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MINERAÇÃO
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................................................7
Esta seção objetiva destacar as caracte- para mineração. Com este intuito, seguem
rísticas e descrever o desempenho do se- quatro subseções. A primeira (subseção
tor produtor de máquinas e equipamentos 2.1) traz considerações sobre a organiza-
para mineração (exceto o petróleo), em âm- ção do setor mineral em escala internacio-
bito internacional, no ciclo ascendente dos nal, enfatizando algumas tendências, deter-
anos 2000 e seus atuais impasses. Para tan- minantes de investimento e seu desempe-
to, julga-se primordial observar tendências nho. A segunda (subseção 2.2) trata dos
e o desempenho do setor demandante, a elementos que se destacam na definição
partir de uma breve descrição da evolução das tendências tecnológicas do setor mine-
recente e do quadro atual da mineração, ral, que possuem relevantes efeitos sobre
assim como das tendências tecnológicas o segmento de máquinas e equipamentos.
observadas no setor extrativo mineral. Isso A terceira e a quarta (subseções 2.3 e 2.4)
pode contribuir para definir o ambiente da analisam dados mais específicos de produ-
concorrência enfrentado pelos fornecedo- ção e de comércio mundial de máquinas e
res mundiais de máquinas e equipamentos equipamentos de mineração.
70
(US$/ton, a preços de 1998)
60
Valor unitário
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1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Fonte: Elaboração própria com base em U.S. Geological Survey (Historical Statistics for Mineral and Material
Commodities in the United States).
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2500
toneladas)
Mundial
Mundial
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Produção
Produção
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1905 1915 1925 1935 1945 1955 1965 1975 1985 1995 2005
Fonte: Elaboração própria com base em U.S. Geological Survey(Historical Statistics for Mineral and Material
Commodities in the United States).
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500
2005:100
400
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Índice de preços de minerais metálicos não-ferrosos e do minério de ferro * Índice de preço do minério de ferro
Origem do
Empresas(1) 2010 2011 2012(2)
capital
Caterpillar/Bucyrus International EUA 3.651 5.188 6.026
Sandvik Suécia 3.866 4.954 5.421
JoyGlobal EUA 3.524 4.404 5.688
AtlasCopco Suécia 2.148 2.829 3.325
Metso Finlândia 1.994 2.692 3.047
Bort Longyear EUA 1.476 2.020 2.488
FLSmidth Dinamarca 1.398 1.456 1.746
Outotec Finlândia 920 1.306 1.808
(1) Ranking de 2011.
(1) Estimativa.
Fonte: Elaboração própria com base em Research in China (RIC), 2011-2012.
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nota: Inclui NCM 842831, 843031, 843039, 843041, 847410, 847420, 847439, 847480 e 847490.
Fonte: INTRACEN.
Nota: Inclui NCM 842831, 843031, 843039, 843041, 847410, 847420, 847439, 847480 e 847490.
Fonte: INTRACEN.
Nota: Inclui NCM 842831, 843031, 843039, 843041, 847410, 847420, 847439, 847480 e 847490.
Fonte: INTRACEN.
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Minério de ferro
86%
Fonte: Elaboração própria com base em documentos do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM). Anuário Mineral Brasileiro – 2010.
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(%)
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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(%)
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Extração de carvão mineral Extração de minerais metálicos Extração de minerais não-metalicos
Em 2011, das 324 empresas que compu- tos para mineração inclui tanto empresas na-
nham o grupo, 138 tinham como atividade cionais quanto estrangeiras, que produzem
principal a “fabricação de máquinas e equi- localmente, assim como representantes co-
pamentos para o segmento extrativo mineral merciais de produtores estrangeiros.
(exceto petróleo)”, 98 empresas dedicavam- Analisando a inserção das grandes em-
-se à “fabricação de máquinas e equipamen- presas “globais”, apontadas na Tabela 2 (se-
tos para terraplenagem, pavimentação e ção 2.3. do estudo), verifica-se o alto grau de
construção”, 58 empresas à “fabricação de internacionalização do segmento produtor no
máquinas e equipamentos para a prospec- Brasil, assim como a diversificação de produ-
ção e extração de petróleo” e 30 à “fabrica- tos oferecidos pelas grandes empresas. As
ção de tratores (exceto agrícolas)” (RAIS/ 8 empresas listadas na Tabela 2 são diver-
MTE). Nota-se, na Tabela 8, o aumento do nú- sificadas. As receitas ligadas à mineração
mero de empresas e a preponderância de pe- (exclusive petróleo) são apenas parte de seu
quenas e médias empresas voltadas para a negócio.
produção de máquinas e equipamentos para A única produtora “global” que aparente-
o segmento extrativo mineral (exceto petró- mente não mantém produção no Brasil é a
leo). Entretanto, percebe-se que as maiores Bort Longyear. A Caterpillar, ainda que man-
empresas foram as que mais cresceram no tenha produção importante de outras linhas
período – em número de empresas e no em- de produto no Brasil, não internalizou a pro-
prego gerado. Em 2006, 14,4% das empre- dução de equipamentos específicos para a
sas tinham mais de 50 empregados e ocu- mineração – há apenas a revenda e assistên-
pavam 57% dos empregados formalmente cia técnica no mercado brasileiro (LAGUNA,
contratados pelo segmento. Em 2011, esses 2012). As demais empresas citadas mantêm
percentuais passaram a 18,1% e 72,2%, res- produção local e são associadas à ABIMAQ,
pectivamente. Ou seja, as médias e grandes tendo a descrição de seus principais produ-
empresas ganharam importância no período tos no banco de dados DATAMAQ.
analisado. Somente em 2011, no entanto, Constam como produtoras de máquinas e
uma das empresas do segmento passou a equipamentos para mineração e celulose em
contabilizar mais de 500 empregados. Obser- solo brasileiro a Sandvik (12 produtos), a Met-
va-se também que o emprego formal cres- so (66 produtos), a FLSmidth (23 produtos) e
ceu continuamente no segmento – mesmo a Outotec (12 produtos) (lista de produtos no
entre os anos de 2008 e 2009, quando o seg- anexo). Produzindo equipamentos para seg-
mento de máquinas e equipamentos sofreu mentos afins, existe a P&H, braço do grupo
com os rescaldos da crise internacional. Joy Global voltado à mineração de superfície,
O conjunto de empresas atuantes no seg- que no DATAMAQ está associada à produ-
mento brasileiro de máquinas e equipamen- ção de máquinas rodoviárias, caçambas para
escavadeira sobre esteira, engrenagens ci- apresentada por Germani (2002), no início da
líndricas helicoidais e lanças para guindaste; década, foi minorada, graças ao crescimento
e a Atlas Copco, que consta no DATAMAQ da atividade no mercado local. Exemplos de
como produtora de compressores e aces- representação são a Tracbel (representante,
sórios (equipamentos também utilizados na entre outras, da Volvo Construction Equip-
mineração). ment) e a Sotreq (representante de produtos,
Segundo DNPM (2006), em uma publi- serviços e sistemas da Caterpillar).
cação para a atração de investidores para a Produzindo localmente ou mantendo re-
indústria extrativa mineral, a maioria das má- venda e prestação de serviços no mercado
quinas e dos equipamentos utilizados pela doméstico, diz-se que “a presença dos prin-
indústria de mineração seria produzida no cipais fornecedores de equipamentos de
Brasil, com tecnologia desenvolvida interna- mineração internacionais no setor de minera-
mente ou importada, abrangendo tanto os ção do Brasil garante a qualidade tecnológica
equipamentos fabricados em série como dos produtos em oferta” (E&MJ, 2011). Essa
os produzidos sob encomenda. Os estudos presença de mais produtores estrangeiros,
para a elaboração do Plano Nacional de Mi- ou mesmo de representações com maior
neração (2030) salientavam, por sua vez, que, interação com as empresas mineradoras lo-
no caso de indisponibilidade de equipamen- cais, é fruto não apenas da tradição do setor,
tos produzidos localmente, a possibilidade mas do dinamismo do ciclo da mineração
de importação suplantaria os eventuais gar- dos anos 2000, já que a nova escala das ope-
galos existentes. rações permitiu um número maior de forne-
De fato, como no caso da norte-america- cedores com bases locais.
na Caterpillar, a empresa, a despeito de ter Esse padrão de associação de vendas
produção de outras linhas de máquinas e dos equipamentos a prestação de serviços,
equipamentos no Brasil, ainda traz parcela comum no segmento de bens de capital
importante dos equipamentos para minera- como um todo, permite, inclusive, o desen-
ção de outras partes do mundo – sendo pos- volvimento de inovações a partir da relação
sível que a escala ainda não justifique uma fornecedor-cliente – o que foi importante no
linha de produção no país, ou uma simples ciclo brasileiro. Segundo E&MJ (2011), o se-
decisão microeconômica de alocação da tor de máquinas e equipamentos para mine-
produção. Deste ponto de vista, é importante ração no Brasil teria desenvolvido inovações
mencionar a crescente importância das em- incrementais importantes do ponto de vista
presas de representação desses equipamen- ambiental, por exemplo. A legislação ambien-
tos importados. São revendedores de equi- tal relativamente rígida no Brasil exigiu que as
pamentos de grandes produtores interna- mineradoras e seus fornecedores desenvol-
cionalizados não instalados no Brasil, ou que vessem, em conjunto, melhorias nos equipa-
mantêm apenas parte da linha de produtos mentos, sendo algumas delas incorporadas
fabricada localmente, que estão longe de as- aos equipamentos comercializados interna-
sumir um papel apenas comercial, mas são cionalmente. Inovações incrementais tam-
importantes prestadores de serviços: bém teriam sido desenvolvidas a partir das
trocas entre as mineradoras e os fornecedo-
A vantagem competitiva é determinada, portanto,
em função dos serviços adicionais que uma deter- res de máquinas e equipamentos no campo
minada empresa é capaz de oferecer. Esta aborda- dos softwares para comando e monitora-
gem conceitual levou os fornecedores de equipa- mento de equipamentos, de sensoramento
mentos a ter também engenheiros nos principais remoto, entre outros.
locais de mineração do Brasil, realizando a manu-
Segundo E&MJ (2011, p. 38), os produto-
&MJ, 2011)
tenção e treinamento. (E
res brasileiros de máquinas e equipamentos
para extração mineral também têm se valido
Assim, as revendas locais dão treinamen-
da relação próxima aos clientes (minerado-
to e assistência técnica, de forma a garantir a
ras) para enfrentar o ambiente fortemente
utilização mais eficiente e pelo maior tempo
competitivo:
possível das máquinas e equipamentos for-
necidos – evitando quebras e reparos demo- Enquanto os fornecedores de equipamentos brasi-
rados. A realidade de insuficiente prestação leiros estão sob pressões significativas de preços
de serviços por fornecedores estrangeiros dos concorrentes internacionais, as suas ofertas de
serviços têm crescido exponencialmente, o que é
e mesmo de baixa disponibilidade de peças
de suma relevância em termos de manutenção da de projetos e o acesso a mercados (expan-
competitividade do produto ao longo do ciclo de são geográfica das operações da empresa
vida de bens de capital importantes, como infraes-
trutura de fábricas. no mercado internacional).
A internacionalização e a consolidação
No segmento de engenharia, que fornece também estão presentes no segmento de
estudos de viabilidade, projetos de implan- produção de máquinas e equipamentos para
tação, reforma e manutenção (de parte) das mineração. A esse respeito, inclusive, o Pla-
lavras e usinas de beneficiamento, o dina- no Nacional de Mineração (2030) salienta que
mismo também tem sido grande. Empresas a internacionalização observada das grandes
locais se fortaleceram e se especializaram e mineradoras e siderúrgicas brasileiras tam-
empresas estrangeiras firmaram bases no bém poderia ser vista como um canal poten-
Brasil. EJ&M (2011) destaca o aumento de cial de internacionalização da produção das
parcerias ou aquisições de empresas locais empresas brasileiras de máquinas e equipa-
por empresas internacionais de engenharia e mentos para extração mineral e de serviços
consultoria, mostrando a tendência de con- de engenharia (MME, 2011, p.67).
solidação nesse segmento. Como exemplo, A aquisição da norte-americana Bucyrus
cita-se a criação da SNC-Lavalin Minercon- International pela também norte-americana
sult, uma fusão da brasileira Minerconsult Caterpillar, em 2011, assim como a criação
com a canadense SNC-Lavalin, uma das lí- da unidade de mineração da multinacional
deres mundiais no setor mínero-metalúrgico, General Electric em 2012, a partir da aquisi-
realizada ao final de 2007; ou a CNEC Wor- ção de produtores de equipamentos na área
leyParsons Engenharia S.A., resultante da (a norte-americana Fairchild International e a
aquisição da CNEC (criada em 1959 por pro- australiana Industrea Limited) são exemplos
fessores da Escola Politécnica da Universida- da consolidação que vem ocorrendo no nível
de de São Paulo e comprada em 1969 pelo do grande capital globalizado. Nesse quadro,
grupo Camargo Corrêa) pelo grupo australia- empresas brasileiras também são alvo de fu-
no WorleyParsons em 2010. são ou aquisição como uma forma do capital
A internacionalização e a consolidação no internacional se apropriar melhor do mercado
segmento fornecedor da mineração, aliás, local, como o caso da norte-americana ESCO
parece ser uma regra. Torna-se necessário Corp., que já operava no Brasil e que adquiriu
ir “ao minério”, onde ele estiver no globo. a brasileira Soldering em 2007. Ademais, em-
EJ&M (2011) destaca empresas de enge- presas brasileiras passaram a se internacio-
nharia brasileiras que estão aproveitando sua nalizar para fortalecer sua posição competiti-
experiência no Brasil para vender serviços na va – caso da Enfil Construções e Montagens,
África, por exemplo. Ademais, as fusões e empresa de bens de capital sob encomenda,
aquisições entre empresas de engenharia au- que passou a ter parte da produção na China
mentam seu portfólio de serviços, os bancos para ser mais competitiva (EJ&M, 2011).
2500
Número de Vagas - acumulado 12 meses
2000
Admitidos
1500
1000 Desligados
500
Contratações
Líquidas
0
-500
Países(*) Número de anos (**) Valor (US$) Peso (Kg) Valor Médio Anual (US$)
Por sua vez, as principais origens das principal destino e origem de máquinas
importações brasileiras de máquinas e e equipamentos para a mineração, res-
equipamentos para a mineração (exclusi- pectivamente exportados e importados
ve petróleo), segundo o número de anos pelo Brasil. A China assumiu posição sig-
e valores importados acumulados no pe- nificativa na lista dos principais países
ríodo 2004-2011, foram: Estados Unidos, de origem de máquinas e equipamentos
China, Alemanha, Itália e Suécia (Tabela para a mineração importados pelo Brasil,
12). Canadenses e Australianos figuram tornando-se grande fornecedor no perío-
entre importantes fornecedores, mas do analisado, partindo de vendas de US$
com uma frequência menor. Os Estados 458 mil em 2004 para US$ 98,4 milhões
Unidos certamente se destacaram como em 2011.
Tabela 12 – Principais origens da importação
brasileira de máquinas e equipamentos para
a mineração (exclusive petróleo)
(valores em dólares e pesos em Kg
acumulados entre 2004 e 2011)
Este relatório teve como objetivo apre- de máquinas e equipamentos para a mine-
sentar, em grandes linhas, a estrutura e a ração tenham se mantido em posição de
dinâmica do segmento produtor de bens destaque (EUA, Japão e Alemanha), houve
de capital para a mineração (exceto petró- um crescente deslocamento de sua produ-
leo) no plano mundial e no Brasil. ção para os países em desenvolvimento,
A indústria extrativa mineral assumiu com destaque para a China. A entrada da
grande importância para a economia de di- empresa General Eletric (a partir de aquisi-
versos países e para o Brasil, em particular, ções) neste mercado, em 2012, coloca um
onde a grande extensão territorial e a ge- novo grande player, que já nasce interna-
ologia a favoreceram. Ainda que, no caso cionalizado, no mercado.
brasileiro, a matriz tecnológica tenha sido Essas mudanças trazem algumas ques-
em grande parte importada, à medida que tões a serem observadas. A crescente
o potencial da indústria de mineração bra- concentração do capital, em escala global,
sileira foi sendo explorado, um importante deixa, em parte, o “destino” dos sistemas
segmento fornecedor foi se formando no nacionais de produção nas mãos dos pro-
país. Nos anos 1980 e 1990, o contido nível dutores mundializados e suas estratégias
de atividade do setor de mineração pouco competitivas particulares – ou seja, acredi-
estimulou o segmento fornecedor – seja tando que essas empresas são a referência
do ponto de vista das máquinas e equipa- para o padrão tecnológico e mesmo para
mentos, seja das empresas de engenharia. o padrão de negócios no segmento forne-
O boom da mineração nos anos 2000, por cedor de máquinas e equipamentos, suas
outro lado, trouxe não apenas dinamismo, decisões de alocação de capital e de out-
mas importantes mudanças estruturais. sourcing serão cruciais para (re)definição
As transformações mais marcantes que dos sistemas nacionais de produção.
ocorreram em escala internacional foram No Brasil, o tradicional segmento forne-
a crescente concentração e internacionali- cedor da mineração seguiu o observado
zação do capital no segmento fornecedor no mercado internacional. Na esteira do
da mineração (exceto Petróleo), com um crescimento da mineração nos anos 2000,
intenso movimento de fusões e aquisições cresceu o número de empresas produto-
entre as grandes produtoras “mundiais” de ras de máquinas e equipamentos dedica-
máquinas e equipamentos para a minera- das exclusivamente à mineração (exclusive
ção (o que também se deu nos serviços de petróleo), com destaque para as maiores
engenharia e consultoria). A concentração empresas. A internacionalização produtiva
no segmento seguiu o movimento obser- também se colocou – notou-se não apenas
vado no setor demandante, pois também uma crescente participação do capital es-
houve consolidação na mineração, onde trangeiro na produção local de máquinas e
as empresas, cada vez maiores, passaram equipamentos (e de serviços de engenha-
a exigir soluções mais completas de seus ria), como também a internacionalização
fornecedores. Neste ambiente, constatou- de produtores brasileiros, com o intuito de
-se o estabelecimento de alianças entre reforçar sua posição competitiva. Notou-
fabricantes de equipamentos e empresas -se, ainda, o avanço na associação entre
mineradoras para o desenvolvimento con- a venda de máquinas e equipamentos e a
junto de produtos e a diluição dos riscos prestação de serviços, com as produtoras
associados a tal atividade. Observou-se assumindo de forma mais importante o
que, embora os tradicionais produtores treinamento dos mineiros, o monitoramen-
to e a manutenção (preventiva/corretiva) rio da mineração brasileira é esperado com
das máquinas e equipamentos fornecidos grande ansiedade não apenas pela própria
(tendência que também pode ser observa- indústria extrativa mineral, mas também
da no plano mundial). A despeito do cres- por seus fornecedores, considerando que
cimento da produção doméstica, por outro a perspectiva do setor de mineração afeta
lado, verificou-se um déficit crescente no a demanda do conjunto de empresas for-
comércio externo brasileiro de máquinas e necedoras.
equipamentos para a mineração. A maior parte das empresas “mundiais”
As informações de concentração do ca- de máquinas e equipamentos para a mine-
pital em escala internacional e de deteriora- ração mantém linhas de produção no Bra-
ção do desempenho da balança comercial sil. No entanto, algumas dessas empresas
brasileira de máquinas e equipamentos de fabricam localmente outras linhas de pro-
mineração merecem observação, sobre- dutos não associados à mineração e im-
tudo no caso de setores fornecedores de portam os equipamentos incluídos nesse
indústrias cuja dinâmica é fortemente regu- segmento específico. Seria importante as-
lada pelo Estado – caso da indústria de mi- segurar o interesse dessas empresas pela
neração. A este respeito, o marco regulató- produção/fornecimento no Brasil.
ANEXO
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