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Norma

NP 4434
2005

Portuguesa
Reutilização de águas residuais urbanas tratadas na rega

o
Réutilisation des eaux usées urbaines depurées utilisées pour l'irrigation

ida nic
Reuse of reclaimed urban wastewater for irrigation

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ICS HOMOLOGAÇÃO
Q

13.060.99 Termo de Homologação N.º 224/2005, de 2005-12-12


s
es

DESCRITORES
Engenharia das águas residuais; tratamento de águas residuais;
áreas urbanas; água; trabalhos de irrigação; engenharia do ELABORAÇÃO
pr

ambiente; segurança na agricultura; controlo da qualidade; CT 90 (LNEC)


metais pesados; definições; bibliografia
Im

EDIÇÃO
Janeiro de 2006
CORRESPONDÊNCIA

CÓDIGO DE PREÇO
X008

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Índice Página

o
Preâmbulo ................................................................................................................................................. 5

ida nic
1 Objectivo e campo de aplicação ........................................................................................................... 6

2 Referências normativas e regulamentares .......................................................................................... 6

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3 Definições ............................................................................................................................................... 6

pr lec
3.1 acesso controlado ................................................................................................................................. 6

3.2 aerossóis ............................................................................................................................................... 6

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3.3 equipamento de rega estacionário ........................................................................................................ 6
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3.4 equipamento de rega semovente........................................................................................................... 6

3.5 grau de pulverização............................................................................................................................. 7


pr um

3.6 instalação de rega ................................................................................................................................. 7


re doc

3.7 percolação............................................................................................................................................. 7
od

3.8 reutilização da água .............................................................................................................................. 7

3.9 sistema de drenagem subsuperficial ..................................................................................................... 7


IP de

3.10 sistema de drenagem superficial......................................................................................................... 7


© ão

3.11 zonas habitacionais............................................................................................................................. 7


Q

4 Requisitos de aplicação ......................................................................................................................... 7


s
es

4.1 Qualidade das águas residuais tratadas para rega................................................................................. 7

4.2 Métodos, processos e tipos de rega ...................................................................................................... 8


pr

4.3 Características da área a regar .............................................................................................................. 9


Im

4.4 Culturas susceptíveis de utilização....................................................................................................... 11

5 Minimização dos impactos ambientais e dos riscos para a saúde pública ....................................... 12

5.1 Aspectos gerais..................................................................................................................................... 12

5.2 Instalação de rega ................................................................................................................................. 13

5.3 Realização das regas............................................................................................................................. 13

5.4 Medidas de protecção da área envolvente ............................................................................................ 14


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6 Controlo e monitorização..................................................................................................................... 15

6.1 Aspectos gerais .................................................................................................................................... 15

o
ida nic
6.2 Controlo da instalação ......................................................................................................................... 15

6.3 Monitorização ...................................................................................................................................... 18

oib tró
Anexo A (normativo) Parâmetros caracterizadores da qualidade da água para reutilização na rega 20

pr lec
Anexo B (normativo) Quantidades de metais pesados permitidas nos solos cultivados ..................... 22

Anexo C (normativo) Controlo de instalações de rega com águas residuais urbanas tratadas ......... 23

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Anexo D (informativo) Bibliografia......................................................................................................... 28
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Preâmbulo
A reutilização de águas residuais urbanas provenientes de estações de tratamento (ETAR) servindo zonas

o
essencialmente habitacionais apresenta-se como uma prática vantajosa do ponto de vista de conservação da

ida nic
água, principalmente em condições de insuficiência de recursos hídricos, para satisfazer as necessidades do
sector agrícola ou de outras actividades que implicam o recurso à rega (nomeadamente a exploração de
relvados para práticas desportivas, como o golfe, ou a rega de zonas verdes de lazer).

oib tró
A rega com águas residuais tratadas, para além de assegurar uma valorização dos nutrientes contidos nessas
águas, constitui uma alternativa à sua descarga nos meios hídricos superficiais, o que representa um

pr lec
benefício ambiental para os meios receptores.
No entanto, a rega com águas residuais tratadas só pode ser considerada uma prática segura, do ponto de
vista de saúde pública e ambiental, se devidamente enquadrada por documentação normativa e regulamentar

ão o e
que assegure a disponibilidade de águas residuais devidamente tratadas, a utilização de solos adequados, o
uso de correctas práticas agrícolas e o acompanhamento ambiental dos ecossistemas potencialmente
afectados pela rega.
uç ent
Nestas condições, a presente Norma Portuguesa é um dos elementos indispensáveis para que a utilização de
águas residuais tratadas possa efectivamente ser uma prática vantajosa. No entanto, a aplicação dos critérios
e orientações nela contidos pressupõe necessariamente a existência de um suporte legal e institucional às
pr um

actividades que devem anteceder e suceder à rega com águas residuais tratadas, nomeadamente nos domínios
da formação e da fiscalização.
A presente Norma Portuguesa foi elaborada pela Subcomissão 3 “Reutilização de Águas Residuais” da
re doc

Comissão Técnica Portuguesa de Normalização CT 90 “Sistemas de Saneamento Básico”.


od
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1 Objectivo e campo de aplicação


A presente Norma estabelece os requisitos de qualidade das águas residuais urbanas tratadas a utilizar como

o
água de rega, define os critérios a seguir na escolha dos processos e equipamento de rega a usar e estabelece

ida nic
os procedimentos a adoptar na execução das regas e na protecção e monitorização ambiental da zona
potencialmente afectada por essa rega.

oib tró
Esta Norma aplica-se exclusivamente à reutilização de águas residuais urbanas (recolhidas em sistemas de
drenagem colectivos e sujeitas a tratamento em ETAR) na rega de culturas agrícolas, florestais, ornamentais,
viveiros, relvados e outros espaços verdes.

pr lec
Excluem-se do âmbito desta Norma as águas residuais industriais ou provenientes de instalações agrícolas ou
agro-industriais.

ão o e
2 Referências normativas e regulamentares
Os documentos a seguir referenciados são indispensáveis para a aplicação da presente Norma. Para as
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referências datadas aplica-se a edição citada. Para as referências não datadas aplica-se a última edição do
documento referenciado (incluindo as emendas).
pr um

NP EN 1085:2000 Tratamento de águas residuais – Vocabulário.


Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho Recolha, tratamento e descarga de águas residuais
urbanas no meio aquático.
re doc

Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto Lei da qualidade das águas.


od

Portaria n.º 176/96, de 3 de Outubro Fixa os valores permitidos para a concentração de


metais pesados nas lamas utilizadas na agricultura.
IP de

Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto Regulamento Geral dos Sistemas Públicos de
Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais.
© ão
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3 Definições
s
es

Para os fins da presente Norma, aplicam-se as definições pertinentes contidas na NP EN 1085:2000, nos
Decretos-Lei n.º 152/97 e n.º 236/98 e as seguintes:
pr

3.1 acesso controlado


Im

Acesso do público ao solo coberto com plantas regadas com águas residuais tratadas, limitado por vedação
ou outro meio restritivo da sua movimentação.

3.2 aerossóis
Partículas líquidas de dimensão inferior a 50 µm em suspensão no ar.

3.3 equipamento de rega estacionário


Equipamento que não se desloca durante a realização da rega.

3.4 equipamento de rega semovente


Equipamento que se desloca durante a realização da rega.
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3.5 grau de pulverização


Indicador da dimensão da gota de água produzida por aspersores [função da pressão de serviço e do diâmetro
da(s) agulheta(s)].

o
ida nic
3.6 instalação de rega
Conjunto dos solos e das plantas regadas com águas residuais tratadas e das infra-estruturas e equipamento
indispensáveis à correcta realização dessa prática.

oib tró
3.7 percolação
Movimentação gravitacional e capilar da água através dos poros do solo.

pr lec
3.8 reutilização da água
Utilização de águas com uma finalidade diferente do seu uso anterior.

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3.9 sistema de drenagem subsuperficial
Rede de recolha de águas infiltradas e/ou que se movimentam na zona de desenvolvimento radicular
uç ent
(constituída por tubagem perfurada ou material drenante) colocada abaixo da superfície do solo.

3.10 sistema de drenagem superficial


pr um

Conjunto de valas fundamentalmente destinadas à recolha das águas escoadas superficialmente e/ou que se
movimentam na zona de desenvolvimento radicular.
re doc

3.11 zonas habitacionais


Zonas incluídas no perímetro urbano, entendido como demarcação do conjunto das áreas urbanas e de
od

expansão urbana (previstas nos Planos Directores Municipais) no espaço físico dos aglomerados.

4 Requisitos de aplicação
IP de

4.1 Qualidade das águas residuais tratadas para rega


© ão

A qualidade da água a utilizar deve satisfazer às exigências impostas pela legislação em vigor relativamente
Q

às característícas físicas, químicas e microbiológicas das águas de rega, e ser adequada à cultura regada e ao
processo e equipamento de rega utilizados.
s
es

4.1.1 Características físico-químicas


pr

As concentrações nas águas residuais dos diferentes elementos que constituam um risco potencial em termos
ambientais não devem ser superiores aos correspondentes valores máximos recomendados (VMR) referidos
Im

no Anexo XVI do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto e reproduzidos no Quadro A.1 (Anexo A).
Os parâmetros de natureza física ou físico-química referidos no citado Decreto-Lei como limitantes da
qualidade da água para rega (pH, salinidade, razão de adsorção de sódio – RAS e sólidos suspensos totais –
SST) não devem, igualmente, ultrapassar os correspondentes valores máximos recomendados no referido
Decreto-Lei e indicados no Quadro A.2 (Anexo A).

4.1.2 Características microbiológicas


No caso dos parâmetros de natureza microbiológica, para além das restrições relativas à presença de
coliformes fecais e ovos de parasitas intestinais fixadas no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto (indicadas
no Quadro A.3, do Anexo A), deve atender-se às recomendações estabelecidas no âmbito da presente Norma
Portuguesa (Quadro 4) e que têm em conta:
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a) a adequação da qualidade microbiológica das águas residuais tratadas (função do tratamento


aplicado) às características das culturas;

o
b) o objectivo pretendido com a instalação da cultura regada (obtenção de produtos alimentares,
produção de matérias-primas para indústrias não alimentares ou a criação ou manutenção de espaços

ida nic
verdes destinados a zonas de lazer ou à prática de desportos);
c) o processo ou tipo de rega utilizado.

oib tró
4.2 Métodos, processos e tipos de rega

pr lec
Dos métodos de rega normalmente utilizados em Portugal (rega por escorrimento, submersão ou alagamento,
infiltração e aspersão), apenas a rega por alagamento é, à partida, considerada inadequada à rega com águas
residuais tratadas.

ão o e
Deste modo, numa instalação de rega com águas residuais é possível recorrer à maioria dos processos e tipos
de rega que constituem variantes dos métodos e processos referidos. A opção pela utilização de um
determinado método de rega depende, em qualquer caso, da qualidade físico-química e microbiológica da
uç ent
água, do tipo de cultura a regar e dos condicionalismos específicos da zona onde se localiza a instalação de
rega (características do solo, topografia, hidrogeologia e proximidade de zonas habitadas).
pr um

Consideram-se, assim, potencialmente utilizáveis os métodos, processos e tipos de rega indicados no


Quadro 1.
Quadro 1 – Métodos, processos e tipos de rega potencialmente utilizáveis num
re doc

sistema de rega com águas residuais urbanas tratadas


od

Métodos de rega Processos e tipos de rega


Regadeiras de nível
IP de

Regadeiras inclinadas
Escorrimento
Planos inclinados
Faixas
Caldeiras
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Sulcos
Q

Rega subterrânea
Infiltração
s

Rega gota-a-gota
es

− superficial
− subterrânea
Aspersão convencional
pr

− com equipamento estacionário


− com equipamento semovente
Im

Aspersão
Mini-aspersão
– estática ou micro-aspersão
– dinâmica

Deve dar-se preferência aos processos de rega que limitem o contacto da água com a parte aérea das plantas,
em especial com as partes comestíveis destas, que reduzam os riscos de escoamento superficial da água e o
transporte pelo vento de aerossóis e gotas de água.
Nesta perspectiva, são vantajosos todos os processos de rega por gravidade incluídos nos métodos ditos por
escorrimento e, em particular, os processos de rega em pressão englobados nos métodos de rega por
infiltração (nomeadamente a rega subterrânea e a rega gota-a-gota).
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Pelo contrário, os processos de rega por aspersão do tipo convencional, em particular no caso da utilização
de aspersores com elevado grau de pulverização, implicam riscos acrescidos para a saúde pública (por
levarem a água à totalidade das plantas regadas e por facilitarem a formação de aerossóis, com o consequente

o
risco, para os regantes e populações vizinhas, de inalação de partículas das águas residuais tratadas

ida nic
transportadas pelo vento).

oib tró
4.3 Características da área a regar

4.3.1 Características físicas do solo

pr lec
Os solos a regar devem ter características físicas compatíveis com a sua utilização em regadio. Nelas se
incluem: textura, estrutura, profundidade, permeabilidade, capacidade de retenção da água e condutividade

ão o e
hidráulica.

4.3.2 Características químicas do solo


uç ent
Os solos a regar devem ter características químicas (pH, salinidade, capacidade de troca catiónica, teor de
nutrientes e elementos poluentes, teor de matéria orgânica, percentagem do sódio de troca) compatíveis com
a sua utilização em regadio.
pr um

Dado que a maioria dos parâmetros descritores da fertilidade química do solo referidos no parágrafo anterior
podem, na sua maioria, ser controlados mediante práticas agrícolas adequadas, considera-se que apenas
devem ser excluídos os solos que apresentem teores de metais pesados (cádmio, chumbo, cobre, crómio,
re doc

mercúrio, níquel e zinco) superiores aos valores constantes do Quadro 2 (valores máximos admitidos para os
od

solos sujeitos à aplicação de lamas de ETAR).

Quadro 2 – Valores máximos admissíveis para as concentrações de metais pesados nos solos
IP de

a regar com águas residuais tratadas (mg/kg solo seco)

Metal pH do solo
© ão

< 5,5 5,5 a 7,0 > 7,0*


Q

Cádmio (Cd) 1 3 4
s

Chumbo (Pb) 50 300 450


es

Cobre (Cu) 50 100 200


Crómio (Cr) 50 200 300
Mercúrio (Hg) 1 1,5 2
pr

Níquel (Ni) 30 75 110


Zinco (Zn) 150 300 450
Im

* Não aplicável no caso de culturas destinadas a consumo humano ou a pastagens. Para


estas culturas aplicam-se os valores referentes aos solos com valores de pH entre 5,5 e
7,0.
NOTA: Fonte: Portaria n.º 176/96, de 3 de Outubro.

4.3.3 Topografia
O declive dos terrenos a regar não deve exceder 20 %, por forma a reduzir o risco da formação de
escorrências superficiais e de erosão e, consequentemente, a possibilidade de contaminação dos meios
hídricos superficiais e dos terrenos envolventes. No entanto, alguns dos processos de rega utilizáveis
requerem declives mais reduzidos, devendo, nesses casos, respeitar-se os valores máximos a seguir
indicados:
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Rega por escorrimento


– Regadeiras de nível: 3 %

o
– Regadeiras inclinadas: 8 %

ida nic
– Faixas: 7 %
Rega por infiltração

oib tró
– Sulcos rectos: 3 %
– Sulcos de nível: 8 %

pr lec
Rega por aspersão
– Com equipamento semovente: 15 %

ão o e
Os terrenos a regar não devem localizar-se em zonas sujeitas a inundações frequentes.
Em condições de ocorrência frequente de escoamentos superficiais não controlados (dependentes do tipo de
uç ent
cultura e mais graves no caso das culturas que não cobrem totalmente o terreno ou instaladas em linhas não
orientadas segundo as curvas de nível), os valores referidos nesta secção devem ser reduzidos.
pr um

4.3.4 Vulnerabilidade hidrogeológica


Não devem ser criadas instalações de rega com águas residuais tratadas em zonas consideradas vulneráveis
em termos hidrogeológicos (com alto risco de infiltração e percolação das águas superficiais).
re doc

Incluem-se nestas situações, entre outras, a localização dos terrenos a regar em solos sobrejacentes a
od

aquíferos existentes em subsolos de natureza aluvionar (com elevada condutividade hidráulica) ou em rochas
carbonatadas com elevado grau de fissuração (solos cársicos).
IP de

A profundidade do nível freático durante o período de rega deve ser, no mínimo, de:
– 1,0 m, para a rega gota-a-gota superficial;
© ão

– 1,5 m, para a rega gota-a-gota subterrânea e para a mini-aspersão;


Q

– 3,0 m, para a rega por aspersão;


s

– 4,0 m, para a rega por escorrimento e infiltração (sulcos ou subterrânea).


es

4.3.5 Afastamento em relação a zonas habitacionais e origens de água


pr

Os terrenos regados com águas residuais tratadas devem estar suficientemente afastados das zonas habitadas,
para garantir a minimização do risco de ocorrência de doenças potencialmente transmitidas pelas águas
Im

residuais e para evitar eventuais maus cheiros associados ao armazenamento ou à aplicação ao solo das águas
residuais.
A distância entre os limites das zonas regadas ou o local de armazenamento das águas residuais tratadas e as
zonas habitadas depende do nível de tratamento das águas residuais e do método de rega. No caso dos
métodos de rega gota-a-gota não é necessário garantir qualquer afastamento. Nos restantes casos, devem ser
garantidos os afastamentos indicados no Quadro 3.
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Quadro 3 – Distância mínima entre o limite da zona regada e zonas com ocupação humana permanente

Tipo de zona Concentração de coliformes fecais nas águas residuais tratadas

o
Método de rega habitada

ida nic
≤ 2x102 CF/100 mL 2x102 < CF/100 mL ≤ 103 > 103 CF/100 mL
Habitações
30 m 60 m 70 m
isoladas
Rega por aspersão

oib tró
Zonas
50 m 80 m 100 m
habitacionais

pr lec
Habitações
10 m 20 m 30 m
isoladas
Outros métodos de

ão o e
rega Zonas
30 m 60 m 70 m
habitacionais
uç ent
No caso da existência de captações de água para abastecimento público nas proximidades das zonas regadas
(drenos, galerias, poços ou furos), deve, igualmente, assegurar-se um afastamento mínimo de 100 m,
devendo, em qualquer caso, respeitar-se a legislação em vigor.
pr um

4.4 Culturas susceptíveis de utilização


re doc

De acordo com o grau de risco de contaminação microbiológica associado à rega com águas residuais
od

tratadas, os diferentes tipos de cultura podem ser agrupados nas seguintes 4 classes:
Classe A – culturas hortícolas para consumo em cru.
IP de

Classe B – relvados, parques e jardins públicos e relvados para a prática de desportos, zonas florestadas com
fácil acesso para o público.
Classe C – culturas hortícolas para consumir cozinhadas, culturas forrageiras e pratenses, vinha e pomares.
© ão

Classe D – culturas cerealíferas (com exclusão do arroz, por ser regado por alagamento), culturas hortícolas
Q

para laboração industrial, culturas destinadas à produção de matérias-primas para as indústrias


s

têxtil, de extracção de óleos e essências vegetais e similares, culturas florestais e relvados


es

situados em locais de difícil acesso para o público ou com acesso controlado.


A possibilidade de regar com águas residuais tratadas os diferentes tipos de culturas incluídos nas classes
pr

atrás referidas depende do tipo de tratamento aplicado às águas residuais, em conformidade com o definido
no Quadro 4.
Im

No caso de culturas hortícolas para consumo em cru, só deve utilizar-se a rega subterrânea ou gota-a-gota
(superficial ou subterrânea).
Consideram-se não incluídas em qualquer das classes referidas e, portanto, não susceptíveis de serem
regadas com águas residuais tratadas, as culturas hortícolas para consumir em cru que, pela sua própria
natureza ou pelo modo de condução da cultura, se apresentam com as partes comestíveis em contacto ou
rente ao solo.
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Quadro 4 – Valores máximos admissíveis para os parâmetros de qualidade microbiológica das águas
residuais tratadas para reutilização em rega e esquemas de tratamento adequados

o
Coliformes Ovos de
fecais parasitas

ida nic
Tipos de cultura ESQUEMAS DE TRATAMENTO OBSERVAÇÕES
Classes (NMP ou entéricos ADEQUADOS
ufc/100 mL) (ovos/L)

Secundário⇒Filtração⇒Desinfecção Desinfecção por UV

oib tró
Culturas hortícolas para ou (lâmpadas com auto-
A 100 1 limpeza) ou O3
consumo em cru. Terciário⇒Filtração⇒Desinfecção
preferíveis à cloragem.

pr lec
Desinfecção por UV
Relvados, parques e jardins (lâmpadas com auto-
Secundário⇒Filtração⇒Desinfecção
públicos e relvados para a limpeza) ou O3
ou

ão o e
B prática de desportos, zonas 200 1 preferíveis à cloragem. A
florestadas com fácil acesso Terciário⇒Filtração⇒Desinfecção
rega deve ser efectuada
para o público. de modo a evitar
contacto com o público.
uç ent
Desinfecção por UV
(lâmpadas com auto-
limpeza) ou O3
Secundário⇒Filtração⇒Desinfecção
Culturas hortícolas para preferíveis à cloragem. A
ou
pr um

consumir cozinhadas, culturas rega de vinha e pomares


Terciário⇒Filtração⇒Desinfecção
C forrageiras e pratenses, vinha e 103 1 deve ser efectuada de
ou
pomares. modo a evitar contacto
Lagunagem (Sistema com 3 ou
com os frutos.
mais lagoas e tR ≥ 25 dias)
re doc

Não devem ser


aproveitados os frutos
od

caídos no solo.
Culturas cerealíferas*, culturas
hortícolas para laboração
IP de

industrial, culturas destinadas Desinfecção por UV


à produção de matérias-primas (lâmpadas com auto-
Secundário ⇒ Lagoas de maturação
para as indústrias têxtil, de limpeza) ou O3
(tR ≥ 10 dias)
D extracção de óleos e essências 104 1 preferíveis à cloragem. A
ou
© ão

vegetais e similares, culturas rega deve ser efectuada


florestais e relvados situados Secundário ⇒Filtração⇒Desinfecção de modo a evitar
Q

em locais de difícil acesso para contacto com o público.


s

o público ou com acesso


controlado.
es

* Com exclusão do arroz, por ser regado por alagamento.


NOTA: tR – tempo de retenção; ufc – unidades formadoras de colónias.
pr
Im

5 Minimização dos impactos ambientais e dos riscos para a saúde pública

5.1 Aspectos gerais


A rega com águas residuais tratadas deve ser efectuada por forma a minimizar os riscos de degradação da
qualidade do meio ambiente envolvente (solo, água e atmosfera) e de propagação de doenças a pessoas
(operadores do sistema de rega, habitantes das zonas envolventes da área regada e consumidores dos
produtos vegetais obtidos) ou animais (alimentados com as culturas regadas, instalados nas zonas sujeitas à
rega ou localizados suficientemente próximo destas para poderem ser afectados pelas águas residuais).
Assim, para além do respeito pelo nível de qualidade requerido às águas residuais tratadas e pelas limitações
impostas ao tipo de cultura, tipo de rega, equipamento e características do local, devem adoptar-se
procedimentos que minimizem os seguintes riscos:
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a) contaminação das águas superficiais ou subterrâneas com águas residuais tratadas escoadas
superficialmente ou infiltradas no solo;

o
b) contacto de pessoas e animais com plantas e solos regados com águas residuais tratadas;

ida nic
c) arrastamento, pelo vento, de gotas de águas residuais tratadas e subsequente deposição das mesmas
em plantas, solos ou massas de água situadas fora da zona a regar;
d) inalação, por pessoas ou animais, de aerossóis produzidos pelo equipamento de rega.

oib tró
Nas secções 5.2 a 5.4 indicam-se alguns desses procedimentos.

pr lec
5.2 Instalação de rega

ão o e
5.2.1 Sinalização
A zona a regar deve estar devidamente sinalizada por forma a permitir a imediata constatação de que se trata
de uma zona sujeita à rega com águas residuais tratadas.
uç ent
Em zonas com fácil acesso para pessoas e animais, o limite da zona regada deve estar sinalizado por meio de
tabuletas, afastadas entre si de 100 m, no máximo, de forma a que a entrada na zona em causa seja facilmente
pr um

perceptível.
As tabuletas de aviso devem conter o seguinte texto: Atenção! Zona de rega com águas residuais tratadas.
Nos reservatórios ou outras estruturas de armazenamento das águas residuais tratadas a utilizar na rega, bem
re doc

como nos locais onde for possível retirar água do sistema (hidrantes, torneiras, válvulas de descarga de
od

fundo, bocas de rega, etc.), devem ser colocados avisos, facilmente visíveis, com o seguinte texto: Água não
potável.
As letras das tabuletas de sinalização devem ter dimensões adequadas à finalidade em vista.
IP de

5.2.2 Condutas e órgãos de comando e controlo


© ão

A rede de rega deve ser instalada por forma a que, em locais de cruzamento ou de instalação em paralelo de
Q

condutas destinadas às águas residuais tratadas e de condutas de água para consumo humano, sejam
s

respeitados o posicionamento e os afastamentos mínimos impostos pela regulamentação em vigor (n.º 3 do


artigo 24º do Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto).
es

Os órgãos de comando e de controlo do sistema de rega devem ser instalados de forma a impedir a sua
operação por pessoas estranhas à instalação.
pr
Im

5.3 Realização das regas


As regas devem ser executadas, preferencialmente, de noite. No caso de relvados e outros espaços verdes, a
rega deve ser efectuada sempre fora do horário de acesso do público.
Em todas as instalações de rega por aspersão ou por mini-aspersão deve ser possível medir a velocidade do
vento junto de qualquer dos aspersores. Para isso, em cada instalação deve existir, no mínimo, um
anemómetro amovível.
No caso de rega por aspersão ou por mini-aspersão, a rega não deve ser iniciada se se observar a ocorrência
de vento suficientemente forte para provocar o arrastamento das gotículas para fora da zona a regar.
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Devem, assim, ser respeitados os valores máximos admissíveis para a velocidade do vento constantes do
Quadro 5 (indicados em função do método de rega utilizado e do afastamento existente entre a área a regar e
a zona habitada mais próxima).

o
No caso de a rega já estar em curso aquando da ocorrência de ventos com velocidade superior aos limites

ida nic
referidos, a mesma deve ser suspensa de imediato.

oib tró
Quadro 5 – Valores máximos admissíveis para a velocidade do vento durante a rega
Distância relativamente a zonas Valor máximo admissível para a

pr lec
Processo de rega habitadas velocidade do vento
(m) (m/s)
> 100 3,5

ão o e
Aspersão 100 a 70 2,0
70 a 50* 2,0
uç ent
> 50 2,5
Mini-aspersão
50 a 30 2,0
pr um

* De acordo com os valores do Quadro 3, a rega por aspersão com águas residuais tratadas, a distâncias inferiores a 70 m,
é permitida apenas se as águas forem de elevada qualidade bacteriológica.
re doc

Durante as regas, os operadores dos sistemas devem usar equipamento de protecção destinado a reduzir o
od

risco de contacto com as águas residuais e de inalação de aerossóis (luvas, calçado adequado e, no caso da
rega por aspersão, máscara para protecção das vias respiratórias).
O acesso do público aos terrenos durante a realização das regas deve ser restringido ou impedido, de acordo
IP de

com o grau de risco de contacto com as águas residuais tratadas associado ao processo de rega em questão
(máximo na aspersão e muito reduzido ou nulo nos sistemas de rega gota-a-gota e subterrânea).
© ão

No caso das pastagens, o acesso dos animais deve ser impedido na semana seguinte à realização da rega.
Q

No caso das fruteiras, a rega deve ser suspensa durante as duas semanas anteriores à colheita.
s
es

5.4 Medidas de protecção da área envolvente


No caso de rega por aspersão, quando houver zonas habitacionais ou culturas agrícolas na área envolvente
pr

dos terrenos a regar com águas residuais, a área regada deve ser isolada por meio de cortinas de protecção
(sebes ou cortinas de material adequado).
Im

No caso das cortinas de protecção serem constituídas por sebes, as árvores ou arbustos utilizados devem ter
altura e constituição (tipo e densidade de ramagem e folhagem) adequadas à função pretendida e ao tipo de
rega em causa.
O compasso de plantação adoptado deve corresponder a um afastamento entre árvores ou arbustos que
assegure, para a espécie em causa, a constituição de uma cortina de protecção tão densa e contínua quanto
possível.
A zona regada deve dispor de um sistema de drenagem superficial e subsuperficial que assegure a recolha de
eventuais excedentes da água de rega e os conduza a adequado destino final. No caso de sistemas de rega
localizada (mini-aspersão e rega gota-a-gota) é dispensável o sistema de drenagem subsuperficial.
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2005

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O sistema de drenagem deve incluir uma vala de cintura que garanta a inexistência de escoamentos para o
exterior da zona regada.

o
As zonas regadas devem estar separadas das parcelas não regadas com águas residuais e com elas
confinantes por uma faixa de terreno com uma largura mínima de 2 m. Esta faixa deve ser limitada,

ida nic
exteriormente, por um cômoro de terra que assegure, em caso de insuficiência da vala de drenagem, a
inexistência de escoamento superficial de água, não controlado, para fora da zona regada.

oib tró
No caso da existência de linhas de água superficiais que atravessem a zona regada ou que com ela confinem,
deve assegurar-se igualmente a existência de uma zona de protecção das mesmas, constituída por solo não
regado com águas residuais, ocupando duas faixas de terreno, também com uma largura mínima de 2 m,

pr lec
instaladas para um e outro lado da berma da vala.
As faixas de protecção devem estar revestidas com vegetação herbácea que assegure uma cobertura total e

ão o e
permanente do terreno, em especial durante a campanha de rega. Esta protecção deve ser assegurada
independentemente da existência ou não de espécies arbóreas ou arbustivas na referida faixa, por forma a
reduzir a quantidade de nutrientes descarregados na linha de água.
uç ent
São particularmente adequadas a esta função protectora as espécies pratenses não leguminosas (espontâneas
ou cultivadas).
pr um

6 Controlo e monitorização
re doc

6.1 Aspectos gerais


od

A rega com águas residuais tratadas deve ser efectuada por forma a que os poluentes contidos na água não
sejam aplicados ao solo em condições susceptíveis de pôr em causa a qualidade desse solo, das águas
superficiais ou subterrâneas e da própria atmosfera. Nestas condições, e para além do respeito pelos níveis de
IP de

qualidade da água referidos na secção 4.1, o utilizador das águas residuais tratadas deve garantir que as
quantidades totais dos poluentes veiculados por estas obedeçam aos seguintes requisitos:
a) as quantidades de nutrientes (azoto, fósforo e potássio) veiculadas pela água de rega durante o ciclo
© ão

vegetativo de uma dada cultura não devem exceder as quantidades estimadas para satisfazer as
Q

correspondentes necessidades dessa cultura (tendo em conta as quantidades dos nutrientes aplicadas
sob a forma de fertilizantes minerais e orgânicos);
s
es

b) as quantidades de metais pesados aplicadas anualmente ao solo não devem ultrapassar as quantidades
máximas constantes do Quadro B.1 do Anexo B, nem conduzir a valores das concentrações dos
mesmos no solo superiores aos valores-limites constantes do Quadro 2;
pr

c) as quantidades de poluentes aplicadas ao solo devem, em qualquer caso, ser compatíveis com a
Im

cultura regada e os condicionalismos específicos do local de aplicação (nomeadamente em termos de


topografia e características físicas, químicas e hidrogeológicas do solo), por forma a garantir que as
concentrações desses poluentes no solo, nas águas e nas plantas não atinjam valores inconvenientes
para o desenvolvimento das culturas, para a integridade ambiental e para a saúde pública.

6.2 Controlo da instalação

6.2.1 Elementos de controlo


O controlo das quantidades de nutrientes e de metais pesados aplicadas ao solo deve basear-se no balanço
desses elementos na parcela em análise, calculado recorrendo aos volumes de águas residuais aplicados e aos
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valores da concentração dos nutrientes e metais pesados nessas águas durante o período em questão e tendo
em conta as quantidades de fertilizantes (adubos e correctivos) aplicadas.

o
Com vista a permitir a integração das quantidades de nutrientes veiculadas pelas águas de rega nos cálculos
inerentes à fertilização convencional, as entidades gestoras responsáveis pela instalação de rega devem

ida nic
possuir os seguintes documentos:
a) boletins de análise referentes à água utilizada na rega;

oib tró
b) registos dos volumes de água aplicados e das quantidades de nutrientes e metais pesados aplicadas ao
solo em cada uma das parcelas incluídas na área regada;

pr lec
c) plano de fertilização referente à totalidade da área.

ão o e
6.2.1.1 Boletins de análise da qualidade da água
Os elementos a utilizar relativamente à qualidade da água para rega devem ser os valores constantes nos
respectivos boletins de análise, os quais devem conter os valores de todos os parâmetros que caracterizam a
uç ent
qualidade mínima de uma água para rega, tal como especificado na legislação em vigor (Quadros A.1, A.2 e
A.3 – Anexo A).
Se a qualidade das águas residuais for assegurada apenas pelo tratamento efectuado na ETAR, os boletins de
pr um

análise a utilizar devem ser os fornecidos pela entidade gestora da ETAR.


Quando o tratamento das águas residuais é total ou parcialmente assegurado pela entidade gestora da
instalação de rega, cabe a esta a responsabilidade de assegurar a caracterização laboratorial da água de rega e
re doc

a obtenção dos correspondentes boletins de análise a utilizar no controlo dos nutrientes e poluentes.
od

No caso de as águas residuais tratadas serem conduzidas até um depósito de armazenamento provisório ou
até ao local de aplicação ao solo com recurso ao uso de camião-cisterna, auto-tanque, reservatório amovível
IP de

ou processo equivalente, o boletim de análise a utilizar associado ao volume de água em questão deve ser o
boletim fornecido no momento da carga da água na ETAR. Nesta situação, o boletim de análise deve ser
acompanhado de documento especificando o volume de água fornecido ao abrigo do mesmo.
© ão

Se a rede de rega tiver origem na ETAR, mediante a existência de um sistema de adução e distribuição de
Q

água de tipo convencional, o boletim de análise a utilizar deve ser o mais recente boletim disponibilizado
pela entidade gestora da ETAR e responsável pela avaliação da qualidade das águas residuais.
s
es

6.2.1.2 Registo dos volumes da água e das quantidades de nutrientes e metais pesados aplicadas
pr

No Mapa de Registo de Nutrientes e Metais Pesados Aplicados ao Solo (Mapa C.1 - Anexo C), elaborado
para cada parcela regada com águas residuais tratadas, devem ser registados os seguintes dados:
Im

a) volume de água aplicado diariamente no solo;


b) concentração dos nutrientes (azoto, fósforo e potássio) na água de rega;
c) concentração dos metais pesados, constantes do Quadro 2, na água de rega;
d) quantidades de nutrientes e metais pesados aplicadas.
Nos casos em que a especificidade da constituição do solo (decorrente da geologia local ou provocada por
actividades humanas) tal justifique, para além dos metais referidos na alínea c) desta secção, podem ser
igualmente objecto de registo outros elementos, por forma a permitir o acompanhamento da sua
concentração no solo.
O cálculo da quantidade de cada um dos nutrientes e dos metais pesados aplicada por hectare será feita
utilizando a expressão:
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V ×C
M =
1000

o
em que:

ida nic
M quantidade do nutriente ou do metal pesado aplicada, por ha, no período em questão (dia, semana,
mês ou outro), expressa em kg;

oib tró
V volume de águas residuais tratadas aplicado, por ha, no mesmo período, expresso em m3;
C concentração do nutriente ou do metal pesado na água utilizada, durante o período em que se aplicou

pr lec
o volume V, expressa em mg/L.
Os valores registados referentes aos volumes de água aplicados devem corresponder aos consumos totais
diários observados na parcela, incluindo eventuais consumos acidentais decorrentes de rupturas de condutas

ão o e
ou de erros de operação do equipamento de rega.
Ainda que o registo dos volumes de água aplicados seja diário, o cálculo das quantidades parciais de
nutrientes e metais pesados aplicadas poderá ser feito apenas no final do período de utilização de uma dada
uç ent
água (caracterizada através do último boletim de análise recebido) e sempre no final do mês.
pr um

6.2.1.3 Plano de Fertilização


O Plano de Fertilização integra um conjunto de documentos que contêm a informação referente ao esquema
de fertilização adoptado para a zona a regar. Dele deverão constar os tipos, quantidades e épocas de
re doc

aplicação dos fertilizantes a utilizar com vista a satisfazer as necessidades nutritivas das culturas, a previsão
dos volumes de água a aplicar ao longo do ciclo vegetativo destas e a estimativa das quantidades de
od

nutrientes (N, P e K) que deverão ser introduzidas no solo através da rega.


O Plano de Fertilização, elaborado para cada uma das parcelas a regar com águas residuais, é constituído
IP de

pelos documentos a seguir indicados.


a) Boletins de Análise de Terra e/ou Boletins de Análise Foliar – documentos contendo os resultados da
avaliação da fertilidade física e química do solo e que fundamentam o esquema de fertilização
© ão

adoptado.
Q

b) Mapa de Cálculo das Quantidades de Nutrientes a Aplicar – documento onde se apresentam os


s

cálculos das quantidades de nutrientes a aplicar ao solo, cálculos efectuados com base nos valores
es

determinados para as disponibilidades desses nutrientes existentes no solo e nas quantidades dos
mesmos que se prevê que a cultura em causa venha a utilizar (função da produção esperada, estimada
pr

de uma forma tão realista quanto possível).


c) Mapa de Programação da Fertilização (Mapa C.2 – Anexo C) – documento contendo todos os
Im

elementos necessários à definição do esquema de fertilização adoptado e que inclui:


- o tipo de fertilizantes minerais e orgânicos a utilizar;
- as correspondentes quantidades a aplicar e respectivas datas de aplicação;
- a previsão dos volumes de águas residuais a aplicar mensalmente na rega;
- a estimativa das quantidades de nutrientes a incorporar no solo através da água (valores a ter em
conta no cálculo das quantidades de nutrientes a aplicar ao solo com recurso aos fertilizantes).
d) Mapa de Execução da Fertilização (Mapa C.3 – Anexo C) – registos da fertilização e dos volumes de
água efectivamente aplicados e cálculo das quantidades totais de nutrientes efectivamente aplicadas
ao solo através desses fertilizantes e da água de rega.
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6.3 Monitorização
O uso de águas residuais tratadas na rega implica a monitorização da qualidade das águas a utilizar, do solo

o
sujeito à rega e das águas superficiais, subsuperficiais, de drenagem subsuperficial e subterrâneas
potencialmente afectadas por esse uso.

ida nic
A entidade responsável pela instalação de rega deve dispor de um Plano de Monitorização Ambiental,
documento contendo toda a informação respeitante ao esquema de monitorização posto em prática na

oib tró
instalação, incluindo, nomeadamente, a identificação dos meios hídricos objecto de controlo (linhas de água,
lagos, albufeiras, poços, aquíferos, águas estuarinas ou outros), as metodologias a seguir na recolha de
amostras de solos e de águas, a localização dos locais onde a monitorização deve ser realizada, as

pr lec
determinações a efectuar e a periodicidade das mesmas.
No caso de determinações necessariamente efectuadas em laboratório, como é o caso das análises dos metais

ão o e
pesados, o mesmo deverá estar acreditado para o efeito.

6.3.1 Águas residuais


uç ent
O controlo da qualidade da água a utilizar na rega deve ser assegurado pela entidade gestora da ETAR
responsável pelo fornecimento das águas residuais tratadas.
pr um

No caso de a água sofrer armazenamento ou tratamento complementar a jusante da ETAR, o controlo da


qualidade da água para rega cabe à entidade responsável por esse armazenamento ou tratamento.
Devem ser objecto de controlo as características físicas, químicas e microbiológicas cuja determinação, de
re doc

acordo com a legislação em vigor para avaliação da qualidade de uma água de rega, seja obrigatória.
od

A frequência das determinações a efectuar, satisfazendo sempre ao estabelecido na legislação em vigor, deve
ser adequada à variabilidade das características médias das águas residuais afluentes à ETAR e aos
condicionalismos da ETAR em causa.
IP de

No caso das determinações do pH, salinidade (condutividade eléctrica ou teor de sólidos solúveis totais),
azoto total e inorgânico (azoto nítrico e amoniacal) e fósforo (total e ortofosfatos), a periodicidade deve ser,
pelo menos, semanal.
© ão
Q

6.3.2 Solo
s

Com vista à elaboração do Plano de Fertilização referente à parcela a regar, deve ser feita, anualmente, a
es

análise da terra, incluindo as seguintes determinações: fósforo e potássio assimiláveis, matéria orgânica e pH.
pr

No caso de algumas culturas arbóreas ou arbustivas já instaladas, nomeadamente vinha, pomares e olival, em
que a análise foliar se revele mais adequada à avaliação da nutrição da planta, esse método de diagnóstico
poderá ser usado, conjuntamente com a análise da terra, como base de cálculo das necessidades das culturas.
Im

Neste caso, a análise da terra deverá ser efectuada apenas de quatro em quatro anos.
Os teores, no solo, de cádmio, cobre, níquel, zinco, mercúrio e crómio ou de outros metais relativamente aos
quais a legislação em vigor imponha limites em solos cultivados, devem ser analisados, no mínimo, cada
cinco anos.
A existência no solo a regar de algum ou de alguns dos metais referidos, em concentrações inferiores mas
próximas dos valores-limites impostos na legislação (ou dos valores máximos recomendados, no caso da
inexistência de limites legais) justifica a realização mais frequente de análises do teor do metal ou metais em
causa no solo (análises anuais ou cada dois anos).
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A escolha desta periodicidade deve ser feita em função da proximidade entre as concentrações do metal ou
dos metais em questão observadas no solo a regar e os valores-limites em causa e tendo em conta o grau de
risco associado à presença desses metais nas águas residuais utilizadas.

o
Sempre que conveniente (devido à salinidade original do solo ou da água utilizada) deve ser determinada a

ida nic
salinidade do solo.
A pessoa ou entidade responsável pela instalação de rega deve garantir o arquivo dos resultados das

oib tró
determinações efectuadas (boletins de análise emitidos pelo laboratório responsável pelas mesmas).

pr lec
6.3.3 Meios hídricos
O acompanhamento da qualidade dos meios hídricos (águas de drenagem superficial e águas de drenagem
subsuperficial) deve obedecer ao definido no Plano de Monitorização Ambiental da instalação.

ão o e
O sistema de controlo incluirá a existência de dispositivos (piezómetros) que permitam a verificação
expedita da profundidade dos níveis freáticos na zona regada e a colheita de amostras de água nos mesmos.
uç ent
Os piezómetros a instalar, que devem ser construídos em material não contaminante, devem assegurar a
recolha de amostras de água até uma profundidade mínima de 1,0 m em zonas agricultadas e de 1,8 m em
áreas florestadas.
pr um

Os piezómetros devem ser colocados nos locais de concentração de águas escoadas superficialmente e de
descarga das águas de drenagem subsuperficial da zona regada. Devem ser ainda instalados piezómetros em
número suficiente para assegurar uma malha de pontos de monitorização, com uma densidade adequada às
re doc

características do local.
od

As determinações de carácter expedito susceptíveis de serem efectuadas no local da rega pelos agricultores
ou utilizadores das águas residuais, utilizando os piezómetros (determinação da salinidade da água através da
medição da condutividade eléctrica e medição da profundidade dos níveis freáticos), devem ser efectuadas
IP de

com uma periodicidade, no mínimo mensal e sempre no início e no final da época de rega.
No início e no final de cada época de rega, e de acordo com o definido no Plano de Monitorização
Ambiental, deve igualmente ser determinado o azoto nítrico e total em amostras de água recolhidas nos
© ão

piezómetros e origens de água localizadas nas parcelas regadas e na área envolvente das mesmas.
Q

Os resultados das determinações de carácter expedito a efectuar no local, como a determinação dos níveis
s

freáticos e da salinidade (condutividade eléctrica), susceptíveis de serem efectuadas pelo agricultor ou sob
es

responsabilidade deste, devem ser registados no Mapa de Acompanhamento da Qualidade da Água no Solo
(Mapa C.4 – Anexo C).
pr

Os boletins contendo os resultados das análises efectuadas em laboratório (azoto nítrico e total) devem ser
mantidos em arquivo.
Im
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Anexo A
(normativo)

o
ida nic
Parâmetros caracterizadores da qualidade da água para reutilização na rega

Quadro A.1 – Concentrações de elementos ou iões poluentes

oib tró
Valor máximo Valor máximo
Elemento ou ião
recomendado (mg/L) admissível (mg/L)

pr lec
Alumínio (Al) 5,0 20
Arsénio (As) 0,10 10
Bário (Ba)
Berílio (Be)ão o e 1,0
0,5
*
1,0
uç ent
Boro (B) 0,3 3,75
Cádmio (Cd) 0,01 0,05
pr um

Chumbo (Pb) 5,0 20


-
Cloreto (Cl ) 70 -
Cobalto (Co) 0,05 10
re doc

Cobre (Cu) 0,20 5,0


od

Crómio (Cr) 0,10 20


Estanho (Sn) 2,0 *
IP de

Ferro (Fe) 5,0 *


Flúor (F) 1,0 15
© ão

Lítio (Li) 2,5 5,8


Q

Manganês (Mn) 0,20 10


s

Molibdénio (Mo) 0,005 0,05


es

Níquel (Ni) 0,5 2,0


-
Nitrato (NO3 ) 50 *
pr

Selénio (Se) 0,02 0,05


(SO42-)
Im

Sulfato 575 *
Vanádio (V) 0,10 1,0
Zinco (Zn) 2,0 10,0
* Valor que poderá ser fixado pelas entidades licenciadoras.
NOTA: Fonte: Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.
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Quadro A.2 – Salinidade, razão de adsorção de sódio, sólidos suspensos totais e pH


Modo de expressão dos Valor máximo

o
Parâmetro
valores recomendado

ida nic
CE dS/m a 25 ○C 1
Salinidade
SDT mg/L 640
Razão de adsorção de sódio (RAS) Parâmetro adimensional 8

oib tró
Sólidos suspensos totais (SST) mg/L 60

pr lec
pH Escala de Sorensen 6,5 – 8,4

ão o eQuadro A.3 – Parâmetros de natureza microbiológica


Parâmetro Modo de expressão dos Valor máximo
uç ent
valores recomendado
Coliformes fecais Unidades por 100 mL 100
pr um

Ovos de parasitas intestinais Unidades por litro 1


re doc
od
IP de
© ão
Q
s
es
pr
Im
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Anexo B
(normativo)

o
ida nic
Quantidades de metais pesados permitidas nos solos cultivados

oib tró
Quadro B.1 – Valores-limites para as quantidades anuais de metais pesados que podem ser introduzidas nos
solos cultivados com base numa média de 10 anos

pr lec
Valor-limite
Parâmetro
[(kg/ha)/ano)]

ão o e
Cádmio 0,15
Cobre 12
uç ent
Níquel 3
Chumbo 15
pr um

Zinco 30
Mercúrio 0,1
Crómio 4,5
re doc
od

NOTA: Fonte: Anexo III da Portaria n.º 176/96, de 3 de Outubro.


IP de
© ão
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es
pr
Im
Im
pr
es
s
Mapa C.1 – Mapa de Registo de Nutrientes e Metais Pesados Aplicados ao Solo
© ão Ano – _______
IP de
Q
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pr um
od
Anexo C
(normativo)

uç ent
ão o e
pr lec
oib tró
ida nic
o
Controlo de instalações de rega com águas residuais urbanas tratadas
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Im
Mapa C.1 (continuação) – Mapa de Registo de Nutrientes e Metais Pesados Aplicados ao Solo
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Ano – _______
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Mapa C.2 – Mapa de Programação da Fertilização
Ano – _______
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Im
Mapa C.3 – Mapa de Execução da Fertilização
Ano – _______
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Mapa C.4 – Mapa de Acompanhamento da Qualidade da Água no Solo
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Ano – _______
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Anexo D
(informativo)

o
ida nic
Bibliografia

oib tró
NP 836:1971 Abastecimento de água a aglomerados populacionais. Origem e
captação da água.

pr lec
Decreto-Lei n.º 46/94, de 22 de Fevereiro Regime de licenciamento da utilização do domínio hídrico.
Decreto-Lei n.º 235/97, de 3 de Setembro Protecção das águas contra a poluição causada por nitratos de
origem agrícola.

ão o e
Decreto-Lei n.º 68/99, de 11 de Março Altera parcialmente o Decreto-Lei n.º 235/97.
Decreto-Lei n.º 382/99, de 22 de Setembro Perímetro de protecção para captações de águas subterrâneas
uç ent
destinadas ao abastecimento público.
Directiva 2000/60/CE Directiva quadro da água.
pr um

MADRP (1997) Código de boas práticas agrícolas para a protecção da água


contra a poluição com nitratos de origem agrícola. Ministério da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. ISBN
972-8135-32-7.
re doc

MADRP (1999) Manual Básico de Práticas Agrícolas: Conservação do Solo e da


od

Água. Instituto Nacional de Intervenção e Garantia Agrícola.


ISSN 0874-7911.
IP de
© ão
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pr
Im

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