspiração, isto é:

• Respiração na primeira braçada – 1x1 (um por um). Esta não é indicada para
alunos iniciantes.
• Respiração na segunda braçada – 2x1 (dois por um).
• Respiração na terceira braçada – 3x1 (três por um), e assim sucessivamente.

6 COORDENAÇÃO NO NADO BORBOLETA

6.1 COORDENAÇÃO BRAÇOS/PERNAS


NO NADO BORBOLETA
A coordenação braços/pernas no nado borboleta deve ser realizada de
forma que para cada ciclo de braçada (um movimento completo de ambos os
braços, em suas fases aquáticas e de recuperação) se realizem dois movimentos

170
TÓPICO 2 | NADO BORBOLETA

de pernas e que os pontos máximos descendentes destas pernadas coincidam,


conforme descreve Massaud (2004):

• A primeira pernada na entrada ou com o início do apoio ou varredura para


fora.
• A segunda na fnalização da braçada ou varredura para cima.

FIGURA 87 – FASE DE COORDENAÇÃO NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

7 SAÍDA NO NADO BORBOLETA


As saídas nas provas de nado borboleta são realizadas seguindo os
mesmos procedimentos das provas de crawl (MASSAUD, 2004).

De acordo com Palmer (1990), o regulamento do estilo borboleta diz que o


corpo deve ser mantido perfeitamente sobre o peito e ambos alinhados à superfície
da água. O toque na virada, ou no fnal da prova, deve ser feito com ambas as
mãos, simultaneamente, no mesmo nível e com os ombros na posição horizontal
(PALMER, 1990). Conforme o autor, depois da saída e das viradas é permitido ao
nadador dar uma ou mais pernadas e uma ou mais braçadas embaixo da água
que devem levá-lo à superfície da água.

171
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

7.1 APROXIMAÇÃO
A aproximação ao ponto de virada deve acontecer em velocidade total. O
nadador deve esforçar-se em avaliar o ritmo do nado de forma que o movimento fnal,
antes da virada, resulte nos braços totalmente estendidos à frente (PALMER, 1990).

7.2 TOQUE/ROTAÇÃO/IMPULSO E DESLIZAMENTO


Todos estes movimentos são idênticos aos realizados no nado peito.
A extensão do deslizamento deve ser menor, contudo, devido à velocidade,
geralmente maior, do estilo borboleta (PALMER, 1990).

7.3 MOVIMENTOS INICIAIS DO NADO


O regulamento do nado borboleta estabelece que o nadador pode dar
uma ou mais pernadas, mas apenas uma única braçada, sendo a subsequente
recuperação por sobre a superfície (PALMER, 1990). De acordo com o autor,
a puxada do braço é similar àquela usada na virada do estilo peito, mas é um
movimento inicial das mãos direcionado para baixo, que leva o nadador de volta
à superfície. Deve ser usado o mesmo tipo de técnica de respiração do estilo peito.

8 VIRADA NO NADO BORBOLETA


Nas viradas do nado borboleta, os ombros não precisam estar paralelos à
superfície da água. Seguem os passos indicados por Massaud (2004, p. 190) para
a virada do nado borboleta:

• O nadador, ao se aproximar da borda para realizar sua virada, deverá


ajustar o ritmo de braçadas, de forma que toque na mesma com as duas
mãos, simultaneamente, e com os braços estendidos. A mão do braço que
irá sair da borda primeiro deverá realizar o toque um pouco mais abaixo,
em relação à outra.

FIGURA 88 – FASE 1 DA VIRADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

172
TÓPICO 2 | NADO BORBOLETA

• Após o toque na borda, ele deverá retirar rapidamente um dos braços, numa
ação semelhante a uma cotovelada, por dentro da água e junto ao corpo,
direcionando este braço à borda oposta à virada. Durante o movimento citado
acima, paralelamente as pernas estarão fexionando e se dirigindo à borda do
lado, juntamente com o quadril.

FIGURA 89 – FASE 2 DA VIRADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

• O outro braço, que não havia saído da borda, deverá realizar uma ligeira
ação de pressão à borda, auxiliando a sua recuperação, fexionando sobre a
cabeça. Um pouco antes de o braço passar por sobre a cabeça, o nadador fará
a respiração para, logo a seguir, em decúbito lateral submerso, unir as mãos
para realizar o impulso na borda. É bom lembrar que no momento em que as
mãos se juntam à frente do corpo, os pés estarão tocando na borda, mesma
profundidade do quadril, com as pernas em um ângulo de aproximadamente
90 graus.

173
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FIGURA 90 – FASE 3 DA VIRADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

• Após o impulso, o nadador deverá iniciar o trabalho de pernadas semelhante


ao da saída, até no máximo à distância de 15 metros, tendo-se como referência a
cabeça.

FIGURA 91 – FASE 4 DA VIRADA NO NADO BORBOLETA

FONTE: Massaud (2004)

174
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, você viu que:

● O nado borboleta é o mais jovem dentre todos os estilos, tendo surgido ofcialmente
em 1956, por ocasião da Olimpíada de Melbourne, na Austrália.

● A principal característica do nado peito é a simultaneidade das ações motoras,


pois neste estilo as pernas e os braços atuam em paralelo, diferenciando-se dos
demais nados.

● Um fator importante do nado borboleta é o desgaste físico para a sua realização.


Tal desgaste ocorre em função da característica dos movimentos simultâneos de
pernas e braços, que fazem com que o nadador tenha que tirar ao mesmo tempo
os dois membros superiores da água, conduzindo-os à frente sem que toquem a
superfície.

● No nado borboleta a posição do corpo permanece na horizontal em decúbito


ventral.

● A técnica da pernada utilizada no nado borboleta denomina-se “pernada de


golfnho”, devido à simultaneidade dos movimentos das pernas.

● Os movimentos de pernas do nado borboleta são realizados simultaneamente,


com trajetórias descendente e ascendente.

● A braçada do nado borboleta possui várias fases, são elas: entrada, apoio ou
varredura para fora, tração ou varredura para dentro, fnalização ou varredura
para cima e recuperação.

● Quanto à respiração do nado borboleta, durante o momento em que o rosto


permanece dentro da água, o nadador realizará a expiração, através da boca, nariz
ou boca/nariz. A inspiração deve ser realizada, logo após a expiração, através de
uma ligeira elevação da cabeça, mantendo-se o queixo apoiado na água.

● A coordenação braços/pernas no nado borboleta deve ser realizada de forma que


para cada ciclo de braçada se realizem dois movimentos de pernas, e que os pontos
máximos descendentes destas pernadas coincidam.

● As saídas nas provas de nado borboleta são idênticas às das provas de crawl.

● Nas viradas do nado borboleta, os ombros não precisam estar paralelos à superfície
da água.

175
AUTOATIVIDADE

1 Descreva em qual ano e em que ocasião surgiu o nado borboleta.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 Qual é a principal diferença que se estabelece entre o nado borboleta e os


demais estilos de nado?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 O desgaste físico é uma questão muito importante na realização do nado


borboleta, explique por que motivo.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 Considerando os elementos que constituem o posicionamento corporal no


nado borboleta, leia atentamente as frases e marque V para aquelas que
forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) No nado borboleta o corpo permanece na horizontal em decúbito ventral.


( ) O quadril deve deslocar-se para cima e para frente acima da superfície,
durante a primeira pernada, ou seja, a realizada no apoio ou varredura
para fora, para proporcionar a propulsão e o ajuste hidrodinâmico do
corpo.
( ) O corpo deverá estar o mais nivelado possível à superfície, durante as
varreduras para dentro e para cima, que são as fases propulsivas do nado.
O nadador conseguirá esse nivelamento procurando, durante a varredura
para dentro, levantar as pernas, e ao realizar a segunda pernada, não a
executar muito profundamente.
( ) Durante o desenvolvimento do nado borboleta, o corpo apresenta
oscilações horizontais.
( ) Em termos do posicionamento da cabeça, o rosto fca em contato com
a água, mantendo-se o nível da água na parte posterior da cabeça, ou
seja, haverá uma maior aproximação do queixo em direção ao pescoço
(comparando-se ao crawl) e um consequente abaixamento da cabeça.

176
Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

5 A técnica da pernada utilizada no nado borboleta denomina-se “pernada de


golfnho”, sobre isto, leia atentamente as frases a seguir e marque V para
aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) Os movimentos de pernas do nado borboleta são realizados


simultaneamente, com trajetórias descendente e ascendente.
( ) A trajetória descendente da pernada inicia-se com o calcanhar dos pés
alinhado com a superfície da água, momento este em que ocorrerá uma
ligeira fexão da coxa sobre o tronco e da perna sobre a coxa, fazendo
com que haja um pequeno abaixamento dos joelhos para uma posterior
extensão vigorosa da perna. Os pés deverão estar com fexão plantar e
em inversão, procurando aproveitar bem a pressão realizada pelo dorso
dos pés e pelas pernas. Este movimento deverá fazer com que os pés
pressionem a água, até a uma profundidade de, aproximadamente, 40 a
50 cm abaixo da superfície.
( ) No movimento ascendente, as pernas se mantêm estendidas, com os pés
em fexão plantar realizando a pressão sobre a água, com a planta dos
mesmos.
( ) Existem duas correntes que falam sobre a ação deste movimento, quais
sejam: corrente 1: durante esta fase da pernada haverá uma recuperação
do movimento, com o relaxamento na articulação do tornozelo e da
musculatura da perna; corrente 2: durante esta fase adquire-se propulsão,
com a pressão das pernas e da planta dos pés.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, V, V.
c) ( ) F, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

6 No que concerne à respiração do nado borboleta, leia atentamente as frases a


seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O nadador fará a expiração durante a varredura para cima, e, para isso, ao


estar realizando a varredura para dentro, começar a projetar sua cabeça
para cima e para frente.

177
( ) Durante o momento em que o rosto permanece dentro da água, o nadador
realizará a expiração, através da boca, nariz ou boca/nariz.
( ) A inspiração deve ser realizada, logo após a expiração, através de uma
ligeira elevação da cabeça, mantendo-se o queixo apoiado na água.
( ) A respiração pode ser classifcada de acordo com o número de braçadas
realizadas para cada inspiração, por exemplo: respiração na primeira
braçada – 1x1 (um por um), respiração na segunda braçada – 2x1 (dois por
um), e assim por diante.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F.
b) ( ) F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) F, V, V, V.

7 Cite quais são as cinco fases da braçada do nado borboleta:


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8 A braçada do nado borboleta é composta por cinco fases. Considerando


os elementos que circunscrevem estas diferentes fases, leia atentamente as
frases a seguir e assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Após terem entrado na água, as mãos devem deslocar-se para dentro


e para trás, durante um breve tempo, antes de fazerem o movimento
curvilíneo para fora e para a frente.
b) ( ) A entrada do nado borboleta deve ser feita à frente da cabeça, com as
mãos na direção da linha dos ombros.
c) ( ) O apoio ou varredura para fora no nado borboleta consiste em uma
puxada para o lado, com os braços estendidos, não deixando haver uma
abertura muito exagerada, até chegar ao agarre, onde o braço estará
ligeiramente fexionado.
d) ( ) A varredura para dentro tem uma trajetória semicircular dos braços,
partindo do agarre até praticamente se unirem sob o corpo, na direção
dos ombros. Durante este movimento, de fexão gradual dos braços,
chega-se a obter um ângulo entre 90 e 100 graus, nos cotovelos. As
mãos vão realizando uma rotação interna durante esta fase, até estarem
voltadas para dentro e ligeiramente para cima.
e) ( ) A fase de fnalização ou varredura para cima é um momento quando
começará a existir uma maior efciência da braçada, onde poderemos
observar uma fexão do antebraço em relação ao braço, fase em que as
mãos, cotovelos e ombros deverão estar alinhados, sob o corpo (fnal
da varredura para dentro, e início desta). A partir daí haverá uma

178
aproximação do braço e do cotovelo ao tronco, seguida de vigorosa
extensão do antebraço, retirando-se, logo a seguir, as mãos da água,
próximas ao quadril.

9 Nas viradas do nado borboleta, os ombros não precisam estar paralelos à


superfície da água. Leia atentamente as afrmações a seguir e, posteriormente,
insira I nas frases que apresentam procedimentos corretos e II para aquelas
que apresentam procedimentos inadequados para a realização da virada do
nado borboleta.

( ) O nadador, ao se aproximar da borda para realizar sua virada, deverá


ajustar o ritmo de braçadas, de forma que toque na mesma com as duas
mãos, simultaneamente, e com os braços estendidos. A mão do braço que
irá sair da borda primeiro deverá realizar o toque um pouco mais abaixo,
em relação à outra.
( ) A virada do nado borboleta é idêntica à virada do nado crawl.
( ) Após o toque na borda, ele deverá retirar rapidamente um dos braços,
numa ação semelhante a uma cotovelada, por dentro da água e junto
ao corpo, direcionando este braço à borda oposta à virada. Durante o
movimento citado acima, paralelamente as pernas estarão fexionando e
se dirigindo à borda do lado, juntamente com o quadril.
( ) O outro braço, que não havia saído da borda, deverá realizar uma ligeira
ação de pressão à borda, auxiliando a sua recuperação, fexionando sobre
a cabeça. Um pouco antes de o braço passar por sobre a cabeça, o nadador
fará a respiração para, logo a seguir, em decúbito lateral submerso, unir as
mãos para realizar o impulso na borda.
( ) Após o impulso, o nadador deverá iniciar o trabalho de pernadas
semelhante ao da saída, até no máximo à distância de 15 metros, tendo-se
como referência a cabeça.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) II, II, II, II, II.


b) ( ) I, II, I, II, I.
c) ( ) II, II, I, I, II.
d) ( ) I, II, I, I, I.
e) ( ) I, I, II, II, II.

10 Explique a coordenação braços/pernas do nado borboleta.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

179
UNIDADE 3
TÓPICO 3

REGRAS COMPETITIVAS

1 INTRODUÇÃO
A Federação Internacional de Natação (FINA) é a entidade reconhecida pelo
Comitê Olímpico Internacional (COI), responsável por administrar competições
internacionais nos desportos aquáticos. A FINA foi fundada em 19 de julho de
1908, no Hotel de Manchester, em Londres, no fnal dos Jogos Olímpicos de Verão
de 1908, pelas federações belga, britânica, dinamarquesa, fnlandesa, francesa,
alemã, húngara e sueca.

Atualmente, a sede da FINA fca em Lausanne, na Suíça. O presidente


atual da Federação é o uruguaio Julio César Maglione. A Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos, fundada em 21 de outubro de 1977, fliada à Federação
Internacional de Natação e ao Comitê Olímpico Brasileiro, segue as regras
da FINA para as competições de natação, as quais são apresentadas a seguir,
conforme a CBDA (2017).

2 AS REGRAS PARA COMPETIÇÕES DE NATAÇÃO


BL 6 – OFICIAIS FINA

A idade máxima dos ofciais (juízes, juiz de partida e árbitro geral) quando
atuarem em campeonatos ou competições da FINA, exceto os ofciais de máster
e polo aquático, é sessenta e cinco (65) anos no ano da competição. Para polo
aquático, o limite de idade é de cinquenta e cinco (55) anos no ano da competição.
Ofciais da lista de árbitros internacionais da FINA, árbitro geral, juiz ou juízes
de partida acima dessa idade terão direito de arbitrar até o fm da sua nomeação.

BL 7 – PUBLICIDADE EM CAMPEONATOS MUNDIAIS DA FINA E


COMPETIÇÕES DA FINA PREÂMBULO

Identifcação na regra da FINA GR 6.1 signifca que a exibição normal


do nome, denominação, marca registrada, logotipo ou qualquer outro sinal
distintivo do fabricante do item ou de qualquer outro anunciante é permitida de
acordo com esta regra.

181
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

BL 7.1 Publicidade

Identifcação de publicidade que surge no traje, equipamentos de deck da


piscina e uniformes de ofciais nos campeonatos e competições da FINA, com
exceção para FINA World Masters Championships, é permitido o seguinte:

BL 7.1.1 Trajes

Um logotipo (1) do fabricante de um tamanho máximo de 30 cm² quando


usado. Onde são usados trajes de uma peça, dois (2) logotipos do fabricante serão
permitidos, um acima da cintura e um abaixo da cintura, de um tamanho máximo
de 30 centímetros quadrados cada em caso de desgaste. Estes dois (2) logotipos
do fabricante não poderão ser colocados imediatamente adjacentes uns aos
outros. Onde são usados trajes de duas peças, os dois (2) logotipos do fabricante
devem ser colocados em uma parte cada. O logotipo deve ser calculado tendo em
consideração toda a superfície do logotipo.

Um logotipo (1) do patrocinador de um máximo de 30 cm² quando usado.

Uma (1) bandeira e um (1) país, ou código, de um tamanho máximo de 50


cm² quando usado. Repetições da bandeira nacional, elementos da mesma ou as
cores da bandeira nacional, incluído como um elemento de design do maiô, não
deve ser considerado sob esta regra.

BL 7.1.2 Toucas de natação

• Um logotipo (1) do fabricante de um tamanho máximo de 20 cm² na parte


dianteira.
• Um (1) bandeira e/ou nome do país (código) de um tamanho máximo de 32
cm². O lado em que o nome da bandeira e do país (código) deve ser impresso
será aconselhado pela FINA.
• Para o Campeonato da FINA um (1) logo do tamanho decidido pela FINA em
uma base, caso a caso com o patrocinador da FINA. O lado em que o logotipo
do patrocinador deve ser impresso será aconselhado pela FINA.
• Para a competição FINA, 1 (um) a bandeira e/ou nome do país (código) de um
tamanho máximo de 32cm² pode ser impresso duas vezes (o que signifca que
o nome da bandeira e do país pode aparecer em ambos os lados da tampa). Isto
será aconselhado pela FINA, sempre que aplicável.
• Nome de atleta de um tamanho máximo de 20 cm². O nome do atleta deverá ser
impresso no mesmo lado que o nome da bandeira e do país (código). Imprimir
o nome dos atletas não é obrigatório.
• É permitido usar dois (2) toucas. Ambas as tampas devem respeitar as regras
de publicidade.

BL 7.1.4 Óculos

· Dois logos (2) do fabricante de um tamanho máximo de 6 cm² cada são


permitidos em óculos de proteção, mas apenas no quadro ou banda.
182
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

BL 7.1.5 Identifcação de atletas

• O tamanho máximo da identifcação será de 24 cm (largura) x 20 cm (altura).


• A altura dos dígitos na identifcação não deve ser inferior a seis centímetros e
não mais de 10 centímetros.
• A altura máxima da identifcação acima dos algarismos são 6 cm. A identifcação
pode exibir o nome/logotipo do Patrocinador da FINA.
• A altura máxima da identifcação abaixo dos dígitos são quatro centímetros. A
identifcação pode exibir o nome/logotipo da cidade sede e no ano.
• Os identifcadores serão impressos a cores adequadas, a fm de garantir a
máxima visibilidade dos dígitos.
• O identifcador deve ser usado totalmente visível durante a introdução e
adjudicação cerimoniais dos atletas.

Um atleta que remover o identifcador antes de ser apresentado no início


do evento ou antes da conclusão da cerimônia de vitória pode ser desclassifcado.
Apenas um patrocinador FINA pode ser exibido em identifcadores. No entanto,
pode haver um promotor para os homens e outro para as mulheres nos mesmos
campeonatos.

BL 7.1.6 Equipamentos no deck da piscina

• Um máximo de 2 (duas) identifcações de publicidade, um dos quais deve ser


do fabricante e o outro de um patrocinador são permitidas, com um tamanho
máximo de 40 cm² cada quando usado para qualquer um dos itens de vestuário
listados abaixo, e um tamanho máximo de 6 cm² cada um para qualquer um
dos acessórios e itens de equipamentos listados abaixo. Identifcação na roupa
deve ser colocada no lado superior. Para itens de vestuário – partes superiores
somente, o logotipo do fabricante (uma marca de design máximo de 8 cm
de largura) pode ainda ser apresentada na forma de uma tira em uma das
seguintes posições: a) em torno da parte inferior de ambas as mangas; ou b)
centrado para baixo a costura exterior de ambas as mangas (a partir da gola em
toda a parte superior dos ombros para baixo para a parte inferior da manga).

BL 7.1.8

A FINA reserva-se o direito de solicitar, das Federações que participam


de Campeonatos e Competições da FINA, a apresentação de identifcação de
publicidade, de acordo com a regra, para exame e aprovação da FINA antes do
início do evento.

BL 8 – TRAJES DE NATAÇÃO

BL 8.1 – O traje de natação aprovado pela FINA para ser usado nos Jogos
Olímpicos e Campeonato Mundial – FINA deve ser aprovado pela FINA doze
(12) meses antes do início da competição. Além disso, deve estar disponível para
todos os competidores em 1º de janeiro do ano da realização dos Jogos Olímpicos
e Campeonatos Mundial FINA.
183
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

BL 8.2 – Os competidores devem usar apenas trajes com uma ou duas


peças. Nenhum item adicional como ligaduras nos braços ou pernas deve ser
considerado parte do traje.

BL 8.3 – A partir de 1º de janeiro de 2010, o traje para os homens não deve


passar acima do umbigo e nem também abaixo do joelho e para as mulheres não
deve cobrir o pescoço, passar dos ombros e nem passar do joelho. Todo traje deve
ser confeccionado com material têxtil.

BL 9 JOGOS OLÍMPICOS, Campeonatos Mundiais e Campeonatos Mundiais


de Natação (25m) PREÂMBULO

O programa de eventos nos Jogos Olímpicos estabelecidos pelo COI


sob proposta do Bureau da FINA será anunciado logo que ele foi aprovado. O
programa de eventos no Campeonato Mundial será como no GR 9.6.

BL 9.1 Ofciais

Os juízes nomeados devem ser da mesma nacionalidade que a Federação


Membro da FINA, assinar o formulário e estarem certifcados pelo respectivo
Comitê Técnico. Os Comitês Técnicos da FINA irão propor ofciais técnicos (juízes
e árbitros) para atuar nos Jogos Olímpicos ou Campeonatos Mundiais das atuais
listas de ofciais da FINA na respectiva disciplina, para aprovação pelo Bureau
da FINA ou FINA Executivo. Para não comparecimento de ofciais técnicos
nomeados da respectiva Federação será multado 2'000 francos suíços.

BL 9.3.6 Natação

A idade mínima para nadadores competindo nos Jogos Olímpicos,


Campeonatos Mundiais da FINA e da FINA Campeonatos Mundiais de Natação
(25m) deve ser o mesmo que a idade mínima para as FINA World Junior
Swimming Championships: mulheres, 14 anos de idade, e os homens, 15 anos de
idade, no ano de competição, exceto atletas mais jovens podem participar nessas
competições se eles têm conseguido, pelo menos, o tempo padrão "B" de entrada
no respectivo evento.

GR 5 – TRAJES

GR 5.1 – Os trajes de todos nadadores (maiô/sunga, touca e óculos) devem


estar de acordo com a moral e ser apropriado para cada esporte e não podem usar
qualquer símbolo considerado ofensivo.

GR 5.2 – O traje não pode ser transparente.

GR 5.3 – O árbitro geral da competição tem autoridade para excluir


qualquer competidor cujo traje ou símbolos no corpo não estejam de acordo com
esta regra.

184
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

GR 5.4 – Antes que um traje com um novo modelo, nova concepção, ou


novo material seja utilizado em competição, o fabricante deverá submetê-lo à
FINA e obter a sua aprovação da FINA.

GR 6 – PUBLICIDADE

GR 6.1 – Identifcação na forma de logotipos nos trajes, isto é, maiô, sunga,


toucas e óculos, e nos equipamentos a utilizar no deck da piscina, como agasalhos,
uniformes ofciais das equipes, chinelos, toalhas e mochilas, é permitida de
acordo com o regulamento By – Laws (BL 7). O traje de duas peças, em relação à
publicidade será considerado como um. O nome e a bandeira ou código do país
do nadador não devem ser considerados como publicidade.

GR 6.2 – A publicidade sobre o corpo não é permitida, de nenhuma forma,


qualquer que seja.

GR 6.3 – Publicidade de tabaco ou álcool não é permitida.

GR7 – SUBSTITUIÇÕES, DESCLASSIFICAÇÕES E FALTAS

GR 7.1 – Qualquer nadador inscrito pode ser substituído por outro nadador
inscrito durante a reunião dos chefes de delegação. É obrigatória a presença de
um representante de cada Federação na reunião dos chefes de delegação. Faltar
à reunião implicará o pagamento de uma multa no valor de 100 francos suíços.

GR 7.2 – Em todos os esportes aquáticos, exceto o polo aquático, um


nadador ou equipe que não deseje participar das semifnais ou fnais, para a qual
foi classifcado, deverá retirar-se nos 30 minutos seguintes às eliminatórias ou
semifnais da prova em que obteve essa classifcação. A Federação de qualquer
nadador que se retire da eliminatória, depois da reunião dos chefes de delegação,
ou que se retire da semifnal ou fnal, após o prazo de 30 minutos das eliminatórias
ou semifnais em que se classifcou, deverá pagar ao tesoureiro, sem perdão, a
multa na quantia de 100 francos suíços; no caso de revezamento, dueto, equipe
ou associação, o valor será de 200 francos suíços.

GR 7.4 – Na natação, saltos ornamentais e nado sincronizado, quando


um atleta que tenha participado das semifnais ou fnais seja desclassifcado por
qualquer razão, incluindo controle médico, a posição por este obtida na semifnal
ou fnal será dada ao outro atleta que o segue e todos os atletas avançarão um
lugar. Se a desclassifcação ocorre depois da premiação, estas premiações serão
devolvidas e entregues aos atletas correspondentes, aplicando os procedimentos
mencionados.

GR 7.5 – Se um erro de um ofcial seguir um erro de um atleta, este poderá


ser relevado.

185
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

GR 8 – PROIBIDO FUMAR

Em todas as provas internacionais não é permitido fumar em qualquer


área destinada aos atletas, antes ou durante a competição.

GR 9.2 – PROTESTOS

GR 9.2.1 – Os protestos são possíveis:

a) se as regras e os regulamentos da prova não forem seguidos,


b) se outras condições puserem em perigo a prova e/ou os atletas, ou,
c) contra decisões do árbitro; no entanto, não será permitido realizar um protesto
contra a decisão de fato.

GR 9.2.2 – Os protestos devem ser apresentados:

a) ao árbitro,
b) por escrito num Formulário FINA,
c) pelo chefe da delegação,
d) com depósito de 100 francos suíços, ou equivalente,
e) até 30 minutos após a conclusão da prova.

Se condições que podem levar a um protesto são percebidas previamente


à competição, um protesto deverá ser entregue antes de o sinal de partida ser
dado.

GR 9.2.3 – Todos os protestos devem ser analisados pelo árbitro. Se ele


rejeitar o protesto, deve justifcar sua decisão. O chefe da delegação pode recorrer
da rejeição ao júri de apelação, cuja decisão será defnitiva. Nos Jogos Olímpicos
e Campeonatos Mundiais, a comissão de cada esporte deve considerar o protesto
e dar recomendação ao júri de apelação.

GR 9.2.4 – Se o protesto for indeferido, o depósito será feito para entidade


promotora da competição. Se o protesto for considerado procedente, o depósito
será devolvido.

GR 9.6 – PROGRAMAÇÃO

GR 9.6.1 – Programação de eventos

186
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

FIGURA 92 – GR 9.6.1.1 – NATAÇÃO – CAMPEONATO MUNDIAL (25M)

Homens Moças
Nado livre 50m, 100m, 200m, 50m, 100m, 200m,
400m, 800m*, 1.500m 400m, 800m, 1.500m*
Nado costas 50m*, 100m, 200m 50m*, 100m, 200m
Nado peito 50m*, 100m, 200m 50m*, 100m, 200m
Nado borboleta 50m*, 100m, 200m 50m*, 100m, 200m
Medley 200m, 400m 200m, 400m
Revezamentos:
Livre 4x100m, 4x200m 4x100m, 4x200m
Medley 4x100m 4x100m
Misto 4x100m livre e 4x100m medley
FONTE: CBDA (2017)

• Eliminatórias, semifnais e fnais podem ser nadadas em 10 raias.

FIGURA 93 – GR 9.6.1.2 – NATAÇÃO – CAMPEONATOS MUNDIAIS (50M)


Homens Moças
Nado livre 50m, 100m, 200m, 50m, 100m, 200m,
400m, 1.500m 400m, 800m
Nado costas 50m, 100m, 200m 50m, 100m, 200m
Nado peito 50m, 100m, 200m 50m, 100m, 200m
Nado borboleta 50m, 100m, 200m 50m, 100m, 200m
Medley Individual 100m, 200m, 400m 100m, 200m, 400m
Revezamentos:
Livre 4x50m, 4x100m, 4x200m 4x50m, 4x100m, 4x200m
Medley 4x50m, 4x100m 4x50m, 4x100m
Misto 4x50m livre e 4x50m medley
FONTE: CBDA (2017)

• Eliminatórias, semifnais e fnais podem ser nadadas em 10 raias.

GR 9.7 – PREMIAÇÃO – CAMPEONATOS MUNDIAIS

GR 9.7.1 – Medalhas: serão concedidas medalhas de ouro, prata e bronze


aos três primeiros lugares nas provas individuais e nos revezamentos.

187
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

Diplomas:

• Serão concedidos diplomas a todos os oito fnalistas em provas individuais e


para os seis primeiros revezamentos, quando da utilização de oito raias.
• Serão concedidos diplomas a todos os 10 fnalistas em provas individuais e
para os oito primeiros revezamentos, quando da utilização de 10 raias.

GR 9.8 – PONTUAÇÃO

Somente em campeonatos mundiais são concedidos pontos a todos os


fnalistas, de acordo com a seguinte pontuação:

GR 9.8.1 – Natação

• Provas individuais com oito raias:


Colocações 1-16: 18, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 10, 8, 7, 6, 5, 4, 3. 2, 1 pontos.

• Revezamentos com oito raias:


Colocações 1-8: 36, 32, 30, 28, 26, 24, 22, 20.

• Provas individuais com 10 raias:


Colocações 1-20: 22, 20, 19, 18, 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1.

• Revezamentos com 10 raias:


Lugares 1-10: 40, 36, 34, 32, 30, 28, 26, 24, 22, 20 pontos.

REGRAS PARA CATEGORIAS DE IDADES

SWAG 1 – As federações podem adotar as suas próprias regras para as


categorias de idade, utilizando os regulamentos da FINA.

W 1 – ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES

SW 1.1 – O Comitê Organizador designado pela entidade responsável pela


competição terá jurisdição sobre todos os assuntos que não sejam atribuídos pelas
regras à competência dos árbitros, juízes ou outros ofciais e terá competência
para adiar competições de acordo com as regras adotadas para a condução de
qualquer competição.

SW 1.2 – Nos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, o Bureau da FINA


nomeará o seguinte número mínimo de ofciais para o controle das competições:

• Árbitro geral (2)


• Supervisor da mesa de controle (1)
• Juízes de nado (4)
• Juízes de partida (2)
• Chefe dos juízes de viradas (2, 1 em cada cabeceira da piscina)

188
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

• Juízes de viradas (1 em cada raia nas duas cabeceiras da piscina)


• Anotador chefe (1)
• Banco de controle (2)
• Locutor (1)

SW 1.2.1 – Para todas as outras competições internacionais, a entidade


responsável pela competição designará o mesmo número ou um número menor
de ofciais, sujeito à aprovação da respectiva autoridade regional ou internacional,
conforme o caso.

SW 1.2.2 – Quando o equipamento eletrônico não estiver disponível, esse


equipamento deve ser substituído pelo cronometrista chefe, três (3) cronometristas
por raia e dois (2) cronometristas adicionais.

SW 1.2.3 – Um juiz de chegada chefe e juízes de chegada podem ser


utilizados quando o equipamento eletrônico e/ou 3 (três) cronômetros digitais
por raia não são usados.

SW 1.3 – A piscina e o equipamento técnico para os Jogos Olímpicos e


Campeonatos Mundiais devem ser inspecionados e aprovados com a devida
antecedência em relação à competição pelo delegado da FINA, juntamente com
um membro do Comitê Técnico de natação.

SW 1.4 – Sempre que o equipamento vídeo subaquático é utilizado pela


televisão, o equipamento deve ser operado por controle remoto e não deve
obstruir a visão ou o curso dos nadadores e não deve alterar a confguração da
piscina ou obstruir as marcações exigidas pela FINA.

SW 2 – OFICIAIS

SW 2.1 – Árbitro geral

SW 2.1.1 – O árbitro geral deve ter completo controle e autoridade sobre


todos os juízes, aprovar as suas atribuições de funções e instruí-los acerca de todas
as características e regras especiais relacionadas às competições. Ele deve fazer
respeitar todas as regras e determinações da FINA e decidirá todas as questões
relacionadas com a condução do evento, prova ou competição, cuja decisão fnal
não esteja prevista nas regras.

SW 2.1.2 – O árbitro geral pode intervir na competição, em qualquer


momento, para fazer observar as Regras da FINA e deve julgar todos os protestos
referentes à competição em curso.

SW 2.1.3 – Quando atuarem juízes de chegada e não houver três (3)


cronômetros digitais, o árbitro geral estabelecerá a classifcação sempre que
necessário. Se houver aparelhagem automática e estiver funcionando, deverá ser
consultada conforme a SW 13.

189
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

SW 2.1.5 – No início de cada prova, o árbitro geral, por meio de uma série
de apitos curtos, convidará os nadadores a tirarem todas as roupas, exceto o
traje de natação, seguindo-se de um apito longo, indicando aos nadadores que
devem tomar os seus lugares nos blocos de partida (ou, para o nado de costas e
revezamento medley, entrar imediatamente na água). Um segundo apito longo
indicará aos nadadores, no nado de costas e nos revezamentos medley, que se
coloquem imediatamente na posição de partida. Assim que os nadadores e os
juízes estiverem preparados para a partida, o árbitro geral indicará ao juiz de
partida, com um braço estendido que os nadadores estão ao seu controle. O
árbitro geral deverá permanecer com braço estendido até que a partida seja dada.

SW 2.1.6 – Uma desclassifcação por sair antes do sinal de partida deve


ser observada e confrmada tanto pelo juiz de partida quanto pelo árbitro geral.
(Recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 2.1.7 – O árbitro geral desclassifcará qualquer nadador por qualquer


outra infração às regras que observar pessoalmente. O árbitro pode também
desclassifcar qualquer nadador por qualquer violação reportada a ele por
qualquer outro ofcial autorizado. Todas as desclassifcações estão sujeitas à
decisão do árbitro geral (Congresso Extraordinário FINA, Doha, Qatar, 2014).

SW 2.2 – Supervisor da mesa de controle

SW. 2.2.1 – O supervisor deverá verifcar a operação da cronometragem


automática, olhando se necessário as câmeras de vídeo.

SW 2.1.4 – O árbitro geral assegurar-se-á de que todos os ofciais estão nos


respectivos lugares para a realização da competição. Ele pode nomear substitutos
para os ausentes, incapacitados de atuar ou julgados incompetentes. Pode
aumentar, se necessário, o número de ofciais.

SW 2.2.2 – O supervisor é responsável de verifcar os resultados do


computador.

SW 2.2.3 – O supervisor é responsável por verifcar a impressão das trocas


dos revezamentos e comunicar ao árbitro as escapadas.

SW 2.2.4 – O supervisor poderá rever o vídeo para confrmar os tempos


das escapadas.

SW 2.2.5 – O supervisor controlará as desistências após as eliminatórias


ou fnais, registrará os resultados em impressos ofciais, listará todos os novos
recordes estabelecidos e manterá as pontuações, quando for o caso.

SW 2.3 – Juiz de partidas

SW 2.3.1 – O juiz de partidas terá total controle sobre os nadadores a partir


do momento em que o árbitro geral lhe entregar a prova (SW 2.1.5) e até o início
da prova. A partida deverá ser dada de acordo com SW 4.

190
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 2.3.2 – O juiz de partidas comunicará ao árbitro geral todo o nadador


que atrasar a partida, que desobedecer voluntariamente a ordem ou qualquer
comportamento de má conduta que estiver acontecendo na hora da partida, mas
só o árbitro geral poderá desclassifcar um nadador pela demora, desobediência
voluntária ou má conduta.

SW 2.3.3 – O juiz de partidas terá autoridade para decidir se a partida é


correta, sujeito apenas à decisão do árbitro geral.

SW 2.3.4 – Ao iniciar uma prova, o juiz de partidas deve estar no lado


da piscina, aproximadamente a cerca de cinco (5) metros da borda de partida,
onde os cronometristas possam ver e/ou ouvir o sinal de partida e os nadadores
possam ouvir o sinal.

SW 2.4 – Banco de controle

SW 2.4.1 – Juiz do banco de controle reunirá os nadadores antes de cada


prova.

SW 2.4.2 – O juiz do banco de controle deverá comunicar ao árbitro geral


qualquer violação relativa a publicidade (GR 6) e se um nadador não estiver
presente no momento da chamada.

SW 2.5 – Chefe dos juízes de viradas

SW 2.5.1 – O chefe dos juízes de viradas deve assegurar que todos os juízes
de viradas cumpram as suas funções durante a competição.

SW 2.5.2 – O chefe dos juízes de viradas receberá os boletins dos juízes


de viradas, se ocorrer alguma infração, e os entregará imediatamente ao árbitro
geral.

SW 2.6 – Juízes de viradas

SW 2.6.1 – Será designado um juiz de virada para cada raia em cada


cabeceira da piscina.

SW 2.6.2 – Cada juiz de virada deve se certifcar de que os nadadores


cumprem as regras estabelecidas para as viradas, desde o início da última braçada
antes do toque e terminando logo que acabar a primeira braçada após a virada.
O juiz de virada na cabeceira de partida deve se assegurar de que os nadadores
cumprem as regras em vigor, desde a partida até à fnalização da primeira
braçada. Os juízes de virada colocados na cabeceira de chegada verifcam se os
nadadores terminam as suas provas dentro das respectivas regras.

SW 2.6.3 – Nas provas de 800 e 1500 metros, um juiz de volta colocado na


cabeceira de saída ou de virada deve anotar o número de voltas completadas pelo
nadador de sua raia e informá-lo sobre o número de voltas que falta completar,

191
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

mostrando-lhe as placas de volta. Poderá ser utilizado equipamento automático,


incluindo display subaquático (recomendação após o Congresso Extraordinário
da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 2.6.4 – Cada juiz, colocado na cabeceira de saída, dará um sinal de


aviso quando, ao nadador de sua raia, faltarem duas voltas e mais cinco (5) metros
para terminar a sua prova de 800 ou 1500 metros. Este sinal deverá ser repetido
após a virada até uma distância de cinco (5) metros. O aviso poderá ser dado por
apito ou sinos.

SW 2.6.5 – Nas provas de revezamentos, cada juiz colocado na cabeceira


de saída verifcará se o nadador que vai partir está ou não em contato com o
bloco de partida quando o nadador anterior toca na borda de chegada. Quando
houver aparelhagem automática que verifque as trocas no revezamento, deverá
ser utilizada de acordo com SW 13.1.

SW 2.6.6 – Os juízes de virada darão conhecimento ao chefe de juízes


de viradas de qualquer violação das regras, na papeleta de ocorrência assinada,
especifcando a prova, o número da raia e a infração verifcada. O chefe dos juízes
de viradas apresentará de imediato a ocorrência ao árbitro geral.

SW 2.7 – Juízes de nados

SW 2.7.1 – Os juízes de nado deverão colocar-se em cada lado da piscina.

SW 2.7.2 – Cada juiz de nado assegurará que as regras relativas ao nado a


ser nadado em determinada prova estão sendo respeitadas e observará as viradas
e as chegadas em colaboração com os juízes de virada.

SW 2.7.3 – Os juízes de nado deverão dar conhecimento ao árbitro geral


de qualquer violação, na papeleta de ocorrência assinada, especifcando a prova,
número da raia e infração cometida.

SW 2.8 – Chefe de cronometristas

SW 2.8.1 – O chefe de cronometristas deverá atribuir lugares sentados a


todos os cronometristas e as raias de sua responsabilidade. É aconselhável que haja
três (3) cronometristas por raia. Se não for utilizado o equipamento automático de
cronometragem, deverá haver dois (2) cronometristas adicionais, para substituir
um cronometrista cujo cronômetro não disparou ou que parou durante uma prova
ou que, por qualquer outra razão, não esteja apto para registrar o tempo. Quando
se utilizam cronômetros digitais, o tempo e classifcação fnal serão defnidos pelo
tempo registrado.

SW 2.8.2 – Quando houver apenas um cronometrista por raia, deverá


haver um cronometrista extra em caso de mau funcionamento dos cronômetros.
O chefe dos cronometristas deverá registrar sempre o tempo de cada ganhador
de cada série.
192
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 2.8.3 – O chefe dos cronometristas deve recolher de cada cronometrista


em cada raia o cartão de nado com os tempos registrados e, se necessário, conferir
os cronômetros deles.

SW 2.8.4 – O chefe dos cronometristas registrará ou examinará o tempo no


cartão de nado de cada raia.

SW 2.9 – Cronometristas

SW 2.9.1 – Cada cronometrista deverá marcar o tempo dos nadadores na


raia que lhe estiver atribuída de acordo com SW 11.3. Os cronômetros devem
estar atestados como corretos pelo Comitê Organizador.

SW 2.9.2 – Cada cronometrista deverá iniciar seu cronômetro ao sinal de


partida e deverá pará-lo quando o nadador de sua raia tiver completado a prova.
Os cronometristas poderão ser instruídos pelo chefe de cronometristas a registrar
tempos de passagem em provas superiores a 100 metros.

SW 2.9.3 – Logo após a prova, os cronometristas de cada raia deverão


registrar os tempos dos seus cronômetros no cartão de nado, entregar ao chefe dos
cronometristas e, se solicitado, entregar os seus cronômetros para inspeção. Seus
cronômetros devem ser zerados no apito curto do árbitro, ou quando instruídos
para isso.

SW 2.9.4 – Pode ser necessário utilizar todos os cronometristas, mesmo


quando se está usando aparelhagem automática, a não ser que esteja usando um
sistema de “backup” em vídeo.

SW 2.10 – Chefe dos juízes de chegada – se necessário

SW 2.10.1 – O chefe dos juízes de chegada deverá indicar a cada juiz de


chegada a sua posição e a classifcação a determinar.

SW 2.10.2 – Depois da prova, o chefe dos juízes de chegada recolherá as


papeletas assinadas de cada um dos juízes e estabelecerá o resultado e a ordem
de chegada que será enviada ao árbitro geral.

SW 2.10.3 – Sempre que se utilizar aparelhagem automática, o chefe dos


juízes de chegada deverá comunicar a ordem de chegada registrada pela mesma,
após cada prova.

SW 2.11 – Juízes de chegada – se necessário

SW 2.11.1 – Os juízes de chegada deverão colocar-se em posição elevada


e em linha com a chegada, onde possam ter sempre boa visão da prova e da
linha de chegada, a não ser que acionem um sistema automático nas raias que lhe
tiverem sido atribuídas, pressionando um botão no fnal da prova.

193
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

SW 2.11.2 – Depois de cada prova, os juízes de chegada decidirão


e comunicarão a ordem de chegada dos nadadores, de acordo com as suas
atribuições. Os juízes de chegada que utilizarem botões não poderão atuar como
cronometristas na mesma prova.

SW 2.12 – Mesa de controle (menos Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais)

SW 2.12.1 – O anotador chefe é responsável pela verifcação dos resultados


impressos pelo computador ou dos resultados dos tempos e ordem de chegada
em cada prova, recebido pelo árbitro geral. Deve certifcar-se de que o árbitro
geral assine os resultados.

SW 2.12.2 – Aos anotadores caberá controlar as desistências após as


eliminatórias ou fnais, registrar os resultados em impressos ofciais, listar todos
novos recordes estabelecidos e manter as pontuações, quando for o caso.

SW 2.13 – Decisões dos juízes

SW 2.13.1 – Cada juiz tomará as suas decisões autônoma e


independentemente de qualquer outro, salvo se as regras de natação estabelecerem
o contrário.

SW 3 – COMPOSIÇÃO DE SÉRIES ELIMINATÓRIAS, SEMIFINAIS E FINAIS

A distribuição das raias em todas as provas dos Jogos Olímpicos,


Campeonatos Mundiais e outras competições da FINA será organizada como se
segue.

SW 3.1 – Eliminatórias

SW 3.1.1 – Os melhores tempos obtidos pelos nadadores dentro do período


de classifcação estabelecido devem ser indicados nas fchas de inscrição através
de formulários de inscrição ou on-line, conforme solicitado. Os nadadores que não
entregarem tempos deverão ser considerados os mais lentos e colocados no fm
da lista sem tempo. A raia de partida dos nadadores com o mesmo tempo ou mais
de um nadador sem tempo deverá ser determinada por sorteio. As raias serão
atribuídas aos nadadores conforme em SW 3.1.2. Os nadadores serão colocados
nas eliminatórias de acordo com o tempo de inscrição, do seguinte modo.

SW 3.1.1.1 – Se houver apenas uma série eliminatória, esta deverá ser


considerada como fnal e nadada durante a etapa fnal.

SW 3.1.1.2 – No caso de duas séries eliminatórias, o nadador mais rápido


será colocado na segunda série, o segundo nadador mais rápido será colocado na
primeira série, o seguinte na segunda série, o seguinte na primeira série etc.

SW 3.1.1.3 – No caso de três séries eliminatórias, exceto para as provas


de 400m, 800m e 1500m, o nadador mais rápido será colocado na terceira série,

194
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

o segundo mais rápido na segunda série, o terceiro mais rápido na primeira. O


quarto mais rápido será colocado na terceira série, o quinto na segunda série e
o sexto mais rápido na primeira série, o sétimo mais rápido na terceira série etc.

SW 3.1.1.4 – No caso de quatro ou mais eliminatórias, exceto os 400m,


800m e 1500m, as três últimas eliminatórias da prova serão compostas conforme
o disposto na SW 3.1.1.3 acima mencionada. A série anterior às três últimas será
constituída pelos nadadores mais rápidos que se seguirem; a série anterior as
quatro últimas serão constituídas pelos nadadores mais rápidos que se seguirem
etc. As raias serão atribuídas em ordem descendente aos tempos de inscrição em
cada série, de acordo com regra SW 3.1.2 abaixo mencionada.

SW 3.1.1.5 – Para as provas de 400m, 800m e 1500m, as últimas séries


deverão ser compostas de acordo com a SW 3.1.1.2.

SW 3.1.1.6 – Exceção: quando houver duas ou mais séries eliminatórias


de uma prova, haverá um mínimo de três nadadores colocados em qualquer das
séries, mas subsequentes desistências poderão reduzir o número de nadadores
em qualquer eliminatória para menos de três.

SW 3.1.1.7 – Utilizando uma piscina com 10 raias, e tempos iguais forem


estabelecidos para o oitavo lugar nas eliminatórias dos 800m e 1500m livre, a raia
9 vai ser usada com um sorteio para a raia 8 e a raia 9. Em caso de três (3) tempos
iguais para o oitavo lugar, a raia 9 e a raia 0 serão usadas com um sorteio para a
raia 8, raia 9 e raia 0.

SW 3.1.1.8 – Quando uma piscina não tiver 10 raias aplica-se a regra SW


3.2.3.

SW 3.1.2 – Exceto nas provas de 50 metros em piscina de 50 metros, a


atribuição das raias deverá ser (raia 1 no lado direito da piscina (raia 0 quando
usando piscina com 10 raias), quando se olha a piscina do lado da cabeceira de
partida) colocando o nadador mais rápido ou equipe de revezamento na raia central
se a piscina tiver um número ímpar de raias ou na raia 3 ou 4, respectivamente,
em piscina com 6 ou 8 raias. Nas piscinas com 10 raias, o nadador mais rápido
será colocado na raia 4. O nadador que tiver o tempo mais rápido seguinte será
colocado à sua esquerda, alternando em seguida os outros para a direita e para
a esquerda, de acordo com os tempos de inscrição. Nadadores com tempos
idênticos serão colocados conforme sorteio das raias e segundo a norma referida
anteriormente.

SW 3.1.3 – Quando são disputadas provas de 50 metros em piscina de 50


metros, as provas podem ser nadadas, segundo decisão do Comitê Organizador,
ou da cabeceira de partida para a de virada ou desta para a cabeceira de partida,
dependendo de fatores como: a existência de aparelhagem automática adequada,
posição do juiz de partida etc. O Comitê Organizador deverá avisar os nadadores
da sua decisão muito antes do início da competição. Independentemente de como

195
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

a prova vai ser nadada, os nadadores deverão ser colocados nas mesmas raias em
que seriam colocados se começassem e terminassem na cabeceira de partida.

SW 3.2 – Semifnais e fnais

SW 3.2.1 – As semifnais serão organizadas conforme SW 3.1.1.2.

SW 3.2.2 – Quando não houver necessidade de séries eliminatórias, as raias


serão atribuídas de acordo com SW 3.1.2. Quando houver séries eliminatórias e
semifnais, a raias serão atribuídas segundo SW 3.1.2 tendo em conta os tempos
obtidos nessas séries eliminatórias.

SW 3.2.3 – No caso em que nadadores da mesma série ou de séries


diferentes tenham tempos iguais registrados até ao 1/100 de segundo, para o
oitavo/décimo ou décimo sexto/vigésimo lugar, dependendo se estiverem sendo
usadas oito ou dez raias, deve haver uma prova de desempate para determinar
qual o nadador que avançará para a respectiva fnal. Esta prova de desempate
deverá ser realizada após os nadadores terem terminado suas séries em um
horário acertado entre a organização da competição e as partes envolvidas. Em
caso de novo empate, a prova de desempate deverá repetir-se. Se necessário
haverá uma prova de desempate para determinar o 1º e o 2º reservas se estes
obtiverem tempos iguais.

SW 3.2.4 – Quando um ou mais nadadores desistem de uma semifnal,


os reservas serão chamados por ordem de classifcação nas eliminatórias ou
semifnais. A prova ou provas deverão ser reordenadas e devem ser publicadas
folhas suplementares de informação, conforme previsto na SW 3.1.2.

SW 3.2.5 – Para eliminatórias, semifnais e fnais, os nadadores devem


chegar ao primeiro banco de controle 20 minutos antes da hora prevista para
nadar, após a verifcação, os nadadores passam para o banco de controle fnal.

TE
IMPORTAN

SW 3.3 – Em outras competições, o sistema de sorteio pode ser usado para


designar as posições de raias.

196
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 4 – A PARTIDA

SW 4.1 – A partida nas provas de livre, peito, borboleta e medley será


efetuada por meio de salto (mergulho). Ao apito longo (SW 2.1.5) do árbitro geral,
os nadadores devem subir no bloco de partida e ali permanecer. Ao comando “às
suas marcas”, do juiz de partida, devem colocar-se imediatamente na posição de
partida, com pelos menos um pé na parte dianteira do bloco. A posição das mãos
não é relevante. Quando todos os nadadores estiverem imóveis, o juiz de partida
deve dar o sinal de partida.

SW 4.2 – A partida para as provas de costas e revezamento medley será


efetuada dentro da água. Ao primeiro apito longo do árbitro geral (SW 2.1.5),
os nadadores deverão entrar imediatamente na água. No segundo apito longo,
os nadadores deverão colocar-se, sem demora indevida, na posição de partida
(SW 6.1). Quando todos os nadadores estiverem na posição de partida, o juiz de
partida dará o comando “às suas marcas”. Quando todos os nadadores estiverem
imóveis, o juiz de partida dará o sinal de partida.

SW 4.3 – Nos Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais e outras provas


organizadas pela FINA, o comando “às suas marcas” terá que ser em inglês, “Take
your marks”, e o sinal de partida difundido por múltiplos alto-falantes, um para
cada bloco de partida.

SW 4.4 – Qualquer nadador que parta antes do sinal de partida ser dado
será desclassifcado. Se o sinal de partida soar antes de a desclassifcação ser
declarada, a prova continuará e o nadador ou nadadores serão desclassifcados
após a prova terminar. Se a desclassifcação for assinalada antes do sinal de partida,
o sinal não será dado, os demais nadadores serão chamados de volta e proceder-
se-á a nova partida. O árbitro geral repete o procedimento de partida começando
com o apito longo (o segundo para a prova de costas), como mencionado em SW
2.1.5.

SW 5 – NADO LIVRE

SW 5.1 – Nado livre signifca que numa prova assim denominada, o


competidor pode nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual
ou revezamento medley, quando nado livre signifca qualquer nado diferente do
nado de costas, peito ou borboleta.

SW 5.2 – Alguma parte do nadador tem que tocar a parede ao completar


cada volta e no fnal.

SW 5.3 – Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água


durante a prova, exceto quando é permitido ao nadador estar completamente
submerso durante a volta e numa distância não maior que 15 metros após a
partida e cada volta. Nesse ponto, a cabeça deve ter quebrado a superfície da
água.

197
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

SW 6 – NADO DE COSTAS

SW 6.1 – Antes do sinal de partida, os competidores devem alinhar-se


na água, de frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos
suportes de agarre. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda da calha
é proibido. Quando o suporte de partida para o nado costas estiver sendo usado
na saída, os dedos de ambos os pés devem estar em contato com a borda ou com
a placa de toque do placar eletrônico. Curvar os dedos dos pés na parte superior
da placa de toque é proibido (recomendação após o Congresso Extraordinário da
FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 6.2 – Quando o suporte de partida do nado costas estiver sendo


utilizada, cada inspetor na cabeceira de saída deve instalar e remover após a saída
(recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 6.3 – Ao sinal de partida e quando virar, o nadador deve dar um impulso


e nadar de costas durante o percurso, exceto quando executar a volta, como na SW
6.4. A posição de costas pode incluir um movimento rotacional do corpo, até, mas
não incluindo os 90º a partir da horizontal. A posição da cabeça não é relevante.

SW 6.4 – Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água


durante o percurso. É permitido ao nadador estar completamente submerso
durante a volta e por uma distância não maior que 15 metros após a saída e cada
volta. Nesse ponto a cabeça deve ter quebrado a superfície.

SW 6.5 – Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com
alguma parte do corpo na sua respectiva raia. Durante a volta, os ombros podem
girar além da vertical para o peito, após o que uma imediata contínua braçada ou
uma imediata contínua e simultânea dupla braçada pode ser usada para iniciar a
volta. O nadador tem que retornar à posição de costas após deixar a parede.

SW 6.6 – Quando do fnal da prova, o nadador tem que tocar a parede na


posição de costas na sua respectiva raia.

SW 7 – NADO DE PEITO

SW 7.1 – Após a saída e em cada volta, o nadador pode dar uma braçada
completa até as pernas, durante a qual o nadador pode estar submerso. Uma
única pernada de borboleta é permitida em qualquer momento antes da primeira
pernada de peito após a saída e após cada virada (recomendação após o Congresso
Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 7.2 – A partir da primeira braçada após a saída e após cada virada, o


corpo deve ser mantido sobre o peito. Não é permitido fcar na posição de costas
em nenhum momento, exceto quando da volta, após o toque na parede onde é
permitido girar de qualquer maneira, contanto que quando deixar a parede o corpo
deve estar na posição sobre o peito. A partir da saída e durante a prova, o ciclo do
nado deve ser uma braçada e uma pernada, nessa ordem. Todos os movimentos
dos braços devem ser simultâneos e no mesmo plano horizontal, sem movimentos
alternados.

198
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 7.3 – As mãos devem ser lançadas junto para frente a partir do peito,
abaixo ou sobre a água. Os cotovelos deverão estar abaixo da água, exceto para
a última braçada antes da volta, durante a volta e na última braçada antes da
chegada. As mãos deverão ser trazidas para trás na superfície ou abaixo da
superfície da água. As mãos não podem ser trazidas para trás além da linha dos
quadris, exceto durante a primeira braçada, após a saída e em cada volta.

SW 7.4 – Durante cada ciclo completo, alguma parte da cabeça do nadador


deve quebrar a superfície da água. A cabeça tem que quebrar a superfície da água
antes que as mãos virem para dentro na parte mais ampla da segunda braçada.
Todos os movimentos das pernas devem ser simultâneos e no mesmo plano
horizontal sem movimentos alternados.

SW 7.5 – Os pés devem estar virados para fora durante a parte propulsiva
da pernada. Não são permitidos movimentos alternados ou pernada de borboleta,
exceto o descrito na SW 7.1. É permitido quebrar a superfície da água com os pés,
exceto seguido de uma pernada de borboleta para baixo.

SW 7.6 – Em cada virada e na chegada da prova, o toque deve ser feito


com as duas mãos separadas e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da
água. No último ciclo do nado antes da virada e no fnal da prova, uma braçada
não seguida da pernada é permitida. A cabeça pode submergir após a última
braçada anterior ao toque, contanto que quebre a superfície da água em qualquer
ponto durante o último completo ou incompleto ciclo anterior ao toque.

• Interpretação "Separado" signifca que as mãos não podem ser empilhadas uma
em cima da outra. Não é necessário espaço entre as mãos. O contato acidental
com os dedos não é uma preocupação.

FIGURA 94 – POSIÇÃO DAS MÃOS NO NADO PEITO

FONTE: CBDA (2017)

199
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

SW 8 – NADO BORBOLETA

SW 8.1 – A partir do início da primeira braçada, após a saída e em cada


volta, o corpo deve ser mantido sobre o peito. Pernada submersa na lateral é
permitida. Não é permitido fcar na posição de costas em nenhum momento,
exceto quando da volta, após o toque na parede é permitido girar de qualquer
maneira, quando deixar a parede o corpo deve estar na posição sobre o peito.

SW 8.2 – Ambos os braços devem ser levados simultaneamente à frente


por sobre a água e trazidos para trás simultaneamente por baixo da água durante
todo o percurso, conforme SW 8.5.

SW 8.3 – Todos os movimentos para cima e para baixo das pernas devem
ser simultâneos. As pernas ou os pés não precisam estar no mesmo nível, mas não
podem alternar um em relação ao outro. O movimento de pernada de peito não
é permitido.

SW 8.4 – Em cada virada e na chegada, o toque deve ser efetuado com


ambas as mãos separadas e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da
superfície da água.

SW 8.5 – Após a saída e na volta, ao nadador são permitidas uma ou mais


pernadas e uma braçada sob a água, que deve trazê-lo à superfície. É permitido ao
nadador estar completamente submerso até uma distância não maior do que 15
metros após a partida e após cada virada. Nesse ponto, a cabeça deve quebrar a
superfície. O nadador tem que permanecer na superfície até a próxima volta ou fnal.

SW 9 - NADO MEDLEY

SW 9.1 – Na prova de medley individual, o nadador nada os quatro nados


na seguinte ordem: borboleta, costas, peito e livre. Cada nado deve percorrer um
quarto (1/4) da distância.

SW 9.2 – Nas provas de revezamento medley, os nadadores nadam os


quatro nados na seguinte ordem: costas, peito, borboleta e livre.

SW 9.3 – Cada nado deve ser fnalizado de acordo com a regra aplicada a ele.

SW 10 – A PROVA

SW 10.1 – Todas as provas individuais devem ser separadas por sexo.

SW 10.2 – O competidor nadando o percurso sozinho deve nadar a


distância total para se classifcar.

SW 10.3 – O nadador deve permanecer e terminar a prova na mesma raia


onde começou.

200
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 10.4 – Em todas as provas, o nadador deve fazer contato físico com


a borda na virada. A virada deve ser feita contra a borda da piscina e não é
permitido andar ou tomar impulso no fundo da piscina.

SW 10.5 – Ficar de pé durante a prova de nado livre ou durante o nado


livre nas provas de medley não deve desclassifcar o nadador, mas ele não poderá
andar.

SW 10.6 – Puxar a raia não é permitido.

SW 10.7 – Obstruir outros competidores, atravessando outra raia ou


interferindo de qualquer outra forma, será motivo de desclassifcação do nadador
infrator. Se a falta for intencional, o árbitro deverá relatar o fato à entidade
promotora e à associação do nadador infrator.

SW 10.8 – A nenhum competidor deve ser permitido usar ou vestir


qualquer objeto adicional ou maiô que possa ajudar sua velocidade, futuação
ou resistência durante uma competição (tais como: luvas, pés de pato, ftas
terapêuticas e ftas adesivas etc.). Óculos podem ser usados. Nenhum tipo de
adesivo no corpo é permitido, a menos que aprovado pelo Comitê de Medicina
Esportiva da FINA.

SW 10.9 – Qualquer nadador que entre na piscina durante a realização


de uma prova em que não esteja inscrito antes que todos os nadadores tenham
completado sua prova, deve ser desclassifcado da próxima prova em que estiver
inscrito.

SW 10.10 – Serão 4 (quatro) nadadores em cada equipe de revezamento.


Estão permitidas equipes mistas. Estas equipes serão formadas por dois (2)
homens e duas (2) mulheres. Os tempos parciais registrados nestas provas não
poderão ser considerados como recordes e nem como tempos de inscrição.

SW 10.11 – Nas provas de revezamento, a equipe de um competidor cujos


pés perderem contato com o bloco de partida antes de o nadador anterior tocar
na parede será desclassifcada.

SW 10.12 – Qualquer equipe de revezamento deve ser desclassifcada de


uma prova, se um membro da equipe, diferentemente do nadador designado para
nadar aquela distância, entra na água enquanto a prova está sendo disputada e
antes que todos os nadadores de todas as equipes tenham acabado a prova.

SW 10.13 – Os membros de uma equipe de revezamento e sua ordem de


competir devem ser designados antes da prova. Qualquer membro da equipe
de revezamento pode competir numa prova somente uma vez. A composição
de uma equipe de revezamento pode ser mudada entre as séries eliminatórias
e as fnais de uma prova, visto que isso é feito a partir da lista dos nadadores
propriamente inscritos por um responsável nessa prova. Nadar em ordem

201
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

diferente da apresentada resultará em desclassifcação. Substituições podem ser


feitas somente em caso de emergência médica com atestado.

SW 10.14 – Qualquer nadador, tendo acabado sua prova ou sua distância


numa prova de revezamento, deve deixar a piscina assim que possível sem
obstruir qualquer outro competidor que não tenha ainda terminado sua prova.
De outra maneira, o nadador faltoso ou sua equipe de revezamento devem ser
desclassifcados.

SW 10.15 – Se uma falta tirar a chance de sucesso de um competidor, o


árbitro terá o poder de permitir a ele competir na próxima série, ou se a falta
ocorrer numa prova fnal ou na última série eliminatória, ele pode ordenar que a
prova seja nadada outra vez.

SW 10.16 – Nenhum artifício de controle de tempo é permitido, nem o uso


de qualquer auxílio ou plano adotado para obter esse efeito.

SW 11 – REGISTRO DE TEMPO

SW 11.1 – A aparelhagem automática deve ser operada sob supervisão


de juízes designados. Os tempos registrados pela aparelhagem automática serão
usados para determinar o vencedor, todas as classifcações e o tempo obtido por
cada raia. A ordem de chegada e os tempos apurados deste modo terão prioridade
sobre as decisões dos cronometristas. No caso de defeito da aparelhagem
automática, ou se verifcar claramente ter havido uma falha da aparelhagem, ou
que um nadador não tenha conseguido fazer funcionar a mesma, os registros dos
cronometristas serão ofciais (SW 13.3).

SW 11.2 – Quando for utilizada aparelhagem automática, os resultados


serão registrados apenas até ao 1/100 de segundo. Quando a cronometragem até
ao 1/1000 de segundo estiver disponível, o terceiro dígito não será registrado
ou usado para determinação do tempo ou da classifcação. Se houver tempos
iguais, todos os nadadores que tiverem registrado o mesmo tempo até 1/100 de
segundo terão a mesma classifcação. Os tempos expostos no placar eletrônico de
resultados deverão mostrar apenas até 1/100 de segundo.

SW 11.3 – Qualquer aparelho para medição do tempo utilizado por um


juiz será considerado como um cronômetro. Estes tempos manuais deverão
ser tirados por três cronometristas nomeados ou aprovados pela Federação
Nacional do país onde é realizada a competição. Todos os cronômetros deverão
ser dados como precisos pela Federação Nacional onde acontece a competição.
Os tempos manuais deverão ser registrados até ao 1/100 de segundo. Quando
não for utilizada qualquer aparelhagem automática, os tempos manuais serão
determinados como segue:

SW 11.3.1 – Se dois dos três cronômetros registrarem o mesmo tempo,


diferente do terceiro, os dois tempos iguais são o tempo ofcial.

202
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 11.3.2 – Se os três tempos forem diferentes, o tempo ofcial será o do


cronômetro que registrar o tempo intermediário.

SW 11.3.3 – Quando se utilizam três cronômetros e um deles não funcionar,


o tempo ofcial será a média dos outros dois.

SW 11.4 – No caso de um nadador ser desclassifcado durante ou após


uma prova, a desclassifcação deverá ser registrada nos resultados ofciais, mas
nenhum tempo ou classifcação será registrado ou anunciado.

SW 11.5 – No caso de desclassifcação de uma equipe de revezamento,


os tempos parciais até à desclassifcação deverão ser registrados nos resultados
ofciais.

SW 11.6 – Nos revezamentos, todos os tempos parciais a cada 50 e 100


metros deverão ser registrados para o nadador que abre o revezamento e incluídos
nos resultados ofciais.

RECORDES MUNDIAIS SW 12

SW 12.1 – São reconhecidos como Recordes Mundiais e Recordes Mundiais


Juniors, em piscina de 50 metros, as seguintes distâncias e nados para ambos
os sexos: (Recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha,
Qatar, 2014).

• Livre: 50, 100, 200, 400, 800 e 1500 metros


• Costas: 50, 100 e 200 metros
• Peito: 50, 100 e 200 metros
• Borboleta: 50, 100 e 200 metros
• Medley: 200 e 400 metros
• Revezamentos livre: 4x100 e 4x200 metros Revezamento medley 4x100 metros
• Revezamento Misto: 4x100 livre e 4x100 medley metros

12.1.1 Os grupos etários para registros de recorde Mundial Júnior são


os mesmos que para os Campeonatos Mundiais Júnior da FINA e só podem
ser reconhecidos em piscinas de 50 metros. (Recomendação após o Congresso
Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.2 – São reconhecidos como recordes mundiais, em piscina de 25


metros, as seguintes distâncias e nados para ambos os sexos:

• Livre: 50, 100, 200, 400, 800 e 1500 metros


• Costas: 50, 100 e 200 metros
• Peito: 50, 100 e 200 metros
• Borboleta: 50, 100 e 200 metros
• Medley: 100, 200 e 400 metros
• Revezamentos livre: 4 x 50, 4x100 e 4x200 metros

203
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

• Revezamento medley: 4 x 50 e 4x100 metros


• Revezamento misto: 4 x 50, livre e 4 x 50 medley metros

SW 12.3 – Os membros das equipes de revezamento têm que ter a mesma


nacionalidade.

SW 12.4 – Todos os recordes devem ser obtidos em competições ou prova


individual contra o tempo, realizada em público e publicamente anunciada por
pelo menos três dias de antecedência da sua realização. Na hipótese de uma prova
individual contrarrelógio ser mencionada por uma Federação, como tentativa de
recorde, durante uma competição, então o aviso não será necessário.

SW 12.5 – O comprimento de cada raia da piscina deve ser verifcado por


um inspetor ou outro ofcial qualifcado, nomeado ou aprovado pela Federação
Nacional onde a piscina estiver situada.

SW 12.6 – Quando for usada uma borda móvel, a medição de cada raia
deverá ser confrmada após a conclusão da sessão em que o tempo foi obtido.

SW 12.7 – Os recordes mundiais e recordes mundiais juniores só serão


homologados quando os tempos registrados por aparelhagem automática, ou
por aparelhagem semiautomática no caso de não funcionamento da aparelhagem
automática (recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha,
Qatar, 2014).

SW 12.8 – Os recordes mundiais e recordes mundiais juniors só serão


homologados se os nadadores estiverem usando trajes aprovados pela FINA
(recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.9 – Tempos iguais até ao 1/100 de segundo serão reconhecidos


como recordes igualados e os nadadores que obtenham esses tempos serão
chamados correcordistas. Apenas o tempo do vencedor de uma prova pode ser
apreciado para recorde mundial – exceto para recordes mundiais juniors. No
caso de empate numa prova, todos os nadadores empatados com tempo Recorde
serão declarados vencedores. (Recomendação após o Congresso Extraordinário
da FINA em Doha, Qatar, 2014)

SW 12.10 – Os recordes mundiais e os recordes mundiais juniores só serão


homologados quando estabelecidos em piscina de água doce. Nenhum recorde
será reconhecido quando estabelecido em água salgada (recomendação após o
Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.11 – O primeiro nadador de uma prova de revezamento, exceto


nos revezamentos mistos, pode estabelecer um recorde mundial ou um recorde
mundial júnior. No caso do primeiro nadador de uma equipe de revezamento
completar o seu percurso em tempo recorde de acordo com o previsto nesta
subseção, seu registro não será anulado por qualquer desclassifcação de sua

204
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

equipe que venha a verifcar-se por infrações cometidas após a sua distância ter
sido completada. (Recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em
Doha, Qatar, 2014).

SW 12.12 – Um nadador numa prova individual poderá estabelecer um


recorde mundial ou um recorde mundial júnior em uma distância intermediária
se ele/ela, ou seu/sua treinador(a) ou representante requerer especifcamente
ao árbitro geral para que a sua prova seja cronometrada especialmente ou se o
tempo na distância intermediária for registrado por aparelhagem automática
aprovada. Este nadador deve terminar o percurso previsto da prova para poder
requerer a homologação do recorde do percurso intermediário (recomendação
após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.13 – Pedidos de homologação de recordes mundiais e recordes


mundiais juniores devem ser feitos em impressos ofciais da FINA pela autoridade
responsável da Organização ou Comitê Técnico Organizador da Competição e
assinada por qualquer representante autorizado da Federação do país do nadador
uma vez verifcado que todos os regulamentos foram cumpridos, incluindo um
certifcado de Controle Antidoping (DC 5.3.2). A solicitação deve ser enviada ao
Secretário da FINA dentro de 14 dias após a realização da prova (recomendação
após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.14 – A reivindicação de um Recorde Mundial ou recorde mundial


júnior deve ser provisoriamente relatada por e-mail ou fax ao Secretário Honorário
da FINA dentro de sete (7) dias da data da prova. (Recomendação após o
Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.15 – A Federação do país do nadador deve comunicar esta prova


por carta ao Secretário Honorário da FINA para conhecimento e procedimento, se
necessário, para assegurar que o pedido foi devidamente enviado pela respectiva
autoridade.

SW 12.16 – Uma vez recebido o pedido ofcial e após verifcação de que a


informação contida no pedido, incluindo o Certifcado Antidoping negativo, está
correto, o Secretário Honorário da FINA declarará o novo Recorde Mundial ou
recorde mundial júnior, verifcará se esta informação foi publicada, e verifcará
se os certifcados foram enviados às pessoas cujos pedidos foram aceitos
(recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.17 – Todos os recordes feitos durante os Jogos Olímpicos,


Campeonatos Mundiais, Campeonatos Mundiais Juniors de Natação e Copas
do Mundo serão aprovados automaticamente (recomendação após o Congresso
Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.18 – Se o determinado na SW 12.13 não tiver sido respeitado e na


falta disso, a Federação do país do nadador pode solicitar a homologação de um
recorde mundial ou recorde mundial júnior. Após as investigações devidas, O

205
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

Secretário Honorário da FINA está autorizado a aceitar tal recorde, no caso de


o pedido ser considerado correto (Congresso Extraordinário FINA em Doha,
Qatar, 2014).

SW 12.19 – Se o pedido de homologação de um recorde mundial ou recorde


mundial júnior for aceito pela FINA, será enviado um diploma assinado pelo
Presidente e pelo Secretário Honorário da FINA à Federação do país do nadador
para lhe ser entregue, em reconhecimento pelo seu feito. Um quinto diploma do
recorde mundial ou recorde mundial júnior será enviado a todas as federações
cujas equipes de revezamento estabeleçam um recorde mundial. Este diploma
fcará de posse da Federação (recomendação após o Congresso Extraordinário da
FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 12.20 – Periodicamente, a FINA pode adicionar novos eventos para


os quais os nadadores podem estabelecer recorde mundial ou recorde mundial
júnior. Para cada caso, a FINA estabelecerá os tempos a serem superados; se
um nadador consegue um tempo que é melhor do que o tempo-alvo, deve ser
considerado um Recorde Mundial ou recorde mundial júnior, desde que todos
os requisitos em SW 12 sejam atendidos (recomendação após o Congresso
Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

RECORDE MUNDIAL E RECORDE MUNDIAL JUNIOR – FICHA DE


INSCRIÇÃO

1. Nado (livre, costas, borboleta, peito ou medley)


2. Duração do evento
3. Distância ou metragem (circule um): 25 metros 50 metros
4. Nome e país do nadador:
5. Data de nascimento: / /

Dia Mês Ano


(Recomendação após o Congresso Extraordinário da FINA em Doha, Qatar, 2014).

SW 13 – PROCEDIMENTO ELETRÔNICO

SW 13.1 – Quando for usada aparelhagem automática (ver FR 4) em


qualquer competição (FR 4), a classifcação e os tempos apurados por este
meio, bem como as trocas nos revezamentos julgadas pela aparelhagem, terão
prioridade sobre a decisão dos cronometristas.

SW 13.2 – Quando a aparelhagem automática não registrar o lugar e/ou


tempo de um ou mais nadadores numa determinada prova, deve-se:

SW 13.2.1 – Registrar todos os tempos e classifcação da aparelhagem


automática disponíveis.

206
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

SW 13.2.2 – Registrar todos os tempos e classifcações manuais.

SW 13.2.3 – A classifcação ofcial será estabelecida como segue:

SW 13.2.3.1 – Um nadador com tempo e classifcação dados pela


aparelhagem automática deverá manter a sua classifcação relativa quando
comparada com os outros nadadores com tempos e classifcação também obtidos
pela aparelhagem automática nessa mesma prova.

SW 13.2.3.2 – Um nadador que não tiver classifcação da aparelhagem


automática, mas tiver o tempo por ela registrado, terá a sua classifcação
estabelecida comparando o seu tempo registrado automaticamente com os
tempos obtidos pela aparelhagem automática para os outros nadadores.

SW 13.2.3.3 – Um nadador que não tiver nem classifcação nem tempo


obtido pela aparelhagem automática terá a sua classifcação estabelecida pelo
tempo de “backup” ou pelos três cronômetros manuais.

SW 13.3 – O tempo ofcial será estabelecido como segue:

SW 13.3.1 – O tempo ofcial para todos os nadadores que tiverem um


tempo da aparelhagem automática será esse seu tempo ofcial.

SW 13.3.2 – O tempo ofcial para todos os nadadores que não tiverem


tempo da aparelhagem automática será o tempo manual dos três cronômetros ou
da aparelhagem semiautomática.

SW 13.4 – Para estabelecer a ordem relativa de chegada para um conjunto


de eliminatórias de uma prova, proceder-se-á como segue:

SW 13.4.1 – A ordem relativa de todos os competidores será estabelecida


comparando os seus tempos ofciais.

SW 13.4.2 – Se um nadador tiver um tempo ofcial igual ao(s) tempo(s)


de um ou mais nadadores, todos os nadadores que tiverem esse tempo fcarão
empatados na classifcação dessa prova.

FR – PISCINA PARA NATAÇÃO – MEDIDAS OFICIAIS FINA

Preâmbulo

As regras se destinam a proporcionar o melhor ambiente possível para


uso competitivo e de treinamento. Estas regras não são destinadas a regular
as questões relacionadas com o público em geral. É de responsabilidade do
proprietário ou controlador de uma instalação para a supervisão de atividades
do público.

207
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FR 1 – Geral

FR 1.1 – Piscina com medidas olímpicas da FINA. Todos os campeonatos


mundiais (exceto campeonatos mundiais masters) e os Jogos Olímpicos devem
ser disputados em piscinas que cumpram as regras FR 3, FR 6, FR 8 e FR 11.

FR 1.2 – Piscinas com medidas normais da FINA. Outras provas da FINA


podem ser disputadas numa piscina olímpica com medidas da FINA, mas a
organização pode prescindir de certas medidas para as piscinas existentes se não
interferirem com a competição.

FR 1.3 – Piscinas com medidas mínimas da FINA. Todas as outras provas


disputadas sob as regras da FINA devem ser conduzidas em piscina que cumpram
todas as medidas mínimas nesta parte.

FR 1.4 – De modo a proteger a saúde e a segurança das pessoas que


usam as piscinas para lazer, treino e competição, os responsáveis das piscinas
públicas ou piscinas reservadas só para treino e competição devem cumprir com
os requisitos estabelecidos por lei e pelas autoridades sanitárias do país onde as
piscinas estão situadas.

FR 1.5 – Para a realização de uma competição com equipamentos


novos (por exemplo, blocos de partidas, cordas das raias etc.), estes deverão
estar disponíveis até 1 de janeiro do ano de realização dos Jogos Olímpicos e
Campeonatos Mundiais FINA.

FR 2 – Piscina de natação

FR 2.1 – Comprimento

FR 2.1.1 – 50,0 metros. Quando são usadas placas eletrônicas da


aparelhagem automática na parede de partida, ou adicionalmente na parede de
viradas, a piscina deve ter comprimento que permita a distância exigida de 50,0
metros entre as duas placas.

FR 2.1.2 – 25,0 metros. Quando são usadas placas eletrônicas da


aparelhagem automática na parede de partida, ou adicionalmente na parede de
viradas, a piscina deve ter comprimento que permita a distância exigida de 25,0
metros entre as duas placas.

FR 2.2 – Tolerâncias nas dimensões

FR 2.2.1 – A distância requerida de 50,0 metros pode ter uma tolerância de


entre mais 0,03 e menos 0,00 metros em ambas as cabeceiras e em todos os pontos
entre 0,3 metro acima da superfície da água até 0,8 metro abaixo dessa superfície.
Estas medidas devem ser verifcadas por um inspetor ou outro juiz qualifcado,
designado e aprovado pela Federação do país onde estiver situada a piscina. As

208
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

diferenças toleradas não podem ser excedidas mesmo quando estejam instaladas
placas eletrônicas.

FR 2.2.2 – A distância requerida de 25,0 metros pode ter uma tolerância de


entre mais 0,03 e menos 0,00 metros em ambas as cabeceiras e em todos os pontos
entre 0,3 metro acima da superfície da água até 0,8 metro abaixo dessa superfície.
Estas medidas devem ser verifcadas por um inspetor ou outro juiz qualifcado,
designado e aprovado pela Federação do país onde estiver situada a piscina. As
diferenças toleradas não podem ser excedidas mesmo quando estejam instaladas
placas eletrônicas.

FR 2.3 – Profundidade – Para piscinas com blocos de partida é exigida a


profundidade de 1,35 metros numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de
partida. Em todo o resto da piscina é de 1 metro.

FR 2.4 – Bordas

FR 2.4.1 – As bordas devem ser paralelas e formar ângulos retos com a


superfície da água e devem ser construídas com materiais sólidos, sem superfícies
escorregadias até 0,8 metro abaixo da superfície da água, de modo a permitir ao
nadador tocar e impulsionar-se sem risco.

FR 2.4.2 – São permitidos apoios de descanso ao longo da piscina; nunca


devem estar a menos de 1,20 metro abaixo da superfície da água e podem ter
entre 0,1 e 0,15 metro de largura.

FR 2.4.3 – Podem existir calhas nas quatro bordas da piscina. Se houver


calhas nas cabeceiras, elas deverão permitir a instalação de placas com requeridos
0,3 metro acima da superfície da água. Devem estar cobertas com uma grade ou
tela própria.

FR 2.5 – As raias devem ter pelos menos 2,5 metros de largura, com dois espaços
de pelo menos 0,2 metros, na primeira e última raia, entre essas raias e as bordas
laterais.

FR 2.6 - Divisórias das raias

FR 2.6.1 – As divisórias serão estendidas ao longo do comprimento total


da piscina, presas em cada uma das bordas, com ganchos cravados nas bordas.
Os ganchos devem estar colocados de maneira que as raias fquem à superfície da
água. Cada divisória da raia terá futuadores que ocuparão o comprimento total
tendo a dimensão mínima de 0,05 metro e máxima de 0,15 metro.

Em uma piscina, as cores das divisórias das raias devem ser:

• Piscina com oito raias:


Duas (2) VERDES para as raias 1 e 8.
Quatro (4) AZUIS para as raias 2, 3, 6 e 7.
Três (3) AMARELAS para as raias 4 e 5.

209
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

• Piscina com 10 raias:


Duas (2) VERDES para as raias 0 e 9.
Seis (6) AZUIS para as raias 1, 2, 3, 6, 7 e 8.
Três (3) AMARELAS para as raias 4 e 5.

• Os futuadores numa distância de cinco metros de cada um dos extremos da


raia deverão ser de cor VERMELHA. Não poderá haver mais do que uma
divisória em cada raia. As divisórias da raia devem estar frmemente esticadas.

FR 2.6.2 – A 15 metros da cabeceira de partida, os futuadores devem ter


uma cor diferente dos restantes.

FR 2.6.3 – Nas piscinas de 50 metros os futuadores devem ser de cor


diferente aos 25 metros.

FR 2.6.4 – Os números das raias devem ser colocados nas divisórias das
raias, no início e no fm, devendo ser feitos de material macio.

FR 2.7 – Os blocos de partidas devem ser frmes e sem qualquer efeito de


mola. A altura do bloco acima da superfície da água pode variar entre 0,5 metro e
0,75 metro. A área da superfície do bloco de partida deve ter pelo menos 0,5 metro
X 0,5 metro e estar revestido com material antiderrapante. A máxima inclinação
não pode ser superior a 10º. Os blocos de partida podem ter uma rampa ajustável
na parte traseira. Os blocos devem ser construídos de tal maneira que permita ao
nadador agarrar nele com as mãos, na frente e nas laterais; recomenda-se que se a
espessura exceder 0,04 metro, podem ser cavados sulcos de 0,1 metro de largura
nas laterais e 0,4 metro de largura na parte da frente, a 0,03 metro da superfície
do bloco. Podem ser instalados agarres para as mãos na parte lateral dos blocos.
Agarres para as saídas de costas devem ser posicionadas entre 0,3 metro e 0,6
metro acima da superfície da água tanto horizontalmente quanto verticalmente.
Eles devem ser paralelos à superfície da borda e não devem avançar sobre a
piscina. A profundidade da água numa distância entre 1,0 metro e 6,0 metros da
parede deve ser pelo menos 1,35 metro no local onde estão instalados os blocos
de partida. Podem ser instalados, por debaixo dos blocos de partida, quadros
eletrônicos de leituras. Não podendo ser intermitentes. Os números não devem
se mover durante a partida de costas.

FR 2.8 – Numeração

Cada bloco de partida deve estar nitidamente numerado nos quatro lados.
A raia número 0 deve ser marcada no lado direito, quando se olha a piscina na
cabeceira de partida, com exceção das provas de 50m, que podem iniciar-se a
partir da extremidade oposta. Os painéis eletrônicos podem ser numerados na
parte superior.

210
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

FR 2.9 – Indicadores da virada de costas (bandeirolas)

Cabos com bandeiras suspensas transversalmente sobre a piscina, a 1,80


metro acima da superfície da água, em postes de apoio fxados a 5,0 metros de
cada cabeceira. Devem ser colocadas marcas em ambos os lados da piscina, e onde
for possível em cada divisória da raia, a 15 metros de cada extremo da parede.

FR 2.10 – A corda de partidas falsas

Deve estar suspensa transversalmente sobre a piscina, pelo menos


a 1,2 metro acima da superfície da água, em postes colocados a 15 metros à
frente da cabeceira de partida. Deve estar preso aos postes por um sistema de
desprendimento rápido. A corda deve abranger todas as raias quando ativada.

FR 2.11 – Temperatura da água

A temperatura da água deve situar-se entre 25º C e 28ºC. Durante a


competição, a água da piscina deve ser mantida ao mesmo nível, sem movimento
apreciável. A fm de respeitar as leis da saúde em vigor na maioria dos países,
o fuxo e o refuxo da água são permitidos desde que não provoquem qualquer
corrente ou turbulência apreciável.

FR 2.12 – Iluminação

A intensidade da luz na cabeceira de partida e na cabeceira de virada não


deve ser inferior a 600 lux.

FR 2.13 – Marcações das raias

As marcações das raias devem ser de cores escuras contrastantes,


colocadas no fundo da piscina, no centro de cada raia. Largura: mínima 0,2 metro,
máxima 0,3 metro. Comprimento: 46,0 metros para piscina de 50,0 metros e 21,0
metros para piscina de 25,0 metros. Cada linha deve terminar a 2,0 metros das
cabeceiras, com uma linha transversal, nítida, de 1,0 metro de comprimento e
da mesma largura da linha da raia. Linhas-alvo devem ser colocadas nas bordas
ou nas placas eletrônicas, no centro de cada raia e da mesma largura das linhas
da raia. Prolongar-se-ão desde a linha superior da borda, sem interrupção até o
fundo da piscina. Uma linha transversal de 0,5 metro de comprimento deverá
estar colocada 0,3 metro abaixo da superfície da água, medida no centro da linha
transversal. Para as piscinas de 50 metros construídas depois de 1 de janeiro de
2006, será colocada uma linha transversal de 0,5 metro nos 15 metros de cada
cabeceira da piscina.

FR 2.14 – Divisão

Quando uma divisão serve de cabeceira, ela deve ocupar toda a largura
da piscina e apresentar uma parede vertical e não escorregadia e estável, na
qual se possa montar painéis eletrônicos numa extensão não inferior a 0,8 metro
abaixo e 0,3 metro acima da superfície da água, deve ser livre de orifícios abaixo
ou acima da superfície da água, em que o nadador possa introduzir pés, mãos,

211
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

dedos dos pés ou dedos das mãos. A divisão deve ter um formato que permita
um movimento livre dos juízes ao longo de todo o seu comprimento, e de modo a
que esse movimento não provoque correnteza ou turbulência da água.

FIGURA 95 – DIMENSÕES DA PISCINA DE NATAÇÃO

LARGURA DA LINHA DE MACARRÃO DA CHEGADA A 0,25m ± 0,05


COMPRIMENTO DA LINHA TRANSVERSAL B 0,50m
PROFUNDIDADE DA LINHA TRANSVERSAL C 0,30m FINA
MARCAÇÕES
COMPRIMENTO DO "T" DE FUNDO D 1,00m DAS RAIAS
LARGURA DAS RAIAS E 2,50m
DISTÂNCIA DO "T" DE FUNDO À BORDA F 2,00m
PLACA DE TOQUE - PLACAR ELETRÔNICO G 2,40m x 0,90m x 0,01m

FONTE: CBDA (2017)

212
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

FR 4 – EQUIPAMENTO AUTOMÁTICO DE CRONOMETRAGEM

FR 4.1 – Equipamento automático ou semiautomático de cronometragem


registra o tempo de cada nadador e determina sua posição relativa em uma série.
O julgamento e a aferição devem ser até duas casas decimais (1/100 de segundo).
O equipamento que é instalado não deve interferir nas saídas e viradas dos
nadadores, ou no funcionamento do sistema de escoamento.

FR 4.2 – O equipamento deve:

FR 4.2.1 – Ser ativado pelo juiz de partida.

FR 4.2.2 – Não ter fos expostos no deck da piscina, se possível.

FR 4.2.3 – Poder mostrar todas as informações registradas para cada raia


por colocação e por raia.

FR 4.2.4 – Proporcionar uma leitura digital clara do tempo do nadador.

FR 4.3 – Equipamentos de partida:

FR 4.3.1 – O juiz de partida deve ter um microfone para comandos verbais.

FR 4.3.2 – Se uma pistola for utilizada, deve ser usada com um transdutor.

FR 4.3.3 – Tanto o microfone como o transdutor devem estar conectados a


alto-falantes em cada bloco de partida onde tanto os comandos do juiz de partida
como o sinal de partida possam ser ouvidos igualmente e simultaneamente por
cada nadador.

FR 4.4 Placas de toque para o equipamento automático:

FR 4.4.1 – As medidas mínimas das placas de toque devem ser de 2,4m


de largura e 0,9m de altura, sua largura deve ser de 0,01m±0,002m. Elas devem
se estender de 0,3m acima até 0,6m abaixo da superfície da água. O equipamento
em cada raia deve ser conectado independentemente, de maneira que possa ser
controlado individualmente. A superfície das placas deve ser de cor destacada e
devem conter as marcações das linhas aprovadas para as cabeceiras.

FR 4.4.2 – Instalação – as placas de toque devem ser instaladas em uma


posição fxa no centro das raias. As placas devem ser portáteis, permitindo que o
responsável pela piscina as remova quando não houver competidores.

FR 4.4.3 – Sensibilidade – A sensibilidade das placas deve ser tal que elas
não podem ser ativadas pela movimentação da água, mas serão ativadas por um
leve toque da mão. As placas devem ser sensíveis na borda superior.

213
UNIDADE 3 | METODOLOGIA DO ENSINO DA NATAÇÃO

FR 4.4.4 – Marcações – As marcações nas placas devem estar em


conformidade e se sobreporem às marcações existentes na piscina. O perímetro e
os limites das placas devem ser defnidos por uma borda preta de 0,025m.

FR 4.4.5 Segurança – As placas devem ser seguras da possibilidade de


choques elétricos e não devem ter bordas afadas.

FR 4.5 - Com o equipamento semiautomático, a chegada deve ser registrada


por botões apertados pelos cronometristas no toque fnal do nadador.

FR 4.6 – Os acessórios a seguir são essenciais para a instalação mínima do


equipamento automático:

FR 4.6.1 – Impressão de toda informação, que pode ser reimpressa durante


a série subsequente.

FR 4.6.2 – Placar para apresentação para o público:

FR 4.6.3 – Julgamento das trocas de revezamento com precisão de 1/100 de


segundo. Onde câmeras suspensas estiverem instaladas elas devem ser revistas
como um suplemento para o julgamento das trocas de revezamento do sistema
automático. O fabricante do equipamento deve ser consultado sobre a tolerância
das trocas de revezamento.

FR 4.6.4 – Contador de voltas automático.

FR 4.6.5 – Leitura dos tempos parciais.

FR 4.6.6 – Resumos do computador.

FR 4.6.7 – Correção de toques incorretos.

FR 4.6.8 – Possibilidade automática de operação por baterias recarregáveis.

FR 4.7 – Para Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais os seguintes


acessórios também são essenciais:

FR 4.7.1 – O placar eletrônico para o público deve ter no mínimo 12 linhas


de 32 caracteres, cada um capaz de mostrar tanto letras quanto números. Cada
caractere deve ter uma altura mínima de 360mm. Cada linha – mostrador de
matriz deve ser capaz de rolar para cima e para baixo, e de fazer as informações
piscarem, e cada placar eletrônico deve ser programável e capaz de mostrar
animações. O placar deve ter no mínimo 7,5m de largura e 4,5m de altura.

214
TÓPICO 3 | REGRAS COMPETITIVAS

FR 4.7.2 – Deve haver um centro do controle com ar-condicionado, e


dimensões 6,0m x 3,0m, localizados entre 3,0m e 5,0m da cabeceira de chegada,
com uma visão desimpedida da chegada durante toda a prova. O árbitro deve ter
fácil acesso ao centro de controle durante a competição. Durante todo o tempo, o
centro de controle deve ter condições de ser um local seguro.

FR 4.7.3 – Sistema de cronometragem por vídeo.

FR 4.8 – Equipamento semiautomático pode ser usado como backup


do sistema automático de cronometragem nos eventos da FINA ou em outros
grandes eventos, se houver três botões por raia, cada um deles operado por um
ofcial diferente (nesse caso, outros juízes de chegada não serão necessários). Um
inspetor de virada pode operar um dos botões.

215
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você viu que:

● A Federação Internacional de Natação (FINA) é a entidade reconhecida pelo


Comitê Olímpico Internacional (COI), responsável por administrar competições
internacionais nos desportos aquáticos.

● Atualmente, a sede da FINA fca em Lausanne, na Suíça. O presidente atual da


Federação é o uruguaio Julio César Maglione.

● A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos segue as regras da FINA


para as competições de natação.

● idade
A mínima para nadadores competindo nos Jogos Olímpicos,
Campeonatos Mundiais da FINA e da FINA Campeonatos Mundiais de
Natação (25m) deve ser o mesmo que a idade mínima para as FINA World
Junior Swimming Championships: mulheres, 14 anos de idade, e os homens,
15 anos de idade, no ano de competição, exceto atletas mais jovens podem
participar nessas competições se eles têm conseguido, pelo menos, o tempo
padrão "B" de entrada no respectivo evento.

● O árbitro geral deve ter completo controle e autoridade sobre todos os


juízes, aprovar as suas atribuições de funções e instruí-los acerca de todas as
características e regras especiais relacionadas às competições. Ele deve fazer
respeitar todas as regras e determinações da FINA e decidirá todas as questões
relacionadas com a condução do evento, prova ou competição, cuja decisão
fnal não esteja prevista nas regras.

● A partida nas provas de livre, peito, borboleta e medley será efetuada por meio
de salto (mergulho).

● A partida para as provas de costas e revezamento medley será efetuada dentro


da água.

● Nado livre signifca que numa prova assim denominada, o competidor pode
nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou revezamento
medley, onde nado livre signifca qualquer nado diferente do nado de costas,
peito ou borboleta.

● No nado costas, antes do sinal de partida, os competidores devem alinhar-se


na água, de frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos
suportes de agarre. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda da

216
calha é proibido. Quando o suporte de partida para o nado costas estiver sendo
usado na saída, os dedos de ambos os pés devem estar em contato com a borda
ou com a placa de toque do placar eletrônico. Curvar os dedos dos pés na parte
superior da placa de toque é proibido.

● No nado peito, a partir da primeira braçada após a saída e após cada virada, o
corpo deve ser mantido sobre o peito.

● Na prova de medley individual, o nadador nada os quatro nados na seguinte


ordem: borboleta, costas, peito e livre. Cada nado deve percorrer um quarto
(1/4) da distância.

● Todas as provas individuais devem ser separadas por sexo.

● A temperatura da água deve situar-se entre 25º C e 28ºC.

● A intensidade da luz na cabeceira de partida e na cabeceira de virada não deve


ser inferior a 600 lux.

217
AUTOATIVIDADE

1 Descreva qual é o signifcado do termo FINA e qual é a sua função.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 Sobre as provas de natação, leia atentamente as frases abaixo e marque V


para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) Todas as provas individuais devem ser separadas por sexo.


( ) Em todas as provas, o nadador deve fazer contato físico com a borda na
virada. A virada deve ser feita contra a borda da piscina e não é permitido
andar ou tomar impulso no fundo da piscina.
( ) Ficar de pé durante a prova de nado livre ou durante o nado livre nas provas
de medley não deve desclassifcar o nadador, mas ele não poderá andar.
( ) Serão quatro nadadores em cada equipe de revezamento. Estão permitidas
equipes mistas. Estas equipes serão formadas por dois homens e duas
mulheres. Os tempos parciais registrados nestas provas não poderão ser
considerados como recordes e nem como tempos de inscrição.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V.
b) ( ) F, F, F, V.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

3 Sobre as regras referentes aos trajes utilizados nas competições de natação,


leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem
Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) O traje de natação aprovado pela FINA para ser usado nos Jogos Olímpicos
e Campeonato Mundial – FINA deve ser aprovado pela FINA doze (12)
meses antes do início da competição. Além disso, deve estar disponível
para todos os competidores em 1º de janeiro do ano da realização dos
Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais FINA.
( ) Os competidores devem usar apenas trajes com uma ou duas peças.
Nenhum item adicional, como ligaduras nos braços ou pernas, deve ser
considerado parte do traje.
( ) A partir de 1º de janeiro de 2010, o traje para os homens não deve passar
acima do umbigo e nem também abaixo do joelho, e para as mulheres não
deve cobrir o pescoço, passar dos ombros e nem passar do joelho. Todo
traje deve ser confeccionado com material têxtil.

218
( ) Os trajes de todos nadadores (maiô/sunga, touca e óculos) devem estar de
acordo com a moral e ser apropriados para cada esporte, e não podem usar
qualquer símbolo considerado ofensivo. O traje não pode ser transparente.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V.
b) ( ) F, F, F, V.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

4 Sobre a “partida” nas competições de natação, leia atentamente as frases e


marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) A partida nas provas de livre, peito, borboleta e medley será efetuada por
meio de salto (mergulho). Ao apito longo do árbitro geral, os nadadores
devem subir no bloco de partida e ali permanecer. Ao comando “às suas
marcas”, do juiz de partida, devem colocar-se imediatamente na posição
de partida, com pelos menos um pé na parte dianteira do bloco. A posição
das mãos não é relevante. Quando todos os nadadores estiverem imóveis,
o juiz de partida deve dar o sinal de partida.
( ) A partida para as provas de costas e revezamento medley será efetuada
dentro da água. Ao primeiro apito longo do árbitro geral, os nadadores
deverão entrar imediatamente na água. No segundo apito longo, os
nadadores deverão colocar-se, sem demora indevida, na posição de
partida. Quando todos os nadadores estiverem na posição de partida,
o juiz de partida dará o comando “às suas marcas”. Quando todos os
nadadores estiverem imóveis, o juiz de partida dará o sinal de partida.
( ) Nos Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais e outras provas organizadas
pela FINA, o comando “às suas marcas” terá que ser em inglês, “Take your
marks”, e o sinal de partida difundido por múltiplos alto-falantes, um para
cada bloco de partida.
( ) Qualquer nadador que parta antes do sinal de partida ser dado será
desclassifcado. Se o sinal de partida soar antes de a desclassifcação
ser declarada, a prova continuará e o nadador ou nadadores serão
desclassifcados após a prova terminar. Se a desclassifcação for assinalada
antes do sinal de partida, o sinal não será dado, os demais nadadores serão
chamados de volta e proceder-se-á à nova partida. O árbitro geral repete o
procedimento de partida começando com o apito longo.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, V.
b) ( ) F, F, F, V.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.

219
5 Explique qual deverá ser a temperatura da água nas piscinas durante as
provas de competições de natação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6 Descreva as regras, estabelecidas pela FINA, para as provas de nado medley.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7 Sobre as provas de competição de “nado livre”, leia atentamente as frases


abaixo e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) Nado livre signifca que numa prova assim denominada, o competidor


pode nadar qualquer nado.
( ) Alguma parte do nadador tem que tocar a parede ao completar cada volta
e no fnal.
( ) Nado livre signifca que numa prova assim denominada, o competidor
pode nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou
revezamento medley, onde nado livre signifca qualquer nado diferente do
nado de costas, peito ou borboleta.
( ) Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água durante
a prova, exceto quando é permitido ao nadador estar completamente
submerso durante a volta e numa distância não maior que 15 metros após
a partida e cada volta. Nesse ponto, a cabeça deve ter quebrado a superfície
da água.
( ) Ambas as mãos do nadador têm que tocar a parede ao completar cada
volta e no fnal.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, V, V, F.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

8 Sobre as regras para as provas de nado costas, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) Ao sinal de partida e quando virar, o nadador deve dar um impulso e


nadar em decúbito ventral durante todo o percurso.
b) ( ) Antes do sinal de partida, os competidores devem alinhar-se na água,
de frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos
suportes de agarre. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda
da calha é proibido. Quando o suporte de partida para o nado costas
estiver sendo usado na saída, os dedos de ambos os pés devem estar

220
em contato com a borda ou com a placa de toque do placar eletrônico.
Curvar os dedos dos pés na parte superior da placa de toque é proibido.
c) ( ) Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma
parte do corpo na sua respectiva raia. Durante a volta, os ombros podem
girar além da vertical para o peito, após o que uma imediata contínua
braçada ou uma imediata contínua e simultânea dupla braçada pode
ser usada para iniciar a volta. O nadador tem que retornar à posição de
costas após deixar a parede. Quando do fnal da prova, o nadador tem
que tocar a parede na posição de costas na sua respectiva raia.
d) ( ) A posição de costas pode incluir um movimento rotacional do corpo,
até, mas não incluindo os 90º a partir da horizontal. A posição da cabeça
não é relevante.
e) ( ) Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água durante
o percurso. É permitido ao nadador estar completamente submerso
durante a volta e por uma distância não maior que 15 metros após a
saída e cada volta. Nesse ponto a cabeça deve ter quebrado a superfície.

9 Sobre as regras para as provas de nado peito, assinale a alternativa incorreta:

a) ( ) A partir da primeira braçada após a saída e após cada virada, o corpo


deve ser mantido sobre o peito. Não é permitido fcar na posição de
costas em nenhum momento, exceto quando da volta, após o toque
na parede onde é permitido girar de qualquer maneira, contanto que
quando deixar a parede o corpo deve estar na posição em decúbito
dorsal. A partir da saída e durante a prova, o ciclo do nado deve ser
uma braçada e duas pernadas, nessa ordem. Todos os movimentos dos
braços devem ser alternados e no mesmo plano horizontal.
b) ( ) Após a saída e em cada volta, o nadador pode dar uma braçada
completa até as pernas, durante a qual o nadador pode estar submerso.
Uma única pernada de borboleta é permitida em qualquer momento
antes da primeira pernada de peito após a saída e após cada virada.
c) ( ) As mãos devem ser lançadas junto para frente a partir do peito, abaixo
ou sobre a água. Os cotovelos deverão estar abaixo da água exceto para
a última braçada antes da volta, durante a volta e na última braçada
antes da chegada. As mãos deverão ser trazidas para trás na superfície
ou abaixo da superfície da água. As mãos não podem ser trazidas para
trás além da linha dos quadris, exceto durante a primeira braçada, após
a saída e em cada volta.
d) ( ) Durante cada ciclo completo, alguma parte da cabeça do nadador deve
quebrar a superfície da água. A cabeça tem que quebrar a superfície
da água antes que as mãos virem para dentro na parte mais ampla
da segunda braçada. Todos os movimentos das pernas devem ser
simultâneos e no mesmo plano horizontal, sem movimentos alternados.
e) ( ) Em cada virada e na chegada da prova, o toque deve ser feito com as
duas mãos separadas e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da
água. No último ciclo do nado antes da virada e no fnal da prova, uma
braçada não seguida da pernada é permitida. A cabeça pode submergir
após a última braçada anterior ao toque, contanto que quebre a
superfície da água em qualquer ponto durante o último completo ou
incompleto ciclo anterior ao toque.

221
10 Sobre as regras para as provas de nado borboleta, assinale a alternativa
incorreta:

a) ( ) Os braços devem ser levados alternadamente à frente por sobre a água


e trazidos para trás por baixo da água durante todo o percurso.
b) ( ) A partir do início da primeira braçada, após a saída e em cada volta,
o corpo deve ser mantido sobre o peito. Pernada submersa na lateral
é permitida. Não é permitido fcar na posição de costas em nenhum
momento, exceto quando da volta, após o toque na parede é permitido
girar de qualquer maneira, quando deixar a parede o corpo deve estar
na posição sobre o peito.
c) ( ) Todos os movimentos para cima e para baixo das pernas devem ser
simultâneos. As pernas ou os pés não precisam estar no mesmo nível,
mas não podem alternar um em relação ao outro. O movimento de
pernada de peito não é permitido.
d) ( ) Em cada virada e na chegada, o toque deve ser efetuado com ambas
as mãos separadas e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da
superfície da água.
e) ( ) Após a saída e na volta, ao nadador são permitidas uma ou mais
pernadas e uma braçada sob a água, que deve trazê-lo à superfície.
É permitido ao nadador estar completamente submerso até uma
distância não maior do que 15 metros após a partida e após cada virada.
Nesse ponto, a cabeça deve quebrar a superfície. O nadador tem que
permanecer na superfície até a próxima volta ou fnal.

222
REFERÊNCIAS
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