Você está na página 1de 5

6.

5 Texto do tópico 4 da Unidade 1 – As diferentes modalidades de


planeamento

Neste tópico pretende-se que o formando seja capaz de enunciar, caracterizar e diferenciar
as diferentes modalidades de planeamento.

As diferentes modalidades de planeamento

Como vimos no tópico anterior, ordenar o território tem princípios e visa objectivos que
englobam a sociedade, a economia bem como o meio físico, assim podemos distinguir o
planeamento físico e económico:

Planeamento económico – conjunto de políticas económicas com incidência


territorial sobre todas as políticas sectoriais e a política regional dirigida a corrigir
desequilíbrios territoriais e ao desenvolvimento de regiões atrasadas.
 Planeamento físico – processo de ordenação do uso do solo, dos edifícios e dos
assentamentos urbanos, junto ao cumprimento das exigências públicas dos sectores
competentes.

Os planeamentos físicos e económicos podem se diferenciar também pela natureza básica


de suas determinações, como de carácter vinculante ou de carácter indicativo:

Carácter vinculante – são as medidas estabelecidas que tenham seu cumprimento


obrigatório.
 Carácter indicativo – são as medidas que favorecem comportamentos na
direcção indicada pelo plano, mas não são de carácter obrigatório.

Dentro do planeamento físico, que se ocupa da ordenação do solo, podemos distinguir


diferentes modalidades: (1) territorial, (2) urbanística, (3) sectorial e (4) integrado.

1) Planeamento urbanístico ou urbano: destinado a ordenar em âmbito municipal e


submunicípio.
2) Planeamento territorial: destinado a ordenar normalmente âmbitos regional e subi-
regional.
O planeamento urbano pode perfeitamente existir sem a prévia aprovação de planos
territoriais. Seu objectivo é ordenar a totalidade de um limite municipal, tanto do
solo urbano como o rural, definindo detalhadamente os usos destinados ou
permitidos a cada parcela. A metodologia seguida na elaboração de planos
territoriais e de planos urbanos será claramente diferente, ainda que os casos
possam seguir encadeamento por etapas.

3) Planeamento sectorial: é quando o centro de atenção é a distribuição territorial de


uma determinada variável ou função específica. Domina a óptica do sector sobre a
óptica do território. Dentro do planeamento sectorial engloba-se uma grande
variedade de temáticas diversas, distinguindo-se normalmente entre três grandes
divisões: as infra-estruturas, os equipamentos e o meio ambiente. É uma
modalidade que projecta sobre o território todos os elementos vinculados a uma
função determinada, começando pelos elementos estruturantes de nível superior.
O planeamento sectorial domina uma visão particular e temática em vez da visão
integral de enfoque territorial. Boa parte dos desafios e objectivos do planeamento
sectorial coloca o planeamento territorial aplicado a cada um dos âmbitos de
intervenção específicos. Quase sempre se descobre uma preocupação territorial
atrás das decisões sectoriais.

4) Planeamento integrado: integra a ordenação do território com o desenvolvimento


socioeconómico e a protecção do meio ambiente em um mesmo planeamento.
Existe a integração vertical, que articula os fins e os meios de uma política sectorial
precisa, como por exemplo, a articulação entre o nível nacional, regional e local.
Outra forma de integração no planeamento é a horizontal que estabelece a relação
entre os diferentes passos de uma política sectorial e articula as diferentes políticas
sectoriais que actuam sobre um território.
Essas modalidades podem ser normativas ou não normativas, sendo que o Planeamento
normativo culmina em um corpo normativo de cumprimento obrigatório, mesmo que seu
nível de implantação possa variar muito a partir do planeamento urbano e sectorial, com
um grande nível de concretização. Já o planeamento territorial, por outro lado, é mais
centrado nas grandes directrizes e com pouca concretização territorial, o que o torna não
normativo.

Planeamento não normativo é aquele em que o grau de cumprimento não é obrigatório e


não se prende muito a questões de implantação no território.

O esquema que se segue sintetiza as modalidades de planeamento segundo o nível de


intervenção3, e sua classificação a nível geral em normativo e não normativo:

NÍVEL DE MODALIDADES DE
INTERVENÇÃO PLANEAMENTO

NACIONAL
NÃO SECTORIAL
NORMATIVO TERRITORIAL E/OU
INTEGRADO
PROVINCIAL

DISTRITAL URBANÍSTICO
NORMATIVO AUTÁRQUICO INTEGRADO

3
Os níveis de intervenção dos Instrumentos de Ordenamento Territorial serão abordados detalhadamente na Unidade 3 do presente manual.
6.5.1 Exercícios de auto-avaliação tópico 4 – unidade 1

1. Defina planeamento físico e planeamento económico.


2. Diferencie o p l a n e a m e n t o físico e e c o n ó m i c o pela n a t u r e z a básica de
s u a s determinações.
3. Identifique as modalidades de planeamento físico.
4. Debruce sobre o planeamento sectorial como uma das modalidades de planeamento
físico.
5. Explique e deia exemplos de quando se trata de planeamento normativo e não
normativo.
6. Faça uma relação entre as modalidades de planeamento e níveis de intervenção,
preenchendo a tabela abaixo:

NÍVEL DE MODALIDADE DE CLASSIFICAÇÃO (NORMATIVO OU


INTERVENÇÃO PLANEAMENTO NÃO NORMATIVO)

Nacional a) b)

Provincial c) d)

Distrital e) f)

Autárquico g) h)

Você também pode gostar