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SANEAMENTO

Saneamento Ambiental: Corresponde ao controle dos fatores do ambiente físico do


homem que podem exercer efeitos físicos, mentais ou sociais deletérios.

Objetivos do saneamento ambiental:

▪ Fornecimento de água potável;


▪ Disposição controlada dos esgotos sanitários;
▪ Controle do escoamento superficial;
▪ Disposição adequada dos resíduos sólidos;

Sistemas urbanos de água: dentro desses sistemas, os recursos hídricos naturais e


os ecossistemas se interligam com a infraestrutura para abastecimento de água, coleta
e tratamento de águas residuais e proteção contra enchentes.

▪ SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (SAA).


▪ SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (SES).
▪ SISTEMA DE DRENAGEM URBANA (SDU).

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (SAA)


Os SAA operam em CONDUTO FORÇADO, ou seja, as tubulações operam com
pressão interna diferente da pressão atmosférica. Abaixo segue as equações de
perda de carga.

Sistemas urbanos de esgotos e drenagem das águas pluviais poluição difusa e


interconexões

Há dois sistemas de condução e destinação de águas pluviais e esgotos:

- Sistema separador absoluto (SAA):

O sistema coleta a água da chuva em uma tubulação e despeja diretamente em


um curso d’água, enquanto o sistema de esgoto sanitário é coletado por uma
tubulação de esgotos e levado para a estação de esgoto e tratamento antes de
ser lançado em cursos d’água.

- Sistema Unitário (SU):

Transporta esgoto e água da chuva em uma mesma tubulação, para uma


estação de tratamento de esgoto antes de ser lançado em cursos d’água. OBS:
com chuvas moderadas a intensas, o sistema atinge capacidade,
transborda e lança o esgoto combinado à água da chuva diretamente no
oceano, córregos ou rio, sem tratamento, no chamado
TRANSBORDAMENTO COMBINADO DE ESGOTO.

Existe uma diferença de volume muito maior quando se analisam os valores diários.
Como a chuva precipita intensamente em ocasiões isoladas, e não igualmente ao longo
do ano, o volume de água da chuva em um dia (às vezes em apenas algumas horas)
pode na verdade ser 100 vezes maior do que o volume de esgoto. Por esse motivo, os
dutos de água da chuva são geralmente muito maiores do que os de esgoto.

Poluição das primeiras chuvas

É a primeira descarga do escoamento superficial, no início de um evento chuvoso.


Portanto, a primeira descarga é o escoamento superficial inicial de uma tempestade e a
água que entra nos bueiros em áreas com altas proporções de superfícies impermeáveis
é normalmente mais poluída em comparação com o restante da água da chuva.

A poluição difusa é, portanto, originada pelo escoamento de água da chuva não tratada
em áreas rurais ou urbanizadas.

Exemplo: O escoamento superficial inicial carrega produtos e elementos poluentes,


pois passa por telhados, ruas, etc. Assim como em áreas rurais, pode ser carregada de
agentes tóxicos, sendo perigosa.

Causas de interconexões e

poluição difusa: O papel da educação ambiental.

A lista de motivos para interconexões em sistema separador absoluto inclui conexões


irregulares feitas por proprietários de residências e por empresas de saneamento.
Também inclui infiltração de água subterrânea em dutos de esgoto ou esgoto em dutos
de água da chuva, que são devidos a vazamentos e rupturas em ambos os dutos.

Esse tipo de ligação irregular também é feito por empresas de saneamento que fazem
a rede local de esgotamento sanitário e jogam seu conteúdo em canaletas a céu aberto,
já que ainda não foi construída a grande rede de dutos que conduz o esgoto até a
estação de tratamento.
Qualquer lixo que não seja coletado prontamente pode chegar ao sistema de drenagem
e cursos de água durante uma tempestade, portanto, incentivar o descarte adequado
de todo o lixo é vital.

Problemas de água da chuva

▪ O escoamento da água da chuva é a porção de precipitação que não é


absorvida pelas plantas, não evapora e nem penetra no solo.
▪ Fluindo superficialmente por meio de dutos até seu destino.

Processo de urbanização leva Reduz a quantidade de O escoamento é maior, e atinge


a mudanças no processo de água que evapora e se picos de vazão que acontecem
escoamento das águas infiltra no solo. antes do que aconteciam
pluviais anteriormente à urbanização.

▪ A rápida condução da água da chuva para jusante, às vezes chamada de


solução cinza, levou a diferentes tipos de problemas de enchentes.

o EXEMPLO: projetos de canalização de córregos em grande


escala que evitam inundações locais levam a fluxos ainda
maiores de água da chuva a jusante.

▪ Observação: Considerando que as cidades são muito maiores hoje em


dia e que as pessoas dependem muito mais da mobilidade motorizada, a
qualidade da água da chuva diminuiu consideravelmente e surgiram
sérios problemas de poluição.
Soluções verdes p/ chuva

▪ Desenvolvimento de baixo impacto.

▪ Objetivo: Controle de fonte com foco na infiltração local.

▪ Redução da superfície impermeável, seção de canal aberto, ampliação da infiltração

no subsolo e uso de áreas de bioretenção e filtração das águas.

▪ Objetivo simplificado: reter, tratar e maximizar a infiltração de precipitação perto

de onde ele cai.

DESENVOLVIMENTO DE BAIXO IMPACTO (LID)

Seus principais objetivos são:

▪ Reduzir as inundações, minimizando o fluxo de escoamento da água da


chuva;
▪ Tratamento natural da poluição difusa por meio de vegetação e áreas
úmidas;
▪ Aumentar a recarga das águas subterrâneas, garantindo um maior fluxo
de córregos e rios durante as estações secas;
▪ Incorporar água limpa às paisagens urbanas e permitir a existência de
vida selvagem natural dentro da cidade.

Tratamento de tempo seco: possibilidades e

limitações.

- As estruturas de coleta de água da chuva, considerando os diversos


tipos de bueiro, normalmente não contem sifão ou outro tipo de selo
hidráulico, podem exalar odores desagradáveis e ficar infestadas de ratos
e insetos.

- As interconexões irregulares podem fazer com que a água da chuva seja


desviada para a tubulação de esgoto.

- A quantidade de água residual a ser tratada na estação de tratamento de


esgoto é muito maior durante os períodos de chuva.

Por que?

Pois o fluxo de água da chuva pode ser cem vezes maior do que o fluxo de esgoto.

- A água da chuva em dutos de esgoto, que foram projetados com diâmetros menores
para transportar muito menor vazão, também causa transbordamento. Esse
transbordamento altera o regime de fluxo, adiciona pressão aos tubos e faz com que o
esgoto seja despejado em casas localizadas em terrenos baixos. IMPORTANTE

- Se essa água puder ser encaminhada para uma estação de tratamento de esgoto, pelo
menos durante os períodos sem chuvas fortes, é possível reduzir a poluição das águas
urbanas

- Despolui rapidamente os esgotos dos cursos d’água, pelo menos na ausência de


chuvas fortes.

Identificação de interconexões

Como fazer isso?

MÉTODO I

É preciso medir e controlar a vazão em seções delimitadas do sistema de esgoto para


localizar a infiltração irregular da água da chuva.
Se a vazão na seção do tubo de esgoto for maior que a normal quando chove, é porque
a água da chuva está entrando indevidamente na rede de esgoto em local a montante.

MÉTODO II

Injeção de fumaça na tubulação de esgoto.

Tecnicamente, a fumaça não deveria sair deles porque o sistema de esgoto é protegido
por sifões e selos d'água para evitar que o mau cheiro entre em casas e empresas. No
entanto, os dutos de água da chuva usualmente não têm sifão ou outro tipo de selo
hídrico e, portanto, se houver uma interconexão entre os dois sistemas, a fumaça
aparecerá nos ralos, possibilitando identificar a interconexão irregular.

CONSUMO DE ÁGUA

PANORAMA BRASILEIRO:

▪ 83,7% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água.


▪ Média de perdas: 39,2%
▪ Consumo médio: 154 L/hab.dia.
Custo do abastecimento de água por constituinte do sistema

É evidente que a captação e distribuição são fatores de maior influencia no custo.

FATORES INTERVENIENTES

▪ Características físicas:

o Temperatura;

o Frequência de chuvas;

▪ Renda familiar

▪ Características da habitação:

o Área do terreno;

o Área construída do imóvel;

o Número de habitantes;

▪ Características do abastecimento:

o Pressão na rede;

o Qualidade da água.

▪ Características culturais da comunidade.


CONSUMO PER CAPTA DE ÁGUA

O consumo de água pode ser determinado pelos seguintes métodos:

- LEITURA DE HIDROMETROS

- LEITURA DE MACROMEDIDOR

- QUANDO NÃO EXISTIR MEDIÇÃO

LEITURA DE HIDROMETROS

LEITURA DE MACROMEDIDOR
QUANDO NÃO EXISTIR MEDIÇÃO

VAZÕES DE PROJETO

Para o projeto de sistemas de abastecimento de água, apenas as variações horárias e


diárias são consideradas.

- Variação diária: o consumo diário geralmente é maior ou menor que o consumo médio
dário anual, sendo maior no verão e menor no inverno.

- Variação horária: consumo varia com as horas do dia, geralmente o maior consumo
ocorre entre 10h e 12h.

VARIAÇÕES DIÁRIAS
VARIAÇÕES HORÁRIAS

Observação: geralmente usamos

K1 = 1,2

K2 = 1,5

NOTA DE AULA: para projetar, a população utilizada geralmente não é a atual,


pois senão estaria subdimensionando o projeto. Portanto, o período de projeto
adotado geralmente tem variado de 10 a 30 anos.

A evolução do crescimento populacional deve ser estudada em conjunto, ou seja,


deve saber também para onde a população irá crescer, por conta da distribuição.

ESTUDOS POPULACIONAIS

- Método aritmético

- Método geométrico

- Método da curva logística


MÉTODO ARITMÉTICO

Pressupõe uma TAXA CONSTANTE de crescimento para os anos que seguem.

Explicação dos parâmetros:

ANO POPULAÇÃO

1991 8.000 hab

2000 (t1) 10.578 hab (P1)

2010 (t2) 11.227 hab (P2)

MÉTODO GEOMÉTRICO

Considera para iguais períodos de tempo, a mesma porcentagem de aumento


populacional. A taxa de crescimento é calculada:
MÉTODO DA CURVA LOGÍSTICA

A população cresce assintoticamente em função do tempo para um valor limite de


saturação K.
VAZÕES DE DIMENSIONAMENTO

- As obras a montante do reservatório de distribuição devem ser dimensionadas para

atender a vazão média do dia de maior consumo do ano.

- A rede de distribuição deve ser dimensionada para a maior vazão de demanda, que é

a da hora de maior consumo do dia de maior consumo.

“A vazão Q3 é a maior vazão”

“Quando Q2 é maior que Q3, está acumulando água no reservatório.

VAZÃO DE CAPTAÇÃO
VAZÃO DE ALIMENTAÇÃO DO RESERVATÓRIO
VAZÃO DE DISTRIBUIÇÃO

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

“É um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente


licencia a localização, instalação e operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetivamente poluidoras, ou
que possam gerar degradação ambiental.”

- Componentes do sistema de abastecimento de água:

- Captação;
- Adução;

- Tratamento;

- Reservação;

- Distribuição;

A legislação federal (Resolução CONAMA 001 de 1986) institui a obrigatoriedade do


Estudo de Impacto Ambiental – EIA e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA para o
licenciamento.

O licenciamento é realizado em 3 etapas:

▪ LICENÇA PRÉVIA (LP): solicitada na fase de planejamento da atividade,

aprovando a localização e concepção. A LP atesta a viabilidade

ambiental do sistema a ser implantado.

▪ LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI): soliticada após a emissão da LP, na

fase de detalhamento de projeto e deve atender as solicitações e

exigências. A LI autoriza a instalação do empreendimento de acordo com

as especificações contidas no plano, programas e projetos aprovados.

▪ LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO): solicitada após a implantação do

empreendimento. Autoriza a operação após verificação do efetivo

cumprimento das exigências.

Aspectos importantes a serem considerados nos estudos ambientais para o

licenciamento ambiental de sistemas de abastecimento de água:

- Recursos hídricos: disponibilidade, qualidade, usos a montante e jusante,

interferências, operações e manutenções da qualidade das águas dos reservatórios

artificiais.
- A unidade de tratamento (ETA), o destino das águas de lavagem dos filtros e o

tratamento e disposição final do lodo gerado.

- A compatibilidade do projeto do uso do manancial com planos e programas aprovados

pelo comitê da bacia.

- Os possíveis conflitos de uso do solo e da água, e suas principais consequências:

erosões e assoreamentos.

- Os documentos de aprovação do uso de recursos hídricos.

NBR 12211
ESTUDOS DE CONCEPÇÃO DE SISTEMAS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE

ÁGUA

3.3 POPULAÇÃO RESIDENTE

Aquela formada pelas pessoas que têm o domicílio como residência habitual, mesmo

que ausente na data do censo por período inferior a doze meses.

3.3 POPULAÇÃO FLUTUANTE

Aquela que, proveniente de outras comunidades, se transfere ocasionalmente para a

área considerada, impondo ao sistema de abastecimento de água consumo unitário

análogo ao da população residente.

3.11 ALCANCE DO PLANO


Data prevista para o sistema planejado passar a operar com utilização plena de sua

capacidade.

5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

5.1 CONFIGURAÇÃO TOPOGRÁFICA DA REGIÃO

Devem pelo menos cobrir a região em que se encontra a área urbana a ser abastecida

(incluindo as áreas de expansão previstas) e de possível localização das partes isoladas

do sistema; devem também cobrir as regiões em que se encontram os presumíveis

mananciais abastecedores e as faixas de terreno nas quais podem se localizar os

condutos de interligação dos mananciais e partes do sistema, isoladas ou não.

5.2 CONSUMIDORES A SEREM CONSIDERADOS

5.2.1 Os consumidores a serem considerados compreendem os estabelecimentos

residenciais, industriais e públicos.

5.2.2 A População abastecível deve ser constituída, no alcance do plano, de:

a) pelo menos 80% da população residente, quando esse percentual não é fixado pelo

contratante;

b) parcelas das populações flutuante e temporária, cujos abastecimentos apresentem

interesse econômico ou social, a juízo do contratante.

5.3 DETERMINAÇÃO DA DEMANDA DE ÁGUA

5.3.1 Devem ser consideradas o consumo das ligações medidas e não medidas e o

volume de perdas no sistema.

5.3.1.1 Os volumes faturados não servem de base para o calculo de demanda de água.

5.4 APROVEITAMENTO DO SISTEMA EXISTENTE


Para as comunidades que dispõem de sistema de abastecimento, deve ser feito estudo

do aproveitamento de suas partes para constituir partes do novo sistema a ser projetado.

5.4.3 Devem ser documentados todos os defeitos que tornem inaproveitável qualquer

parte do sistema.

5.4.5 As partes do sistema existente, cujo aproveitamento satisfizer às condições

técnicas, econômicas e financeiras, sendo incluídas no sistema constante do estudo de

concepção básico, devem ser cadastradas e apresentadas mediante desenhos e

documentação fotográfica.

5.5 MANANCIAIS ABASTECEDORES

5.5.1 Devem ser considerados abastecedores todos os mananciais que apresentem

condições sanitárias satisfatórias e que, isolados ou agrupados, apresentem vazão

suficiente para atender à demanda máxima prevista para o alcance do plano.

5.5.3.1 Quando a área da bacia for consideravelmente maior do que a necessária para

abastecer a população no alcance do plano, sem obras de regularização, a inspeção

sanitária pode-se restringir aos agentes poluidores considerados mais significativos, de

acordo com indicação do contratante.

5.5.5 Devem ser levadas em conta as condições futuras que os mananciais possam

apresentar, em decorrência do crescimento de agentes poluidores.

5.5.6 A vazão a ser considerada, para fins de escolha de mananciais abastecedores,

deve ser a correspondente ao dia de demanda máxima prevista para o alcance do plano.

5.6 COMPATIBILIDADE ENTRE AS PARTES DO SISTEMA

5.5.6 A vazão a ser considerada, para fins de escolha de mananciais abastecedores,

deve ser a correspondente ao dia de demanda máxima prevista para o alcance do plano.

5.6.2 O abastecimento é considerado contínuo quando o sistema, em todas as suas

partes, é dotado de condições operacionais que, em qualquer instante, haja na rede


distribuidora água com pressão e quantidade suficiente, conforme condições

estabelecidas em Norma.

5.7 MÉTODO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA

5.7.1 A operação de um órgão ou parte do sistema pode ser automática quando se

destina ao ajuste de qualquer condição de funcionamento desse órgão ou parte do

sistema, podendo ser condicionada através de medidas e controle, sob forma

permanente, de uma ou mais das seguintes grandezas:

a) pressão em condutos forçados;

b) velocidade ou vazão de água em condutos;

c) nível de água;

d) intensidade de corrente elétrica em condutores de energia;

e) diferença de potencial disponível no fornecimento de energia elétrica

5.9 COMPARAÇÃO ECONÔMICA

5.9.2 As seguintes simplicações são admitidas para a comparação econômica:

a) as diferentes concepções de uma parte ou unidade do sistema podem ser

comparadas economicamente em separado das demais partes ou unidades, quando a

escolha resultante da comparação feita não interfere na comparação de qualquer outra

parte ou unidade do sistema;

b) para a comparação econômica de concepções de qualquer parte ou unidade do

sistema, não é necessário considerar as condições comuns a todas elas.

5.9.4 As despesas de manutenção e operação resultam da avaliação com:

a) pessoal;

b) consumo de energia elétrica;


c) reposição de materiais e ferramentas;

d) consumo de produtos químicos;

e) consumo de combustíveis;

f) oficinas;

g) transporte.

ANEXO B – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS SISTEMAS EXISTENTES


POPULAÇÃO FLUTUANTE

É a população que se estabelece no núcleo urbano por curtos períodos de tempo, como

no caso dos municípios veraneio, estâncias climáticas e hidrominerais.

Indicadores para estimativa da população flutuante:

▪ Variação do consumo de energia elétrica.

▪ Variação do consumo de água.

▪ Variação do fluxo de veículos.

▪ Crescimento da capacidade instalada na região para alojamento.


Para a elaboração do projeto de abastecimento de água, há necessidade de se

conhecer a distribuição da população atual da área de projeto e a evolução dessa

distribuição a nível de adensamentos e ocupação de novas áreas, ao longo do período

do projeto.

Para estimativa de densidades demográficas futuras é preciso considerar os

seguintes aspectos:

▪ Parâmetros da ocupação atual.

▪ Planos e projetos aprovados e em estudo na prefeitura municipal.

▪ Características da área: topografia, facilidades de expansão e preço de

terreno.

▪ Existência de infraestrutura: água, esgoto, águas pluviais, transporte,

comunicação etc.

REDES DE DISTRIBUIÇÃO

“É a parte do sistema de abastecimento formada de tubulões e órgãos acessórios,

destinado a colocar água potável à disposição dos consumidores, de forma contínua,

em:

QUANTIDADE – QUALIDADE – PRESSÕES ADEQUADAS

É GERALMENTE O ÍTEM MAIS CUSTOSO DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO

DE ÁGUA, COMPREENDENDO ENTRE 50% A 70% DO CUSTO TOTAL DAS

OBRAS DE ABASTECIMENTO.
REDE PRINCIPAL: também chamada de canalização mestra, são tubulações de maior

diâmetro que tem por finalidade abasteces as canalizações secundárias.

REDE SECUNDÁRIA: são tubulações de menor diâmetro cuja função é de abastecer

diretamente os pontos de consumo do sistema de abastecimento de água.

TIPOS DE REDE

- REDE RAMIFICADA

- REDE MALHADA

- REDE MISTA

REDE RAMIFICADA
REDE MALHADA

REDE MISTA
RECOMENDAÇÕES DO TRAÇADO

REDES PRINCIPAIS

▪ Devem formar circuitos fechados (rede malhada).


▪ Devem ser direcionadas às zonas de maior demanda.
▪ As tubulações devem ser instaladas em vias ou áreas públicas.
▪ Deve-se dar preferências às vias não pavimentadas onde o trânsito não
seja intenso.

REDES SECUNDÁRIAS

▪ Devem ser locadas sob os passeios.


▪ Deve-se limitar o comprimento da tubulação secundária a 600m.
▪ Rede malhada.
▪ Se a tubulação principal tiver superior a 300 mm, deve-se ramificar para
conectar instalações prediais.
PRESSÕES NA REDE

Variação da pressão na rede em função da posição do reservatório em relação à rede

de abastecimento.

▪ Pressões mais altas tendem a aumentas a vazão de vazamentos

(perdas físicas).

▪ Pressões mais baixas tendem a reduzir a vazão de vazamento.


ESCAVAÇÃO/ASSENTAMENTO

O recobrimento mínimo da tubulação deve ser de 0,60 m no caso de assentamento sob

passeio e margens de estradas e caminhos, e de 0,80 m no caso de assentamento sob

leito de ruas ou travessias das mesmas.

Para a largura da vala, existe uma tabela padrão:

CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO

- PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA:

▪ 10 m.c.a

- PRESSÃO ESTÁTICA MÁXIMA:

▪ 50 m.c.a
- VELOCIDADE MÍNIMA NAS TUBULAÇÕES (RECOMENDADO)

▪ 0,6 m/s

- VELOCIDADE MÁXIMA NAS TUBULAÇÕES

▪ 3,5 m/s

- DIÂMETRO MÍNIMO

▪ 50 mm para tubulações secundárias.

VAZOES MÁXIMAS PARA TUBOS DE PVC

PROCEDIMENTO

- Determina-se a vazão total da rede, Q3 (L/s)

- Mede-se o comprimento total da rede, L (m)

- Determina-se a vazão de consumo linear qm

- Partindo das pontas secas:

▪ Vazão de jusante, Qj = 0 (zero)


▪ Vazão em marcha dos trechos

▪ Vazão de montante, Qm

▪ Calcula-se a vazão fictícia dos trechos.

DIMENSIONAMENTO DOS TRECHOS

- Estabelecem-se limites de velocidade para cada diâmetro.

- Estabelecem-se limites de pressão para o funcionamento da rede.

- Calculam-se as perdas de carga em cada trecho em função das vazões de

dimensionamento e das velocidades limites.

- Verifica-se se as pressões resultantes situam-se nos limites estabelecidos,

CASO CONTRÁRIO:

▪ Modifica-se a cota NAmin do reservatório.

▪ Modifica-se o traçado.

▪ Modifica-se os diâmetros.

ROTEIRO BÁSICO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE REDE DE


DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

1. Delimitação da área a ser atendida.

2. Estudo demográfico da área a ser atendida.

3. Concepção do sistema de distribuição:

a. Estudos das zonas de pressão.

b. Estudos de setorização.

c. Traçado da rede de distribuição.


Recomendações práticas para o traçado da rede de distribuição:

- Estarem o mais próximo possível dos locais onde haja necessidade de

maiores vazões.

- Serem dispostos de modo que a distância entre os condutos

aproximadamente paralelos esteja entre 300 a 600m.

- Sejam dispostos aproveitando passagens existentes quando tiver que

cruzar ferrovias, rodovias ou cursos d’água.

- Preferência às ruas onde não haja outras utilidades públicas

subterrâneas.

- Preferência às ruas onde as propriedades geotécnicas sejam

favoráveis.

4. Seleção dos pontos de concentração de vazões.

5. Extensão dos trechos.

6. Área de influência dos nós.

7. Vazões específicas.

8. Vazão concentrada nos nós: obtem-se essas vazões multiplicando-se a extensão

da área de influência dos nós pela vazão específica respectiva.

9. Vazões nos hidrantes.

10. Projeto de rede de distribuição de água.

CONSIDERAÇÕES

Nem sempre as vazões as pressões na rede se situam na faixa


de pressão especificada por norma e que valores superiores
podem ser aceitos desde que justificados técnica e
economicamente.
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS MATERIAIS

1. Durabilidade: As redes são projetadas para durar longos anos.

2. Material da superfície interna: Esse material deve ter características que

permita a condução de água de forma satisfatória, e não deve reagir com a água

e nem sofrer corrosão.

3. Material da superfície externa.

4. Instalação.

5. Peso das tubulações e peças.

6. Tipos de junta.

7. Diâmetro da tubulação.

8. Facilidade em fazer interligações.

NBR 12218
PROJETO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PARA

ABASTECIMENTO PÚBLICO.

3.2 SETOR DE MANOBRA

Menor subdivisão da rede de distribuição, cujo abastecimento pode ser isolado,

sem afetar o abastecimento do restante da rede.

3.3 SETOR DE MEDIÇÃO


Parte da rede de distribuição perfeitamente delimitada e isolável, com a

finalidade de acompanhar a evolução do consumo e avaliar as perdas de água

na rede.

3.11 PRESSÃO ESTÁTICA

Pressão, referida ao nível do eixo da via pública, em determinado ponto da

rede, sob condição de consumo nulo.

3.12 PRESSÃO DINÂMICA

Pressão, referida ao nível do eixo da via pública, em determinado ponto da

rede, sob condição de consumo não nulo.

5 . CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

5.2.1 Devem ser estabelecidas as vazões para dimensionamento, para atender

áreas específicas.

5.2.2 Devem ser consideradas as vazões para as áreas de expansão.

5.2.3 Devem ser identificados os consumidores singulares e os respectivos

consumos, mediante levantamento de campo ou outro procedimento

devidamente justificado.

5.3 HIDRANTES

5.3.1 Em comunidades com demanda total inferior a 50 l/s, pode-se dispensar a

instalação de hidrantes na rede, devendo existir um ponto de tomada junto ao

reservatório para alimentar carros-pipa para combate a incêndio.

5.3.2 Em comunidades com demanda total superior a 50 l/s, devem-se definir

pontos significativos para combate a incêndio, mediante consulta ao corpo de

bombeiros, e localizar as áreas de maior risco de incêndio.

5.3.3 Os hidrantes devem ser separados pela distância máxima de 600 m,

contada ao longo dos eixos das ruas.


5.3.4 Os hidrantes devem ser de 10 l/s de capacidade nas áreas residenciais e

de menor risco de incêndio, e de 20 l/s de capacidade em áreas comerciais,

industriais, com edifícios públicos e de uso público, e com edifícios cuja

preservação é de interesse da comunidade.

5.3.5 Os hidrantes devem ser ligados à tubulação da rede de diâmetro mínimo

de 150 mm, podendo ser de coluna ou subterrâneo com orifício de entrada de

100 mm, para as áreas de maior risco, ou do tipo subterrâneo com orifício de

entrada de 75 mm, para áreas de menor risco.

5.4 ZONAS DE PRESSÃO

5.4.1 A pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 500

kPa, e a pressão dinâmica mínima, de 100 kPa.

5.4.1.1 Para atender aos limites de pressão, a rede deve ser subdividida em

zonas de pressão.

5.4.1.2 Os valores da pressão estática superiores à máxima e da pressão

dinâmica inferiores à mínima podem ser aceitos, desde que justificados técnica

e economicamente.

REDES DE DISTRIBUIÇÃO PT. 2

REDES MALHADAS

Não se tem conhecimento inicial sobre o sentido do fluxo. Portanto, são utilizados
alguns métodos:

- MÉTODO DO SECCIONAMENTO

- MÉTODO DE CÁLCULOS INTERATIVOS


MÉTODO DO SECCIONAMENTO

- Indicado para pequenas cidades e para verificação das linhas secundárias de redes

maiores.

- Supõe-se seccionados os circuitos fechados, transformando a rede malhada em

ramificada.

- O critério do método deve considerar que a água deve percorrer o trajeto mais curto

possível para atingir cada ponto da rede.

Rede malhada. Rede seccionada.

MÉTODO DE CÁLCULOS INTERATIVOS

MÉTODO DE HARDY CROSS

- Apresenta duas modalidades de aplicação:

▪ Por compensação das perdas de carga.


▪ Por compensação das vazões.
CONVEÇÃO DE SINAIS – MÉTODO HARDY CROSS

Quando a situação é de um circuito fechado (anel), os critérios são os seguintes:


EXERCÍCIO COM 2 ANÉIS – RESOLUÇÃO
NBR 12217
PROJETO DE RESERVATÓRIO DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PARA
ABASTECIMENTO PÚBLICO

3.1 Reservatório de distribuição

Elemento do sistema de abastecimento de água destinado a regularizar as variações


entre as vazões de adução e de distribuição e condicionar as pressões na rede de
distribuição.

3.2 Reservatório elevado

Reservatório cuja função principal é condicionar as pressões nas áreas de cotas


topográficas mais altas que não podem ser abastecidas pelo reservatório principal.

3.3 Reservatório de montante

Reservatório que sempre fornece água à rede de distribuição.

3.4 Reservatório de jusante

Reservatório que pode fornecer ou receber água da rede de distribuição.

3.7 Nível mínimo

Correspondente à lâmina necessária para evitar vórtices, cavitação e arrasto de


sedimentos do fundo do reservatório.

5 . CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

5.1 Volume útil

5.1.1 A cada zona de pressão deve corresponder um volume útil, previsto em um ou


mais reservatórios interligados.

5.1.1.1 O volume útil correspondente a uma zona de pressão pode estar total ou
parcialmente incluído em reservatório de outra zona quando:

a) esta solução for a mais econômica para o sistema de distribuição;

b) as obras mínimas necessárias de uma etapa de implantação da rede de distribuição


forem compatíveis com essa condição de funcionamento temporário.
5.1.2 O volume necessário para atender às variações de consumo deve ser avaliado a
partir de dados de consumo diário e do regime previsto de alimentação do reservatório,
aplicando-se o fator 1,2 ao volume assim calculado, para levar em conta incertezas dos
dados utilizados.

5.1.2.1 Os dados de consumo diário podem se referir à comunidade em estudo ou à


comunidade com características semelhantes de desenvolvimento socioeconômico,
hábitos e clima.

RESERVATÓRIOS
Finalidades dos reservatórios de água:

a) Regularizar a vazão: receber uma vazão constante, igual a demanda média do


dia de maior consumo de sua área de influência, acumular água durante as horas
em que a demanda é inferior à media e forneces as vazões complementares
quando a vazão de demanda for superior à média.
b) Segurança ao abastecimento: fornecer água por interrupção no funcionamento
normal da adução.
c) Reserva de água para incêndio.
d) Regularizar pressões.
e) Aumento no rendimento dos conjuntos elevatórios.

Inconvenientes dos reservatórios:

a) Custo elevado de implantação.


b) Localização.
c) Impacto ambiental.

LOCALIZAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS NO SISTEMA

Os reservatórios podem ser:


▪ Reservatório de montante.
▪ Reservatório de jusante.
▪ Reservatório de posição intermediária.

LIMITES DE PRESSÃO:

▪ Pressão estática máxima: 50 m.c.a


▪ Pressão dinâmica mínima: 10 m.c.a

RESERVATÓRIO DE MONTANTE

- É o reservatório localizado a montante da rede de distribuição, é o que fornece água


para a rede de distribuição.

- Em áreas com declividades acentuadas, as pressões nas áreas mais baixas poderão
alcançar valores excessivos, com a alimentação da rede de distribuição com somente
um reservatório. Para atender os limites de pressão, pode se proceder a uma
distribuição escalonada, através de dois reservatórios.

- Segundo a figura, em horas de baixo consumo, o reservatório principal alimenta a rede


e o reservatório complementar, e em horas de alto consumo, a rede é alimentada pelos
dois reservatórios. Normalmente essa solução é utilizada quando há necessidade
de aumentar a reservação, devido ao aumento do consumo de água acima do
previsto e/ou por insuficiência de pressão na rede.

RESERVATÓRIO DE JUSANTE

- Também são chamados de reservatórios de sobras, pois recebe água durante as


horas de menor consumo e auxilia o abastecimento durante as horas de maior
consumo.

- Esse reservatório possibilita uma menor oscilação de pressão nas zonas de jusante
na rede.
RESERVATÓRIO ENTERRADO: se situa inteiramente em cota inferior à do terreno que
está localizado. – Isolado termicamente; possui custo elevado de execução e entrada e
saída do reservatório são mais difíceis. Porem provoca menos impacto ambiental.

RESERVATÓRIO SEMI- ENTERRADO: apresenta pelo menos um terço de sua altura


total abaixo do nível do terreno que está localizado. – mais fácil de construir porem
necessita de isolamento térmico adequado.

RESERVATÓRIO APOIADO: fundo do reservatório se encontra a uma profundidade


correspondente a menos que um terço de sua altura total abaixo do nível do terreno em
que se localiza. – mais fácil de construir porem necessita de isolamento térmico
adequado.

RESERVATÓRIO ELEVADO: cota de fundo é superior à cota de terreno. – Custo


elevado e alto impacto ambiental.
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
Tem como objetivo de fornecer energia a massa líquida para eleva-la de uma cota
inferior para uma cota superior.

Componentes:

Equipamento eletromecânico:

▪ Bomba
▪ Motor

Tubulações

▪ Succção
▪ Barrilete
▪ Recalque

Construção civil

▪ Poço de sucção
▪ Casa de bombas

TIPOS DE ROTORES

Quanto à admissão do líquido

▪ Rotor de simples sucção.


▪ Rotor de dupla sucção.

Quanto às paredes

▪ Rotor aberto
▪ Rotor semiaberto
▪ Rotor fechado

Quanto à direção de saída do líquido

▪ Rotor de fluxo axial: O formato do rotor impõe um escoamento do líquido


no sentido axial. Empregados onde se exige recalcar grandes vazões a
pequenas alturas de elevação.
▪ Rotor de fluxo radial: O formato do rotor impõe um escoamento do líquido
no sentido centrífugo radial. Empregados onde se exige grande altura de
elevação e vazões relativamente pequenas.

▪ Rotor de fluxo misto: O formato do rotor impõe um escoamento


simultaneamente nos sentidos axial e radial. Empregados onde se exige
recalcar grandes vazões a pequenas alturas de elevação.
CAVITAÇÃO

Fenômeno de vaporização de um líquido pela redução da pressão, durante seu


movimento.

A cavitação aparece quando a pressão do líquido atinge a tensão máxima do


vapor do líquido na sua temperatura, formando bolhas de vapor que provocam de
imediato uma diminuição da massa especifica do liquido.

O ponto mais crítico das bombas é na sucção.

NPSHd (disponível): é a energia que o líquido possui em um ponto imediatamente


antes do flange de sucção da bomba, acima de sua pressão de vapor.

𝑃𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = − ± 𝐻𝑠 − ∆𝐻𝑠
𝛾 𝛾
NPSHr (requerido): fornecido pelos fabricantes das bombas.

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 > 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟

Os principais acessórios são:


- Registro de gaveta
- Válvulas de retenção
- Válvulas de pé
- Manômetros
- Sistemas de escorva.

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